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… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha

Três pontos sobre…
… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

● Desde o sorteio, as expectativas eram altíssimas para essa partida. E a espera se pagou, com um dos melhores jogos das últimas Copas.

A Espanha ainda sofria pelo fim da geração “tiki-taka”. Carles Puyol e Xabi Alonso haviam aposentado e outros ícones já não estavam no radar da seleção, como Iker Casillas, Cesc Fàbregas, David Villa e Fernando Torres. A renovação necessária foi muito bem feita pelo técnico Julen Lopetegui, dando maior protagonismo a jogadores como Koke, Isco, Thiago Alcântara e Marco Asensio. Mas eram os experientes remanescentes que ainda ditavam o ritmo: Sergio Ramos, Gerard Piqué, Sergio Busquets, Jordi Alba, David Silva e Andrés Iniesta.

Com essa junção de juventude e experiência, a Fúria foi dominante nas eliminatórias para o Mundial de 2018, com nove vitórias e apenas um empate (com a Itália, em Turim).

Mas uma bomba explodiu dois dias antes da estreia na Copa: o treinador Julen Lopetegui foi demitido pela divulgação da informação que ele havia acertado com o Real Madrid para depois do Mundial. No gigante espanhol, Lopetegui seria um fiasco e demitido ainda em outubro de 2018.

O ídolo madridista Fernando Hierro era coordenador técnico da seleção e assumiu como treinador às vésperas.


(Imagem: FIFA.com)

● Do outro lado, Portugal vinha credenciado pelo título da Eurocopa 2016, vencendo a França na final em pleno Stade de France.

O técnico Fernando Santos tinha um time com bons coadjuvantes, como o goleiro Rui Patrício, o zagueiro Pepe, o meia João Moutinho, além dos meia-atacantes Bernardo Silva, Gonçalo Guedes, Bruno Fernandes e Ricardo Quaresma. Mas, a bem da verdade, era um “exército de um homem só”: Cristiano Ronaldo.

CR7 já tinha sido eleito cinco vezes como o melhor jogador do mundo: 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017. Estava em seu auge técnico, liderando o Real Madrid a quatro conquistas da UEFA Champions League nos últimos cinco anos – sendo as três últimas consecutivas (2016, 2017 e 2018).

Por tudo isso, se esperava muito de Portugal e, especialmente, de CR7. E ele não decepcionaria.


Portugal jogou no sistema 4-4-2. Sem a bola, era um 4-2-3-1.


A Espanha atuou no já tradicional 4-2-3-1.

● A Espanha nem teve tempo para impor seu ritmo, quando Cristiano Ronaldo pedalou para cima de Nacho dentro da área e sofreu pênalti discutível. Ele mesmo cobrou e converteu, após quatro minutos do apito inicial.

Depois, Gonçalo Guedes jogou fora duas chances claras para ampliar o marcador. Mas quem não faz…

Aos 24′, Diego Costa foi “Diego Costa”: em uma bola longa, foi sujo ao meter o braço na cara de Pepe (não é disputa por espaço, é agressão mesmo – normal, nas características de Diego). Na sequência, mostrou o que tem de melhor, chamando José Fonte para dançar, com dois belos cortes e o chute forte no cantinho direito de Rui Patrício. Um lindo gol, que não deveria ter sido validado pela equipe de arbitragem (e pelo VAR), já que houve a falta no início do lance.

A Espanha passou a jogar melhor e a controlar as ações. Mas, em um lance isolado, a bola sobrou para CR7 na meia lua. Do jeito que ela veio, ele chutou forte de esquerda, no meio do gol. Era uma defesa fácil para David de Gea, mas ele se desconcentrou, preferindo reclamar com o bandeirinha ao pedir um impedimento inexistente. Acabou engolindo um frango, inaceitável para quem era considerado um dos melhores goleiros do mundo na época.

A Fúria voltou melhor também no segundo tempo e empatou o jogo aos 10′, após uma cobrança de falta ensaiada. David Silva cobrou no segundo pau, Busquets escorou para o meio e Diego Costa completou para o gol em cima da linha.

A merecida virada veio três minutos depois, quando uma bola rebatida pela defesa lusa sobrou para Nacho. O zagueiro/lateral do Real Madrid emendou de primeira, na veia, mandando um torpedo com efeito para o gol. A bola ainda bateu nas duas traves antes de entrar. Discutivelmente o mais bonito dos belos gols dessa partida.

A Espanha mostrou variações que não tinha mostrado até então, com um gol oriundo de lançamento longo, um de cobrança de falta ensaiada e um em chute de fora da área.

O dérbi ibérico teve um choque de estilos. A Espanha dominou as ações com um futebol envolvente, enquanto Portugal era precisa nas suas oportunidades.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, a Espanha continuava tendo a posse de bola e chances para ampliar, quando CR7 dominou uma bola na meia lua e sofreu falta tola de Piqué. O capitão português cobrou com maestria, colocando a bola por cima da barreira e tirando do alcance de De Gea. Uma cobrança perfeita, com alto grau de dificuldade, por causa da proximidade do gol. Cristiano tem seus truques e mostrou isso ao fugir de suas características para marcar seu “hat trick”. Aos 33 anos, se tornou o jogador mais velho a marcar três gols em uma mesma partida de Copa do Mundo – superando o holandês Rob Rensenbrink que tinha 30 anos quando marcou um “hat trick” em 1978.

Ele chegou em seu melhor nível, descansando em vários jogos da temporada pelo Real Madrid. Com isso, entrou para a história dentre os jogadores que fizeram gols em quatro Copas do Mundo diferentes, igualando Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose. O português havia marcado um gol em cada Copa que havia disputado (2006, 2010 e 2014). Agora, em uma partida já marca três e segue firme em busca da artilharia do Mundial. Outro feito importante foi ele ter marcado seu 84º gol pela seleção, se igualando ao húngaro Ferenc Puskás como o maior artilheiro de uma seleção europeia em todos os tempos. Posteriormente, ele ampliaria essa marca para 104 gols em 175 jogos (até esse dia 15/06/2021). Está bem próximo do recordista, o iraniano Ali Daei e seus 109 gols.


(Imagem: FIFA.com)

● Para uma das favoritas, a campanha da Espanha acabou sendo bem mediana. No segundo jogo, venceu o Irã com dificuldades por 1 x 0. No terceiro, empate na bacia das almas com o Marrocos por 2 x 2. A Fúria acabou sendo eliminada nas oitavas pela Rússia, dona da casa, nos pênaltis por 4 x 3, após empate por 1 x 1 no tempo normal.

Cristiano Ronaldo começou a Copa com tudo, pensando em recordes, artilharia e até sonhou em brigar pelo título com a humilde seleção portuguesa – assim como na Eurocopa de 2016. Mas não foi isso que aconteceu. CR7 até marcou o gol da vitória de Portugal por 1 x 0 sobre o Marrocos, mas seria só isso. No terceiro jogo, a Seleção das Quinas penou para empatar com o Irã por 1 x 1, CR7 perdeu pênalti e quase foi expulso por dar uma entrada feia sem bola. Nas oitavas de final, perdeu para o Uruguai por 2 x 1. Até hoje, Cristiano Ronaldo marcou sete gols em Copas do Mundo (01 em 2006, 01 em 2010, 01 em 2014 e 04 em 2018), mas nenhum na fase de mata-mata.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 3 x 3 ESPANHA

 

Data: 15/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Fisht Olympic Stadium

Público: 43.866

Cidade: Sochi (Rússia)

Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)

 

PORTUGAL (4-2-3-1):

ESPANHA (4-2-3-1):

1  Rui Patrício (G)

1  David de Gea (G)

21 Cédric Soares

4  Nacho

3  Pepe

3  Gerard Piqué

6  José Fonte

15 Sergio Ramos (C)

5  Raphaël Guerreiro

18 Jordi Alba

14 William Carvalho

5  Sergio Busquets

8  João Moutinho

8  Koke

11 Bernardo Silva

21 David Silva

17 Gonçalo Guedes

22 Isco

16 Bruno Fernandes

6  Andrés Iniesta

7  Cristiano Ronaldo (C)

19 Diego Costa

 

Técnico: Fernando Santos

Técnico: Fernando Hierro

 

SUPLENTES:

 

 

12 Anthony Lopes (G)

13 Kepa Arrizabalaga (G)

22 Beto (G)

23 Pepe Reina (G)

15 Ricardo Pereira

2  Dani Carvajal

2  Bruno Alves

12 Álvaro Odriozola

13 Rúben Dias

14 César Azpilicueta

19 Mário Rui

16 Nacho Monreal

4  Manuel Fernandes

10 Thiago Alcântara

23 Adrien Silva

7  Saúl Ñíguez

10 João Mário

11 Lucas Vázquez

20 Ricardo Quaresma

20 Marco Asensio

18 Gelson Martins

17 Iago Aspas

9  André Silva

9  Rodrigo Moreno

 

GOLS:

4′ Cristiano Ronaldo (POR)

24′ Diego Costa (ESP)

44′ Cristiano Ronaldo (POR)

55′ Diego Costa (ESP)

58′ Nacho (ESP)

88′ Cristiano Ronaldo (POR)

 

CARTÕES AMARELOS:

17′ Sergio Busquets (ESP)

28′ Bruno Fernandes (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

68′ Bruno Fernandes (POR) ↓

João Mário (POR) ↑

 

69′ Bernardo Silva (POR) ↓

Ricardo Quaresma (POR) ↑

 

70′ Andrés Iniesta (ESP) ↓

Thiago Alcântara (ESP) ↑

 

77′ Diego Costa (ESP) ↓

Iago Aspas (ESP) ↑

 

80′ Gonçalo Guedes (POR) ↓

André Silva (POR) ↑

 

86′ David Silva (ESP) ↓

Lucas Vázquez (ESP) ↑

Melhores momentos da partida:

Jogo completo:

… 15/07/2018 – França 4 x 2 Croácia

Três pontos sobre…
… 15/07/2018 – França 4 x 2 Croácia


(Imagem: FIFA.com)

● A França chegou ao Mundial como uma das favoritas, mas não chegou a encantar em momento algum. Na estreia, sofreu para vencer a Austrália por 2 x 1, com um pênalti marcado pelo VAR e um gol contra. Depois, jogou bem apenas no primeiro tempo e venceu o Peru por 1 x 0. E, com os reservas, decepcionou ao não querer jogar contra a Dinamarca, no único 0 x 0 desse Mundial. Em compensação, fez brilhar os olhos dos amantes do futebol, quando o mancebo Kylian Mbappé destruiu a Argentina e o 4 x 3 foi um placar magro pelo que foi a partida. Nas quartas de final, Les Bleus foram cirúrgicos ao bater o Uruguai por 2 x 0. Nas semi, precisou de um gol de escanteio para vencer a “ótima geração belga” por 1 x 0. Na final, claramente era muito mais time que o adversário e era a grande favorita.

Mas a Croácia já havia dado várias mostras de sua superação em campo. Estreou vencendo a Nigéria por 2 x 0 em um jogo modorrento. Na sequência, arrasou a Argentina com um chocolate de 3 x 0. Na terceira rodada, usou os reservas e venceu a Islândia por 2 x 1. E depois começou o festival de prorrogações. Nas oitavas de final, empatou com a Dinamarca por 1 x 1 e venceu nos pênaltis. Nas quartas, empatou com a Rússia por 2 x 2 e, novamente, se classificou nos pênaltis. Nas semi, empatou com a Inglaterra no tempo normal e só venceu na prorrogação, por 2 x 1. Com isso, os croatas acabaram jogando mais 90 minutos a mais que os franceses, além de terem um dia a menos de descanso – pois jogaram na quarta, enquanto a França jogou na terça.

Separada da Iugoslávia desde 1991, a Croácia chegava à sua primeira final de Copa. Já tinha a sensação de ter cumprido seu papel, superado as expectativas e o que viesse seria lucro.

A França tinha uma equipe melhor tecnicamente e estava em melhor condição física. Era a terceira final de Copa do Mundo em seis edições disputadas. Na primeira delas, em 1998, Zinedine Zidane liderou Les Bleus na vitória por 3 x 0 sobre o Brasil. Na segunda, ainda sob a batuta de Zizou, a França perdeu para a Itália nos pênaltis em 2006. Contra os croatas, era amplamente favorita.

Mas esse mesmo time base já havia falhado em momentos decisivos, especialmente na final da Eurocopa de 2016, quando jogou em casa e perdeu na prorrogação por 1 x 0 para Portugal, que tinha uma equipe inferior tecnicamente. Esse raio ruim não poderia cair duas vezes no mesmo lugar.


Didier Deschamps escalou a França com seus onze considerados titulares, no sistema 4-2-3-1.


Mesmo com o time esgotado fisicamente, Zlatko Dalić mandou seu time a campo no 4-2-3-1 e manteve a escalação da semifinal.

● No início da partida, a Croácia tratou de pressionar a saída de bola, tentando resolver logo o jogo. Mas o cansaço e o esgotamento chegaram antes do gol.

Logo aos 17 minutos de jogo, Antoine Griezmann emulou Neymar, dobrou as pernas ridiculamente e caiu. O árbitro Néstor Pitana enxergou o que não houve e marcou a falta, mesmo com a grande pressão dos croatas – que estavam certos. Griezmann alçou a bola para a área e Mandžukić teve o azar de desviá-la de cabeça para o gol.

Com um gol proveniente de uma falta não existente, a França abriu o placar. Mario Mandžukić marcou o primeiro gol contra em uma final de Copa do Mundo, em toda a história. Esse Mundial dos gols contra, teve seu 12º marcado na final – o dobro do recorde anterior, que era de seis em 1998.

Depois, Luka Modrić cobrou uma falta para a área, mas o zagueiro Domagoj Vida cabeceou por cima.


(Imagem: FIFA.com)

Em nova cobrança de falta, dessa vez do meio campo, aos 28 min, Modrić lançou na direita. Šime Vrsaljko cabeceou para o meio da área. Mandžukić ganhou de Pogba pelo alto, Dejan Lovren desviou de cabeça e Vida tocou para trás. Ivan Perišić estava na meia lua e já dominou cortando para a perna esquerda, invadindo a área e enchendo o pé para o gol. A bola ainda desviou de leve em Varane antes de entrar. A seleção vatreni ainda estava viva na decisão!

Seis minutos depois, Griezmann cobrou escanteio fechado, Matuidi cabeceou e a bola tocou na mão de Perišić, que estava com o braço aberto. Os franceses correram para cima do árbitro para reclamar o toque. E a Copa do VAR foi decidida também pelo VAR. O italiano Massimiliano Irrati, que nunca marca nada, que sempre vê as infrações dentro da área como “normais”, dessa vez chamou a atenção de Pitana e o convidou para ver o lance no vídeo. E o argentino, mesmo vendo e revendo o lance, aparentemente ainda em dúvida, assinalou corretamente o pênalti. A primeira intervenção do VAR em uma final de Copa foi certeira e fatal.

Griezmann partiu para a cobrança. O goleiro Danijel Subašić se mostrou na competição um exímio especialista em defesas de pênaltis, mas caiu um pouco antes para seu lado esquerdo e deixou o outro lado livre para o camisa 7 francês deslocá-lo.

Após cobrança de escanteio, Vida desviou de cabeça para fora.

No segundo tempo, Ivan Rakitić tocou para Ante Rebić, que bateu de esquerda e Lloris espalmou para escanteio.

Mbappé foi lançado em velocidade, passou por Vida e chutou. Mas Subašic se antecipou, diminuindo o ângulo e fazendo a defesa.


(Imagem: FIFA.com)

Pouco depois, quatro pessoas invadiram o campo…

Aos 14′, Paul Pogba começou a jogada lançando Mbappé na ponta direita. O garoto passou por Ivan Strinić, foi à linha de fundo e cruzou para trás. Griezmann dominou e deixou com Pogba que emendou de primeira. Lovren rebateu e a bola voltou para o próprio Pogba chutar colocada de esquerda e marcar o terceiro gol. Subašic nem pulou.

Faltava o gol do prodígio Mbappé, que marcou aos vinte minutos. Lucas Hernández fez boa jogada pela esquerda e tocou para o camisa 10. Ele dominou na entrada da área e chutou rasteiro. Novamente o goleiro croata nem pulou. Com 19 anos e meio, Kylian Mbappé se tornou o segundo jogador mais jovem a marcar gol em uma final – só perde para Pelé, que tinha 17 anos e oito meses quando marcou na decisão de 1958.

Ainda deu tempo de o goleiro e capitão Hugo Lloris fazer uma bobagem. Aos 24′, ele recebeu de Umtiti e tentou driblar Mandžukić, que vinha na corrida. Mas o croata foi mais esperto, deixou o pé e diminuiu o placar. Um gol oriundo de uma das falhas mais bisonhas da história das finais de Copa. Sorte que sua equipe estava com boa diferença no placar. Faltou concentração e sobrou soberba a Lloris.

Mas foi ele, o goleiro e capitão Hugo Lloris, o responsável por levantar a taça no estádio Olímpico Luzhniki, em Moscou.


(Imagem: FIFA.com)

● As seleções europeias venceram os quatro últimos Mundiais, a maior sequência de uma confederação em toda a história.

Algumas observações merecem ser feitas. A França claramente mereceu vencer, mas… no lance do primeiro gol, Antoine Griezmann não sofreu falta. Ele buscou o contato e dobrou as pernas. O mundo inteiro que criticava Neymar por exagerar quando sofre falta, era o mesmo mundo que aplaude Griezmann por ter “cavado” uma falta inexistente. Curiosamente, o árbitro escalado para a final nasceu na mesma Argentina que foi massacrada pela Croácia na primeira fase. Se a FIFA quisesse um árbitro isento, poderia ter escalado outro, como, por exemplo, o brasileiro Sandro Meira Ricci. Néstor Pitana, mesmo vendo o lance do pênalti no vídeo, ainda hesitou algumas vezes antes de assinalá-lo. E deve ter engolido seco.

Bola parada não ganha apenas jogo: ganha Copa do Mundo! Segundo a FIFA, dos 169 gols marcados no torneio, 71 foram originados em bola parada (cobranças de faltas diretas ou indiretas, escanteio e pênaltis). Foi a Copa com o maior número de pênaltis na história, com 29.

A Copa de 2018 bateu o recorde de partidas consecutivas com gol. O primeiro 0 x 0 só aconteceu na 38ª partida, entre França e Dinamarca – um “jogo de compadres” que garantiu ambas seleções nas oitavas de final. Foi o único jogo sem gols no Mundial. Essa marca superou os 26 jogos seguidos sem 0 x 0 da Copa de 1954.

O centroavante Olivier Giroud foi fundamental no estilo de jogo francês. Além do papel de pivô, com sua constante movimentação, ele era o principal responsável para abrir espaços nas defesas adversárias para a infiltração de seus companheiros. Porém, ele terminou o Mundial sem marcar nenhum gol e, pior ainda: sem acertar nenhum chute no alvo.

Antoine Griezmann foi eleito discutivelmente pela FIFA o melhor jogador da partida. Kylian Mbappé praticamente não teve concorrentes para ser o melhor jogador jovem.

Luka Modrić foi o jogador que mais tempo ficou em campo durante a Copa: 694 minutos. Merecidamente, ele recebeu o prêmio de melhor jogador do torneio. Com muita técnica e disposição, o capitão croata liderou sua seleção à final e mereceu o título. Modrić sempre foi um jogador que potencializa o futebol de seus companheiros. E terminou a Copa de 2018 com status de estrela. No fim do ano, seria eleito o melhor jogador do mundo, tanto com a Bola de Ouro da revista France Football, quanto com o prêmio The Best da FIFA. Modrić quebrou uma longa sequência de dez anos em que a premiação era dividida entre Messi e Cristiano Ronaldo.


(Imagem: FIFA.com)

Esse time da Croácia ficou marcado também por não jogar com um meio campista originalmente defensivo. Quem fez essa função na maioria das vezes foi Marcelo Brozović, que na Internazionale era um meia de transição. Outras vezes, o meia mais defensivo era Ivan Rakitić, que de vez em quando fazia essa função no Barcelona. Méritos do ofensivo treinador Zlatko Dalić, que em alguns jogos escalou juntos os atacantes Mario Mandžukić, Ante Rebić e Andrej Kramarić.

Mas Zlatko Dalić deve ser questionado pelo excesso de confiança em seus titulares e a falta dela nos reservas. Milan Badelj fez uma partida formidável contra a Islândia e não recebeu mais oportunidades. Mateo Kovacic é um multifuncional e sempre incisivo, independentemente da função em campo, mas só entrava nos minutos finais das partidas. E, em uma final de Copa, precisando ir em busca do resultado, Dalić fez apenas duas alterações. Contestável.

Danijel Subašic foi um dos destaques da Croácia na Copa do Mundo, mas seu final não refletiu o que apresentou durante a competição. Ele atuava no clube francês Monaco desde 2012. E seus adversários se aproveitaram por conhecer a má fama que o goleiro tem de não se dar bem em chutes de longe. Com certeza Subašic poderia ter feito melhor nos chutes de Pogba e Mbappé que resultaram nos dois últimos gols franceses. Além disso, ainda caiu antes no pênalti cobrado por Griezmann.

A França se valeu de uma defesa muito forte, com o que havia de melhor na época no Real Madrid (Raphaël Varane) e no Barcelona (Samuel Umtiti), além da sempre ótima proteção de N’Golo Kanté e de dois zagueiros nas laterais (Benjamin Pavard e Lucas Hernández). Venceu essa Copa nos contra-ataques e nas bolas paradas. Pode até ser um estilo de jogo chato, mas é mortal e eficiente, principalmente com a jovialidade e a velocidade de Mbappé. Mesmo tendo sua convocação bastante contestada no início, Deschamps tem todos os méritos do mundo ao utilizar o máximo potencial de sua equipe. Ele soube extrair o melhor de seu elenco, montando uma defesa sólida, um meio campo dinâmico e um ataque rápido, direto e efetivo. A conquista do título foi justíssima.


(Imagem: FIFA.com)

Didier Deschamps entrou definitivamente para a história, como o terceiro a vencer a Copa do Mundo como jogador e técnico. Antes dele, somente o brasileiro Zagallo e o alemão Franz Beckenbauer haviam conseguido o feito. E somente o alemão e o francês o fizeram como capitão, o que é ainda mais raro.

Raphaël Varane também entrou para um seleto grupo de atletas que venceram a UEFA Champions League e a Copa do Mundo no mesmo ano. Os alemães Franz Beckenbauer, Gerd Muller, Paul Breitner, Sepp Maier, Uli Hoeneß, Hans-Georg Schwarzenbeck e Jupp Kapellmann venceram a UCL pelo Bayern de Munique em 1974. O francês Christian Karembeu jogava no Real Madrid em 1998, assim como o brasileiro Roberto Carlos em 2002 e o alemão Sami Khedira em 2014.

Se em 1998, 13 dos jogadores do elenco campeão pela França possuíam alguma ligação ou origem estrangeira, no time de 2018, eram vinte dos 23 atletas convocados. Era o auge da França do “black, blanc, beur” (uma alusão aos negros, brancos e árabes), um verdadeiro mapa-múndi do futebol. Apenas Benjamin Pavard, Olivier Giroud e Florian Thauvin eram genuinamente franceses. Samuel Umtiti nasceu em Camarões, Steve Mandanda na República Democrática do Congo e Thomas Lemar em Guadalupe, possessão ultramarina da França. O capitão Hugo Lloris é filho de um banqueiro espanhol. N’Golo Kanté, Ousmane Dembélé e Djibril Sidibé são filho de pais nascidos em Mali. Alphonse Areola é filho de filipinos. Os pais de Raphaël Varane são da Martinica. Kylian Mbappé filho de uma ex-jogadora de handebol argelina e pai camaronês. Paul Pogba é filho de pai congolês e mãe guineense. As famílias de Steven Nzonzi e Presnel Kimpembe têm origem no Congo. Corentin Tolisso tem ascendência em Togo e Nabil Fekir na Argélia. Lucas Hernández descendente de espanhóis. Antoine Griezmann é de origem alemã e portuguesa. Benjamin Mendy descende de senegaleses. Adil Rami é de família marroquina. Blaise Matuidi é descendente de congoleses e angolanos.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 4 x 2 CROÁCIA

 

Data: 15/07/2018

Horário: 18h00 locais

Estádio: Olímpico Luzhniki

Público: 78.011

Cidade: Moscou (Rússia)

Árbitro: Néstor Pitana (Argentina)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

CROÁCIA (4-2-3-1):

1  Hugo Lloris (G)(C)

23 Danijel Subašić (G)

2  Benjamin Pavard

2  Šime Vrsaljko

4  Raphaël Varane

6  Dejan Lovren

5  Samuel Umtiti

21 Domagoj Vida

21 Lucas Hernández

3  Ivan Strinić

13 N’Golo Kanté

11 Marcelo Brozović

6  Paul Pogba

7  Ivan Rakitić

14 Blaise Matuidi

10 Luka Modrić (C)

10 Kylian Mbappé

4  Ivan Perišić

7  Antoine Griezmann

18 Ante Rebić

9  Olivier Giroud

17 Mario Mandžukić

 

Técnico: Didier Deschamps

Técnico: Zlatko Dalić

 

SUPLENTES:

 

 

16 Steve Mandanda (G)

12 Lovre Kalinić (G)

23 Alphonse Areola (G)

1  Dominik Livaković (G)

19 Djibril Sidibé

13 Tin Jedvaj

3  Presnel Kimpembe

5  Vedran Ćorluka

17 Adil Rami

15 Duje Ćaleta-Car

22 Benjamin Mendy

22 Josip Pivarić

15 Steven Nzonzi

14 Filip Bradarić

12 Corentin Tolisso

19 Milan Badelj

8  Thomas Lemar

8 Mateo Kovačić

18 Nabil Fekir

20 Marko Pjaca

20 Florian Thauvin

9 Andrej Kramarić

11 Ousmane Dembélé

16 Nikola Kalinić (dispensado da delegação)

 

GOLS:

18′ Mario Mandžukić (FRA) (gol contra)

28′ Ivan Perišić (CRO)

38′ Antoine Griezmann (FRA) (pen)

59′ Paul Pogba (FRA)

65′ Kylian Mbappé (FRA)

69′ Mario Mandžukić (CRO)

 

CARTÕES AMARELOS:

27′ N’Golo Kanté (FRA)

41′ Lucas Hernández (FRA)

90+2′ Šime Vrsaljko (CRO)

 

SUBSTITUIÇÕES:

55′ N’Golo Kanté (FRA) ↓

Steven Nzonzi (FRA) ↑

 

71′ Ante Rebić (CRO) ↓

Andrej Kramarić (CRO) ↑

 

73′ Blaise Matuidi (FRA) ↓

Corentin Tolisso (FRA) ↑

 

81′ Olivier Giroud (FRA) ↓

Nabil Fekir (FRA) ↑

 

81′ Ivan Strinić (CRO) ↓

Marko Pjaca (CRO) ↑

Gols da partida:

… 06/07/2018 – Bélgica 2 x 1 Brasil

Três pontos sobre…
… 06/07/2018 – Bélgica 2 x 1 Brasil


(Imagem: FIFA.com)

● Depois de fazer um verdadeiro papelão na Copa do Mundo de 2014, jogando em casa, o técnico Luiz Felipe Scolari saiu para a entrada de Dunga. Como sabemos, o capitão do tetra nunca teve sucesso como técnico. E com uma campanha ruim nas eliminatórias sul-americanas e em duas edições de Copa América, logo ele caiu. Com dois anos de atraso Tite assumiu e recuperou a autoestima da Seleção Brasileira. Era unanimidade. A pessoa certa no lugar certo. Um técnico moderno.

