… 12/07/1966 – Alemanha Ocidental 5 x 0 Suíça

Três pontos sobre…
… 12/07/1966 – Alemanha Ocidental 5 x 0 Suíça

● O lendário técnico alemão Sepp Herberger se aposentou depois da Copa do Mundo de 1962, passando o comando para Helmut Schön – que era seu auxiliar nos oito anos anteriores.

A Alemanha não começou tão bem no Grupo 2 das eliminatórias europeias, empatando em casa com a Suécia (1 x 1) – em uma chave que também tinha o modestíssimo Chipre. Mas foi buscar o placar no campo do adversário e venceu os suecos por 2 x 1 em Estocolmo. Nesse jogo, Schön escalou pela primeira vez um jovem volante de 19 anos do Bayern de Munique chamado Franz Beckenbauer. No processo de renovação, o técnico também tinha apontado em outro talentoso meia do FC Köln: Wolfgang Overath. A partir de então, Beckenbauer e Overath passaram a formar uma sólida dupla de meio campo – uma das melhores, senão melhor, já produzida no país.

Pelo Grupo 5 do qualificatório europeu, as prévias diziam que a decisão ficaria entre Suíça e Irlanda do Norte, do genial George Best, de 19 anos, estrela do Manchester United. Os demais concorrentes não assustavam: a Holanda ainda tinha um futebol semiprofissional e a Albânia era um país linha dura, que parou no tempo durante a ditadura socialista de Enver Hoxha (1944-1991) – cuja seleção possuía um sistema defensivo forte e tomava poucos gols. A Suíça venceu quatro jogos (duas vezes a Albânia, Irlanda do Norte em casa e Holanda em casa), empatou um (0 x 0 com a Holanda) e uma derrota (2 x 1 para a Irlanda do Norte, em Belfast, na estreia). Os norte-irlandeses tinham campanha parecida e precisavam vencer a Albânia em Tirana para forçar um jogo desempate com a Suíça. Mas ficaram no empate por 1 x 1, dando a classificação aos helvéticos.


A Alemanha Ocidental jogou no esquema 4-2-4.


A Suíça atuou no sistema 4-3-3.

● O técnico da Suíça, o ex-zagueiro italiano Alfredo Foni, campeão do mundo em 1938, tinha problemas para escalar o time para o primeiro jogo. O goleiro Léo Eichmann, o zagueiro Werner Leimgruber e o meio-campista Köbi Kuhn foram punidos por indisciplina e não jogaram.

Sem eles, o treinador recuou um dos meia atacantes e armou a Suíça no sistema 4-3-3, sistema considerado defensivo demais para a época, que pouco era utilizado.

Mas a nova versão do antigo “ferrolho suíço” não funcionou.

A Alemanha tinha uma defesa sólida, um meio campo consistente e um ataque demolidor. E tratou de provar isso.

O placar foi aberto aos 15′. Sigfried Held passou por três adversários e cruzou para Helmut Haller finalizar. O goleiro Karl Elsener defendeu, mas Held pegou o rebote e marcou. 1 x 0.

Cinco minutos depois, Haller arrancou com a bola dominada ainda em seu campo, ganhou na velocidade de seus marcadores e bateu à esquerda, na saída do goleiro. 2 x 0.

Aos 39′, Beckenbauer tabelou com Uwe Seeler, recebeu de volta e tocou de bico, à direita de Elsener. 3 x 0.

Aos sete minutos do segundo tempo, Haller lançou Beckenbauer, que passou por Heinz Schneiter e André Grobéty e finalizou na saída do goleiro. 4 x 0.

Beckenbauer era um caso a parte. Ao contrário dos volantes da época, que eram responsáveis apenas pelo desarme e pela proteção à defesa, o Kaiser partia de seu campo com a bola dominada e seguia rumo ao ataque. Despreparados para lidar com alguém como Beckenbauer, a defesa suíça sofreu e acabou tomando dois gols do craque alemão.

O último gol veio aos 32′. Seeler entrou na área e foi derrubado por Richard Dürr. Haller bateu o pênalti no canto esquerdo e converteu. 5 x 0.

O placar dilatado ainda ficou barato. A Alemanha perdeu pelo menos outras quatro chances claras de gol.

● A Suíça acabou eliminada na primeira fase, com três derrotas em três jogos. Depois da derrota para o alemães, os helvéticos ainda perderam para espanhóis ( 1 x 2) e argentinos (0 x 2).

A Alemanha Ocidental foi a líder do Grupo 2 na primeira fase. Depois da vitória sobre a Suíça, empatou sem gols com a Argentina e venceu a Espanha por 2 x 1. Nas quartas de final, goleou o Uruguai por 4 x 0. Na semifinal, venceu a União Soviética por 2 x 1. Na decisão, conseguiu o empate por 2 x 2 diante da Inglaterra em Wembley, mas, em uma decisão controversa da arbitragem (como detalhamos aqui) acabou perdendo por 4 x 2 na prorrogação.


(Imagens: Impromptuinc)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA OCIDENTAL 5 x 0 SUÍÇA

 

Data: 12/07/1966

Horário: 19h30 locais

Estádio: Hillsborough

Público: 36.127

Cidade: Sheffield (Inglaterra)

Árbitro: Hugh Phillips (Escócia)

 

ALEMANHA OCIDENTAL (4-2-4):

SUÍÇA (4-3-3):

1  Hans Tilkowski (G)

1  Karl Elsener (G)

2  Horst-Dieter Höttges

9  André Grobéty

5  Willi Schulz

18 Heinz Schneiter (C)

6  Wolfgang Weber

20 Ely Tacchella

3  Karl-Heinz Schnellinger

7  Hansruedi Führer

4  Franz Beckenbauer

4  Heinz Bäni

12 Wolfgang Overath

6  Richard Dürr

7  Albert Brülls

15 Karl Odermatt

8  Helmut Haller

10 Robert Hosp

9  Uwe Seeler (C)

13 Fritz Künzli

10 Sigfried Held

17 Jean-Claude Schindelholz

 

Técnico: Helmut Schön

Técnico: Alfredo Foni

 

SUPLENTES:

 

 

22 Sepp Maier (G)

12 Léo Eichmann (G)

21 Günter Bernard (G)

22 Mario Prosperi (G)

14 Friedel Lutz

2  Willy Allemann

15 Bernd Patzke

5  René Brodmann

17 Wolfgang Paul

14 Werner Leimgruber

18 Klaus-Dieter Sieloff

3  Kurt Armbruster

19 Werner Krämer

8  Vittore Gottardi

16 Max Lorenz

11 Köbi Kuhn

13 Heinz Hornig

16 René-Pierre Quentin

20 Jürgen Grabowski

19 Xavier Stierli

11 Lothar Emmerich

21 Georges Vuilleumier

 

GOLS:

16′ Sigfried Held (ALE)

21′ Helmut Haller (ALE)

40′ Franz Beckenbauer (ALE)

52′ Franz Beckenbauer (ALE)

77′ Helmut Haller (ALE) (pen)

Gols da partida:

… Itália Campeã da Eurocopa 2021

Três pontos sobre…
… Itália Campeã da Eurocopa 2021


(Imagem: Michael Regan / Reuters)

O vilão é o mesmo de 25 anos atrás.

Gareth Southgate só mudou de posição. Ele foi o responsável por perder o pênalti decisivo diante da Alemanha na semifinal da Eurocopa de 1996, no antigo estádio Wembley. E, na decisão da Euro 2020 (disputada em 2021 por causa da pandemia), foi o “burro” da vez, colocando dois jogadores nos acréscimos da prorrogação exclusivamente para a cobrança dos pênaltis.

Mas se Southgate foi vilão, foi também o responsável pela montagem desse elenco que chegou na semifinal da Copa do Mundo de 2018 e na final da Euro três anos depois. Um time forte, consistente e homogêneo em todas suas posições. Corajoso por dar chances a Declan Rice e Kalvin Phillips como titulares no meio, tendo Jordan Henderson no banco. Arrojado por convocar Jude Bellingham, que tinha 17 anos no início da Euro.

Os maiores méritos do técnico do English Team é adaptar o sistema tático do seu time ao adversário. Hoje começou no 3-4-2-1, dando liberdade para os dois alas que participaram diretamente do gol. Harry Keane fez um ótimo trabalho no meio e abriu para Kieran Trippier, que cruzou no segundo pau, onde Luke Shaw pegou de primeira para fazer um belo gol. Luke Shaw, que teve uma seriíssima lesão em 2015, mas recuperou seu bom futebol e foi titular, mesmo com Ben Chilwell em uma ótima fase.

Mas foi só. A partir do segundo minuto de jogo, a Inglaterra abdicou do ataque quis vencer por 1 x 0, se fechou enquanto pôde e a Itália “começou a gostar do jogo” (como diriam os comentaristas nos anos 1990). Mas só no meio do segundo tempo que a Azzurra chegou ao empate, com Leonardo Bonucci pegando o rebote em uma jogada de bola parada.

No restante do jogo, assim como nos 30 minutos de prorrogação, os dois times se alternaram, mas sem nada produzir de concreto. Foi uma partida de xadrez, mais estudada do que “jogada”, onde a marcação se sobressaiu sobre a criatividade.

Voltamos aos pênaltis, essa fábrica de heróis e vilões. Berardi e Keane converteram. Andrea Belotti se candidatou como o primeiro vilão, ao ver sua batida ser defendida por Jordan Pickford – candidato a herói. Maguire e Bonucci converteram. E surgiram novos vilões: Marcus Rashford e Jadon Sancho, de 23 e 21 anos, respectivamente, haviam entrado nos acréscimos da prorrogação e nem chegaram a tocar na bola. Rashford rabiscou demais e chutou na trave. Jadon Sancho telegrafou e Gianluigi Donnarumma pegou. Antes, Bernardeschi converteu. Jorginho não. O melhor cobrador italiano teve a cobrança defendida por Pickford antes da bola parar na trave. E na última cobrança, Bukayo Saka, de 19 anos, inexperiente e… canhoto… com a cara mais assustada que já vi na vida, só poderia perder. Sua batida parou nas mãos de Donnarumma.


(Imagem: Laurence Griffiths / Reuters)

“Judas” Donnarumma – o maior mercenário dos tempos recentes do futebol – foi o herói definitivo e foi eleito (sei lá por quem) o melhor jogador da Euro.

Uma partida ganha por Roberto Mancini: craque dentro e fora dos campos. E perdida por Gareth Southgate: vilão nos pênaltis dentro e fora dos campos.

Méritos para uma Itália invicta há três anos, que cresceu durante a Euro e ganhou maturidade para chegar forte na Copa do Mundo de 2022.

Na Inglaterra, ficam as dúvidas. Raheem Sterling “pipocou”? Jack Grealish, que poderia ter entrado antes (ou até ter sido titular), além de bater o pênalti? Jadon Sancho não merecia mais oportunidade com a bola rolando?

Mas fica constatada, mais uma vez, a grande verdade do futebol: camisa pesa. E pesa muito. A camisa Azzurra é amplamente mais pesada do que a dos Three Lions.

“Football’s coming (to) Rome!”


(Imagem: Carl Recine / Reuters)

… 11/07/1998 – Croácia 2 x 1 Holanda

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… 11/07/1998 – Croácia 2 x 1 Holanda


(Imagem: Liverpool Echo)

● Normalmente a decisão do terceiro lugar é um jogo desanimado. Em 1998, a Croácia jogou pela honra. A Holanda só estava lá para cumprir tabela.

A Holanda era a cabeça de chave no Grupo E. Na primeira fase, empatou por 0 x 0 com a vizinha Bélgica, goleou a Coreia do Sul por 5 x 0 e empatou por 2 x 0 com o bom time do México. Nas oitavas de final, venceu a Iugoslávia por 2 x 1 com um gol de Edgar Davids no apagar das luzes. Nas quartas, contou com um gol fenomenal de Dennis Bergkamp no último lance da partida para eliminar a ótima seleção argentina pelo placar de 2 x 1. Na semifinal, jogou melhor que o Brasil, saiu atrás e buscou o empate no fim da partida. Na decisão dos pênaltis, Taffarel defendeu as cobranças de Ronald de Boer e Phillip Cocu, colocando o Brasil na decisão.

Na primeira fase, Croácia venceu a Jamaica por 3 x 1 e o Japão por 1 x 0. Já classificada, perdeu para a Argentina por 1 x 0, se classificando em segundo lugar do Grupo H. Nas oitavas, eliminou a Romênia com uma vitória por 1 x 0. Nas quartas, goleou a Alemanha por 3 x 0, demonstrando seu poderio ofensivo. Na semifinal, perdeu de virada para a França por 2 x 1.

Antes da semifinal contra a França, alguns jogadores croatas foram levados pela vaidade e mexeram no cabelo. Os alas Mario Stanić e Robert Jarni descoloriram o cabelo. O capitão Zvonimir Boban desenhou o número 10 em vermelho na parte de trás do cabelo. Tudo isso ajudou a desconcentrar o time.

O técnico Miroslav Blažević, que fora gereral da reserva do Exército Croata durante a guerra separatista nos anos 1990, afastou o craque Prosinečki dos jogos contra alemães e franceses. O artilheiro Šuker e o capitão Boban entraram em conflito com o treinador – o que pode ter atrapalhado internamente o bom time axadrezado. Prosinečki voltou a ser titular contra os holandeses.


A Croácia jogou no sistema 3-6-1, povoando o meio de campo.


A Holanda atuou no 4-4-2.

● Os croatas demonstravam o mesmo empenho das semifinais e saíram na frente logo aos 13 minutos. Robert Jarni avançou da esquerda para o meio e rolou para Robert Prosinečki no lado direito da grande área. Mesmo cercado por três adversários, ele dominou, girou e bateu cruzado. A bola passou entre as pernas de Arthur Numan e entrou à direita do goleiro Edwin van der Sar.

Mesmo desinteressada, a Holanda empatou apenas oito minutos depois em uma das raras investidas ofensivas. Boudewijn Zenden avançou desde seu campo, se livrou de Jarni e, ao “estilo Arjen Robben”, entrou em diagonal da direita para o meio e disparou da meia lua. A bola pegou efeito, fez uma cruva incrível e enganou o goleiro Dražen Ladić, que chegou a tocar na bola antes dela entrar. Uma falha do veterano goleiro croata.

Mas a Croácia passou à frente aos 35′. Aljoša Asanović conduziu a bola e deixou atrás para Zvonimir Boban. Da entrada da área, o camisa 10 rolou de primeira para Davor Šuker chutar rasteiro e cruzado, no cantinho esquerdo do goleiro.

No segundo tempo, bastou que a Croácia segurasse a vantagem e comemorar a terceira colocação – uma posição melhor que a Iugoslávia, com nove Copas no currículo.


(Imagem: Michel Lipchitz / AP Photo)

“Vocês fizeram mais pelo país do que os diplomatas.” ― Franjo Tuđman, primeiro presidente da Croácia independente e presidente do país na ocasião, disse ao receber a delegação.

Robert Prosinečki entrou para a história como o primeiro jogador a marcar gols por duas seleções diferentes. Ele havia marcado em 1990 pela Iugoslávia na vitória por 4 x 1 sobre os Emirados Árabes Unidos. Em 1998, marcou pela Croácia na vitória por 3 x 1 sobre a Jamaica e voltou a marcar na decisão do 3º lugar, na vitória diante da Holanda por 2 x 1.

Com o gol anotado nessa partida, Davor Šuker chegou a seis gols marcados no torneio e se tornou artilheiro isolado da Copa do Mundo de 1998. Mas ele foi muito mais do que isso: Šuker seria eleito o segundo melhor jogador do Mundial (atrás de Ronaldo), o segundo melhor do mundo no prêmio Bola de Ouro da revista France Football (atrás de Zinedine Zidane) e o terceiro melhor do mundo pela FIFA (atrás de Zidane e Ronaldo).


(Imagem: Alamy)

FICHA TÉCNICA:

 

CROÁCIA 2 X 1 HOLANDA

 

Data: 11/07/1998

Horário: 21h00 locais

Estádio: Parc de Princes

Público: 45.500

Cidade: Paris (França)

Árbitro: Epifanio González (Paraguai)

 

CROÁCIA (3-6-1):

HOLANDA (4-4-2):

1  Dražen Ladić (G)

1  Edwin van der Sar (G)

14 Zvonimir Soldo

5  Arthur Numan

6  Slaven Bilić

3  Jaap Stam

4  Igor Štimac

4  Frank de Boer (C)

13 Mario Stanić

11 Phillip Cocu

17 Robert Jarni

6  Wim Jonk

21 Krunoslav Jurčić

16 Edgar Davids

7  Aljoša Asanović

10 Clarence Seedorf

8  Robert Prosinečki

12 Boudewijn Zenden

10 Zvonimir Boban (C)

8  Dennis Bergkamp

9  Davor Šuker

9  Patrick Kluivert

 

Técnico: Miroslav Blažević

Técnico: Guus Hiddink

 

 

 

 

12 Marjan Mrmić (G)

18 Ed de Goey (G)

22 Vladimir Vasilj (G)

22 Ruud Hesp (G)

20 Dario Šimić

2  Michael Reiziger

5  Goran Jurić

13 André Ooijer

15 Igor Tudor

15 Winston Bogarde

18 Zoran Mamić

19 Giovanni van Bronckhorst

3  Anthony Šerić

20 Aron Winter

11 Silvio Marić

7  Ronald de Boer

2  Petar Krpan

14 Marc Overmars

16 Ardian Kozniku

17 Pierre van Hooijdonk

19 Goran Vlaović

21 Jimmy Floyd Hasselbaink

 

GOLS:

14′ Robert Prosinečki

22′ Boudewijn Zenden

36′ Davor Šuker

 

CARTÕES
AMARELOS:

34′ Krunoslav Jurčić (CRO)

52′ Igor Štimac (CRO)

69′ Aljoša Asanović (CRO)

74′ Mario Stanić (CRO)

89′ Wim Jonk (HOL)

89′ Edgar Davids (HOL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Phillip Cocu (HOL) ↓

Marc Overmars (HOL) ↑

 

58′ Dennis Bergkamp (HOL) ↓

Pierre van Hooijdonk (HOL) ↑

 

79′ Robert Prosinečki (CRO) ↓

Goran Vlaović (CRO) ↑

 

86′ Zvonimir Boban (CRO) ↓

Igor Tudor (CRO) ↑

Gols da partida:

… Argentina Campeã da Copa América 2021

Três pontos sobre…
… Argentina Campeã da Copa América 2021


(Imagem: Amanda Perobelli / Reuters)

Não. Não é um novo “Maracanazzo”.

Afinal, quem liga para a Copa América? Um torneio sucateado, com sede arranjada às pressas por pressão política, que nunca se sabe a periodicidade e intermitência da competição, que ficou oito anos sem acontecer e também já teve dois torneios no mesmo ano… Quem liga?

A Argentina se ligou, entrou ligada na competição, ganhou corpo durante o torneio e mereceu o título. Lionel Messi esteve aceso e incendiou o resto do time.

Na semifinal contra a Colômbia, o goleiro Emiliano Martínez emulou o Goycochea de 1990 e se tornou o “tapa penales” da vez.

Na final contra o Brasil, Rodrigo De Paul foi o Burruchaga da vez para ser o coadjuvante de um Messi que não foi Maradona.

Se o dia 10/07/2016 consagrou Cristiano Ronaldo com seu primeiro título pela seleção de Portugal, a mesma data, exatos cinco anos depois, consagrou Lionel Messi com seu primeiro título pela seleção da Argentina adulta.

E Neymar segue sem ganhar nenhum título pela Seleção Brasileira principal. Quando a Copa América anterior foi conquistada, em 2019, ele não estava presente. Na final de 2021, ele chamou para si a responsabilidade, tentou jogar, mas foi caçado em campo – com a total permissão e permissividade do árbitro uruguaio Esteban Ostojich. Os argentinos tinham permissão para matar – principalmente Otamendi.


(Imagem: AFA)

E conseguiram matar o jogo aos 22′, com um golaço por cobertura de Ángel Di María após um belo lançamento de Rodrigo De Paul – que Renan Lodi falhou bisonhamente e não conseguiu cortar.

Depois, os hermanos continuaram matando. Dessa vez, matando o tempo. Até que ele se esvaísse e o título viesse.

Tempo que foi também cruel com os argentinos ao passar tão rápido e os deixar 28 anos longe das grandes conquistas. Vários jogadores consagrados vestiram a camisa albiceleste e não levantaram troféus. Parecia que o mesmo aconteceria com Messi, Di María e Kun Agüero. Mas a merecida taça veio.


(Imagem: Ricardo Moraes / Reuters)

Mas, quem liga para a Copa América? Neymar chorou. Pela perda do título e por tudo mais que quisesse chorar. O Brasil não chorou. Das últimas dez edições, o Brasil ganhou cinco. Pelé, Garrincha, Zico, Leônidas da Silva, Falcão, Gylmar, Leão e vários outros nomes históricos… nenhum deles venceu umazinha sequer.

Não é um novo “Maracanazzo”. Assim como Renan Lodi ainda não tem tamanho suficiente para ser um novo Barbosa, Bigode ou Juvenal. É o lateral reserva no Atlético de Madrid e pouco jogou durante a temporada. Mas dava amplitude ao ataque de Tite. Ah, que saudade de Roberto Carlos, Branco ou até de Marcelo nas suas melhores fases…

Triste mesmo é Tite olhar para o banco de reservas e pensar em Vinícius Júnior como a solução para a Seleção. Se Vinícius tivesse ficado no Flamengo, ele seria o terceiro reserva – atrás de Bruno Henrique, Vitinho e Michael.

Será que Gérson não joga um pouco mais de bola do que Fred? Só eu que acho que Éverton Ribeiro com uma perna só é melhor que Lucas Paquetá? Bom, a “Titebilidade” imperou mais uma vez e o Brasil se despediu de outra competição oficial porque encontrou um adversário melhor – como foi a Bélgica na Copa do Mundo de 2018.

Mas cabe ressaltar que quando conquistou seus dois últimos títulos de Copa, a Seleção Brasileira passou vergonha na Copa América do ano anterior. Isso significa que o Hexa vem em 2022? Com esse futebolzinho atual, tenho minhas dúvidas.

Mas não está tudo perdido. Não é terra arrasada. Não é um novo “Maracanazzo”. Afinal, quem liga para a Copa América?

Parabéns Argentina! Parabéns Lionel Messi!

… 10/07/1982 – Polônia 3 x 2 França

Três pontos sobre…
… 10/07/1982 – Polônia 3 x 2 França


(Imagem: Bob Thomas / Getty Images)

● Na estreia, a França sofreu com problemas internos (como detalhamos aqui) e perdeu para a Inglaterra por 3 x 1. Na segunda partida, goleou o Kuwait do técnico Carlos Alberto Parreira por 4 x 1 – em jogo em que um xeique do país árabe invadiu o campo e obrigou o árbitro a anular um gol legítimo dos gauleses. Na sequência, a França empatou com a Tchecoslováquia por 1 x 1 e se classificou em segundo lugar no Grupo D. A segunda fase foi mais tranquila. Venceu a Áustria por 1 x 0 e a Irlanda do Norte por 4 x 1. Nas semifinais, um duelo histórico com a Alemanha Ocidental, empate por 1 x 1 no tempo normal, 2 x 2 na prorrogação e perdeu por 5 x 4 na decisão por pênaltis – em uma partida que foi claramente prejudicada pela arbitragem que nada marcou em um lance que o goleiro Toni Schumacher deu uma voadora dentro da área no peito de Battiston, que o deixou desmaiado.

A Polônia tinha uma ótima seleção, com jogadores como os veteranos de 1974 Władysław Żmuda, Grzegorz Lato, Andrzej Szarmach e os de 1978 Janusz Kupcewicz e Zbigniew Boniek. Na primeira fase, foi líder em um grupo muito equilibrado. Empatou sem gols os dois primeiros jogos, com Itália e Camarões, e goleou o Peru por 5 x 1 na terceira partida. Na segunda fase, venceu a Bélgica por 3 x 0 e empatou com a União Soviética por 0 x 0. Na semifinal, perdeu para a Itália por 2 x 0 – dois gols de Paolo Rossi.


As duas equipes jogaram no sistema 4-3-3, com aproximação dos homens de meio.

● Depois da frustrante derrota para a Alemanha Ocidental, os franceses estavam totalmente desmotivados para a decisão do 3º lugar. Michel Platini nem foi para o jogo e suas palavras davam o tom da partida: “Não me importo de terminar em terceiro”.

O técnico Michel Hidalgo escalou apenas quatro jogadores que haviam enfrentado os alemães: Manuel Amoros, Marius Trésor, Gérard Janvion e Jean Tigana.

Mas Les Bleus queriam terminar a Copa com dignidade e abriram o placar aos 13′. Pela esquerda, Bruno Bellone passou entre Lato e Boniek e tocou no meio para Tigana, que deixou mais atrás para René Girard. Ele dominou, avançou e bateu fraco e rasteiro, mas a bola foi no cantinho direito do goleiro e tocou na trave antes de entrar.

O técnico polonês Antoni Piechniczek deu uma chance a Andrzej Szarmach, o escalando como titular contra a França depois de deixá-lo o torneio inteiro no banco de reservas. E o experiente camisa 17 retribuiu a confiança de seu treinador, empatando a partida aos 40′. Boniek avançou pelo meio e deu um passe por elevação para Szarmach nas costas de Trésor. Ele surgiu atrás da defesa e, já dentro da área, deixou a bola quicar e chutou cruzado. Ela ainda bateu na trave antes de entrar. Um golaço, desde a construção até a definição da jogada. Zbigniew Boniek fez muita falta na semifinal diante da Itália, quando cumpriu suspensão.


(Imagem: Przegląd Sportowy / DPA / PAP)

No último minuto do primeiro tempo, Kupcewicz bateu escanteio. O goleiro francês Jean Castaneda saiu muito mal e não conseguiu cortar – ele calculou mal a saída do gol. Stefan Majewski apareceu atrás dele para mandar para o gol vazio. Era o segundo gol e a virada polaca. Um presente de Castaneda.

A Polônia aproveitou a empolgação logo no início do segundo tempo e fez o terceiro gol em apenas seis minutos. Logo depois da volta do intervalo, Janvion fez falta em Boniek no lado esquerdo do ataque, próximo à área. Mesmo sem muito ângulo, Kupcewicz bateu a falta direto para o gol. O goleiro tentou adivinhar, esperando o cruzamento, mas a bola foi no cantinho direito, no pé da trave, e Castaneda não conseguiu alcançar. Duas falhas clamorosas do goleiro Jean Castaneda.

A França ainda tentou reagir e diminuiu o placar aos 27′. Christian Lopez, que havia entrado no lugar de Janvion, iniciou a jogada. Philippe Mahut encontrou o incansável Tigana na meia direita. E ele fez um lançamento perfeito, encontrando Alain Couriol dentro da área, na segunda trave. Ele só dominou e tocou por baixo do goleiro Józef Młynarczyk.

Derrotada, a França não conseguiu igualar seu melhor desempenho em Copas do Mundo até então, quando ganhou o bronze em 1958. Mesmo com a derrota, os franceses receberam o maior prêmio em dinheiro entre todas as seleções do Mundial, pago por sua federação.

Por sua vez, a Polônia repetia o brilhante 3º lugar do Mundial de 1974.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

POLÔNIA 3 x 2 FRANÇA

 

Data: 10/07/1982

Horário: 20h00 locais

Estádio: José Rico Pérez

Público: 28.000

Cidade: Alicante (Espanha)

Árbitro: António Garrido (Portugal)

 

POLÔNIA (4-3-3):

FRANÇA (4-3-3):

1  Józef Młynarczyk (G)

21 Jean Castaneda (G)

2  Marek Dziuba

2  Manuel Amoros

9  Władysław Żmuda

7  Philippe Mahut

5  Paweł Janas

8  Marius Trésor (C)

10 Stefan Majewski

5  Gérard Janvion

13 Andrzej Buncol

14 Jean Tigana

8  Waldemar Matysik

11 René Girard

3  Janusz Kupcewicz

13 Jean-François Larios

16 Grzegorz Lato

16 Alain Couriol

20 Zbigniew Boniek

15 Bruno Bellone

17 Andrzej Szarmach

20 Gérard Soler

 

Técnico: Antoni Piechniczek

Técnico: Michel Hidalgo

 

SUPLENTES:

 

 

22 Piotr Mowlik (G)

22 Jean-Luc Ettori (G)

21 Jacek Kazimierski (G)

1  Dominique Baratelli (G)

4  Tadeusz Dolny

4  Maxime Bossis

12 Roman Wójcicki

3  Patrick Battiston

6  Piotr Skrobowski

6  Christian Lopez

7  Jan Jałocha

9  Bernard Genghini

14 Andrzej Pałasz

12 Alain Giresse

15 Włodzimierz Ciołek

10 Michel Platini

18 Marek Kusto

17 Bernard Lacombe

19 Andrzej Iwan

18 Dominique Rocheteau

11 Włodzimierz Smolarek

19 Didier Six

 

GOLS:

13′ René Girard (FRA)

40′ Andrzej Szarmach (POL)

44′ Stefan Majewski (POL)

46′ Janusz Kupcewicz (POL)

72′ Alain Couriol (FRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

62′ Andrzej Buncol (POL)

71′ Roman Wójcicki (POL)

79′ Gérard Soler (FRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Waldemar Matysik (POL) ↓

Roman Wójcicki (POL) ↑

 

65′ Gérard Janvion (FRA) ↓

Christian Lopez (FRA) ↑

 

82′ Jean Tigana (FRA) ↓

Didier Six (FRA) ↑

Gols da partida:

 

… 09/07/1994 – Itália 2 x 1 Espanha

Três pontos sobre…
… 09/07/1994 – Itália 2 x 1 Espanha


(Imagem: Storie di Calcio)

● Na primeira fase, a Espanha se classificou em segundo lugar do Grupo C. Na primeira rodada, cedeu o empate para a Coreia do Sul por 2 x 2, depois de estar vencendo por 2 x 0 até os 40′ do segundo tempo. No jogo seguinte, empate por 1 x 1 com a então campeã mundial, a Alemanha. Na terceira partida, venceu a Bolívia por 3 x 1. Nas oitavas de final, vitória tranquila sobre a Suíça por 3 x 0.

O técnico espanhol Javier Clemente tinha fama de defensivo e provou isso com sua escalação. Além de não convocar Míchel e Emilio Butragueño, ele deixou no banco os três meio-campistas mais talentosos de seu elenco: Fernando Hierro (era volante na seleção nessa época), Pep Guardiola e Julen Guerrero, preferindo escalar o zagueiro Miguel Ángel Nadal como volante. Na defesa, seguiu com o revezamento e sacou Paco Camarasa para escalar Jorge Otero. Outra mudança importante foi a volta de José Luis Caminero (que cumpriu suspensão contra a Suíça). No ataque titular não havia nenhum atacante de ofício, mas os meias ofensivos Jon Andoni Goikoetxea e Luis Enrique.


(Imagem: Eurosport)

● A Itália sofreu um pouco no Grupo E. Perdeu na estreia por 1 x 0 para a Irlanda, venceu a Noruega por 1 x 0 e empatou com o México em 1 x 1. Esses placares, juntamente com os outros da mesma chave, resultou em uma situação inédita: pela primeira e única vez na história das Copas, um grupo terminou com as quatro seleções rigorosamente empatadas, tanto em pontos ganhos (quatro) como em saldo de gols (zero). O México ficou em primeiro lugar por ter tido o melhor ataque (três gols), a Irlanda ficou em segundo por ter vencido a Itália no confronto direto, a Itália se classificou na repescagem como um dos quatro melhores terceiros lugares e a Noruega ficou de fora por ter marcado menos gols (só um).

Depois do sufoco diante dos nigerianos nas oitavas de final (2 x 1 na prorrogação), o técnico Arrigo Sacchi escalou a Azzurra de forma mais cautelosa. O goleiro Gianluca Pagliuca voltou a ser titular depois de uma suspensão de dois jogos, ganhando a vaga de Luca Marchegiani. Na lateral direita, Roberto Mussi deu lugar ao experiente Mauro Tassotti. Na meia direita, saiu Antonio Conte e entrou Nicola Berti. Mas a alteração mais radical foi a saída do atacante Giuseppe Signori para a entrada do volante Dino Baggio. Com essa mudança, Roberto Baggio – que estava atuando como meia – passou a jogar como atacante. A ausência era o capitão Franco Baresi, que fez uma artroscopia depois do jogo com a Noruega.


A Itália jogava no 4-4-2. Arrigo Sacchi era adepto da marcação por pressão e da redução do campo a três quartos. Fazia isso adiantando sua linha de zagueiros e recuando os dois atacantes, dando pouco espaço entre suas linhas para que o adversário trabalhasse a bola.


A Espanha atuou no sistema 5-3-2, sem nenhum atacante de ofício e muita aproximação dos meias centrais.

● No dia 9 de julho de 1994, Itália e Espanha adentraram o gramado do Foxboro Stadium, na cidade de Foxborough, estado de Massachusetts, sob um calor de 36° C e 55% de umidade relativa do ar.

A Azzurra estava mais cansada depois de precisar da prorrogação para passar pela Nigéria.

A primeira chance foi italiana. Daniele Massaro avançou pela direita e cruzou para a área. Roberto Baggio não finalizou bem e chutou em cima de Albert Ferrer.

Pouco depois, Abelardo acertou uma solada horrível em Roberto Baggio, chegando por cima na dividida. O craque italiano teve que sair para ser atendido, mas logo retornou ao campo.

Pela primeira vez na Copa de 1994, a Itália dominou o início do jogo. Mas o gol só saiu aos 25′. Dino Baggio abriu na esquerda para Roberto Donadoni, que fez boa jogada e devolveu para o camisa 13. Ele teve tempo e espaço para dominar, ajeitar o corpo e encher o pé. Mesmo de longe, a bola fez uma curva e foi no ângulo esquerdo de Andoni Zubizarreta.

Aproveitando o bom momento no jogo, a Azzurra quase ampliou. Após passe de Dino Baggio, Massaro caiu na área em dividida com Abelardo, mas o árbitro húngaro Sándor Puhl não marcou pênalti. Uma jogada duvidosa.

Logo no terceiro minuto da etapa final, um lance polêmico e controverso. Goikoetxea cruzou da direita e Mauro Tassotti acertou uma cotovelada no rosto de Luis Enrique, que caiu em campo. Seria pênalti claro e expulsão do italiano, mas o juiz não viu o lance. Com o rosto ensanguentado, Luis Enrique se revoltou e partiu para cima de Tassotti. O árbitro separou a brica e nada marcou. Sem acreditar, Luis Enrique desabou no chão, impotente, após tamanha covardia. Posteriormente, Tassotti seria suspenso pela FIFA por quatro partidas por causa da agressão. Foi a primeira punição decretada pela entidade baseada em imagens de TV, sem o relato do árbitro na súmula.


(Imagem: Última Divisão)

A Fúria só empatou aos 13′ do segundo tempo. Giuseppe Signori errou o passe no campo de ataque. Jorge Otero interceptou e deixou com José Mari Bakero, que abriu na esquerda para Sergi. Ele avançou e tentou passar para Luis Enrique. Alessandro Costacurta cortou e a bola voltou para Sergi. O lateral cruzou da esquerda, a bola passou por Otero e sobrou para José Luis Caminero. Da entrada da área, ele bateu de esquerda. A bola desviou em Antonio Benarrivo e tirou Gianluca Pagliuca da jogada. Foi o terceiro gol de Caminero no Mundial. Ele foi o melhor jogador de seu país no torneio.

Luis Enrique cortou da esquerda para o meio, mas chutou para fora. A bola foi rasteira e saiu à direita de Pagliuca.

Goikoetxea bateu escanteio da esquerda e Pagliuca dividiu com Caminero dentro da pequena área, impedindo a virada.

Os espanhóis começaram a acreditar na vitória. A cinco minutos do fim, Fernando Hierro fez um lançamento excepcional do círculo central para Julio Salinas. O atacante estava sozinho dentro da área, mas esperou demais para definir a jogada, se afobou com a saída de Pagliuca e bateu fraco, em cima do goleiro. Um dos gols mais perdidos da Copa. No rebote, Caminero (sempre ele) tentou tirar a marcação de Costacurta, mas foi desarmado.

A Espanha insistiu. Hierrro chutou de longe. A bola tinha o endereço do ângulo, mas Pagliuca voou na bola e espalmou por cima.

O placar se resolveu a dois minutos do apito final. Da esquerda de sua defesa, Benarrivo tocou para Donadoni, que fez um passe vertical para Nicola Berti pelo meio. Ele viu a infiltração de Signori no ponto futuro e fez um passe por elevação. Signori chegou antes da marcação e só teu um toquinho para a direita onde estava Roberto Baggio. O craque recebeu livre, driblou Zubizarreta e, mesmo com pouco ângulo, mandou para o gol. Abelardo ainda tentou dar um carrinho para tirar, mas a bola acabou passando entre as suas pernas. Foi um passe perfeito de Signori e o terceiro gol de Baggio na Copa.

A Squadra Azzurra venceu por 2 x 1. Como é tradicional em sua rica história, mais uma vez os italianos estiveram a um passo da eliminação e novamente sobreviveram.

Sem nenhum parentesco entre si, os “Baggio Boys” – Roberto e Dino – levaram a Itália à mais uma semifinal de Copa do Mundo.

Aos 51′, o árbitro húngaro Sándor Puhl apitou o fim da partida.


(Imagem: Storie di Calcio)

● Na sequência, a Itália venceu a surpreendente Bulgária na semifinal por 2 x 1, com dois gols de Roberto Baggio. Na decisão, a Azzurra empatou sem gols com a Seleção Brasileira no tempo normal e na prorrogação. Na decisão por pênaltis, a Itália perdeu por 3 x 2 e seguia seu drama de perder na decisão por penalidades.

FICHA TÉCNICA:

 

ITÁLIA 2 x 1 ESPANHA

 

Data: 09/07/1994

Horário: 12h00 locais

Estádio: Foxboro Stadium

Público: 53.400

Cidade: Foxborough (Estados Unidos)

Árbitro: Sándor Puhl (Hungria)

 

ITÁLIA (4-4-2):

ESPANHA (5-3-2):

1  Gianluca Pagliuca (G)

1  Andoni Zubizarreta (G)(C)

9  Mauro Tassotti

2  Albert Ferrer

4  Alessandro Costacurta

3  Jorge Otero

5  Paolo Maldini (C)

5  Abelardo

3  Antonio Benarrivo

18 Rafael Alkorta

15 Antonio Conte

12 Sergi

11 Demetrio Albertini

20 Miguel Ángel Nadal

13 Dino Baggio

15 José Luis Caminero

16 Roberto Donadoni

10 José Mari Bakero

10 Roberto Baggio

7  Jon Andoni Goikoetxea

19 Daniele Massaro

21 Luis Enrique

 

Técnico: Arrigo Sacchi

Técnico: Javier Clemente

 

SUPLENTES:

 

 

12 Luca Marchegiani (G)

13 Santiago Cañizares (G)

22 Luca Bucci (G)

22 Julen Lopetegui (G)

2  Luigi Apolloni

17 Voro

6  Franco Baresi

4  Paco Camarasa

8  Roberto Mussi

6  Fernando Hierro

7  Lorenzo Minotti

9  Pep Guardiola

14 Nicola Berti

16 Felipe Miñambres

17 Alberigo Evani

8  Julen Guerrero

20 Giuseppe Signori

11 Txiki Begiristain

21 Gianfranco Zola

14 Juanele

18 Pierluigi Casiraghi

19 Julio Salinas

 

GOLS:

25′ Dino Baggio (ITA)

58′ José Luis Caminero (ESP)

88′ Roberto Baggio (ITA)

 

CARTÕES AMARELOS:

3′ Abelardo (ESP)

19′ José Luis Caminero (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Demetrio Albertini (ITA) ↓

Giuseppe Signori (ITA) ↑

 

60′ Sergi (ESP) ↓

Julio Salinas (ESP) ↑

 

65′ José Mari Bakero (ESP) ↓

Fernando Hierro (ESP) ↑

 

66′ Antonio Conte (ITA) ↓

Nicola Berti (ITA) ↑

Melhores momentos da partida:

… 08/07/1998 – França 2 x 1 Croácia

Três pontos sobre…
… 08/07/1998 – França 2 x 1 Croácia


(Imagem: World Today News)

● Mesmo contando com bons jogadores como Jean-Pierre Papin, Éric Cantona e David Ginola, a França não conseguiu se qualificar para os Mundiais de 1990 e 1994. Mas esse problema foi resolvido para 1998: Les Bleus eram os donos da casa.

Na primeira fase, pelo Grupo C, os franceses venceram África do Sul por 3 x 0, Arábia Saudita por 4 x 0 e Dinamarca por 2 x 1. Nas oitavas de final, contaram com o gol de ouro do zagueiro Laurent Blanc para vencer o Paraguai (1 x 0). Nas quartas, venceram a Itália por 4 x 3 na decisão por pênaltis depois de um empate sem gols.

Depois da dissolução da antiga Iugoslávia, essa era a primeira Copa do Mundo da Croácia como nação independente. E acabou surpreendendo o mundo do futebol, não apenas por ter uma seleção fortíssima, mas também pelo uniforme bem diferente do convencional: um xadrez de branco e vermelho.

Na primeira fase, a seleção vatreni venceu a Jamaica por 3 x 1 e o Japão por 1 x 0. Já classificada, perdeu para a Argentina por 1 x 0, se classificando em segundo lugar do Grupo H. Nas oitavas, eliminou a Romênia com uma vitória por 1 x 0. Nas quartas, goleou a Alemanha por 3 x 0, demonstrando seu poderio ofensivo.

A França estava aliviada pela vitória da Croácia sobre a Alemanha. Em 1982 e 1986, Les Bleus enfrentaram Die Mannschaft justamente nas semifinais e perderam ambas, mesmo jogando melhor, com um futebol vistoso e ofensivo.

Antes da partida, vários sentimentos distintos. O experiente zagueiro francês Marcel Desailly queria libertar seu país das amarras dos fracassos antigos: “Não aguento mais ouvir falar das glórias e das derrotas das gerações passadas. Precisamos fazer a nossa história. Queremos ir ainda mais longe que Michel Platini, Alain Giresse e Jean Tigana”.

O técnico croata Miroslav Blažević queria estragar a festa dos anfitriões e viu um ponto fraco onde não existia, na tentativa de desestabilizar o adversário: “Não acredito que a França tenha essa defesa toda que dizem”.

Do outro lado, o treinado francês Aimé Jacquet pregava o respeito: “Os croatas podem não ter a força e a camisa dos alemães. Mas têm alguns jogadores que podem definir um jogo”.


A França jogou no sistema 4-5-1, fechando os espaços no meio e com Zidane e Djorkaeff se aproximando do ataque.


A Croácia atuou no esquema 3-5-2, com o constante avanço dos alas e aproximação dos meias.

● Era enorme a expectativa por um grande jogo. A torcida da francesa era um espetáculo no Stade de France, em Saint-Denis.

A França começou no ataque. Youri Djorkaeff avançou pela direita e cruzou para a área. Stéphane Guivarc’h tocou de calcanhar e Zinedine Zidane chutou, mas o goleiro Dražen Ladić segurou sem dar rebote.

Laurent Blanc fez um lançamento longo da direita para a área. Guivarc’h escorou de cabeça para trás e Zidane bateu de primeira. A bola passou perto da trave esquerda do goleiro croata.

Os franceses perderam oportunidades que não podem ser desperdiçadas. O nervosismo era latente nos donos da casa, que não fizeram um bom primeiro tempo e viram a Croácia assustar com um chute de Aljoša Asanović dentro da área.

E foram os croatas quem abriram o placar no primeiro minuto da etapa final.

Davor Šuker recebeu na direita e foi entrando em diagonal pelo meio. Ele deixou com Asanović, que ganhou da marcação e devolveu por elevação para a infiltração de Šuker, no ponto futuro. Dentro da área, o centroavante dominou e bateu rápido por baixo de Fabien Barthez. Os franceses pediram impedimento no lance, mas Thuram errou a linha e deu condições ao camisa 9 da Croácia. Os franceses ficavam em desvantagem no placar pela primeira vez no Mundial. Mas durou pouco.


(Imagem: The42)

Mas Lilian Thuram se redimiu um minuto depois. Ele avançou pela direita e tentou tocar mais a frente para Thierry Henry. Robert Jarni cortou e, próximo à sua área, Zvonimir Boban deu um giro e demorou a decidir o que fazer. Thuram veio por trás e lhe tomou a bola. Djorkaeff recebeu e devolveu para Thuram, já dentro da área. Sem cacoete para finalização, o zagueiro-lateral bateu na bola meio sem jeito, já caindo, mas a bola foi para o gol.

Thuram parecer ter tomado gosto pelo ataque. Zidane virou o jogo na direita para o camisa 15. Ele avançou e tocou para Henry, que foi travado pela marcação. A bola sobrou para Jarni, que demorou demais para se desfazer da bola. Thuram tomou dele e bateu de esquerda de fora da área. A bola quicou e foi morrer no canto esquerdo do goleiro Ladić.

Mas quatro minutos depois, a França ficou com um homem a menos. Henry tocou para Zidane no meio e Zizou abriu na esquerda para o apoio de Bixente Lizarazu. O lateral basco avançou até sofrer falta de Mario Stanić. Zidane cobrou a falta para a área e, na busca por espaço, Blanc empurrou o rosto de Slaven Bilić. O árbitro entendeu como agressão e expulsou o zagueiro francês.


(Imagem: Sportskeeda)

Com um jogador a mais, a Croácia partiu para o ataque em busca do empate.

Jarni cruzou da esquerda. Na segunda trave, Šuker dominou no peito tirando a marcação de Lizarazu e bateu forte de direita. Desailly chegou travando e impediu o que seria o gol de empate.

Zvonimir Soldo cruzou da direita. Silvio Marić fez o corta luz e Goran Vlaović chutou de longe. A bola desviou no meio do caminho e foi descaindo. Ela tinha o rumo do ângulo direito, mas Barthez voou e mandou para escanteio.

Robert Prosinečki cobrou escanteio à meia altura. Igor Štimac desviou de cabeça para trás, mas a bola não chegou a Šuker. Desailly chutou para o alto e afastou o perigo.

Enquanto isso, a torcida francesa cantava o hino nacional, “La Marseillaise”, em plenos pulmões. E explodiu em êxtase após o apito final.


(Imagem: Sportsnet)

● Nascido no dia 01/01/1972 em Guadalupe – um departamento ultramarino da França no Caribe – Ruddy Lilian Thuram-Ulien jogou 142 partidas pela seleção francesa, de 1994 a 2008, e marcou apenas dois gols. Justamente os dois que levaram a França para sua primeira final de Copa.

Após três derrotas em semifinais de Copas do Mundo (1958, 1982 e 1986), finalmente a França chegou à final.

“Eu não acredito. Estamos na final!” ― Emmanuel Petit

“Não faço gols nem nos treinamentos. Numa semifinal de Copa, marquei dois. Não sei o que dizer.” ― Lilian Thuram

“Agora, vamos enfrentar os mestres do futebol.” ― Aimé Jacquet

Na decisão, a França jogou melhor e venceu o Brasil por 3 x 0 e conquistou seu primeiro título da Copa do Mundo de Futebol.


(Imagem: Soccer Museum)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 2 x 1 CROÁCIA

 

Data: 08/07/1998

Horário: 21h00 locais

Estádio: Stade de France

Público: 76.000

Cidade: Saint-Denis (França)

Árbitro: José María García-Aranda (Espanha)

 

FRANÇA (4-5-1):

CROÁCIA (3-5-2):

16 Fabien Barthez (G)

1  Dražen Ladić (G)

15 Lilian Thuram

4  Igor Štimac

5  Laurent Blanc

20 Dario Šimić

8  Marcel Desailly

6  Slaven Bilić

3  Bixente Lizarazu

13 Mario Stanić

7  Didier Deschamps (C)

17 Robert Jarni

19 Christian Karembeu

14 Zvonimir Soldo

17 Emmanuel Petit

7  Aljoša Asanović

10 Zinedine Zidane

10 Zvonimir Boban (C)

6  Youri Djorkaeff

19 Goran Vlaović

9  Stéphane Guivarc’h

9  Davor Šuker

 

Técnico: Aimé Jacquet

Técnico: Miroslav Blažević

 

SUPLENTES:

 

 

1  Bernard Lama (G)

12 Marjan Mrmić (G)

22 Lionel Charbonnier (G)

22 Vladimir Vasilj (G)

18 Frank Leboeuf

5  Goran Jurić

2  Vincent Candela

15 Igor Tudor

14 Alain Boghossian

18 Zoran Mamić

4  Patrick Vieira

3  Anthony Šerić

11 Robert Pirès

21 Krunoslav Jurčić

13 Bernard Diomède

8  Robert Prosinečki

21 Christophe Dugarry

11 Silvio Marić

12 Thierry Henry

2  Petar Krpan

20 David Trezeguet

16 Ardian Kozniku

 

GOLS:

46′ Davor Šuker (CRO)

47′ Lilian Thuram (FRA)

70′ Lilian Thuram (FRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

45′ Aljoša Asanović (CRO)

75′ Mario Stanić (CRO)

88′ Dario Šimić (CRO)

 

CARTÃO VERMELHO:
74′ Laurent Blanc (FRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

31′ Christian Karembeu (FRA) ↓

Thierry Henry (FRA) ↑

 

65′ Zvonimir Boban (CRO) ↓

Silvio Marić (CRO) ↑

 

68′ Stéphane Guivarc’h (FRA) ↓

David Trezeguet (FRA) ↑

 

77′ Youri Djorkaeff (FRA) ↓

Frank Leboeuf (FRA) ↑

 

89′ Mario Stanić (CRO) ↓

Robert Prosinečki (CRO) ↑

Melhores momentos da partida:

Jogo completo:

… 07/07/2010 – Espanha 1 x 0 Alemanha

Três pontos sobre…
… 07/07/2010 – Espanha 1 x 0 Alemanha


(Imagem: Belfast Telegraph)

● Pela primeira vez, a Espanha chegou a uma Copa do Mundo como principal favorita. O título da Eurocopa de 2008 levantou a autoestima dos espanhóis e espantou o estigma de fracassar nas grandes competições. Mas, ao mesmo tempo que isso dava confiança ao time, trazia também mais pressão para que superasse a falta de tradição e conquistasse o Mundial.

O técnico Vicente Del Bosque assumiu a seleção depois do título da Euro 2008 e manteve o sistema tático e a forma de jogar que foi implementada pelo seu antecessor, Luis Aragonés. La Roja impressionava pelo ritmo de jogo, baseado na técnica e na posse de bola, estilo que ficou conhecido como “tiki-taka”. O ponto forte era o meio de campo, que contava com jogadores talentosos como Sergio Busquets, Xabi Alonso, Cesc Fàbregas, David Silva, Xavi e Andrés Iniesta.

A Espanha estava invicta havia 35 jogos e perdeu para os Estados Unidos na semifinal da Copa das Confederações de 2009, frustrando a expectativa de medir forças com o Brasil na final do torneio.

Na estreia do Mundial, a Fúria foi surpreendida com uma inesperada derrota para a Suíça por 1 x 0. Mas se recuperou ao vencer Honduras por 2 x 0 e Chile por 2 x 1. Nas fases de mata-mata, um festival de “1 x 0”. Com esse placar, La Roja venceu Portugal no clássico ibérico das oitavas de final e bateu Portugal nas quartas de final.

Para a semifinal, Vicente Del Bosque preferiu dar mais mobilidade ao seu ataque, sacando Fernando Torres para a entrada de Pedro.


(Imagem: Spox)

● A Alemanha seguia seu recomeço. Depois de fiascos nas Copas de 1994 e 1998, chegou à final de 2002 com um time que o destaque era o goleiro Oliver Kahn. Jogando em casa em 2006, a Nationalelf chegou em 3º lugar, com um time mais renovado e mais técnico.

Para o Mundial de 2010, perdeu por lesão o zagueiro Heiko Westermann e o capitão Michael Ballack pouco antes do torneio. Mas foi a ausência de Ballack que fez desabrochar o talento de Sami Khedira e Mesut Özil, além da liderança de Philipp Lahm. Os protagonistas eram Bastian Schweinsteiger, Thomas Müller, Łukasz Podolski e Miroslav Klose.

O técnico Joachim Löw também teve que se reinventar após a perda de seus goleiros principais. Robert Enke perdeu a luta contra a depressão e se matou sete meses antes do Mundial. René Adler se lesionou às vésperas da competição e não viajou para a África do Sul. Com isso, o treinador deu uma chance no time titular a Manuel Neuer, do Schalke 04.

Na Copa de 2010, a Alemanha estreou goleando a Austrália por 4 x 0. No segundo jogo, um pequeno deslize na derrota para a Sérvia por 1 x 0. Na terceira rodada, venceu Gana por 1 x 0. Nas oitavas de final, goleada sobre a rival Inglaterra por 4 x 1. Nas quartas, massacre sobre a Argentina por 4 x 0.

Para a semifinal, a Nationalelf não contava com Thomas Müller, suspenso pelo segundo cartão amarelo. O camisa 13 vinha sendo o principal jogador do time e fez muita falta aos teutônicos. Ele foi substituído por Piotr Trochowski, que, embora fosse bom jogador, não tinha as mesmas características.


A Espanha jogava em um sistema bastante móvel: era escalada no 4-2-3-1, mas atacava no 4-3-3 e se defendia no 4-5-1.


Joachim Löw armou a Alemanha no sistema 4-2-3-1.

● As duas seleções haviam se enfrentado na final da Eurocopa de 2008, com uma vitória da Espanha por 1 x 0 – gol de Fernando Torres aos 33′. O roteiro se repetiria.

Em campo, o jogo parecia uma tourada: a Espanha fazia o papel de toureiro e controlava o espetáculo, com “olé” no toque de bola incessante; a Alemanha foi o pobre touro, que não viu a cor da bola.

A primeira chance clara de gol veio depois de cinco minutos jogados. Gerard Piqué acionou Pedro na meia direita e ele deu o passe na medida para David Villa finalizar já dentro da área, mas Neuer saiu bem para fechar o ângulo e impedir o gol.

Aos 13′, após cobrança de escanteio ensaiada, Iniesta cruzou e Puyol cabeceou para fora com muito perigo. Parecia uma premonição.

Foi um jogo muito disputado, mas também muito leal. A primeira falta do jogo só foi acontecer aos 26′. O árbitro húngaro Viktor Kassai teve pouco trabalho e não teve que apresentar nenhum cartão amarelo.

Aos 29′, Xabi Alonso arriscou de longe e mandou à direita do gol.

A primeira finalização alemã veio dois minutos depois. Trochowski bateu rasteiro de longe e obrigou Casillas a espalmar para escanteio.


(Imagem: Halden Krog / EFE /)

No fim da etapa inicial, Pedro chutou forte da intermediária e Neuer segurou firme.

O segundo tempo continuou no mesmo ritmo: a Espanha amassava e a Alemanha tentava se defender.

Xabi Alonso tentou em chutes de fora da área que foram para fora, aos 3′ e aos 4′.

Aos 12′, Joan Capdevila tabelou com Iniesta pela esquerda e cruzou rasteiro para a área. Xabi Alonso ajeitou para trás e Pedro bateu de primeira, da meia-lua, mas Neuer espalmou para o lado. A Fúria ainda ficou com o rebote dentro da área e Xabi Alonso deixou de calcanhar com Iniesta que cruzou da esquerda. A bola passou por Villa, que chegou atrasado e não conseguiu finalizar com o gol vazio.

Na única chance da Alemanha, aos 23′, Özil avançou pela esquerda e tocou para Podolski já dentro da grande área. Ele cruzou pelo alto, a bola passou por Klose e Toni Kroos apareceu livre na segunda trave para bater de primeira para boa defesa de Iker Casillas.

O amplo domínio espanhol foi recompensado com superioridade no placar aos 28′ de uma maneira nada convencional para La Roja. Xavi cobrou escanteio para a área. Puyol chegou na área vindo na corrida, apareceu como um homem surpresa nas costas da defesa e cabeceou com força à esquerda de Neuer.

Depois do gol, a Espanha recuou naturalmente para segurar a vantagem e a Alemanha passou a ter mais um pouco de posse de bola, mas não conseguiu agredir o gol de Iker Casillas.


(Imagem: BBC)

● Em sua 13ª Copa do Mundo, enfim a Espanha conseguiu a vaga em sua primeira e tão desejada final de Copa do Mundo.

Após o fim da partida, houve uma festa dos jogadores espanhóis no vestiário do estádio Moses Mabhida Stadium, em Durban. Eis que de repente aparece na frente dos atletas a rainha Sofia da Espanha, que desceu das tribunas de honra para parabenizar pessoalmente os heróis da Fúria. Enquanto os jogadores tentaram disfarçar e organizar a bagunça, a monarca pediu para cumprimentar o autor do gol da vitória. Depois de um tempo, apareceu Carles Puyol quase pelado, apenas com uma toalha enrolada na cintura. Enquanto ele recebia o cumprimento real, os companheiros se acabavam em risos vendo a cena.

Na decisão do 3º lugar, a Alemanha conseguiu ficar com o Bronze após vencer o Uruguai por 3 x 2. Nessa partida, os germânicos atingiram a marca de 99 jogos em Copas do Mundo, superando o Brasil como a seleção que mais jogou em Mundiais.

Na decisão que consagraria um campeão inédito, venceu a azarada Holanda pelo placar de 1 x 0, com um gol de Andrés Iniesta aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação. Espanha, merecida e legítima campeã mundial de 2010!


(Imagem: Soccer – Football Scores)

FICHA TÉCNICA:

 

ESPANHA 1 x 0 ALEMANHA

 

Data: 07/07/2010

Horário: 20h30 locais

Estádio: Moses Mabhida Stadium

Público: 60.960

Cidade: Durban (África do Sul)

Árbitro: Viktor Kassai (Hungria)

 

ESPANHA (4-2-3-1):

ALEMANHA (4-2-3-1):

1  Iker Casillas (G)(C)

1  Manuel Neuer (G)

15 Sergio Ramos

16 Philipp Lahm (C)

3  Gerard Piqué

3  Arne Friedrich

5  Carles Puyol

17 Per Mertesacker

11 Joan Capdevila

20 Jérôme Boateng

16 Sergio Busquets

6  Sami Khedira

14 Xabi Alonso

7  Bastian Schweinsteiger

8  Xavi

15 Piotr Trochowski

6  Andrés Iniesta

8  Mesut Özil

18 Pedro

10 Łukasz Podolski

7  David Villa

11 Miroslav Klose

 

Técnico: Vicente del Bosque

Técnico: Joachim Löw

 

SUPLENTES:

 

 

12 Víctor Valdés (G)

12 Tim Wiese (G)

23 Pepe Reina (G)

22 Hans-Jörg Butt (G)

2  Raúl Albiol

14 Holger Badstuber

4  Carlos Marchena

5  Serdar Tasci

17 Álvaro Arbeloa

4  Dennis Aogo

20 Javi Martínez

2  Marcell Jansen

10 Cesc Fàbregas

18 Toni Kroos

13 Juan Mata

21 Marko Marin

21 David Silva

13 Thomas Müller

22 Jesús Navas

19 Cacau

19 Fernando Llorente

9  Stefan Kießling

9  Fernando Torres

23 Mario Gómez

 

GOL: 73′ Carles Puyol (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

52′ Jérôme Boateng (ALE) ↓

Marcell Jansen (ALE) ↑

 

62′ Piotr Trochowski (ALE) ↓

Toni Kroos (ALE) ↑

 

81′ Sami Khedira (ALE) ↓

Mario Gómez (ALE) ↑

 

81′ David Villa (ESP) ↓

Fernando Torres (ESP) ↑

 

86′ Pedro (ESP) ↓

David Silva (ESP) ↑

 

90+3′ Xabi Alonso (ESP) ↓

Carlos Marchena (ESP) ↑

Melhores momentos da partida:

… 06/07/1974 – Polônia 1 x 0 Brasil

Três pontos sobre…
… 06/07/1974 – Polônia 1 x 0 Brasil


(Imagem: Game of the People)

● A Polônia não disputava uma Copa do Mundo desde 1938, quando perdeu para o Brasil por 6 x 5 logo na partida de estreia. Mas, o país fez uma preparação de sete anos, revelou talentos, soube potencializar suas qualidades e colheu os frutos: a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, e chegava para decidir o 3º lugar da Copa do Mundo de 1974.

O time polonês tinha como maiores qualidades o entrosamento e a disciplina tática, que permitia uma certa liberdade aos jogadores mais talentosos.

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… 03/07/1974 – Polônia 0 x 1 Alemanha Ocidental

Vários jogadores se destacavam, como o goleiro Jan Tomaszewski, o zagueiro Władysław Żmuda, o meia Kazimierz Deyna e o atacante Andrzej Szarmach. Mas o maior destaque era o ponta direita Grzegorz Lato.

O carequinha, que envergava a camisa de nº 16, não era conhecido pelas suas qualidades técnicas ou pelo oportunismo, mas por ser um jogador extremamente veloz para os padrões da época. Ele conseguia correr os 100 metros em 10s8, tempo que poderia habilitá-lo para disputar a prova dos 100 metros rasos nos Jogos Olímpicos de 1972.

A maior ausência nas “Białe Orły” (“As Águias Brancas”, em polonês) foi o atacante Włodzimierz Lubański, que ficou fora do Mundial por causa de uma fratura no pé.

Com uma campanha praticamente irrepreensível, a Polônia só perdeu uma partida no Mundial de 1974. Na primeira fase, 100% de aproveitamento, ao vencer a Argentina (3 x 2), Haiti (7 x 0) e Itália (2 x 1). Na segunda fase, bateu Suécia (1 x 0) e Iugoslávia (2 x 1). Na última rodada, na partida que valia vaga na final, perdeu para a Alemanha, a dona da casa, por 1 x 0.


(Imagem: Twitter @tphoto2005)

● Depois da derrota diante da Holanda, alguns jogadores brasileiros simularam contusões para não jogar a decisão do 3º lugar. Outros declararam que não entrariam em campo em nome de uma certa dignidade pessoal ou profissional.

O time que entrou em campo finalmente tinha Ademir da Guia como titular. Já veterano, o meia, considerado um dos maiores jogadores da história do Palmeiras, vinha sendo sistematicamente ignorado pelo treinador, não ficando nem no banco de reservas.

Sem poder contar com Luís Pereira, expulso contra a Holanda, Zagallo escalou Alfredo Mostarda na zaga.


As duas seleções jogavam no sistema 4-3-3. Mas enquanto os brasileiros eram estáticos, os poloneses jogavam com muita movimentação.

● A decisão do terceiro lugar, no estádio Olímpico de Munique. Aparentemente, nem Brasil, nem Polônia pareciam muito interessados.

Os poloneses sentiram muito o cansaço e diminuíram o ritmo de seu jogo, mas nem assim o Brasil conseguiu impor o seu estilo.

Como nas outras partidas, Jairzinho passou a maior parte do tempo tentando jogadas individuais e perdendo. Rivellino foi discreto e Dirceu recuava demais.

Na melhor jogada do Brasil, Valdomiro recebeu lançamento longo na ponta direita, ganhou da marcação e chutou cruzado. Tomaszewski espalmou para escanteio.

Desinteressada, a Polônia fazia sua pior partida na Copa. Mas, depois da saída de Ademir, os poloneses passaram a ter mais controle no meio de campo. O “Divino” era um dos melhores em campo, quando foi substituído por Mirandinha aos 21 minutos do segundo tempo. Em pouco mais de uma hora, Ademir mostrou que poderia ter sido titular durante o torneio.


(Imagem: Twitter @tphoto2005)

Em um lance, Mirandinha saiu em disparada com a bola quando foi agarrado por Henryk Kasperczak. Mesmo sendo fortemente seguro, Mirandinha ainda percorreu vinte metros até finalmente cair. O jornal alemão Bild definiu o lance como “a falta mais comprida da história das Copas”.

A 15 minutos do fim, Marinho Chagas prendeu demais a bola pelo lado esquerdo e deu um passe errado. Zygmunt Maszczyk acionou Lato na ponta direita, nas costas de Marinho. O carequinha arrancou sozinho com extrema velocidade, passou por Alfredo, invadiu a área e tocou cruzado na saída de Leão, mandando a bola no canto direito. Um contra-ataque letal.

Lato acabaria como artilheiro da Copa de 1974 com sete gols em sete partidas, média de um gol por jogo.

Ele ainda teve a chance de marcar mais um. Após uma dividida, a bola sobrou novamente para Lato arrancar em velocidade, ganhar na corrida de Marinho Chagas e finalizar. Mas Leão defendeu com o pé e impediu o gol.

Parabéns para a Polônia, que chegou brilhantemente ao terceiro lugar, com seis vitórias e apenas uma derrota, marcando 16 gols e sofrendo só cinco.


(Imagem: Pinterest)

● O Brasil de Zagallo foi castigado pelo excesso de cautela, apesar do talento disponível no elenco. Na prática, esse foi um dos piores desempenhos da Seleção em Copas do Mundo. Merecidamente, a Seleção Brasileira foi a pior entre as quatro finalistas.

Depois do jogo, nos vestiários, Leão teria dado um tapa em Marinho Chagas, o culpando pelo gol. Era o retrato do péssimo ambiente da Seleção Brasileira na Copa da Alemanha.

“Tiramos o quarto lugar? Ótimo. Está compatível com o futebol brasileiro do momento.” ― Rivellino, realista

“Pelo que o Brasil apresentou, o quarto lugar foi fenomenal. Eu sou um cara muito consciente. Isso pode até magoar alguns jogadores, mas é isso mesmo: só merecíamos um terceiro ou um quarto lugar.” ― Luís Pereira

“Para quem se preparou para o título, disputar o terceiro lugar não motiva”, disse Zagallo em forma de deboche. Por mais que isso seja verdade, quem pode ser terceiro e não faz nada para isso, não mereceria nunca nem sonhar em ser o primeiro.

Uma das desculpas pelo mau resultado foi a ação de empresários, que negociavam transferências de jogadores durante a Copa. Paulo Cézar foi acusado de “tirar o pé” nas divididas para não se machucar e atrapalhar sua transferência para o Olympique de Marselha.

O 3º lugar na Alemanha Ocidental em 1974 foi a melhor classificação geral da seleção da Polônia na história das Copas – que só foi igualada em 1982, na Espanha.

Ao marcar o gol de honra na derrota da Polônia por 3 x 1 contra o Brasil em 1978, Grzegorz Lato se tornou o único jogador que marcou gols no Brasil em Copas do Mundo diferentes.

A partir de 1974 a FIFA teve um presidente brasileiro. João Havelange derrotou o então mandatário Stanley Rous e se perpetuou no poder até 1998.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

POLÔNIA 1 x 0 BRASIL

 

Data: 06/07/1974

Horário: 16h00 locais

Estádio: Olympiastadion

Público: 77.100

Cidade: Munique (Alemanha Ocidental)

Árbitro: Aurelio Angonese (Itália)

 

POLÔNIA (4-3-3):

BRASIL (4-3-3):

2  Jan Tomaszewski (G)

1  Leão (G)

4  Antoni Szymanowski

4  Maria

9  Władysław Żmuda

15 Alfredo Mostarda

6  Jerzy Gorgoń

3  Marinho Peres (C)

10 Adam Musiał

6  Marinho Chagas

12 Kazimierz Deyna (C)

17 Paulo César Carpegiani

14 Zygmunt Maszczyk

10 Rivellino

13 Henryk Kasperczak

18 Ademir da Guia

16 Grzegorz Lato

13 Valdomiro

17 Andrzej Szarmach

7  Jairzinho

18 Robert Gadocha

21 Dirceu

 

Técnico: Kazimierz Górski

Técnico: Zagallo

 

SUPLENTES:

 

 

1  Andrzej Fischer (G)

12 Renato (G)

3  Zygmunt Kalinowski (G)

22 Waldir Peres (G)

5  Zbigniew Gut

14 Nelinho

8  Mirosław Bulzacki

2  Luís Pereira

7  Henryk Wieczorek

16 Marco Antônio

11 Lesław Ćmikiewicz

5  Wilson Piazza

15 Roman Jakóbczak

11 Paulo Cézar Caju

20 Zdzisław Kapka

8  Leivinha

22 Marek Kusto

20 Edu

21 Kazimierz Kmiecik

19 Mirandinha

19 Jan Domarski

9  César Maluco

 

GOL: 76′ Grzegorz Lato (POL)

 

CARTÕES AMARELOS:

71′ Henryk Kasperczak (POL)

76′ Jairzinho (BRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

66′ Ademir da Guia (BRA) ↓

Mirandinha (BRA) ↑

 

73′ Henryk Kasperczak (POL) ↓

Lesław Ćmikiewicz (POL) ↑

 

75′ Andrzej Szarmach (POL) ↓

Zdzisław Kapka (POL) ↑

Melhores momentos da partida:

… 05/07/2006 – França 1 x 0 Portugal

Três pontos sobre…
… 05/07/2006 – França 1 x 0 Portugal


(Imagem: Reprodução / FIFA)

● Depois da decepcionante Europa de 2004, vários ícones resolveram se aposentar da seleção francesa: Marcel Desailly, Bixente Lizarazu, Lilian Thuram, Claude Makélélé e Zinedine Zidane. Mas os três últimos voltaram aos Bleus um ano depois, para ajudar nas eliminatórias para o Mundial de 2006 – onde a França estava passando dificuldades.

A França começou mal na Copa do Mundo de 2006. Nas duas primeiras partidas, foram dois empates: 0 x 0 com a Suíça e 1 x 1 com a Coreia do Sul. A classificação em segundo lugar no Grupo G (atrás dos suíços) veio com uma vitória sobre Togo por 2 x 0 – sem Zidane, suspenso. Nas oitavas de final, a França venceu a Espanha por 3 x 1, com um golaço marcado por Zidane nos acréscimos. Na quartas de final, um show solo de Zidane e vitória sobre o Brasil por 1 x 0.

O elenco francês ainda tinha alguns campeões do mundo em 1998, como o goleiro Fabien Barthez, o zagueiro Lilian Thuram, o capitão Zinedine Zidane e os atacantes David Trezeguet e Thierry Henry.

Zidane tinha mais um ano de contrato com o Real Madrid, mas já havia anunciado sua aposentadoria definitiva para depois da Copa. Ou seja: cada jogo do Mundial poderia ser a despedida de Zizou do futebol.

Com o corte de Djibril Cissé por fratura na perna, o time passou a jogar com apenas um atacante de ofício e com uma receita de jogo: longas trocas de passes, uma defesa sólida e experiente e dois craques que decidem: Zidane e Henry.


(Imagem: Ben Radford / Getty Images)

● O técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari levou seu país natal ao título da Copa de 2002. Depois da conquista do penta, ele assumiu um enorme desafio na seleção portuguesa.

Portugal havia disputado apenas três Copas do Mundo, sendo um sucesso (o 3º lugar em 1966) e dois fracassos, quando caiu na primeira fase em 1986 e 2002.

Aos poucos, Scolari reformulando o elenco luso. Ao mesmo tempo que deu oportunidades jogadores como o luso-brasileiro Deco e o jovem Cristiano Ronaldo, ele teve que ir tirando do time estrelas nacionais como o goleiro Vítor Baía, os zagueiros Fernando Couto e Abel Xavier, os meias Rui Costa e Sérgio Conceição, além do atacante João Pinto.

O capitão Luís Figo havia trocado o Real Madrid pela Inter de Milão um ano antes. Ele seguia sendo a maior estrela, exercendo sua importante liderança dentro de fora de campo.

Portugal sediou a Eurocopa de 2004 e chegou na final, mas perdeu de forma amarga para a surpreendente Grécia por 1 x 0.

Mas o time ganhou conjunto e se fortaleceu para a disputa do Mundial na Alemanha.

A maior ausência por lesão foi do zagueiro Jorge Andrade, do Deportivo La Coruña. Ele quebrou a perna três meses antes da Copa.

Os Tugas terminaram a primeira fase do Mundial com 100% de aproveitamento, com vitórias sobre Angola (1 x 0), Irã (2 x 0) e México (2 x 1). Nas oitavas de final, venceu a batalha campal diante da Holanda por 1 x 0. Nas quartas, vitória sobre a Inglaterra nos pênaltis por 3 x 1, depois de um empate sem gols.


As duas equipes jogavam no sistema 4-2-3-1.

● Em Munique, uma semifinal que criou muitas expectativas.

Os astros Luís Figo e Zinedine Zidane, ex-companheiros de Real Madrid, eram os capitães das duas seleções.

O técnico francês Raymond Domenech apostou nos mesmos titulares que começaram a partida contra o Brasil.

Les Bleus apostaram na mesma estratégia que deu certo contra o escrete canarinho, mas com uma enorme diferença: os lusos não jogaram de forma apática, acomodada e fria como os brasileiros quatro dias antes.

A partida começa com muito equilíbrio. Os jogadores mais criativos das duas seleções não conseguem espaços para criar e oferecer perigo. A maior parte do tempo, o jogo fica amarrado no meio campo. Quando os atacantes conseguiam finalizar, se limitavam a chutes de longa distância.

Quando caía pela esquerda, Thierry Henry dava muito trabalho para Miguel. Em um lance, ele driblou o lateral português por três vezes antes de chutar cruzado, para boa defesa do goleiro Ricardo.

Do outro lado, o jovem Cristiano Ronaldo apostava na velocidade e em um enorme repertório de dribles.

Em uma dessas jogadas, “CR17” arrancou pela esquerda e tocou para Deco no meio. O luso-brasileiro chutou de fora da área, mas a bola foi fraca. Barthez espalmou e Thuram afastou o perigo.

Também bem postado em campo, o time treinado por Luiz Felipe Scolari era firme na marcação e levou perigo em chutes de longe. Figo chutou de esquerda de fora da área e Barthez segurou bem.

Cristiano Ronaldo deixou de calcanhar para Maniche, que ajeitou e chutou de longe. A bola saiu por cima, mas assustou bastante o goleiro Barthez, passando muito perto da trave.


(Imagem: Alamy)

Com pouco mais de meia hora de jogo, a França encontrou uma brecha na defesa portuguesa.

Makélélé trocou passes com Zidane e deixou no meio para Florent Malouda. Ele passou por Deco e tocou para Henry. O camisa 12 entrou na área, cortou para o meio e foi derrubado por Ricardo Carvalho, em um carrinho irresponsável. Henry forçou um pouco a queda, mas o pênalti aconteceu.

Zinedine Zidane bateu firme, no cantinho direito do goleiro Ricardo, que até acertou o lado, mas não conseguiu alcançar a bola.

Ricardo voltou a aparecer em duas defesas difíceis no início do segundo tempo, nas últimas chances da França.

Depois disso, só deu Portugal.

Embora o goleiro Barthez tenha mostrado insegurança, soltando algumas bolas, a defesa francesa manteve a solidez, comandada pela experiência de Lilian Thuram.

No fim, até o goleiro Ricardo foi para a área francesa tentar o cabeceio, sem sucesso.

Pela segunda vez em sua história, Portugal caía nas semifinais da Copa.

Por sua vez, a França chegava à sua segunda final de Copa, a segunda em oito anos.


(Imagem: Ssbg)

● Mesmo caindo na semifinal, o técnico de Portugal, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, já havia conquistado o recorde de doze jogos seguidos de invencibilidade, sendo sete pela Seleção Brasileira campeã do mundo em 2002 e outros cinco pela seleção portuguesa. Outra marca histórica de Scolari é a de onze vitórias consecutivas nesse mesmo período.

Apesar de inseguro em vários lances na partida, o goleiro careca Fabien Barthez alcançou um belo recorde: dez jogos sem tomar gols em Copas do Mundo. O índice é superior ao de arqueiros consagrados como Lev Yashin, Sepp Maier, Gordon Banks, Ladislao Mazurkiewicz, Rinat Dassaev, Ubaldo Fillol, Dino Zoff e Cláudio Taffarel – e igual apenas ao inglês Peter Shilton.

Nunca Les Bleus (“Os Azuis”, em francês – como são chamados os jogadores da seleção nacional) foram tão pouco azuis em uma Copa do Mundo. Isso se deve às superstições do técnico Raymond Domenech. Ele achou que o uniforme todo branco deu sorte nas oitavas de final contra a Espanha e fez o time repetir o fardamento nos jogos seguintes até a final.

Na final, um jogo de muito equilíbrio. A França saiu na frente com uma cobrança de pênalti de cavadinha convertido por Zidane, mas a Itália empatou com Marco Materazzi de cabeça. Ambos foram protagonistas em um lance histórico na prorrogação: Zidane foi provocado e deu uma cabeçada em Materazzi. O derradeiro momento de um gênio tão vencedor como Zinedine Zidane no futebol foi o cartão vermelho. Na decisão por pênaltis, David Trezeguet mandou na trave e a Itália se sagrou tetracampeã mundial. Zizou ainda foi eleito o melhor jogador do torneio, em escolha feita antes da final. Um adeus melancólico para um dos maiores jogadores da história.

Na decisão do 3º lugar, Portugal perdeu por 3 x 1 para a Alemanha, dona da casa. De qualquer forma, essa foi a segunda melhor campanha portuguesa em Copas do Mundo em todos os tempos, ficando atrás apenas do histórico 3º lugar da Copa de 1966.


(Imagem: Twitter @Football__Tweet)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 1 x 0 PORTUGAL

 

Data: 05/07/2006

Horário: 21h00 locais

Estádio: Allianz Arena

Público: 66.000

Cidade: Munique (Alemanha)

Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

PORTUGAL (4-2-3-1):

16 Fabien Barthez (G)

1  Ricardo (G)

19 Willy Sagnol

13 Miguel

15 Lilian Thuram

5  Fernando Meira

5  William Gallas

16 Ricardo Carvalho

3  Éric Abidal

14 Nuno Valente

6  Claude Makélélé

6  Costinha

4  Patrick Vieira

18 Maniche

22 Franck Ribéry

7  Luís Figo (C)

10 Zinedine Zidane (C)

20 Deco

7  Florent Malouda

17 Cristiano Ronaldo

12 Thierry Henry

9  Pauleta

 

Técnico: Raymond Domenech

Técnico: Luiz Felipe Scolari

 

SUPLENTES:

 

 

23 Grégory Coupet (G)

12 Quim (G)

1  Mickaël Landreau (G)

22 Paulo Santos (G)

2  Jean-Alain Boumsong

2  Paulo Ferreira

17 Gaël Givet

3  Marco Caneira

13 Mikaël Silvestre

4  Ricardo Costa

21 Pascal Chimbonda

8  Petit

18 Alou Diarra

19 Tiago Mendes

8  Vikash Dhorasoo

10 Hugo Viana

9  Sidney Govou

11 Simão Sabrosa

11 Sylvain Wiltord

15 Luís Boa Morte

14 Louis Saha

23 Hélder Postiga

20 David Trezeguet

21 Nuno Gomes

 

GOL: 33′ Zinedine Zidane (FRA) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

83′ Ricardo Carvalho (POR)

87′ Louis Saha (FRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

62′ Miguel (POR) ↓

Paulo Ferreira (POR) ↑

 

68′ Pauleta (POR) ↓

Simão Sabrosa (POR) ↑

 

69′ Florent Malouda (FRA) ↓

Sylvain Wiltord (FRA) ↑

 

72′ Franck Ribéry (FRA) ↓

Sidney Govou (FRA) ↑

 

75′ Costinha (POR) ↓

Hélder Postiga (POR) ↑

 

85′ Thierry Henry (FRA) ↓

Louis Saha (FRA) ↑

Melhores momentos da partida: