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… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha

Três pontos sobre…
… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

● Desde o sorteio, as expectativas eram altíssimas para essa partida. E a espera se pagou, com um dos melhores jogos das últimas Copas.

A Espanha ainda sofria pelo fim da geração “tiki-taka”. Carles Puyol e Xabi Alonso haviam aposentado e outros ícones já não estavam no radar da seleção, como Iker Casillas, Cesc Fàbregas, David Villa e Fernando Torres. A renovação necessária foi muito bem feita pelo técnico Julen Lopetegui, dando maior protagonismo a jogadores como Koke, Isco, Thiago Alcântara e Marco Asensio. Mas eram os experientes remanescentes que ainda ditavam o ritmo: Sergio Ramos, Gerard Piqué, Sergio Busquets, Jordi Alba, David Silva e Andrés Iniesta.

Com essa junção de juventude e experiência, a Fúria foi dominante nas eliminatórias para o Mundial de 2018, com nove vitórias e apenas um empate (com a Itália, em Turim).

Mas uma bomba explodiu dois dias antes da estreia na Copa: o treinador Julen Lopetegui foi demitido pela divulgação da informação que ele havia acertado com o Real Madrid para depois do Mundial. No gigante espanhol, Lopetegui seria um fiasco e demitido ainda em outubro de 2018.

O ídolo madridista Fernando Hierro era coordenador técnico da seleção e assumiu como treinador às vésperas.


(Imagem: FIFA.com)

● Do outro lado, Portugal vinha credenciado pelo título da Eurocopa 2016, vencendo a França na final em pleno Stade de France.

O técnico Fernando Santos tinha um time com bons coadjuvantes, como o goleiro Rui Patrício, o zagueiro Pepe, o meia João Moutinho, além dos meia-atacantes Bernardo Silva, Gonçalo Guedes, Bruno Fernandes e Ricardo Quaresma. Mas, a bem da verdade, era um “exército de um homem só”: Cristiano Ronaldo.

CR7 já tinha sido eleito cinco vezes como o melhor jogador do mundo: 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017. Estava em seu auge técnico, liderando o Real Madrid a quatro conquistas da UEFA Champions League nos últimos cinco anos – sendo as três últimas consecutivas (2016, 2017 e 2018).

Por tudo isso, se esperava muito de Portugal e, especialmente, de CR7. E ele não decepcionaria.


Portugal jogou no sistema 4-4-2. Sem a bola, era um 4-2-3-1.


A Espanha atuou no já tradicional 4-2-3-1.

● A Espanha nem teve tempo para impor seu ritmo, quando Cristiano Ronaldo pedalou para cima de Nacho dentro da área e sofreu pênalti discutível. Ele mesmo cobrou e converteu, após quatro minutos do apito inicial.

Depois, Gonçalo Guedes jogou fora duas chances claras para ampliar o marcador. Mas quem não faz…

Aos 24′, Diego Costa foi “Diego Costa”: em uma bola longa, foi sujo ao meter o braço na cara de Pepe (não é disputa por espaço, é agressão mesmo – normal, nas características de Diego). Na sequência, mostrou o que tem de melhor, chamando José Fonte para dançar, com dois belos cortes e o chute forte no cantinho direito de Rui Patrício. Um lindo gol, que não deveria ter sido validado pela equipe de arbitragem (e pelo VAR), já que houve a falta no início do lance.

A Espanha passou a jogar melhor e a controlar as ações. Mas, em um lance isolado, a bola sobrou para CR7 na meia lua. Do jeito que ela veio, ele chutou forte de esquerda, no meio do gol. Era uma defesa fácil para David de Gea, mas ele se desconcentrou, preferindo reclamar com o bandeirinha ao pedir um impedimento inexistente. Acabou engolindo um frango, inaceitável para quem era considerado um dos melhores goleiros do mundo na época.

A Fúria voltou melhor também no segundo tempo e empatou o jogo aos 10′, após uma cobrança de falta ensaiada. David Silva cobrou no segundo pau, Busquets escorou para o meio e Diego Costa completou para o gol em cima da linha.

A merecida virada veio três minutos depois, quando uma bola rebatida pela defesa lusa sobrou para Nacho. O zagueiro/lateral do Real Madrid emendou de primeira, na veia, mandando um torpedo com efeito para o gol. A bola ainda bateu nas duas traves antes de entrar. Discutivelmente o mais bonito dos belos gols dessa partida.

A Espanha mostrou variações que não tinha mostrado até então, com um gol oriundo de lançamento longo, um de cobrança de falta ensaiada e um em chute de fora da área.

O dérbi ibérico teve um choque de estilos. A Espanha dominou as ações com um futebol envolvente, enquanto Portugal era precisa nas suas oportunidades.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, a Espanha continuava tendo a posse de bola e chances para ampliar, quando CR7 dominou uma bola na meia lua e sofreu falta tola de Piqué. O capitão português cobrou com maestria, colocando a bola por cima da barreira e tirando do alcance de De Gea. Uma cobrança perfeita, com alto grau de dificuldade, por causa da proximidade do gol. Cristiano tem seus truques e mostrou isso ao fugir de suas características para marcar seu “hat trick”. Aos 33 anos, se tornou o jogador mais velho a marcar três gols em uma mesma partida de Copa do Mundo – superando o holandês Rob Rensenbrink que tinha 30 anos quando marcou um “hat trick” em 1978.

Ele chegou em seu melhor nível, descansando em vários jogos da temporada pelo Real Madrid. Com isso, entrou para a história dentre os jogadores que fizeram gols em quatro Copas do Mundo diferentes, igualando Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose. O português havia marcado um gol em cada Copa que havia disputado (2006, 2010 e 2014). Agora, em uma partida já marca três e segue firme em busca da artilharia do Mundial. Outro feito importante foi ele ter marcado seu 84º gol pela seleção, se igualando ao húngaro Ferenc Puskás como o maior artilheiro de uma seleção europeia em todos os tempos. Posteriormente, ele ampliaria essa marca para 104 gols em 175 jogos (até esse dia 15/06/2021). Está bem próximo do recordista, o iraniano Ali Daei e seus 109 gols.


(Imagem: FIFA.com)

● Para uma das favoritas, a campanha da Espanha acabou sendo bem mediana. No segundo jogo, venceu o Irã com dificuldades por 1 x 0. No terceiro, empate na bacia das almas com o Marrocos por 2 x 2. A Fúria acabou sendo eliminada nas oitavas pela Rússia, dona da casa, nos pênaltis por 4 x 3, após empate por 1 x 1 no tempo normal.

Cristiano Ronaldo começou a Copa com tudo, pensando em recordes, artilharia e até sonhou em brigar pelo título com a humilde seleção portuguesa – assim como na Eurocopa de 2016. Mas não foi isso que aconteceu. CR7 até marcou o gol da vitória de Portugal por 1 x 0 sobre o Marrocos, mas seria só isso. No terceiro jogo, a Seleção das Quinas penou para empatar com o Irã por 1 x 1, CR7 perdeu pênalti e quase foi expulso por dar uma entrada feia sem bola. Nas oitavas de final, perdeu para o Uruguai por 2 x 1. Até hoje, Cristiano Ronaldo marcou sete gols em Copas do Mundo (01 em 2006, 01 em 2010, 01 em 2014 e 04 em 2018), mas nenhum na fase de mata-mata.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 3 x 3 ESPANHA

 

Data: 15/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Fisht Olympic Stadium

Público: 43.866

Cidade: Sochi (Rússia)

Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)

 

PORTUGAL (4-2-3-1):

ESPANHA (4-2-3-1):

1  Rui Patrício (G)

1  David de Gea (G)

21 Cédric Soares

4  Nacho

3  Pepe

3  Gerard Piqué

6  José Fonte

15 Sergio Ramos (C)

5  Raphaël Guerreiro

18 Jordi Alba

14 William Carvalho

5  Sergio Busquets

8  João Moutinho

8  Koke

11 Bernardo Silva

21 David Silva

17 Gonçalo Guedes

22 Isco

16 Bruno Fernandes

6  Andrés Iniesta

7  Cristiano Ronaldo (C)

19 Diego Costa

 

Técnico: Fernando Santos

Técnico: Fernando Hierro

 

SUPLENTES:

 

 

12 Anthony Lopes (G)

13 Kepa Arrizabalaga (G)

22 Beto (G)

23 Pepe Reina (G)

15 Ricardo Pereira

2  Dani Carvajal

2  Bruno Alves

12 Álvaro Odriozola

13 Rúben Dias

14 César Azpilicueta

19 Mário Rui

16 Nacho Monreal

4  Manuel Fernandes

10 Thiago Alcântara

23 Adrien Silva

7  Saúl Ñíguez

10 João Mário

11 Lucas Vázquez

20 Ricardo Quaresma

20 Marco Asensio

18 Gelson Martins

17 Iago Aspas

9  André Silva

9  Rodrigo Moreno

 

GOLS:

4′ Cristiano Ronaldo (POR)

24′ Diego Costa (ESP)

44′ Cristiano Ronaldo (POR)

55′ Diego Costa (ESP)

58′ Nacho (ESP)

88′ Cristiano Ronaldo (POR)

 

CARTÕES AMARELOS:

17′ Sergio Busquets (ESP)

28′ Bruno Fernandes (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

68′ Bruno Fernandes (POR) ↓

João Mário (POR) ↑

 

69′ Bernardo Silva (POR) ↓

Ricardo Quaresma (POR) ↑

 

70′ Andrés Iniesta (ESP) ↓

Thiago Alcântara (ESP) ↑

 

77′ Diego Costa (ESP) ↓

Iago Aspas (ESP) ↑

 

80′ Gonçalo Guedes (POR) ↓

André Silva (POR) ↑

 

86′ David Silva (ESP) ↓

Lucas Vázquez (ESP) ↑

Melhores momentos da partida:

Jogo completo:

… 25/06/2006 – Portugal 1 x 0 Holanda

Três pontos sobre…
… 25/06/2006 – Portugal 1 x 0 Holanda

“A Batalha de Nuremberg”


(Imagem: Jan Pitman / Bongarts / Getty Images)

● Se várias partidas entraram para a história por causa do futebol ofensivo e vistoso, não é o caso dessa. O confronto entre Portugal e Holanda nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2006 é o que se pode chamar de duelo, peleja, luta, batalha… a “Batalha de Nuremberg”. Não deveria ter havido súmula, mas “boletim de ocorrência”, devido ao alto número de jogadas violentas, cartões amarelos e expulsões.

Assistimos de tudo: empurrões, cabeçadas, cotoveladas, toques de mão, trombadas, discussões, cera, carrinhos e nenhum fair play. Poderiam até tirar a logo do Mundial e colocar o da Taça Libertadores da América, pois pareceu a Libertadores raiz, das antigas, quando tudo era permitido.

Se o árbitro russo Valentin Ivanov tivesse sido um pouco mais rigoroso, essa partida poderia ter terminado por número insuficiente de jogadores de ambos os lados.


(Imagem: Imortais do Futebol)

● A seleção portuguesa tinha sua melhor safra de craques desde 1966. Bem treinada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, foi vice-campeã da Eurocopa de 2004 (passando justamente pela Holanda nas semifinais). Na primeira fase da Copa de 2006, pelo Grupo D, venceu suas três partidas: 1 a 0 sobre a ex-colônia Angola, 2 x 0 contra o Irã e 2 x 1 sobre o bom time do México.

A Holanda vinha renovada após ficar fora do Mundial de 2002. O técnico era o ex-craque Marco van Basten, que apostou na renovação e deixou de fora vários medalhões, como Clarence Seedorf, Edgar Davids, Frank de Boer, Patrick Kluivert e Roy Makaay. Pelo Grupo C da Copa, o “grupo da morte”, venceu Sérvia e Montenegro por 1 x 0 e Costa do Marfim por 2 x 1. Na partida que valia a liderança, empatou sem gols com a Argentina e ficou em segundo lugar da chave no critério de saldo de gols.

Tinha tudo para ser uma bela partida. As duas seleções possuem um histórico de futebol ofensivo e vistoso. Tinham em campo craques como Cristiano Ronaldo, Luís Figo e Deco de um lado, Arjen Robben, Wesley Sneijder e Robin van Persie do outro. Mas virou mesmo uma batalha campal.


Luiz Felipe Scolari escalou Portugal no sistema 4-2-3-1.


Marco van Basten armou seu time no tradicional 4-3-3 holandês.

● Logo no segundo minuto da partida, Mark van Bommel acertou Cristiano Ronaldo por trás e recebeu o primeiro de muitos cartões amarelos.

Mas o clima ficou tenso mesmo aos seis minutos de jogo, quando Khalid Boulahrouz mostrou seu cartão de visitas, deixando as travas de suas chuteiras na coxa de CR7. O holandês deveria ter sido expulso, mas o árbitro Valentin Ivanov foi muito conivente no lance e mostrou apenas amarelo. A partir daí, os ânimos continuaram exaltados até o apito final.

Felipão ficou ensandecido à beira do gramado e incitou seus jogadores a pagarem na mesma moeda – o que acabou se tornando um ciclo vicioso e um show de horrores.

Aos 19′, Maniche deu uma rasteira em Van Bommel e ganhou o primeiro amarelo dos lusos.

Após a solada de Boulahrouz, Cristiano precisou ser atendido três vezes fora do gramado e acabaria substituído por Simão Sabrosa aos 33′ do primeiro tempo. Os holandeses conseguiram tirar o jovem CR7 do jogo.

Aos 36′, Costinha acertou um violento carrinho em Phillip Cocu e também foi amarelado.

Seis minutos depois, Nuno Valente deu uma voadora em Arjen Robben em lance que deveria ter resultado em pênalti e expulsão, mas o juiz russo mandou seguir.

Costinha era um dos mais violentos em campo, mas sua expulsão veio nos acréscimos da etapa inicial após ele interceptar a bola com a mão e ganhar a segunda advertência.

Para recompor o time na cabeça de área, Scolari sacrificou Pauleta para a entrada de Petit.


(Imagem: The Daily Telegraph)

E o segundo tempo se tornou de vez um festival de deslealdade e agressões. Não tinha nenhum inocente em campo, claro.

Aos cinco minutos, Petit foi amarelado por derrubar Robin van Persie.

A partida seguiu nervosa e oito minutos depois, Figo se desentendeu com Van Bommel e acertou uma cabeçada no holandês. O juiz não viu e só deu o amarelo após ser alertado.

Nos bancos, os treinadores eram os extremos: enquanto o elegante Van Basten mantinha a postura calma e com as mãos no bolso, Scolari gritava, xingava e batia no banco.

Aos 14′ Giovanni van Bronckhorst acertou Deco e ganhou amarelo.

Três minutos depois, Figo avançou pela direita e, ao perceber que Boulahrouz colocou os braços para se desvencilhar dele, valorizou como se tivesse tomado uma cotovelada. O árbitro expulsou Boulahrouz com 53 minutos de atraso, mas esse não era um lance para isso.

Boulahrouz não se conformou, se desentendeu com Simão e tentou a todo custo levar alguém de Portugal com ele. A turma dos dois bancos de reservas entraram em campo e o jogo definitivamente ficou sem controle.

Aos 25′, o goleiro Ricardo foi ao chão e a Holanda não teve fair play. John Heitinga não jogou a bola para a lateral e puxava contra-ataque. Transtornado, Deco lhe deu uma tesoura que era para vermelho, mas o árbitro pipocou de novo e deu apenas amarelo. A confusão recomeçou. Wesley Sneijder empurrou Petit e ganhou amarelo, junto com Rafael van der Vaart.

Ricardo levou amarelo aos 31 min por reclamação. Logo depois, Nuno Valente ganhou o seu ao chutar Van Persie.


(Imagem: Imortais do Futebol)

Deco continuou pilhado. Aos 33′, ele se recusou a devolver a bola aos holandeses. Phillip Cocu queria jogo e empurrou o luso-brasileiro. O juiz deu a segunda advertência a Deco por fazer cena e o expulsou.

Aos 42′, Simão deixou o pé no rosto de Edwin van der Sar em uma dividida, mas o bananão do árbitro nada marcou.

Aos 50 do segundo tempo, Giovanni van Bronckhorst deu uma rasteira em Tiago e também ganhou o vermelho.

Aos sair, o holandês se sentou ao lado de Deco, seu companheiro de Barcelona (campeão da UEFA Champions League daquela temporada) e ficaram se bate papo como se nada tivesse acontecido.

A partida termina com nove homens em cada lado. Foi um dos jogos mais tensos da história das Copas.


(Imagem: Sportskeeda)

● O árbitro russo Valentin Ivanov foi o centro das atenções. No total, foram 16 cartões amarelos e quatro vermelhos (todos decorrentes de dupla advertência). O recorde em uma partida de Copa do Mundo.

Foi um número relativamente normal de faltas, 25 ao todo, sendo 10 cometidas pelos portugueses e 15 pelos holandeses. Mas a intensidade dessas faltas foi algo super anormal.

Após a partida, Joseph Blatter, então presidente da FIFA, afirmou que “o juiz mereceu um cartão amarelo por sua atuação e não esteve à altura da partida”.

Ao fim dessa partida, o técnico Luiz Felipe Scolari completou onze vitórias consecutivas em Copas do Mundo, sendo sete pela Seleção Brasileira em 2002 e quatro pela seleção das Quinas em 2006.

O treinador brasileiro teve méritos ao não deixar que Portugal se perdesse em campo nas duas vezes em que ficou com um jogador a menos (10 contra 11 e depois 9 contra 10). No total, a Holanda teve superioridade numérica por 33 minutos, mas o técnico Marco van Basten (genial dentro de campo e mediano na beira do gramado) não conseguiu fazer seu time traduzir isso em gols. O melhor que os holandeses conseguiram foi uma bola no travessão de Phillip Cocu, aos três minutos do segundo tempo.


(Imagem: FIFA)

Ah, já estava me esquecendo! Houve um gol! E que belo gol! Aos 23 minutos de jogo, Miguel cobrou lateral na direita para Deco, que deixou de primeira com Cristiano Ronaldo. Ele segurou a bola, se livrou de dois marcadores e devolveu para Deco na ponta direita. O luso-brasileiro cruzou rasteiro para a área. Pauleta fez o pivô para Maniche passar por André Ooijer e Mark van Bommel e chutar forte no canto direito de Edwin van der Sar.

Nas quartas de final, os portugueses enfrentaram a Inglaterra, eliminada por eles na Eurocopa de 2004. E os lusos venceram de novo nos pênaltis (3 x 1) após empate sem gols durante o tempo normal e a prorrogação. Na semifinal, vendeu caro a derrota para a França de Zinédine Zidane por 1 x 0. Na decisão do 3º lugar, perdeu para a anfitriã Alemanha por 3 x 1, terminando em uma honrosa quarta colocação.


(Imagem: Patrik Stollarz / AFP Photo)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 1 x 0 HOLANDA

 

Data: 25/06/2006

Horário: 21h00 locais

Estádio: Frankenstadion (atual Max-MorlockStadion)

Público: 41.000

Cidade: Nuremberg (Alemanha)

Árbitro: Valentin Ivanov (Rússia)

 

PORTUGAL (4-2-3-1):

HOLANDA (4-3-3):

1  Ricardo (G)

1  Edwin van der Sar (G)(C)

13 Miguel

3  Khalid Boulahrouz

5  Fernando Meira

13 André Ooijer

16 Ricardo Carvalho

4  Joris Mathijsen

14 Nuno Valente

5  Giovanni van Bronckhorst

6  Costinha

18 Mark van Bommel

18 Maniche

20 Wesley Sneijder

7  Luís Figo (C)

8  Phillip Cocu

20 Deco

17 Robin van Persie

17 Cristiano Ronaldo

7  Dirk Kuyt

9  Pauleta

11 Arjen Robben

 

Técnico: Luiz Felipe Scolari

Técnico: Marco van Basten

 

SUPLENTES:

 

 

12 Quim (G)

23 Maarten Stekelenburg (G)

22 Paulo Santos (G)

22 Henk Timmer (G)

2  Paulo Ferreira

12 Jan Kromkamp

3  Marco Caneira

14 John Heitinga

4  Ricardo Costa

2  Kew Jaliens

8  Petit

15 Tim de Cler

19 Tiago Mendes

16 Hedwiges Maduro

10 Hugo Viana

6  Denny Landzaat

11 Simão Sabrosa

10 Rafael van der Vaart

15 Luís Boa Morte

21 Ryan Babel

23 Hélder Postiga

19 Jan Vennegoor of Hesselink

21 Nuno Gomes

9  Ruud van Nistelrooy

 

GOL: 23′ Maniche (POR)

 

CARTÕES AMARELOS:

2′ Mark van Bommel (HOL)

7′ Khalid Boulahrouz (HOL)

20′ Maniche (POR)

31′ Costinha (POR)

50′ Petit (POR)

59′ Giovanni van Bronckhorst (HOL)

60′ Luís Figo  (POR)

73′ Deco (POR)

73′ Wesley Sneijder (HOL)

74′ Rafael van der Vaart (HOL)

76′ Ricardo (POR)

76′ Nuno Valente (POR)

 

CARTÕES VERMELHOS:

45+1′ Costinha (POR)

63′ Khalid Boulahrouz (HOL)

78′ Deco (POR)

90+5′ Giovanni van Bronckhorst (HOL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

33′ Cristiano Ronaldo (POR) ↓

Simão Sabrosa (POR) ↑

 

INTERVALO Pauleta (POR) ↓

Petit (POR) ↑

 

56′ Joris Mathijsen (HOL) ↓

Rafael van der Vaart (HOL) ↑

 

67′ Mark van Bommel (HOL) ↓

John Heitinga (HOL) ↑

 

84′ Phillip Cocu (HOL) ↓

Jan Vennegoor of Hesselink (HOL) ↑

 

84′ Luís Figo (POR) ↓

Tiago Mendes (POR) ↑

(Imagem: CNN)

Todos os lances violentos com cartões:

Gol da partida:

… 16/06/2014 – Alemanha 4 x 0 Portugal

Três pontos sobre…
… 16/06/2014 – Alemanha 4 x 0 Portugal


(Imagem: UOL)

Treinada por Joachim Löw desde 2006, a Alemanha de 2014 estava mais forte e experiente do que o jovem time que tinha conquistado o 3º colocado no Mundial da África do Sul. Agora, no Brasil, jogavam tão afinados quanto uma orquestra, justamente no país do samba.

Nenhuma seleção havia evoluído tanto e revelado outros tantos jogadores de alto nível nos últimos quatro anos quanto a Die Mannschaft. Praticava um futebol ofensivo para os padrões alemães. Tanto, que o time se expunha em alguns momentos e acabava sofrendo mais gols que o normal.

Por isso, Löw ajustou sua defesa escalando inicialmente Jérôme Boateng na direita, Per Mertesacker e Mats Hummels no miolo da zaga e Benedikt Höwedes fechando na esquerda. Manuel Neuer já se consolidava como um dos maiores goleiros da história. O meio campo era altamente técnico, com três entre Phillip Lahm (inventado como meia por Pep Guardiola no Bayern de Munique), Sami Khedira, Bastian Schweinsteiger e Toni Kroos. Não tinha um atacante de ofício. Na linha de frente, Mesut Özil se movimentava da direita para dentro, Mario Götze fazia o papel inverso, da esquerda para o meio e Thomas Müller era o “falso 9”.

Sami Khedira, ponto de equilíbrio do time, estava recuperado da lesão sofrida na final da UEFA Champions League, atuando pelo Real Madrid. A grande ausência era o sempre lesionado Marco Reus.


(Imagem: Folha)

● Portugal sonhava em fazer uma boa competição. Seu alicerce e inspiração era Cristiano Ronaldo, melhor jogador no mundo do ano anterior. Mas o elenco formado pelo técnico Paulo Bento (que depois teria uma rápida passagem pelo Cruzeiro), tinha bons coadjuvantes.

No sistema 4-2-3-1 montado por Paulo Bento, Rui Patrício era um goleiro que não comprometia, assim como os laterais João Pereira e Fábio Coentrão. Na zaga, dois xerifes: Bruno Alves e Pepe (que vinha de uma ótima temporada no Real Madrid). No meio, Miguel Veloso cuidava mais da proteção para Raul Meireles fazer a saída de bola. Os passes preciosos eram a maior qualidade de João Moutinho. Nani fazia a ponta direita e Hugo Almeida era o centroavante. Derivando da esquerda para o meio, bem ao seu estilo, CR7.

Na repescagem para a Copa, precisou duelar com a Suécia. Zlatan Ibrahimović marcou dois gols, mas CR7 anotou os quatro no placar agregado de 4 x 2 que classificou a seleção das Quinas – inclusive um hat trick na casa do rival.

Com Cristiano Ronaldo em campo, os portugueses sonharam. Mas rapidamente se viram em um pesadelo.


A Alemanha jogou no 4-3-3, com mobilidade total do meio para a frente e sem atacantes fixos.


Portugal jogou no sistema 4-2-3-1.

● Alemanha e Portugal fizeram a abertura do Grupo G, na Arena Fonte Nova, em Salvador, Bahia.

Portugal começou atacando mais nos primeiros dez minutos, mas logo a Nationalelf equilibrou as ações e passou a dominar o jogo.

A primeira das decisões controversas do árbitro sérvio Milorad Mažić ocorreu aos doze minutos do primeiro tempo, quando ele assinalou falta de João Pereira em Mario Götze dentro da área. Os portugueses ficaram muito agitados e questionaram com ímpeto a marcação da penalidade, principalmente Pepe. Mas foi mesmo um pênalti, no mínimo, contestável. O jornalista Mark Ogden, do Daily Telegraph, classificou a marcação como “outro exemplo de arbitragem questionável nesta Copa do Mundo, pois o contato parecia leve, certamente não o suficiente para forçar Götze, que aproveitou o desafio ao máximo”.

Thomas Müller abriu o placar, batendo forte e rasteiro no canto esquerdo do goleiro Rui Patrício.

Pouco depois, Nani chutou de direita da entrada da área e a bola passou assustando Neuer.

Aos 28′, Hugo Almeida se lesionou e deu lugar a Ederzito (que seria o herói do título da Eurocopa dois anos depois, mas que nessa partida não fez nada).

Quatro minutos depois, Aos 32′, Toni Kroos cobrou escanteio na cabeça de Mats Hummels, que ganhou de Pepe no alto e testou firme para marcar o segundo gol alemão.

Os lusos estavam mesmo com os nervos à flor da pele. Aos 37′, Pepe dribou Müller na entrada de sua própria área e ia perdendo o lance até que colocou o braço para impedir o avanço do alemão. Müller simulou ter sido agredido no rosto e caiu. O juiz mandou seguir. Mas Pepe foi tirar satisfação com o adversário sentado e acabou encostando sua cabeça na dele. Müller levantou e os dois continuaram a discussão. E o árbitro sérvio acabou expulsando o zagueiro português. Certamente mais pela fama do que pelo ato. Para o ex-árbitro americano Brian Hall, Müller fez teatro e exagerou bastante para “obter vantagem injusta” e “enganar o árbitro”.


(Imagem: Folha)

Nos acréscimos do primeiro tempo, Toni Kroos cruzou rasteiro para a área lusa. Bruno Alves não conseguiu tirar e Müller ganhou a dividida, pegou a sobra de frente para o gol e finalizou de esquerda para marcar o terceiro.

No intervalo, Paulo Bento recompôs a defesa com Ricardo Costa no lugar de Miguel Veloso. Aos 20′, Fábio Coentrão saiu machucado e entrou André Almeida.

Aos 30′, Mažić não concedeu um pênalti a Portugal causou ainda mais irritação nos portugueses.

Aos 33 minutos da etapa final, André Schürrle cruzou rasteiro da direita, Rui Patrício espalmou errado para o meio e Müller, sempre muito bem posicionado, completou seu hat trick.

O placar foi construído com uma enorme e natural facilidade, parecendo que os alemães estavam se poupando diante do calor e jogando no “piloto automático”.

Raul Meireles e João Moutinho não conseguiram fazer as transições ofensivas e foram os piores em campo.

Dizem que Cristiano Ronaldo jogou o Mundial no sacrifício, após uma temporada extensa e desgastante pelo Real Madrid. Ele também atuou muito abaixo de seu nível normal.


(Imagem: Veja)

Esse foi o 100º jogo da Alemanha na história das Copas, a primeira seleção a alcançar esse feito.

O hat trick de Thomas Müller foi o sétimo de um jogador alemão na competição, o maior número entre todos os países.

Essa foi a pior derrota de Portugal na história dos Mundiais.

“Não estou dizendo que a culpa foi apenas do árbitro. Também cometemos erros, mas as circunstâncias do que aconteceu no primeiro semestre fizeram o resto do jogo. O jogo é difícil para nós. A expulsão foi forçada ao jogador. Não sei se foi por causa da reputação de Pepe. Depende do tipo de reputação que você acha que Pepe tem.” ― Paulo Bento

Na sequência, Portugal empatou com os Estados Unidos em 2 x 2 e venceu Gana por 2 x 1. Na classificação, ficou com os mesmos quatro pontos dos EUA, mas tiveram um saldo de -3, enquanto os norte-americanos tiveram saldo zero. Portugal, de Cristiano Ronaldo, estava eliminada na primeira fase

Com entrosamento, toque de bola e ataques rápidos, a Nationalelf dava mostras de que vinha forte em busca do quarto título. Nos jogos seguintes, empatou com Gana (2 x 2) e venceu os EUA (1 x 0). Nas oitavas de final, precisou da prorrogação para eliminar a ardilosa Argélia (2 x 1). Nas quartas, venceu a França por 1 x 0 em um duelo muito equilibrado. Na semifinal, não houve equilíbrio algum ao massacrar a Seleção Brasileira, dona da casa, nos famosos 7 a 1. Na decisão, Mario Götze fez o gol do título após nova prorrogação, dessa vez contra a Argentina de Lionel Messi. A Alemanha se sagrava tetracampeã do mundo.


(Imagem: FIFA / Getty Images)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA 4 x 0 PORTUGAL

 

Data: 16/06/2014

Horário: 13h00 locais

Estádio: Arena Fonte Nova

Público: 51.081

Cidade: Salvador (Brasil)

Árbitro: Milorad Mažić (Sérvia)

 

ALEMANHA (4-3-3):

PORTUGAL (4-2-3-1):

1  Manuel Neuer (G)

12 Rui Patrício (G)

20 Jérôme Boateng

21 João Pereira

17 Per Mertesacker

3  Pepe

5  Mats Hummels

2  Bruno Alves

4  Benedikt Höwedes

5  Fábio Coentrão

16 Phillip Lahm (C)

4  Miguel Veloso

6  Sami Khedira

8  João Moutinho

18 Toni Kroos

16 Raul Meireles

8  Mesut Özil

17 Nani

19 Mario Götze

7  Cristiano Ronaldo (C)

13 Thomas Müller

9  Hugo Almeida

 

Técnico: Joachim Löw

Técnico: Paulo Bento

 

SUPLENTES:

 

 

22 Roman Weidenfeller (G)

1  Eduardo (G)

12 Ron-Robert Zieler (G)

22 Beto (G)

3  Matthias Ginter

13 Ricardo Costa

21 Shkodran Mustafi

14 Luís Neto

15 Erik Durm

19 André Almeida

2  Kevin Großkreutz

6  William Carvalho

23 Christoph Kramer

20 Rúben Amorim

7  Bastian Schweinsteiger

15 Rafa Silva

14 Julian Draxler

18 Silvestre Varela

9  André Schürrle

10 Vieirinha

10 Łukas Podolski

11 Eder

11 Miroslav Klose

23 Hélder Postiga

 

GOLS:

12′ Thomas Müller (ALE) (pen)

32′ Mats Hummels (ALE)

45+1′ Thomas Müller (ALE)

78′ Thomas Müller (ALE)

 

CARTÃO AMARELO: 11′ João Pereira (POR)

 

CARTÃO VERMELHO: 37′ Pepe (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

28′ Hugo Almeida (POR) ↓

Eder (POR) ↑

 

INTERVALO Miguel Veloso (POR) ↓

Ricardo Costa (POR) ↑

 

63′ Mesut Özil (ALE) ↓

André Schürrle (ALE) ↑

 

65′ Fábio Coentrão (POR) ↓

André Almeida (POR) ↑

 

73′ Mats Hummels (ALE) ↓

Shkodran Mustafi (ALE) ↑

 

82′ Thomas Müller (ALE) ↓

Łukas Podolski (ALE) ↑

Melhores momentos da partida:

… CR7, Coutinho e Eurico

Três pontos sobre…
… CR7, Coutinho e Eurico


(Imagem: Getty Images)

● Cristiano Ronaldo decide e elimina o Atlético de Madrid.

Não se pode dizer que o técnico colchonero Diego Simeone foi covarde em Turim. Apenas jogou com as cartas que tinha na manga. E nenhuma delas foi capaz de parar CR7. E, pela primeira vez em sua história, o Atlético foi eliminado em um mata-mata da UEFA Champions League após vencer o primeiro jogo.

Por falar em história da Champions, ela se confunde com a de Cristiano Ronaldo. O português é o detentor de quase todos os recordes:

– mais gols;
– mais gols em casa;
– mais gols fora de casa;
– mais gols na fase de grupos;
– mais gols na fase de mata-mata;
– mais gols em finais;
– mais gols de falta;
– mais gols de pênalti;
– mais gols de cabeça;
– mais dobletes;
– mais hat trick;
– mais assistências.

E, com cinco títulos, só perde para Paco Gento, que ganhou seis com o Real Madrid. Tem chances de igualar esse ano. A Juventus é a maior favorita. Muito por causa dele.


Coutinho, à esquerda, ao lado do Rei Pelé (Imagem: Santos / R7)

● Em tempo: fica aqui nossa homenagem a Coutinho, o eterno parceiro de Pelé, que, nessa segunda-feira (11/03/2019), aos 75 anos, foi morar com Deus.


(Imagem: IG Esportes)

● Faleceu nesta terça feira (12/03/2019), o ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, aos 74 anos. Amado por muitos e odiado por muitos outros, teve sua importância na cartolagem brasileira nos últimos anos.

Nossos pesares a todos os familiares e fãs dos dois.

… 30/06/2018 – Uruguai 2 x 1 Portugal

Três pontos sobre…
… 30/06/2018 – Uruguai 2 x 1 Portugal


(Imagem: Twitter do SporTV)

● Não foi uma partida estupenda como foi o duelo entre França e Argentina. Mas “Uruguai x Portugal” teve suas emoções e acabou sendo um bom jogo.

O Uruguai era o favorito para essa partida. Terminou o Grupo A com 100% de aproveitamento e encontrou uma maneira de jogar, privilegiando a marcação no meio campo e distribuindo bola para a dupla de ataque mortal: Luisito Suárez e Edinson Cavani.

Nas três partidas anteriores, Portugal mudou muito suas escalações. No ataque, ninguém funcionou como companheiro de Cristiano Ronaldo. E hoje, novamente, também não deu certo com Gonçalo Guedes. Em nenhum momento os lusos ofereceram real perigo aos charruas. Os uruguaios são acostumados a sofrer, mas hoje não foi preciso.


O Uruguai jogou no tradicional 4-4-2, com Cavani ajudando na recomposição.


Portugal também jogou no 4-4-2. Sem a bola, era um 4-2-3-1.

● No início do jogo, Portugal começou tentando o gol. Embora não criasse nenhuma chance clara e nem colocasse pressão, pelo menos tentou mais.

João Mário avançou na esquerda, foi até a linha de fundo e cruzou para que Bernardo Silva cabeceasse por cima.

Depois aos 6′, Cristiano Ronaldo abriu na direita para Bernardo, que avançou e devolveu para Ronaldo chutar de longo, no meio do gol, para a defesa de Muslera.

No minuto seguinte, Cavani vira o jogo da direita e acha Suárez na esquerda. O camisa 9 domina no peito ajeita e cruza na segunda trave, na medida para Cavani completar de cabeça para o gol. Foi um cruzamento muito forte, que Cavani teve que atacar a bola e cabecear do jeito que dava, meio de rosto. Mas o que importava era a vantagem no placar.

Portugal tentou responder, quando Bernardo Silva cruzou da direita e José Fonte cabeceou, mas a bola foi para fora, chegando a assustar o goleiro uruguaio.

Aos 22′, Luisito Suárez cobrou falta da intermediária. A bola foi forte e rasteira, mas Rui Patrício pulou no canto esquerdo e espalmou para fora da área.

Aos 10 minutos do segundo tempo, após um escanteio curto, Bernardo Silva cruzou para a área e Pepe subiu sozinho e cabeceou forte para o gol. Foi o primeiro gol sofrido pelo Uruguai no Mundial de 2018. E foi também o primeiro gol de Pepe em Copas do Mundo.

Sete minutos depois, Muslera chutou para frente e Pepe escorou mal. Nández ficou com a bola e abriu na esquerda para Cavani. O artilheiro do jogo ajeitou o corpo e bateu de primeira, no canto esquerdo de Rui Patrício. Um golaço.

Aos 25′, Raphaël Guerreiro cruzou para a área a Muslera saiu mal do gol. Bernardo Silva tirou a bola das mãos do goleiro e chutou para fora. A bola caiu no “pé ruim” de Bernardo e não teve direção. Muslera reclamou de falta, mas o árbitro não marcou.

Pouco depois, Cavani, o herói charrua na partida teve que deixar o campo lesionado. Ele sentiu uma fisgada na panturrilha esquerda e não conseguiu seguir no jogo. Foi amparado e ajudado a sair de campo por Cristiano Ronaldo. Muitos viram uma cena belíssima do gajo ajudando um adversário. Eu vi o capitão de uma equipe que estava perdendo o jogo, tentando evitar que o adversário contundido ganhasse mais tempo. O que também é correto.

O Uruguai teve a chance de matar o jogo em um contra-ataque, já nos acréscimos. Suárez cruzou rasteiro no segundo pau para Cebolla Rodríguez mas ele não dominou e não chutou. Só tocou na bola e ela foi para fora.

Depois, Guerreiro cruzou, a bola passou por tudo mundo e Quaresma ajeitou e chutou onde Muslera estava posicionado para defender.

No último lance da partida, Portugal tentou esboçar uma pressão com bola aérea, inclusive com o goleiro Rui Patrício indo para a área. Em vão. Não havia mais tempo.


(Imagem: FIFA.com)

● O Maestro Óscar Tabárez, técnico uruguaio, começou a Copa com De Arrascaeta como titular na meia esquerda, mas ele não foi bem. Depois, tentou Cebolla Rodríguez. Na terceira partida, tentou uma espécie de losango no meio campo, com Torreira como vértice mais defensivo, Nández na direita, Vecino na esquerda e Bentancur mais avançado. Essa escalação privilegia a marcação, mas perde muito na criação. São quatro jogadores mais marcadores do que armadores. Mesmo eles aparecendo como elementos surpresas, acaba que ninguém cria e o time fica dependendo da dupla de ataque.

Cavani e Suárez se procuravam em campo a todo momento. Um recebia a bola e já buscava o outro. O lance do gol foi emblemático. Embora estivessem a mais de 40 metros de distância, eles trocaram lançamentos e acabou saindo o gol. Mas para uma equipe que quer ir mais longe no Mundial, isso é muito pouco. Vamos ver quais as variações que Tabárez vai criar. Especialmente se Cavani não se recuperar a tempo da próxima partida.

Portugal se despede mostrando um futebol aquém do prometido. Empatou com a Espanha por 3 a 3 na estreia, com três gols de CR7. Depois, suou para ganhar do Marrocos por 1 a 0 (embora não tenha merecido). E empatou com o Irã por 1 a 1, levando muito sufoco até nos segundo finais. Contra o Uruguai, não mostrou sua força de campeão europeu.

Com dificuldades para penetrar nA defesa uruguaia, Portugal tentou vários chutes de fora da área. Foram três de Raphaël Guerreiro, um de Cristiano Ronaldo e dois de Manuel Fernandes, que entrou finalzinho do jogo para isso mesmo. Muito pouco para quem era tido como um dos possíveis candidatos a título. Portugal carece de um bom centroavante para fazer companhia a Cristiano Ronaldo no ataque, que possa deixar CR7 mais livre no ataque.

Ainda não sabemos nada sobre o desfecho dos eliminados do Mundial. Mas hoje pode ter sido um dia histórico. Pode ter sido o último dia de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo em Copas do Mundo. Vamos torcer para ambos estarem liderando suas respectivas seleções daqui a quatro anos no Qatar.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

URUGUAI 2 x 1 PORTUGAL

 

Data: 30/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium)

Público: 44.287

Cidade: Sóchi (Rússia)

Árbitro: César Arturo Ramos (México)

 

URUGUAI (4-4-2):

PORTUGAL (4-4-2):

1  Fernando Muslera (G)

1  Rui Patrício (G)

22 Martín Cáceres

15 Ricardo

2  José Giménez

3  Pepe

3  Diego Godín (C)

6  José Fonte

17 Diego Laxalt

5  Raphaël Guerreiro

14 Lucas Torreira

14 William Carvalho

15 Matías Vecino

23 Adrien Silva

8  Nahitan Nández

10 João Mário

6  Rodrigo Bentancur

11 Bernardo Silva

21 Edinson Cavani

17 Gonçalo Guedes

9  Luis Suárez

7  Cristiano Ronaldo (C)

 

Técnico: Óscar Tabárez

Técnico: Fernando Santos

 

SUPLENTES:

 

 

23 Martín Silva (G)

22 Beto (G)

12 Martín Campaña (G)

12 Anthony Lopes (G)

19 Sebastián Coates

21 Cédric

16 Maxi Pereira

13 Rúben Dias

4  Guillermo Varela

2  Bruno Alves

5  Carlos Sánchez

19 Mário Rui

7  Cristian Rodríguez

4  Manuel Fernandes

10 Giorgian De Arrascaeta

8  João Moutinho

20 Jonathan Urretaviscaya

16 Bruno Fernandes

11 Cristhian Stuani

20 Ricardo Quaresma

13 Gastón Silva

18 Gelson Martins

18 Maxi Gómez

9  André Silva

 

GOLS:

7′ Edinson Cavani (URU)

55′ Pepe (POR)

62′ Edinson Cavani (URU)

 

CARTÃO AMARELO:

90+3′ Cristiano Ronaldo (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

63′ Rodrigo Bentancur (URU) ↓

Cristian Rodríguez (URU) ↑

 

65′ Adrien Silva (POR) ↓

Ricardo Quaresma (POR) ↑

 

74′ Gonçalo Guedes (POR) ↓

André Silva (POR) ↑

 

74′ Edinson Cavani (URU) ↓

Cristhian Stuani (URU) ↑

 

81′ Nahitan Nández (URU) ↓

Carlos Sánchez (URU) ↑

 

84′ João Mário (POR) ↓

Manuel Fernandes (POR) ↑

Melhores momentos da partida:

… 20/06/2018 – O melhor do sétimo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 20/06/2018 – O melhor do sétimo dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Cristiano Ronaldo marca seu quarto gol na Copa e Portugal vence a brava seleção do Marrocos.
Luis Suárez aproveita o vacilo do goleiro e marca o Uruguai vence a Arábia Saudita em um jogo burocrático.
Diego Costa conta com a sorte e a Espanha derrota o bom time do Irã.
Três partidas que terminaram 1 x 0, mas o futebol é muito mais do que o gol.

… Portugal 1 x 0 Marrocos


(Imagem: UOL)

No começo, parecia que seria um massacre e, quiçá, um novo “hat-trick” de Cristiano Ronaldo. Logo aos quatro minutos, após escanteio curto, João Moutinho cruzou a bola para a área e CR7 apareceu como um foguete para fuzilar o goleiro Munir El Kajoui. Foi uma cabeçada fulminante e o quarto gol do capitão português na Copa – artilheiro isolado até agora.

Cinco minutos depois, Guerreiro avançou pelo meio e tocou para CR7 dentro da área. Ele puxou para o pé direito e chutou mascado à esquerda do gol.

Logo depois, Ziyech cobrou escanteio e Benatia cabeceou no chão com perigo para boa defesa de Rui Patrício.

Aos 39′, Ronaldo deixou Gonçalo Guedes na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro marroquino. Gonçalo está se destacando por perder esse tipo de gol. Já tinham sido duas ocasiões desperdiçadas contra a Espanha. Por tudo que fez nas eliminatórias, André Silva deveria ser o titular.

No segundo tempo, aos 10′, Belhanda chutou forte da entrada da área, mas Rui Patrício segurou firme.

Dois minutos depois, Ziyech cobrou falta, Belhanda cabeceou e a bola ainda desviou em Cristiano Ronaldo. Rui Patrício voou como um gato (como diria Tadeu Schmidt no “Fantástico”) e buscou a bola no cantinho. Espetacular defesa! Talvez a mais difícil da Copa até agora.

Na sequência, foram dois lances muito parecidos. Duas faltas cobradas da intermediária para a área, com o capitão Benatia dominando bem e enchendo o pé, mandando a bola por cima do gol. Parecia replay, mas não era. Marrocos estava pressionando bastante nessas cobranças de falta.

Após um início promissor, Portugal foi completamente dominado por Marrocos. Não existe justiça em futebol, mas o placar mais justo seria (pelo menos) o empate. Se os lusos jogarem como hoje, talvez tenham dificuldade para se classificar diante do bravo Irã, treinado pelo patrício Carlos Queiroz.

Assim como na partida diante dos iranianos, Marrocos foi melhor que o adversário, mas pecou na bola parada defensiva e não conseguiu concretizar as oportunidades. Mesmo sendo o primeiro eliminado por antecipação, sai do Mundial de cabeça erguida após vinte anos da última participação.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Portugal 1 x 0 Marrocos
Data: 20/06/2018 — Horário: 15h00 locais
Estádio: Olímpico Luzhniki — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 78.011
Árbitro: Mark Geiger (Estados Unidos)
Gol: 4′ Cristiano Ronaldo (POR)
Cartões Amarelos: 40′ Mehdi Benatia (MAR); 90+2′ Adrien Silva (POR)
Portugal (4-2-3-1): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho e 8.João Moutinho (23.Adrien Silva ↑89′); 10.João Mário (16.Bruno Fernandes ↑70′), 11.Bernardo Silva (18.Gelson Martins ↑59′) e 17.Gonçalo Guedes; 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 17.Nabil Dirar, 5.Medhi Benatia (C), 4.Manuel da Costa e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi (11.Fayçal Fajr ↑86′); 14.Mbark Boussoufa, 16.Nordin Amrabat, 10.Younès Belhanda (23.Mehdi Carcela ↑75′) e 7.Hakim Ziyech; 13.Khalid Boutaïb (9.Ayoub El Kaabi ↑70′). Técnico: Hervé Renard

 

… Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita


(Imagem: FIFA.com)

O Uruguai foi protocolar em seu compromisso contra a Arábia Saudita. Fez o básico, venceu e se classificou para as oitavas de final. Mas em momento algum empolgou ninguém. Aliás, em duas partidas, foram duas vitórias por 1 x 0 e dois jogos chatos. O que se prometia, não está se cumprindo. É uma equipe chata, entediante, enfadonho…

O único gol do jogo saiu aos 23 minutos do primeiro tempo. Carlos Sánchez cobrou o escanteio e o goleiro Al-Owais saiu de soco, mas não conseguiu acertar a bola. E ela caiu justamente no pé esquerdo de um dos maiores artilheiros do mundo, “El Pistolero”, Luisito Suárez. O camisa 9 só completou para o gol.

Depois, o Uruguai diminuiu o ritmo. Ficou devagar, quase parando, só esperando o jogo acabar.

A Arábia Saudita mostrou que também sabe atacar, mesmo com suas muitas limitações. O lateral esquerdo Al-Shahrani foi à linha de fundo e cruzou para a área. Bahebri apareceu na pequena área, mas chutou por cima.

O restante do jogo foi ruim.

Aos seis minutos do segundo tempo, Luis Suárez cobrou falta da intermediária, a bola veio quicando, mas Al-Owais espalmou bem.

Aos 23′, Sánchez cruzou uma falta na área e Martín Cáceres cabeceou por cima.

A dez minutos do fim, Torreira chutou da intermediária, a bola desviou em Edinson Cavani e quase matou o goleiro saudita, mas foi para fora.

Pouco depois, Cavani arrancou, mas perdeu a bola para a zaga. Como o atacante mostrou sua garra ao insistir na jogada, roubar a bola e chutar cruzado. Mas o goleiro saiu bem e fechou o ângulo, defendendo com os pés.

Foi o sexto gol de Suárez em Copas, se tornando também o primeiro uruguaio a marcar em três Copas diferentes (2010, 2014 e 2018). Em 100 partidas, marcou 52 vezes e é o maior goleador da história da Celeste. Além disso, com 423 gols, se igualou a Fernando Morena como o maior artilheiro do futebol uruguaio em todos os tempos.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita
Data: 20/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Arena Rostov — Rostov-on-Don (Rússia)
Público: 42.678
Árbitro: Clément Turpin (França)
Gol: 23′ Luis Suárez (URU)
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 4.Guillermo Varela, 2.José Giménez, 3.Diego Godín (C) e 22.Martín Cáceres; 6.Rodrigo Bentancur, 15.Matías Vecino (14.Lucas Torreira ↑59′), 5.Carlos Sánchez (8.Nahitan Nández ↑82′) e 7.Cristian Rodríguez (17.Diego Laxalt ↑59′); 21.Edinson Cavani e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez
Arábia Saudita (4-5-1): 22.Mohammed Al-Owais; 6.Mohammed Al-Breik, 3.Osama Hawsawi (C), 4.Ali Al-Bulaihi e 13.Yasser Al-Shahrani; 14.Abdullah Otayf, 7.Salman Al-Faraj, 17.Taisir Al-Jassim (16.Housain Al-Mogahwi ↑44′), 18.Salem Al-Dawsari e 9.Hattan Bahebri (12.Mohamed Kanno ↑75′); 19.Fahad Al-Muwallad (10.Mohammad Al-Sahlawi ↑78′). Técnico: Juan Antonio Pizzi

 

… Irã 0 x 1 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

Era sabido que o Irã tem uma defesa muito bem postada e seria muito difícil de ser vazada. Mas, do outro lado havia a seleção espanhola, uma das melhores do mundo em furar retrancas, sempre com muita paciência.

O mesmo roteiro foi repetido durante todo a primeira etapa: os espanhóis tocavam a bola e os iranianos fechavam os espaços.

A primeira chance da Fúria só apareceu nos acréscimos do primeiro tempo, quando David Silva chutou de fora da área, mas a bola foi desviada pela zaga.

Aos 3′ da etapa final, Isco foi à linha de fundo e cruzou. A defesa afastou mal, Busquets chutou forte e o goleiro Beiranvand defendeu. Na sobra, Lucas Vázquez dividiu com o goleiro de forma faltosa.

Pouco depois, Amiri cobrou o lateral na área e a bola sobrou para Ansarifard chutar forte, na rede pelo lado de fora. Passou muito perto.

Aos nove minutos, o magistral Andrés Iniesta encontrou Diego Costa na área. O brasileiro se enrolou, mas teve sorte em uma dividida na qual a bola bateu nele e foi para o gol. Um gol chorado, que retrata bem como foi a partida.

Aos 17′, após cobrança de falta para a área, Ezatolahi recebe sozinho e empata para o Irã. Porém, o árbitro de vídeo participou bem ao anular o tento dos persas. Realmente, Ezatolahi estava impedido tanto no lançamento, quanto no desvio do companheiro de equipe dentro da área.

No minuto 25′, Isco cobrou o escanteio rasteiro para dentro da área, David Silva rolou para trás, mas Sergio Ramos não pegou em cheio na finalização.

A oito minutos do fim, Amiri passou a bola por baixo das pernas de Piqué e cruzou na segunda trave, mas Taremi cabeceou por cima, perdendo a chance mais clara do jogo.

O empate realmente seria mais justo, pelo que os iranianos jogaram. Agora, para se classificarem, jogam por uma vitória contra Portugal. Não é impossível.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Irã 0 x 1 Espanha
Data: 20/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Kazan — Cidade: Kazan (Rússia)
Público: 42.718
Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai)
Gol: 54′ Diego Costa (ESP)
Cartões Amarelos: 79′ Vahid Amiri (IRA); 90+2′ Omid Ebrahimi (IRA)
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 19.Majid Hosseini, 8.Morteza Pouraliganji e 3.Ehsan Haj Safi (C) (5.Milad Mohammadi ↑69′); 6.Saeid Ezatolahi; 9.Omid Ebrahimi, 11.Vahid Amiri, 10.Karim Ansarifard (18.Alireza Jahanbakhsh ↑74′) e 17.Mehdi Taremi (14.Saman Ghoddos ↑86′); 20.Sardar Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz
Espanha (4-1-4-1): 1.David de Gea; 2.Dani Carvajal, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets; 11.Lucas Vázquez (20.Marco Asensio ↑79′), 6.Andrés Iniesta (8.Koke ↑71′), 21.David Silva e 22.Isco; 19.Diego Costa (9.Rodrigo Moreno ↑89′). Técnico: Fernando Hierro

… 15/06/2018 – O melhor do segundo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 15/06/2018 – O melhor do segundo dia da Copa


(Imagem: O Jogo)

Duas partidas que tiveram seus respectivos vencedores conhecidos praticamente no último lance. Um jogaço, no qual ninguém perdeu e quem ganhou foi o espectador. Veja como foi o “Dia de Copa”.


… Egito 0 x 1 Uruguai


(Imagem: FIFA.com)

Houve uma evolução clara no nível técnico do meio campo uruguaio. Bentacur, Vecino, Nández e De Arrascaeta, além de jovens, possuem uma característica diferente, de mais qualidade na criação de jogadas, se comparados aos colegas que ocuparam a mesma posição em Mundiais anteriores (Diego Pérez, Arévalo Ríos, Walter Gargano, Álvaro González e outros).

Mas, embora tenham mantido a posse de bola com boas trocas de passes, esses meias não foram criativos o suficiente para levar os charruas à vitória. Tudo dependia da ótima dupla de frente: Luis Suárez e Edinson Cavani. Mas enquanto Luisito errou tudo o que tentou, o atacante do PSG parou nas mãos do goleiro El-Shenawy e, especialmente, na trave em cobrança de falta, na etapa final.

Quando parecia que persistiria o empate sem gols, a Celeste precisou se valer do que tem de melhor: a bola aérea. Foi na raça, na vontade e no bom cruzamento em cobrança de falta de Carlos Sánchez, que o zagueiro José Giménez subiu no terceiro andar e cabeceou no ângulo do goleiro egípcio, marcando o único gol do jogo.

O Egito foi valente e até tentou mostrar suas armas, principalmente a boa transição da defesa para o ataque, mas ficou nítido o quanto é dependente do talento e da ótima fase de Mohamed Salah. Ainda se recuperando de lesão sofrida na final da UEFA Champions League, o craque do Liverpool fez muita falta à sua seleção. Mas os Faraós mostraram um bom futebol. Tanto, que vamos profetizar: o Egito vencerá Rússia e Arábia Saudita, e se classificará para as oitavas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Egito 0 x 1 Uruguai
Data: 15/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Estádio Central (Ekaterinburg Arena) — Cidade: Ecaterimburgo (Rússia)
Público: 27.015
Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)
Gol: 89′ José Giménez (URU)
Cartões Amarelos: 90+6′ Ahmed Hegazy (EGI)
Egito (4-2-3-1): 23.Mohamed El-Shenawy; 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed (5.Sam Morsy ↑50′) e 17.Mohamed Elneny; 22.Amr Warda (14.Ramadan Soby ↑82′), 19.Abdalla Said e 21.Trezeguet; 9.Marwan Mohsen (11.Kahraba ↑63′). Técnico: Héctor Cúper
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 4.Guillermo Varela, 3.Diego Godín (C), 2.José Giménez e 22.Martín Cáceres; 6.Rodrigo Bentancur, 15.Matías Vecino (14.Lucas Torreira ↑87′), 8.Nahitan Nández (5.Carlos Sánchez ↑58′) e 10.Giorgian De Arrascaeta (7.Cristian Rodríguez ↑59′); 21.Edinson Cavani e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez

 

… Marrocos 0 x 1 Irã


(Imagem: FIFA.com)

Possuir melhores jogadores nem sempre significa ter a melhor equipe e muito menos é garantia de vitória. Comparados aos iranianos, os atletas marroquinos são mais técnicos e possuem mais experiência no futebol europeu. E começaram a partida mostrando isso, dominando as ações e pressionando o adversário, mas sem conseguir chegar ao gol. E a melhor chance no primeiro tempo foi dos persas, em um belo contragolpe, quando Azmoun finalizou para uma grande defesa de El Kajoui – que ainda pegou o rebote de Jahanbakhsh.

Depois, o jogo esfriou até Belhanda preparar de cabeça para o chute de Ziyech de fora da área, mas o goleiro Beiranvand voou no canto direito para espalmar a bola.

Aos 49 minutos do segundo tempo, Haj Safi cobrou falta pela esquerda e Bouhaddouz foi infeliz ao cabecear para o próprio gol. No fim, não existe gol feio. Lindo, foi ver o Irã comemorar como um título mundial a sua segunda vitória na história das Copas. Em nove partidas até então, tinha vencido apenas o arqui-inimigo Estados Unidos, por 2 a 1, em 1998.

O Irã venceu a “sua Copa” paralela. Nenhuma dessas duas seleções devem ser páreo para Portugal e Espanha na sequência do grupo.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Marrocos 0 x 1 Irã
Data: 15/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium) — Cidade: São Petesburgo (Rússia)
Público: 62.548
Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)
Gol: 90+5′ Aziz Bouhaddouz (IRA)(gol contra)
Cartões Amarelos: 10′ Masoud Shojaei (IRA); 34′ Karim El Ahmadi (MAR); 47′ Alireza Jahanbakhsh (IRA); 90+2′ Karim Ansarifard (IRA)
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 16.Nordin Amrabat (21.Sofyan Amrabat ↑76′), 5.Medhi Benatia (C), 6. Romain Saïss e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi; 14.Mbark Boussoufa, 10.Younès Belhanda, 7.Hakim Ziyech e 18.Amine Harit (4.Manuel da Costa ↑82′); 9.Ayoub El Kaabi (20.Aziz Bouhaddouz ↑77′). Técnico: Hervé Renard
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 8.Morteza Pouraliganji, 4.Rouzbeh Cheshmi e 3.Ehsan Haj Safi; 9.Omid Ebrahimi (19.Majid Hosseini ↑81′); 7.Masoud Shojaei (C) (17.Mehdi Taremi ↑68′), 11.Vahid Amiri, 10.Karim Ansarifard e 18.Alireza Jahanbakhsh (14.Saman Ghoddos ↑85′); 20.Sardar Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz

… Portugal 3 x 3 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

Desde o sorteio, as expectativas eram altíssimas para essa partida. E a espera se pagou, com um dos melhores jogos das últimas Copas.

A Espanha nem teve tempo para impor seu ritmo, quando Cristiano Ronaldo pedalou para cima de Nacho dentro da área e sofreu pênalti discutível. Ele mesmo cobrou e converteu, após quatro minutos do apito inicial.

Depois, Gonçalo Guedes jogou fora duas chances claras para ampliar o marcador. Mas quem não faz…

Aos 24′, Diego Costa foi “Diego Costa”: em uma bola longa, foi sujo ao meter o braço na cara de Pepe (não é disputa por espaço, é agressão mesmo – normal, nas características de Diego). Na sequência, mostrou o que tem de melhor, chamando José Fonte para dançar, com dois belos cortes e o chute forte no cantinho direito de Rui Patrício. Um lindo gol, que não deveria ter sido validado pela equipe de arbitragem (e pelo VAR), já que houve a falta no início do lance.

A Espanha passou a jogar melhor e a controlar as ações. Mas, em um lance isolado, a bola sobrou para CR7 na meia lua. Do jeito que ela veio, ele chutou forte de esquerda, no meio do gol. Era uma defesa fácil para De Gea, mas ele se desconcentrou, preferindo reclamar com o bandeirinha ao pedir um impedimento inexistente. Acabou engolindo um frango, inaceitável para um dos melhores goleiros do mundo.

A Fúria voltou melhor também no segundo tempo e empatou o jogo aos 10′, após uma cobrança de falta ensaiada. David Silva cobrou no segundo pau, Busquets escorou para o meio e Diego Costa completou para o gol em cima da linha.

A merecida virada veio três minutos depois, quando uma bola rebatida pela defesa lusa sobrou para Nacho. O zagueiro/lateral do Real Madrid emendou de primeira, na veia, mandando um torpedo com efeito para o gol. A bola ainda bateu nas duas traves antes de entrar. Discutivelmente o mais bonito dos belos gols dessa partida.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, a Espanha continuava tendo a posse de bola e chances para ampliar, quando CR7 dominou uma bola na meia lua e sofreu falta tola de Piqué. O capitão português cobrou com maestria, colocando a bola por cima da barreira e tirando do alcance de De Gea. Uma cobrança perfeita, com alto grau de dificuldade, por causa da proximidade do gol. Cristiano tem seus truques e mostrou isso ao fugir de suas características para marcar seu “hat-trick”.

Ele chegou em seu melhor nível, descansando em vários jogos da temporada pelo Real Madrid. Com isso, entrou para a história dentre os jogadores que fizeram gols em quatro Copas do Mundo diferentes, igualando Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose. O português havia marcado um gol em cada Copa que havia disputado (2006, 2010 e 2014). Agora, em uma partida já marca três e segue firme em busca da artilharia do Mundial. Outro feito importante foi ele ter marcado seu 84º gol pela seleção, se igualando ao húngaro Ferenc Puskás como o maior artilheiro de uma seleção européia em todos os tempos. Ambos perdem apenas para o iraniano Ali Daei e seus 109 gols.

Enquanto Portugal deixa claro que depende muito de seu maior craque, a Espanha mostra variações que não tinha mostrado até então, com um gol oriundo de lançamento longo, um de cobrança de falta ensaiada e um em chute de fora da área. Será que podemos falar em méritos de Fernando Hierro, estreando como técnico pela seleção? Muito cedo para isso, mas, se controlar o caldeirão dos vestiários, a Fúria deve seguir como uma das favoritas ao título da Copa de 2018.

Gols da partida:

● Ficha Técnica — Portugal 3 x 3 Espanha
Data: 15/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium) — Cidade: Sóchi (Rússia)
Público: 43.866
Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)
Gols: 4′ Cristiano Ronaldo (POR)(pen); 24′ Diego Costa (ESP); 44′ Cristiano Ronaldo (POR); 55′ Diego Costa (ESP); 58′ Nacho (ESP); 88′ Cristiano Ronaldo (POR)
Cartões Amarelos: 17′ Sergio Busquets (ESP); 28′ Bruno Fernandes (POR)
Portugal (4-2-3-1): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho e 8.João Moutinho; 16.Bruno Fernandes (10.João Mário), 11.Bernardo Silva (20.Ricardo Quaresma) e 17.Gonçalo Guedes (9.André Silva); 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos
Espanha (4-2-3-1): 1.David de Gea; 4.Nacho, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets e 8.Koke; 6.Andrés Iniesta (10.Thiago), 21.David Silva (11.Lucas Vázquez) e 22.Isco; 19.Diego Costa (17.Iago Aspas). Técnico: Fernando Hierro

… Dia 05 de fevereiro: círculo virtuoso de craques

Três pontos sobre…
… Dia 05 de fevereiro: círculo virtuoso de craques


No sentido horário: Neymar Jr, Gheorghe Hagi, Cristiano Ronaldo e Carlitos Tévez (Imagens localizadas no Google)

Neymar da Silva Santos Júnior, mais destacado jogador de futebol brasileiro da atualidade, nasceu em 05/02/1992 e desde os treze anos de idade já demonstrava seu enorme talento. Começou no Santos e foi para o Velho Continente em 2013, para jogar no Barcelona

Barcelona, onde também jogou Gheorghe Hagi, antes de se tornar lenda no Galatasaray. Também nascido em 05/02, mas em 1965, ele começou a mostrar seu potencial logo jovem, no Steaua Bucaresti, mas também passou, entre outros clubes, por Brescia e Real Madrid

Real Madrid, cujo maior artilheiro da história nasceu em 05/02/1985: Cristiano Ronaldo. O CR7 despontou aos 16 anos no Sporting e aos 18 já estava com a mítica camisa 7 do Manchester United

Manchester United, campeão da UEFA Champions League em 2007/2009, tendo no ataque também Carlitos Tévez, outro nascido em 05/02, no ano de 1984. Na final da UCL seguinte, o United perdeu para o Barcelona, clube onde atuou recentemente Neymar Jr.

… Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo?

Três pontos sobre…
… Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo?


(Imagem: Move Notícias)

● Lionel Messi, sem sombra de dúvidas!
Messi é um fenômeno desde criança. Criança que não crescia e se fez enorme, ainda impossível de ser medido. Nasceu para ser campeão. Sua perna esquerda possui um ímã capaz que prender sem perder a bola por horas a fio. Incontáveis vezes campeão pelo Barcelona, sendo quatro vezes da UEFA Champions League, cinco vezes escolhido como melhor jogador do mundo, Leo ainda não está na parte descendente da carreira. Ainda veremos muito de Lionel Messi em um nível inalcançável. Talvez supere os maiores. O único “senão” da sua carreira (até agora) é a falta de um título pela seleção principal da Argentina. Sinceramente… isso fará mesmo tanta falta assim para se tornar imortal? Ou já é? Seu nome deveria ser “mágica”.

● CR7, com certeza!
Um menino da Ilha da Madeira que em um amistoso em 2003 amoleceu o duro coração de Sir Alex Ferguson, praticamente o obrigando a contratá-lo aos 18 anos, apenas para não ter que enfrentá-lo novamente. Um ponta driblador, que o tempo e a troca de clubes transformou no maior goleador do nosso tempo e um dos maiores atletas da história. Três vezes campeão da Champions e três vezes eleito o melhor do mundo, caminhando a passos largos para a quarta. Tem o que Messi não tem: um título pela sua seleção (no qual mesmo se lesionando na final, foi importante). No enorme Real Madrid, tem mais gols do que jogos. Tem fama de “pipoqueiro”, mas fez gols em duas finais de UCL e, na última, bateu o pênalti que garantiu o título. Seu nome deveria ser “gol”.

● Por que um OU outro?
Não são inimigos. São rivais, pois disputam os mesmos títulos coletivos e individuais. Exatamente por isso, o sucesso de um eleva o nível do outro, e vice-versa. É um círculo virtuoso. Ambos já estão no Olimpo da Bola. Devemos agradecer aos “deuses do futebol” que nos proporciona com dois monstros ao mesmo tempo. Nossa geração é privilegiada por isso. Vamos assistir e curtir cada página escrita na história por esses dois gênios iluminados.

E para você? Quem é melhor?