Jogando em um 4-1-4-1 “imexível”, o time ganhou liga e acabou como líder nas eliminatórias, com a segunda melhor campanha em todos os tempos (atrás apenas da Argentina de 2002). Tinha um sistema defensivo sólido, com o goleiro Alisson, três zagueiros de alto nível (Thiago Silva, Miranda e Marquinhos), dois dos melhores laterais da história recente (Daniel Alves e Marcelo). Casemiro era o responsável pela marcação no meio campo. Paulinho era o homem da infiltração e Philippe Coutinho o da armação e chutes de longa distância. Willian fazia o lado direito e Neymar brilhava e caía (em todos os sentidos) pelo lado esquerdo. Gabriel Jesus era o centroavante tático, que tinha a função principal de abrir espaços para quem vinha de trás.

Faltavam opções confiáveis no banco, muito por causa da gratidão do treinador para com alguns jogadores que não estavam em seu melhor momento. Os nomes mais questionáveis eram Renato Augusto, Taison, Fagner, Paulinho, Fred e Cássio (todos treinados por Tite no Corinthians ou no Inter). Em cima da hora, a lesão de Daniel Alves abriu a brecha para que Danilo fosse titular na lateral direita. Durante o Mundial, o lateral do Manchester City (atualmente na Juventus) se lesionou e Fagner se tornou titular. Se não brilhou, também não passou vergonha.

A contusão de Neymar meses antes do Mundial deixou algum receio, mas logo ele se recuperaria e ganharia a fama de “cai-cai” durante o torneio na Rússia. Era a história de “Pedrinho e o lobo”: já não se sabia mais quando estava sentindo alguma pancada ou se estava só representando.

Na primeira fase, o empate por 1 x 1 com a Suíça começou a abrir os olhos da torcida, mostrando que o hexa não viria tão facilmente. A vitória por 2 x 0 sobre a Costa Rica veio apenas nos minutos finais, mas sem enganar que o placar moral deveria ter sido um empate. Contra a Sérvia, a vitória por 2 x 0 serviu para garantir o primeiro lugar no grupo e nada mais. Nas oitavas de final, em nova vitória por 2 x 0, dessa vez sobre o “freguês” México, a Seleção Brasileira até jogou um pouco melhor. Mas o adversário nas quartas seria a forte Bélgica.


(Imagem: FIFA.com)

● A “ótima geração belga” estava em seu auge. Convivia com a pressão para ser protagonista em um grande torneio. Seus melhores jogadores haviam amadurecido e viviam boa fase, com carreiras sólidas nos grandes clubes europeus.

O técnico espanhol Roberto Martínez montava os Diables Rouges no sistema 3-4-3. Thibaut Courtois era o goleiro. A defesa tinha Toby Alderweireld pela direita, Vincent Kompany pelo meio e Jan Vertonghen pela esquerda (às vezes até avançando mais como um falso lateral). Thomas Meunier era o ala pela direita e voltava um pouco mais para fechar seu lado. Na ala oposta, Nacer Chadli fazia a esquerda, avançando mais. Axel Witsel era o esteio da marcação. Seu companheiro no meio era Kevin De Bruyne, que marcava, passava, criava, atacava e finalizava. O goleador do Napoli Dries Mertens era o ponta direita. Pela ponta esquerda, o capitão Eden Hazard chegava ao seu auge técnico. O centroavante Romelu Lukaku era a força bruta e a certeza de gols. No banco, bons nomes como Thomas Vermaelen, Mousa Dembélé, Marouane Fellaini e Yannick Ferreira Carrasco. A ausência mais sentida foi a do volante Radja Nainggolan, preterido na convocação.

Na primeira fase, a Bélgica venceu o Panamá por 3 x 0 e a Tunísia por 5 x 2. Na terceira rodada, venceu a Inglaterra por 1 x 0, em uma partida em que as duas seleções escalaram os reservas. Nas oitavas de final, os belgas estavam perdendo para o Japão por 2 x 0 até os 24 minutos do segundo tempo, mas conseguiram virar o placar para 3 x 2.

O primeiro teste de verdade seria o Brasil nas quartas de final. E o técnico Martínez resolveu fazer mudanças no time, para reforçar o meio de campo. Na ala esquerda, trocou Ferreira Carrasco por Chadli. Mas a mudança mais significativa foi a troca do atacante Mertens pelo volante Fellaini. Com isso, De Bruyne ganhava liberdade total para flutuar entre as linhas de defesa do Brasil e organizar as ações ofensivas. Além disso, houve uma alteração tática: o centroavante Lukaku, acostumado a jogar pelo meio, começou o jogo caindo na ponta direita, aproveitando a fragilidade defensiva e as constantes subidas de Marcelo (que se recuperava de lesão nas costas), puxando a marcação e abrindo a defesa brasileira para a inserção e avanço dos meias.


O técnico Roberto Martínez escalou a Bélgica no ofensivo 3-4-3, mas dessa vez com a proteção maior de Fellaini no meio e De Bruyne mais próximo do ataque. Lukaku jogou caindo pela direita.


Tite repetiu seu esquema preferido, o 4-1-4-1. Marcelo voltou ao time titular e Fernandinho ganhou a vaga de Casemiro, suspenso por ter recebido o segundo cartão amarelo contra o México.

● A mudança tática na seleção belga pegou Tite de surpresa e a Bélgica dominou o primeiro tempo.

O Brasil não podia contar com Casemiro, suspenso pelo segundo cartão amarelo. Ele era um dos melhores de sua posição na Copa até então. Seu substituto foi Fernandinho.

No início do jogo, De Bruyne começou assustando o Brasil, ao ganhar uma dividida de Fernandinho e arriscar de longe, mas a bola saiu à direita de Alisson.

Logo depois, Neymar cobrou escanteio da esquerda e Thiago Silva finalizou do jeito que deu, com a coxa, mas a bola bateu na trave e Courtois correu para agarrá-la.

Chadli arriscou da meia esquerda e a bola foi para fora.

Willian cobrou escanteio rasteiro pela direita e Paulinho, sozinho, teve a chance clara de fazer o gol, mas chutou mascado.

O castigo veio aos 13 minutos. Chadli cobrou escanteio. Kompany apareceu na primeira trave sem marcação e deu um leve desvio. Gabriel Jesus e Fernandinho subiram juntos na mesma bola e nenhum conseguiu cortar. Ela bateu na lateral do braço de Fernandinho e entrou no gol. Mais um dos vários gols contra da Copa de 2018.

O Brasil não se abateu. Neymar foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para o meio. Gabriel Jesus foi travado em cima por Kompany, seu companheiro no Manchester City.

Philippe Coutinho arriscou da entrada da área, mas Courtois agarrou firme. Marcelo fez a mesma jogada de Coutinho e o goleiro belga espalmou.

Uma partida na qual o Brasil era ligeiramente melhor, ficou ainda pior aos 31′. Neymar bateu escanteio e Alderweireld cortou na primeira trave (como deveriam ter feito os brasileiros no lance do primeiro gol). Lukaku pegou a sobra na intermediária defensiva, girou sobre Fernandinho, avançou em alta velocidade e abriu na direita para Kevin De Bruyne, que entrou na área e chutou forte e cruzado. O segundo gol belga mostrou as maiores qualidades dessa “ótima geração”: transições em velocidade e bom aproveitamento nas finalizações.

Talvez Fernandinho tenha sido inocente por não ter feito uma “falta tática” na jogada, coisa que o suspenso Casemiro teria feito.

A Seleção Canarinho, que já estava nervosa, passou a errar passes de três metros.

Marcelo cruzou da esquerda e Gabriel Jesus cabeceou sozinho para fora. Possivelmente daria tempo até de dominar a bola e finalizar em melhores condições, mas ele se afobou e cabeceou do jeito que conseguiu.

Marcelo cruzou rasteiro, a zaga cortou e Courtois salvou o gol contra. O escanteio curto foi cobrado e Coutinho arriscou para nova defesa do arqueiro belga.

De Bruyne cobrou falta no meio do gol e Alisson espalmou por cima. Chadli cobrou escanteio rasteiro e Kompany apareceu na primeira trave para desviar, mas o goleiro brasileiro ficou com a bola.


(Imagem: FIFA.com)

● Tite mexeu no intervalo. Trocou Willian por Roberto Firmino e deslocou Gabriel Jesus para a direita. Mas a primeira jogada perigosa foi pela esquerda, quando Marcelo chutou cruzado e a bola passou perto do gol. Firmino ainda tentou esticar o pé e quase tocou na bola.

Depois, Fagner achou Paulinho, que entrou na área e dividiu com Courtois, mas a bola espirrou na sequência.

De Bruyne puxou contra-ataque e abriu na esquerda para Hazard, que chutou forte, mas a bola saiu à esquerda de Alisson. O Brasil escapou de sofrer o terceiro gol.

O menino Jesus não rendeu na direita e Tite, tardiamente, o trocou por Douglas Costa. Na primeira bola que recebeu, Douglas passou por Vertonghen e chutou cruzado, Courtois espalmou para o meio da área e Paulinho não estava atento para alcançar o rebote.

Depois, a jogada quase se repetiu: Douglas cortou a marcação e chutou cruzado, o goleiro espalmou e Neymar chutou a sobra em cima da defesa belga.

Tite fez a última alteração, colocando Renato Augusto no lugar de Paulinho. A intenção era parar de errar passes na saída de bola, mas essa mexida surtiu mais efeito no ataque.

Philippe Coutinho avançou pelo meio, viu a infiltração de Renato Augusto e cruzou. Aparecendo no meio da área como homem surpresa, o camisa 8 desviou bem de cabeça e a bola foi no cantinho direito. Um belo gol, que voltava a dar esperanças para o Brasil.

Coutinho tocou da esquerda, Neymar girou em cima da marcação e chutou por cima. Essa passou muito perto do gol.

Coutinho (que parecia ter acordado de longa hibernação de 70 minutos) tocou para Renato Augusto na entrada da área. Sem marcação, o meia chutou com perigo, mas a bola saiu à esquerda. Um gol perdido. A maior chance do Brasil no jogo. Não se deve nunca errar um gol desses.

Firmino abriu para Neymar na esquerda. Ele cortou Meunier e tocou para a chegada de Coutinho, que pegou muito mal na bola e isolou.

Douglas Costa cortou da direita para o meio e rolou para Neymar. Da meia lua, o camisa 10 bateu colocado no ângulo, mas Courtois foi buscar a bola e fazer um verdadeiro milagre na Arena Kazan. Outra chance perdida, que arrefeceu a Seleção.

No último lance da partida, inclusive com Alisson dentro da área belga, Neymar cobrou escanteio e Firmino cabeceou por cima.


(Imagem: FIFA.com)

● Ao final da partida, os belgas comemoraram como se já houvessem conquistado o título. Foi uma prova enorme de maturidade dessa “ótima geração”, que queria continuar provando que estava pronta para deixar de ser um “time de videogame” e marcar seu lugar na história. Tinha qualidades para isso.

Os Diables Rouges alcançaram as semifinais pela segunda vez em sua história, a primeira desde 1986. Fez uma partida equilibrada com a França, mas não conseguiu criar chances de gol e perdeu por 1 x 0. No fim, conquistou o inédito 3º lugar ao vencer novamente a Inglaterra, dessa vez por 2 x 0. Uma classificação digna da “ótima geração belga”, mas que certamente tinha potencial para avançar um pouco a mais.

Contra a Bélgica, a Seleção Brasileira chegou a 109 partidas e se igualou à Alemanha em número de jogos na história das Copas do Mundo. Nessa mesma partida, o Brasil chegou ao 228º gol em Mundiais, deixando a Alemanha para trás, com 226.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

BÉLGICA 2 x 1 BRASIL

 

Data: 06/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Arena Kazan

Público: 42.873

Cidade: Kazan (Rússia)

Árbitro: Milorad Mažić (Sérvia)

 

BÉLGICA (3-4-3):

BRASIL (4-1-4-1):

1  Thibaut Courtois (G)

1  Alisson (G)

2  Toby Alderweireld

22 Fagner

4  Vincent Kompany

2  Thiago Silva

5  Jan Vertonghen

3  Miranda (C)

15 Thomas Meunier

12 Marcelo

6  Axel Witsel

17 Fernandinho

8  Marouane Fellaini

19 Willian

22 Nacer Chadli

15 Paulinho

7  Kevin De Bruyne

11 Philippe Coutinho

10 Eden Hazard (C)

10 Neymar Jr

9  Romelu Lukaku

9  Gabriel Jesus

 

Técnico: Roberto Martínez

Técnico: Tite

 

SUPLENTES:

 

 

12 Simon Mignolet (G)

23 Ederson (G)

13 Koen Casteels (G)

16 Cássio (G)

23 Leander Dendoncker

14 Danilo (lesionado)

20 Dedryck Boyata

13 Marquinhos

3  Thomas Vermaelen

4  Pedro Geromel

17 Youri Tielemans

6  Filipe Luís

19 Mousa Dembélé

5  Casemiro (suspenso)

11 Yannick Ferreira Carrasco

18 Fred

16 Thorgan Hazard

8  Renato Augusto

18 Adnan Januzaj

7  Douglas Costa

14 Dries Mertens

21 Taison

21 Michy Batshuayi

20 Roberto Firmino

 

GOLS:

13′ Fernandinho (BEL) (gol contra)

31′ Kevin De Bruyne (BEL)

76′ Renato Augusto (BRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

47′ Toby Alderweireld (BEL)

71′ Thomas Meunier (BEL)

85′ Fernandinho (BRA)

90′ Fagner (BRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Willian (BRA) ↓

Roberto Firmino (BRA) ↑

 

58′ Gabriel Jesus (BRA) ↓

Douglas Costa (BRA) ↑

 

73′ Paulinho (BRA) ↓

Renato Augosto (BRA) ↑

 

83′ Nacer Chadli (BEL) ↓

Thomas Vermaelen (BEL) ↑

 

87′ Romelu Lukaku (BEL) ↓

Youri Tielemans (BEL) ↑


(Imagem: FIFA.com)

Melhores momentos da partida:

… 23/06/2018 – Alemanha 2 x 1 Suécia

Três pontos sobre…
… 23/06/2018 – Alemanha 2 x 1 Suécia


(Imagem: FIFA.com)

● Quando a seleção campeã do mundo entra em campo, é sempre a favorita contra qualquer adversário. E como de costume, os alemães apostavam em um trabalho de longo prazo. O técnico Joachim Löw assumiu a Nationalelf após o Mundial de 2006 e levou o time a um 3º lugar em 2010 e ao título em 2014. Para a Copa da Rússia em 2018, jogadores históricos como Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger e Miroslav Klose já haviam pendurado as chuteiras. Mas a renovação foi muito bem feita e o elenco estava tão qualificado quanto o de quatro anos antes ou até mais.

Em 2017, venceu a Copa das Confederações com um time praticamente reserva, quando brilharam as estrelas de Marc-André ter Stegen, Antonio Rüdiger, Joshua Kimmich, Julian Brandt e Timo Werner. Para a Copa, se juntaram a eles medalhões como Manuel Neuer, Mats Hummels, Jérôme Boateng, Sami Khedira, Toni Kroos, Mesut Özil e Thomas Müller. O estilo permanecia o mesmo: marcação sob pressão, posse de bola, toques rápidos e movimentação intensa. A Alemanha chegava muito forte e era considerada a maior favorita à conquista quinto título mundial.

A Suécia era um time pragmático, que jogava um futebol “certinho”: sem muita técnica, mas também sem dar nenhuma facilidade ao rival. Suas duas linhas de quatro bem postadas foram responsáveis por deixar para trás a Holanda e a Itália nas eliminatórias. Desde a Eurocopa de 2016, não contava mais com Zlatan Ibrahimović, sua maior estrela. Ele chegou a ser cogitado para disputar o Mundial, mas foi preterido pelo técnico Janne Andersson, que preferiu apostar no coletivo. Era personificada pelo seu novo capitão, o experiente zagueiro Andreas Granqvist. Tecnicamente, o maior destaque era o meia pela esquerda Emil Forsberg, do RB Leipzig. O ponto fraco da seleção Blågult (azul e amarela) era o ataque, onde ninguém convencia: Ola Toivonen, Marcus Berg e John Guidetti eram voluntariosos e apenas medianos. No primeiro jogo, venceu a Coreia do Sul por 1 x 0, com um gol de pênalti de Granqvist.

Na primeira rodada, os alemães sofreram diante do México e perderam por 1 x 0. Tocavam a bola e não conseguiam entrar na defesa mexicana. Com um pouco mais de pontaria, o placar poderia ter sido de 3 x 0 para mais.


A Alemanha jogou no sistema 4-2-3-1.


A Suécia atuou no 4-4-2 tradicional, com duas linhas de quatro.

● Joachim Löw resolveu fazer quatro mudanças no time titular em relação à péssima partida contra o México. Mats Hummels estava com problemas físicos e deu lugar a Antonio Rüdiger. Jonas Hector voltou a ser titular depois de se recuperar de uma lesão, no lugar de Marvin Plattenhardt. As demais mudanças foram técnicas: saiu a dupla consagrada Sami Khedira e Mesut Özil, para a entrada de Sebastian Rudy e Marco Reus.

Já nos primeiros instantes, a Alemanha começou a pressionar demais. Mas não foi uma pressão de qualquer jeito. Foram jogadas trabalhadas, articuladas, de movimentação dos meia-atacantes. Coisa de quem sabe o que deve fazer em campo, sem desespero. Mas a defesa sueca estava muito bem postada, como em quase todos os momentos de todos os jogos.

E aos 12′, quando a partida ainda estava empatada sem gols, a Suécia foi claramente prejudicada pela arbitragem. Em uma bola roubada e contra-ataque rápido, Marcus Berg ficou cara a cara com o goleiro Neuer, mas Boateng o alcançou na velocidade e o deslocou com a mão no ombro, além de uma pequena alavanca com o pé. O time sueco inteiro reclamou, mas tanto o árbitro quando o VAR decidiram que era lance normal. Uma decisão bastante subjetiva e vergonhosa que beneficiou os alemães.

Mas a Suécia não se intimidou e abriu o placar aos 32′. O detalhe é que dos 25 aos 31, a Alemanha estava com um jogador a menos, devido a um choque casual entre a chuteira de Ola Toivonen e o nariz de Rudy. O jogador alemão foi atendido, mas com suspeita de fratura no nariz e sangramento contínuo, teve que deixar o campo. Mas enquanto Rudy era atendido, a Suécia pressionava. E no minuto seguinte da entrada de Gündogan, Toni Kroos errou um passe (ele também erra passe!). Berg recuperou a bola, passou para Viktor Claesson, que lançou no alto para Ola Toivonen dentro da área. O camisa 20 dominou bonito e tocou por cobertura sobre Manuel Neuer. A bola ainda desviou em Jérôme Boateng e tomou o caminho do gol.

Vencendo por 1 a 0, a Suécia passou a fechar a “casinha” ainda mais. E a Alemanha pressionava. No intervalo, Joachim Löw trocou o nulo Julian Draxler por Mario Gómez, homem de área. Aliás… era pouco inteligente a insistência de Löw em Draxler – um jogador superestimado. Incrivelmente fora dos convocados para o Mundial, Leroy Sané fazia muita falta ao plantel alemão.


(Imagem: FIFA.com)

E logo aos 3′ do segundo tempo, Timo Werner (que passou a jogar na ponta esquerda) chutou cruzado, Mario Gómez tentou alcançar a bola sem conseguir e Marco Reus finalizou do jeito que deu, um misto de joelho com canela. Pouco importa. Importante foi o gol de empate, que manteve as esperanças alemãs vivas.

E dá-lhe blitz para cima dos suecos. A pressão passou a ser ainda mais intensa. E a Suécia foi se cansando. Mesmo depois que Boateng foi expulso por receber justamente o segundo cartão amarelo, os suecos não conseguiam contra-atacar, tampouco atacar.

Toni Kroos chamava o jogo e arriscava bastante. Em um de seus cruzamentos da esquerda, Mario Gomez cabeceou com perigo e o goleiro Robin Olsen fez uma excelente defesa, embora a bola tenha vindo em cima dele.

Com pouco a fazer, Löw tirou o lateral Hector e colocou o meia-atacante Julian Brandt. Em um de seus primeiros lances, ele recebeu fora da área, cortou para a perna esquerda e bateu bem. A bola explodiu na trave. Na volta, Timo Werner estava impedido, mas nem assim acertou o gol.

A Alemanha ainda lutava, não se contentando com o empate. E aos 49′ do segundo tempo, Jimmy Durmaz fez uma falta sem sentido no lado direito de sua área. Uma bola que normalmente seria cruzada. Mas qual equipe no mundo possui um talento como Toni Kroos, que coloca a bola onde quer?! E foi isso que o jogador do Real Madrid fez. Em uma jogada de dois lances com Marco Reus, Kroos bateu bonito, com curva, no ângulo esquerdo do goleiro Olsen. Um gol e uma partida para ficar para a história.

Pode-se dizer que o bom goleiro Robin Olsen falhou no gol de Kroos. Mas o mais xingado foi o atacante Jimmy Durmaz, que cometeu a falta sem necessidade. Filho de imigrantes assírios turcos, ele recebeu graves ofensas raciais por parte dos mais exaltados. A Federação Sueca precisou prestar queixas à polícia por causa de ofensas recebidas pelo atleta nas redes sociais. No treinamento do dia seguinte, o elenco sueco se reuniu atrás de Durmaz, que fez um pronunciamento à imprensa. Ao fim, ele disse: “Somos a Suécia” e todos os jogadores responderam juntos: “Vá se foder, racismo!”


(Imagem: FIFA.com)

● Essa derrota deu forças à Suécia, que venceu o México com muita autoridade por 3 x 0 e garantiu o primeiro lugar no grupo no critério de saldo de gols. Nas oitavas de final, contou com um gol de Forsberg para eliminar a Suíça (1 x 0). Nas quartas, não conseguiu bater de frente com o jovem e bom time da Inglaterra e perdeu por 2 x 0, caindo de pé.

Na terceira rodada, a Alemanha só dependia de si para se classificar. Bastava vencer a já eliminada Coreia do Sul. Mas, com jogadores anêmicos como Neuer, Özil e Müller, ainda foi surpreendida nos minutos finais e perdeu por 2 x 0, com gols aos 48 e aos 51 minutos do segundo tempo. Provavelmente, esses foram os minutos mais desastrosos da história vitoriosa da Nationalelf.

Nas últimas cinco Copas do Mundo, por quatro vezes os campeões foram eliminados na fase de grupos no Mundial seguinte. Apenas o Brasil de 2006 seguiu até as quartas de final. Em 2002, a França de Zinédine Zidane deu vexame. Em 2010 o papelão foi da Itália. Em 2014, a Espanha passou vergonha. E em 2018 foi a vez da Alemanha cair na fase de grupos pela primeira vez em sua história.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA 2 x 1 SUÉCIA

 

Data: 23/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium)

Público: 44.287

Cidade: Sóchi (Rússia)

Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)

 

ALEMANHA (4-2-3-1):

SUÉCIA (4-4-2):

1  Manuel Neuer (G)(C)

1  Robin Olsen (G)

18 Joshua Kimmich

2  Mikael Lustig

16 Antonio Rüdiger

3  Victor Lindelöf

17 Jérôme Boateng

4  Andreas Granqvist (C)

3  Jonas Hector

6  Ludwig Augustinsson

19 Sebastian Rudy

17 Viktor Claesson

8  Toni Kroos

7  Sebastian Larsson

13 Thomas Müller

8  Albin Ekdal

7  Julian Draxler

10 Emil Forsberg

11 Marco Reus

20 Ola Toivonen

9  Timo Werner

9  Marcus Berg

 

Técnico: Joachim Löw

Técnico: Janne Andersson

 

SUPLENTES:

 

 

22 Marc-André ter Stegen (G)

12 Karl-Johan Johnsson (G)

12 Kevin Trapp (G)

23 Kristoffer Nordfeldt (G)

15 Niklas Süle

16 Emil Krafth

4  Matthias Ginter

18 Pontus Jansson

5  Mats Hummels

14 Filip Helander

2  Marvin Plattenhardt

5  Martin Olsson

6  Sami Khedira

13 Gustav Svensson

21 İlkay Gündoğan

15 Oscar Hiljemark

14 Leon Goretzka

19 Marcus Rohdén

10 Mesut Özil

21 Jimmy Durmaz

20 Julian Brandt

22 Isaac Kiese Thelin

23 Mario Gómez

11 John Guidetti

 

GOLS:

32′ Ola Toivonen (SUE)

48′ Marco Reus (ALE)

90+5′ Toni Kroos (ALE)

 

CARTÕES AMARELOS:

52′ Albin Ekdal (SUE)

71′ Jérôme Boateng (ALE)

90+7′ Sebastian Larsson (SUE)

 

CARTÃO VERMELHO: 82′ Jérôme Boateng (ALE)

 

SUBSTITUIÇÕES:

31′ Sebastian Rudy (ALE) ↓

İlkay Gündoğan (ALE) ↑

 

INTERVALO Julian Draxler (ALE) ↓

Mario Gómez (ALE) ↑

 

74′ Viktor Claesson (SUE) ↓

Jimmy Durmaz (SUE) ↑

 

78′ Ola Toivonen (SUE) ↓

John Guidetti (SUE) ↑

 

87′ Jonas Hector (ALE) ↓

Julian Brandt (ALE) ↑

 

90′ Marcus Berg (SUE) ↓

Isaac Kiese Thelin (SUE) ↑

Melhores momentos da partida:

… 15/07/2018 – França 4 x 2 Croácia

Três pontos sobre…
… 15/07/2018 – França 4 x 2 Croácia


(Imagem: FIFA.com)

● No início da Copa do Mundo de 2018, a França era uma das seleções que chegava como favorita. Em momento algum encantou. Na estreia, sofreu para vencer a Austrália por 2 x 1, com um pênalti marcado pelo VAR e um gol contra. Depois, jogou bem apenas no primeiro tempo e venceu o Peru por 1 x 0. E, com os reservas, decepcionou ao não querer jogar contra a Dinamarca, no único 0 x 0 desse Mundial. Em compensação, fez brilhar os olhos dos amantes do futebol, quando o mancebo Kylian Mbappé destruiu a Argentina e o 4 x 3 foi um placar magro pelo que foi a partida. Nas quartas de final, Les Bleus foram cirúrgicos ao bater o Uruguai por 2 x 0. Nas semi, precisou de um gol de escanteio para vencer a Bélgica por 1 x 0. Na final, claramente era muito mais time que o adversário e era a grande favorita.

Mas a Croácia já havia dado várias mostras de sua superação em campo. Estreou vencendo a Nigéria por 2 x 0 em um jogo modorrento. Na sequência, arrasou a Argentina com um chocolate de 3 x 0. Na terceira rodada, usou os reservas e venceu a Islândia por 2 x 1. E depois começou o festival de prorrogações. Nas oitavas de final, empatou com a Dinamarca por 1 x 1 e venceu nos pênaltis. Nas quartas, empatou com a Rússia por 2 x 2 e, novamente, se classificou nos pênaltis. Nas semi, empatou com a Inglaterra no tempo normal e só venceu na prorrogação, por 2 x 1. Com isso, os croatas acabaram jogando mais 90 minutos a mais que os franceses, além de terem um dia a menos de descanso – pois jogaram na quarta, enquanto a França jogou na terça.


Didier Deschamps escalou a França com seus onze considerados titulares, no sistema 4-2-3-1.


Mesmo com o time esgotado fisicamente, Zlatko Dalić mandou seu time a campo no 4-2-3-1 e manteve a escalação da última partida.

● Logo aos 17 minutos de jogo, Antoine Griezmann emula Neymar, dobra as pernas ridiculamente e cai. O árbitro Néstor Pitana enxergou o que não houve e marcou a falta, mesmo com a grande pressão dos croatas – que estavam certos. Griezmann alçou a bola para a área e Mandžukić teve o azar de desviá-la de cabeça para o gol.

Com um gol proveniente de uma falta não existente, a França abriu o placar. Mario Mandžukić marcou o primeiro gol contra em uma final de Copa do Mundo, em toda a história. Esse Mundial dos gols contra, teve seu 12º marcado na final – o dobro do recorde anterior, que era de seis em 1998.

Luka Modrić cobrou uma falta para a área, mas Vida cabeceou por cima.

Em nova cobrança de falta, dessa vez do meio campo, aos 28 min, Modrić lançou na direita. Vrsaljko cabeceou para o meio da área. Mandžukić ganhou de Pogba pelo alto, Lovren desviou de cabeça e Vida tocou para trás. Perišić estava na meia lua e já dominou cortando para a perna esquerda, invadindo a área e enchendo o pé para o gol. A bola ainda desviou de leve em Varane antes de entrar. A Croácia ainda estava viva na decisão!

Seis minutos depois, Griezmann cobrou escanteio fechado, Matuidi cabeceou e a bola tocou na mão de Perišić, que estava com o braço aberto. Os franceses correram para cima do árbitro para reclamar o toque. E a Copa do VAR foi decidida também pelo VAR. O italiano Massimiliano Irrati, que nunca marca nada, que sempre vê as infrações dentro da área como “normais”, dessa vez chamou a atenção de Pitana e o convidou para ver o lance no vídeo. E o argentino, mesmo vendo e revendo o lance, aparentemente ainda em dúvida, assinalou corretamente o pênalti. A primeira intervenção do VAR em uma final de Copa foi certeira e fatal.


(Imagem: FIFA.com)

Griezmann partiu para a cobrança. O goleiro Subašić se mostrou na competição um exímio especialista em defesas de pênaltis, mas caiu um pouco antes para seu lado esquerdo e deixou o outro lado livre para o camisa 7 francês deslocá-lo.

Após cobrança de escanteio, Vida desviou de cabeça para fora.

No segundo tempo, Rakitić tocou para Rebić, que bateu de esquerda e Lloris espalmou para escanteio.

Mbappé foi lançado em velocidade, passou por Vida e chutou. Mas Subašić se antecipou, diminuindo o ângulo e fazendo a defesa.

Pouco depois, quatro pessoas invadiram o campo…

Aos 14′, Paul Pogba começou a jogada lançando Mbappé na ponta direita. O garoto passou por Strinić, foi à linha de fundo e cruzou para trás. Griezmann dominou e deixou com Pogba que emendou de primeira. Lovren rebateu e a bola voltou para o próprio Pogba chutar colocada de esquerda e marcar o terceiro gol. Subašić nem pulou.

Faltava o gol do prodígio Mbappé, que marcou aos vinte minutos. Lucas Hernández fez boa jogada pela esquerda e tocou para o camisa 10. Ele dominou na entrada da área e chutou rasteiro. Novamente o goleiro croata nem pulou. Com 19 anos e meio, Kylian Mbappé se tornou o segundo jogador mais jovem a marcar gol em uma final – só perde para Pelé, que tinha 17 anos e oito meses quando marcou na decisão de 1958.

Ainda deu tempo de o goleiro e capitão Hugo Lloris fazer uma bobagem. Aos 24′, ele recebeu de Umtiti e tentou driblar Mandžukić, que vinha na corrida. Mas o croata foi mais esperto, deixou o pé e diminuiu o placar. Um gol oriundo de uma das falhas mais bisonhas da história das finais de Copa. Sorte que sua equipe estava com boa diferença no placar. Faltou concentração e sobrou soberba a Lloris.


(Imagem: FIFA.com)

● Algumas observações precisam ser feitas. A França claramente mereceu vencer, mas… no lance do primeiro gol, Antoine Griezmann não sofreu falta. Ele buscou o contato e dobrou as pernas. O mundo inteiro que critica Neymar por exagerar quando sofre falta, é o mesmo mundo que aplaude Griezmann por ter “cavado” uma falta inexistente. Curiosamente, o árbitro escalado para a final nasceu na mesma Argentina que foi massacrada pela Croácia na primeira fase. Se a FIFA quisesse um árbitro isento, poderia ter escalado outro, como, por exemplo, o brasileiro Sandro Meira Ricci. Néstor Pitana, mesmo vendo o lance do pênalti no vídeo, ainda hesitou algumas vezes antes de assinalá-lo. E deve ter engolido seco.

Bola parada não ganha apenas jogo: ganha Copa do Mundo! Segundo a FIFA, dos 169 gols marcados no torneio, 71 foram originados em bola parada (cobranças de faltas diretas ou indiretas, escanteio e pênaltis).

Antoine Griezmann foi eleito discutivelmente pela FIFA o melhor jogador da partida. Kylian Mbappé praticamente não teve concorrentes para ser o melhor jogador jovem. Luka Modrić recebeu o prêmio de melhor jogador do torneio. Com muita técnica e disposição, capitão croata liderou sua seleção à final e mereceu o título. Modrić sempre foi um jogador que potencializa o futebol de seus companheiros. Agora, termina a Copa de 2018 como uma lenda.


(Imagem: FIFA.com)

Essa Croácia fica na história por não jogar com um meio campista originalmente defensivo. Quem fez essa função na maioria das vezes foi Marcelo Brozović, que na Internazionale é um meia de transição. Outras vezes, o meia mais defensivo era Ivan Rakitić, que de vez em quando faz essa função no Barcelona. Méritos do ofensivo treinador Zlatko Dalić, que em alguns jogos escalou juntos os atacantes Mario Mandžukić, Ante Rebić e Andrej Kramarić. (Enquanto isso, Nikola Kalinić deve estar jogando sinuca em algum lugar…)

Mas Zlatko Dalić deve ser questionado pelo excesso de confiança em seus titulares e a falta dela nos reservas. Milan Badelj fez uma partida formidável contra a Islândia e não recebeu mais oportunidades. Mateo Kovačić é um multifuncional e sempre incisivo quando entra, independentemente da função em campo, mas só entrava nos minutos finais das partidas. E, em uma final de Copa, precisando ir em busca do resultado, Dalić fez apenas duas alterações. Contestável.

Danijel Subašić foi um dos destaques da Croácia na Copa do Mundo, mas seu final não condiz com o que apresentou durante a competição. Ele atua no clube francês Monaco desde 2012. E seus adversários dessa noite se aproveitaram por conhecer a má fama que o goleiro tem de não se dar bem em chutes de longe. Com certeza Subašić poderia ter feito melhor nos chutes de Pogba e Mbappé que resultaram nos dois últimos gols franceses. Além disso, ainda caiu antes no pênalti cobrado por Griezmann.

A França se valeu de uma defesa muito forte, com o que há de melhor em Real Madrid (Raphaël Varane) e Barcelona (Samuel Umtiti), além da sempre ótima proteção de N’Golo Kanté e de dois zagueiros nas laterais (Benjamin Pavard e Lucas Hernández). Venceu essa Copa nos contra-ataques e nas bolas paradas. Pode até ser um estilo de jogo chato, mas é mortal e eficiente, principalmente com a jovialidade e a velocidade de Mbappé. Mesmo tendo sua convocação bastante contestada no início, Deschamps tem todos os méritos do mundo ao utilizar o máximo potencial de sua equipe e levá-la ao título. Foi justíssimo.


(Imagem: FIFA.com)

Didier Deschamps entra definitivamente para a história. É o terceiro na história a vencer a Copa do Mundo como jogador e técnico. Antes dele, somente o brasileiro Zagallo e o alemão Franz Beckenbauer haviam conseguido o feito. E somente o alemão e o francês o fizeram como capitão, o que é ainda mais raro.

Raphaël Varane também entrou para um seleto grupo de atletas que venceram a UEFA Champions League e a Copa do Mundo no mesmo ano. Os alemães Franz Beckenbauer, Gerd Muller, Paul Breitner, Sepp Maier, Uli Hoeneß, Hans-Georg Schwarzenbeck e Jupp Kapellmann venceram a UCL pelo Bayern de Munique em 1974. O francês Christian Karembeu jogava no Real Madrid em 1998, assim como o brasileiro Roberto Carlos em 2002 e o alemão Sami Khedira em 2014.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 4 x 2 CROÁCIA

 

Data: 15/07/2018

Horário: 18h00 locais

Estádio: Olímpico Luzhniki

Público: 78.011

Cidade: Moscou (Rússia)

Árbitro: Néstor Pitana (Argentina)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

CROÁCIA (4-2-3-1):

1  Hugo Lloris (G)(C)

23 Danijel Subašić (G)

2  Benjamin Pavard

2  Šime Vrsaljko

4  Raphaël Varane

6  Dejan Lovren

5  Samuel Umtiti

21 Domagoj Vida

21 Lucas Hernández

3  Ivan Strinić

13 N’Golo Kanté

11 Marcelo Brozović

6  Paul Pogba

7  Ivan Rakitić

14 Blaise Matuidi

10 Luka Modrić (C)

10 Kylian Mbappé

4  Ivan Perišić

7  Antoine Griezmann

18 Ante Rebić

9  Olivier Giroud

17 Mario Mandžukić

 

Técnico: Didier Deschamps

Técnico: Zlatko Dalić

 

SUPLENTES:

 

 

16 Steve Mandanda (G)

12 Lovre Kalinić (G)

23 Alphonse Areola (G)

1  Dominik Livaković (G)

19 Djibril Sidibé

13 Tin Jedvaj

3  Presnel Kimpembe

5  Vedran Ćorluka

17 Adil Rami

15 Duje Ćaleta-Car

22 Benjamin Mendy

22 Josip Pivarić

15 Steven Nzonzi

14 Filip Bradarić

12 Corentin Tolisso

19 Milan Badelj

8  Thomas Lemar

8 Mateo Kovačić

18 Nabil Fekir

20 Marko Pjaca

20 Florian Thauvin

9 Andrej Kramarić

11 Ousmane Dembélé

16 Nikola Kalinić (dispensado da delegação)

 

GOLS:

18′ Mario Mandžukić (FRA) (gol contra)

28′ Ivan Perišić (CRO)

38′ Antoine Griezmann (FRA) (pen)

59′ Paul Pogba (FRA)

65′ Kylian Mbappé (FRA)

69′ Mario Mandžukić (CRO)

 

CARTÕES AMARELOS:

27′ N’Golo Kanté (FRA)

41′ Lucas Hernández (FRA)

90+2′ Šime Vrsaljko (CRO)

 

SUBSTITUIÇÕES:

55′ N’Golo Kanté (FRA) ↓

Steven Nzonzi (FRA) ↑

 

71′ Ante Rebić (CRO) ↓

Andrej Kramarić (CRO) ↑

 

73′ Blaise Matuidi (FRA) ↓

Corentin Tolisso (FRA) ↑

 

81′ Olivier Giroud (FRA) ↓

Nabil Fekir (FRA) ↑

 

81′ Ivan Strinić (CRO) ↓

Marko Pjaca (CRO) ↑

(Imagem: Shaun Botterill / Getty Images)

Gols da decisão:

… 14/07/2018 – Bélgica 2 x 0 Inglaterra

Três pontos sobre…
… 14/07/2018 – Bélgica 2 x 0 Inglaterra


(Imagem: FIFA.com)

● Há quem defenda que não deveria existir o jogo que decide o terceiro e o quarto lugar em uma Copa do Mundo. Para ter a “chance” de disputar essa partida, a equipe tem que perder na semifinal. Normalmente os tims entram em campo desmotivados, sem a mínima vontade de disputar o pódio. Alguns técnicos escalam até mesmo times reservas ou jogadores que ainda não atuaram no torneio.

O técnico búlgaro Dimitar Penev, ao ver sua seleção perder por 4 a 0 no primeiro tempo, em 1994, foi taxativo: “Este jogo não deveria existir”.

O holandês Louis Van Gaal disse isso antes mesmo de sua equipe vencer o Brasil por 3 a 0 em 2014: “Acho que esse jogo nunca deveria ser jogado. Falo isso há dez, quinze anos. O que é pior é que existe a possibilidade de perder duas vezes seguidas. Em um torneio em que fizemos partidas maravilhosas, poderemos voltar para casa como perdedores”.

Mas o 3º lugar foi o primeiro grande resultado histórico da Seleção Brasileira, em 1938, imortalizando Domingos da Guia, Leônidas da Silva e outros craques da época.

E essa partida, entre os bons garotos ingleses e a “ótima geração belga” foi mais modorrento que o jogo entre ambas na primeira fase. Só não foi pior do que o insosso 0 a 0 entre França e Dinamarca, a única partida sem gols da Copa de 2018.

O técnico Roberto Martínez escalou a Bélgica no ofensivo 3-4-3, com Witsel e Tielemans fechando o meio e De Bruyne mais próximo do ataque.


A Inglaterra, do técnico Gareth Southgate, foi ao campo no sistema 3-5-2, com cinco alterações em relação ao time habitual.

