Arquivo da tag: México

… 20/06/1998 – Bélgica 2 x 2 México

Três pontos sobre…
… 20/06/1998 – Bélgica 2 x 2 México


(Imagem: W Deportes)

● Historicamente, a seleção mexicana é participante contumaz das Copas do Mundo. Mas em certa época não foi bem assim. Em 1970 foi anfitrião, mas em 1974 deixou a vaga escapar para o Haiti. Foi ao Mundial de 1978, mas foi último colocado na classificação geral. Em 1982, ficou de fora caindo para Honduras e El Salvador. Em 1986, foi novamente o dono da casa. Em 1990, estava banido pela FIFA por dois anos por causa do “Escândalo dos Cachirules” (quando a seleção sub-20 jogou com vários jogadores com idade acima do permitido). Assim, de 1966 a 1994, a única vez que o México se classificou para uma Copa dentro de campo, havia sido em 1978. Mas a partir de 1994, os aztecas recuperaram o protagonismo em seu continente.

Nas eliminatórias de 1998, sofreram um pouco no Grupo 3 da terceira fase, após ficar em segundo lugar em uma chave com a líder Jamaica e apenas dois pontos à frente de Honduras. Mas no hexagonal final, conquistou a liderança com quatro vitórias e dois empates.

A defesa belga não tinha a consistência de outrora. Se antes podia contar com goleiros da estirpe de Jean-Marie Pfaff e Michel Preud’homme, Filip De Wilde não mantinha o mesmo nível – embora também não fosse ruim. A aposta era no ataque, com o maranhense naturalizado Luís Oliveira, o “Oliverrá”. Outro destaque era Luc Nilis, que havia sido grande parceiro de Ronaldo nos tempos de PSV. No banco, os irmãos Mbo e Émile Mpenza eram boas alternativas para o segundo tempo.

Na primeira rodada do Mundial, o México venceu a Coreia do Sul de virada por 3 x 1, com gols Ricardo Peláez e Luis Hernández (2).


(Imagem: Dusan Vranic / AP Photo)

● A seleção da Bélgica também é uma daquelas figurinhas carimbadas que costumam bater ponto nas Copas. Depois das ausências nas edições de 1974 e 1978, os Diables Rouges emendaram uma nova sequência a partir de 1982 – com destaque para 1986, no México, quando chegou às semifinais e terminou em quarto lugar. Em 1998 ainda haviam dois remanescentes da boa campanha de 1986: os meio-campistas Franky Van der Elst e Enzo Scifo.

No Grupo 7 das eliminatórias da UEFA, a Bélgica terminou em segundo lugar em seu grupo, apenas um ponto atrás da vizinha Holanda. Mas perdeu as duas partidas para os arquirrivais (0 x 3 em Bruxelas e 1 x 3 em Roterdã). E os belgas precisaram disputar o playoff dos segundos colocados em suas chaves. Após empate por 1 x 1 com a Irlanda em Dublin, venceu o jogo de volta por 2 x 1 no estádio Rei Balduíno. Ou seja: a Bélgica conseguiu sua vaga pela vantagem mínima e jogando o básico.

Campeão da Copa Ouro da CONCACAF em fevereiro, o técnico Manuel Lapuente tinha um forma curiosa de estimular seu elenco. Ele gostava de exibir filmes “que proporcionassem serenidade e gerassem confiança”. Em um desses filmes, os os jogadores tiveram de assistir ao voo de uma águia. Na convocação, ele deixou de fora os veteranos Benjamín Galindo e Carlos Hermosillo, que estavam em ótima fase jogando juntos pelo Cruz Azul.

Na partida de estreia da Copa, a Bélgica novamente enfrentou a Holanda. Dessa vez, o sistema defensivo montado pelo técnico Georges Leekens se sobressaiu e o jogo terminou sem gols.


A Bélgica jogou no sistema 4-4-2.


O México atuou no esquema 3-4-3.

● Se contra a rival Holanda a Bélgica não mostrou muita disposição para atacar, isso definitivamente mudou contra o México. O veterano Scifo voltava ao time titular, no lugar de Philippe Clement. Na defesa, Gordan Vidović ganhou a posição de Mike Verstraeten. Lesionado, o lateral direito Bertrand Crasson deu lugar a Éric Deflandre.

O técnico Manuel Lapuente mudou o sistema tático. O tradicional 4-4-2 deu lugar ao ofensivo e dinâmico 3-4-3. Saíram os meias Raúl Lara e Braulio Luna e entraram o zagueiro Joel Sánchez e o atacante Francisco Palencia.

Com a inteligência e experiência de Scifo no meio de campo, a Bélgica começou melhor.

Aos 17′, Danny Boffin precisou sair para a entrada de Gert Verheyen.

Aos 28′, Pavel Pardo foi expulso por jogada violenta.

O placar foi aberto apenas aos 42′. Oliveira cobrou escanteio da esquerda. A bola passou por todo mundo e chegou à segunda trave. Sem marcação, Marc Wilmots deixou a bola bater em sua barriga e ir para o gol. Ela ainda passou entre as pernas do goleiro Jorge Campos.

O próprio Wilmots ampliou a vantagem belga aos três minutos do segundo tempo. Ele avançou em velocidade, cortou a marcação de Davino, entrou na grande área, ganhou de Suárez na dividida e, mesmo caindo, teve tranquilidade para finalizar no canto esquerdo do goleiro. Um belo gol.


(Imagem: Pinterest)

Parecia que seria uma vitória tranquila os belgas, mas o México já tinha reagido diante da Coreia do Sul. E isso aconteceu novamente.

Com um homem a mais e dois gols de frente no placar, a Bélgica tinha o jogo na mão até os 10′ – momento em que Verheyen cometeu pênalti em Ramón Ramírez e foi expulso.

O capitão García Aspe diminuiu o placar cobrando a penalidade. Sem tomar distância, ele bateu firme de perna esquerda. A bola foi no canto esquerdo do goleiro Filip De Wilde, que até acertou o canto, mas não conseguiu pegar. A bola foi na “bochecha” da rede.

O gol deu fôlego para os aztecas, que empataram sete minutos depois. Ramón Ramírez recebeu lançamento pela esquerda, dominou e cruzou na segunda trave. Cuauhtémoc Blanco se esticou todo, de forma acrobática, e tocou com o pé esquerdo para mandar para a rede.

A Bélgica sentiu o gol de empate e pouco fez no restante da partida.

O México, esgotado por ter corrido tanto em busca do empate, também não tinha forças para algo a mais.


(Imagem: fmfstateofmind.com)

● No fim, pode se considerar que o México ganhou um ponto e que a Bélgica perdeu dois. Mas, mesmo com sabor amargo, o empate não foi um resultado totalmente ruim para os Diables Rouges. Bastava que eles vencessem a frágil Coreia do Sul por um bom placar na última rodada.

Por sua vez, pensando em classificação, o México precisava de um empate diante da Holanda ou então torcer para que a a Bélgica não vencesse a Coreia do Sul. E aconteceu tudo isso junto.

Na última rodada, a Bélgica saiu na frente, mas cedeu o empate aos sul-coreanos. Enquanto os mexicanos foram buscar o empate diante dos holandeses após estar perdendo por 2 x 0 novamente.

Embora tenha terminado a Copa invicta, a Bélgica caiu na primeira fase, com três empates em três partidas, com três gols marcados e três sofridos.

O México seguiu sua sina de cair nas oitavas de final (até 2018 são sete quedas consecutivas nessa fase). Dessa vez, perdeu de virada para a Alemanha por 2 x 1. Luis Hernández abriu o placar, marcando seu quarto gol na Copa. Mas a dupla alemã funcionou e fez dois gols, com Jürgen Klinsmann e Oliver Bierhoff – cada um marcando uma vez. Desde então, a o bordão clássico segue cada vez mais vivo: “O México jogou como nunca e perdeu como sempre”.


(Imagem: Acervo das Camisas)

Dentre vários uniformes lindos e inesquecíveis da Copa de 1998, com um festival de cores e excesso de detalhes, provavelmente o mais marcante seja o do México. Em um design deveras ousado, os mexicanos foram em busca de suas raízes e estamparam a imagem da “Pedra do Sol Asteca” em marca d’água nas suas duas camisas. O uniforme principal tinha camisa verde, calções brancos e meias vermelhas, justificando o apelido de El Tricolor. O fardamento reserva era todo branco. Cada qual mais lindo que o outro.

Naquela época, eu era um menino de doze anos e aquela seleção mexicana ficou em minha memória por vários motivos. Tanto pelo uniforme, quanto por jogar um futebol ofensivo no sistema 3-4-3, mas também pelos seus jogadores. Jorge Campos era um goleiro baixinho e espalhafatoso; Claudio Suárez era um zagueiro seguro que parecia um índio; Alberto García Aspe desfilava em campo com sua perna esquerda; Francisco Palencia era um atacante clássico que tinha um cabelo enorme com rabo de cavalo; Cuauhtémoc Blanco era muito habilidoso e inventou um drible chamado “cuauhtemiña” ou “canguru”, que ele segurava a bola com as duas pernas e pulava com ela sobre a marcação; e Luis Hernández, um centroavante clássico, de muito bom posicionamento e finalização, além do cabelo loiro sobre os ombros, muito característico e carismático. Era impossível não gostar desse time.


(Imagem: kitsclassicoswe10.blogspot.com)

FICHA TÉCNICA:

 

BÉLGICA 2 x 2 MÉXICO

 

Data: 20/06/1998

Horário: 17h30 locais

Estádio: Parc Lescure

Público: 31.800

Cidade: Bordeaux (França)

Árbitro: Hugh Dallas (Escócia)

 

BÉLGICA (4-4-2):

MÉXICO (3-4-3):

1  Filip De Wilde (G)

1  Jorge Campos (G)

22 Éric Deflandre

2  Claudio Suárez

3  Lorenzo Staelens

3  Joel Sánchez

4  Gordan Vidović

5  Duilio Davino

5  Vital Borkelmans

13 Pável Pardo

6  Franky Van der Elst (C)

20 Jaime Ordiales

14 Enzo Scifo

8  Alberto García Aspe (C)

21 Danny Boffin

7  Ramón Ramírez

7  Marc Wilmots

17 Francisco Palencia

8  Luís Oliveira

11 Cuauhtémoc Blanco

10 Luc Nilis

15 Luis Hernández

 

Técnico: Georges Leekens

Técnico: Manuel Lapuente

 

 

 

 

12 Philippe Vande Walle (G)

12 Oswaldo Sánchez (G)

13 Dany Verlinden (G)

22 Óscar Pérez (G)

2  Bertrand Crasson

18 Salvador Carmona

19 Eric Van Meir

16 Isaac Terrazas

15 Philippe Clement

4  Germán Villa

16 Glen De Boeck

6  Marcelino Bernal

17 Mike Verstraeten

14 Raúl Lara

11 Nico Van Kerckhoven

19 Braulio Luna

18 Gert Verheyen

21 Jesús Arellano

20 Émile Mpenza

10 Luis García

9  Mbo Mpenza

9  Ricardo Peláez

 

GOLS:

42′ Marc Wilmots (BEL)

47′ Marc Wilmots (BEL)

55′ Alberto García Aspe (MEX) (pen)

62′ Cuauhtémoc Blanco (MEX)

 

CARTÕES AMARELOS:

39′ Ramón Ramírez (MEX)

47′ Cuauhtémoc Blanco (MEX)

68′ Gordan Vidović (MEX)

 

CARTÕES VERMELHOS:

28′ Pável Pardo (MEX)

54′ Gert Verheyen (BEL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

17′ Danny Boffin (BEL) ↓

Gert Verheyen (BEL) ↑

 

INTERVALO Francisco Palencia (MEX) ↓

Jesús Arellano (MEX) ↑

 

57′ Jaime Ordiales (MEX) ↓

Germán Villa (MEX) ↑

 

67′ Alberto García Aspe (MEX) ↓

Raúl Lara (MEX) ↑

 

67′ Franky Van der Elst (BEL) ↓

Glen De Boeck (BEL) ↑

 

77′ Luc Nilis (BEL) ↓

Émile Mpenza (BEL) ↑

Gols da partida:

… 07/06/1970 – México 4 x 0 El Salvador

Três pontos sobre…
… 07/06/1970 – México 4 x 0 El Salvador


(Imagem: elsalvador.com)

● Essa partida foi um importante marco histórico. Foi o primeiro jogo entre duas seleções que não eram da Europa ou da América do Sul. Curiosamente, as duas do mesmo continente. Era reflexo de como as vagas eram distribuídas. Em 1970, das 16 equipes, nove eram da Europa, três da América do Sul, duas da América do Norte e Central (sendo uma a anfitriã), uma da Ásia e uma da África. Era o início da globalização do futebol.

O futebol mexicano não era totalmente profissional em 1970. Dos 22 jogador inscritos pelo México, havia nove que tinham outras profissões bem diferentes: um dentista, um economista, um advogado, um arquiteto, um administrador, um engenheiro químico, um filósofo, um artista ceramista e até mesmo um seminarista.

O técnico mexicano Raúl Cárdenas tinha experiência em Mundiais. Defendeu seu país como zagueiro nas Copas de 1954, 1958 e 1962.

Um dos atletas mexicanos convocados por Cárdenas foi o defensor José Vantolrá, filho de Martín Ventolrá, que jogou a Copa de 1934 pela Espanha. Esse é dos raros casos em que um pai atuou por uma seleção e o filho por outra. Os outros dois casos envolvem dissolução de países: Ilija Petković jogou pela Iugoslávia em 1974 e seu filho, Dušan Petković, foi convocado pela Sérvia e Montenegro em 2006 (acabou não ficando na delegação por desavenças); e Vladimír Weiss jogou pela Tchecoslováquia em 1990 e seu filho, de mesmo nome, atuou pela Eslováquia em 2010.

Jogando em casa, o México contava com a altitude, com clima seco e quente, para alimentar o sonho de passar de fase pela primeira vez em sua rica história em Copas. O empate sem gols na primeira partida contra a União Soviética foi um bom presságio.

El Salvador precisou até de uma guerra para disputar sua primeira Copa do Mundo. Mas o time era fraco. Chegava sem nenhuma expectativa. Na estreia, perdeu para a Bélgica por 3 x 0.


Ambas equipes atuavam no sistema tático 4-2-4.

● O jogo transcorreu normalmente até o fim do primeiro tempo, sem chances claras para nenhuma das duas equipe.

Mas um lance polêmico acabou por mudar a história da partida.

No último minuto do primeiro tempo, o árbitro egípcio Ali Kandil marcou uma falta próximo à linha lateral. Os salvadorenhos entenderam que a falta era a seu favor – o que realmente foi a impressão geral.

Mas o mexicano Aarón Padilla quis ser mais esperto e tocou a bola. O juiz deixou o jogo correr e o México seguiu com a bola. Javier Fragoso avançou e cruzou da esquerda, Padilla ajeitou e Javier Valdivia escorou para o gol.

Os jogadores de El Salvador nem se mexeram para impedir, esperando o apito do egípcio. Mas quando o gol foi confirmado, os salvadorenhos ficaram inconformados e cercaram o juiz, tirando a bola de campo e não deixando que o jogo recomeçasse.

Até que o capitão Salvador Mariona perdeu a paciência e deu um bico na bola para fora de campo. Para não se complicar ainda mais (como se fosse possível), o árbitro apitou logo o fim do primeiro tempo e se mandou para o vestiário.


(Imagem: Reprodução / FIFA)

A comissão técnica de El Salvador cogitou não voltar para o segundo tempo, mas a ideia não foi adiante.

Mas, psicologicamente abalados, os salvadorenhos foram presas fáceis na etapa final e a goleada foi uma consequência natural.

Logo no primeiro minuto, Fragoso rolou para Valdivia, perto da área. O camisa 19 girou em cima da marcação e chutou na saída do goleiro Raúl Magaña, anotando seu segundo gol na partida.

Aos 13′, após bola alta na área salvadorenha, López Salgado escorou de cabeça e Fragoso emendou de primeira. 3 a 0.

A sete minutos do fim, Valdivia, o melhor em campo, lançou e Basaguren tocou na saída do goleiro. Juan Ignacio Basaguren entrou para a história das Copas ao se tornar o primeiro jogador a marcar um gol depois de ter saído do banco.


(Imagem: Reprodução / FIFA)

● Em seu último jogo da primeira fase, El Salvador perdeu para a União Soviética por 2 x 0. “La Selecta Cuscatleca” (apelido da seleção salvadorenha) acabou sendo eliminada com três derrotas em três jogos, nenhum gol marcado e nove gols sofridos.

Na terceira partida, o México venceu a Bélgica por 1 x 0 no confronto direto (no maior público da Copa, com 108.192 expectadores) e se classificou em segundo lugar no Grupo 1. Nas oitavas de final, o México fez o que pôde, mas acabou sendo eliminado ao perder para a Itália por 4 x 1.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

MÉXICO 4 x 0 EL SALVADOR

 

Data: 07/06/1970

Horário: 12h00 locais

Estádio: Azteca

Público: 103.058

Cidade: Cidade do México (México)

Árbitro: Ali Kandil (República Árabe Unida, atual Egito)

 

MÉXICO (4-2-4):

EL SALVADOR (4-2-4):

1  Ignacio Calderón (G)

1  Raúl Magaña (G)

13 José Vantolrá

2  Roberto Rivas

3  Gustavo Peña (C)

3  Salvador Mariona (C)

14 Javier Guzmán

5  Saturnino Osorio

5  Mario Pérez

4  Santiago Cortés

17 José Luis González

6  José Quintanilla

8  Antonio Munguía

8  Jorge Vásquez

19 Javier Valdivia

10 Salvador Cabezas

21 Javier Fragoso

7  Mauricio Rodríguez

9  Enrique Borja

9  Juan Ramón Martínez

11 Aarón Padilla

11 Ernesto Aparicio

 

Técnico: Raúl Cárdenas

Técnico: Hernán Carrasco

 

SUPLENTES:

 

 

12 Antonio Mota (G)

13 Tomás Pineda (G)

22 Francisco Castrejón (G)

20 Gualberto Fernández (G)

2  Juan Manuel Alejándrez

14 Mauricio Manzano

4  Francisco Montes

18 Guillermo Castro

6  Guillermo Hernández

22 Alberto Villalta

7  Marcos Rivas

16 Genaro Sermeño

15 Héctor Pulido

19 Sergio Méndez

16 Isidoro Díaz

15 David Cabrera

18 Mario Velarde

17 Jaime Portillo

20 Juan Ignacio Basaguren

12 Mario Monge

10 Horacio López Salgado

21 Elmer Acevedo

 

GOLS:

45′ Javier Valdivia (MEX)

46′ Javier Valdivia (MEX)

58′ Javier Fragoso (MEX)

83′ Juan Ignacio Basaguren (MEX)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Enrique Borja (MEX) ↓

Horacio López Salgado (MEX) ↑

 

58′ Ernesto Aparicio (ELS) ↓

Sergio Méndez (ELS) ↑

 

68′ Santiago Cortés (ELS) ↓

Mario Monge (ELS) ↑

 

76′ Horacio López Salgado (MEX) ↓

Juan Ignacio Basaguren (MEX) ↑

 

CARTÕES AMARELOS:

13′ Santiago Cortés (ELS)

33′ Salvador Mariona (ELS)

45′ Raúl Magaña (ELS)

57′ Salvador Cabezas (ELS)

Gols da partida:

… 06/06/1978 – Alemanha Ocidental 6 x 0 México

Três pontos sobre…
… 06/06/1978 – Alemanha Ocidental 6 x 0 México


(Imagem: Impromptuinc)

● Na partida anterior, o México perdeu para a Tunísia por 3 x 1, naquela que foi a primeira vitória de uma seleção africana na história das Copas.

O time do México era fraco. Embora fosse presença frequente nos Mundiais, não era protagonista. Havia disputado oito das onze Copas disputadas até então e só havia passado de fase uma vez, quando foi sede, em 1970.

Não havia conseguido se qualificar para a Copa de 1974, caindo para o Haiti. Mas, quatro anos depois, conseguiu recuperar a supremacia em seu continente.

Os destaques do time eram o meia Leonardo Cuéllar e um jovem atacante de 19 anos chamado Hugo Sánchez – que viria a ser um dos maiores artilheiros do mundo no fim dos anos 1980 e se tornaria ídolo do Real Madrid.


(Imagem: Impromptuinc)

● No jogo de abertura, a Alemanha Ocidental empatou por 0 x 0 com a Polônia. O goleiro Sepp Maier foi um dos raros alemães salvos pela crítica.

O técnico Helmut Schön não gostou da forma que os alemães atuaram e fez mudanças drásticas na equipe. Ele escalou o zagueiro Bernard Dietz, o meia Dieter Müller e o atacante Karl-Heinz Rummenigge, sacando do time o meia Erich Beer e os atacantes Rüdiger Abramczik e Herbert Zimmermann.

As alterações conseguiram dar mais fluidez à equipe em relação à estreia e o placar acabou sendo construído com facilidade.


O técnico Helmut Schön escalou a Alemanha Ocidental no 4-3-3 com Rüssmann atuando como zagueiro na sobra.


O treinador José Antonio Roca mandou o México a campo no sistema 4-3-3.

● Na tentativa de angariar o apoio da torcida local, os jogadores mexicanos entraram em campo com a bandeira argentina. De fato, eles até tiveram certo apoio no início, mas não conseguiram corresponder. Nem toda a torcida do mundo seria páreo para o ataque germânico naquela tarde.

Diferentemente do jogo anterior, a Alemanha começou de forma agressiva. Não parecia só uma mudança de nomes, mas também de atitude e autoconfiança. Com isso, a Nationalelf tinha o controle do meio de campo e dominou totalmente a partida.

Na verdade, não houve disputa. Foi um massacre.

O primeiro gol saiu aos 15 minutos. Heinz Flohe dominou na ponta direita, tabelou com Berti Vogts e rolou para Dieter Müller encher o pé esquerdo de fora da área. A bola fez uma bela curva e morreu no ângulo esquerdo do goleiro mexicano. Esse foi o 101º gol alemão em Copas do Mundo.

Aos 30′, Flohe conduziu a bola da esquerda para o meio, se aproximou da área e tocou para Hansi Müller. Ele recebeu, cortou a marcação de Ayala e bateu cruzado no canto direito. 2 a 0.

Oito minutos depois, falta para o México. A bola foi chutada na barreira e ficou com o craque Karl Heiz Rummenigge. O ponta de lança do Bayern de Munique arrancou desde seu campo, em diagonal da direita para a esquerda, ganhou do adversário na velocidade, invadiu a área e tocou por baixo do goleiro José Reyes, que saía para tentar dividir a jogada. Foi o gol mais bonito daquela tarde na cidade de Córdoba.

Nesse lance, o goleiro Reyes se lesionou e precisou sair de maca. Pedro Soto entrou em seu lugar para sofrer os outros gols.


(Imagem: Impromptuinc)

O quarto saiu um minuto antes do intervalo. Falta para a Alemanha. Rainer Bonhof rolou a bola para a meia lua e Flohe pegou de primeira, acertando o ângulo do goleiro Soto.

O quinto até que demorou. Só veio aos 28′ do segundo tempo. Flohe cruzou da esquerda para a segunda trave, Hansi Müller escorou para o meio com um toque de calcanhar em pleno ar e Rummenigge chegou batendo também de primeira no canto direito. Outro belo gol.

Pouco depois, os mexicanos foram salvos pela trave duas vezes no mesmo lance. Flohe tabelou com Bonhof dentro da área, cortou a marcação de Ramos e bateu de direita. Caprichosamente, a bola bateu na trave esquerda, bateu na trave direita e não entrou. Martínez pegou o rebote e recuou para o goleiro.

O placar foi fechado no minuto final. Flohe recebeu de Fischer próximo à meia lua, gingou na frente de dois marcadores, levou para o pé esquerdo e chutou no ângulo direito.

“Fomos derrotados por um adversário que jogou como campeão do mundo que é.” ― José Antonio Roca, técnico da seleção mexicana.


(Imagem: Impromptuinc)

● Na sequência da primeira fase o México foi derrotado pela Polônia por 3 x 1 e ficou na lanterna da chave.

Por sua vez, a Alemanha empatou sem gols com a Tunísia – resultado que a classificou em segundo lugar do Grupo 2.

Na fase seguinte (semifinal), disputada em dois grupos de quatro seleções cada, a Alemanha Ocidental empatou por 0 x 0 com a Itália e por 2 x 2 com a Holanda. Precisando vencer para ter alguma chance de ir para a final, perdeu para a vizinha Áustria por 3 x 2 e o resultado foi a eliminação.


(Imagem: Impromptuinc)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA OCIDENTAL 6 x 0 MÉXICO

 

Data: 06/06/1978

Horário: 16h45 locais

Estádio: Olímpico Chateau Carreras (atual Estadio Mario Alberto Kempes)

Público: 35.258

Cidade: Córdoba (Argentina)

Árbitro: Farouk Bouzo (Síria)

 

ALEMANHA OCIDENTAL (4-3-3):

MÉXICO (4-3-3):

1  Sepp Maier (G)

1  José Pilar Reyes (G)

2  Berti Vogts (C)

3  Alfredo Tena

5  Manfred Kaltz

4  Eduardo Ramos

4  Rolf Rüssmann

5  Arturo Vázquez Ayala (C)

3  Bernard Dietz

12 Jesús Martínez

6  Rainer Bonhof

6  Guillermo Mendizábal

10 Heinz Flohe

7  Antonio de la Torre

20 Hansi Müller

17 Leonardo Cuéllar

11 Karl-Heinz Rummenigge

8  Enrique López Zarza

14 Dieter Müller

9  Víctor Rangel

9  Klaus Fischer

11 Hugo Sánchez

 

Técnico: Helmut Schön

Técnico: José Antonio Roca

 

SUPLENTES:

 

 

21 Rudi Kargus (G)

22 Pedro Soto (G)

22 Dieter Burdenski (G)

15 Ignacio Flores

12 Hans-Georg Schwarzenbeck

2  Manuel Nájera

13 Harald Konopka

13 Rigoberto Cisneros

15 Erich Beer

14 Carlos Gómez

16 Bernhard Cullmann

16 Javier Cárdenas

18 Gerd Zewe

18 Gerardo Lugo

17 Bernd Hölzenbein

21 Raúl Isiordia

19 Ronald Worm

10 Cristóbal Ortega

7  Rüdiger Abramczik

19 Hugo René Rodríguez

8  Herbert Zimmermann

20 Mario Medina

 

GOLS:

15′ Dieter Müller (ALE)

30′ Hansi Müller (ALE)

38′ Karl-Heinz Rummenigge (ALE)

44′ Heinz Flohe (ALE)

73′ Karl-Heinz Rummenigge (ALE)

89′ Heinz Flohe (ALE)

 

CARTÕES AMARELOS:

43′ Rainer Bonhof (ALE)

44′ Arturo Vázquez Ayala (MEX)

 

SUBSTITUIÇÕES:

39′ José Pilar Reyes (MEX) ↓

Pedro Soto (MEX) ↑

 

INTERVALO Enrique López Zarza (MEX) ↓

Gerardo Lugo (MEX) ↑

Melhores momentos da partida:

… 19/07/1930 – Argentina 6 x 3 México

Três pontos sobre…
… 19/07/1930 – Argentina 6 x 3 México


(Imagem: El Sol del México)

● Juntamente com o anfitrião Uruguai, a Argentina era uma das principais favoritas ao título da primeira Copa do Mundo de futebol. Àquela altura, já tinha uma camisa pesada, tendo conquistado quatro edições do Campeonato Sul-Americano (atual Copa América). Além disso, havia conquistado a medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Amsterdã, em 1928, perdendo a decisão apenas no jogo desempate para o rival Uruguai.

A convocação do elenco argentino para a primeira edição do Mundial foi realizada através de uma votação popular. E, como diz o ditado, “a voz do povo é a voz de Deus”, uma equipe experiente foi montada, com nove vice-campeões olímpicos e outros atletas de renome no país. Era um time muito forte, em condições de realmente disputar o título.

Por outro lado, a falta de confiança dos mexicanos em sua seleção era tamanha que parte da imprensa do país começou uma campanha leve para que o México desistisse de disputar a Copa, para evitar um vexame.

E realmente os resultados em território uruguaio não foram muito bons. O duelo diante dos argentinos era o último jogo do México no Mundial de 1930. Sofreu o primeiro gol da história das Copas e perdeu para a França por 4 x 1. Depois, perdeu para o Chile por 3 x 0. Já chegava eliminado na terceira rodada e jogava apenas pela honra.

A Argentina ainda jogava pela classificação. Na estreia, venceu a França por 1 x 0. E a partida contra os mexicanos era a segunda na competição. A terceira rodada ainda seria disputada contra o Chile três dias depois.


(Imagem: Pinterest)

● Várias fontes indicam que o árbitro boliviano Ulises Saucedo marcou cinco pênaltis nessa partida. Então, esse seria o jogo com o maior número de penalidades máximas na história das Copas. Porém, segundo outras fontes, quatro dessas cobranças foram executadas de uma distância superior a 11 metros, pois não havia a marca do pênalti no gramado e o juiz teria errado na contagem da distância. Há também quem considere as batidas apenas faltas simples sem barreira, de dentro da área. E segundo os mexicanos, a única cobrança executada da distância correta foi a única que entrou, no gol de Manuel Rosas.

E, de acordo com relatos, o goleiro mexicano Óscar Bonfiglio defendeu dois desses tiros: o de Fernando Paternoster aos 23′ e o de Adolfo Zumelzú aos 30′. Por sua vez, o arqueiro portenho Ángel Bossio pegou dois chutes de Manuel Rosas.

Por outro lado, de acordo com a publicação oficial “Álbum Primer Campeonato Mundial de Football”, lançado no Uruguai em 1930, apenas uma penalidade foi marcada: a que resultou no primeiro gol mexicano. Todos os outros gols saíram de jogadas normais.


Nos anos 1930, todas as equipes atuavam no ofensivo sistema “clássico” ou “pirâmide”, o 2-3-5.

● Independentemente desse festival de pênaltis ter acontecido ou não, a Argentina anotou seis gols e conquistou a vitória.

Guillermo Stábile abriu o placar aos oito minutos do primeiro tempo.

Quatro minutos depois, Zumelzú fez o segundo gol da Argentina.

Aos 17′, Stábile marcou de novo.

Aos 38 min, Manuel Rosas diminuiu para o México em uma cobrança de pênalti.

No oitavo minuto do segundo tempo, Francisco Varallo fez 4 x 1 para os albicelestes.

Logo na sequência, Zumelzú marcou de novo.

Aos 20′, Manuel Rosas bateu pênalti, o goleiro Bossio defendeu e Felipe Rosas pegou o rebote para diminuir para os mexicanos. Curiosamente, Manuel Rosas e Felipe Rosas não tinham nenhum grau de parentesco, embora tivessem o mesmo sobrenome e jogassem juntos no mesmo time, o Atlante.

Dez minutos depois, o México se aproximou ainda mais no marcador com um gol de Roberto Gayón. 5 a 3.

Mas logo a Argentina tratou de fechar o placar com Stábile, que chegou ao “há trick”. Final: Argentina 6, México 3.


(Imagem: Goal / Youtube)

● Na última rodada, a Argentina venceu o Chile por 3 x 1 e se classificou para as semifinais, onde goleou os Estados Unidos por 6 x 1. Na decisão, até jogou bem, mas não foi páreo para os donos da casa e perdeu de virada para o Uruguai por 4 x 2.

Curiosamente, o árbitro dessa partida, Ulises Saucedo, era também também o técnico da seleção da Bolívia durante o Mundial.

O atacante Manuel Ferreira era titular absoluto e capitão de sua seleção. E ele precisou desfrutar de um privilégio durante o torneio. Ele estava fazendo um curso de escrivão público e chegou a Montevidéu dias depois da delegação de seu país. Ele também precisou faltar à partida diante do México para voltar à Buenos Aires para fazer uma prova. Mas logo depois, retornou normalmente aos albicelestes e foi um dos destaques de sua seleção rumo à final.

Guillermo Stábile não havia jogado diante da França e estreou contra o México. Acabou conquistando definitivamente a vaga de titular para o restante da competição ao marcar três gols. Ele era conhecido como “El Infiltrador” pela facilidade que se infiltrava nas defesas adversárias. Sua velocidade vinha de sua experiência anterior no atletismo: fazia os cem metros rasos em cerca de 11 segundos.

Stábile foi o artilheiro da primeira Copa do Mundo, com oito gols em quatro jogos e também foi o primeiro jogador a marcar gols em todas as partidas que disputou. Foi o segundo a anotar um “hat trick” em Copas, apenas dois dias após o americano Bert Patenaude ter conseguido essa proeza diante do Paraguai. Ao encerrar a carreira, Stábile se tornou um técnico de sucesso, treinando a seleção Argentina por 21 anos (de 1939 a 1960) e conquistou seis edições da Copa América: 1941, 1945, 1946, 1947, 1955 e 1957.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

ARGENTINA 6 x 3 MÉXICO

 

Data: 19/07/1930

Horário: 15h00 locais

Estádio: Centenário

Público: 42.100

Cidade: Montevidéu (Uruguai)

Árbitro: Ulises Saucedo (Bolívia)

 

ARGENTINA (2-3-5):

MÉXICO (2-3-5):

Ángel Bossio (G)(C)

Óscar Bonfiglio (G)

José Della Torre

Rafael Garza Gutiérrez (C)

Fernando Paternoster

Manuel Rosas

Alberto Chividini

Felipe Rosas

Adolfo Zumelzú

Alfredo Sánchez

Rodolfo Orlandini

Raymundo Rodríguez

Carlos Peucelle

Francisco Garza Gutiérrez

Francisco Varallo

Juan Carreño

Guillermo Stábile

Felipe Olivares

Attilio Demaría

Roberto Gayón

Carlos Spadaro

Hilario López

 

Técnicos: Francisco Olazar / Juan José Tramutola

Técnico: Juan Luque de Serrallonga

 

SUPLENTES:

 

 

Juan Botasso (G)

Isidoro Sota (G)

Ramón Muttis

Efraín Amézcua

Pedro Suárez

Jesús Castro

Juan Evaristo

José Ruiz

Edmundo Piaggio

Dionisio Mejía

Luis Monti

Luis Pérez

Natalio Perinetti

 

Roberto Cherro

 

Alejandro Scopelli

 

Manuel Ferreira

 

Mario Evaristo

 

 

GOLS:

8′ Guillermo Stábile (ARG)

12′ Adolfo Zumelzú (ARG)

17′ Guillermo Stábile (ARG)

42′ Manuel Rosas (MEX)

53′ Francisco Varallo (ARG)

55′ Adolfo Zumelzú (ARG)

65′ Manuel Rosas (MEX) (pen)

75′ Roberto Gayón (MEX)

80′ Guillermo Stábile (ARG)

Algumas imagens da partida:

Outras imagens desse jogo:

… 07/06/1962 – México 3 x 1 Tchecoslováquia

Três pontos sobre…
… 07/06/1962 – México 3 x 1 Tchecoslováquia


(Imagem: @tabaspas no Twitter / The18.com)

● A maior surpresa do Mundial de 1962 foi a vitória do México sobre a Tchecoslováquia. Até então, os latino-americanos nunca haviam ganhado uma partida de Copa do Mundo, enquanto os europeus tinham um bom time e já tinham história por terem sido vice-campeões em 1934.

A Tchecoslováquia venceu o Grupo 8 das eliminatórias da UEFA, ao bater a Escócia na prorrogação do jogo desempate, em um grupo que tinha também a Irlanda.

O México precisou passar por mais fases no qualificatório para ficar com a única vaga da CONCACAF na fase final do torneio. Na primeira, passou pelos Estados Unidos. Na segunda, venceu um triangular final com apenas um ponto a mais que a Costa Rica e dois a mais que as Antilhas Holandesas. Enfrentou o Paraguai na repescagem intercontinental e empatou sem gols em Assunção após vencer por 1 x 0 na Cidade do México. Enfim, La Tri estava na Copa.

Na primeira rodada, os astecas perderam para o Brasil por 2 x 0. No segundo jogo, vendeu muito caro a derrota para a Espanha (1 x 0), que só conseguiu marcar no último minuto.

A Tchecoslováquia vinha de uma vitória sobre a Espanha por 1 x 0 e de um empate sem gols com o Brasil – partida na qual o Rei Pelé se lesionou e se despediu do Mundial.

Com a derrota da Espanha para o Brasil no dia anterior, a partida entre México e Tchecoslováquia havia perdido importância, já que os tchecos estavam classificados com três pontos e os mexicanos eliminados, sem somar pontos até então. Apesar disso, foi uma partida histórica. Até então, o México nunca havia vencido uma partida em Copas do Mundo desde sua primeira edição, em 1930. Nos treze jogos anteriores, o retrospecto era um empate (1 x 1 com o País de Gales, em 1958) e doze derrotas. E o jejum foi quebrado 32 anos depois, na 14ª partida.


Ambas equipes atuavam no esquema tático 4-2-4.

● Com sua camisa vermelho bordô, os mexicanos deram a saída. Os tchecoslovacos, de uniforme branco, roubaram a bola no meio de campo e trocaram passes até que Josef Masopust lançou o ponta esquerda Václav Mašek nas costas da defesa. Ele correu mais que Del Muro, invadiu a área e tocou cruzado, no canto esquerdo do goleiro. Eram jogados apenas 15 segundos de partida.

Este foi o gol mais rápido da história das Copas até 2002, quando o Hakan Şükür marcou para a Turquia aos 11 segundos, na partida que decidiu o 3º lugar contra a Coreia do Sul.

Parecia que seria mais um jogo daqueles para os mexicanos – igual a tantos outros –, em que a derrota era certa.

Os europeus continuaram no ataque. Adolf Scherer abriu com Jozef Štibrányi na ponta direita e ele chutou rasteiro para uma importante defesa de Carbajal.

Com muita vontade e garra, o México passou a neutralizar os ataques adversários, colocou a bola no chão e passou a jogar.

O empate veio aos 13 minutos. De cabeça erguida, Alfredo Hernández arrancou pelo meio e passou para Héctor Hernández próximo à meia-lua. Ele se livrou da marcação e tocou para Salvador Reyes, que deixou o zagueiro no chão tocou para Héctor Hernández. O camisa 9 tabelou com Alfredo del Águila na ponta direita e, ao receber de volta, chutou cruzado. Isidoro Díaz apareceu sozinho dentro da pequena área para escorar para o gol vazio.

Mesmo com mais toque de bola e tentando avançar, os europeus não conseguiam impor sua pressão, insistindo nas mesmas jogadas manjadas pelas pontas.

Aos 29′, a Tchecoslováquia errou a saída de bola. Del Águila roubou de Svatopluk Pluskal, tabelou com Alfredo Hernández, entrou na área e chutou de esquerda no canto esquerdo do goleiro Viliam Schrojf.

No segundo tempo, os astecas recuaram para segurar o resultado e os tchecos acordaram. E Carbajal foi se tornando o melhor homem em campo.

A melhor chance dos europeus foi em um chute do perigoso atacante Scherer, que o veterano goleiro defendeu em dois tempos.

Mesmo com dois jogadores mexicanos machucados (não havia substituições na época), os tchecos não conseguiram romper a defesa latina.

Mas o contragolpe mexicano estava fatal naquele dia. Na última volta do ponteiro, o lateral direito Jan Lála colocou a mão na bola dentro da área. Hector Hernández bateu no canto direito, deslocando Schroijff e fechando o placar.


(Imagem: Pinterest)

● O triunfo foi o maior presente de aniversário possível para o goleiro Antonio Carbajal, que completava 33 anos exatamente naquele dia. Carbajal é um dos mais longevos e importantes goleiros da história do futebol mexicano e mundial. Foi eleito pela IFFHS o 15º melhor de sua posição no século XX. Com apenas 19 anos, foi o maior destaque de sua seleção nos Jogos Olímpicos de 1948 e esteve no elenco que disputou a Copa do Mundo de 1966. Foi o primeiro jogador a disputar cinco Mundiais (1950, 1954, 1958, 1962 e 1966). Assim, conseguiu a “proeza” de sofrer gols de jogadores de gerações tão diferentes, como Ademir de Menezes e Pelé. Apesar de ter a “honra” de ser um dos goleiros que mais levaram gols em Mundiais (25 em 11 jogos), certamente a seleção mexicana teria sofrido muito mais se ele não tivesse sido o dono da camisa 1 por tantos anos. Era dotado de bom posicionamento, reflexo apurado e boa saída do gol, além da coragem e liderança que sempre o caracterizou – não a toa foi capitão em três Copas.

Viva México! A Cidade do México viu uma festa que se faz aos campeões, com os festejos indo até a madrugada. Provavelmente foi a maior comemoração que já se viu para um time eliminado na primeira fase da Copa.

Com essa vitória, pela primeira vez os mexicanos não foram lanternas de seu grupo. Graças ao critério do goal average (divisão do número de gols pró pelo número de gols contra), ficaram à frente da poderosa Espanha de Ferenc Puskás e Paco Gento no Grupo III. México e Espanha terminaram com dois pontos ganhos e o mesmo saldo de gols (1 negativo). La Tri marcou 3 e sofreu 4 (goal average de 0,75) e a Fúria fez dois gols e levou 3 (goal average de 0,66).

Para os fãs das teorias conspiratórias, a derrota da Tchecoslováquia foi… digamos… conveniente. Como já estava classificada, pôde escolher o próximo adversário. Entre Hungria e Inglaterra, preferiram perder para os mexicanos para enfrentar os húngaros na próxima fase. Se essa teoria for verdade, a escolha não foi tão inteligente. A Hungria tinha um time melhor e estava jogando mais do que a Inglaterra naquele momento.

E mesmo sofrendo muito, a Tchecoslováquia conseguiu vencer a Hungria por 1 x 0 nas quartas de final. Nas semifinais, passou pelo bom time da Iugoslávia em vitória por 3 x 1. Na decisão, enfrentou o invencível Brasil e perdeu por 3 x 1, gols de Amarildo, Zito e Vavá, com Josef Masopust descontando. Foi a segunda e última vez que o país chegou à final da Copa do Mundo.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

MÉXICO 3 x 1 TCHECOSLOVÁQUIA

 

Data: 07/06/1962

Horário: 15h00 locais

Estádio: Sousalito

Público: 10.648

Cidade: Viña del Mar (Chile)

Árbitro: Gottfried Dienst (Suíça)

 

MÉXICO (4-2-4):

TCHECOSLOVÁQUIA (4-2-4):

1  Antonio Carbajal (G)(C)

1  Viliam Schrojf (G)

2  Jesús del Muro

2  Jan Lála

5  Raúl Cárdenas

5  Svatopluk Pluskal

3  Guillermo Sepúlveda

3  Ján Popluhár

15 Ignacio Jáuregui

4  Ladislav Novák (C)

8  Salvador Reyes

19 Andrej Kvašňák

6  Pedro Nájera

6  Josef Masopust

7  Alfredo del Águila

7  Jozef Štibrányi

9  Héctor Hernández

8  Adolf Scherer

18 Alfredo Hernández

10 Jozef Adamec

11 Isidoro Díaz

14 Václav Mašek

 

Técnico: Ignacio Trelles

Técnico: Rudolf Vytlačil

 

SUPLENTES:

 

 

12 Jaime Gómez (G)

22 Pavel Kouba (G)

22 Antonio Mota (G)

21 Jozef Bomba

13 Arturo Chaires

12 Jiří Tichý

4  José Villegas

13 František Schmucker

14 Pedro Romero

15 Vladimír Kos

16 Salvador Farfán

16 Titus Buberník

19 Antonio Jasso

17 Tomáš Pospíchal

20 Mario Velarde

18 Josef Kadraba

10 Guillermo Ortiz

9  Pavol Molnár

17 Felipe Ruvalcaba

20 Jaroslav Borovička

21 Alberto Baeza

11 Josef Jelínek

 

GOLS:

15” Václav Mašek (TCH)

12′ Isidoro Díaz (MEX)

29′ Alfredo del Águila (MEX)

90′ Héctor Hernández (MEX) (pen)

Veja a partida completa no vídeo abaixo.
(Seguem os minutos das jogadas completas dos gols:
– 04:10 Mašek 0-1;
– 16:05 Díaz 1-1;
– 32:25 Del Águila 2-1; e
– 1:38:35 Hernández 3-1.)

… 02/07/2018 – Brasil 2 x 0 México

Três pontos sobre…
… 02/07/2018 – Brasil 2 x 0 México


(Imagem: FIFA.com)

● Em Copas do Mundo, a seleção mexicana tem um “carma” chamado oitavas de final. Em toda sua história de 16 edições disputadas, só em uma passou dessa fase: em 1986, quando passou pela ainda mais azarada Bulgária.

Dessa vez parecia ser diferente. La Tri jogou muito bem e venceu a poderosa Alemanha. Depois, bateu sem dificuldades a Coreia do Sul (apesar do placar apertado). Na última rodada, quando bastava um empate para ser líder do Grupo F e, teoricamente, escapar de um confronto mais duro na fase seguinte, sucumbiu. Foi goleado por 3 a 0 pela Suécia e entrou na rota do Brasil, um dos grandes algozes de sua história.

O México nunca marcou um gol no Brasil em Copas do Mundo. O máximo que conseguiu foi um empate por 0 a 0 em 2014. Seria diferente dessa vez?


Tite repetiu seu esquema preferido, o 4-1-4-1. Manteve Filipe Luís na lateral esquerda, no lugar do lesionado Marcelo. Na direita, Danilo se recuperou, mas Fagner permaneceu como titular.


O técnico Juan Carlos Osorio, conhecido por não repetir time, escalou Rafa Márquez no meio no lugar de Layún. Com isso, mudou o sistema tático de 4-2-3-1 para 4-3-3. A intenção era dar mais proteção à defesa. Conseguiu no primeiro tempo, enquanto esse time permaneceu em campo.

● O técnico colombiano Juan Carlos Osorio até tentou surpreender. Escalou Rafa Márquez como volante e deu total liberdade a Carlos Vela e Hirving Lozano para atacarem. E o ímpeto mexicano surpreendeu o time de Tite no começo. Logo aos três minutos, Guardado tabelou com Vela e cruzou na área. Alisson saiu de soco. Na sobra, Lozano finalizou, mas foi travado por Miranda na “hora H”.

Aos 25′, Neymar “entortou” dois marcadores pelo lado esquerdo da área, mas Ochoa fechou bem o ângulo e impediu o gol brasileiro.

Aos 33′, Casemiro fez o passe vertical, Paulinho fez o corta-luz e Gabriel Jesus abriu para Philippe Coutinho na esquerda. Ele devolveu para Gabriel, que passou por dois marcadores e chutou. Mas Ochoa (sempre ele!) espalmou. No rebote, o chute de Coutinho foi fraco e sem direção.

O gol que teimava em não sair só foi marcado aos seis minutos do segundo tempo. Neymar começou a jogada pela esquerda, puxou pelo meio atraindo a marcação e tocou de calcanhar. Willian recebeu, cortou para a esquerda e bateu cruzado. Enfim, a bola passou por Ochoa Neymar completou de carrinho para o gol. Uma jogada muito bem construída, com a aproximação entre os pontas brasileiros.

Mas a Seleção Canarinho queria o segundo gol. E o México contra-golpeou aos 16′. Lozano recebeu na esquerda, cortou para o meio e chutou em cima de Miranda. Carlos Vela pegou a sobra e chutou bem, mas a bola foi em cima de Alisson, que espalmou por cima.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, Fernandinho avançou bem e abriu para Neymar na esquerda. O camisa 10 tentou dar um bico no canto e Ochoa esticou o pé. Mas ela ficou limpa e sem goleiro para Roberto Firmino completar para o gol, dois minutos após ter entrado em campo.


(Imagem: FIFA.com)

● Bela vitória, em que o Brasil jogou seu melhor futebol na Copa da Rússia. Uma pena só Casemiro ter recebido o segundo cartão amarelo. Fernandinho é um excelente jogador, mas Casemiro (até agora) estava fazendo uma Copa quase impecável.

Aos mexicanos, vale repetir mais uma vez a velha frase: “Jugamos como nunca, perdimos como siempre”. Mas se despediram com a sensação de dever cumprido ao conseguir sua vitória mais importante em Copas do Mundo, ao vencer a Alemanha.

Nas quartas de final, o Brasil vai enfrentar a Bélgica. A Seleção de Tite vai ter que se provar e mostrar que está pronta para conquistar o hexacampeonato. A Bélgica é o rival ideal para isso. É claro que se perder não será um desastre. Mas se vencer, sairá com muito mais moral para enfrentar o vencedor de “Uruguai x França”.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 2 x 0 MÉXICO

 

Data: 02/06/2018

Horário: 18h00 locais

Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara)

Público: 41.970

Cidade: Samara (Rússia)

Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)

 

BRASIL (4-1-4-1):

MÉXICO (4-3-3):

1  Alisson (G)

13 Guillermo Ochoa (G)

22 Fagner

21 Edson Álvarez

2  Thiago Silva (C)

2  Hugo Ayala

3  Miranda

3  Carlos Salcedo

6  Filipe Luís

23 Jesús Gallardo

5  Casemiro

4  Rafael Márquez (C)

19 Willian

16 Héctor Herrera

15 Paulinho

18 Andrés Guardado

11 Philippe Coutinho

11 Carlos Vela

10 Neymar Jr

22 Hirving Lozano

9  Gabriel Jesus

14 Javier Hernández

 

Técnico: Tite

Técnico: Juan Carlos Osorio

 

SUPLENTES:

 

 

23 Ederson (G)

12 Alfredo Talavera (G)

16 Cássio (G)

1  José de Jesús Corona (G)

14 Danilo

5  Erick Gutiérrez

13 Marquinhos

15 Héctor Moreno (suspenso)

4  Pedro Geromel

20 Javier Aquino

12 Marcelo

7  Miguel Layún

17 Fernandinho

8  Marco Fabián

18 Fred

6  Jonathan dos Santos

8  Renato Augusto

10 Giovani dos Santos

7  Douglas Costa (lesionado)

17 Jesús Manuel Corona

21 Taison

19 Oribe Peralta

20 Roberto Firmino

9  Raúl Jiménez

 

GOLS:

51′ Neymar Jr (BRA)

88′ Roberto Firmino (BRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

38′ Edson Álvarez (MEX)

43′ Filipe Luís (BRA)

55′ Héctor Herrera (MEX)

59′ Casemiro (BRA)

77′ Carlos Salcedo (MEX)

90+2′ Andrés Guardado (MEX)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Rafael Márquez (MEX) ↓

Miguel Layún (MEX) ↑

 

55′ Edson Álvarez (MEX) ↓

Jonathan dos Santos (MEX) ↑

 

60′ Javier Hernández (MEX) ↓

Raúl Jiménez (MEX) ↑

 

80′ Paulinho (BRA) ↓

Fernandinho (BRA) ↑

 

86′ Philippe Coutinho (BRA) ↓

Roberto Firmino (BRA) ↑

 

90+1′ Willian (BRA) ↓

Marquinhos (BRA) ↑

Melhores momentos da partida:

… 27/06/2018 – O melhor do 14º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 27/06/2018 – O melhor do 14º dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

A tetracampeã mundial Alemanha sucumbe e é eliminada na primeira fase.
Suécia mostra força ao golear o México.
Costa Rica marca seus primeiros gols na Copa.
Brasil vence Sérvia sem sustos.


… Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha


(Imagem: FIFA.com)

Provavelmente aqueles foram os minutos mais desastrosos da história da vitoriosa seleção alemã. Nem vamos relembrar a derrota para o México e nem a vitória na bacia das almas sobre a Suécia. Bastava a Alemanha vencer a Coreia do Sul para se classificar. Uma tarefa claramente possível para os atuais campeões do mundo.

Como uma pequena mostra do que veríamos, a primeira chance foi sul-coreana, aos dezenove minutos. Jung Woo-young cobrou falta da intermediária, no meio do gol. Neuer espalmou para o meio da área e precisou dividir com Son Heung-min para evitar o gol.

Seis minutos depois, Lee Yong cruzou da direita, a zaga desviou e a bola sobrou para Son chutar por cima, muito perto da trave. A Alemanha precisava vencer, mas as duas primeiras chances foram dos asiáticos.

Somente aos 39′, os germânicos assustaram. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Mats Hummels, mas o goleiro Cho Hyun-woo foi mais esperto e ficou com ela.

No início do segundo tempo, Kimmich levantou a bola para boa cabeçada de Goretzka, mas o goleiro foi buscar. Chance clara, que não deve ser desperdiçada em uma partida dessa importância.

Aos 6′, Özil tabelou com Reus, foi à linha de fundo e cruzou para trás. Timo Werner emendou um sem-pulo e a bola passou tirando tinta da trave.

A Alemanha tentava, mas não conseguia pressionar. Aos 42′ min, Özil cruzou e Hummels cabeceou por cima.

Aos 47 minutos do segundo tempo, Son cobrou escanteio rasteiro. Toni Kroos tentou afastar, mas deu a bola de presente para o zagueiro Kim Yong-gwon fazer o primeiro gol do jogo.

A incredulidade tomou conta de todos, mas ficaria ainda pior aos 51′. O goleiro, capitão e irresponsável Manuel Neuer tentou driblar na meia esquerda e perdeu a bola. Ju Se-jong chutou de esquerda, tentando marcar o gol de muito longe. Son Heung-min partiu em corrida de seu próprio campo, alcançou a bola e a conduziu ao gol.

Um verdadeiro fiasco da seleção alemã. De maior favorita a eliminada ainda na primeira fase, em um grupo que não parecia ser dos mais difíceis. É a primeira vez em toda a história que a Alemanha é eliminada na fase de grupos do Mundial.

A culpa pode e deve ser creditada ao técnico Joachin Löw. Ele se apegou à gratidão aos jogadores que lhe deram o título quatro anos atrás. Não adianta ter nome. Pra jogar em uma seleção de nível mundial, precisa estar na melhor forma física, técnica e psicológica. [Ouviu essa, Tite?!] Löw deu repetidas e infundadas chances a Sami Khedira, Mesut Özil e Thomas Müller. Enquanto isso, Leroy Sané ficou assistindo o Mundial do sofá de casa.

Mas isso não é exclusividade da Alemanha. Ele não é o primeiro técnico agarrado a medalhões campeões do mundo, que caíram na primeira fase da Copa seguinte. Isso aconteceu com a França em 2002, a Itália em 2010 e a Espanha em 2014.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha
Data: 27/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Arena Kazan — Cidade: Kazan (Rússia)
Público: 41.835
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
Gols: 90+3′ Kim Yong-gwon (COR); 90+6′ Son Heung-min (COR)
Cartões Amarelos: 9′ Jung Woo-young (COR); 23′ Lee Jae-sung (COR); 48′ Moon Seon-min (COR); 65′ Son Heung-min (COR)
Coreia do Sul (4-2-3-1): 23.Cho Hyun-woo; 2.Lee Yong, 5.Yun Young-sun, 19.Kim Yong-gwon e 14.Hong Chul; 15.Jung Woo-young, 20.Jang Hyun-soo, 18.Moon Seon-min (8.Ju Se-jong ↑69′) e 17.Lee Jae-sung; 13.Koo Ja-cheol (11.Hwang Hee-chan ↑56′) (22.Go Yo-han ↑79′) e 7.Son Heung-min. Técnico: Shin Tae-yong
Alemanha (4-2-3-1): 1.Manuel Neuer (C); 18.Joshua Kimmich, 5.Mats Hummels, 15.Niklas Süle e 3.Jonas Hector (20.Julian Brandt ↑78′); 6.Sami Khedira (23.Mario Gómez ↑58′) e 8.Toni Kroos; 14.Leon Goretzka (13.Thomas Müller ↑63′), 10.Mesut Özil e 11.Marco Reus; 9.Timo Werner. Técnico: Joachim Löw

 

… México 0 x 3 Suécia


(Imagem: FIFA.com)

Com seis pontos nas duas primeiras rodadas e pelo bom futebol que havia apresentado, o México era favorito contra a Suécia. Só uma catástrofe tirava La Tri das oitavas de final. E ela quase aconteceu. De quase classificados, os mexicanos foram salvos pela incompetência da Alemanha.

Aos 17′, a Suécia errou a saída de bola e Lozano tocou para Vela chutar no canto esquerdo, mas a bola foi para fora, assustando o goleiro Olsen.

Aos 31′, após cobrança de escanteio, Lustig cruzou de voleio e Berg finalizou para boa intervenção do goleiro Ochoa.

A Suécia abriu o placar aos cinco minutos da etapa complementar. Larsson abriu na direita com Berg, que chutou cruzado. Claesson furou e Augustinsson emendou de esquerda, fuzilando Ochoa, que chegou a tocar na bola.

Cinco minutos depois, Berg avançou em contra-ataque e foi derrubado dentro da área. O capitão Granqvist cobrou o pênalti forte, no ângulo direito do goleiro mexicano.

Com 2 a 0 contra, o México seria eliminado caso a Alemanha vencesse a Coreia do Sul.

E tudo ficou pior aos 29′. Lustig arremessou o lateral dentro da área, Thelin desviou para trás e Toivonen tentou alcançar sem conseguir. Mas a bola bateu no braço do lateral Edson Álvarez e entrou no gol. Outro gol contra, na Copa dos gols contra.

Nos acréscimos, mesmo perdendo de 3 a 0, a torcida mexicana era só festa em Ecaterimburgo, comemorando os gols da Coreia do Sul contra a Alemanha.

Com esse resultado, a Suécia se classifica em primeiro lugar do grupo e enfrentará a Suíça. Com essa derrota, o México ficou no caminho do Brasil.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — México 0 x 3 Suécia
Data: 27/06/2018 — Horário: 19h00 locais
Estádio: Estádio Central (Ekaterinburg Arena) — Cidade: Ecaterimburgo (Rússia)
Público: 33.061
Árbitro: Néstor Pitana (Argentina)
Gols: 50′ Ludwig Augustinsson (SUE); 62′ Andreas Granqvist (SUE)(pen); 74′ Edson Álvarez (SUE)(contra)
Cartões Amarelos: 16” Jesús Gallardo (MEX); 26′ Sebastian Larsson (SUE); 61′ Héctor Moreno (MEX); 86′ Miguel Layún (MEX); 88′ Mikael Lustig (SUE)
México (4-2-3-1): 13.Guillermo Ochoa; 21.Edson Álvarez, 3.Carlos Salcedo, 15.Héctor Moreno e 23.Jesús Gallardo (8.Marco Fabián ↑65′); 16.Héctor Herrera e 18.Andrés Guardado (C) (17.Jesús Manuel Corona ↑75′); 7.Miguel Layún (19.Oribe Peralta ↑89′), 11.Carlos Vela e 22.Hirving Lozano; 14.Javier “Chicharito” Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio
Suécia (4-4-2): 1.Robin Olsen; 2.Mikael Lustig, 3.Victor Lindelöf, 4.Andreas Granqvist (C) e 6.Ludwig Augustinsson; 7.Sebastian Larsson (13.Gustav Svensson ↑57′), 8.Albin Ekdal (15.Oscar Hiljemark ↑80′), 17.Viktor Claesson e 10.Emil Forsberg; 20.Ola Toivonen e 9.Marcus Berg (22.Isaak Kiese Thelin ↑68′). Técnico: Janne Andersson

 

… Suíça 2 x 2 Costa Rica


(Imagem: FIFA.com)

A Suíça estava praticamente classificada. A chance de ficar fora era meramente matemática. Por isso entrou em campo em ritmo lento, ao contrário dos costarriquenhos, que até então era a única seleção que não havia marcado gols nesse Mundial.

Aos seis minutos de jogo, Oviedo cruza da esquerda e Celso Borges cabeceia forte e rasteiro, no canto direito. Mas o goleiro suíço Yann Sommer faz um milagre para evitar o gol e a bola ainda toca na trave.

Quatro minutos depois, Colindres ganha disputa de bola com Shaqiri, entra na área e chuta bem, mas a bola toca no travessão e não entra.

A Costa Rica começou o jogo com tudo, querendo se despedir de forma honrosa. E o técnico da Suíça, Vladimir Petković, pedia calma para sua equipe, que não parecia ser a mesma das duas partidas anteriores, tamanha desconcentração.

Mas em seu primeiro ataque, a Suíça abriu o placar, aos 19 min. Lichtsteiner cruzou da direita, Embolo escorou de cabeça para o meio da área e Džemaili chutou forte para o fundo do gol.

Aos onze minutos do segundo tempo, Campbell cobrou escanteio na cabeça de Waston, que mandou para o gol.

Aos 33′, Embolo cruzou da ponta direita e Drmić cabeceou na trave.

A três minutos do fim, Zakaria cruzou rasteiro da direita e Drmić chegou chutando para o gol, no cantinho esquerdo de Keylor Navas.

Já nos acréscimos, aos 47′, Campbell avançou pela esquerda, entrou na área e foi derrubado por Zakaria. Pênalti claro. O capitão Bryan Ruiz cobrou, a bola foi no travessão, voltou nas costas do goleiro Sommer e entrou no gol. Gol contra.

Bryan contou com uma alta dose de sorte para dar o único ponto da Costa Rica na Copa de 2018.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Suíça 2 x 2 Costa Rica
Data: 27/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Nizhny Novgorod Stadium — Nizhny Novgorod (Rússia)
Público: 43.319
Árbitro: Clément Turpin (França)
Gols: 31′ Blerim Džemaili (SUI); 56′ Kendall Waston (COS); 88′ Josip Drmić (SUI); 90+3′ Yann Sommer (COS)(contra)
Cartões Amarelos: 11′ Cristian Gamboa (COS); 29′ Joel Campbell (COS); 37′ Stephan Lichtsteiner (SUI); 75′ Denis Zakaria (SUI); 83′ Fabian Schär (SUI); 89′ Kendall Waston (COS)
Suíça (4-2-3-1): 1.Yann Sommer; 2.Stephan Lichtsteiner (C), 22.Fabian Schär, 5.Manuel Akanji e 13.Ricardo Rodríguez; 11.Valon Behrami (17.Denis Zakaria ↑60′) e 10.Granit Xhaka; 23.Xherdan Shaqiri (6.Michael Lang ↑81′), 15.Blerim Džemaili e 7.Breel Embolo; 18.Mario Gavranović (19.Josip Drmić ↑69′). Técnico: Vladimir Petković
Costa Rica (4-5-1): 1.Keylor Navas; 16.Cristian Gamboa (4.Ian Smith ↑90+3′), 2. Johnny Acosta, 3. Giancarlo González, 19.Kendall Waston e 8.Bryan Oviedo; 20.David Guzmán (14.Randall Azofeifa ↑90+1′), 5. Celso Borges, 10.Bryan Ruiz (C) e 9.Daniel Colindres (13.Rodney Wallace ↑81′); 12.Joel Campbell. Técnico: Óscar Ramírez

 

… Brasil 2 x 0 Sérvia


(Imagem: FIFA.com)

Falamos especialmente sobre essa partida neste outro texto.

… 23/06/2018 – O melhor do décimo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 23/06/2018 – O melhor do décimo dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

A Alemanha vence a Suécia com um gol aos 50 minutos do segundo tempo e se salva da eliminação precoce.
O México vence a Coreia do Sul e fica muito próximo das oitava de final.
A “ótima geração belga” dá novo show e goleia a Tunísia.

 

… Bélgica 5 x 2 Tunísia


(Imagem: FIFA.com)

Foi uma partida muito movimentada desde o início. A Bélgica partiu com tudo para fazer logo o placar. E conseguiu. Logo aos seis minutos de bola rolando, Eden Hazard é derrubado na linha da grande área. O árbitro marcou pênalti, ratificado pelo VAR. O próprio capitão belga converteu, marcando seu primeiro gol no Mundial.

Dez minutos depois, em um contragolpe, Dries Mertens abre para Romelu Lukaku na esquerda. Ele ajeita o corpo chuta cruzado, sem chances para o goleiro Ben Mustapha.

Quem esperava um jogo fácil, foi surpreendido logo na sequência. O capitão Wahbi Khazri (um dos melhores em campo) cobrou falta na cabeça de Dylan Bronn, que só testou para o gol.

Logo depois, a Tunísia começou a ter posse de bola e tentar atacar. Fazia uma falsa pressão, mas a defesa continuava falhando nas saídas de jogo. E começou o drama das lesões: dois defensores precisaram ser substituídos antes do intervalo, o que deixaria o time ainda mais fraco tecnicamente e “morto” fisicamente no segundo tempo.

Nos acréscimos da etapa inicial, a pressão alta fez a Bélgica roubar a bola no campo de ataque. Meunier ficou com ela, tabelou com De Bruyne e fez um passe genial, na medida para Lukaku tocar de direita por cima do goleiro. 3 a 1 no placar.

No início do segundo tempo, aos 6′, Toby Alderweireld lançou Eden Hazard em velocidade, pegando a defesa tunisiana desprevenida. O camisa 10 avançou, tirou do goleiro e tocou para o gol.

Com a partida resolvida, Roberto Martínez passa a poupar suas estrelas, substituindo o trio de ataque: Lukaku, Hazard e Mertens.

E começa a sina de Michy Batshuayi. Em 25 minutos em campo, foi o que mais chutou a gol em toda a partida. Ele queria seu gol de qualquer forma. E seria recompensado aos 45′, quando aproveitou um cruzamento de Tielemans e esticou a perna para completar para o gol.

Mesmo com a derrota elástica, a Tunísia não jogou mal. Foi surpreendente a postura de tentar pressionar a favorita Bélgica em diversos momentos. E o placar ficou mais justo quando Wahbi Khazri marcou seu gol nos últimos lances da partida, completando cruzamento de Nagguez.

Agora, falta só a confirmação matemática. Se a Inglaterra vencer o Panamá amanhã, os próprios panamenhos e a Tunísia estarão eliminados. Inglaterra e Bélgica estariam classificados e disputariam o primeiro lugar do grupo na próxima quinta-feira. Mas como o futebol não vive de hipóteses, vamos aguardar.

Enquanto não tem nenhum teste de verdade, a “ótima geração belga” segue dando show.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Bélgica 5 x 2 Tunísia
Data: 23/06/2018 — Horário: 15h00 locais
Estádio: Otkritie Arena (Spartak Stadium) — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 44.190
Árbitro: Jair Marrufo (Estados Unidos)
Gols: 6′ Eden Hazard (BEL)(pen); 16′ Romelu Lukaku (BEL); 18′ Dylan Bronn (TUN); 45+3′ Romelu Lukaku (BEL); 51′ Eden Hazard (BEL); 90′ Michy Batshuayi (BEL); 90+3′ Wahbi Khazri (TUN)
Cartão Amarelo: 14′ Ferjani Sassi (TUN)
Bélgica (3-4-3): 1.Thibaut Courtois; 2.Toby Alderweireld, 20.Dedryck Boyata e 5.Jan Vertonghen; 15.Thomas Meunier, 6.Axel Witsel , 7.Kevin De Bruyne e 11.Yannick Ferreira Carrasco; 14.Dries Mertens (17.Youri Tielemans ↑86′), 10.Eden Hazard (C) (21.Michy Batshuayi ↑68′) e 9.Romelu Lukaku (8.Marouane Fellaini ↑59′). Técnico: Roberto Martínez
Tunísia (4-2-3-1): 1.Farouk Ben Mustapha; 11.Dylan Bronn (21.Hamdi Nagguez ↑24′), 2.Syam Ben Youssef (3.Yohan Benalouane ↑41′), 4.Yassine Meriah e 12.Ali Maâloul; 17.Ellyes Skhiri e 13.Ferjani Sassi (23.Naïm Sliti ↑59′); 8.Fakhreddine Ben Youssef, 7.Saîf-Eddine Khaoui e 9.Anice Badri; 10.Wahbi Khazri (C). Técnico: Nabil Maâloul

 

… Coreia do Sul 1 x 2 México


(Imagem: FIFA.com)

Primeiramente vamos destacar o que foi mais lindo durante a partida. Os mexicanos sempre são um show à parte onde estiverem. Mas nesse sábado, a Arena Rostov parecia um “puxadinho” da Cidade do México. A torcida cantando a tradicional música “Cielito Lindo” foi impagável e ficará na memória, assim como foi na heroica vitória sobre os alemães.

Na vitória sobre a Alemanha, o México foi reativo durante quase toda a partida. Marcava bem e saía forte nos contra-ataques. Foi assim que fez o gol do jogo e cansou de perder vários. Mas dificilmente essa estratégia daria certo contra a Coreia do Sul. Por isso tudo mudou. Ao invés de esperar o adversário, o México teria que ser proativo. Teria que “propor o jogo” e fez isso muito bem.

Mesmo com a defesa sul-coreana fechada e sem dar espaços, La Tri tocava a bola, buscando o ataque. Em um lance isolado, aos 26′, Guardado tentou cruzar a bola da esquerda. Já dentro da área, o zagueiro Jang Hyun-soo tentou cortar, mas tocou com a mão na bola. E braço aberto dentro tocando dentro da área é pênalti. O árbitro nem titubeou e marcou sem precisar da confirmação do vídeo. Carlos Vela cobrou bem, deslocou o goleiro e marcou o primeiro do México.

Agora, a Coreia do Sul teria que sair para o ataque em busca do empate. E o México passou a jogar como gosta, com rápidas transições entre a defesa e o ataque. Com o perdão do trocadilho, Vela estava “aceso” no jogo. Mas o primeiro tempo terminou 1 a 0, nesta Copa que felizmente insiste em ter ao menos um gol por jogo.

Aos 21 minutos do segundo tempo, Hirving Lozano puxou o contragolpe com maestria, passou por dois marcadores e tocou para Chicharito na esquerda. E aí ele destilou o seu veneno: dominou, tirou o marcador e chutou de canela. A bola morreu no fundo do gol de Cho Hyun-woo.

Já nos acréscimos, só para estragar o meu palpite no bolão, Son Heung-min fez um lance de craque. Dominou já avançando na meia direita, cortou para a perna esquerda e bateu com curva, tirando qualquer chance do goleiro Ochoa.

Um Golaço, com “G maiúsculo”, próprio de um jogador como Son. Infelizmente o restante do time está bem abaixo do nível dele. Mas vale lembrar que a Coreia do Sul viajou à Rússia desfalcada por oito jogadores que estariam entre os 23. Não é desculpa e o time é ruim mesmo. Mas vale destacar a melhora de toda a equipe em comparação com a derrota para os suecos.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Coreia do Sul 1 x 2 México
Data: 23/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Arena Rostov — Cidade: Rostov-on-Don (Rússia)
Público: 43.472
Árbitro: Milorad Mažić (Sérvia)
Gols: 26′ Carlos Vela (MEX)(pen); 66′ Chicharito Hernández (MEX); 90+3′ Son Heung-min (COR)
Cartões Amarelos: 58′ Kim Yong-gwon (COR); 63′ Lee Yong (COR); 72′ Lee Seung-woo (COR); 80′ Jung Woo-young (COR)
Coreia do Sul (4-2-3-1): 23.Cho Hyun-woo; 2.Lee Yong, 20.Jang Hyun-soo, 19.Kim Yong-gwon e 12.Kim Min-woo (14.Hong Chul ↑84′); 16.Ki Sung-yueng (C) e 8.Ju Se-jong (10.Lee Seung-woo ↑64′); 18.Moon Seon-min (15.Jung Woo-young ↑77′), 11.Hwang Hee-chan e 17.Lee Jae-sung; 7.Son Heung-min. Técnico: Shin Tae-yong
México (4-3-3): 13.Guillermo Ochoa; 21.Edson Álvarez, 3.Carlos Salcedo, 15.Héctor Moreno e 23.Jesús Gallardo; 7.Miguel Layún, 16.Héctor Herrera e 18.Andrés Guardado (C) (4.Rafael Márquez ↑68′); 11.Carlos Vela (10.Giovani dos Santos ↑77′), 14.Javier “Chicharito” Hernández e 22.Hirving Lozano (17.Jesús Manuel Corona ↑71′). Técnico: Juan Carlos Osorio

 

… Alemanha 2 x 1 Suécia


(Imagem: FIFA.com)

E a Alemanha permanece mais viva que nunca na Copa do Mundo de 2018! Em um jogo não recomendado para cardíacos, a Nationalelf conseguiu a vitória de virada, já aos 50 min do segundo tempo.

Joachim Löw resolveu fazer quatro mudanças no time titular em relação à péssima partida contra o México. Mats Hummels estava com problemas físicos e deu lugar a Antonio Rüdiger. Jonas Hector voltou a ser titular depois de se recuperar de uma lesão, no lugar de Marvin Plattenhardt. As demais mudanças foram técnicas: saiu a dupla consagrada Sami Khedira e Mesut Özil, para a entrada de Sebastian Rudy e Marco Reus.

Já nos primeiros instantes, a Alemanha começou a pressionar demais. Mas não foi uma pressão de qualquer jeito. Foram jogadas trabalhadas, articuladas, de movimentação dos meia-atacantes. Coisa de quem sabe o que deve fazer em campo, sem desespero. Mas a defesa sueca estava muito bem postada, como em quase todos os momentos de todos os jogos.

E aos 12′, quando a partida ainda estava empatada sem gols, a Suécia foi claramente prejudicada pela arbitragem. Em uma bola roubada e contra-ataque rápido, Marcus Berg ficou cara a cara com o goleiro Neuer, mas Boateng o alcançou na velocidade e o deslocou com a mão no ombro, além de uma pequena alavanca com o pé. O time sueco inteiro reclamou, mas tanto o árbitro quando o VAR decidiram que era lance normal. Mas se eles assistirem novamente o lance, vão ficar com vergonha dessa decisão. Para que serve o VAR, se não para a revisão desses lances subjetivos?!

Mas a Suécia não se intimidou e abriu o placar aos 32′. O detalhe é que dos 25 aos 31, a Alemanha estava com um jogador a menos, devido a um choque casual entre a chuteira de Toivonen e o nariz de Rudy. O jogador alemão foi atendido, mas com suspeita de fratura no nariz e sangramento contínuo, teve que deixar o campo. Mas enquanto Rudy era atendido, a Suécia pressionava. E no minuto seguinte da entrada de Gündoğan, Toni Kroos errou um passe (ele também erra passe!). Berg recuperou a bola, passou para Claesson, que lançou no alto para Ola Toivonen dentro da área. O camisa 20 dominou bonito e tocou por cobertura sobre Manuel Neuer. A bola ainda desviou em Boateng e tomou o caminho do gol.

Depois, a Suécia passou a fechar a “casinha” ainda mais. E a Alemanha pressionava. No intervalo, Joachim Löw trocou o nulo Julian Draxler por Mario Gomez, homem de área. Aliás… é burra essa insistência em Draxler. Ele não resolvia no Schalke 04, no Wolfsburg e não resolve no PSG. Jogador superestimado. Leroy Sané está fazendo muita falta nessa Alemanha.

E logo aos 3′ do segundo tempo, Timo Werner (que passou a jogar na ponta esquerda) chutou cruzado, Mario Gomez tentou alcançar a bola sem conseguir e Marco Reus finalizou do jeito que deu, um misto de joelho com canela. Pouco importa. Importante foi o gol de empate.

E dá-lhe blitz para cima dos suecos. A pressão passou a ser mais intensa ainda. E a Suécia foi cansando. Mesmo depois que Boateng foi expulso por receber justamente o segundo cartão amarelo, a Suécia não conseguia contra-atacar, tampouco atacar.

Em um cruzamento de Kroos da esquerda, Mario Gomez cabeceou com perigo, mas o goleiro Olsen fez uma excelente defesa, embora a bola tenha vindo em cima dele.

Com pouco a fazer, Löw tirou o lateral Hector e colocou o meia-atacante Julian Brandt. Em um de seus primeiros lances, ele recebeu fora da área, cortou para a perna esquerda e bateu bem. A bola explodiu na trave. Na volta, Timo Werner estava impedido, mas nem assim acertou o gol.

A Alemanha ainda lutava, não se contentando com o empate. E aos 49′ do segundo tempo, Durmaz fez uma falta muito idiota no lado direito de sua área. Uma bola que normalmente seria cruzada. Mas qual equipe no mundo possui um talento como Toni Kroos, que coloca a bola onde quer?! E foi isso que o jogador do Real Madrid fez. Em uma jogada de dois lances com Marco Reus, Kroos bateu bonito, com curva, no ângulo esquerdo do goleiro Olsen. Um gol e uma partida para ficar para a história.

Agora, a Alemanha praticamente depende de si mesma para se classificar. Se vencer a Coreia do Sul, preferencialmente por um bom placar, dificilmente não se classifica.

Vamos nos preparar, meus amigos… estou sentindo cheiro de Brasil x Alemanha nas oitavas de final!

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Alemanha 2 x 1 Suécia
Data: 23/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium) — Cidade: Sóchi (Rússia)
Público: 44.287
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
Gols: 32′ Ola Toivonen (SUE); 48′ Marco Reus (ALE); 90+5′ Toni Kroos (ALE)
Cartões Amarelos: 52′ Albin Ekdal (SUE); 71′ Jérôme Boateng (ALE); 90+7′ Sebastian Larsson (SUE)
Cartão Vermelho: 82′ Jérôme Boateng (ALE)
Alemanha (4-2-3-1): 1.Manuel Neuer (C); 18.Joshua Kimmich, 16.Antonio Rüdiger, 17.Jérôme Boateng e 3.Jonas Hector (20.Julian Brandt ↑87′); 19.Sebastian Rudy (21.İlkay Gündoğan ↑31′) e 8.Toni Kroos; 13.Thomas Müller, 7.Julian Draxler (23.Mario Gómez ↑INTERVALO) e 11.Marco Reus; 9.Timo Werner. Técnico: Joachim Löw
Suécia (4-4-2): 1.Robin Olsen; 2.Mikael Lustig, 3.Victor Lindelöf, 4.Andreas Granqvist (C) e 6.Ludwig Augustinsson; 7.Sebastian Larsson, 8.Albin Ekdal, 17.Viktor Claesson (21.Jimmy Durmaz ↑74′) e 10.Emil Forsberg; 20.Ola Toivonen (11.John Guidetti ↑78′) e 9.Marcus Berg (22.Isaak Kiese Thelin ↑90′). Técnico: Janne Andersson

… 17/06/2018 – O melhor do quarto dia da Copa

Três pontos sobre…
… 17/06/2018 – O melhor do quarto dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Brasil e Alemanha decepcionam. Sérvia consegue sua primeira vitória.
Veja abaixo como foi o primeiro domingo da Copa do Mundo de 2018.

… Costa Rica 0 x 1 Sérvia


(Imagem: FIFA.com)

Foi uma partida sem muito brilho. Para falar a verdade, cumpriu as expectativas. E a Sérvia venceu uma estreia pela primeira vez com esse nome, após a separação das repúblicas da Iugoslávia. E a Costa Rica deixou claro que o espírito vencedor de 2014 não existe mais.

No primeiro tempo, embora os sérvios tenham ficado mais com a bola (62%) ninguém se arriscou. Foi morno.

Aos seis minutos da etapa final, Mitrović tabelou com Milinković-Savić, ficou na cara do gol e finalizou para excepcional defesa de Keylor Navas.

O goleiro do Real Madrid fechou o gol enquanto conseguiu, mas foi vazado aos 11′. O experiente Aleksandar Kolarov se valeu de sua especialidade: as cobranças de falta. Ele bateu no ângulo, sem chances para o arqueiro costarriquenho.

Depois, o técnico Ramírez até tentou deixar seu time mais ofensivo, lançando a campo os habilidosos Bolaños e Campbell, além do centroavante Colindres. Em vão. Embora equilibrasse e até passasse a ter mais posse de bola (53%), não conseguiu criar chances claras e muito menos empatar a partida.

Pelo que mostraram nesse confronto, nem Sérvia e nem Costa Rica serão páreos para Brasil e Suíça.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Costa Rica 0 x 1 Sérvia
Data: 17/06/2018 — Horário: 16h00 locais
Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara) — Cidade: Samara (Rússia)
Público: 41.432
Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)
Gol: 56′ Aleksandar Kolarov (SER)
Cartões Amarelos: 22′ Francisco Calvo (COS); 56′ David Guzmán (COS); 59′ Branislav Ivanović (SER); 90+8′ Aleksandar Prijović (SER)
Costa Rica (4-5-1): 1.Keylor Navas; 16.Cristian Gamboa, 2. Johnny Acosta, 3. Giancarlo González, 6. Óscar Duarte e 15.Francisco Calvo; 20.David Guzmán (9.Daniel Colindres ↑73′), 5. Celso Borges, 10.Bryan Ruiz (C) e 11.Johan Venegas (7.Christian Bolaños ↑60′); 21.Marco Ureña (12.Joel Campbell ↑66′). Técnico: Óscar Ramírez
Sérvia (4-2-3-1): 1.Vladimir Stojković; 6.Branislav Ivanović, 15.Nikola Milenković, 3.Duško Tošić e 11.Aleksandar Kolarov (C); 4.Luka Milivojević e 21.Nemanja Matić; 10.Dušan Tadić (2.Antonio Rukavina ↑83′), 20.Sergej Milinković-Savić e 22.Adem Ljajić (17.Filip Kostić ↑70′); 9.Aleksandar Mitrović (8.Aleksandar Prijović ↑90′). Técnico: Mladen Krstajić

 

… Alemanha 0 x 1 México


(Imagem: FIFA.com)

Quando a seleção campeã do mundo entra em campo, é sempre a favorita contra qualquer adversário. Segundo a imprensa europeia, a equipe alemã atual é ainda melhor que a de 2014 e tem tudo para conquistar a Copa de 2018. Só esqueceram de combinar com o México.

Apesar da posse de bola alemã, desde o início os mexicanos passaram a arriscar de fora da área e tiveram vários contra-ataques. Em um deles, aos 35′, Chicharito segurou a bola e passou para Hirving Lozano, que cortou para o meio tirando a marcação e chutou com força, sem chances para Manuel Neuer. Segundo o instituto geológico do México, a comemoração do gol causou um pequeno terremoto na capital do país.

A torcida mexicana no estádio Luzhniki foi um espetáculo à parte, fundamental para catapultar seu país à vitória. Quando o placar ainda estava zerado, já gritavam “olé” a cada troca de passes.

A Alemanha pressionava, o México marcava bem, contra-atacava e perdia chances claras de ampliar (principalmente com Chicharito). Foi esse o roteiro do restante do jogo. O México esteve mais próximo de marcar o segundo gol do que a Alemanha de igualar o placar.

Quanto mais Joachim Löw colocava atacantes em campo, mais Juan Carlos Osorio lançava mão de volantes marcadores, para suportar a pressão. A Alemanha desesperada e desorganizada lutando pelo empate lembrou muito a seleção de antigamente, que vencia mas não convencia.

Discutivelmente, é a maior vitória do México em Copas do Mundo. A primeira em partidas oficiais sobre a Alemanha, que encaminha a classificação para as oitavas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Alemanha 0 x 1 México
Data: 17/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Olímpico Luzhniki — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 78.011
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
Gol: 35′ Hirving Lozano (MEX)
Cartões Amarelos: 40′ Héctor Moreno (MEX); 83′ Thomas Müller (ALE); 84′ Mats Hummels (ALE); 90′ Héctor Herrera (MEX)
Alemanha (4-2-3-1): 1.Manuel Neuer (C); 18.Joshua Kimmich, 17.Jérôme Boateng, 5.Mats Hummels e 2.Marvin Plattenhardt (23.Mario Gómez ↑79′); 6.Sami Khedira (11.Marco Reus ↑60′) e 8.Toni Kroos; 13.Thomas Müller, 10.Mesut Özil e 7.Julian Draxler; 9.Timo Werner (20.Julian Brandt ↑86′). Técnico: Joachim Löw
México (4-2-3-1): 13.Guillermo Ochoa; 3.Carlos Salcedo, 2.Hugo Ayala, 15.Héctor Moreno e 23.Jesús Gallardo; 16.Héctor Herrera e 18.Andrés Guardado (C) (4.Rafael Márquez ↑74′); 7.Miguel Layún, 11.Carlos Vela (21.Edson Álvarez ↑58′) e 22.Hirving Lozano (9.Raúl Jiménez ↑66′); 14.Javier “Chicharito” Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio

 

… Brasil 1 x 1 Suíça


(Imagem: FIFA.com)

Falamos especialmente sobre essa partida neste outro texto.

… Lucien Laurent: autor do primeiro gol em Copas do Mundo

Três pontos sobre…
… Lucien Laurent: autor do primeiro gol em Copas do Mundo


(Imagem: O Gol)

● Eram jogados 19 minutos do primeiro tempo, quando o goleiro Aléxis Thépot jogou a bola para o meio campo. Após troca de passes, o ponta esquerda Marcel Langiller cruza para a marca do pênalti. O zagueiro Manuel Rosas fura a jogada e a bola sobra para Lucien Laurent que domina na direita da grande área. A 16 metros do gol, ele chuta forte e à meia altura, no canto direito em diagonal, sem chances para o goleiro Oscar Bonfiglio. Estava aberto o placar das Copas do Mundo.

Eram exatamente 15h19 do dia 13/07/1930, no acanhado Estádio Pocitos (antiga casa do Peñarol), em Montevidéu, onde 4.444 expectadores assistiram o feito. No fim, a França venceu o México por 4 x 1. Com esse seu gol inaugural das Copas, Laurent ficou conhecido como “Le 1er” (“o primeiro”). Essa foi a segunda partida de Laurent pela seleção francesa.

Ele se lesionou no segundo jogo contra a a Argentina (recebeu uma forte pancada de Luis Monti logo aos 2 minutos) e teve que sair de campo. Devido a essa lesão, também não atuou contra o Chile. A França perdeu esses dois jogos por 1 a 0 e foi eliminada ainda na primeira fase do torneio.

● Os primeiros jogos da Copa do Mundo de 1930 ocorreram antes mesmo da abertura do campeonato. França x México e Estados Unidos x Bélgica se enfrentavam ao mesmo tempo no dia 13, enquanto a abertura estava marcada para o dia 15, por atrasos na conclusão da obra do Estádio Centenário. Embora a FIFA (e todo o mundo, inclusive nós) considere seu gol como o pioneiro em Copas, documentos indicam o lance com o terceiro. Quando Laurent abriu o placar contra o México, os Estados Unidos já venciam a Bélgica por 2 a 0 no exato momento. Mas oficialmente, os EUA fizeram o primeiro gol aos 22 minutos de jogo. Essa confusão fez com que o feito de Laurent fosse ignorado pela FIFA por quarenta anos, mas a importância desse gol voltou à tona em 1970. A entidade reconheceu corretamente o gol como o primeiro da história das Copas, destronando o americano Bert McGhee (que abriu o placar na vitória por 3 x 0 contra os belgas em partida no Estádio Parque Central). Nem mesmo o próprio Laurent compreendia a importância de seu gol. Em uma época em que o futebol era completamente amador em todo o mundo (raras exceções), foi cumprimentado pelos companheiros timidamente e voltaram a a jogar normalmente.

VEJA MAIS:
… 13/07/1930 – França 4 x 1 México – Primeiro jogo em uma Copa do Mundo

● Lucien Laurent nasceu em Saint-Maur-des-Fossés, Val-de-Marne, perto de Paris, em 10/12/1907. Em tempos de amadorismo, Laurent trabalhava em uma gráfica quando estreou pelo Cercle Athlétique de Paris, ainda menino, em 1921. Depois, foi morar na cidade de Sochaux para trabalhar na Peugeot; atuou por dois anos na equipe do FC Sochaux, que era um time formado por empregados da montadora de automóveis. Treinava de manhã e trabalhava no turno da tarde. Em incríveis 25 anos de carreira, atuou pelos clubes: CA Paris (1921-1930 e 1933-1934), Sochaux (1930-1932 e 1935-1936)), Club Français (1932-1933), FC Mulhouse (1934-1935), Stade Rennais (1936-1937), Strasbourg (1937-1939), Toulouse (1939-1943) e Besançon (1943-1946). Era um meia esquerda baixinho (1,62 m) e discreto em campo. Era mais atuante na construção de jogadas e raramente chegava ao gol adversário. Nunca conquistou um título no futebol.

Fez sua estreia pela seleção francesa em 23/02/1930, em um amistoso com derrota para Portugal, por 2 a 0. Veio ao Uruguai para disputar a primeira Copa do Mundo, em 1930, embarcando no navio Conte Verde, junto de seus companheiros (inclusive seu irmão Jean, que era volante) e, após quatorze dias no mar, desembarcaram em Montevidéu.
Esteve entre os selecionados para a Copa do Mundo de 1934, mas não jogou devido a uma lesão no joelho. A França perdeu por 3 x 2 para a fortíssima Áustria e foi eliminada logo no primeiro jogo.

Jogou pela sua seleção até 1935 e, ao todo, marcou 2 gols em 10 jogos pelos “Les Bleus”. Seu outro gol foi em uma vitória histórica (a primeira na história) da França sobre a Inglaterra por 5 a 2, em amistoso disputado no Estádio Olímpico Yves-du-Manoir, na cidade francesa de Colombes, no dia 14/05/1931.

Parou de jogar para se integrar às forças armadas francesas durante a 2ª Guerra Mundial, onde foi capturado pelos alemães em 1942 e passou três anos como prisioneiro de guerra. Depois, foi encerrar a carreira no time do Besançon, onde se estabeleceu, na região leste da França. Quando se retirou definitivamente dos gramados, aos 39 anos, abriu um bar na cidade e a treinar jovens talentos locais até 1957.

Em 2000, foi homenageado com o Troféu Peugeot dos Campeões. Na final da Copa da França, entre Nantes e Monaco, no estádio do Sochaux, voltou a pisar nos gramados, com direito a pontapé inicial. Lucien Laurent faleceu aos 97 anos de idade, em 11/04/2005, no hospital Jean-Minjoz, em Besançon. Era o último jogador ainda vivo da seleção francesa que disputou a Copa de 1930 e o único que viu seu país se tornar campeão do mundo em 1998.

Um jovem operário da Peugeot que deixou de lado o anonimato para se transformar na primeira lenda do torneio esportivo mais importante do planeta.


(Imagem localizada no Google)