… Mengálvio: o motor do Santos de Pelé

Três pontos sobre…
… Mengálvio: o motor do Santos de Pelé


(Imagens localizadas no Google)

● Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Repetido diversas vezes, bem que poderia ser um mantra de vibrações positivas, mas é o ataque santista bicampeão mundial, uma das maiores linhas de ataque que o futebol conheceu. Jogaram juntos apenas 99 vezes, mas esses nomes falados todos juntos, parecem ser um só, o máximo que o futebol pode proporcionar. Nessas 99 partidas, foram 71 vitórias, 9 empates e 19 derrotas (aproveitamento de 76,6%), com 327 gols marcados (sendo 295 do quinteto – 90%) e 158 sofridos. Mengálvio foi o último desse ataque a chegar ao Santos, em 1960.

Do “quinteto mágico”, era ele quem menos brilhava, pois sua missão principal era auxiliar o capitão Zito na marcação e iniciar a transição para o ataque. Defendia e atacava com a mesma intensidade. Era um jogador de grande habilidade, criatividade, dinâmica, inteligência e um fôlego privilegiado.

Mengálvio Pedro Figueiró nasceu em 17/12/1939, na cidade de Laguna, no litoral sul de Santa Catarina. Foi revelado por uma equipe de sua cidade natal, chamado Barriga Verde FC (clube atualmente extinto), onde jogava como volante. Com 17 anos, foi jogar no Clube Esportivo Aimoré, de São Leopoldo-RS, onde esteve de 1957 a 1959, sendo vice-campeão gaúcho neste último ano, perdendo a final para o Grêmio. Foi contratado pelo Santos após o Pan-Americano por indicação do zagueiro Calvet, recém chegado ao Santos, com quem atuou nesse mesmo torneio. Estreou pelo Peixe em 19/04/1960, empatando com a Portuguesa em 2 a 2 pelo Torneio Rio São-Paulo, entrando no segundo tempo no lugar do meia Ney. Jogou pela primeira vez como titular dois dias depois, em empate por 1 a 1 com o São Paulo, pelo mesmo torneio.

Foi multi-campeão pelo Santos, com destaque para os títulos da Libertadores e Mundial em 1962 e 1963. No fim do ano 1968, recebeu o passe livre do Santos. Na ocasião, o presidente do clube, Athiê Jorge Coury, foi bastante feliz em suas palavras: “A liberação é um justo prêmio aos inestimáveis serviços que Mengálvio prestou à coletividade alvinegra, com dedicação, real valor e consciência profissional exemplar, tanto em campos brasileiros como no exterior. Seus feitos e a sua participação marcante a serviço do Santos e do glorioso futebol brasileiro permanecerão inolvidáveis, e aqui permanecerão amigos e admiradores que, nesta oportunidade, com estima, lhe desejam votos de toda sorte de felicidade e de sucesso ímpar em sua consagrada carreira.” Pelo Peixe, esteve em 371 partidas e marcou 28 gols. Foi emprestado ao Grêmio em 1968 e atuou no Millonarios, da Colômbia, em 1969, onde foi campeão do Torneio Finalización.

● Era o reserva de Didi na Seleção Brasileira que conquistou a Copa do Mundo de 1962, no Chile. Pela Seleção Brasileira, fez 14 jogos e anotou um gol, em 15/03/1960, abrindo o placar contra o México em vitória por 2 a 1 pelo Campeonato Pan-Americano, enquanto ainda jogava pelo Aimoré.

Por ser grande, molengão no andar e bochechas meio caídas, ganhou de Garrincha o apelido de “Pluto”, em referência ao simpático personagem da Disney. De acordo com o livro “Time dos Sonhos”, do jornalista Odir Cunha, Mengálvio era alvo constante de brincadeiras e zoação dos demais colegas de equipe, por ser meio bonachão e desligado. No mesmo livro, o ex-centro-avante Coutinho conta que certa vez Mengálvio chegou em um hotel bastante cansado e acabou adormecendo sobre as malas que levava no elevador, permanecendo dormindo dentro dele por muito tempo. São creditadas a ele várias histórias e citações hilárias, mas uma verdadeira é quando certa vez enviou um telegrama “secreto” aos seus familiares dizendo: “Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG”.

Foi técnico interino do Santos rapidamente, em 1978. Quando deixou o futebol em 1969, Mengálvio trabalhou como supervisor de uma rede de cinemas no litoral paulista e posteriormente na cooperativa dos ex-atletas profissionais de São Paulo. Atualmente Mengálvio está aposentado e vive em situação modesta na cidade de Santos.

Era o chamado “falso lento”, que ao invés de correr com a bola, fazia a bola correr.

Feitos e premiações de Mengálvio:

Pela Seleção Brasileira:
– Campeão da Copa do Mundo de 1962.
– Campeão da Copa Roca em 1963.
– Campeão da Taça Oswaldo Cruz em 1962.
– Vice-campeão do Campeonato Pan-Americano em 1960.

Pelo Santos:
– Bicampeão da Copa Intercontinental em 1962 e 1963.
– Bicampeão da Taça Libertadores da América em 1962 e 1963.
– Pentacampeão da Taça Brasil em 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965.
– Campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1963, 1964 e 1966.
– Campeão do Campeonato Paulista em 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967.
– Campeão da Supercopa dos Campeões Intercontinentais em 1968.
– Bicampeão do Torneio de Paris em 1960 e 1961.

Pelo Millonarios (Colômbia):
– Campeão do Torneio Finalización da Colômbia em 1969.

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