● Assim como na derradeira partida do Grupo H, belgas e ingleses foram a campo com algumas alterações em relação às escalações habituais.

Ambas seleções mantiveram os seus respectivos sistemas táticos. Roberto Martínez deu chance ao meiocampista Youri Tielemans no onze titular. Gareth Southgate mexeu na defesa, com Phil Jones no lugar de Kyle Walker, e no meio, sacando Jordan Henderson, Dele Alli, Jesse Lingard e Ashley Young, escalando Eric Dier, Ruben Loftus-Cheek, Fabian Delph e Danny Rose.

Até por isso ficou claro que a Bélgica dava um pouco mais de importância para a partida.

Logo aos quatro minutos, a bola saiu do goleiro Courtois, passou por Chadli, que deixou com Lukaku no meio. O centroavante abriu na linha de fundo de novo com Chadli, que cruzou na área. Meunier apareceu como um raio para completar para o gol, de canela, do jeito que conseguiu.

Com o placar aberto, a Bélgica passou a jogar no contra-ataque e desperdiçou vários. Essa foi a partida desde então. A sonolenta Inglaterra propunha o jogo e a Bélgica não aproveitava os espaços.

Harry Keane teve chance de marcar seu sétimo gol no torneio, mas não o fez.

Após uma jogada ensaiada em cobrança de escanteio, Alderweireld quase anotou o segundo gol belga.

No segundo tempo, o English Team ficou mais perto do empate. Eric Dier tabelou com Rashford e tocou por cima de Courtois, mas Alderweireld salvou em cima da linha.

Em um contragolpe de manual, De Bruyne abriu na esquerda com Mertens, que cruzou na segunda trave onde Meunier emendou de primeira, para grande defesa de Pickford.

Aos 37′, De Bruyne deixou Hazard na cara do gol e ele não perdoou. 2 a 0 Bélgica.


(Imagem: FIFA.com)

● Uma coisa é certa: melhor se despedir do Mundial com uma vitória, deixando uma última boa impressão.

Embora não seja o que se esperava, esse resultado serve para consagrar a “ótima geração belga”, que termina na melhor colocação em suas treze Copas disputadas, superando a equipe de 1986, que contava com grandes jogadores como Jan Ceulemans, Jean-Marie Pfaff e Enzo Scifo.

Ainda é muito pouco perto do talento desse time. Mas a maioria dos atletas são jovens, que poderão retomar o sonho do título mundial em 2018. Apenas a defesa tem que ser renovada, pois os jogadores já estão na faixa dos 30 anos.

Assim como o “English Team”. Desde o início dessa preparação, eles tentavam tirar o peso da obrigação do título, dizendo que essa equipe estaria pronta apenas em 2022. Foi um bom resultado, além do previsto inicialmente. E terá que esperar mesmo mais quatro anos para quebrar um jejum que já dura 52 anos.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

BÉLGICA 2 x 0 INGLATERRA

 

Data: 14/07/2018

Horário: 17h00 locais

Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium)

Público: 64.406

Cidade: São Petesburgo (Rússia)

Árbitro: Alireza Faghani (Irã)

 

BÉLGICA (3-4-3):

INGLATERRA (3-5-2):

1  Thibaut Courtois (G)

1  Jordan Pickford (G)

2  Toby Alderweireld

16 Phil Jones

4  Vincent Kompany

5  John Stones

5  Jan Vertonghen

6  Harry Maguire

15 Thomas Meunier

12 Kieran Trippier

17 Youri Tielemans

21 Ruben Loftus-Cheek

6  Axel Witsel

4  Eric Dier

22 Nacer Chadli

17 Fabian Delph

7  Kevin De Bruyne

3  Danny Rose

10 Eden Hazard (C)

10 Raheem Sterling

9  Romelu Lukaku

9  Harry Kane (C)

 

Técnico: Roberto Martínez

Técnico: Gareth Southgate

 

SUPLENTES:

 

 

12 Simon Mignolet (G)

13 Jack Butland (G)

13 Koen Casteels (G)

23 Nick Pope (G)

23 Leander Dendoncker

22 Trent Alexander-Arnold

20 Dedryck Boyata

2  Kyle Walker

3  Thomas Vermaelen

15 Gary Cahill

19 Mousa Dembélé

18 Ashley Young

8  Marouane Fellaini

8  Jordan Henderson

11 Yannick Ferreira Carrasco

20 Dele Alli

16 Thorgan Hazard

7  Jesse Lingard

18 Adnan Januzaj

14 Danny Welbeck

14 Dries Mertens

19 Marcus Rashford

21 Michy Batshuayi

11 Jamie Vardy

 

GOLS:

4′ Thomas Meunier (BEL)

82′ Eden Hazard (BEL)

 

CARTÕES AMARELOS:

52′ John Stones (ING)

76′ Harry Maguire (ING)

90+3′ Axel Witsel (BEL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

39′ Nacer Chadli (BEL) ↓

Thomas Vermaelen (BEL) ↑

 

INTERVALO Danny Rose (ING) ↓

Jesse Lingard (ING) ↑

 

INTERVALO
Raheem Sterling (ING) ↓

Marcus Rashford (ING) ↑

 

60′ Romelu Lukaku (BEL) ↓

Dries Mertens (BEL) ↑

 

78′ Youri Tielemans (BEL) ↓

Mousa Dembélé (BEL) ↑

 

84′ Ruben Loftus-Cheek (ING) ↓

Dele Alli (ING) ↑

Melhores momentos da partida:

… 11/07/2018 – Croácia 2 x 1 Inglaterra

Três pontos sobre…
… 11/07/2018 – Croácia 2 x 1 Inglaterra


(Imagem: FIFA.com)

● Durante toda a Copa do Mundo, os ingleses tentaram tirar a pressão de cima de seus jogadores, dizendo que essa equipe estará realmente pronta para disputar o título no Qatar em 2022. Embora possua uma equipe jovem, com média de idade de 25,9 anos, são todos jogadores de nível técnico indiscutível. Quanto mais avançava na competição, mais isso ficava claro. E os torcedores sonhavam.

A Croácia terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento, com destaque no “chocolate” diante dos argentinos. Depois, se desgastou muito fisicamente ao precisar passar por duas decisões nos pênaltis. Mesmo com média de idade de 27,5 anos, os destaques são os “vovôs” Luka Modrić (32), Mario Mandžukić (32) e Danijel Subašić (33). Mas foi Ivan Perišić quem liderou as ações ofensivas nessa partida de hoje, que levou sua seleção para primeira final em sua curta história.


Zlatko Dalić escalou a Croácia no sistema 4-2-3-1.


A Inglaterra, do técnico Gareth Southgate, foi ao campo no sistema 3-5-2.

● E o placar foi aberto logo aos cinco minutos. O ala direito Kieran Trippier, um dos melhores jogadores da Copa, cobrou falta pouco antes da meia lua, no ângulo e sem chances de defesa para o goleiro Subašić.

Nesse momento parecia que a camisa dos Three Lions iria pesar mais. Estava com o contra-ataque à sua disposição, mas Raheem Sterling e Jesse Lingard fizeram outra partida desastrosa, em que erraram quase tudo que tentaram.

Henderson cobrou escanteio bem aberto e Maguire escorou para fora.

Por duas vezes, Ivan Perišić chutou de longe, mas em ambas a bola saiu a esquerda da baliza.

Após um lateral aos 30 min, Harry Keane fez o pivô, Dele Alli deixou com Lingard, que colocou Keane na cara do gol. Ele chutou e Subašić defendeu. Na sobra, o próprio Keane chutou na trave, a bola tocou no goleiro croata e saiu de perigo. Mas o bandeirinha já havia assinalado um impedimento bastante duvidoso logo no primeiro lance.

Na sequência, Ante Rebić pegou a sobra de uma jogada que ele mesmo havia criado e chutou de pé esquerdo, mas o goleiro Pickford defendeu em dois tempos.

Aos 35′, Dele Alli ajeita para Lingard bater da meia lua. Mesmo sem marcação, o camisa 7 bateu para fora. Lembrou muito o lance de Renato Augusto contra Bélgica, já no fim fo jogo: poderia escolher o canto, mas errou a finalização. O inglês também pagaria caro por isso.

No segundo tempo, Modrić cruzou, a zaga desviou e Perišić encheu o pé, mas a marcação estava em cima e cortou antes que colocasse o goleiro em perigo. Parecia não ser o dia de Perišić. Mas era!

Aos 23′, Vrsaljko cruzou da direita e Perišić se antecipou à marcação de Walker e escorou para o gol de pé esquerdo. Os jogadores ingleses reclamaram muito de jogo perigoso do croata. Muitos árbitros marcariam a infração, mas Cüneyt Çakır confirmou o gol.

Pouco depois, Perišić pedalou para cima da marcação e bateu cruzado. A bola foi na trave e Rebić não aproveitou a sobra. Era a vez da Croácia dominar o jogo e perder chances de matar o jogo. Os meninos ingleses etavam nervosos.

Brozović encontrou Mandžukić na área. Ele girou sobre a marcação e bateu, mas o goleiro defendeu.

Trippier cobrou falta da direita, mas Harry Keane não cabeceou em cheio.

Na prorrogação, aos 8′, Trippier bateu um escanteio da direita e John Stones cabeceou firme. Vrsaljko tirou de cabeça em cima da linha. Um milagre em um momento crucial como esse.

No final da primeira parte do tempo extra, Perišić cruzou da esquerda para Mandžukić, mas Pickford foi para a dividida com o atacante e fechou o gol.

Na segunda etapa, logo aos 2 min, Modrić cobrou escanteio rasteiro para a área e Brozović chutou nas redes pelo lado de fora.

Mas tudo se resolveria no minuto seguinte. Perišić ganhou uma disputa pelo alto e Mandžukić aproveitou para chutar cruzado de esquerda. Um belo gol. Uma prova de por quê um centroavante tem que acreditar em todas as bolas. A Croácia jogava melhor e virava o jogo naquele momento.

Ainda deu tempo para Brozović chutar da entrada da área e Pickford defender.


(Imagem: FIFA.com)

● Após o apito final, uma festa histórica para quem está fazendo história. Pela primeira vez, a Croácia está na final da Copa do Mundo. É a primeira vez em que uma seleção que não estava entre as maiores favoritas inicialmente acaba alcançando a decisão.

Na final, a França é claramente favorita e por vários motivos. O primeiro é a história de Les Bleus, finalista pela terceira vez. Além disso, a França tem um time melhor tecnicamente. Enquanto os destaques croatas estão no meio campo, na França eles estão em todos os setores do campo.

A Croácia chega muito mais desgastada fisicamente, não só por ter um dia a menos de descanso, mas também porque precisou de três prorrogações seguidas – além de duas decisões por pênaltis.

Mas por outro lado, a Croácia mostrou que não se importa em vencer favoritos, como eram Argentina e Inglaterra. E com certeza esse é o momento de todos os atletas darem um “gás a mais” em busca da realização do sonho de (quase) todo jogador: vencer a Copa do Mundo.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

CROÁCIA 2 X 1 INGLATERRA

 

Data: 11/07/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Olímpico Luzhniki

Público: 78.011

Cidade: Moscou (Rússia)

Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)

 

CROÁCIA (4-2-3-1):

INGLATERRA (3-5-2):

23 Danijel Subašić (G)

1  Jordan Pickford (G)

2  Šime Vrsaljko

2  Kyle Walker

6  Dejan Lovren

5  John Stones

21 Domagoj Vida

6  Harry Maguire

3  Ivan Strinić

12 Kieran Trippier

11 Marcelo Brozović

20 Dele Alli

7  Ivan Rakitić

8  Jordan Henderson

10 Luka Modrić (C)

7  Jesse Lingard

4  Ivan Perišić

18 Ashley Young

18 Ante Rebić

10 Raheem Sterling

17 Mario Mandžukić

9  Harry Kane (C)

 

Técnico: Zlatko Dalić

Técnico: Gareth Southgate

 

SUPLENTES:

 

 

12 Lovre Kalinić (G)

13 Jack Butland (G)

1  Dominik Livaković (G)

23 Nick Pope (G)

13 Tin Jedvaj

22 Trent Alexander-Arnold

5  Vedran Ćorluka

16 Phil Jones

15 Duje Ćaleta-Car

15 Gary Cahill

22 Josip Pivarić

3  Danny Rose

14 Filip Bradarić

4  Eric Dier

19 Milan Badelj

21 Ruben Loftus-Cheek

8 Mateo Kovačić

17 Fabian Delph

20 Marko Pjaca

14 Danny Welbeck

9 Andrej Kramarić

19 Marcus Rashford

16 Nikola Kalinić (dispensado da delegação)

11 Jamie Vardy

 

GOLS:

5′ Kieran Trippier (ING)

68′ Ivan Perišić (CRO)

109′ Mario Mandžukić (CRO)

 

CARTÕES AMARELOS:

48′ Mario Mandžukić (CRO)

54′ Kyle Walker (ING)

96′ Ante Rebić (CRO)

 

SUBSTITUIÇÕES:

74′ Raheem Sterling (ING) ↓

Marcus Rashford (ING) ↑

 

INÍCIO DA PRORROGAÇÃO Ashley Young (ING) ↓

Danny Rose (ING) ↑

 

95′ Ivan Strinić (CRO) ↓

Josip Pivarić (CRO) ↑

 

97′ Jordan Henderson (ING) ↓

Eric Dier (ING) ↑

 

101′ Ante Rebić (CRO) ↓

Andrej Kramarić (CRO) ↑

 

112′ Kyle Walker (ING) ↓

Jamie Vardy (ING) ↑

 

115′ Mario Mandžukić (CRO) ↓

Vedran Ćorluka (CRO) ↑

 

119′ Luka Modrić (CRO) ↓

Milan Badelj (CRO) ↑

Melhores momentos da partida:

… 10/07/2018 – França 1 x 0 Bélgica

Três pontos sobre…
… 10/07/2018 – França 1 x 0 Bélgica


(Imagem: FIFA.com)

● Dois tabus foram quebrados na primeira partida semifinal da Copa do Mundo de 2018 entre França e Bélgica. Até essa edição do Mundial, em toda a história das semifinais sempre tivemos pelo menos uma dessas seleções: Brasil, Alemanha, Itália ou Argentina. Mas 2018 rompeu essa lógica.

Outra escrita mais recente que não foi mantida é que, desde 1990, toda seleção que elimina o Brasil chega na final. Mas a “ótima geração belga” não conseguiu atuar no mesmo nível dos jogos anteriores, foi inferior e eliminada.

Um dos principais motivos da eliminação belga foi o nível mediano do futebol apresentado por Kevin De Bruyne na partida de hoje. Ele, que costuma ser o “motor” do meio campo e ataque dos “Diables Rouges”, não funcionou.

A Bélgica sentiu falta também do ala direito Thomas Meunier. Sem ele, Nacer Chadli foi para a direita e ninguém foi escalado na esquerda. Com isso, Vertonghen ficava sem alguém para dar o primeiro combate na marcação a intrépido Mbappé.


Didier Deschamps escalou a França no 4-3-3. Sem a bola, Mbappé e Griezmann recuavam e o sistema se transformava no 4-2-3-1.


O técnico espanhol Roberto Martínez armou a Bélgica no 3-4-3. Com a ausência de Thomas Meunier, suspenso, Dembélé foi titular no meio campo. Com isso, Chadli foi jogar na ala direita e ninguém jogou na esquerda. Nas ações ofensivas, Hazard caía pelo lado esquerdo. Mas quando precisava se defender, não havia alguém que auxiliasse Vertonghen.

● A França começou pressionando e trocando muitos passes nos primeiros segundos. A Bélgica só tocou pela primeira vez na bola com dois minutos e quarenta segundos. Depois, começou o equilíbrio de parte a parte, com a Bélgica dominando mais a posse de bola.

A primeira chance criada foi pelos franceses, aos 12 minutos, em um lançamento rasteiro de Pogba para Mbappé. Mas a bola correu mais que o garoto e Courtois saiu para ficar com ela.

Aos 15. Dembélé ganhou de cabeça no meio e De Bruyne achou Hazard dentro da área. O capitão belga bateu cruzado, com muito perigo, mas a bola foi para fora.

Aos 17′, Matuidi pegou a sobra na entrada da área e encheu o pé. Mas o goleiro Courtois segurou em dois tempos.

No minuto seguinte, Hazard cortou da esquerda para o meio e bateu. A bola tinha endereço, mas Varane desviou de cabeça para escanteio.

Após cobrança de escanteio aos 21′, Alderweireld bateu de esquerda e Lloris espalmou para fora. Uma grande defesa!

Aos 30′, Pavard cruzou à meia altura e Mbappé desviou para fora.

Pouco depois, Mbappé recebeu lançamento na direita e cruzou de primeira para dentro da área. Olivier Giroud não conseguiu finalizar.

Aos 39′, Mbappé avançou na diagonal partindo da direita. Ao entrar na área, ele tocou para a infiltração de Pavard. O lateral bateu cruzado, mas Courtois fez um milagre ao fechar o ângulo e defender com a perna direita.

No último lance antes do intervalo, Hazard cruzou da direita Umtiti furou, mas Lukaku não esperava a bola, que bateu nele e saiu.

Foi um primeiro tempo muito limpo, tanto que a primeira falta do jogo foi só aos 16:39. Mas o jogo esquentaria um pouquinho na etapa final.

Logo no segundo minuto, Witsel cruzou da direita, mas Lukaku cabeceou por cima.


(Imagem: FIFA.com)

Aos 5’34”, Griezmann cobrou escanteio fechado e Umtiti saiu da marcação de Alderweireld, se antecipou ao gigante Fellaini e desviou para o gol.

Em 61 partidas, esse foi o 59º gol oriundo de bola parada, do total de 158 tentos anotados. Bola parada decide não só uma partida, mas também um campeonato. Talvez até a história.

Aos 10, um lance de puro talento de Mbappé. Ele recebeu de Matuidi e, de costas para o gol, tocou de calcanhar para Giroud finalizar. Mas o centroavante foi travado por Dembélé na “hora H”.

Depois, Lukaku abriu na direita para Mertens cruzar. A zaga escorou de cabeça, mas De Bruyne não aproveitou a sobra e chutou mascado.

A chance mais clara para sair o gol belga foi aos 19 minutos. Mertens cruzou da direita e ganhou de Pogba pelo alto, mas cabeceou para fora. Essa bola passou muito perto da trave esquerda de Lloris.

Depois, não vimos mais aquele ótimo toque de bola que essa “ótima geração belga” nos acostumou. Passaram a alçar bolas na área a qualquer custo, mas nenhuma resultou em conclusão.

E a França foi deixando o jogo passar. E ainda perdeu chances de aumentar o placar. No finalzinho, Tolisso teve chance de marcar, mas Courtois fez uma bela defesa.


(Imagem: FIFA.com)

● A Bélgica terá que esperar mais quatro anos para tentar conquistar seu primeiro título mundial.

Com todos os méritos, a França está de volta à final após 12 anos. Didier Deschamps tentará ser o terceiro a conquistar a Copa como jogador e técnico, juntamente com Zagallo e Franz Beckenbauer (o segundo como capitão e treinador, juntamente com o “Kaiser”).

Embora tenha sido criticado (até exageradamente) pela convocação, Deschamps fez uma frança ao seu molde. As qualidades francesas são claras: solidez defensiva, meio campo combativo e criativo, além de ataque e contra-ataque rápido. Porém, seu maior craque, que deveria ser Antoine Griezmann pouco brilhou nessa Copa do Mundo. Hoje, ficou eclipsado no meio dos volantes belgas. Raramente apareceu como uma estrela de sua grandeza deveria fazer.

O outro finalista será decidido amanhã, no confronto entre “Inglaterra x Croácia”. Independente de quem for o adversário, a França é claramente favorita. Mas favoritismo não significa que conquistará o título.

Aguardamos ansiosamente o próximo domingo, para sabermos quem será o campeão mundial de futebol pelos próximos quatro anos.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 1 x 0 BÉLGICA

 

Data: 10/07/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium)

Público: 64.286

Cidade: São Petesburgo (Rússia)

Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

BÉLGICA (3-5-2):

1  Hugo Lloris (G)(C)

1  Thibaut Courtois (G)

2  Benjamin Pavard

2  Toby Alderweireld

4  Raphaël Varane

4  Vincent Kompany

5  Samuel Umtiti

5  Jan Vertonghen

21 Lucas Hernández

22 Nacer Chadli

13 N’Golo Kanté

8  Marouane Fellaini

6  Paul Pogba

6  Axel Witsel

14 Blaise Matuidi

19 Mousa Dembélé

10 Kylian Mbappé

7  Kevin De Bruyne

7  Antoine Griezmann

10 Eden Hazard (C)

9  Olivier Giroud

9  Romelu Lukaku

 

Técnico: Didier Deschamps

Técnico: Roberto Martínez

 

SUPLENTES:

 

 

16 Steve Mandanda (G)

12 Simon Mignolet (G)

23 Alphonse Areola (G)

13 Koen Casteels (G)

19 Djibril Sidibé

23 Leander Dendoncker

3  Presnel Kimpembe

20 Dedryck Boyata

17 Adil Rami

3  Thomas Vermaelen

22 Benjamin Mendy

15 Thomas Meunier (suspenso)

15 Steven Nzonzi

17 Youri Tielemans

12 Corentin Tolisso

11 Yannick Ferreira Carrasco

8  Thomas Lemar

16 Thorgan Hazard

18 Nabil Fekir

18 Adnan Januzaj

20 Florian Thauvin

14 Dries Mertens

11 Ousmane Dembélé

21 Michy Batshuayi

 

GOL: 51′ Samuel Umtiti (FRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

51′ Eden Hazard (BEL)

71′ Toby Alderweireld (BEL)

87′ N’Golo Kanté (FRA)

90+3′ Kylian Mbappé (FRA)

90+4′ Jan Vertonghen (BEL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

60′ Mousa Dembélé (BEL) ↓

Dries Mertens (BEL) ↑

 

80′ Marouane Fellaini (BEL) ↓

Yannick Ferreira Carrasco (BEL) ↑

 

85′ Olivier Giroud (FRA) ↓

Steven Nzonzi (FRA) ↑

 

86′ Blaise Matuidi (FRA) ↓

Corentin Tolisso (FRA) ↑

 

90+1′ Nacer Chadli (BEL) ↓

Michy Batshuayi (BEL) ↑

Melhores momentos da partida:

… 07/07/2018 – Rússia 2 x 2 Croácia

Três pontos sobre…
… 07/07/2018 – Rússia 2 x 2 Croácia


(Imagem: FIFA.com)

● A Rússia lutou bravamente. Contra limitações técnicas, contra os críticos, contra a desconfiança geral, contra a pressão do governo e da federação, contra os adversários em campo. Lutou contra tudo e contra todos. E foi além de seu limite.

Muitos diziam que seu limite seria ainda na fase de grupos, como foi na Copa das Confederações no ano passado. Mas, após passar pela primeira fase pela primeira vez após a dissolução da União Soviética, raros acreditavam que a dona da casa conseguira superar a badalada Espanha. Com uma aula tática do técnico Stanislav Cherchesov, parou o ímpeto da Fúria e venceu nos pênaltis, com uma jornada inspirada do goleiro e capitão Igor Akinfeev.

A torcida já estava em êxtase. Mas os sonhos não têm limites. E a Rússia sonhou acordada, quando abriu o placar. Depois, veio o pesadelo com a virada na prorrogação. Mas, ainda antes de acordar, o brasileiro Mário Fernandes empatou a partida.

Veio novamente a decisão por pênaltis, a tênue linha que divide os heróis dos vilões. O próprio Mário Fernandes que possibilitou aos russos sonharem, foi o mesmo que errou um dos pênaltis que trouxe o choque de realidade com a eliminação.

A Rússia está fora da Copa que organiza. Mas caiu de pé, com muito orgulho.


As duas equipes atuaram no sistema tático 4-2-3-1.

● Nem parecia aquela Rússia toda fechada contra a Espanha. O técnico Stanislav Cherchesov abandonou o sistema com cinco defensores e voltou ao tradicional 4-2-3-1. No início, houve até uma marcação sob pressão na saída de bola croata, que deu certo por vários momentos, obrigando o adversário a fazer a ligação direta.

E começou assustando no ataque logo no início do jogo. Golovin cruzou da linha de fundo, Vrsaljko cortou mal, mas Dzyuba chutou em cima de Lovren.

Aos cinco minutos, Rebić chutou cruzado da linha de fundo e Akinfeev espalmou para fora. Após escanteio, Lovren ajeitou de cabeça e Rebić cabeceou por cima.

Vrsaljko cruzou rasteiro e Mandžukić finalizou muito mal. Pouco depois, Vrsaljko centrou a bola da direita e Perišić desviou para fora.

E aquela pressão inicial russa foi deixando de existir. Aos poucos, o time foi recuando todo para atrás da linha da bola para apostar no contra-ataque. Deu certo.

Aos 30 minutos, Cheryshev avançou pelo meio, tabelou com Dzyuba e chutou da entrada da área. A bola foi morrer no ângulo do goleiro Subašić, que só olhou e rezou. Esse foi o quarto gol de Denis Cheryshev nessa Copa do Mundo.

Oito minutos depois, com liberdade, Mandžukić invadiu e cruzou da esquerda para a pequena área. Kramarić apareceu para desviar de cabeça e igualar o placar.

Aos seis minutos do segundo tempo, após lançamento da direita, Kramarić tentou uma bicicleta, mas o goleiro Akinfeev foi firme na defesa.

Aos 15′, Strinić cruzou da esquerda, Kramarić emendou de volta da segunda trave e Akinfeev se chocou contra um companheiro russo. Na sobra, Perišić dominou, limpou a marcação e cruzou cruzado. A bola tocou na trave esquerda e correu rente à linha de gol. Mas a bola não chegou a entrar.

No 26º minuto, Mário Fernandes cruzou da direita e Yerokhin cabeceou por cima.

No fim do jogo, o goleiro croata Danijel Subašić sente uma lesão na coxa direita e precisou de atendimento médico. Como a Croácia já havia feito as três substituições, era necessário que o jogo fosse para a prorrogação para substituir o goleiro. Mas Subašić não só continuaria até o fim do tempo extra, mas também voltaria a ser herói na disputa por pênaltis.

No último lance do tempo normal, ele ainda foi testado por Fyodor Smolov, que encheu o pé, sem ângulo, mas Subašić fez a defesa.


(Imagem: FIFA.com)

Na prorrogação, o jogo ficou muito truncado. As equipes estavam muito cansadas e criaram muito pouco. Só mesmo a bola parada para resolver. E ela seria a solução para os dois lados.

Aos 11 minutos, Luka Modrić cobrou escanteio e Vida cabeceou. A bola passou por três jogadores e entrou no cantinho esquerdo de Akinfeev. Era a virada croata.

No meio do segundo tempo extra, Dzagoev cobrou escanteio para a área e Subašić saiu de soco. Kuzyayev pegou o rebote e chutou de primeira e o goleiro croata agarrou com segurança.

Smolov invadiu a área pelo lado esquerdo, cortou a marcação e cruzou alto, mas Subašić voou para cortar e afastar o perigo.

Aos 10′ do segunto tempo da prorrogação, Dzagoev cobrou falta do bico direito da área. A bola foi na cabeça do brasileiro naturalizado Mário Fernandes, que subiu no meio da zaga e cabeceou no canto direito do goleiro croata. Tudo igual em Sóchi.

No último lance dos 120 minutos, Zobnin chutou rasteiro da intermediária e Subašić defendeu.


(Imagem: FIFA.com)

● E a partida, empatada nos 90 minutos e na prorrogação, foi decidida nos tiros livres da marca do pênalti. E começou com um erro. Fyodor Smolov, que antes da Copa era a maior esperança russa de fazer uma boa competição, praticamente recuou sua cobrança para a defesa de Subašić. Brozović marcou o primeiro para a Croácia e Dzagoev igualou. Kovačić bateu no canto direito e Akinfeev defendeu. Mário Fernandes pegou mal e bateu para fora. Depois, todos acertaram: Modrić, Ignashevich, Vida e Kuzyayev. Assim como nas oitavas de final, coube a Ivan Rakitić converter o último penal que garantiu sua seleção na próxima fase.

Vinte anos depois, a Croácia volta a disputar as semifinais da Copa do Mundo. Agora, vai enfrentar a Inglaterra, que venceu a Suécia por 2 a 0. Pelo peso da camisa e por já ter conquistado um título, o English Team é favorito. Mas a Croácia provou que é uma equipe completa, talentosa em todas suas posições. Se chegar à decisão, não será uma zebra.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

RÚSSIA 2 x 2 CROÁCIA

 

Data: 07/07/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium)

Público: 44.287

Cidade: Sóchi (Rússia)

Árbitro: Sandro Meira Ricci (Brasil)

 

RÚSSIA (4-2-3-1):

CROÁCIA
(4-2-3-1):

1  Igor Akinfeev (G)(C)

23 Danijel Subašić (G)

2  Mário Fernandes

2  Šime Vrsaljko

3  Ilya Kutepov

6  Dejan Lovren

4  Sergei Ignashevich

21 Domagoj Vida

13 Fyodor Kudryashov

3  Ivan Strinić

11 Roman Zobnin

7  Ivan Rakitić

7  Daler Kuzyayev

10
Luka Modrić (C)

19 Aleksandr Samedov

18
Ante Rebić

17 Aleksandr Golovin

9 Andrej Kramarić

6  Denis Cheryshev

4  Ivan Perišić

22 Artem Dzyuba

17
Mario Mandžukić

 

Técnico: Stanislav Cherchesov

Técnico:
Zlatko Dalić

 

SUPLENTES:

 

 

12 Andrey Lunyov (G)

12 Lovre Kalinić (G)

20 Vladimir Gabulov (G)

1  Dominik Livaković (G)

5  Andrei Semyonov

13 Tin Jedvaj

14 Vladimir Granat

5  Vedran Ćorluka

23 Igor Smolnikov

15 Duje Ćaleta-Car

18 Yuri Zhirkov

22 Josip Pivarić

8  Yury Gazinsky

14
Filip Bradarić

21 Aleksandr Yerokhin

19
Milan Badelj

15 Aleksei Miranchuk

11
Marcelo Brozović

16 Anton Miranchuk

8 Mateo Kovačić

9  Alan Dzagoev

20 Marko Pjaca

10 Fyodor Smolov

16 Nikola Kalinić (dispensado
da delegação)

 

GOLS:

31′ Denis Cheryshev (RUS)

39′ Andrej Kramarić (CRO)

101′ Domagoj Vida (CRO)

115′ Mário Fernandes (RUS)

 

CARTÕES AMARELOS:

35′ Dejan Lovren (CRO)

38′ Ivan Strinić (CRO)

101′ Domagoj Vida (CRO)

109′ Yury Gazinsky (RUS)

114′ Josip Pivarić (CRO)

 

SUBSTITUIÇÕES:

54′ Aleksandr Samedov (RUS) ↓

Aleksandr Yerokhin (RUS) ↑

 

63′ Ivan Perišić (CRO) ↓

Marcelo Brozović (CRO) ↑

 

67′ Denis Cheryshev (RUS) ↓

Fyodor Smolov (RUS) ↑

 

74′ Ivan Strinić (CRO) ↓

Josip Pivarić (CRO) ↑

 

79′ Artem Dzyuba (RUS) ↓

Yury Gazinsky (RUS) ↑

 

88′ Andrej Kramarić (CRO) ↓

Mateo Kovačić (CRO) ↑

 

97′ Šime Vrsaljko (CRO) ↓

Vedran Ćorluka (CRO) ↑

 

102′ Aleksandr Golovin (RUS) ↓

Alan Dzagoev (RUS) ↑

 

DECISÃO POR PÊNALTIS:

RÚSSIA 3

CROÁCIA 4

Fyodor Smolov (perdeu, fraca à meia altura no canto esquerdo, defendido por Subašić)

Marcelo Brozović (gol, no ângulo direito)

Alan Dzagoev (gol, no canto direito, deslocando o goleiro)

Mateo Kovačić (perdeu, no canto direito, defendido por Akinfeev)

Mário Fernandes (perdeu, para fora, no canto esquerdo)

Luka Modrić (gol, à esquerda defendido por Akinfeev, a bola bateu nas duas traves antes de entrar)

Sergei Ignashevich (gol, no canto esquerdo, deslocando Subašić)

Domagoj Vida (gol, no ângulo esquerdo, deslocando o goleiro)

Daler Kuzyayev (gol, no canto esquerdo, deslocando o goleiro)

Ivan Rakitić (gol, no canto esquerdo, deslocando Akinfeev)

Melhores momentos da partida:

… 07/07/2018 – Suécia 0 x 2 Inglaterra

Três pontos sobre…
… 07/07/2018 – Suécia 0 x 2 Inglaterra


(Imagem: FIFA.com)

● Inglaterra e Suécia são duas das mais tradicionais escolas do futebol mundial. Ambas tentam recuperar o protagonismo de outras épocas.

Os suecos jogam um futebol extremamente tático e eficiente. Sofreu apenas dois gols, ambos na derrota para a Alemanha. E marcou seis gols, em todas as quatro partidas disputadas até então. E foi “comendo pelas beiradas” que a Suécia chegou nas quartas de final.

Os ingleses insistem que o jovem time deles está sendo preparado para a Copa de 2022, no Qatar. Mas já estão entre os semifinalistas, com grandes chances de chegar à decisão. Então, sonhar com o título não é loucura. O técnico Gareth Southgate conhece essa geração desde as divisões de base da seleção. Possui um sistema tático bem definido e que vem apresentando resultados satisfatórios. Outro fator fundamental é boa fase de jogadores importantes, como o capitão e artilheiro Harry Keane e o goleiro Jordan Pickford.

O retrospecto desse confronto é extremamente equilibrado. Em 24 partidas, foram oito vitórias ingleses, sete vitórias suecas e nove empates. Em Copas do Mundo, foram dois empates na fase de grupos: 1 x 1, em 2002, e 2 x 2, em 2006.


A Suécia atuou no 4-4-2 tradicional.


A Inglaterra, do técnico Gareth Southgate, foi ao campo no sistema 3-5-2.

● Aos doze minutos de bola rolando, Viktor Claesson arriscou da intermediária e a bola passou perto, assustando o goleiro inglês Jordan Pickford.

Aos 19′, Trippier tocou para Sterling, que avançou em alta velocidade até a meia lua. Harry Keane vinha na corrida e chuta rasteiro, mas a bola saiu à esquerda do gol. Curiosidade: esse foi a sétima finalização de Keane no Mundial e a primeira que não resultou em gol.

No trigésimo minuto, Ashley Young cobrou escanteio da esquerda na altura da marca do pênalti. Harry Maguire veio na corrida e cabeceou forte, sem chances para o goleiro Robin Olsen, para abrir o placar.

Aos 43′, Maguire recuperou a bola e passou para Keane. O capitão deixou com Lingard, que deixou Sterling na cara do gol. Ele chutou em cima do goleiro. Mas o jogo já estava parado, pois o bandeirinha tinha assinalado impedimento de Sterling.

Sterling voltou a perder um gol feito no minuto seguinte. Ele recebeu lançamento longo de Henderson, dominou na área e tentou driblar o goleiro Olsen, que tocou na bola. Na sobra, o camisa 10 inglês tentou finalizar, mas chutou em cima da defesa já recomposta. Sterling tem cansado de perder gols nessa Copa.

Nos primeiros instantes do segundo tempo, Augustinsson cruzou da esquerda e Marcus Berg apareceu na segunda trave para cabecear bem, mas Pickford fez um milagre e espalmou para o lado.

Aos nove minutos, Ashley Young cobrou falta para a área. Maguire subiu e cabeceou para o segundo pau. Sterling tentou a bicicleta, mas mandou em cima da zaga. A bola sobrou de novo para cabeçada de Maguire, mas Krafth aliviou o perigo tirando a bola da área.

Aos 14 min, Trippier foi à linha de fundo e tocou para trás. Lingard cruzou na cabeça de Dele Alli, que completou para o gol. Uma bela jogada construída com troca de passes, que resulta em bola aérea, especialidade britânica.

Três minutos depois, Claesson fez ótima jogada pela direita e Ola Toivonen cruzou rasteiro para Berg, que ajeitou para Claesson chutar rente ao chão. Pickford voou no cantinho direito e espalmou para o lado. Na sobra, Claesson tentou de novo, mas foi travado pela zaga. Nesse lance, Suécia mostrou toda sua qualidade, que a fez estar entre as oito melhores seleções do planeta. Só faltou o gol, negado pelo goleiro inglês.

Na metade do segundo tempo, Trippier cobrou escanteio da direita. Após um bate-rebate no meio da área, Maguire chutou forte de esquerda, mas a bola subiu demais.

Aos 27′, Guidetti cruzou da esquerda, Berg dominou e bateu alta, para nova defesaça de Pickford.


(Imagem: FIFA.com)

● Foi uma partida burocrática, em que ambas as equipes apostaram forte no jogo aéreo. A Inglaterra foi mais objetiva e conseguiu os gols. A Suécia não teve o mesmo ímpeto dos últimos jogos e não conseguiu ser incisiva. Quando conseguiu finalizar com perigo, o goleiro inglês Jordan Pickford fez os seus milagres.

Por mais que tenha sua tradição, a Suécia não era favorita nem para passar da primeira fase, em um grupo com Alemanha e México. Passou em primeiro da chave. Venceu a Coreia do Sul, vendeu caro a derrota para a Alemanha no último minuto e goleou o México. Venceu com tranquilidade a Suíça e fez uma partida razoável contra a Inglaterra. O saldo é muito positivo, se mostrando uma boa equipe. Dois jogadores suecos são cotados para a seleção da Copa: o zagueiro e capitão Andreas Granqvist (indiscutível) e o bom lateral esquerdo Ludwig Augustinsson. Destaque também para o meia direita Viktor Claesson, um dos poucos a buscar com frequência as jogadas individuais.

A Inglaterra conseguiu chegar nas semifinais pela terceira vez em sua história. Em 1966, venceu Portugal de Eusébio e seguiu rumo ao título. Em 1990, perdeu nos pênaltis para a Alemanha Ocidental e terminou em 4º lugar após perder também para a Itália.

O English Team já quebrou barreiras. Mas tem potencial para muito mais. Na próxima quarta-feira, encara a Croácia em busca de fazer história e disputar a final no dia 15, contra o vencedor de “França x Bélgica”.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

SUÉCIA 0 x 2 INGLATERRA

 

Data: 07/07/2018

Horário: 18h00 locais

Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara)

Público: 39.991

Cidade: Samara (Rússia)

Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)

 

SUÉCIA (4-4-2):

INGLATERRA (3-5-2):

1  Robin Olsen (G)

1  Jordan Pickford (G)

16 Emil Krafth

2  Kyle Walker

3  Victor Lindelöf

5  John Stones

4  Andreas Granqvist (C)

6  Harry Maguire

6  Ludwig Augustinsson

12 Kieran Trippier

7  Sebastian Larsson

20 Dele Alli

8  Albin Ekdal

8  Jordan Henderson

17 Viktor Claesson

7  Jesse Lingard

10 Emil Forsberg

18 Ashley Young

20 Ola Toivonen

10 Raheem Sterling

9  Marcus Berg

9  Harry Kane (C)

 

Técnico: Janne Andersson

Técnico: Gareth Southgate

 

SUPLENTES:

 

 

12 Karl-Johan Johnsson (G)

13 Jack Butland (G)

23 Kristoffer Nordfeldt (G)

23 Nick Pope (G)

2  Mikael Lustig (suspenso)

22 Trent Alexander-Arnold

14 Filip Helander

16 Phil Jones

5  Martin Olsson

15 Gary Cahill

18 Pontus Jansson

3  Danny Rose

13 Gustav Svensson

4  Eric Dier

15 Oscar Hiljemark

21 Ruben Loftus-Cheek

19 Marcus Rohdén

17 Fabian Delph

21 Jimmy Durmaz

14 Danny Welbeck

22 Isaak Kiese Thelin

19 Marcus Rashford

11 John Guidetti

11 Jamie Vardy

 

GOLS:

30′ Harry Maguire (ING)

59′ Dele Alli (ING)

 

CARTÕES AMARELOS:

87′ Harry Maguire (ING)

87′ John Guidetti (SUE)

90+4′ Sebastian Larsson (SUE)

 

SUBSTITUIÇÕES:

65′ Ola Toivonen (SUE) ↓

John Guidetti (SUE) ↑

 

65′ Emil Forsberg (SUE) ↓

Martin Olsson (SUE) ↑

 

77′ Dele Alli (ING)↓

Fabian Delph (ING) ↑

 

85′ Jordan Henderson (ING) ↓

Eric Dier (ING) ↑

 

85′ Emil Krafth (SUE) ↓

Pontus Jansson (SUE) ↑

 

90+1′ Raheem Sterling (ING) ↓

Marcus Rashford (ING) ↑

Melhores momentos da partida: