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… 05/06/1938 – Brasil 6 x 5 Polônia

Três pontos sobre…
… 05/06/1938 – Brasil 6 x 5 Polônia

Seleção Brasileira perfilada (Imagem: FIFA)

● Após os conflitos internos e consequentes frustrações de 1930 (por causa do bairrismo de cariocas e paulistas) e 1934 (por incompatibilidades entre amadores e profissionais), finalmente a Seleção Brasileira pode contar com o que tinha de melhor e ainda teve tempo para se preparar.

Satisfeita com o trabalho do técnico Ademar Pimenta (que treinava o pequeno Madureira-RJ) no Sul-Americano de 1937, a CBD o manteve como técnico para a Copa do ano seguinte. Apesar de bem intencionado, não era muito firme nas decisões e era constante vítima das pressões dos dirigentes dos clubes para escalar esse ou aquele jogador. Mas ele não se atualizava. Criticado publicamente até pelo ponta esquerda Patesko, Ademar não conhecia, por exemplo, o sistema de jogo WM (formação implementada em 1925 pelo inglês Herbert Chapman no Arsenal), trazida para o Brasil pelo húngaro Dori Kürschner, quando veio treinar o Flamengo. O WM consistia em uma linha de três defensores, dois meio campistas recuados e dois mais avançados, além de três atacantes de ofício. O sistema já foi utilizado por algumas seleções naquela Copa e seria bastante utilizado no futuro pelas seleções europeias. O WM propiciava maior ocupação dos espaços do campo. Pimenta, porém, ainda usava o sistema clássico, a “pirâmide”, o 2-3-5.

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Em março de 1938, Pimenta relacionou 34 atletas para os treinamentos iniciais, na cidade mineira de Caxambu. Durante a preparação, ele montou dois times diferentes: o azul (mais leve) e o branco (mais pesado). E para se esquivar das pressões, nunca revelou qual dos dois seria titular. Ao ser questionado qual dos dois times seria titular, ele respondia: “Ou um ou o outro, ou uma mescla dos dois”. Apenas dois craques eram unanimidades: Leônidas da Silva e Domingos da Guia (ambos do Flamengo).

Dentre os cortados antes do embarque, destaque para o centromédio Fausto, do Flamengo (estrela brasileira da Copa de 1930 – que faleceu no ano seguinte, aos 34 anos, vítima de tuberculose); Waldemar de Brito, atacante do Flamengo; Carvalho Leite, atacante do Botafogo (com apenas 26 anos, mas com experiência de ter estado nas duas Copas anteriores); Santa Maria, zagueiro do Fluminense; Oswaldo, goleiro do São Christovam (atual São Cristóvão, clube que revelaria Ronaldo Fenômeno).

Agora profissionais, os atletas tiveram um desentendimento inicial com a CBD sobre os valores que receberiam (diárias, ajuda de custo, salário e “bicho” por vitória e/ou empate), mas logo tudo foi resolvido.

O zagueiro uberabense Nariz, que jogava no Botafogo-RJ, também foi o médico auxiliar do Dr. José Maria Castelo Branco. Nariz, o Dr. Álvaro Lopes Cançado, havia concluído o curso de medicina em 1936, na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Ele e o ponta Luisinho haviam pedido permissão à comissão técnica da Seleção Brasileira para levar suas esposas à França. O treinador aceitou o pedido, o que foi motivo de ciúmes dos demais atletas, que não gostavam do privilégio dos dois jogadores, chamados de “Acadêmicos” (um era médico e o outro advogado).

Apesar de tudo, a Seleção de 1938, ao contrário das anteriores, contava com duas coisas: seus melhores jogadores e a confiança do torcedor. Pela primeira vez acreditava-se, de verdade, que o Brasil poderia voltar da França campeão do mundo.

A travessia do Atlântico foi feita a bordo do navio inglês Arlanza, que custou 150 contos de réis à CBD. Os 18 dias de viagem para a França foram um problema para a seleção. Apesar dos exercícios físicos no convés, os jogadores engordavam. Romeu, o que tinha mais tendência a engordar, saiu do Brasil com 70 kg e chegou na França com 79. A seleção desembarcou em Marselha em 15 de maio, vinte dias antes da estreia na Copa. Teve tempo para se preparar devidamente, como nunca antes tivera.

A Polônia estava em sua primeira Copa do Mundo e os atletas se reuniram apenas uma semana antes do Mundial, devido aos jogos da Liga de futebol local, e chegaram à França a dois dias da estreia, após uma viagem de 36 horas de trem.

O Brasil atuava no sistema clássico, o 2-3-5, com muita fragilidade no sistema defensivo.

A Polônia também atuava no 2-3-5, como era comum na época, mas mais obediente taticamente do que o Brasil.

● No dia do jogo, o jornal “O Globo” anunciava: “Nada deterá o ímpeto do scratch branco!” Claro que se referia ao Brasil, mas… os poloneses também jogavam com camisas brancas. Por força de um sorteio, o Brasil teve que entrar em campo com um estranho uniforme: meias pretas, calção azul-bandeira e camisa num tom azul mais pálido. Foi a única vez que a Seleção Brasileira entrou em campo sem um distintivo no peito.

Aproveitando o campo pesado, consequência da forte chuva que caíra no dia anterior, os poloneses começaram atacando. O Brasil também partiu para o ataque, mostrando o que tinha de melhor: o individualismo, compensando a deficiência tática. O resultado foi um jogo cheio de gols.

Antes de Leônidas abrir o placar, aos 18 minutos, Perácio já havia acertado um de seus famosos petardos no travessão. Mas aos 23 minutos, o desprotegido Domingos foi obrigado a agarrar Wodarz dentro da área. Pênalti convertido por Scherfke, no canto direito do goleiro.

No minuto seguinte, Romeu ampliou. Aos 44, Perácio anotou o primeiro gol de cabeça da história do Brasil em Copas.

No segundo tempo, o gramado, que já era ruim, ficou em estado lastimável com a chuva. Isso privilegiou o estilo de jogo mais pesado dos poloneses, que empataram com dois gols de Ernest “Ezi” Wilimowski. Após parar a chuva, Perácio marcou outro aos 26 e Wilimowski empatou de novo, no penúltimo minuto, forçando a prorrogação. Aí brilhou Leônidas da Silva.

No quinto gol brasileiro, aos três minutos, Leônidas marcou – diz a lenda – sem a chuteira do pé direito, que havia se rompido na costura. O juiz Eklind não teria percebido a irregularidade porque, àquela altura, os jogadores já estavam com os pés e as pernas cheios de barro. Na semana seguinte, um texto na revista parisiense Foot-ball afirmava que o juiz Eklind, ao perceber que Leônidas tirara do pé a chuteira rasgada e dava a impressão de pretender continuar jogando sem ela, havia procedido corretamente ao pedir que o atacante deixasse o campo e calçasse uma nova. Mas não fazia menção ao célebre “gol descalço”. Já o jornal paulista Folha da Manhã foi mais preciso, ao informar que Leônidas descalçara a chuteira “logo após o quinto gol brasileiro”. Essa história nunca foi totalmente confirmada e ficou a lenda do gol descalço.

O persistente Wilimowski ainda marcou o quinto para a Polônia a dois minutos do fim da prorrogação, se tornando até hoje o jogador que mais fez gols sobre a Seleção Brasileira em um único jogo (quatro gols).

Leônidas da Silva disputa bola com a defesa polonesa (Imagem: Daily Mail)

● A Polônia jogou muito bem, mas o Brasil foi melhor e venceu pela primeira vez em uma estreia de Copa. Os dirigentes da CBD anunciaram ainda no vestiário que o bicho seria pago em dobro.

A Copa de 1938 (assim como a de 1934) foi no formato eliminatório, começando direto nas oitavas de final. Ou seja, com a derrota, a Polônia foi eliminada logo na primeira partida, terminando em 11º lugar entre as 15 seleções.

O estilo criativo do futebol brasileiro encantou a crítica, mas não era levado à sério devido a fragilidade de seu sistema defensivo. Segundo a imprensa francesa, os brasileiros jogavam um futebol “mais intuitivo do que inteligente”.

A vitória sobre a Polônia foi o primeiro jogo de Copa do Mundo transmitido por rádio para o Brasil. O narrador pioneiro (ou speaker, como se dizia na época) foi Gagliano Neto, da rede Byington, formada pelas rádios “Clube do Brasil” e “Cruzeiro do Sul”. Gagliano, narrava de forma extremamente patriótica, denegrindo os adversários do Brasil. Foi necessário um telegrama do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, pedindo para ele ser menos parcial. Foi uma aventura. Durante a Copa, Gagliano chegou a narrar em pé, à beira do gramado, no meio da torcida, e até no telhado de uma casa vizinha.

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 6 x 5 POLÔNIA

 

Data: 05/06/1938

Horário: 17h30 locais

Estádio: Meinau

Público: 13.452

Cidade: Estrasburgo (França)

Árbitro: Ivan Eklind (Suécia)

 

BRASIL (2-3-5):

POLÔNIA (2-3-5):

Batatais (G)

Edward Madejski (G)

Domingos da Guia

Władysław Szczepaniak (C)

Machado

Antoni Gałecki

Zezé Procópio

Wilhelm Góra

Martim Silveira (C)

Erwin Nyc

Afonsinho

Ewald Dytko

Lopes

Ryszard Piec

Romeu Pellicciari

Leonard Piątek

Leônidas da Silva

Fryderyk Scherfke

Perácio

Ernest “EziWilimowski

Hércules

Gerard Wodarz

 

Técnico: Ademar Pimenta

Técnico: Józef Kałuża

 

SUPLENTES:

 

 

Walter (G)

Walter Brom (G)

Jaú

Edmund Giemsa

Nariz

Edmund Twórz

Britto

Kazimierz Lis

Brandão

Wilhelm Piec

Argemiro

Jan Wasiewicz

Roberto

Stanisław Baran

Luisinho Mesquita de Oliveira

Ewald Cebula

Niginho

Bolesław Habowski

Tim

Józef Korbas

Patesko

Antoni Łyko

 

GOLS:

18′ Leônidas da Silva (BRA)

23′ Fryderyk Scherfke (POL) (pen)

25′ Romeu Pellicciari (BRA)

44′ Perácio (BRA)

53′ Ernest Wilimowski (POL)

59′ Ernest Wilimowski (POL)

71′ Perácio (BRA)

89′ Ernest Wilimowski (POL)

93′ Leônidas da Silva (BRA)

104′ Leônidas da Silva (BRA)

118′ Ernest Wilimowski (POL)

Melhores momentos da partida, com todas as limitações de 80 anos atrás:

… 04/06/2002 – Coreia do Sul 2 x 0 Polônia

Três pontos sobre…
… 04/06/2002 – Coreia do Sul 2 x 0 Polônia


Sul-coreanos comemoram gol em frente à barulhenta torcida (Imagem: NBC Sports)

● Nem parece que já se passaram 15 anos! Tudo que se via era uma multidão em vermelho. Tudo que se ouvia era um grito ensurdecedor: “Dae-han-min-guk” (Daehan Minguk significa República da Coreia no idioma local).

A Coreia do Sul era um dos dois países sede (juntamente com o Japão). Tinha sua tradição no continente, mas estava em sua sexta Copa do Mundo (a 5ª consecutiva) e nunca havia vencido um jogo na competição. Eram 14 partidas anteriores, com 4 empates e 10 derrotas, algumas humilhantes, como para a Hungria em 1954 (9 a 0).

Temia-se que os sul-coreanos fossem os primeiros anfitriões a não passar de fase na história das Copas (esse “feito” ficou com a África do Sul em 2010). Mas, liderado pelo excelente técnico holandês Guus Hiddink e pela torcida, o time não decepcionou.

A Coreia do Sul era organizada no 3-5-2, que se transformava em 5-3-2 quando se defendia e em um 3-4-3 quando atacava (com Park Ji-sung avançando pela direita).

Já a Polônia atuava em um 4-4-2 engessado, que dependia muito dos avanços dos meias laterais Jacek Krzynówek e Marek Koźmiński.

● Na estreia, o ritmo e o entusiasmo dos asiáticos eram demais para uma Polônia pouco criativa e lenta, que dependia bastante de Emmanuel Olisadebe, atacante nigeriano naturalizado (que nem era tão bom assim…).

Nos minutos iniciais, a Polônia começou a pressionar e perdeu duas chances, com Jacek Krzynówek e Marek Koźmiński.

Aos 9 minutos foi a vez dos locais desperdiçarem sua chance, com Seol Ki-hyeon, livre, desviando um escanteio nas mãos do goleiro Jerzy Dudek.

Depois, Choi Jin-cheul travou um chute perigosíssimo de Olisadebe, evitando o gol polaco.

Aos 19 minutos, quase o primeiro gol, quando Yoo Sang-chul chutou forte, de longe, e a bola passou perto da baliza.

Aos 26 minutos, enfim a multidão explodiu em êxtase. Lee Eul-yong rola a bola para a área e o veterano Hwang Sun-hong, sem marcação, coloca no canto direito, de primeira, marcando seu 50º gol pela seleção.

Se o gol empolgou a Coreia, liquidou de vez a Polônia, que parecia sem esperanças quando o primeiro tempo chegou ao fim.

No intervalo, o técnico Jerzy Engel mexeu no time. Mas na volta, os coreanos continuaram acesos. Park Ji-sung quase marcou depois de um escanteio. A pesada defesa polonesa sofria com a correria asiática.

Aos 8 minutos do segundo tempo, Tomasz Hajto perdeu a bola. Ahn Jung-hwan passa para Yoo Sang-chul, que bate de fora da área, de novo, mas dessa vez acerta. Dudek foi na bola com a mão mole e não evitou o gol.

Em um raro ataque promissor da Polônia, o capitão Hong Myung-bo fez uma leitura de jogo perfeita e cortou um cruzamento de Krzynówek, tirando uma oportunidade clara de Marcin Żewłakow, que fechava no segundo pau.

No fim, as tentativas da Polônia de tentar anotar o tento de honra eram apenas desespero. A equipe polaca ainda precisou de uma defesa de Dudek em uma finalização de Ahn Jung-hwan para evitar o terceiro gol.

Após o tempo regulamentar, o coreano Cha Du-ri conseguiu um recorde pitoresco: tomou um cartão amarelo vinte segundos depois de entrar no gramado, por uma falta cometida.


Hwang Sun-hong comemora o primeiro gol da partida (Imagem: Dailly Mail)

● Festa coreana. Os asiáticos foram mesmo ao delírio. Mostrando um futebol ofensivo, com muita velocidade, a Coreia do Sul aproveitou as inúmeras falhas de marcação do adversário e conquistou sua primeira vitória em uma Copa do Mundo.

Na sequência, a Polônia foi goleada por Portugal por 4 a 0 e venceu os Estados Unidos por 3 a 1. Não adiantou e caiu como lanterna do grupo.

A Coreia do Sul seguiu surpreendendo. Empatou com os Estados Unidos (1 x 1) e venceu Portugal por 1 a 0, eliminando os Tugas. Mas o melhor estaria por vir. Mesmo com arbitragens polêmicas e tendenciosas, venceu a Itália na prorrogação das oitavas de final por 2 x 1 e bateu a Espanha nos pênaltis (5 x 3) após um placar sem gols. Na semifinal, mesmo fazendo um bom jogo contra a Alemanha, perdeu com um gol de Michael Ballack. Na decisão do 3º lugar, perdeu para a forte Turquia por 3 x 2. Para os sul-coreanos, foi um resultado histórico, que dificilmente será repetido nos próximos anos.

FICHA TÉCNICA:

 

COREIA DO SUL 2 x 0 POLÔNIA

 

Data: 04/06/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: Busan Asiad Main Stadium

Público: 48.760

Cidade: Busan (Coreia do Sul)

Árbitro: Óscar Ruiz (Colômbia)

 

COREIA DO SUL (3-5-2):

POLÔNIA (4-4-2):

1  Lee Woon-jae (G)

1  Jerzy Dudek (G)

4  Choi Jin-cheul

6  Tomasz Hajto

20 Hong Myung-bo (C)

20 Jacek Bąk

7  Kim Tae-young

15 Tomasz Wałdoch (C)

22 Song Chong-gug

4  Michał Żewłakow

6  Yoo Sang-chul

21 Marek Koźmiński

5  Kim Nam-il

10 Radosław Kałużny

13 Lee Eul-yong

7  Piotr Świerczewski

21 Park Ji-sung

18 Jacek Krzynówek

18 Hwang Sun-hong

19 Maciej Żurawski

9  Seol Ki-hyeon

11 Emmanuel Olisadebe

 

Técnico: Guus Hiddink

Técnico: Jerzy Engel

 

SUPLENTES:

 

 

12 Kim Byung-ji (G)

12 Radosław Majdan (G)

23 Choi Eun-sung (G)

22 Adam Matysek (G)

15 Lee Min-sung

2  Tomasz Kłos

8  Choi Tae-uk

3  Jacek Zieliński

10 Lee Young-pyo

13 Arkadiusz Głowacki

3  Choi Sung-yong

16 Maciej Murawski

2  Hyun Young-min

5  Tomasz Rząsa

17 Yoon Jong-hwan

23 Paweł Sibik

14 Lee Chun-soo

17 Arkadiusz Bąk

16 Cha Du-ri

8  Cezary Kucharski

11 Choi Yong-soo

14 Marcin Żewłakow

19 Ahn Jung-hwan

9  Paweł Kryszałowicz

 

GOLS:

26′ Hwang Sun-hong (COR)

53′ Yoo Sang-chul (COR)

 

CARTÕES AMARELOS:

31′ Jacek Krzynówek (POL)

70′ Park Ji-sung (COR)

79′ Tomasz Hajto (POL)

84′ Piotr Świerczewski (POL)

90′ Cha Du-ri (COR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Maciej Żurawski (POL) ↓

Paweł Kryszałowicz (POL) ↑

 

50′ Jacek Bąk (POL) ↓

Tomasz Kłos (POL) ↑

 

50′ Hwang Sun-hong (COR) ↓

Ahn Jung-hwan (COR) ↑

 

61′ Yoo Sang-chul (COR) ↓

Lee Chun-soo (COR) ↑

 

64′ Radosław Kałużny (POL) ↓

Marcin Żewłakow (POL) ↑

 

89′ Seol Ki-hyeon (COR) ↓

Cha Du-ri (COR) ↑

Melhores momentos da partida:

… 03/06/1970 – Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia

Três pontos sobre…
… 03/06/1970 – Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia


(Imagem: Multi Ciência)

● Como quase sempre, o Brasil chegou ao México sob grande desconfiança geral, trocando de treinador a três meses da competição – saiu o jornalista João Saldanha e entrou o inexperiente Zagallo. Com isso, várias “feras” ficaram de fora da convocação, como, por exemplo, Djalma Dias, Zé Carlos e Dirceu Lopes. O ponta-direita Rogério, do Botafogo, titular absoluto de Zagallo, teve que ser cortado por lesão (mas continuou na delegação com o cargo de “olheiro”, observando e analisando jogos dos adversários).

O comando da CBD entendeu que parte do fracasso de 1966 foi por falta de uma preparação física adequada. Por isso, dessa vez, os atletas sofreram bastante nas mãos do preparador físico Admildo Chirol e de seus auxiliares, Cláudio Coutinho e Carlos Alberto Parreira, que colocaram em prática um plano elaborado em conjunto com a Escola de Educação Física do Exército. Foi feito também um cuidadoso programa de treinamento para enfrentar a altitude mexicana. A equipe se concentrou inicialmente em Guanajuato (2.050 metros acima do nível do mar). O Brasil foi o primeiro time a chegar ao México, quase um mês antes do início do torneio. “Fomos os primeiros a chegar e seremos os últimos a ir embora”, dizia Zagallo. Com toda essa preparação, era visível o crescimento do Brasil no segundo tempo de cada jogo.

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A expressão “grupo de morte” surgiu nessa Copa, para se referir ao grupo formado por Brasil (bicampeão em 1958 e 1962), Inglaterra (campeã em 1966), Tchecoslováquia (vice em 1962) e Romênia (com uma seleção muito técnica).

A Copa de 70 foi a primeira com transmissão ao vivo pela televisão, ainda em preto e branco. Nesse jogo (estreia brasileira no Mundial), às 19h00 do dia 3 de junho de 1970, foi registrado o recorde de audiência de um evento esportivo no Brasil. Todos os canais transmitiam a mesma imagem do jogo entre Brasil e Tchecoslováquia. Seria o equivalente hoje a 100 pontos no Ibope.

Duas revoluções nesse Mundial: além da estreia dos cartões amarelos e vermelhos, foi também a primeira Copa em que foram permitidas até duas substituições durante a partida.

 O Brasil jogava em um 4-3-3, com Rivellino apoiando mais a esquerda e fechando pelo meio. No ataque, Tostão era o “falso 9” (criando tendências para o futuro), se revezando com Pelé – hora como atacante, hora como ponta-de-lança. O jogador mais avançado era Jairzinho, um ponta-direita que fechava pelo centro, abrindo espaços para os avanços constantes de Carlos Alberto.

Tchecoslováquia jogava entre o 4-3-3 e o 4-2-4.

● Foi um jogo bonito, sem violência, com demonstração de habilidade dos dois lados, dribles, chances criadas (o time tcheco perdeu várias oportunidades) e gols.

Pelé era tido como um mito “velho e acabado” pelos mexicanos. E deu razão a eles quando perdeu um gol feito no começo do jogo: em cruzamento de Rivellino, o Rei chutou para fora, sozinho e sem goleiro. A situação ficaria pior logo depois. Aos 11 minutos de jogo, Brito bateu um impedimento para Clodoaldo, que estava de costas e perdeu a bola. Ladislav Petráš dominou, avançou em velocidade entre Carlos Alberto e Brito, tocando na saída do goleiro Félix. Petráš ajoelhou-se e fez o sinal-da-cruz para agradecer o gol aos céus. Foi um ato político contra o governo comunista (e ateu) de seu país, mas foi também um dos gestos mais lindos da Copa – que depois seria copiado por Jairzinho.

O empate chegou aos 24 minutos. Pelé foi derrubado por Migas na meia-lua. A barreira foi formada por sete tchecos e Jairzinho. Rivelino chutou no rumo de Jairzinho, que saiu da frente e a bola passou no espaço vazio, justo onde ele estaria. Com esse gol, Rivellino ganhou o apelido de “Patada Atômica” da imprensa mexicana.

Aos 15 minutos do segundo tempo, Gérson, o “Canhotinha de Ouro”, faz um lançamento de 40 metros para Pelé, que amacia a bola no peito, escolhe o canto e chuta para o fundo do gol. A Tchecoslováquia partiu com tudo para cima e ofereceu todo o espaço para o Brasil contra-atacar.

Três minutos depois, de novo Gérson de 40 metros, lança Jairzinho, o “Furacão da Copa”, que, sozinho, dá um chapéu no goleiro Viktor, deixa a bola bater no peito e estufa as redes. Foi o gol mais bonito dessa Copa.

Aos 25, Gérson teve uma forte distensão e teve que ser substituído por Paulo Cézar Caju. Sem saber se adiantava o time ou se protegia de tomar mais gols, os tchecos ficaram perdidos em campo.

No fim da partida, aos 38 minutos, configurou-se a goleada. Jairzinho domina na intermediária, dribla Hagara e Horváth, de novo Hagara e chuta cruzado, no canto.

 Jair encobre Viktor, no terceiro gol brasileiro (Imagem: El Universal)

● Apesar do placar elástico, o lance mais marcante da partida foi um “quase gol”. Aos 42 minutos da etapa inicial, percebendo o goleiro adversário adiantado, Pelé arriscou um chute de seu próprio campo, a bola encobriu o goleiro e acabou raspando o travessão, naquele que foi um lance surpreendente, demonstrando toda a genialidade do Rei. Além do mais, não foi contra qualquer goleiro. Ivo Viktor foi o 3º colocado na premiação da Bola de Ouro da Revista France Football em 1976 (a terceira melhor posição de um goleiro no prêmio – Lev Yashin foi o 1º em 1963 e Buffon o 2º em 2006). A transmissão da TV mostrou o desespero de Viktor tentando voltar, enquanto a bola passava a 40 centímetros da trave, em um lance até então inédito em Copas.

A Seleção Brasileira fazia sua estreia de forma arrasadora, dando mostras iniciais da altíssima qualidade de seu futebol naquela Copa.

Mesmo com uma equipe forte, a Tchecoslováquia caiu na fase de grupos, perdendo também os outros dois jogos (2 a 1 para a Romênia e 1 a 0 para a Inglaterra).

 Trio de ataque comemora um dos gols (Imagem: Alchetron)

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 4 x 1 TCHECOSLOVÁQUIA

 

Data: 03/06/1970

Horário: 16h00 locais

Estádio: Jalisco

Público: 52.897

Cidade: Guadalajara (México)

Árbitro: Ramón Barreto (Uruguai)

 

BRASIL (4-3-3):

TCHECOSLOVÁQUIA (4-2-4):

1  Félix (G)

1  Ivo Viktor (G)

4  Carlos Alberto Torres (C)

2  Karol Dobiaš

2  Brito

3  Václav Migas

3  Wilson Piazza

5  Alexander Horváth (C)

16 Everaldo

4  Vladimír Hagara

5  Clodoaldo

16 Ivan Hrdlička

8  Gérson

9  Ladislav Kuna

7  Jairzinho

18 František Veselý

9  Tostão

8  Ladislav Petráš

10 Pelé

10 Jozef Adamec

11 Rivellino

11 Karol Jokl

 

Técnico: Zagallo

Técnico: Jozef Marko

 

SUPLENTES:

 

 

12 Ado (G)

13 Anton Flešár (G)

22 Leão (G)

22 Alexander Vencel (G)

21 Zé Maria

12 Ján Pivarník

15 Fontana

14 Vladimír Hrivnák

14 Baldocchi

15 Ján Zlocha

17 Joel Camargo

7  Bohumil Veselý

6  Marco Antônio

17 Jaroslav Pollák

18 Paulo Cézar Caju

6  Andrej Kvašňák

13 Roberto

19 Josef Jurkanin

20 Dadá Maravilha

20 Milan Albrecht

19 Edu

21 Ján Čapkovič

 

GOLS:

11′ Ladislav Petráš (TCH)

24′ Rivellino (BRA)

59′ Pelé (BRA)

61′ Jairzinho (BRA)

83′ Jairzinho (BRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

Tostão (BRA)

Gérson (BRA)

Alexander Horváth (TCH)

 

SUBSTITUIÇÕES:

46′ Ivan Hrdlička (TCH) ↓

Andrej Kvašňák (TCH) ↑

 

62′ Gérson (BRA) ↓

Paulo Cézar Caju (BRA) ↑

 

75′ František Veselý (TCH) ↓

Bohumil Veselý (TCH) ↑

Melhores momentos da partida:

… 02/06/1962 – Chile 2 x 0 Itália

Três pontos sobre…
… 02/06/1962 – Chile 2 x 0 Itália

A “Batalha de Santiago”

(Imagem: BBC)

● O Chile foi escolhido para ser sede da Copa do Mundo de 1962, apesar de todas as deficiências na infraestrutura, acentuadas por um terremoto no sul do país, que atingiu 9,5 graus na escala Richter a dois anos da competição. Liderado pelo dirigente Carlos Dittborn, o lema do país era: “Porque não temos nada, daremos tudo”.

Os anfitriões não tinham um bom histórico em Copas e foram sorteados para um grupo difícil na primeira fase, com Itália, Alemanha Ocidental e Suíça. Na primeira partida, os chilenos venceram a Suíça por 3 x 1, enquanto alemães e italianos empataram sem gols. Assim, na partida seguinte a Itália deveria vencer os anfitriões, senão correria sérios riscos de uma eliminação precoce.

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Durante a candidatura do Chile para sediar o torneio, os jornalistas italianos Antonio Ghirelli e Corrado Pizzinelli escreveram sobre a situação precária de Santiago. Essa matéria provocou indignação em toda a imprensa chilena e foi reproduzida no jornal El Mercurio dias antes da partida entre as duas seleções, deixando ainda mais pesado o clima.

Cientes que a partida seria duríssima, os jogadores italianos entraram em campo jogando flores brancas para a torcida local, com a intenção de amenizar um pouco os ânimos. Porém, como repúdio, a torcida atirou de volta as flores em cima dos italianos. Diz a lenda que Omar Sívori se negou a jogar essa partida já prevendo o clima de guerra.

A Itália (como quase sempre) contava com uma força estrangeira: além dos bons argentinos Sívori e Maschio (que inclusive disputaram a Copa América de 1957 pelo seu país natal), foi reforçada pelos brasileiros Sormani e Altafini, o “nosso” Mazzola, campeão do mundo pelo Brasil em 1958.

  Tanto Chile quanto Itália jogavam no sistema 4-2-4, mas com estrutura diferente, como podemos observar nos esquemáticos

● Assim que a partida começou, rapidamente ficou claro o estilo de jogo das duas equipes: forte e violenta marcação. A primeira falta foi aos 12 segundos de jogo e desde o início os chilenos saíam em bloco para cercar o juiz, reclamando de tudo. Ainda aos 7 minutos, Toro deu um chute em Mora e levou o troco de Ferrini, mas apenas Ferrini foi expulso. Ele se negou a abandonar o gramado e teve que ser retirado pela polícia.

Pouco depois, foi Landa que cometeu uma falta forte, mas não foi advertido pelo árbitro. O jogo passou a ficar travado a medida que a cada falta os jogadores se embolavam, discutindo e se agredindo.

Aos 38 minutos houve a jogada mais marcante. Leonel Sánchez dribla rumo à ponta esquerda, quando é derrubado por David, que o chuta repetidamente no chão. Sánchez levanta e lhe dá um soco, quebrando o nariz do italiano, mas a arbitragem foi condescendente com ambos. Minutos depois, David se vingou, dando uma voadora no pescoço de Sánchez e foi imediatamente expulso pelo juiz.

Com tudo isso, o primeiro tempo durou 72 minutos.

No segundo tempo e com dois jogadores a mais, o Chile foi superior. Mas só abriu o placar aos 28 minutos, quando Rojas cobriu uma falta da intermediária, o goleiro rebateu e Ramírez encobriu dois defensores com uma cabeçada. Um minuto depois, Landa teve um gol anulado por impedimento.

Mas a três minutos do fim, Toro recebe na intermediária e chuta forte no canto esquerdo do goleiro, ampliando o marcador.


(Imagem: Dailly Mirror)

● Com a vitória, o Chile estava classificado e a Itália precisava de um milagre. Mas a Itália seria eliminada mesmo vencendo a Suíça por 3 x 0, já que os alemães venceram os chilenos por 2 x 0.

Na sequência, o Chile ainda venceria a União Soviética (2 x 1) nas quartas de final. Nas semifinais, não foi páreo para o Brasil, liderado por um endiabrado Garrincha e perdeu por 4 x 2. Na decisão do 3º lugar, o chile “deu tudo de si” e venceu a Iugoslávia por 1 a 0.

O árbitro inglês Kenneth “Ken” Aston foi mundialmente criticado por favorecer os chilenos. Aston reconheceu depois que teve uma má atuação, mas se justificou: “Eu não estava apitando uma partida de futebol; estava atuando com um juiz em um conflito militar”. Ele ainda afirmou que pensou em suspender a partida, mas temeu a reação do público. Depois dessa partida, ele encerrou a carreira. Não por causa do jogo, e sim por uma lesão muscular. Posteriormente, ele foi nomeado diretor de arbitragem da FIFA e acabou responsável pela escala de árbitros da Copa de 1966. Em 1967, para melhorar a comunicação entre árbitros e jogadores, ele criou os cartões amarelo e vermelho, hoje indispensáveis no futebol.

Com certeza foi a partida mais violenta da história das Copas. Ficou conhecida como a “Batalha de Santiago”.

FICHA TÉCNICA:

 

CHILE 2 x 0 ITÁLIA

 

Data: 02/06/1962

Horário: 15h00 locais

Estádio: Nacional

Público: 66.057

Cidade: Santiago (Chile)

Árbitro: Ken Aston (Inglaterra)

 

CHILE (4-2-4):

ITÁLIA (4-2-4):

1 Misael Escuti (G)

12 Carlo Mattrel (G)

2  Luis Eyzaguirre

19 Francesco Janich

3  Raúl Sánchez

18 Mario David

4 Sergio Navarro (C)

16 Enzo Robotti

5 Carlos Contreras

20 Paride Tumburus

6  Eladio Rojas

4 Sandro Salvadore

7  Jaime Ramírez

21 Giorgio Ferrini

8  Jorge Toro

8 Humberto Maschio

9  Honorino Landa

9  José Altafini

10 Alberto Fouilloux

7  Bruno Mora (C)

11 Leonel Sánchez

11 Giampaolo Menichelli

 

Técnico: Fernando Riera

Técnicos: Paolo Mazza / Giovanni Ferrari

 

SUPLENTES:

 

 

12 Adán Godoy (G)

1  Lorenzo Buffon (G)

22 Manuel Astorga (G)

13 Enrico Albertosi (G)

13 Sergio Valdés

2  Giacomo Losi

14 Hugo Lepe

5  Cesare Maldini

15 Manuel Rodríguez

6  Giovanni Trapattoni

16 Humberto Cruz

3  Luigi Radice

17 Mario Ortiz

22 Giacomo Bulgarelli

18 Mario Moreno

14 Gianni Rivera

19 Braulio Musso

10 Omar Sívori

20 Carlos Campos Silva

15 Angelo Sormani

21 Armando Tobar

17 Ezio Pascutti

 

GOLS:

73′ Jaime Ramírez (CHI)

87′ Jorge Toro (CHI)

 

EXPULSÕES:

8′ Giorgio Ferrini (ITA)

41′ Mario David (ITA)

Melhores momentos da partida, a partir de 0:56:

Jogo completo:

… 01/06/2002 – Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita

Três pontos sobre…
… 01/06/2002 – Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita


Miroslav Klose, comemorando um dos seus três gols (Imagem: Kicker)

● Treinada pelo ex-centroavante Rudi Völler, a Alemanha chegou desacreditada no Mundial. Primeiro pelos vários desfalques, especialmente Mehmet Scholl e Sebastian Deisler. Além do mais, era um período de entressafra, pois a geração anterior, vencedora da Copa do Mundo de 1990 e da Eurocopa de 1996 já estava aposentada (Matthäus, Möller, Häßler, Klinsmann, dentre outros). Depois, pelos resultados ruins dos últimos anos (queda nas quartas de final da Copa de 1998 e na primeira fase da Euro 2000), inclusive nas eliminatórias, quando foi goleada pela Inglaterra por 5 a 1 em casa e precisou disputar a repescagem.

A Alemanha jogou o primeiro tempo em um 3-5-2 e o segundo em um 4-4-2, com a entrada de Jeremies no lugar de Ramelow.

Arábia Saudita se apresentou em um 4-4-2, mas a verdade é que a desorganização imperou no time.

● Difícil falar que um jogo de Copa é uma baba, mas era impossível um adversário melhor na estreia do que a Arábia Saudita. A equipe era frágil tecnicamente e fraca no jogo aéreo (ponto forte dos alemães). Cada bola que os alemães erguiam na área saudita era um pesadelo. Enquanto a marcação não encaixava e a zaga batia cabeça, a Alemanha foi empilhando gols no goleiro Al-Deayea.

Apesar de o primeiro gol ter saído apenas aos 20 minutos, foi bem assim mesmo: “quatro, vira; mais quatro, acaba”.

Dos oito gols, cinco foram de cabeça, sendo três marcados pelo coadjuvante Miroslav Klose (que seria vice artilheiro da competição com 5 gols, empatado com Rivaldo). Ballack, Jancker, Linke, Bierhoff (com um carrinho de fora da área) e Schneider completaram o placar.

Foi o único gol do veterano Thomas Linke pela seleção, em 43 partidas. Nada como um jogo fácil para toda a equipe ganhar moral.

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● Essa é a quarta maior goleada da história das Copas, sendo a maior da Alemanha.

A Arábia Saudita perderia os dois jogos seguintes, para Camarões (1 x 0) e Irlanda (3 x 0), terminando como a pior seleção da Copa.

A Alemanha empataria com a Irlanda (1 x 1) e venceria Camarões (2 x 0), se classificando em primeiro do grupo. Passaria ainda pelo Paraguai (1 x 0, nas oitavas de final) e Estados Unidos (1 x 0, nas quartas). Na semifinal, venceu a co-anfitriã (e surpresa) Coreia do Sul também por 1 a 0 e chegou à final contra o Brasil (que veremos no próximo dia 30/06).

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA 8 x 0 ARÁBIA SAUDITA

 

Data: 01/06/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: Sapporo Dome

Público: 32.218

Cidade: Sapporo (Japão)

Árbitro: Ubaldo Aquino (Paraguai)

 

ALEMANHA (3-5-2):

ARÁBIA SAUDITA (4-4-2):

1 Oliver Kahn (G)(C)

1 Mohammed Al-Deayea (G)

2 Thomas Linke

12 Ahmed Dukhi Al-Dosari

5  Carsten Ramelow

3  Redha Tukar

21 Christoph Metzelder

4  Abdullah Zubromawi

22 Torsten Frings

13 Hussein Sulimani

19 Bernd Schneider

8  Mohammed Noor

8  Dietmar Hamann

16 Khamis Al-Dosari

13 Michael Ballack

17 Abdullah Al-Waked

6  Christian Ziege

18 Nawaf Al-Temyat

9 Carsten Jancker

20 Al Hasan Al-Yami

11 Miroslav Klose

9  Sami Al-Jaber (C)

 

Técnico: Rudi Völler

Técnico: Nasser Al-Johar

 

SUPLENTES:

 

 

12 Jens Lehmann (G)

21 Mabrouk Zaid (G)

23 Hans-Jörg Butt (G)

22 Mohammed Babkr Al-Khojali (G)

3  Marko Rehmer

2 Mohammed Al-Jahani

4  Frank Baumann

6  Fouzi Al-Shehri

15 Sebastian Kehl

5  Mohsin Harthi

16 Jens Jeremies

23 Mansour Al-Thagafi

17 Marco Bode

19 Omar Al-Ghamdi

18 Jörg Böhme

14 Abdulaziz Khathran

10 Lars Ricken

7 Ibrahim Al-Shahrani

14 Gerald Asamoah

10 Mohammad Al-Shalhoub

7 Oliver Neuville

15 Abdullah Jumaan Al-Dosari

20 Oliver Bierhoff

11 Obeid Al-Dosari

 

GOLS:

20′ Miroslav Klose (ALE)

25′ Miroslav Klose (ALE)

40′ Michael Ballack (ALE)

45+1′ Carsten Jancker (ALE)

70′ Miroslav Klose (ALE)

73′ Thomas Linke (ALE)

84′ Oliver Bierhoff (ALE)

90+1′ Bernd Schneider (ALE)

 

CARTÕES AMARELOS:

43′ Christian Ziege (ALE)

83′ Dietmar Hamann (ALE)

90+1′ Mohammed Noor (ARA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Carsten Ramelow (ALE) ↓

Jens Jeremies (ALE) ↑

 

INTERVALO Khamis Al-Dosari (ARA) ↓

Ibrahim Al-Shahrani (ARA) ↑

 

INTERVALO Nawaf Al-Temyat (ARA) ↓

Abdulaziz Khathran (ARA) ↑

 

67′ Carsten Jancker (ALE) ↓

Oliver Bierhoff (ALE) ↑

 

76′ Miroslav Klose (ALE) ↓

Oliver Neuville (ALE) ↑

 

77′ Al Hasan Al-Yami (ARA) ↓

Abdullah Jumaan Al-Dosari (ARA) ↑

 Veja os gols do massacre:

… 31/05/2002 – França 0 x 1 Senegal

Três pontos sobre…
… 31/05/2002 – França 0 x 1 Senegal

Gol de Senegal (Imagem: FIFA)

● Foi a abertura da primeira Copa do Mundo sediada em dois países: Coreia do Sul e Japão.

A França era a então campeã mundial e a maior favorita ao título, junto com a Argentina. Os franceses estavam ainda mais fortes do que em 1998, com a evolução de alguns jogadores como Thierry Henry, David Trezeguet e Patrick Vieira. O astro principal ainda era Zinedine Zidane, recém campeão da UEFA Champions League pelo Real Madrid, inclusive fazendo um gol histórico na final. Porém, como uma peça pregada pelo destino, Zizou se contundiu em um amistoso contra a Coreia do Sul, a quatro dias da estreia na Copa.

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Enquanto todos admiravam os Bleus, poucos conheciam a equipe senegalesa, exceto pelo surpreendente vice-campeonato na Copa Africana das Nações no início do ano. Os franceses deveriam conhecer bem seus primeiros adversários, pois, dos 23 jogadores senegaleses, 21 atuavam na França (apenas os dois goleiros reservas jogavam em clubes africanos), dois jogadores nasceram na França (Habib Beye e Sylvain N’Diaye), além do próprio técnico, Bruno Metsu, também francês.

A França jogava em um 4-5-1 bem compacto, com liberdade total para os ponteiros.

Senegal era quase um “futebol total”, em que os jogadores largavam suas posições em busca do contra-ataque. No papel, era um 4-5-1.

● Mas o desnível da tradição entre os dois era absurdo, dando à França um favoritismo cego. Se os astros não goleassem os “ingênuos debutantes”, seria uma zebra enorme.

A França mostrou 90 minutos de um jogo pesado, com pouca criatividade, sentindo falta de Zidane. No início do jogo, Trezeguet finalizou na trave. Depois, Senegal começou a encantar o mundo, com habilidade, velocidade e passes rápidos.

Dessa forma, a zebra africana começou a passear. Aos 30 minutos do primeiro tempo, El Hadji Diouf fez fila entre os marcadores na ponta esquerda, junto à linha de fundo, e cruzou rasteiro. Papa Bouba Diop finaliza em cima do goleiro Barthez, mas aproveitou o rebote, mandando para o fundo da rede. E houve a comemoração que rodou o planeta, com uma dança típica dos africanos, junto à bandeirinha de escanteio.

A França tentou pressionou em busca do empate, criou inúmeras chances, mas o goleiro Sylva fechou o gol. Henry chegou a acertar a trave, mas não conseguiu marcar. Senegal continuava ameaçando em diversos contra-ataques. Em um deles, Fadiga acertou o travessão.

● Na sequência do Grupo A, a França empataria em 0 a 0 com o Uruguai e perderia para a Dinamarca por 2 a 0. Zidane jogou apenas o último jogo de sua seleção, mas não impediu a derrota para os dinamarqueses.

Assim, a França protagonizou o maior vexame de um campeão na Copa seguinte à da conquista do título. Foi a primeira e única vez que uma seleção que defendia o título foi eliminada sem marcar gols na competição.

El Hadji Diouf, o craque do time (Imagem: Footy Fair)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 0 x 1 SENEGAL

 

Data: 31/05/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: Seoul World Cup Stadium (Sangam Stadium)

Público: 62.561

Cidade: Seul (Coreia do Sul)

Árbitro: Ali Bujsaim (Emirados Árabes Unidos)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

SENEGAL (4-1-4-1):

16 Fabien Barthez (G)

1  Tony Sylva (G)

15 Lilian Thuram

17 Ferdinand Coly

18 Frank Leboeuf

13 Lamine Diatta

8 Marcel Desailly (C)

4  Pape Malick Diop

3  Bixente Lizarazu

2  Omar Daf

4  Patrick Vieira

6  Aliou Cissé (C)

17 Emmanuel Petit

14 Moussa N’Diaye

11 Sylvain Wiltord

15 Salif Diao

6  Youri Djorkaeff

19 Papa Bouba Diop

12 Thierry Henry

10 Khalilou Fadiga

20 David Trezeguet

11 El Hadji Diouf

 

Técnico: Roger Lemerre

Técnico: Bruno Metsu

 

SUPLENTES:

 

 

23 Grégory Coupet (G)

16 Omar Diallo (G)

1  Ulrich Ramé (G)

22 Kalidou Cissokho (G)

19 Willy Sagnol

21 Habib Beye

5  Philippe Christanval

5  Alassane N’Dour

13 Mikaël Silvestre

3  Pape Sarr

2  Vincent Candela

20 Sylvain N’Diaye

7  Claude Makélélé

12 Amdy Faye

14 Alain Boghossian

23 Makhtar N’Diaye

22 Johan Micoud

7  Henri Camara

10 Zinedine Zidane

18 Pape Thiaw

21 Christophe Dugarry

8  Amara Traoré

9  Djibril Cissé

9  Souleymane Camara

 

GOL: 30′ Papa Bouba Diop (SEN)

 

CARTÕES AMARELOS:

45+2′ Emmanuel Petit (FRA)

51′ Aliou Cissé (SEN)

 

SUBSTITUIÇÕES:

60′ Youri Djorkaeff (FRA) ↓

Christophe Dugarry (FRA) ↑

 

81′ Sylvain Wiltord (FRA) ↓

Djibril Cissé (FRA) ↑

Melhores momentos da partida:

 Duas curiosidades sobre Khalilou Fadiga:

1- Quatro dias antes do início da Copa, ele foi acusado de roubar um colar de ouro de uma joalheria em Daegu (Coreia do Sul), foi detido pela polícia e liberado logo em seguida, após reconhecer o erro e ter dito que “fez aquilo somente por curiosidade”. Ao final, foram retiradas as acusações contra o jogador e o dono da loja furtada chegou a enviar a ele um pingente e uma carta desejando boa sorte no Mundial.

2- No início da temporada 2003/04, foi contratado pela Internazionale, mas os exames cardíacos diagnosticaram uma anomalia, impedindo o senegalês de atuar pelo clube de Milão. Dispensado um ano depois, ele deu sequência à carreira, mesmo sofrendo uma parada cardíaca em 2004, enquanto atuava pelo Bolton Wanderers.


Khalilou Fadiga, líder técnico da equipe (Imagem: Daily Mail)

… 30/05/1962 – Brasil 2 x 0 México

Três pontos sobre…
… 30/05/1962 – Brasil 2 x 0 México

Cumprimentos iniciais dos capitães e arbitragem (Imagem: FIFA)

● A Seleção Brasileira era a então campeã do mundo e, por isso, não precisou disputar as eliminatórias, já tendo vaga assegurada na Copa.

A superstição era tão grande que o presidente da CBD, João Havelange, resolveu repetir tudo que havia funcionado quatro anos antes, inclusive o fato de ele próprio não viajar com a equipe. Escolheu novamente como chefe da delegação o “Marechal da Vitória”, Paulo Machado de Carvalho (fundador da Rede Record de Televisão). O próprio Doutor Paulo partilhava dessas ideias e usou o mesmo terno marrom que lhe serviu de amuleto na Suécia. Convidou o mesmo comandante Guilherme Bungner para pilotar a mesma aeronave DC-8 da Panair. Superstição levada ao extremo, tanto que Bungner deixou o cavanhaque crescer para ficar com a mesma cara de 1958.

A imprensa não ficou de fora: depois da vitória contra o México na estreia, a CBD obrigou todos os jornalistas a trabalharem sempre com a roupa daquele primeiro jogo; quem mudasse qualquer peça, era impedido de entrar na tribuna da imprensa.

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Na comissão técnica, duas alterações: a extinção do cargo de psicólogo, já que o Brasil tinha superado o “complexo de vira-lata”. Outra (e mais importante) foi o técnico. Vicente Feola estava enfermo, com problemas cardíacos crônicos, e recebeu um cargo apenas simbólico de supervisor. O treinador escolhido foi Aymoré Moreira, primeiro ex-jogador da Seleção Brasileira a dirigir o país em uma Copa (Aymoré foi goleiro e jogou três partidas pela Seleção na década de 1930).

Foram mantidos 14 jogadores campeões de 1958. A equipe titular tinha a mesma base, com alterações apenas na defesa: Djalma Santos, Mauro e Zózimo entraram no lugar de De Sordi, Bellini e Orlando. Mauro, inclusive, se tornou o capitão, sucedendo Bellini. Se alguns jogadores estavam mais velhos, não menos verdade, se tornaram mais experientes. Novos valores estavam despontando e outros se firmando no cenário mundial, caso específico do Rei Pelé, que estava em seu auge.

 O Brasil atuava como em 1958, em um falso 4-2-4, se transformando em um 4-3-3 com o recuo voluntário de Zagallo

 O México atuava como quase todos, em um 4-2-4, com seus meias recuando bastante para marcar

● A estreia era aguardada com imensa expectativa. O povo brasileiro esperava uma goleada sobre os mexicanos, como as estreias de 1950 e 1954. Mas não contavam com uma atuação inspiradíssima do goleiro Carbajal, em sua quarta Copa do Mundo (disputaria cinco: 1950, 1954, 1958, 1962 e 1966). Ele fechou a meta no primeiro tempo e o placar zerado foi comemorado por sua equipe no intervalo. Foi uma decepção para os expectadores.

O poderoso ataque com Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagallo só conseguiu funcionar no segundo tempo, graças a duas jogadas do Rei Pelé. Aos 11 minutos, ele cruza da direita a meia altura e Zagallo mergulha e cabeceia rente ao chão, abrindo o placar. Esperava-se que os mexicanos se lançassem ao ataque em busca do empate, mas eles preferiram continuar jogando na defesa. Assim, somente aos 28 minutos saiu o segundo gol. Pelé domina na direita, passa por dois marcadores com um só toque, ganha dividida contra outro adversário, dribla Cárdenas ao entrar na área e chuta de pé esquerdo, no canto direito do goleiro.

Garrincha dribla, sob olhar atento de Pelé (Imagem: Remezcla)

● Curiosamente, o treino do Brasil antes da primeira partida na Copa teve mais público do que a própria estreia. Como a entrada para os treinamentos era gratuita, cerca de 11 mil pessoas foram ao estádio. Já na vitória por 2 a 0 sobre o México, 10.484 torcedores assistiram ao jogo.

Esse seria o único gol de Pelé na Copa de 1962, pois se lesionou no jogo seguinte, um empate sem gols com a Tchecoslováquia, e sem condições físicas, não voltou a atuar na competição.

Apesar do placar sem sobressaltos, o desempenho gerou dúvidas quanto à possibilidade do bicampeonato.

O Brasil acompanhou esta partida, assim como todas as outras, pelas ondas do rádio. As imagens de televisão só seriam exibidas dois ou três dias depois, em videoteipe, gravados graças aos esforços da Televisa, maior TV do México.

Por fim, o México seria eliminado ainda na fase de grupos, mas com resultados honrosos: derrota para a Espanha por 1 x 0 e vitória contra a futura vice-campeã Tchecoslováquia por 3 x 1. Foi a primeira vitória do México em Copas do Mundo, em 13 jogos (12 derrotas e um empate).

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 2 x 0 MÉXICO

 

Data: 30/05/1962

Horário: 15h00 locais

Estádio: Sousalito

Público: 10.484

Cidade: Viña del Mar (Chile)

Árbitro: Gottfried Dienst (Suíça)

 

BRASIL (4-2-4):

MÉXICO (4-2-4):

1  Gylmar (G)

1 Antonio Carbajal (G)(C)

2  Djalma Santos

2  Jesús del Muro

3  Mauro (C)

5  Raúl Cárdenas

5  Zózimo

3 Guillermo Sepúlveda

6  Nilton Santos

4  José Villegas

4  Zito

6  Pedro Nájera

8  Didi

8 Salvador Reyes

7  Garrincha

7 Alfredo del Águila

19 Vavá

9  Héctor Hernández

10 Pelé

19 Antonio Jasso

21 Zagallo

11 Isidoro Díaz

 

Técnico: Aymoré Moreira

Técnico: Ignacio Trelles

 

SUPLENTES:

 

 

22  Castilho (G)

12 Jaime Gómez (G)

12 Jair Marinho

22 Antonio Mota (G)

13 Bellini

13 Arturo Chaires

14 Jurandir

15 Ignacio Jáuregui

15 Altair

14 Pedro Romero

16 Zequinha

16 Salvador Farfán

17 Mengálvio

18 Alfredo Hernández

18 Jair da Costa

20 Mario Velarde

9  Coutinho

10 Guillermo Ortiz

20 Amarildo

17 Felipe Ruvalcaba

11 Pepe

21 Alberto Baeza

 

GOLS:

56′ Zagallo (BRA)

73′ Pelé (BRA)

 Reportagem sobre o jogo Brasil x México:

Jogo completo:

… 27/05/1934 – Espanha 3 x 1 Brasil

Três pontos sobre…
… 27/05/1934 – Espanha 3 x 1 Brasil


Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1934 (Imagem: UOL)

● Como veremos no próximo dia 14/07, os cartolas brasileiros não aprenderam a lição. Se em 1930 a discórdia era entre cariocas e paulistas, para a Copa de 1934 a briga foi entre amadores e profissionais. O profissionalismo no futebol nacional foi regulamentado em 1933 e a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF) era adepta ao amadorismo (atrasada desde sempre…).

Com apenas 17 atletas, o fato é que a Seleção Brasileira foi montada com um “catado” de nove jogadores do Botafogo (único time forte que ainda era filiado a uma liga amadora), reforçado por um ou outro jogador profissional, como Luisinho, Patesko e o jovem Leônidas da Silva. Se o técnico oficial era Luiz Vinhais, quem fez a “convocação”, escalou e mandou em tudo era mesmo o cartola botafoguense Carlito Rocha.

Foram doze dias de viagem no navio Conte de Biancamano, onde os jogadores treinavam no convés do jeito que dava. Ao desembarcar na Itália, os brasileiros não sabiam que enfrentariam uma das melhores seleções do mundo na época. Os espanhóis tinham uma das defesas mais entrosadas da história, com Zamora, Ciriaco e Quincoces, todos do Real Madrid há mais de três anos.

Nos anos 1930, todas as equipes atuavam no ofensivo sistema “clássico” ou “pirâmide”, o 2-3-5.

● Com os jogadores fora de forma e sem inspiração, o Brasil começou mal. Logo nos primeiros minutos, era claro que a Espanha estava melhor no jogo, enquanto os brasileiros dependiam do talento individual de Leônidas e Waldemar de Brito. Porém, a Fúria abriu 3 a 0 antes da primeira meia hora de jogo, com dois gols de Iraragorri e um de Langara, mas acabou sendo beneficiada por um grave erro de arbitragem: Quincoces evitou um gol com o braço em cima da linha quando o Brasil perdia por 1 a 0. Poderia ser o gol de empate, mas a arbitragem não viu.

No segundo tempo, a Espanha tentou segurar e o Brasil foi para cima, diminuindo o prejuízo com Leônidas, aos 11 minutos. Aos 15, Luisinho marcou o segundo, mas o árbitro anulou por impedimento, gerando grande reclamação dos sul-americanos. Dois minutos depois, Waldemar de Brito trombou com Ciriaco na área e o árbitro assinalou pênalti. O próprio Waldemar bateu e Zamora defendeu no canto esquerdo, enterrando de vez as esperanças brasileiras.

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… 31/05/1934 – Itália 1 x 1 Espanha

● Ricardo Zamora estava com 33 anos e já era um mito em seu país. Por lá, ele é considerado o maior goleiro do mundo em todos os tempos. Tanto, que o troféu do goleiro menos vazado do Campeonato Espanhol leva seu nome. Reza a lenda que ele tinha um olhar hipnótico, que desconcentrava os batedores de pênaltis. Dizem também que em 1930, o Real Madrid o contratou junto ao Espanyol por uma quantia suficiente para comprar cinco times inteiros.

Ricardo Zamora (Imagem: Alchetron)

Waldemar de Brito ficou marcado como o primeiro jogador a perder um pênalti pela Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo. Ele entraria na história também alguns anos depois, quando era técnico do Bauru Atlético Clube (o Baquinho) em 1954 e descobriu um garoto de 14 anos. Dois anos depois, resolveu levá-lo para o Santos. O garoto era simplesmente Pelé.

Apesar do preço elevado dos ingressos, o público da partida foi considerado excelente. Além disso, as colinas e os telhados das casas nas imediações do Estádio Comunale Marassi também estavam repletos de pessoas.

A Copa de 1934 (assim como a de 1938) foi no formato eliminatório, começando direto nas oitavas de final. Ou seja, com a derrota, o Brasil foi eliminado logo na primeira partida, terminando em 14º lugar entre 16 seleções.

A Espanha foi eliminada na fase seguinte para a anfitriã (e futura campeã) Itália em uma batalha sangrenta de 210 minutos (um jogo com prorrogação e um jogo desempate), com um gol decisivo do mítico Giuseppe Meazza.

FICHA TÉCNICA:

 

ESPANHA 3 X 1 BRASIL

 

Data: 27/05/1934

Horário: 16h30 locais

Estádio: Comunale Marassi (atual Luigi Ferraris)

Público: 21.000

Cidade: Gênova (Itália)

Árbitro: Alfred Birlem (Alemanha)

 

ESPANHA (2-3-5):

BRASIL (2-3-5):

Ricardo Zamora (G)(C)

Roberto Gomes Pedrosa (G)

Ciriaco Errasti

Sylvio Hoffmann

Jacinto Quincoces

Luís Luz

Leonardo Cilaurren

Tinoco

José Muguerza

Martim
Silveira (C)

Martín Marculeta

Canalli

Ramón de Lafuente

Luisinho Mesquita de Oliveira

José “Chato” Iraragorri

Waldemar de Brito

Isidro Lángara

Leônidas da Silva

Simón Lecue

Armandinho

Guillermo Gorostiza

Patesko

 

Técnico: Amadeo García Salazar

Técnico: Luiz Augusto Vinhais

 

SUPLENTES:

 

 

Juan José Nogués (G)

Germano (G)

Ramón Zabalo

Octacílio

Hilario

Ariel

Pedro Solé

Waldyr

Luis Regueiro

Áttila

Luis Martín

Carvalho Leite

Fede

 

Chacho

 

Campanal

 

Crisanto Bosch

 

Martí Ventolrà

 

 

GOLS:

18′ José Iraragorri (ESP) (pen)

25′ José Iraragorri (ESP)

29′ Isidro Lángara (ESP)

54′ Leônidas da Silva (BRA)

Reportagem da TV Cultura sobre a participação brasileira na Copa de 1934: 

Bibliografia da série “Dia de Copa!”

BIBLIOGRAFIA DA SÉRIE “DIA DE COPA!”


DVDs

Coleção – Copa do Mundo FIFA – Dossiê: História das Copas 1930-2006 – Abril Coleções – Editora Abril – 15 DVDs

Placar – Kit Copas: A história dos Mundiais de 1930 a 2002 em 5 DVDs – Edição especial de colecionador – Editora Abril

LIVROS

O mundo das Copas

Ribas, Lycio Vellozo. O mundo das Copas. 1. ed. São Paulo: Academia do Livro, 2014.

Craques do futebol

Molino, Bernard. Craques do futebol. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

Caderno Técnico-Didático: Futebol

Santos, Ernesto dos. Caderno Técnico-Didático: Futebol. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1979.

Goleiros: Heróis e Anti-Heróis da camisa 1

Guilherme, Paulo. Goleiros: Heróis e Anti-Heróis da camisa 1. São Paulo: Alameda, 2006.

Rivellino

Noriega, Maurício. Rivellino. São Paulo: Contexto, 2015.

Didi: O Gênio da Folha-Seca

Ribeiro, Péris. Didi: O Gênio da Folha-Seca. 3. ed. Rio de Janeiro: Gryphus, 2014.

Bellini: o primeiro capitão campeão

Bellini, Giselda. Bellini: o primeiro capitão campeão. 1. ed. São Paulo: Prata Editora, 2015.

Béla Guttmann: uma lenda do futebol do século XX

Claussen, Detlev. Béla Guttmann: uma lenda do futebol do século XX. 1. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2014.

Guia politicamente incorreto do futebol

Rossi, Jones; Mendes Júnior, Leonardo. Guia politicamente incorreto do futebol. São Paulo: LeYa, 2014.

As melhores seleções estrangeiras de todos os tempos

Beting, Mauro. As melhores seleções estrangeiras de todos os tempos. São Paulo: Contexto, 2010.

As melhores seleções brasileiras de todos os tempos

Leite, Milton. As melhores seleções brasileiras de todos os tempos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

Os 55 maiores jogos das Copas do Mundo

Coelho, Paulo Vinícius. Os 55 maiores jogos das Copas do Mundo. São Paulo: Panda Books, 2010.

A pirâmide invertida: a história da tática no futebol

Wilson, Jonathan. A pirâmide invertida: a história da tática no futebol. 1. ed. Campinas: Editora Grande Área, 2016.

O Guia dos Curiosos: Copas

Duarte, Marcelo. O Guia dos Curiosos: Copas. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2014.

Dossiê 50: Um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro

Moraes Neto, Geneton. Dossiê 50: Um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro. Rio de Janeiro: Maquinária, 2013.

Sarriá 82: o que faltou ao futebol-arte?

Román, Gustavo do Amaral. Sarriá 82: o que faltou ao futebol-arte? Rio de Janeiro: Maquinária, 2012.

É tetra!: a conquista que ajudou a mudar o Brasil

Rocha, André; Costa, Michel. É tetra!: a conquista que ajudou a mudar o Brasil. Rio de Janeiro: Via Escrita, 2014.

Os números do jogo: por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado

Anderson, Chris; Sally, David. Os números do jogo: por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado. 1. ed. São Paulo: Paralela, 2013.

Tática mente

Coelho, Paulo Vinícius. Tática mente. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2014.

Bíblia do torcedor

Pereira, Luís Miguel. Bíblia do torcedor. Niterói: Prime Books, 2014.

Futebol ao sol e à sombra

Galeano, Eduardo. Futebol ao sol e à sombra. 3. ed. Porto Alegre: L&PM, 2008.

Glória roubada: o outro lado das Copas

Martolio, Edgardo. Glória roubada: outro lado das Copas. São Paulo: Figurati, 2014.

Gol da Alemanha

Torres, Axel; Schön, André. Gol da Alemanha. Campinas: Editora Grande Área, 2016.

REVISTAS

Coleção Nossas Copas – Edição Limitada

Editora On Line

Ano 1 – Nº 1

2010

Placar Nas Copas: As reportagens originais da revista nos Mundiais

Editora Abril

Ed. 1217

Abril 2002

Revista Goltime: O Brasil de Todas as Copas

Editora Sampa

Ano 01 Nº 01

Heróis do Futebol: Os 50 Maiores Craques de Todos os Tempos

Editora Sampa

Edição 1

Placar: Guia da Copa 2014

Editora Abril

Edição 1390-A

Placar: Guia da Copa 2010

Editora Abril

Edição 1343-A

Placar: Guia da Copa 2002

Editora Abril

Edição 1220

Maio 2002

Placar: Guia da Copa 1990

Editora Abril

Edição 1042-A

08/06/1990

Placar: Guia da Copa 1986

Editora Abril

Edição 836

02/06/1986

Placar

Editora Abril

Edição 10

22/05/1970

Enciclopédia Época Brasil nas Copas

Editora Globo

Textos: Ivan Soter

2010

Placar – A Saga da Jules Rimet: A História das Copas de 1930 a 1970 – Por Max Gehringer

Editora Abril

Fascículo 1 – 1930 Uruguai

Placar – A Saga da Jules Rimet: A História das Copas de 1930 a 1970 – Por Max Gehringer

Editora Abril

Fascículo 3 – 1938 França

Placar – Viagem pelas Copas: 1950

Editora Abril

Número 1

19/07/1950

Placar – Viagem pelas Copas: 1958

Editora Abril

Número 2

01/07/1958

Placar – Viagem pelas Copas: 1962

Editora Abril

Número 3

27/06/1962

Placar – Viagem pelas Copas: 1970

Editora Abril

Número 4

24/06/1970

Placar – Viagem pelas Copas: 1994

Editora Abril

Número 5

Junho de 1994

Placar – Viagem pelas Copas: 2002

Editora Abril

Número 6

Julho de 2002

Mundiais de Futebol: Tudo sobre as Copas!

A&C Editores

Nº 1

2010

Super Interessante: O Guia Curioso das Copas

Editora Abril

2010

Brasil em Todas as Copas: História dos 18 Mundiais – Os detalhes dos cinco títulos – As campanhas de 1930 a 2006

Editora Alto Astral

2010

Relvado – O lado sujo da Copa: nem só de craques, gols e festa vive o maior torneio do mundo

Edição #1

Fevereiro de 2018

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Uruguai 1930, Itália 1934, França 1958, Brasil 1950

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Suíça 1954

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Suécia 1958

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Chile 1962

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Inglaterra 1966

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: México 1970

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Alemanha Ocidental 1974

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Argentina 1978

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Espanha 1982

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: México 1986

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Itália 1990

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Estados Unidos 1994

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: França 1998

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Coreia do Sul e Japão 2002

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Alemanha 2006

Editora Abril

Placar – Pentacampeões: A história dos 5 títulos mundiais do Brasil

Editora Abril

SITES

FIFA

http://www.fifa.com/

Trivela

http://trivela.uol.com.br/

Imortais do Futebol

https://www.imortaisdofutebol.com/

Futebol Portenho

http://www.futebolportenho.com.br/

Wikipédia

https://pt.wikipedia.org/