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… 16/07/1950 – Suécia 3 x 1 Espanha

Três pontos sobre…
… 16/07/1950 – Suécia 3 x 1 Espanha


Suécia no Mundial de 1950 (Imagem: Wikipédia)

● A Copa do Mundo de 1950 foi a única que não teve uma final. O Mundial disputado no Brasil teve uma primeira fase com quatro grupos, com o vencedor de cada chave se classificando para um quadrangular final. Esse regulamento foi mantido apenas nessa edição, com o objetivo de ter mais jogos e maior lucro – em um torneio esvaziado devido ao pós-guerra.

E para a fase final, se classificaram duas seleções europeias e duas sul-americanas: Brasil (Grupo 1), Espanha (Grupo 2), Suécia (Grupo 3) e Uruguai (Grupo 4) disputariam o título jogando entre si, todos contra todos em um único turno.

A Espanha chegou forte. Os maiores destaques eram o zagueiro José Parra, o ponta direita Estanislau Basora e o centroavante Telmo Zarra. O ponto fraco eram os goleiros: nenhum entre Antoni Ramallets, Ignacio Eizaguirre e Juan Acuña inspirava confiança.

A Fúria convenceu ao vencer os três jogos pelo Grupo 2 da primeira fase. Bateu os Estados Unidos por 3 a 1, o Chile por 2 a 0 e a poderosa Inglaterra por 1 x 0 – no primeiro Mundial que o English Team aceitou disputar.

No quadrangular decisivo os espanhóis, empataram com o Uruguai por 2 x 2 e foram goleados pelo Brasil por 6 x 1.


(Imagem: Pinterest)

● A seleção sueca não era uma equipe qualquer e merecia todo o respeito. Tinha um bom time, que havia conquistado a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. O mesmo time base ainda ganharia a medalha de bronze nas Olimpíadas de Helsinque, em 1952.

Com 34 anos, o zagueiro sueco Erik Nilsson era o capitão de sua equipe. Ele havia disputado o Mundial de 1938. Apenas Nilsson e o suíço Alfred Bickel disputaram uma edição de Copa antes e outra depois da Segunda Guerra Mundial.

Além de Nilsson, os principais destaques individuais eram o goleiro Kalle Svensson, o centromédio Knut Nordahl, o ponta esquerda Lennart Skoglund e o centroavante Hasse Jeppson. Curiosamente, Svensson e Skoglund estariam presentes também na Copa de 1958, quando a Suécia perdeu a final em casa para o Brasil de Pelé por 5 x 2.

Para o Mundial de 1950, o técnico inglês George Raynor precisou montar o elenco sueco apenas com jogadores que atuavam no país e não pôde convocar seus principais destaques. O trio “Gre-No-Li”, formado pelos atacantes Gunnar Gren, Gunnar Nordahl e Nils Liedholm brilhava no Milan e não foi liberado pelos italianos para viajarem ao Brasil. Outros jogadores profissionais suecos impedidos de disputarem o Mundial foram: o zagueiro Kjell Rosén, os meias Bertil Nordahl, Åke Hjalmarsson, Ivar Eidefjäll, Pär Bengtsson e os atacantes Dan Ekner, Gunnar Andersson e Henry Carlsson. Certamente a Suécia teria um time ainda mais forte se pudesse ter contado com todos os seus melhores jogadores.

Pelo Grupo 3 da Copa, a Suécia venceu a Itália de virada por 3 x 2, naquela que foi a primeira derrota dos italianos na história das Copas. A classificação sueca foi garantida com o empate por 2 x 2 contra o Paraguai. A chave tinha três seleções, já que a Índia havia desistido de disputar a competição em protesto contra uma decisão da FIFA que proibia jogar descalço, como era comum no país.

Na fase final, a Suécia foi massacrada pela Seleção Brasileira por 7 x 1 e perdeu para o Uruguai por 3 x 2.


As duas seleções jogavam no sistema WM.

● No dia 16 de julho aconteceu a última rodada da fase final da Copa do Mundo de 1950. As duas partidas ocorreram simultaneamente.

Suécia e Espanha disputaram o 3º lugar no estádio Pacaembu para apenas 11.227 pessoas – em sua maioria, membros da colônia espanhola em São Paulo. Os paulistanos preferiam ficar em casa e acompanhar pelo rádio a transmissão de Brasil x Uruguai. Enquanto isso, enquanto o Maracanã tinha mais gente do que cabia (algumas fontes indicam mais de 200 mil expectadores).

Os espanhóis eram considerados amplamente favoritos e só precisavam de um empate para ficar com o bronze.

A Fúria deu o pontapé inicial e teve a primeira chance.

José Juncosa escapou pela ponta esquerda, mas foi travado em uma dividida com o goleiro Kalle Svensson e o zagueiro Lennart Samuelsson, que vinha por trás.

Com mais calma e entusiasmo, logo a Suécia passou a ter o domínio de jogo. Os suecos já haviam absorvido a goleada sofrida para os brasileiros (7 x 1) e os espanhóis ainda estavam remoendo a sua difícil derrota (6 x 1).

Aos 15′, Ingvar Gärd conduziu pelo meio, livre de marcação, e tocou para Karl-Erik Palmér. Ele dominou e bateu de fora da área. O goleiro Ignacio Eizaguirre espalmou mal e Stig Sundqvist finalizou no canto direito. Suécia 1 a 0.

Nervosos, os jovens defensores espanhóis ficaram discutindo entre si e ninguém foi tirar a bola do fundo do gol. Todos esperavam a nova saída, mas o bate-boca não cessava. O árbitro holandês Karel van der Meer precisou ir até a área, acalmar os ânimos, pegar a bola no fundo da rede e levá-la para o centro do campo.

A Espanha tentou reagir, mas sofreu o segundo gol no contra-ataque aos 33 minutos. Sundqvist cruzou da direita e Bror Mellberg apareceu na segunda trave para escorar para o gol.

Os suecos quase marcaram o terceiro. Palmér mandou um voleio do bico direito da área e a bola bateu no travessão. No rebote, Eizaguirre saiu nos pés de Rydell para impedir a finalização.

Depois do intervalo, os espanhóis passaram a agredir mais a defesa sueca, que precisou se fechar.

Juncosa cruzou da esquerda e Svensson tirou de soco.

Rosendo Hernández foi travado na hora do chute pelo capitão Erik Nilsson. Na sobra, Estanislau Basora cruzou para a área, mas Samuelsson cabeceou para escanteio.

Mas, a dez minutos do fim, foi o time nórdico quem fez o terceiro e esfriou as esperanças dos ibéricos. Em outro contragolpe, Gunnar Johansson cruzou da direita e Palmér chegou batendo de esquerda, da marca do pênalti.

Dois minutos depois, Telmo Zarra diminuiu para a Fúria, em um cruzamento da esquerda de Juncosa.


(Imagem: Pinterest)

● Mesmo perdendo, essa foi a melhor classificação final da seleção espanhola em Copas do Mundo até o título de 2010.

Para a Suécia, a terceira colocação estava muito além das expectativas iniciais.

Contudo, o sucesso nos gramados brasileiros teve um efeito devastador para a Suécia: 10 dos 11 titulares foram imediatamente contratados por clubes italianos – em efeito semelhante ao que já havia acontecido dois anos antes, quando venceram as Olimpíadas.

E o primeiro craque quase ficou pelo Brasil. No dia 06/07, o São Paulo F.C. fez uma proposta de 170 mil cruzeiros (cerca de 10 mil dólares na época) pelo ponta esquerda Lennart Skoglund. do AIK de Gotemburgo. O negócio não deu certo, pois o valor foi considerado baixo por um dirigente do clube, que acompanhava a delegação do país. Menos de um mês depois, Skoglund foi contratado pela Inter de Milão por um valor cinco vezes maior.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

SUÉCIA 3 x 1 ESPANHA

 

Data: 16/07/1950

Horário: 15h00 locais

Estádio: Pacaembu

Público: 11.227

Cidade: São Paulo (Brasil)

Árbitro: Karel van der Meer (Holanda)

 

SUÉCIA (WM):

ESPANHA (WM):

1  Kalle Svensson (G)

1  Ignacio Eizaguirre (G)

2  Lennart Samuelsson

2  Vicente Asensi

3  Erik Nilsson (C)

3  Gabriel Alonso

4  Sune Andersson

5  José Parra

5  Gunnar Johansson

4  Alfonso Silva

6  Ingvar Gärd

6  Antonio Puchades

7  Stig Sundqvist

7  Estanislau Basora

8  Karl-Erik Palmér

8  Rosendo Hernández

9  Ingvar Rydell

9  Telmo Zarra (C)

10 Bror Mellberg

10 José Luis Panizo

11 Egon Jönsson

11 José Juncosa

 

Técnico: George Raynor

Técnico: Guillermo Eizaguirre

 

SUPLENTES:

 

 

Torsten Lindberg (G)

Antoni Ramallets (G)

Tore Svensson (G)

Juan Acuña (G)

Ivan Bodin

José Gonzalvo II

Knut Nordahl

Mariano Gonzalvo III

Arne Månsson

Francisco Antúnez

Olle Åhlund

Rafael Lesmes II

Stellan Nilsson

Nando

Börje Tapper

Silvestre Igoa

Lennart Skoglund

César

Hasse Jeppson

Luis Molowny

Kurt Svensson

Agustín Gaínza

 

GOLS:

15′ Stig Sundqvist (SUE)

33′ Bror Mellberg (SUE)

80′ Karl-Erik Palmér (SUE)

82′ Telmo Zarra (ESP)

Lances da partida:

… 09/07/1994 – Itália 2 x 1 Espanha

Três pontos sobre…
… 09/07/1994 – Itália 2 x 1 Espanha


(Imagem: Storie di Calcio)

● Na primeira fase, a Espanha se classificou em segundo lugar do Grupo C. Na primeira rodada, cedeu o empate para a Coreia do Sul por 2 x 2, depois de estar vencendo por 2 x 0 até os 40′ do segundo tempo. No jogo seguinte, empate por 1 x 1 com a então campeã mundial, a Alemanha. Na terceira partida, venceu a Bolívia por 3 x 1. Nas oitavas de final, vitória tranquila sobre a Suíça por 3 x 0.

O técnico espanhol Javier Clemente tinha fama de defensivo e provou isso com sua escalação. Além de não convocar Míchel e Emilio Butragueño, ele deixou no banco os três meio-campistas mais talentosos de seu elenco: Fernando Hierro (era volante na seleção nessa época), Pep Guardiola e Julen Guerrero, preferindo escalar o zagueiro Miguel Ángel Nadal como volante. Na defesa, seguiu com o revezamento e sacou Paco Camarasa para escalar Jorge Otero. Outra mudança importante foi a volta de José Luis Caminero (que cumpriu suspensão contra a Suíça). No ataque titular não havia nenhum atacante de ofício, mas os meias ofensivos Jon Andoni Goikoetxea e Luis Enrique.


(Imagem: Eurosport)

● A Itália sofreu um pouco no Grupo E. Perdeu na estreia por 1 x 0 para a Irlanda, venceu a Noruega por 1 x 0 e empatou com o México em 1 x 1. Esses placares, juntamente com os outros da mesma chave, resultou em uma situação inédita: pela primeira e única vez na história das Copas, um grupo terminou com as quatro seleções rigorosamente empatadas, tanto em pontos ganhos (quatro) como em saldo de gols (zero). O México ficou em primeiro lugar por ter tido o melhor ataque (três gols), a Irlanda ficou em segundo por ter vencido a Itália no confronto direto, a Itália se classificou na repescagem como um dos quatro melhores terceiros lugares e a Noruega ficou de fora por ter marcado menos gols (só um).

Depois do sufoco diante dos nigerianos nas oitavas de final (2 x 1 na prorrogação), o técnico Arrigo Sacchi escalou a Azzurra de forma mais cautelosa. O goleiro Gianluca Pagliuca voltou a ser titular depois de uma suspensão de dois jogos, ganhando a vaga de Luca Marchegiani. Na lateral direita, Roberto Mussi deu lugar ao experiente Mauro Tassotti. Na meia direita, saiu Antonio Conte e entrou Nicola Berti. Mas a alteração mais radical foi a saída do atacante Giuseppe Signori para a entrada do volante Dino Baggio. Com essa mudança, Roberto Baggio – que estava atuando como meia – passou a jogar como atacante. A ausência era o capitão Franco Baresi, que fez uma artroscopia depois do jogo com a Noruega.


A Itália jogava no 4-4-2. Arrigo Sacchi era adepto da marcação por pressão e da redução do campo a três quartos. Fazia isso adiantando sua linha de zagueiros e recuando os dois atacantes, dando pouco espaço entre suas linhas para que o adversário trabalhasse a bola.


A Espanha atuou no sistema 5-3-2, sem nenhum atacante de ofício e muita aproximação dos meias centrais.

● No dia 9 de julho de 1994, Itália e Espanha adentraram o gramado do Foxboro Stadium, na cidade de Foxborough, estado de Massachusetts, sob um calor de 36° C e 55% de umidade relativa do ar.

A Azzurra estava mais cansada depois de precisar da prorrogação para passar pela Nigéria.

A primeira chance foi italiana. Daniele Massaro avançou pela direita e cruzou para a área. Roberto Baggio não finalizou bem e chutou em cima de Albert Ferrer.

Pouco depois, Abelardo acertou uma solada horrível em Roberto Baggio, chegando por cima na dividida. O craque italiano teve que sair para ser atendido, mas logo retornou ao campo.

Pela primeira vez na Copa de 1994, a Itália dominou o início do jogo. Mas o gol só saiu aos 25′. Dino Baggio abriu na esquerda para Roberto Donadoni, que fez boa jogada e devolveu para o camisa 13. Ele teve tempo e espaço para dominar, ajeitar o corpo e encher o pé. Mesmo de longe, a bola fez uma curva e foi no ângulo esquerdo de Andoni Zubizarreta.

Aproveitando o bom momento no jogo, a Azzurra quase ampliou. Após passe de Dino Baggio, Massaro caiu na área em dividida com Abelardo, mas o árbitro húngaro Sándor Puhl não marcou pênalti. Uma jogada duvidosa.

Logo no terceiro minuto da etapa final, um lance polêmico e controverso. Goikoetxea cruzou da direita e Mauro Tassotti acertou uma cotovelada no rosto de Luis Enrique, que caiu em campo. Seria pênalti claro e expulsão do italiano, mas o juiz não viu o lance. Com o rosto ensanguentado, Luis Enrique se revoltou e partiu para cima de Tassotti. O árbitro separou a brica e nada marcou. Sem acreditar, Luis Enrique desabou no chão, impotente, após tamanha covardia. Posteriormente, Tassotti seria suspenso pela FIFA por quatro partidas por causa da agressão. Foi a primeira punição decretada pela entidade baseada em imagens de TV, sem o relato do árbitro na súmula.


(Imagem: Última Divisão)

A Fúria só empatou aos 13′ do segundo tempo. Giuseppe Signori errou o passe no campo de ataque. Jorge Otero interceptou e deixou com José Mari Bakero, que abriu na esquerda para Sergi. Ele avançou e tentou passar para Luis Enrique. Alessandro Costacurta cortou e a bola voltou para Sergi. O lateral cruzou da esquerda, a bola passou por Otero e sobrou para José Luis Caminero. Da entrada da área, ele bateu de esquerda. A bola desviou em Antonio Benarrivo e tirou Gianluca Pagliuca da jogada. Foi o terceiro gol de Caminero no Mundial. Ele foi o melhor jogador de seu país no torneio.

Luis Enrique cortou da esquerda para o meio, mas chutou para fora. A bola foi rasteira e saiu à direita de Pagliuca.

Goikoetxea bateu escanteio da esquerda e Pagliuca dividiu com Caminero dentro da pequena área, impedindo a virada.

Os espanhóis começaram a acreditar na vitória. A cinco minutos do fim, Fernando Hierro fez um lançamento excepcional do círculo central para Julio Salinas. O atacante estava sozinho dentro da área, mas esperou demais para definir a jogada, se afobou com a saída de Pagliuca e bateu fraco, em cima do goleiro. Um dos gols mais perdidos da Copa. No rebote, Caminero (sempre ele) tentou tirar a marcação de Costacurta, mas foi desarmado.

A Espanha insistiu. Hierrro chutou de longe. A bola tinha o endereço do ângulo, mas Pagliuca voou na bola e espalmou por cima.

O placar se resolveu a dois minutos do apito final. Da esquerda de sua defesa, Benarrivo tocou para Donadoni, que fez um passe vertical para Nicola Berti pelo meio. Ele viu a infiltração de Signori no ponto futuro e fez um passe por elevação. Signori chegou antes da marcação e só teu um toquinho para a direita onde estava Roberto Baggio. O craque recebeu livre, driblou Zubizarreta e, mesmo com pouco ângulo, mandou para o gol. Abelardo ainda tentou dar um carrinho para tirar, mas a bola acabou passando entre as suas pernas. Foi um passe perfeito de Signori e o terceiro gol de Baggio na Copa.

A Squadra Azzurra venceu por 2 x 1. Como é tradicional em sua rica história, mais uma vez os italianos estiveram a um passo da eliminação e novamente sobreviveram.

Sem nenhum parentesco entre si, os “Baggio Boys” – Roberto e Dino – levaram a Itália à mais uma semifinal de Copa do Mundo.

Aos 51′, o árbitro húngaro Sándor Puhl apitou o fim da partida.


(Imagem: Storie di Calcio)

● Na sequência, a Itália venceu a surpreendente Bulgária na semifinal por 2 x 1, com dois gols de Roberto Baggio. Na decisão, a Azzurra empatou sem gols com a Seleção Brasileira no tempo normal e na prorrogação. Na decisão por pênaltis, a Itália perdeu por 3 x 2 e seguia seu drama de perder na decisão por penalidades.

FICHA TÉCNICA:

 

ITÁLIA 2 x 1 ESPANHA

 

Data: 09/07/1994

Horário: 12h00 locais

Estádio: Foxboro Stadium

Público: 53.400

Cidade: Foxborough (Estados Unidos)

Árbitro: Sándor Puhl (Hungria)

 

ITÁLIA (4-4-2):

ESPANHA (5-3-2):

1  Gianluca Pagliuca (G)

1  Andoni Zubizarreta (G)(C)

9  Mauro Tassotti

2  Albert Ferrer

4  Alessandro Costacurta

3  Jorge Otero

5  Paolo Maldini (C)

5  Abelardo

3  Antonio Benarrivo

18 Rafael Alkorta

15 Antonio Conte

12 Sergi

11 Demetrio Albertini

20 Miguel Ángel Nadal

13 Dino Baggio

15 José Luis Caminero

16 Roberto Donadoni

10 José Mari Bakero

10 Roberto Baggio

7  Jon Andoni Goikoetxea

19 Daniele Massaro

21 Luis Enrique

 

Técnico: Arrigo Sacchi

Técnico: Javier Clemente

 

SUPLENTES:

 

 

12 Luca Marchegiani (G)

13 Santiago Cañizares (G)

22 Luca Bucci (G)

22 Julen Lopetegui (G)

2  Luigi Apolloni

17 Voro

6  Franco Baresi

4  Paco Camarasa

8  Roberto Mussi

6  Fernando Hierro

7  Lorenzo Minotti

9  Pep Guardiola

14 Nicola Berti

16 Felipe Miñambres

17 Alberigo Evani

8  Julen Guerrero

20 Giuseppe Signori

11 Txiki Begiristain

21 Gianfranco Zola

14 Juanele

18 Pierluigi Casiraghi

19 Julio Salinas

 

GOLS:

25′ Dino Baggio (ITA)

58′ José Luis Caminero (ESP)

88′ Roberto Baggio (ITA)

 

CARTÕES AMARELOS:

3′ Abelardo (ESP)

19′ José Luis Caminero (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Demetrio Albertini (ITA) ↓

Giuseppe Signori (ITA) ↑

 

60′ Sergi (ESP) ↓

Julio Salinas (ESP) ↑

 

65′ José Mari Bakero (ESP) ↓

Fernando Hierro (ESP) ↑

 

66′ Antonio Conte (ITA) ↓

Nicola Berti (ITA) ↑

Melhores momentos da partida:

… 07/07/2010 – Espanha 1 x 0 Alemanha

Três pontos sobre…
… 07/07/2010 – Espanha 1 x 0 Alemanha


(Imagem: Belfast Telegraph)

● Pela primeira vez, a Espanha chegou a uma Copa do Mundo como principal favorita. O título da Eurocopa de 2008 levantou a autoestima dos espanhóis e espantou o estigma de fracassar nas grandes competições. Mas, ao mesmo tempo que isso dava confiança ao time, trazia também mais pressão para que superasse a falta de tradição e conquistasse o Mundial.

O técnico Vicente Del Bosque assumiu a seleção depois do título da Euro 2008 e manteve o sistema tático e a forma de jogar que foi implementada pelo seu antecessor, Luis Aragonés. La Roja impressionava pelo ritmo de jogo, baseado na técnica e na posse de bola, estilo que ficou conhecido como “tiki-taka”. O ponto forte era o meio de campo, que contava com jogadores talentosos como Sergio Busquets, Xabi Alonso, Cesc Fàbregas, David Silva, Xavi e Andrés Iniesta.

A Espanha estava invicta havia 35 jogos e perdeu para os Estados Unidos na semifinal da Copa das Confederações de 2009, frustrando a expectativa de medir forças com o Brasil na final do torneio.

Na estreia do Mundial, a Fúria foi surpreendida com uma inesperada derrota para a Suíça por 1 x 0. Mas se recuperou ao vencer Honduras por 2 x 0 e Chile por 2 x 1. Nas fases de mata-mata, um festival de “1 x 0”. Com esse placar, La Roja venceu Portugal no clássico ibérico das oitavas de final e bateu Portugal nas quartas de final.

Para a semifinal, Vicente Del Bosque preferiu dar mais mobilidade ao seu ataque, sacando Fernando Torres para a entrada de Pedro.


(Imagem: Spox)

● A Alemanha seguia seu recomeço. Depois de fiascos nas Copas de 1994 e 1998, chegou à final de 2002 com um time que o destaque era o goleiro Oliver Kahn. Jogando em casa em 2006, a Nationalelf chegou em 3º lugar, com um time mais renovado e mais técnico.

Para o Mundial de 2010, perdeu por lesão o zagueiro Heiko Westermann e o capitão Michael Ballack pouco antes do torneio. Mas foi a ausência de Ballack que fez desabrochar o talento de Sami Khedira e Mesut Özil, além da liderança de Philipp Lahm. Os protagonistas eram Bastian Schweinsteiger, Thomas Müller, Łukasz Podolski e Miroslav Klose.

O técnico Joachim Löw também teve que se reinventar após a perda de seus goleiros principais. Robert Enke perdeu a luta contra a depressão e se matou sete meses antes do Mundial. René Adler se lesionou às vésperas da competição e não viajou para a África do Sul. Com isso, o treinador deu uma chance no time titular a Manuel Neuer, do Schalke 04.

Na Copa de 2010, a Alemanha estreou goleando a Austrália por 4 x 0. No segundo jogo, um pequeno deslize na derrota para a Sérvia por 1 x 0. Na terceira rodada, venceu Gana por 1 x 0. Nas oitavas de final, goleada sobre a rival Inglaterra por 4 x 1. Nas quartas, massacre sobre a Argentina por 4 x 0.

Para a semifinal, a Nationalelf não contava com Thomas Müller, suspenso pelo segundo cartão amarelo. O camisa 13 vinha sendo o principal jogador do time e fez muita falta aos teutônicos. Ele foi substituído por Piotr Trochowski, que, embora fosse bom jogador, não tinha as mesmas características.


A Espanha jogava em um sistema bastante móvel: era escalada no 4-2-3-1, mas atacava no 4-3-3 e se defendia no 4-5-1.


Joachim Löw armou a Alemanha no sistema 4-2-3-1.

● As duas seleções haviam se enfrentado na final da Eurocopa de 2008, com uma vitória da Espanha por 1 x 0 – gol de Fernando Torres aos 33′. O roteiro se repetiria.

Em campo, o jogo parecia uma tourada: a Espanha fazia o papel de toureiro e controlava o espetáculo, com “olé” no toque de bola incessante; a Alemanha foi o pobre touro, que não viu a cor da bola.

A primeira chance clara de gol veio depois de cinco minutos jogados. Gerard Piqué acionou Pedro na meia direita e ele deu o passe na medida para David Villa finalizar já dentro da área, mas Neuer saiu bem para fechar o ângulo e impedir o gol.

Aos 13′, após cobrança de escanteio ensaiada, Iniesta cruzou e Puyol cabeceou para fora com muito perigo. Parecia uma premonição.

Foi um jogo muito disputado, mas também muito leal. A primeira falta do jogo só foi acontecer aos 26′. O árbitro húngaro Viktor Kassai teve pouco trabalho e não teve que apresentar nenhum cartão amarelo.

Aos 29′, Xabi Alonso arriscou de longe e mandou à direita do gol.

A primeira finalização alemã veio dois minutos depois. Trochowski bateu rasteiro de longe e obrigou Casillas a espalmar para escanteio.


(Imagem: Halden Krog / EFE /)

No fim da etapa inicial, Pedro chutou forte da intermediária e Neuer segurou firme.

O segundo tempo continuou no mesmo ritmo: a Espanha amassava e a Alemanha tentava se defender.

Xabi Alonso tentou em chutes de fora da área que foram para fora, aos 3′ e aos 4′.

Aos 12′, Joan Capdevila tabelou com Iniesta pela esquerda e cruzou rasteiro para a área. Xabi Alonso ajeitou para trás e Pedro bateu de primeira, da meia-lua, mas Neuer espalmou para o lado. A Fúria ainda ficou com o rebote dentro da área e Xabi Alonso deixou de calcanhar com Iniesta que cruzou da esquerda. A bola passou por Villa, que chegou atrasado e não conseguiu finalizar com o gol vazio.

Na única chance da Alemanha, aos 23′, Özil avançou pela esquerda e tocou para Podolski já dentro da grande área. Ele cruzou pelo alto, a bola passou por Klose e Toni Kroos apareceu livre na segunda trave para bater de primeira para boa defesa de Iker Casillas.

O amplo domínio espanhol foi recompensado com superioridade no placar aos 28′ de uma maneira nada convencional para La Roja. Xavi cobrou escanteio para a área. Puyol chegou na área vindo na corrida, apareceu como um homem surpresa nas costas da defesa e cabeceou com força à esquerda de Neuer.

Depois do gol, a Espanha recuou naturalmente para segurar a vantagem e a Alemanha passou a ter mais um pouco de posse de bola, mas não conseguiu agredir o gol de Iker Casillas.


(Imagem: BBC)

● Em sua 13ª Copa do Mundo, enfim a Espanha conseguiu a vaga em sua primeira e tão desejada final de Copa do Mundo.

Após o fim da partida, houve uma festa dos jogadores espanhóis no vestiário do estádio Moses Mabhida Stadium, em Durban. Eis que de repente aparece na frente dos atletas a rainha Sofia da Espanha, que desceu das tribunas de honra para parabenizar pessoalmente os heróis da Fúria. Enquanto os jogadores tentaram disfarçar e organizar a bagunça, a monarca pediu para cumprimentar o autor do gol da vitória. Depois de um tempo, apareceu Carles Puyol quase pelado, apenas com uma toalha enrolada na cintura. Enquanto ele recebia o cumprimento real, os companheiros se acabavam em risos vendo a cena.

Na decisão do 3º lugar, a Alemanha conseguiu ficar com o Bronze após vencer o Uruguai por 3 x 2. Nessa partida, os germânicos atingiram a marca de 99 jogos em Copas do Mundo, superando o Brasil como a seleção que mais jogou em Mundiais.

Na decisão que consagraria um campeão inédito, venceu a azarada Holanda pelo placar de 1 x 0, com um gol de Andrés Iniesta aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação. Espanha, merecida e legítima campeã mundial de 2010!


(Imagem: Soccer – Football Scores)

FICHA TÉCNICA:

 

ESPANHA 1 x 0 ALEMANHA

 

Data: 07/07/2010

Horário: 20h30 locais

Estádio: Moses Mabhida Stadium

Público: 60.960

Cidade: Durban (África do Sul)

Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)

 

ESPANHA (4-2-3-1):

ALEMANHA (4-2-3-1):

1  Iker Casillas (G)(C)

1  Manuel Neuer (G)

15 Sergio Ramos

16 Philipp Lahm (C)

3  Gerard Piqué

3  Arne Friedrich

5  Carles Puyol

17 Per Mertesacker

11 Joan Capdevila

20 Jérôme Boateng

16 Sergio Busquets

6  Sami Khedira

14 Xabi Alonso

7  Bastian Schweinsteiger

8  Xavi

15 Piotr Trochowski

6  Andrés Iniesta

8  Mesut Özil

18 Pedro

10 Łukasz Podolski

7  David Villa

11 Miroslav Klose

 

Técnico: Vicente del Bosque

Técnico: Joachim Löw

 

SUPLENTES:

 

 

12 Víctor Valdés (G)

12 Tim Wiese (G)

23 Pepe Reina (G)

22 Hans-Jörg Butt (G)

2  Raúl Albiol

14 Holger Badstuber

4  Carlos Marchena

5  Serdar Tasci

17 Álvaro Arbeloa

4  Dennis Aogo

20 Javi Martínez

2  Marcell Jansen

10 Cesc Fàbregas

18 Toni Kroos

13 Juan Mata

21 Marko Marin

21 David Silva

13 Thomas Müller

22 Jesús Navas

19 Cacau

19 Fernando Llorente

9  Stefan Kießling

9  Fernando Torres

23 Mario Gómez

 

GOL: 73′ Carles Puyol (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

52′ Jérôme Boateng (ALE) ↓

Marcell Jansen (ALE) ↑

 

62′ Piotr Trochowski (ALE) ↓

Toni Kroos (ALE) ↑

 

81′ Sami Khedira (ALE) ↓

Mario Gómez (ALE) ↑

 

81′ David Villa (ESP) ↓

Fernando Torres (ESP) ↑

 

86′ Pedro (ESP) ↓

David Silva (ESP) ↑

 

90+3′ Xabi Alonso (ESP) ↓

Carlos Marchena (ESP) ↑

Melhores momentos da partida:

… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha

Três pontos sobre…
… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

● Desde o sorteio, as expectativas eram altíssimas para essa partida. E a espera se pagou, com um dos melhores jogos das últimas Copas.

A Espanha ainda sofria pelo fim da geração “tiki-taka”. Carles Puyol e Xabi Alonso haviam aposentado e outros ícones já não estavam no radar da seleção, como Iker Casillas, Cesc Fàbregas, David Villa e Fernando Torres. A renovação necessária foi muito bem feita pelo técnico Julen Lopetegui, dando maior protagonismo a jogadores como Koke, Isco, Thiago Alcântara e Marco Asensio. Mas eram os experientes remanescentes que ainda ditavam o ritmo: Sergio Ramos, Gerard Piqué, Sergio Busquets, Jordi Alba, David Silva e Andrés Iniesta.

Com essa junção de juventude e experiência, a Fúria foi dominante nas eliminatórias para o Mundial de 2018, com nove vitórias e apenas um empate (com a Itália, em Turim).

Mas uma bomba explodiu dois dias antes da estreia na Copa: o treinador Julen Lopetegui foi demitido pela divulgação da informação que ele havia acertado com o Real Madrid para depois do Mundial. No gigante espanhol, Lopetegui seria um fiasco e demitido ainda em outubro de 2018.

O ídolo madridista Fernando Hierro era coordenador técnico da seleção e assumiu como treinador às vésperas.


(Imagem: FIFA.com)

● Do outro lado, Portugal vinha credenciado pelo título da Eurocopa 2016, vencendo a França na final em pleno Stade de France.

O técnico Fernando Santos tinha um time com bons coadjuvantes, como o goleiro Rui Patrício, o zagueiro Pepe, o meia João Moutinho, além dos meia-atacantes Bernardo Silva, Gonçalo Guedes, Bruno Fernandes e Ricardo Quaresma. Mas, a bem da verdade, era um “exército de um homem só”: Cristiano Ronaldo.

CR7 já tinha sido eleito cinco vezes como o melhor jogador do mundo: 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017. Estava em seu auge técnico, liderando o Real Madrid a quatro conquistas da UEFA Champions League nos últimos cinco anos – sendo as três últimas consecutivas (2016, 2017 e 2018).

Por tudo isso, se esperava muito de Portugal e, especialmente, de CR7. E ele não decepcionaria.


Portugal jogou no sistema 4-4-2. Sem a bola, era um 4-2-3-1.


A Espanha atuou no já tradicional 4-2-3-1.

● A Espanha nem teve tempo para impor seu ritmo, quando Cristiano Ronaldo pedalou para cima de Nacho dentro da área e sofreu pênalti discutível. Ele mesmo cobrou e converteu, após quatro minutos do apito inicial.

Depois, Gonçalo Guedes jogou fora duas chances claras para ampliar o marcador. Mas quem não faz…

Aos 24′, Diego Costa foi “Diego Costa”: em uma bola longa, foi sujo ao meter o braço na cara de Pepe (não é disputa por espaço, é agressão mesmo – normal, nas características de Diego). Na sequência, mostrou o que tem de melhor, chamando José Fonte para dançar, com dois belos cortes e o chute forte no cantinho direito de Rui Patrício. Um lindo gol, que não deveria ter sido validado pela equipe de arbitragem (e pelo VAR), já que houve a falta no início do lance.

A Espanha passou a jogar melhor e a controlar as ações. Mas, em um lance isolado, a bola sobrou para CR7 na meia lua. Do jeito que ela veio, ele chutou forte de esquerda, no meio do gol. Era uma defesa fácil para David de Gea, mas ele se desconcentrou, preferindo reclamar com o bandeirinha ao pedir um impedimento inexistente. Acabou engolindo um frango, inaceitável para quem era considerado um dos melhores goleiros do mundo na época.

A Fúria voltou melhor também no segundo tempo e empatou o jogo aos 10′, após uma cobrança de falta ensaiada. David Silva cobrou no segundo pau, Busquets escorou para o meio e Diego Costa completou para o gol em cima da linha.

A merecida virada veio três minutos depois, quando uma bola rebatida pela defesa lusa sobrou para Nacho. O zagueiro/lateral do Real Madrid emendou de primeira, na veia, mandando um torpedo com efeito para o gol. A bola ainda bateu nas duas traves antes de entrar. Discutivelmente o mais bonito dos belos gols dessa partida.

A Espanha mostrou variações que não tinha mostrado até então, com um gol oriundo de lançamento longo, um de cobrança de falta ensaiada e um em chute de fora da área.

O dérbi ibérico teve um choque de estilos. A Espanha dominou as ações com um futebol envolvente, enquanto Portugal era precisa nas suas oportunidades.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, a Espanha continuava tendo a posse de bola e chances para ampliar, quando CR7 dominou uma bola na meia lua e sofreu falta tola de Piqué. O capitão português cobrou com maestria, colocando a bola por cima da barreira e tirando do alcance de De Gea. Uma cobrança perfeita, com alto grau de dificuldade, por causa da proximidade do gol. Cristiano tem seus truques e mostrou isso ao fugir de suas características para marcar seu “hat trick”. Aos 33 anos, se tornou o jogador mais velho a marcar três gols em uma mesma partida de Copa do Mundo – superando o holandês Rob Rensenbrink que tinha 30 anos quando marcou um “hat trick” em 1978.

Ele chegou em seu melhor nível, descansando em vários jogos da temporada pelo Real Madrid. Com isso, entrou para a história dentre os jogadores que fizeram gols em quatro Copas do Mundo diferentes, igualando Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose. O português havia marcado um gol em cada Copa que havia disputado (2006, 2010 e 2014). Agora, em uma partida já marca três e segue firme em busca da artilharia do Mundial. Outro feito importante foi ele ter marcado seu 84º gol pela seleção, se igualando ao húngaro Ferenc Puskás como o maior artilheiro de uma seleção europeia em todos os tempos. Posteriormente, ele ampliaria essa marca para 104 gols em 175 jogos (até esse dia 15/06/2021). Está bem próximo do recordista, o iraniano Ali Daei e seus 109 gols.


(Imagem: FIFA.com)

● Para uma das favoritas, a campanha da Espanha acabou sendo bem mediana. No segundo jogo, venceu o Irã com dificuldades por 1 x 0. No terceiro, empate na bacia das almas com o Marrocos por 2 x 2. A Fúria acabou sendo eliminada nas oitavas pela Rússia, dona da casa, nos pênaltis por 4 x 3, após empate por 1 x 1 no tempo normal.

Cristiano Ronaldo começou a Copa com tudo, pensando em recordes, artilharia e até sonhou em brigar pelo título com a humilde seleção portuguesa – assim como na Eurocopa de 2016. Mas não foi isso que aconteceu. CR7 até marcou o gol da vitória de Portugal por 1 x 0 sobre o Marrocos, mas seria só isso. No terceiro jogo, a Seleção das Quinas penou para empatar com o Irã por 1 x 1, CR7 perdeu pênalti e quase foi expulso por dar uma entrada feia sem bola. Nas oitavas de final, perdeu para o Uruguai por 2 x 1. Até hoje, Cristiano Ronaldo marcou sete gols em Copas do Mundo (01 em 2006, 01 em 2010, 01 em 2014 e 04 em 2018), mas nenhum na fase de mata-mata.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 3 x 3 ESPANHA

 

Data: 15/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Fisht Olympic Stadium

Público: 43.866

Cidade: Sochi (Rússia)

Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)

 

PORTUGAL (4-2-3-1):

ESPANHA (4-2-3-1):

1  Rui Patrício (G)

1  David de Gea (G)

21 Cédric Soares

4  Nacho

3  Pepe

3  Gerard Piqué

6  José Fonte

15 Sergio Ramos (C)

5  Raphaël Guerreiro

18 Jordi Alba

14 William Carvalho

5  Sergio Busquets

8  João Moutinho

8  Koke

11 Bernardo Silva

21 David Silva

17 Gonçalo Guedes

22 Isco

16 Bruno Fernandes

6  Andrés Iniesta

7  Cristiano Ronaldo (C)

19 Diego Costa

 

Técnico: Fernando Santos

Técnico: Fernando Hierro

 

SUPLENTES:

 

 

12 Anthony Lopes (G)

13 Kepa Arrizabalaga (G)

22 Beto (G)

23 Pepe Reina (G)

15 Ricardo Pereira

2  Dani Carvajal

2  Bruno Alves

12 Álvaro Odriozola

13 Rúben Dias

14 César Azpilicueta

19 Mário Rui

16 Nacho Monreal

4  Manuel Fernandes

10 Thiago Alcântara

23 Adrien Silva

7  Saúl Ñíguez

10 João Mário

11 Lucas Vázquez

20 Ricardo Quaresma

20 Marco Asensio

18 Gelson Martins

17 Iago Aspas

9  André Silva

9  Rodrigo Moreno

 

GOLS:

4′ Cristiano Ronaldo (POR)

24′ Diego Costa (ESP)

44′ Cristiano Ronaldo (POR)

55′ Diego Costa (ESP)

58′ Nacho (ESP)

88′ Cristiano Ronaldo (POR)

 

CARTÕES AMARELOS:

17′ Sergio Busquets (ESP)

28′ Bruno Fernandes (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

68′ Bruno Fernandes (POR) ↓

João Mário (POR) ↑

 

69′ Bernardo Silva (POR) ↓

Ricardo Quaresma (POR) ↑

 

70′ Andrés Iniesta (ESP) ↓

Thiago Alcântara (ESP) ↑

 

77′ Diego Costa (ESP) ↓

Iago Aspas (ESP) ↑

 

80′ Gonçalo Guedes (POR) ↓

André Silva (POR) ↑

 

86′ David Silva (ESP) ↓

Lucas Vázquez (ESP) ↑

Melhores momentos da partida:

Jogo completo:

… 31/05/1962 – Tchecoslováquia 1 x 0 Espanha

Três pontos sobre…
… 31/05/1962 – Tchecoslováquia 1 x 0 Espanha


(Imagem: Getty Images)

● Cerca de 12.700 pessoas compareceram ao estádio Sousalito, em Viña del Mar. A expectativa era ver uma equipe praticamente desconhecida de um país comunista ser massacrada pelos vários astros do ataque espanhol.

A Tchecoslováquia chegava ao Mundial sem empolgar, apesar do 3º lugar no Campeonato Europeu de Seleções de 1960. A torcida estava desanimada, principalmente quando o sorteio colocou os tchecos num grupo com Espanha, Brasil e México. Mas os jogadores discordavam de sua torcida e estavam confiantes. Em 1959, o Dukla Praga (time base do selecionado tcheco, com cinco titulares) venceu o Santos por 4 x 3 em um torneio amistoso disputado no México.

O goleiro Viliam Schrojf dava segurança à meta, o capitão Ladislav Novák comandava a defesa, Josef Masopust era o maestro no meio e Adolf Scherer era o principal atacante.


O goleiro tcheco Schrojf vai ao chão cercado pelos companheiros de equipe Kvašňák, Novák e Popluhár e pelo espanhol Eulogio Martínez. (Imagem: Planet World Cup)

● A Espanha já havia decepcionado ao cair nas eliminatórias para a Copa de 1958, quando foi superada pela Escócia. Apesar dos maus resultados anteriores, a Fúria contava com um elenco de astros e a mídia europeia insistia em apontá-la como uma das favoritas ao título, justamente pelo talento individual de seus jogadores. Era esperado que o rígido técnico argentino Helenio Herrera fizesse o time jogar com mais sentido coletivo.

Real Madrid (pentacampeão da Copa dos Campeões Europeus) e Barcelona (ex-clube de Helenio Herrera) polarizavam a convocação da seleção espanhola, com sete jogadores cada. Da capital vinham o goleiro Araquistáin, o zagueiro uruguaio Santamaría, o defensor Pachín, o polivalente Del Sol, o genial húngaro Ferenc Puskás, o craque argentino Alfredo Di Stéfano e o “Mr. Títulos” Paco Gento.

Da Catalunha chegaram o arqueiro Sadurní, os defensores Rodri e Gràcia, os meio-campistas Joan Segarra, Martí Vergés e Jesús Garay, além do ponta paraguio Eulogio Martínez.

Completavam o elenco quatro ótimos jogadores do Atlético de Madrid (Rivilla, Collar, Joaquín Peiró e Adelardo), dois do Athletic Bilbao (Carmelo e Echeberría) e um do Zaragoza (o bom lateral esquerdo Severino Reija). Da Inter de Milão veio o cerebral meia Luis Suárez Miramontes, além do treinador Helenio Herrera (entre 1960 e 1962, o argentino treinou a Internazionale e a seleção espanhola ao mesmo tempo).

Assim, não tinha como não colocar a Espanha como uma das grandes favoritas. Mas seu principal jogador chegava ao Mundial fora de combate. Eleito o “Bola de Ouro” da revista France Football em 1957 e 1959, o gênio madridista Alfredo Di Stéfano só teria condições de jogo nas quartas de final, se a Fúria passasse de fase.


A Tchecoslováquia jogava no esquema da moda de então, o 4-2-4, com destaque para o craque Josef Masopust


A Espanha jogava em um misto de W-M e 4-2-4

● A Espanha acabou sendo tão confusa em campo quanto a numeração de suas camisas. A Fúria tinha um domínio territorial estéril, sem concluir as jogadas. Os tchecos se defendiam bem e contra-atacavam com entusiasmo.

Josef Masopust liderava o meio-campo tcheco. Em uma jogada criada por ele, Adamec fez o pivô e Jelínek bateu rasteiro de fora da área. A bola foi fraca e o goleiro espanhol Carmelo fez a defesa.

Mas o primeiro tempo terminou sem gols. A maioria dos ataques morreram sem conclusão antes de chegar à área rival.

A melhor chance dos ibéricos foi com uma bola lançada para a área tcheca, que a defesa cortou e Jesús Garay pegou o rebote para chutar de longe, por cima do gol.

A Tchecoslováquia conseguia se segurar firme na defesa, mas não ousava no ataque.

O gol decisivo só poderia sair em uma falha. E foi o que aconteceu.

A dez minutos do apito final, Reija e Santamaría se atrapalharam com a bola e Adolf Scherer fez um lançamento nas costas da defesa. Sozinho, Jozef Štibrányi arrancou em velocidade pelo meio, entrou na área e deu um toquinho por cobertura, na saída do goleiro Carmelo. A bola acabou entrando no cantinho direito.

Em uma Copa que os fotógrafos invadiam o campo para registrar tudo de perto, a maioria deles estavam atrás do gol tcheco. Poucos registraram o gol de Štibrányi.

A Espanha apresentou um futebol melhor e mais vistoso. Mas só vence a partida quem marca gols. E quem fez isso – uma mísera vez – foi a Tchecoslováquia.


(Imagem: Pinterest)

● O Grupo C acabou sendo o mais equilibrado da primeira fase da Copa do Mundo de 1962. E a Fúria fracassou mais uma vez.

No jogo seguinte, a Espanha venceu o México por 1 x 0, com um gol no último minuto de Joaquín Peiró. Na terceira rodada, um duelo entre Espanha e Brasil classificaria o vencedor e eliminaria o derrotado. Bastante prejudicada pela arbitragem, a Espanha acabou perdendo por 2 x 1 e voltando para casa de forma precoce.

Na segunda partida, a Tchecoslováquia segurou o ataque brasileiro (com Pelé lesionado durante o jogo) e empatou sem gols. Já classificada, perdeu para o México por 3 x 1, na primeira vitória dos astecas em Copas do Mundo. Nas quartas de final, vitória sobre o bom time da Hungria por 1 x 0. Na semi, venceu a forte Iugoslávia por 3 x 1. Na decisão, dessa vez não contou com a sorte e foi derrotada pelo Brasil por 3 x 1, gols de Amarildo, Zito e Vavá, com Masopust descontando para os tchecos.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

TCHECOSLOVÁQUIA 1 x 0 ESPANHA

 

Data: 31/05/1962

Horário: 15h00 locais

Estádio: Sousalito

Público: 12.700

Cidade: Viña del Mar (Chile)

Árbitro: Carl Erich Steiner (Áustria)

 

TCHECOSLOVÁQUIA (4-2-4):

ESPANHA (W-M):

1  Viliam Schrojf (G)

3  Carmelo (G)

2  Jan Lála

11 Feliciano Rivilla

5  Svatopluk Pluskal

19 José Emilio Santamaría

3  Ján Popluhár

16 Severino Reija

4  Ladislav Novák (C)

20 Joan Segarra (C)

19 Andrej Kvašňák

8  Jesús Garay

6  Josef Masopust

5  Luis del Sol

7  Jozef Štibrányi

15 Eulogio Martínez

8  Adolf Scherer

14 Ferenc Puskás

10 Jozef Adamec

21 Luis Suárez

11 Josef Jelínek

9  Francisco Gento

 

Técnico: Rudolf Vytlačil

Técnico: Helenio Herrera

 

SUPLENTES:

 

 

22 Pavel Kouba (G)

1  José Araquistáin (G)

21 Jozef Bomba

2  Salvador Sadurní (G)

12 Jiří Tichý

17 Rodri

13 František Schmucker

7  Luis María Echeberría

15 Vladimír Koiš

10 Sígfrid Gràcia

16 Titus Buberník

22 Martí Vergés

17 Tomáš Pospíchal

13 Pachín

18 Josef Kadraba

4  Enrique Collar

9  Pavol Molnár

12 Joaquín Peiró

20 Jaroslav Borovička

18 Adelardo

14 Václav Mašek

6  Alfredo Di Stéfano

 

GOL: 80′ Jozef Štibrányi (TCH)

Melhores momentos da partida:

Jogo completo:

… 20/07/1966 – Alemanha Ocidental 2 x 1 Espanha

Três pontos sobre…
… 20/07/1966 – Alemanha Ocidental 2 x 1 Espanha


(Imagem: Impromptuinc)

● O árbitro da partida foi o brasileiro Armando Marques. Então com 36 anos, ele era famoso no Brasil por sua mania de querer ser o centro do espetáculo. Mas não havia qualquer dúvida de que ele era o melhor árbitro do país na década de 1960. Seus famosos e folclóricos erros só viriam a acontecer nos anos 1970, como, por exemplo, o equívoco na contagem de pênaltis na decisão do Campeonato Paulista de 1973.

Ambas as seleções constavam no grupo das favoritas ao título. O Brasil era o candidato natural, por ter vencido as duas Copas anteriores (1958 e 1962). A Inglaterra era a dona da casa. A Espanha havia conquistado a Eurocopa de 1964. A Hungria havia ganhado a medalha de ouro do futebol nos Jogos Olímpicos de 1964. A União Soviética contava o goleiro Lev Yashin em seu auge. A Alemanha Ocidental tinha um bom elenco, onde brilhavam o veterano atacante Uwe Seeler e uma jovem dupla no meio campo: Franz Beckenbauer e Wolfgang Overath.

Após quase trinta anos, os alemães tinham um novo técnico. Em 1964, a “raposa” Sepp Herberger deu lugar ao não menos esperto Helmut Schön, que era seu auxiliar desde 1960.

Em sua primeira partida, a Nationalmannschaft goleou a Suíça por 5 x 0. Na segunda rodada, empatou sem gols com a Argentina. Com a vitória dos albicelestes sobre os suíços por 2 x 0 no dia anterior, a Alemanha jogava por uma vitória simples para ser a líder do Grupo B ou, na pior dar hipóteses, precisava de um empate para ficar com a segunda vaga da chave.


(Imagem: Impromptuinc)

● Em sua estreia, a Espanha perdeu para a Argentina por 2 x 1. Depois, venceu a Suíça pelo mesmo placar. No terceiro jogo, precisava vencer os alemães de qualquer jeito para se classificar.

Por isso, o técnico José Villalonga radicalizou geral. Ele aproveitou a lesão do meia Pirri e trocou praticamente todo o time do meio de campo para a frente. Só o ponta direita Amancio Amaro continuou no onze titular.

Foram barrados jogadores consagrados, como o ponta esquerda Paco Gento, do Real Madrid (jogador mais vezes campeão na história da UEFA Champions League, com seis títulos), o atacante Joaquín Peiró e o meia Luis Suárez, ambos da Inter de Milão (que havia vencido a Champions por duas vezes em anos anteriores) e o meia Luis del Sol, da Juventus.

Esses nomes de peso foram substituídos por jovens que estavam no elenco que ajudou a Espanha a se sagrar campeã da Eurocopa de 1964, como Josep Maria Fusté, Adelardo, Marcelino e Carlos Lapetra.

Porém, o certo é que os onze jogadores que pisaram no Villa Park naquele dia nunca haviam sequer treinado juntos.


Ambas as equipes jogavam no sistema tático 4-2-4.

● Os primeiros 30 minutos dessa partida foram os mais intensos dos espanhóis desde a Copa de 1950. Dominando as ações ofensivas, o time demonstrou uma vontade incomum e partiu para cima da Alemanha honrando o apelido de Fúria. Com um time menos talentoso, mas dedicado e esforçado, os espanhóis começaram pressionando e empurrando os teutônicos para o campo de defesa. Tamanho esforço e vigor só poderia ser recompensado com um gol.

Aos 23′, Emmerich deu um passe errado para Franz Beckenbauer. Josep Maria Fusté interceptou, abriu na esquerda com Marcelino e se infiltrou na área. A devolução foi perfeita para Fusté dominar no peito e tocar no canto direito, antes da chegada do goleiro Hans Tilkowski. Os alemães reclamaram que Fusté havia conduzido a bola com o braço, mas Armando Marques, como sempre, nem quis escutar.

Aos 39′, Sigfried Held cobrou um lateral rápido para Lothar Emmerich na ponta esquerda. Quase da linha de fundo, Emmerich soltou uma bomba que passou entre a trave direita e o goleiro José Ángel Iribar, morrendo no outro ângulo. Foi um verdadeiro “gol espírita”, um dos maiores de todas as Copas. O chute tomou o rumo do gol sem ter ângulo algum.

Esse gol ficou imortalizado na Alemanha. Desde então, quando um gol é marcado de um ângulo impossível, é chamado de “Emmerich Tor” (“gol Emmerich”) no jargão futebolístico alemão.

Um golaço, que foi considerado o gol mais bonito da história do estádio Villa Park até a época.

Era um verdadeiro castigo para o que os espanhóis estavam jogando. Não havia mais justiça no placar.

A Espanha retornou com menos confiança para o segundo tempo e só voltaria a equilibrar as ações a partir dos 20 minutos, mas sem a adrenalina da primeira etapa. A Fúria tentou o segundo gol a qualquer custo, mas o time cansou.

E a virada alemã aconteceu aos 39′. Held foi à linha de fundo e cruzou rasteiro da esquerda. Uwe Seeler dominou na linha da pequena área e bateu no canto esquerdo de Iribar.

Assim como o primeiro gol alemão, o segundo também ocorreu em um momento que abalou psicologicamente os espanhóis, que agora precisavam anotar dois gols em sete minutos.

E o nervosismo dos ibéricos ainda resultou em outras duas chances perdidas pelos germânicos. Em uma delas, Uwe Seeler roubou a bola de Severino Reija, entrou sozinho na área e driblou o goleiro Iribar, mas ficou sem ângulo para a finalização.


(Imagem: Impromptuinc)

● De forma melancólica, a Espanha deu adeus a mais uma Copa do Mundo. O zagueiro Gallego resumiu bem a partida: “Nós criamos as oportunidades e eles fizeram os gols”.

Curiosamente, a Espanha tinha em seu elenco um atacante que começou a carreira no Flamengo. Nascido em Pontevedra, na região da Galícia, José Armando Ufarte viveu a infância no Brasil e começou a carreira nas divisões de base do rubro-negro, antes de voltar ao seu país e jogar no Atlético de Madrid. Jogou também pelo Corinthians e pelo Racing Santander. Pelo Flamengo, conquistou o Campeonato Carioca em 1961 e o Tornio Rio-São Paulo em 1963.

Com a vitória, a Alemanha foi a líder de seu grupo graças ao critério do goal average (divisão do número de gols marcados pelo número de gols sofridos), furando a previsão de seu ex-técnico Sepp Herberger, campeão mundial em 1954 e jornalista em 1966. Ele havia afirmado que os alemães seriam eliminados ainda na primeira fase.

Nas quartas de final, a Alemanha Ocidental goleou o Uruguai por 4 x 0. Nas semifinais, venceu a forte União Soviética por 2 x 1. Na decisão, enfrentou a Inglaterra, dona da casa. Conseguiu um empate no tempo normal, mas, na prorrogação, sofreu um gol bastante polêmico (até hoje não existe um ângulo de qualquer imagem que tenha mostrado a bola dentro do gol) e perdeu por 4 x 2.


(Imagem: AP Photo / Bippa / Impromptuinc)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA OCIDENTAL 2 x 1 ESPANHA

 

Data: 20/07/1966

Horário: 19h30 locais

Estádio: Villa Park

Público: 42.187

Cidade: Birmingham (Inglaterra)

Árbitro: Armando Marques (Brasil)

 

ALEMANHA OCIDENTAL (4-2-4):

ESPANHA (4-2-4):

1  Hans Tilkowski (G)

1  José Ángel Iribar (G)

2  Horst-Dieter Höttges

2  Manuel Sanchís

5  Willi Schulz

17 Gallego

6  Wolfgang Weber

5  Ignacio Zoco (C)

3  Karl-Heinz Schnellinger

15 Severino Reija

4  Franz Beckenbauer

6  Jesús Glaría

12 Wolfgang Overath

19 Josep Maria Fusté

19 Werner Krämer

21 Adelardo

9  Uwe Seeler (C)

8  Amancio Amaro

10 Sigfried Held

9  Marcelino

11 Lothar Emmerich

22 Carlos Lapetra

 

Técnico: Helmut Schön

Técnico: José Villalonga

 

SUPLENTES:

 

 

22 Sepp Maier (G)

12 Antonio Betancort (G)

21 Günter Bernard (G)

13 Miguel Reina (G)

14 Friedel Lutz

14 Feliciano Rivilla

15 Bernd Patzke

16 Ferran Olivella

17 Wolfgang Paul

3  Eladio

18 Klaus-Dieter Sieloff

18 Pirri

7  Albert Brülls

4  Luis del Sol

16 Max Lorenz

20 Joaquín Peiró

8  Helmut Haller

10 Luis Suárez Miramontes

13 Heinz Hornig

7  José Armando Ufarte

20 Jürgen Grabowski

11 Francisco Gento

 

GOLS:

23′ Josep Maria Fusté (ESP)

39′ Lothar Emmerich (ALE)

84′ Uwe Seeler (ALE)

 

ADVERTÊNCIAS:

Wolfgang Overath (ALE)

Jesús Glaría (ESP)


(Imagem: DPA / Report+++ / Impromptuinc)

Gols da partida:

… 27/06/2006 – França 3 x 1 Espanha

Três pontos sobre…
… 27/06/2006 – França 3 x 1 Espanha


(Imagem: SoccerMuseum)

● A Espanha não chegou à Alemanha com a mesma confiança de outros Mundiais. Não tinha mais a experiência e liderança de Fernando Hierro. Raúl já estava em declínio técnico e não era mais o jogador extraclasse que havia sido. A esperança de gols era Fernando “El Niño” Torres. Treinada por Luis Aragonés desde o fim da Eurocopa de 2004, foi deixando aos poucos de ser “La Fúria” e se tornando “La Roja”. O que isso significava? Que não bastava tentar vencer na base da imposição, a todo custo (como em seu histórico), mas isso era feito com inteligência e muita posse de bola.

Muitos afirmam que foi Pep Guardiola quem implantou no Barcelona o estilo “tiki-taka” que teria sido copiado por Vicente Del Bosque para a seleção que venceu as Eurocopas de 2008 e 2012 e a Copa do Mundo de 2010. Porém, Guardiola chegou ao Barça na temporada 2008/09, logo na sequência do título espanhol na Euro. La Roja ainda era treinada por Aragonés, que usava Xavi e Iniesta como peças principais de uma troca de passes incessante.

Para 2006, era um time muito renovado em comparação com quatro anos antes, com destaques para Cesc Fàbregas (19 anos), Sergio Ramos (20), Fernando Torres (22), Andréa Iniesta (22), José Antonio Reyes (23) e David Villa (25) – que superaria Raúl como o maior goleador da história da seleção espanhola. Desde que Aragonés assumiu o comando, a Espanha não havia perdido nenhum dos últimos 25 jogos.


(Imagem: IFDB)

Como já contamos, a França chegou cheia de expectativas e passou vergonha na Copa do Mundo de 2002. O técnico Raymond Domenech havia treinado a seleção sub-21 da França por onze anos e conhecia bem o potencial daquela geração. Desde 2004 na seleção principal, ele tinha a responsabilidade de recuperar a autoestima do povo em relação à equipe nacional.

A França estava passando apuros para se qualificar para o Mundial. Mas, a quatro partidas do fim, teve a volta de três expoentes. Zinedine Zidane, Lilian Thuram e Claude Makélélé haviam se aposentado da seleção após a Euro 2004, mas voltaram na reta final das eliminatórias europeias para garantir a classificação dos Bleus. O grupo foi tão equilibrado em um festival de empates, que a França ficou apenas três pontos a frente da Irlanda, quarta colocada (França, Suíça e Israel terminaram invictos).

Zidane chegou na Copa aposentado. Ele tinha mais um ano de contrato com o Real Madrid, mas anunciou que penduraria as chuteiras após a Copa. Então, cada jogo na competição poderia ser o último da carreira de Zidane. E isso inflamou os franceses a se doarem mais em campo em prol de seu capitão. E causou uma enorme expectativa nos telespectadores e no público em geral.

A seleção francesa contava com seis veteranos campeões do mundo em 1998: o goleiro Fabien Barthez, o defensor Lilian Thuram, os meio-campistas Patrick Vieira e Zinedine Zidane, além dos atacantes David Trezeguet e Thierry Henry. Já no fim de sua gloriosa passagem pelo Arsenal, o meia Robert Pirès foi preterido pelo técnico Domenech; segundo o jogador, ele teria ficado de fora das convocações por ser do signo de escorpião, incomodando o místico treinador. Djibril Cissé era dado como certo até como titular, mas fraturou a perna uma semana antes do Mundial, em um amistoso contra a China; para seu lugar foi convocado o experiente Trezeguet.


(Imagem: BBC)

● A Espanha foi a líder do Grupo H, com 100% de aproveitamento. Na estreia, goleou a debutante Ucrânia, de Andriy Shevchenko, por 4 x 0. Na sequência, bateu a Tunísia por 3 X 1. Já classificada, jogou com um time reserva e venceu a Arábia Saudita com um magro 1 X 0.

Mas magra mesmo foi a campanha da França no Grupo G. Na primeira partida, empate sem gols com a Suíça. Na segunda, outro empate com a Coreia do Sul, dessa vez por 1 X 1. E o sinal de alerta foi ligado, porque no terceiro jogo, a França precisaria vencer a seleção de Togo, de Emmanuel Adebayor, por dois gols de diferença para depender apenas de si – e sem contar com Zinedine Zidane e Éric Abidal, ambos suspensos com o segundo cartão amarelo. Mas Les Bleus venceram sua ex-colônia africana pelo placar necessário de 2 x 0.

Nas oitavas de final, a França tinha que melhorar muito para desbancar a favorita Espanha. A Espanha era freguesa da França em jogos oficiais (quatro derrotas e um empate em cinco jogos até então). Essa foi a única partida em Copas do Mundo mas o duelo havia se repetido três vezes na Eurocopa. Na decisão de 1984, Michel Platini comandou Les Bleus ao título com vitória sobre a Fúria por 2 x 0. Em 1996, empate por 1 x 1 na fase de grupos. Em 2000, nova vitória francesa nas quartas de final por 2 x 1.


A França atuava no esquema 4-2-3-1.


A Espanha jogou no sistema 4-3-3.

● Na AWD Arena, em Hanover, a partida foi um jogo de xadrez, entre os estrategistas Raymond Domenech e Luis Aragonés. O jogo começou cadenciado, com as duas equipes se arriscando pouco no ataque. A Espanha mantinha a posse de bola e a França buscava roubar e sair em rápidos contragolpes.

Com os sistemas defensivos bem postados, a primeira chance do jogo só ocorreu na metade do primeiro tempo. Zidane lançou Henry na ponta direita e ele chegou cruzando para a pequena área. A bola passou por Franck Ribéry e Patrick Vieira, que não conseguiram alcançá-la e desperdiçaram a chance.

Thierry Henry era o único homem de frente dos Bleus (que jogaram de branco) e invariavelmente era pego em impedimento, pois a defesa espanhola atuava em linha. Os franceses também não davam espaço ao trio de ataque espanhol. Com isso, os gols só podiam sair de erros cometidos pelas defesas.

Aos 28′, Mariano Pernía (lateral esquerdo argentino naturalizado espanhol) bateu escanteio e a defesa francesa cortou mal. Xabi Alonso pegou o rebote e tocou para o meio. Se aventurando no ataque, o zagueiro Pablo Ibáñez tentou dominar dentro da área e Thuram pisou em seu tornozelo. Pênalti para a Espanha. Raúl estava completando 29 anos exatamente naquele dia. O craque merengue tinha desperdiçado uma penalidade no fim do jogo contra a França na Euro 2000 e não foi para a cobrança. David Villa se encarregou e bateu com perfeição, quase no pé da trave direita de Barthez, que até acertou o canto, mas não conseguiu pegar. A Espanha abriu o placar.

A França teve que tomar mais a iniciativa, passou a dominar o jogo e a merecer o empate. E ele veio aos 41′. Franck Ribéry deixou com Vieira, que devolveu com perfeição para o Scarface escapar sem marcação nas costas da defesa ibérica, driblar Iker Casillas e completar para o gol.


(Imagem: BBC)

Tudo igual no intervalo. O jogo estava aberto e as expectativas para a etapa final eram as melhores possíveis.

O jogo voltou a ficar equilibrado, mas em ritmo mais lento. Nenhum dos dois times conseguiam criar chances claras de gol. O ataque espanhol era inócuo e o técnico fez duas mudanças no time aos oito minutos: saíram os atacantes Raúl e David Villa e entraram os pontas Luis García e Joaquín. Os jogadores que entraram auxiliavam mais na recomposição defensiva.

A Espanha tinha mais posse de bola (61%). Mas a França tinha Zinedine Zidane. E ele começou a jogar. Não queria se despedir do futebol dessa maneira e estava determinado a mudar a sorte de sua equipe. E estava no auge da sua magia. Com seu maestro orquestrando as jogadas, a França passou a merecer a virada. E ela veio quando faltavam apenas sete minutos para o fim do jogo.

Aos 38′ da etapa final, Zidane cobrou falta da intermediária direita para a área espanhola. Xabi Alonso cortou mal e Patrick Vieira cabeceou quase da linha de fundo. A bola bateu em Sergio Ramos e tirou Casillas da jogada. Era a virada francesa.

A Fúria não tinha alternativas e tentou partir com tudo para cima nos minutos finais, dando contra-ataques para os franceses e acabou por sofrer o golpe fatal. Já nos acréscimos, Cesc Fàbregas foi cercado por três franceses em seu campo de defesa e perdeu a bola. Sylvain Wiltord lançou Zidane na esquerda. O gênio invadiu a área, cortou Puyol e chutou no contrapé de Casillas. Um golaço que colocou ponto final no duelo.


(Imagem: BBC)

● Placar final: 3 x 1 e classificação francesa garantida. Um placar sem sombra de dúvidas sobre quem era melhor.

Melhor ainda: Zidane estendia a carreira ao menos por mais noventa minutos.

Patrick Vieira era até então o mais importante jogador francês no Mundial, com dois gols e duas assistências.

A Espanha continuava sua sina de amarelar em jogos decisivos.

Nas quartas de final, a França enfrentaria a Seleção Brasileira, do temível “Quadrado Mágico”: Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo. Mas sobre essa partida vamos falar no dia 01/07.


(Imagem: BBC)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 3 x 1 ESPANHA

 

Data: 27/06/2006

Horário: 21h00 locais

Estádio: AWD Arena (atual HDI Arena)

Público: 43.000

Cidade: Hanover (Alemanha)

Árbitro: Roberto Rosetti (Itália)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

ESPANHA (4-3-3):

16 Fabien Barthez (G)

1  Iker Casillas (G)

19 Willy Sagnol

15 Sergio Ramos

15 Lilian Thuram

5  Carles Puyol

5  William Gallas

22 Pablo Ibáñez

3  Éric Abidal

3  Mariano Pernía

6  Claude Makélélé

14 Xabi Alonso

4  Patrick Vieira

8  Xavi

22 Franck Ribéry

18 Cesc Fàbregas

10 Zinedine Zidane (C)

21 David Villa

7  Florent Malouda

9  Fernando Torres

12 Thierry Henry

7  Raúl (C)

 

Técnico: Raymond Domenech

Técnico: Luis Aragonés

 

SUPLENTES:

 

 

23 Grégory Coupet (G)

19 Santiago Cañizares (G)

1  Mickaël Landreau (G)

23 Pepe Reina (G)

2  Jean-Alain Boumsong

2  Míchel Salgado

17 Gaël Givet

4  Carlos Marchena

13 Mikaël Silvestre

20 Juanito

21 Pascal Chimbonda

12 Antonio López

18 Alou Diarra

6  David Albelda

8  Vikash Dhorasoo

16 Marcos Senna

9  Sidney Govou

13 Andrés Iniesta

11 Sylvain Wiltord

17 Joaquín

14 Louis Saha

10 José Antonio Reyes

20 David Trezeguet

11 Luis García

 

GOLS:

28′ David Villa (ESP) (pen)

41′ Franck Ribéry (FRA)

83′ Patrick Vieira (FRA)

90+2′ Zinedine Zidane (FRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

68′ Patrick Vieira (FRA)

82′ Carles Puyol (ESP)

87′ Franck Ribéry (FRA)

90+1′ Zinedine Zidane (FRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

54′ David Villa (ESP) ↓

Joaquín (ESP) ↑

 

54′ Raúl (ESP) ↓              

Luis García (ESP) ↑

 

72′ Xavi (ESP) ↓

Marcos Senna (ESP) ↑

 

74′ Florent Malouda (FRA) ↓

Sidney Govou (FRA) ↑

 

88′ Thierry Henry (FRA) ↓

Sylvain Wiltord (FRA) ↑

Gols da partida:

… 18/06/1986 – Espanha 5 x 1 Dinamarca

Três pontos sobre…
… 18/06/1986 – Espanha 5 x 1 Dinamarca


(Imagem: FourFourTwo)

● A “Dinamáquina” era a favorita de todos os expectadores e uma das grandes favoritas ao título. E sua força de confirmava, a cada vitória no “grupo da morte”: 1 x 0 sobre a Escócia treinada pelo ainda jovem Alex Ferguson, 6 x 1 sobre o Uruguai de Enzo Francescoli e 2 x 0 na Alemanha Ocidental, vice-campeã da Copa anterior. Foi a dona da melhor campanha da primeira fase.

A Espanha chegou no Mundial invicta desde abril de 1985. Perdeu para o Brasil por 1 x 0 na estreia. Na segunda partida, venceu a Irlanda do Norte por 2 x 1. Bateu a Argélia por 3 x 0 na terceira rodada. Se classificou em segundo lugar do Grupo D.

Essas duas seleções haviam se enfrentado dois anos antes, na semifinal da Eurocopa de 1984. Na época, a Dinamarca já encantava. Mas a Espanha venceu nos pênaltis (5 x 4) após empate por 1 x 1. Mas agora havia um diferencial que não deixaria a partida ficar empatada: “El Buitre”.

Jogando em casa, a Espanha não fez uma boa Copa em 1982. Mas, quatro anos depois, renovou grande parte do elenco, chegando no México com um time mais jovem e forte. O técnico Miguel Muñoz, multicampeão com o Real Madrid nas décadas de 1960 e 1970, renovou grande parte do elenco que não fez uma boa Copa em 1982, mesmo jogando em casa. Mas com um time mais jovem e forte, foi vice-campeã da Eurocopa de 1984 e chegou bem mais cotada para o Mundial de 1986. No gol, começava a se firmar o jovem Andoni Zubizarreta. Os laterais Tomás e José Antonio Camacho não costumavam apioar, mas eram firmes na marcação. No miolo da zaga, Ricardo Gallego substituiu Antonio Maceda – lesionado e fora da competição. Seu parceiro era o violento Andoni Goikoetxea, o “Açougueiro de Bilbao”, famoso por quebrar Diego Maradona e Bernd Schuster. No meio, Victor era o marcador e Ramón Calderé o organizador. Julio Alberto fechada o lado esquerdo da segunda linha e o meia direita Míchel era o criador, além de chutar bem de longa distância. A dupla de ataque era formada pelo basco Julio Salinas, caindo mais pelo lado direito, e por Emilio Butragueño – “El Buitre” (“O Abutre”).

Butragueño tinha apenas 22 anos, mas já era adorado pela torcida do Real Madrid, liderando a famosa “Quinta del Buitre”, uma geração de jogadores formados na base merengue (Butragueño, Manolo Sanchís, Míchel, Martín Vázquez e Miguel Pardeza) que conquistou vários títulos na metade dos anos 1980. Ele se tornaria mundialmente conhecido a partir daquele 18 de junho de 1986.


Miguel Muñoz escalou a Espanha em uma formação 4-4-2, quase com duas linhas de quatro. No ataque, contava com o faro de gol de Julio Salinas e Butragueño. Na defesa, destaque para o jovem goleiro Zubizarreta e para o capitão Camacho.


Sepp Piontek escalou a Dinamarca no futurista sistema 3-5-2. Søren Busk e Ivan Nielsen eram os dois defensores centrais e Morten Olsen era o líbero. Jens Jørn Bertelsen fazia o balanço defensivo, voltando para jogar entre os zagueiros se necessário. Søren Lerby e Klaus Berggreen eram meias que marcavam e criavam. Os alas Henrik Andersen e Jesper Olsen eram meias de origem e tinham como maior característica a velocidade com a bola. Michael Laudrup e Elkjær era uma dupla de ataque de muita movimentação.
O bom ala Frank Arnesen foi uma ausência muito sentida contra a Espanha. Ele havia sido expulso na partida anterior, a vitória sobre a Alemanha Ocidental por 2 x 0, em um desentendimento com Lothar Matthäus.

● Logicamente, a Dinamarca entrou em campo como favorita. A Espanha começou a partida conseguindo impedir a criação das jogadas dinamarquesas. Com uma forte marcação individual, pressionava e não dava tempo para que os nórdicos carregassem a bola ou criassem espaços. Mas logo a pressão se afrouxaria e as trocas de passes da “Dinamáquina” começaram a aparecer.

Aos 33 minutos, Gallego derrubou Søren Lerby na grande área. Jesper Olsen cobrou de esquerda com categoria. A bola foi no canto direito, deslocando Zubizarreta, que caiu para o esquerdo.

A Dinamarca teve domínio absoluto do jogo nos minutos seguintes e a goleada parecia ser apenas questão de tempo. Mas esse domínio durou apenas dez minutos.

Pouco antes do intervalo, Lars Høgh bateu o tiro de meta curto para Jesper Olsen, que driblou Julio Salinas e fez um passe sem olhar para o meio da grande área, na tentativa de recuar para seu goleiro. Butragueño chegou antes e empatou o jogo. O empate foi um presente do céu para a Fúria.

Os dinamarqueses voltaram nervosos para o segundo tempo e não conseguiram criar. E a Espanha sabia jogar e foi construindo o placar.


(Imagem: Mais Futebol)

O “abutre” foi mortal ao demonstrar bom senso de posicionamento. Aos 11′, após cobrança de escanteio, o capitão Camacho desviou de cabeça e Butragueño testou para o fundo do gol.

Aos 23, Bertelsen fez pênalti em Butragueño. Goikoetxea bateu forte, com raiva, no canto esquerdo de Høgh.

No minuto 35′, Míchel abriu na direita para Eloy cruzar na medida para Butragueño finalizar no contrapé do goleiro.

Os dinamarqueses se entregaram e, a dois minutos do fim, Morten Olsen cometeu pênalti em Butragueño. O atacante merengue não havia feito nenhum gol até então. Depois de ter anotado a tripleta, já estava de olho na artilharia da Copa. E cobrou a penalidade no canto direito, deslocando o goleiro. “El Buitre” completou o “poker” (quatro gols em uma só partida), destruindo completamente os prognósticos favoráveis aos dinamarqueses.

Era o fim do sonho dos nórdicos. Butragueño havia emperrado as engrenagens da “Dinamáquina”.


(Imagem: Mais Futebol)

● Desnorteados, os nórdicos tentaram arranjar explicações para a goleada sofrida: “Butragueño só apareceu quando demos espaço a ele”, disse o meia Frank Arnesen. “El Buitre” foi tímido: “Nunca pensei em ser estrela. Aqui no México, há muitos jogadores melhores do que eu”.

A revista Placar da época já adiantava sobre o que poderia acontecer aos dinamarqueses: “Muito badalada, está cotada como uma das favoritas, mas pode decepcionar”.

Com certeza o problema dos nórdicos não foi falta de experiência, já que os atletas atuavam em grandes clubes europeus (apenas o goleiro Høgh jogava no país). Não foi a juventude, já que a média de idade era de 28 anos (a dos espanhóis era 26). Talvez o clima quente mexicano tenha prejudicado a velocidade e intensa troca de posições dos “vikings”. Talvez o que tenha impedido a Dinamarca de ir mais longe seja o sentimento de “missão cumprida” ao fazer mais do que já tinha feito em quase cem anos de futebol no país. Talvez tenha faltado ambição e tenha sobrado autoconfiança. Foi apenas o dia de “El Buitre”.

O pênalti convertido por Butragueño foi o 100º assinalado na história das Copas. Desses, 82 haviam sido aproveitados e 18 desperdiçados.

Ninguém marcava quatro gols em uma partida de Copa do Mundo desde Eusébio, na virada inesquecível de Portugal sobre a Coreia do Norte por 5 x 3, nas quartas de final em 1966. Curiosamente, Butragueño havia completado três anos um dia antes desse jogo.

Antes de Butragueño e Eusébio, apenas outros quatro jogadores marcaram quatro gols em um único jogo, em toda a história das Copas: o polonês Ernest Wilimowski (contra o Brasil, em 1938), o brasileiro Ademir de Menezes (contra a Suécia, em 1950), o húngaro Sándor Kocsis (contra a Alemanha Ocidental em 1954) e o francês Just Fontaine (contra a Alemanha Ocidental em 1958). Depois deles, apenas Oleg Salenko alcançou a marca, com cinco gols marcados sobre Camarões em 1994.

Após vencer os dinamarqueses, os espanhóis comemoraram em seu hotel até a madrugada. Certamente isso foi ainda mais doloroso para os dinamarqueses, que estavam hospedados bem no mesmo hotel. Mas o mundo dá voltas e a Espanha foi eliminada pela Bélgica nos pênaltis (5 x 4) após empate por 1 x 1 no tempo normal. Curiosamente, ambas as delegações também estavam no mesmo hotel e agora foi a vez dos espanhóis ouvirem até tarde a festa dos belgas.


(Imagem: Planet World Cup)

FICHA TÉCNICA:

 

ESPANHA 5 x 1 DINAMARCA

 

Data: 18/06/1986

Horário: 16h00 locais

Estádio: La Corregidora

Público: 38.500

Cidade: Querétaro (México)

Árbitro: Jan Keizer (Holanda)

 

ESPANHA (4-4-2):

DINAMARCA (3-5-2):

1  Andoni Zubizarreta (G)

22 Lars Høgh (G)

2  Tomás

3  Søren Busk

14 Ricardo Gallego

4  Morten Olsen (C)

8  Andoni Goikoetxea

5  Ivan Nielsen

3  José Antonio Camacho (C)

21 Henrik Andersen

5  Víctor Muñoz

9  Klaus Berggreen

18 Ramón María Calderé

12 Jens Jørn Bertelsen

21 Míchel

6  Søren Lerby

11 Julio Alberto

8  Jesper Olsen

19 Julio Salinas

11 Michael Laudrup

9  Emilio Butragueño

10 Preben Elkjær Larsen

 

Técnico: Miguel Muñoz

Técnico: Sepp Piontek

 

SUPLENTES:

 

 

13 Javier Urruticoechea (G)

1  Troels Rasmussen (G)

22 Juan Carlos Ablanedo (G)

16 Ole Qvist (G)

15 Chendo

2  John Sivebæk

6  Rafael Gordillo

17 Kent Nielsen

7  Juan Antonio Señor

7  Jan Mølby

4  Antonio Maceda

13 Per Frimann

17 Francisco

20 Jan Bartram

12 Quique Setién

15 Frank Arnesen

10 Francisco José Carrasco

14 Allan Simonsen

16 Hipólito Rincón

18 Flemming Christensen

20 Eloy

19 John Eriksen

 

GOLS:

33′ Jesper Olsen (DIN) (pen)

43′ Emilio Butragueño (ESP)

56′ Emilio Butragueño (ESP)

68′ Andoni Goikoetxea (ESP) (pen)

80′ Emilio Butragueño (ESP)

88′ Emilio Butragueño (ESP) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

26′ Henrik Andersen (DIN)

27′ Andoni Goikoetxea (ESP)

32′ José Antonio Camacho (ESP)

60′ Míchel (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Julio Salinas (ESP) ↓

Eloy (ESP) ↑

 

60′ Henrik Andersen (DIN) ↓

John Eriksen (DIN) ↑

 

71′ Jesper Olsen (DIN) ↓

Jan Mølby (DIN) ↑

 

83′ Míchel (ESP) ↓

Francisco (ESP) ↑

Gols da partida:

… 13/07/1950 – Brasil 6 x 1 Espanha

Três pontos sobre…
… 13/07/1950 – Brasil 6 x 1 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

● Nas Copas do Mundo de 1934 e 1938, todas as partidas eram eliminatórias, ou seja, se uma seleção perdesse uma vez, já seria eliminada. Esse formato cometia aberrações, como fazer a delegação de um país atravessar o mundo para jogar um mísera partida.

Mas se nas edições anteriores todos os jogos eram finais, o Mundial de 1950 quebrou completamente essa escrita. Não haviam finais em seu regulamento. O primeiro colocado de cada um dos quatro grupos de quatro se classificaria para um quadrangular final, onde todos jogariam contra todos e quem somasse mais pontos seria o campeão do mundo.

O Brasil foi líder do Grupo 1. Goleou o México por 4 a 0, empatou com a Suíça por 2 a 2 e venceu a Iugoslávia por 2 a 0.

O apelido de Fúria atribuído aos espanhóis surgiu nessa Copa, quando a Espanha fez a melhor campanha da primeira fase. No Grupo 2, foram vitórias sobre Estados Unidos (3 x 1), Chile (2 x 0) e Inglaterra (1 x 0).

No Grupo 3, a liderança ficou com a Suécia, que bateu a Itália (3 x 2) e empatou com o Paraguai (2 x 2). A Índia seria o quarto time, mas desistiu da competição em protesto contra uma decisão da FIFA que proibia jogar descalço, o que era costume no país.

O Grupo 4, devido à desistências de Escócia e Turquia, tinha apenas Uruguai e Bolívia. A Celeste Olímpica se classificou com uma vitória, ao golear La Verde com impiedosos 8 a 0.

Assim, estavam classificados para o quadrangular final: Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai. A ordem dos confrontos foi decidida e não sorteada. Os jogos seriam disputados no Pacaembu e no Maracanã. A CBD solicitou que o Brasil jogasse as três partidas no Maracanã, que tinha maior capacidade oficial (150 mil, contra 60 mil do estádio paulista) e, consequentemente, gerava maior renda. Isso desagradou muito aos espanhóis, porque o Brasil seria o único país que não precisaria se deslocar entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Na primeira partida da fase decisiva, Espanha e Uruguai empataram por 2 a 2, enquanto o Brasil aumentava seu favoritismo massacrando a Suécia com 7 a 1. [Alguém aí lembrou de algum outro “7 a 1” em Copa do Mundo disputada no Brasil, com a Seleção em campo? Então, por favor, esqueça.]

Na segunda rodada, o Uruguai venceu a Suécia por 3 a 2 e o Brasil enfrentaria a Espanha. Se a Seleção vencesse, jogaria por um empate na última partida frente ao rival Uruguai.


O Brasil atuava no sistema “Diagonal”, criado pelo técnico Flávio Costa. Partindo do WM, Flávio teve a ideia de criar um losango no meio de campo, com um vértice mais avançado e outro mais recuado. Os vértices laterais eram os armadores. Na imagem, ficam claros o losango no meio campo e a faixa diagonal que deu nome ao sistema.


A Espanha jogava no WM. O sistema defensivo com três zagueiros e dois meio campistas recuados, formam um “W”. Os dois meias avançados, os dois pontas e o centroavante, formam um “M”. Por isso o sistema 3-2-2-3 da época era chamado de WM. Conforme a imagem, o meio campo formava um retângulo.

● O Brasil vinha embalado pelo resultado contra os suecos. Todos esperavam um grande jogo, não apenas os 150 mil presentes no estádio Maracanã, mas todos os 52 milhões de brasileiros que se aglomeravam juntos aos rádios para escutar as narrações de Pedro Luiz (Rádio Panamericana de São Paulo, atual Jovem Pan) e da dupla Jorge Curi e Antônio Cordeiro (Rádio Nacional — veja mais abaixo).

A Espanha estava invicta há mais de um ano e tinha grandes jogadores, como o zagueiro José Parra (eleito para a seleção da Copa), o ponta direita Estanislau Basora e o centroavante Telmo Zarra (recordista de gols em um só campeonato espanhol até aparecerem os “extra-terrestres” Messi e Cristiano Ronaldo).

No escrete nacional, Friaça continuava na ponta direita, no lugar de Maneca, que sentia uma lesão na coxa.

Logo de cara o Brasil já começou a encantar os expectadores, mostrando um futebol bonito e envolvente.

Todavia, foi a Fúria quem teve a primeira oportunidade de tirar o zero do placar, mas Telmo Zarra desperdiça ao dominar a bola com a mão.

As duas equipes se alternavam no ataque até que, aos 15 minutos, Ademir de Menezes domina a bola fora da área e chuta no canto esquerdo. A bola desvia no espanhol Parra e tira qualquer chance de defesa para o goleiro. A FIFA só creditou o gol para o centroavante brasileiro mais de cinquenta anos depois. Para os padrões da época, foi considerado gol contra.

Depois, o capitão Augusto tirou em cima da linha o que seria o empate da Fúria. Na sequência, no minuto 22, o Brasil amplia o resultado. Jair Rosa Pinto chuta de canhota da entrada da área. Ramallets ainda alcança a bola, mas a deixa escapar. Ela toca a rede pelo alto e cai dentro do gol.

Com dois tentos de vantagem, o Brasil toma conta do jogo e marca mais um. Aos 31′, Chico recebe de Bigode, entra na área pelo lado esquerdo e chuta. Ramallets espalma e Ademir pega a sobra e chuta, para nova rebatida do goleiro espanhol. Chico pega a sobra e emenda de primeira para o gol.

Com a goleada já bem encaminhada, o Brasil passa a administrar a vantagem.

No segundo tempo, o domínio foi ampliado. O time forçou duas grandes defesas de Ramallets, em chutes de Friaça e Ademir. Mas ele seria vazado outra vez aos 10′. Após lançamento longo, Ademir avança pela ponta direita e cruza. A bola passa por vários jogadores e cai nos pés de Chico, que chuta no ângulo direito. Esse foi o gol de número 300 na história das Copas do Mundo.

Mal se deu a saída de bola, quando Zizinho cruza da direita e Ademir fuzila, de dentro da área. Era o quinto do Brasil.

Dez minutos depois, Ademir, o melhor em campo, dá um belo passe para Zizinho. O craque domina a bola dentro da área, tira o marcador espanhol e chuta forte, balançando as redes da Espanha, fazendo o sexto e mais bonito dos gols.

Com o resultado garantido, o Brasil parou de atacar e a torcida começou a cantar “Touradas em Madri” nas arquibancadas (veja mais abaixo).

Não parou nem com o gol de honra da Espanha. Aos 26′, Basora corre pela ponta direita e cruza para a pequena área. Perto da trave direita (e em posição de impedimento não marcada pela arbitragem), Silvestre Igoa acerta um lindo voleio e diminui a goleada.

Depois, Zarra ainda acertaria a trave.

No fim, os espanhois passaram a assistir o toque de bola brasileiro. Nada mais importava. Estava muito próximo o sonhado título mundial do Brasil em pleno Maracanã.


(Imagem: FIFA.com)

● Vencer a Espanha de forma tão avassaladora era a prova de que o Brasil estava preparado para ser campeão do mundo. Muitos consideram que essa partida foi a maior exibição da história da Seleção. O jornalista inglês Brian Glanville escreveu que o Brasil “jogava o futebol do futuro, quase surrealista, que taticamente não apresenta nada demais, mas tecnicamente é soberbo”.

Provavelmente nunca mais tenha se visto uma festa coletiva que unisse o país inteiro, como foi naquele 13 de julho de 1950.

É até hoje a terceira maior goleada sofrida pela seleção espanhola em toda sua história.

Na última rodada, a Espanha perdeu para a Suécia por 3 a 1, terminando com o 4º lugar geral.

O Brasil enfrentou o arquirrival Uruguai, precisando apenas de um empate para se sagrar campeão, mas todos sabemos como termina essa história.

● Após o quarto gol brasileiro, a torcida estava enlouquecida e começou a cantar em coro “Touradas em Madri”. Essa que é uma das marchinhas de Carnaval mais populares da história, foi composta por João de Barro (o Braguinha) e Alberto Ribeiro.

A música já era muito conhecida, mas curiosamente tinha sido desclassificada do Carnaval de 1938, quando a comissão do júri alegou que se tratava de um “pasodoble” (estilo espanhol) e não de uma marchinha.

Mas doze anos depois, cantada em uníssono por um público oficial de 152.772 pessoas, “Touradas em Madri” foi consagrada em pleno Maracanã.

Em uma entrevista à ESPN, o jornalista João Máximo, que estava presente no estádio naquele dia, relatou como tudo começou: “Quando fui ao jogo, havia pequenos grupos de torcedores que distribuíam uma paródia para ser cantada com o ‘Touradas em Madri’. Essa paródia mexia com Basora, Parra, Gaínza, Puchades, Panizo, jogadores espanhóis. O que eu acho é que esse papel se espalhou por vários grupos da arquibancada, as pessoas tentaram cantar a paródia. Mas claro que não pegou. O estádio de repente começou a cantar a mesma letra original que todo mundo conhecia.”

Braguinha também estava presente no Maracanã e chorou tanto de emoção, que nem conseguia falar. Muitos torcedores brasileiros não o reconheceram e pensaram se tratar de um torcedor espanhol que chorava de tristeza. Alguns queriam até agredi-lo. Mas era apenas Braguinha, chorando de felicidade ao ver seu trabalho ser eternizado eu um dos momentos mais felizes da história do país.

Touradas em Madri (1938)

Eu fui às touradas em Madri
E quase não volto mais aqui
Pra ver Peri beijar Ceci
Eu conheci uma espanhola
Natural da Catalunha
Queria que eu tocasse castanhola
E pegasse touro à unha
Caramba! Caracoles! Sou do samba
Não me amoles
Pro Brasil eu vou fugir!
Isto é conversa mole para boi dormir!”

● Assim como todos os jogos da Copa de 1950, esse é uma partida da qual se tem poucos registros. Uma verdadeira relíquia (descoberta por Thiago Uberreich, da Jovem Pan) é a a transmissão da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Infelizmente alguns trechos do áudio foram perdidos, mas a maior parte está disponível. Na narração, fica evidente a o envolvimento e a euforia da torcida.

 

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 6 x 1 ESPANHA

 

Data: 13/07/1974

Horário: 15h00 locais

Estádio: Maracanã

Público: 152.772

Cidade: Rio de Janeiro (Brasil)

Árbitro: Reginald Leafe (Inglaterra)

 

BRASIL (Diagonal):

ESPANHA (WM):

1  Barbosa (G)

1  Antoni Ramallets (G)

2  Augusto (C)

2  Gabriel Alonso

3  Juvenal 

3  José Gonzalvo II

4  Bauer

4  Mariano Gonzalvo III

5  Danilo Alvim

5  José Parra

6  Bigode

6  Antonio Puchades

7  Friaça

7  Estanislau Basora

8  Zizinho

8  Silvestre Igoa

9  Ademir de Menezes

9  Telmo Zarra

10 Jair Rosa Pinto

10 José Luis Panizo

11 Chico

11 Agustín Gaínza (C)

 

Técnico: Flávio Costa

Técnico: Guillermo Eizaguirre

 

SUPLENTES:

 

 

Castilho (G)

Ignacio Eizaguirre (G)

Nena

Juan Acuña (G)

Nilton Santos

Francisco Antúnez

Ely

Vicente Asensi

Rui

Rafael Lesmes II

Noronha

Alfonso Silva

Alfredo II

Nando

Maneca

Luis Molowny

Baltazar

Rosendo Hernández

Adãozinho

José Juncosa

Rodrigues

César

 

GOLS:

15′ Ademir de Menezes (BRA)

21′ Jair Rosa Pinto (BRA)

31′ Chico (BRA)

55′ Chico (BRA)

57′ Ademir de Menezes (BRA)

67′ Zizinho (BRA)

71′ Silvestre Igoa (ESP)

Lances da partida:

Diversas imagens desse jogo:

… 01/07/2018 – Espanha 1 x 1 Rússia

Três pontos sobre…
… 01/07/2018 – Espanha 1 x 1 Rússia


(Imagem: FIFA.com)

● Os dois técnicos já começaram surpreendendo nas escalações. Na Espanha, Fernando Hierro optou por Koke ao invés de Thiago no meio. Na lateral direita, preferiu Nacho ao invés de Dani Carvajal, que ainda não está em condições físicas ideais. E deixou o ídolo Andrés Iniesta no banco, dando vaga a Marco Asensio no time titular.

Na Rússia, Stanislav Cherchesov escalou pela primeira vez na Copa uma equipe com três zagueiros: Kutepov, Ignashevich e Kudryashov. Com isso, ele esperava liberar mais os laterais (agora alas) que são bons no apoio: Mário Fernandes, pela direita, e Yuri Zhirkov, pela esquerda. No meio, trocou Gazinsky por Kuzyayev. E tirou do time titular Denis Cheryshev , o artilheiro da Rússia no Mundial com três gols. Com isso, Cherchesov esperava fechar os lados e rechear o meio, dificultando a criação do time espanhol.


A Espanha atuou no já tradicional 4-2-3-1.


Pela primeira vez na Copa a Rússia foi escalada com três zagueiros, em uma espécie de 5-2-2-1.

● O primeiro tempo foi chato, como quase todos os jogos da Espanha nessa Copa. É um time que toca (toca… toca… toca…) muito a bola, mas sem ser incisivo. Asensio, David Silva e Diego Costa ficaram “encaixotados” na marcação russa. Isco se movimentava bem e aparecia em todo o campo para trocar passes.

E o placar foi aberto aos 11 minutos com uma boa dose de sorte. Asensio cobrou falta fechada. Enquanto Ignashevich e Sergio Ramos se digladiavam na luta por espaço, ambos esqueceram a bola, que bateu no calcanhar do russo já caído e entrou no gol.

A Rússia não atacava. Parecia respeitar demais a Fúria e confiar em algum lance isolado que lhe rendesse o empate. Quase deu certo quando Golovin arriscou de fora da área e a bola assustou o goleiro De Gea.

Mas daria certo pouco depois. Mário Fernandes recebeu lançamento na ponta direita e descolou o escanteio aos 40′. Samedov cobrou e Dzyuba cabeceou. A bola tocou na mão de Piqué, que estava com o braço esticado e o árbitro assinalou o pênalti. Na cobrança, o próprio Dzyuba cobrou no canto esquerdo enquanto De Gea pulou no direito. Tudo igual no Estádio Luzhniki.

Enquanto vencia, a Espanha ficava com a bola trocando passes do meio para trás. E a Rússia não apertava. Depois do empate, a Fúria adiantou o time e tentou penetrar na barreira russa, mas sem sucesso.

A Espanha não deu um chute a gol no primeiro tempo. O mais próximo do segundo gol foi um cruzamento de Isco que Diego Costa cabeceou muito fraco e Akinfeev segurou facilmente.

Depois, até o fim do tempo normal, a Espanha ficou trocando passes sem conseguir finalizar com perigo. Só criou uma jogada mais aguda aos 40 minutos do segundo tempo. Isco abriu na esquerda com Jordi Alba que cruzou para o meio da área. Iago Aspas ajeitou de peito para Iniesta chutar da entrada da área. Akinfeev foi buscar no cantinho direito. Uma gande defesa. No rebote, Aspas chutou cruzado e a bola passou por todo mundo.

Na prorrogação, a Rússia cansou e passou a se fechar ainda mais, esperando a decisão por pênaltis. Deu certo.

Todos começaram convertendo as cobranças: Iniesta, Smolov, Piqué e Ignashevich. Até Koke bater fraco, ä meia altura, no canto esquerdo e Akinfeev espalmar. Depois, ainda acertaram: Golovin, Sergio Ramos e Cheryshev. Na quinta cobrança, Iago Aspas tinha que acertar e torcer para que o próximo russo perdesse. Mas Aspas cobrou a meia altura e no meio do gol. Akinfeev já havia pulado para seu canto direito, mas esticou o pé e consegui fazer a defesa.


(Imagem: FIFA.com)

● Pela primeira vez desde a dissolução da União Soviética, a Rússia está nas quartas de final. E com possibilidades de continuar fazendo história. Vai enfrentar a Croácia, que também precisou dos pênaltis para passar pela Dinamarca hoje.

Não é desculpa e qualquer que fosse dada não colaria. A Espanha era uma das maiores favoritas à conquista do título. Tem uma geração vencedora, além de jogadores jovens de muita qualidade pedindo passagem. Mas faltou um técnico experiente. Fernando Hierro é um ídolo do futebol espanhol, mas não tem nem competência e nem experiência para ser técnico da seleção espanhola. Talvez a Real Federação Espanhola de Futebol devesse ter conduzido melhor a situação e mantido Julen Lopetegui até o fim da Copa do Mundo, mesmo ele já tendo assinado com o Real Madrid para a próxima temporada.

Mas o passado não volta e a Fúria é mais uma das campeãs do mundo eliminadas precocemente. Além da Itália que nem viajou à Rússia, a Alemanha foi eliminada na fase de grupos e a Argentina nas oitavas de final.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

ESPANHA 1 x 1 RÚSSIA

 

Data: 01/07/2018

Horário: 17h00 locais

Estádio: Olímpico Luzhniki

Público: 78.011

Cidade: Moscou (Rússia)

Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)

 

ESPANHA (4-2-3-1):

RÚSSIA (5-2-2-1):

1  David de Gea (G)

1  Igor Akinfeev (G)(C)

4  Nacho

2  Mário Fernandes

3  Gerard Piqué

3  Ilya Kutepov

15 Sergio Ramos (C)

4  Sergei Ignashevich

18 Jordi Alba

13 Fyodor Kudryashov

5  Sergio Busquets

18 Yuri Zhirkov

8  Koke

11 Roman Zobnin

21 David Silva

7  Daler Kuzyayev

22 Isco

19 Aleksandr Samedov

20 Marco Asensio

17 Aleksandr Golovin

19 Diego Costa

22 Artem Dzyuba

 

Técnico: Fernando Hierro

Técnico: Stanislav Cherchesov

 

SUPLENTES:

 

 

23 Pepe Reina (G)

12 Andrey Lunyov (G)

13 Kepa Arrizabalaga (G)

20 Vladimir Gabulov (G)

2  Dani Carvajal

5  Andrei Semyonov

14 César Azpilicueta

14 Vladimir Granat

12 Álvaro Odriozola

23 Igor Smolnikov

16 Nacho Monreal

8  Yury Gazinsky

10 Thiago

21 Aleksandr Yerokhin

7  Saúl Ñíguez

15 Aleksei Miranchuk

6  Andrés Iniesta

16 Anton
Miranchuk

11 Lucas Vázquez

6  Denis Cheryshev

17 Iago Aspas

9  Alan Dzagoev

9  Rodrigo Moreno

10 Fyodor Smolov

 

GOLS:

12′ Sergei Ignashevich (ESP) (gol contra)

41′ Artem Dzyuba (RUS) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

40′ Gerard Piqué (ESP)

54′ Ilya Kutepov (RUS)

71′ Roman Zobnin (RUS)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Yuri Zhirkov (RUS) ↓

Vladimir Granat (RUS) ↑

 

61′ Aleksandr Samedov (RUS) ↓

Denis Cheryshev (RUS) ↑

 

65′ Artem Dzyuba (RUS) ↓

Fyodor Smolov (RUS) ↑

 

67′ David Silva (ESP) ↓

Andrés Iniesta (ESP) ↑

 

70′ Nacho (ESP) ↓

Dani Carvajal (ESP) ↑

 

80′ Diego Costa (ESP) ↓

Iago Aspas (ESP) ↑

 

97′ Daler Kuzyayev (RUS) ↓

Aleksandr Yerokhin (RUS) ↑

 

104′ Marco Asensio (ESP) ↓

Rodrigo Moreno (ESP) ↑

 

DECISÃO POR PÊNALTIS:

ESPANHA 3

RÚSSIA 4

Andrés Iniesta (gol, no canto direito deslocando o goleiro)

Fyodor Smolov (gol, no canto esquerdo)

Gerard Piqué (gol, no canto esquerdo deslocando o goleiro)

Sergei Ignashevich (gol, no canto direito deslocando o goleiro)

Koke (perdeu, à esquerda defendido por Akinfeev)

Aleksandr Golovin (gol, no canto esquerdo)

Sergio Ramos (gol, no canto esquerdo deslocando o goleiro)

Denis Cheryshev (gol, rasteira no meio do gol, enquanto De Gea caiu para a esquerda)

Iago Aspas (perdeu, a meia altura no meio do gol, defendido com os pés por Akinfeev)

 

Melhores momentos da partida: