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… 28/06/1994 – Rússia 6 x 1 Camarões

Três pontos sobre…
… 28/06/1994 – Rússia 6 x 1 Camarões


(Imagem: FIFA)

● Como já contamos aqui, com a desfragmentação da União Soviética poucos anos antes, muitos jogadores permaneceram representando a Rússia. Mas o clima era tenso e seis dos melhores atletas promoveram um boicote e abandonaram a seleção por divergências com o polêmico treinador Pavel Sadyrin.

Também com muitas brigas internas, a seleção de Camarões não eram nem sombra dos Leões Indomáveis de 1990. Era o mesmo time-base, mas quatro anos mais velhos e cansados. O ataque era forte, mas a defesa não inspirava a mínima confiança.

O técnico francês Henri Michel surpreendeu ao convocar o veteraníssimo Roger Milla para disputar a Copa do Mundo de 1994. O atacante esteve presente no Mundial de 1982, quando Camarões fez sua estreia no torneio e terminou invicto. Em 1990, Milla já tinha 38 anos, mas foi o líder de uma seleção que surpreendeu ao chegar nas quartas de final.

Nas duas primeiras rodadas, a Rússia havia perdido para o Brasil por 2 x 0 e para a Suécia por 3 x 1.

Por sua vez, Camarões empatou com a Suécia por 2 a 2 no primeiro jogo e perdeu para a Seleção Brasileira por 3 a 0 no segundo.

O goleiro titular de Camarões nas duas primeiras partidas foi Joseph-Antoine Bell. A população camaronesa elegeu Bell como o principal responsável pela má campanha de seu país no Mundial e sua casa chegou a ser incendiada durante o torneio.

Para o último jogo, Henri Michel resolveu trocar o goleiro. Bell era veterano, com quase 40 anos. Todos esperavam que jogasse o antigo titular, o também veterano Thomas N’Kono, de 38 anos. Mas quem jogou foi o mais novo dos três, Jacques Songo’o, de “apenas” 30 anos.

Pavel Sadyrin também trocou seu goleiro. Tirou Dmitri Kharine, seu capitão, para colocar Stanislav Cherchesov – o atual técnico da seleção russa.

Enquanto a Rússia estava praticamente eliminada, Camarões ainda tinha chances de se classificar, em caso de vitória nessa última rodada.


A Rússia jogou no 3-5-2, com os alas Tetradze e Tsymbalar bastante adiantados.


Camarões atuou no sistema 4-4-2.

● A enxurrada de gols começou aos 15 minutos. A defesa camaronesa travou o avanço de Omari Tetradze e a bola sobrou para Oleg Salenko bater entre as pernas do goleiro Songo’o. 1 a 0.

Camarões teve chance de empatar. François Omam-Biyik fez jogada individual pela esquerda e chutou no travessão.

Aos 41′, Ilya Tsymbalar recebeu nas costas da marcação – que pedia impedimento – avançou e rolou para o lado. Salenko, sozinho e sem goleiro, tocou para o gol vazio. O goleiro até tentou pular em seus pés, mas não teve chances. 2 a 0.

Um minuto antes do fim da etapa inicial, Victor N’Dip derrubou Tsymbalar dentro da área. Salenko bateu pênalti fraquinho no canto esquerdo, deslocando Songo’o, que pulou para o lado oposto. 3 a 0.

Em 1994, assim como em 1990, Roger Milla entrou no intervalo de todas as partidas dos Leões Indomáveis. Ele tinha acabado de entrar quando recebeu passe de David Embé dentro da área. Milla ganhou de Dmitri Khlestov no corpo e, mesmo caindo, finalizou cruzado, sem chances para o goleiro Cherchesov. 3 a 1.

Aos 27′, Tetradze arrancou pela direita, entrou dentro da área e cruzou rasteiro para trás. Salenko chegou batendo no alto, fazendo seu quarto gol na partida. 4 a 1.

Os africanos se arrastavam em campo. Os russos aproveitaram a incrível facilidade para consagrar o atacante Oleg Salenko.

Aos 30′, Salenko escapou da marcação, recebeu o passe perfeito de Khlestov em profundidade e só teve o trabalho de dar um toque por cima do goleiro. 5 a 1.

O último gol veio sete minutos depois. Vladimir Beschastnykh puxou jogada pela esquerda, desde seu campo e lançou Salenko. De cabeça, ainda na intermediária, ele serviu Dmitri Radchenko, que invadiu a área e bateu entre as pernas do goleiro. 6 a 1.


(Imagem: Lance!)

● Só depois foi descoberto o motivo da apatia dos africanos. Boa parte do elenco havia caído na farra durante a madrugada que antecedeu ao jogo. Eles achavam que não tinham mais chances de classificação.

Com a goleada, a Rússia mantinha viva a expectativa de terminar a fase de grupos como um dos melhores terceiros colocados – o que acabou não acontecendo. No fim, as duas seleções morreram abraçadas e ambas foram eliminadas na primeira fase.

Mesmo com a goleada sofrida, os camaroneses tiveram o que comemorar. Roger Milla estabeleceu dois recordes nessa partida. Ele se tornou o mais velho a marcar um gol em Copas do Mundo, marca que se mantém até os dias atuais. Mais que isso, ele também se tornou o mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo, com 42 anos e 39 dias. Esse recorde permaneceu até 2014, quando o goleiro colombiano Faryd Mondragón o quebrou, com 43 anos e 3 dias. Essa marca seria quebrada no Mundial seguinte, em 2018, quando o goleiro egípcio Essam El-Hadary foi titular e até defendeu pênalti diante da Arábia Saudita.

Também nessa partida, Oleg Salenko se tornou o primeiro jogador da história das Copas a marcar cinco gols em um mesmo jogo de Copa do Mundo. Somando esses cinco gols ao tento que ele havia anotado diante da Suécia, Salenko acabou como um dos artilheiros do Mundial, ao lado do búlgaro Hristo Stoichkov.

Nada mal para um jogador de uma seleção que acabou eliminada na primeira fase. Foi o ápice da carreira do medíocre Salenko, que nunca mais faria sucesso. Esse foi o último jogo dele pela seleção russa. Esses seis gols na Copa de 1994 foram os únicos dele pela seleção, em oito jogos. Ele teve que encerrar a carreira poucos anos depois devido à sequência de sérias lesões. Mas, enquanto jogou, Salenko jamais repetiu o que fez naquele verão americano. Nunca mais fez nem dois gols em uma mesma partida.


(Imagem: Getty Images)

FICHA TÉCNICA:

 

RÚSSIA 6 x 1 CAMARÕES

 

Data: 28/06/1994

Horário: 13h00 locais

Estádio: Stanford Stadium

Público: 74.914

Cidade: Stanford (Estados Unidos)

Árbitro: Jamal Al Sharif (Síria)

 

RÚSSIA (3-5-2):

CAMARÕES (4-4-2):

1  Stanislav Cherchesov (G)

22 Jacques Songo’o (G)

5  Yuriy Nikiforov

14 Stephen Tataw (C)

21 Dmitri Khlestov

13 Raymond Kalla

6  Vladislav Ternavsky

5  Victor N’Dip

12 Omari Tetradze

15 Hans Agbo

18 Viktor Onopko (C)

2  André Kana-Biyik

20 Igor Lediakhov

17 Marc-Vivien Foé

10 Valeri Karpin

6  Thomas Libiih

17 Ilya Tsymbalar

10 Louis-Paul M’Fédé

14 Igor Korneev

19 David Embé

9  Oleg Salenko

7  François Omam-Biyik

 

Técnico: Pavel Sadyrin

Técnico: Henri Michel

 

SUPLENTES:

 

 

16 Dmitri Kharine (G)

1  Joseph-Antoine Bell (G)

3  Sergei Gorlukovich

21 Thomas N’Kono (G)

2  Dmitri Kuznetsov

3  Rigobert Song

4  Dmitri Galiamin

4  Samuel Ekemé

8  Dmitri Popov

12 Paul Loga

7  Andrey Pyatnitsky

18 Jean-Pierre Fiala

19 Aleksandr Mostovoi

8  Émile Mbouh

13 Aleksandr Borodyuk

11 Emmanuel Maboang

11 Vladimir Beschastnykh

20 Georges Mouyémé

15 Dmitri Radchenko

16 Alphonse Tchami

22 Sergei Yuran

9  Roger Milla

 

GOLS:

15′ Oleg Salenko (RUS)

41′ Oleg Salenko (RUS)

44′ Oleg Salenko (RUS) (pen)

46′ Roger Milla (CAM)

72′ Oleg Salenko (RUS)

75′ Oleg Salenko (RUS)

81′ Dmitri Radchenko (RUS)

 

CARTÕES AMARELOS:

12′ André Kana-Biyik (CAM)

44′ Jacques Songo’o (CAM)

57′ Valeri Karpin (RUS)

87′ Dmitri Khlestov (RUS)

90′ Yuriy Nikiforov (RUS)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Louis-Paul M’Fédé (CAM) ↓

Roger Milla (CAM) ↑

 

47′ David Embé (CAM) ↓

Alphonse Tchami (CAM) ↑

 

65′ Igor Korneev (RUS) ↓

Dmitri Radchenko (RUS) ↑

 

78′ Igor Lediakhov (RUS) ↓

Vladimir Beschastnykh (RUS) ↑

Melhores momentos da partida:

Jogo completo:

… 20/06/1994 – Brasil 2 x 0 Rússia

Três pontos sobre…
… 20/06/1994 – Brasil 2 x 0 Rússia


(Imagem: Pinterest)

● Nas três primeiras conquistas do Brasil em Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970), o futebol arte se tornou sinônimo da camisa amarelinha. Por isso, poucos botavam fé no futebol pragmático apresentado pelo time do técnico Carlos Alberto Parreira. Mas depois de 24 anos sem o título, o treinador preferiu abdicar de jogar bonito para entrar na história como campeão.

Havia um temor para a Copa de 1994: que o Brasil passasse a mesma vergonha de quatro anos antes. A Seleção teve dificuldades e perdeu uma partida pela primeira vez na história das eliminatórias sul-americanas, para a Bolívia na altitude, por 2 a 0. Os brasileiros acabaram sofrendo mais que o normal e só garantiram a vaga na última rodada, ao vencerem o Uruguai por 2 x 0. Com a lesão de Müller, Parreira teve que engolir o orgulho e convocar de última hora o seu desafeto Romário, que acabou por marcar os dois gols que deram a vaga ao Brasil para o Mundial.

Antes disso, para mostrar a união do grupo, Ricardo Rocha propôs que o time entrasse de mãos dadas em campo a partir do jogo de volta contra a Bolívia, em Recife (vitória por 6 x 0). Esse gesto se tornaria uma das imagens mais marcantes da equipe em todos os jogos do Mundial.


(Imagem: Veja)

● A espinha dorsal ainda era a mesma da Copa anterior. Dez dos convocados para 1994 estiveram presentes em 1990: Taffarel, Jorginho, Ricardo Rocha, Aldair, Branco, Dunga, Mazinho, Müller, Bebeto e Romário. Como novidade, surgia o menino Ronaldo, do Cruzeiro, de apenas 17 anos.

Parreira perdeu um de seus líderes uma semana antes da estreia, no amistoso contra El Salvador: o zagueiro Ricardo Gomes – capitão em 1990 e candidato a ser também em 1994 – sofreu um estiramento na coxa e foi desligado da delegação. Para seu lugar, foi convocado o zagueiro Ronaldão. Antes, no início da preparação, já havia perdido o também zagueiro Mozer, com problemas no fígado.

Durante a semana da estreia, Romário sentiu dores na virilha e não treinou – mas estaria pronto para o jogo. Branco ainda estava se recuperando de dor na lombar e dava lugar a Leonardo na lateral esquerda. Roberto Carlos, do Palmeiras, estava em grande fase e a presença de Branco foi uma das mais contestadas, mas Parreira bancou a presença do experiente jogador do Fluminense.

Sem Ricardo Gomes, Raí foi o capitão no início do Mundial. Ele chegava à competição bastante contestado, mas estava recuperando a confiança aos poucos. Em carta aberta à torcida publicada na véspera da partida, disse que já podia imaginar as jogadas que faria e que tinha certeza que marcaria um gol, talvez de cabeça.


(Imagem: O Curioso do Futebol)

● Havia uma grande expectativa sobre a primeira participação da Rússia em Copas do Mundo após a dissolução da União Soviética. E como essa separação tinha ocorrido recentemente, alguns jogadores remanescentes da URSS escolheram defender a Rússia em 1994. Entre os 22 convocados Yuriy Nikiforov, Vladislav Ternavsky, Viktor Onopko, Ilya Tsymbalar e Sergei Yuran eram nascidos na região pertencente à Ucrânia; Andrey Pyatnitsky era do Uzbequistão; Omari Tetradze era da Geórgia; e Valeri Karpin (tecnicamente o melhor do elenco) era da Estônia.

Liderados por Andriy Kančelskis, seis bons jogadores promoveram um boicote e abandonaram a seleção por divergências com o polêmico treinador Pavel Sadyrin: Ihor Dobrovols’kyi, Igor Shalimov, Igor Kolyvanov, Sergei Kiriakov e Vasiliy Kulkov. Karpin estava entre os dissidentes, mas voltou atrás e permaneceu no grupo.

Para o jogo contra o Brasil, a Rússia não pôde contar com o bom líbero Viktor Onopko, melhor jogador do último Campeonato Russo, que estava suspenso.


O Brasil atuava no 4-4-2, com dois volantes e dois meias. O sistema do técnico Parreira consistia em manter a maior posse de bola possível e dar o bote no momento certo. A figura símbolo desse estilo de jogo era o meia Zinho, apelidado de “enceradeira” por girar com a bola de um lado para outro, sem agressividade.


A Rússia jogou no 3-5-2, com os alas Gorlukovich e Tsymbalar bastante adiantados.

● Mais de 81 mil pessoas encheram o Stanford Stadium, em Palo Alto, em plena segunda feira. A temperatura de 36º centígrados era aliada brasileira, já que Parreira sempre treinava a seleção nos horários dos jogos, para os atletas já irem se habituando.

Trocando passes em sua própria intermediária, o Brasil só conseguiu avançar para o campo adversário aos quatro minutos. E foi se soltando aos poucos.

Na saída de jogo, Mauro Silva recuava e se posicionava entre os zagueiros, permitindo que Jorginho e Leonardo avançassem. Dunga geralmente era o responsável pelos passes de transição, sempre priorizando os laterais. Zinho segurava a bola e dava suporte ao apoio de Leonardo. Raí ficava mais centralizado, enquanto Bebeto flutuava pela direita e pelo centro. Romário ficava mais próximo da área, sempre à espreita.

A primeira chance foi aos nove minutos, quando Dunga cortou de carrinho no meio campo e Bebeto lançou Romário. Em velocidade, o baixinho dominou na direita da grande área, tirou Nikiforov do lance e cruzou para trás, mas não tinha ninguém chegando para finalizar.

No minuto seguinte, Dunga lançou Jorginho na ponta direita. O lateral dominou, passou a bola entre as pernas de Tsymbalar, mas Nikiforov chegou pra dividir fazendo cobertura. Dunga pegou o rebote e cruzou na segunda trave. Bebeto tentou seu tradicional voleio, mas a bola passou por cima do gol.

Márcio Santos avançou pela lateral esquerda e tocou para Dunga no meio. O volante brasileiro se enrolou com a bola e ela sobrou para Radchenko tabelar com Yuran, mas Márcio Santos chegou a tempo de travar o chute. Na sequência, Tsymbalar chutou forte, mas Taffarel defendeu com tranquilidade.

No minuto 14, Raí e Romário tabelavam e a zaga russa tirou. A bola foi em direção a Ricardo Rocha, que foi enganado pelo quique da bola, se desequilibrou e teve que puxar Yuran pela camisa. Seria uma ocasião clara e manifesta de gol, que caberia o cartão vermelho. Mas Ricardo Rocha simulou ter sofrido uma lesão e escapou de ser expulso pelo árbitro Lim Kee Chong, das Ilhas Maurício.

Aos 20, o juiz compensou ao não marcar um empurrão sobre Leonardo dentro da área russa.


(Imagem: Gazeta Press)

Aos 26′, houve uma série de tiros de canto a favor da Seleção Brasileira. No último desses escanteios, Bebeto cobrou da esquerda, a bola passou por Márcio Santos e Romário se antecipou à marcação e tocou de bico, rasteiro, para o fundo das redes.

Pouco depois, Romário sofreu pênalti claro ao ser agarrado por Ternavsky (um carrapato na marcação individual sobre o Baixinho), mas o juiz ignorou.

Ainda antes do intervalo, Bebeto bateu uma falta perigosa, que passou raspando a trave.

No segundo tempo, a Rússia adiantou a marcação, tentou partir para cima e ficou mais aberta. Em compensação, se cansava mais. E o Brasil passou a ter os contragolpes a seu favor.

Aos seis minutos da etapa complementar, Zinho trocou passes com Mauro Silva e Dunga e lançou Romário. O astro do Barcelona recebeu de costas, girou sobre a marcação de Ternavsky, tocou a bola entre as pernas de Nikiforov e, ao entrar na área, foi atingido por um carrinho de Ternavsky. A penalidade dessa vez não foi ignorada.

Com a camisa 10 e a faixa de capitão, Raí era o cobrador oficial e bateu com categoria, no canto esquerdo do goleiro Dmitri Kharine, que pulou no lado contrário. Foi seu único gol na Copa antes de perder a vaga no time titular. Raí fez uma partida apagada, mas foi eleito pela FIFA o melhor em campo.

Esse gol deu a tranquilidade necessária para que a Seleção controlasse as ações. Marcando praticamente em duas linhas de quatro, o escrete canarinho deu a bola aos russos, que não conseguiram criar jogadas.

A Seleção diminuiu o ritmo, mas teve chance de ampliar. Dunga tabelou com Raí e cruzou da linha de fundo. Bebeto finalizou da entrada da área, mas Kharine espalmou por cima.

Depois, começaram os problemas físicos. Jorginho sofreu uma entrada forte de Khlestov e precisou sair no carrinho maca, mas, felizmente, conseguiu voltar a campo.

Ricardo Rocha não teve a mesma sorte. Ele sentiu uma contratura no músculo adutor da coxa esquerda e foi substituído por Aldair, aos 25′. Um dos líderes do elenco, Ricardo não voltaria mais a jogar no Mundial.

A cinco minutos do fim, Dunga levou a pior em uma dividida e Mazinho o substituiu.


(Imagem: Action Images)

● Ao fim da partida, o chato técnico russo Pavel Sadyrin se rendeu a Romário: “imarcável”.

A Rússia foi eliminada na primeira fase. Depois da derrota para o Brasil (2 x 0), perdeu também para a Suécia de Martin Dahlin, por 3 x 1. Na última partida do Grupo B, venceu Camarões por 6 x 1, na maior goleada do Mundial. Essa partida marcou dois recordes: o atacante Oleg Salenko anotou uma “manita”, sendo o único jogador a fazer cinco gols em uma única partida em toda a história das Copas. O gol de honra camaronês foi marcado pelo veterano Roger Milla, que se tornou o jogador mais velho a marcar um gol na história dos Mundiais.

Na sequência da fase de grupos, o Brasil venceu Camarões por 3 x 0. Já classificado para as oitavas de final, empatou em 1 x 1 com a Suécia. Nas oitavas de final, enfrentou o anfitrião Estados Unidos justamente no dia da independência americana. Com um homem a menos (Leonardo foi expulso), foi um jogo duríssimo, mas a Seleção venceu com um gol de Bebeto. Nas quartas de final, o melhor jogo da Copa: vitória sobre a Holanda por 3 a 2. Nas semifinais, novo encontro com os suecos, que agora foram batidos por 1 a 0, com um gol de Romário. Enfim, depois de 24 anos, o Brasil estava em uma final de Copa do Mundo. Na decisão, enfrentou a Itália, suportou bem os 120 minutos no calor infernal e venceu nos pênaltis por 3 a 2, após um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação. É tetra! É tetra!


(Imagem: CBF)

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 2 x 0 RÚSSIA

 

Data: 20/06/1994

Horário: 13h00 locais

Estádio: Stanford Stadium

Público: 81.061

Cidade: Stanford (Estados Unidos)

Árbitro: Lim Kee Chong (Ilhas Maurício)

 

BRASIL (4-4-2):

RÚSSIA (3-5-2):

1  Taffarel (G)

16 Dmitri Kharine (G)(C)

2  Jorginho

5  Yuriy Nikiforov

3  Ricardo Rocha

21 Dmitri Khlestov

15 Márcio Santos

6  Vladislav Ternavsky

16 Leonardo

3  Sergei Gorlukovich

5  Mauro Silva

2  Dmitri Kuznetsov

8  Dunga

7  Andrey Pyatnitsky

10 Raí (C)

10 Valeri Karpin

9  Zinho

17 Ilya Tsymbalar

7  Bebeto

15 Dmitri Radchenko

11 Romário

22 Sergei Yuran

 

Técnico: Carlos Alberto Parreira

Técnico: Pavel Sadyrin

 

SUPLENTES:

 

 

12 Zetti (G)

1  Stanislav Cherchesov (G)

22 Gilmar Rinaldi (G)

12 Omari Tetradze

14 Cafu

18 Viktor Onopko

13 Aldair

4  Dmitri Galiamin

4  Ronaldão

8  Dmitri Popov

6  Branco

14 Igor Korneev

17 Mazinho

19 Aleksandr Mostovoi

18 Paulo Sérgio

20 Igor Lediakhov

19 Müller

13 Aleksandr Borodyuk

21 Viola

11 Vladimir Beschastnykh

20 Ronaldo

9  Oleg Salenko

 

GOLS:

26′ Romário (BRA)

52′ Raí (BRA) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

61′ Yuriy Nikiforov (RUS)

65′ Dmitri Khlestov (RUS)

78′ Dmitri Kuznetsov (RUS)

 

SUBSTITUIÇÕES:

55′ Sergei Yuran (RUS) ↓

Oleg Salenko (RUS) ↑

 

75′ Ricardo Rocha (BRA) ↓

Aldair (BRA) ↑

 

77′ Dmitri Radchenko (RUS) ↓

Aleksandr Borodyuk (RUS) ↑

 

85′ Dunga (BRA) ↓

Mazinho (BRA) ↑

Melhores momentos da partida:

… 07/07/2018 – Rússia 2 x 2 Croácia

Três pontos sobre…
… 07/07/2018 – Rússia 2 x 2 Croácia


(Imagem: FIFA.com)

● A Rússia lutou bravamente. Contra limitações técnicas, contra os críticos, contra a desconfiança geral, contra a pressão do governo e da federação, contra os adversários em campo. Lutou contra tudo e contra todos. E foi além de seu limite.

Muitos diziam que seu limite seria ainda na fase de grupos, como foi na Copa das Confederações no ano passado. Mas, após passar pela primeira fase pela primeira vez após a dissolução da União Soviética, raros acreditavam que a dona da casa conseguira superar a badalada Espanha. Com uma aula tática do técnico Stanislav Cherchesov, parou o ímpeto da Fúria e venceu nos pênaltis, com uma jornada inspirada do goleiro e capitão Igor Akinfeev.

A torcida já estava em êxtase. Mas os sonhos não têm limites. E a Rússia sonhou acordada, quando abriu o placar. Depois, veio o pesadelo com a virada na prorrogação. Mas, ainda antes de acordar, o brasileiro Mário Fernandes empatou a partida.

Veio novamente a decisão por pênaltis, a tênue linha que divide os heróis dos vilões. O próprio Mário Fernandes que possibilitou aos russos sonharem, foi o mesmo que errou um dos pênaltis que trouxe o choque de realidade com a eliminação.

A Rússia está fora da Copa que organiza. Mas caiu de pé, com muito orgulho.


As duas equipes atuaram no sistema tático 4-2-3-1.

● Nem parecia aquela Rússia toda fechada contra a Espanha. O técnico Stanislav Cherchesov abandonou o sistema com cinco defensores e voltou ao tradicional 4-2-3-1. No início, houve até uma marcação sob pressão na saída de bola croata, que deu certo por vários momentos, obrigando o adversário a fazer a ligação direta.

E começou assustando no ataque logo no início do jogo. Golovin cruzou da linha de fundo, Vrsaljko cortou mal, mas Dzyuba chutou em cima de Lovren.

Aos cinco minutos, Rebić chutou cruzado da linha de fundo e Akinfeev espalmou para fora. Após escanteio, Lovren ajeitou de cabeça e Rebić cabeceou por cima.

Vrsaljko cruzou rasteiro e Mandžukić finalizou muito mal. Pouco depois, Vrsaljko centrou a bola da direita e Perišić desviou para fora.

E aquela pressão inicial russa foi deixando de existir. Aos poucos, o time foi recuando todo para atrás da linha da bola para apostar no contra-ataque. Deu certo.

Aos 30 minutos, Cheryshev avançou pelo meio, tabelou com Dzyuba e chutou da entrada da área. A bola foi morrer no ângulo do goleiro Subašić, que só olhou e rezou. Esse foi o quarto gol de Denis Cheryshev nessa Copa do Mundo.

Oito minutos depois, com liberdade, Mandžukić invadiu e cruzou da esquerda para a pequena área. Kramarić apareceu para desviar de cabeça e igualar o placar.

Aos seis minutos do segundo tempo, após lançamento da direita, Kramarić tentou uma bicicleta, mas o goleiro Akinfeev foi firme na defesa.

Aos 15′, Strinić cruzou da esquerda, Kramarić emendou de volta da segunda trave e Akinfeev se chocou contra um companheiro russo. Na sobra, Perišić dominou, limpou a marcação e cruzou cruzado. A bola tocou na trave esquerda e correu rente à linha de gol. Mas a bola não chegou a entrar.

No 26º minuto, Mário Fernandes cruzou da direita e Yerokhin cabeceou por cima.

No fim do jogo, o goleiro croata Danijel Subašić sente uma lesão na coxa direita e precisou de atendimento médico. Como a Croácia já havia feito as três substituições, era necessário que o jogo fosse para a prorrogação para substituir o goleiro. Mas Subašić não só continuaria até o fim do tempo extra, mas também voltaria a ser herói na disputa por pênaltis.

No último lance do tempo normal, ele ainda foi testado por Fyodor Smolov, que encheu o pé, sem ângulo, mas Subašić fez a defesa.


(Imagem: FIFA.com)

Na prorrogação, o jogo ficou muito truncado. As equipes estavam muito cansadas e criaram muito pouco. Só mesmo a bola parada para resolver. E ela seria a solução para os dois lados.

Aos 11 minutos, Luka Modrić cobrou escanteio e Vida cabeceou. A bola passou por três jogadores e entrou no cantinho esquerdo de Akinfeev. Era a virada croata.

No meio do segundo tempo extra, Dzagoev cobrou escanteio para a área e Subašić saiu de soco. Kuzyayev pegou o rebote e chutou de primeira e o goleiro croata agarrou com segurança.

Smolov invadiu a área pelo lado esquerdo, cortou a marcação e cruzou alto, mas Subašić voou para cortar e afastar o perigo.

Aos 10′ do segunto tempo da prorrogação, Dzagoev cobrou falta do bico direito da área. A bola foi na cabeça do brasileiro naturalizado Mário Fernandes, que subiu no meio da zaga e cabeceou no canto direito do goleiro croata. Tudo igual em Sóchi.

No último lance dos 120 minutos, Zobnin chutou rasteiro da intermediária e Subašić defendeu.


(Imagem: FIFA.com)

● E a partida, empatada nos 90 minutos e na prorrogação, foi decidida nos tiros livres da marca do pênalti. E começou com um erro. Fyodor Smolov, que antes da Copa era a maior esperança russa de fazer uma boa competição, praticamente recuou sua cobrança para a defesa de Subašić. Brozović marcou o primeiro para a Croácia e Dzagoev igualou. Kovačić bateu no canto direito e Akinfeev defendeu. Mário Fernandes pegou mal e bateu para fora. Depois, todos acertaram: Modrić, Ignashevich, Vida e Kuzyayev. Assim como nas oitavas de final, coube a Ivan Rakitić converter o último penal que garantiu sua seleção na próxima fase.

Vinte anos depois, a Croácia volta a disputar as semifinais da Copa do Mundo. Agora, vai enfrentar a Inglaterra, que venceu a Suécia por 2 a 0. Pelo peso da camisa e por já ter conquistado um título, o English Team é favorito. Mas a Croácia provou que é uma equipe completa, talentosa em todas suas posições. Se chegar à decisão, não será uma zebra.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

RÚSSIA 2 x 2 CROÁCIA

 

Data: 07/07/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium)

Público: 44.287

Cidade: Sóchi (Rússia)

Árbitro: Sandro Meira Ricci (Brasil)

 

RÚSSIA (4-2-3-1):

CROÁCIA
(4-2-3-1):

1  Igor Akinfeev (G)(C)

23 Danijel Subašić (G)

2  Mário Fernandes

2  Šime Vrsaljko

3  Ilya Kutepov

6  Dejan Lovren

4  Sergei Ignashevich

21 Domagoj Vida

13 Fyodor Kudryashov

3  Ivan Strinić

11 Roman Zobnin

7  Ivan Rakitić

7  Daler Kuzyayev

10
Luka Modrić (C)

19 Aleksandr Samedov

18
Ante Rebić

17 Aleksandr Golovin

9 Andrej Kramarić

6  Denis Cheryshev

4  Ivan Perišić

22 Artem Dzyuba

17
Mario Mandžukić

 

Técnico: Stanislav Cherchesov

Técnico:
Zlatko Dalić

 

SUPLENTES:

 

 

12 Andrey Lunyov (G)

12 Lovre Kalinić (G)

20 Vladimir Gabulov (G)

1  Dominik Livaković (G)

5  Andrei Semyonov

13 Tin Jedvaj

14 Vladimir Granat

5  Vedran Ćorluka

23 Igor Smolnikov

15 Duje Ćaleta-Car

18 Yuri Zhirkov

22 Josip Pivarić

8  Yury Gazinsky

14
Filip Bradarić

21 Aleksandr Yerokhin

19
Milan Badelj

15 Aleksei Miranchuk

11
Marcelo Brozović

16 Anton Miranchuk

8 Mateo Kovačić

9  Alan Dzagoev

20 Marko Pjaca

10 Fyodor Smolov

16 Nikola Kalinić (dispensado
da delegação)

 

GOLS:

31′ Denis Cheryshev (RUS)

39′ Andrej Kramarić (CRO)

101′ Domagoj Vida (CRO)

115′ Mário Fernandes (RUS)

 

CARTÕES AMARELOS:

35′ Dejan Lovren (CRO)

38′ Ivan Strinić (CRO)

101′ Domagoj Vida (CRO)

109′ Yury Gazinsky (RUS)

114′ Josip Pivarić (CRO)

 

SUBSTITUIÇÕES:

54′ Aleksandr Samedov (RUS) ↓

Aleksandr Yerokhin (RUS) ↑

 

63′ Ivan Perišić (CRO) ↓

Marcelo Brozović (CRO) ↑

 

67′ Denis Cheryshev (RUS) ↓

Fyodor Smolov (RUS) ↑

 

74′ Ivan Strinić (CRO) ↓

Josip Pivarić (CRO) ↑

 

79′ Artem Dzyuba (RUS) ↓

Yury Gazinsky (RUS) ↑

 

88′ Andrej Kramarić (CRO) ↓

Mateo Kovačić (CRO) ↑

 

97′ Šime Vrsaljko (CRO) ↓

Vedran Ćorluka (CRO) ↑

 

102′ Aleksandr Golovin (RUS) ↓

Alan Dzagoev (RUS) ↑

 

DECISÃO POR PÊNALTIS:

RÚSSIA 3

CROÁCIA 4

Fyodor Smolov (perdeu, fraca à meia altura no canto esquerdo, defendido por Subašić)

Marcelo Brozović (gol, no ângulo direito)

Alan Dzagoev (gol, no canto direito, deslocando o goleiro)

Mateo Kovačić (perdeu, no canto direito, defendido por Akinfeev)

Mário Fernandes (perdeu, para fora, no canto esquerdo)

Luka Modrić (gol, à esquerda defendido por Akinfeev, a bola bateu nas duas traves antes de entrar)

Sergei Ignashevich (gol, no canto esquerdo, deslocando Subašić)

Domagoj Vida (gol, no ângulo esquerdo, deslocando o goleiro)

Daler Kuzyayev (gol, no canto esquerdo, deslocando o goleiro)

Ivan Rakitić (gol, no canto esquerdo, deslocando Akinfeev)

Melhores momentos da partida:

… 01/07/2018 – Espanha 1 x 1 Rússia

Três pontos sobre…
… 01/07/2018 – Espanha 1 x 1 Rússia


(Imagem: FIFA.com)

● Os dois técnicos já começaram surpreendendo nas escalações. Na Espanha, Fernando Hierro optou por Koke ao invés de Thiago no meio. Na lateral direita, preferiu Nacho ao invés de Dani Carvajal, que ainda não está em condições físicas ideais. E deixou o ídolo Andrés Iniesta no banco, dando vaga a Marco Asensio no time titular.

Na Rússia, Stanislav Cherchesov escalou pela primeira vez na Copa uma equipe com três zagueiros: Kutepov, Ignashevich e Kudryashov. Com isso, ele esperava liberar mais os laterais (agora alas) que são bons no apoio: Mário Fernandes, pela direita, e Yuri Zhirkov, pela esquerda. No meio, trocou Gazinsky por Kuzyayev. E tirou do time titular Denis Cheryshev , o artilheiro da Rússia no Mundial com três gols. Com isso, Cherchesov esperava fechar os lados e rechear o meio, dificultando a criação do time espanhol.


A Espanha atuou no já tradicional 4-2-3-1.


Pela primeira vez na Copa a Rússia foi escalada com três zagueiros, em uma espécie de 5-2-2-1.

● O primeiro tempo foi chato, como quase todos os jogos da Espanha nessa Copa. É um time que toca (toca… toca… toca…) muito a bola, mas sem ser incisivo. Asensio, David Silva e Diego Costa ficaram “encaixotados” na marcação russa. Isco se movimentava bem e aparecia em todo o campo para trocar passes.

E o placar foi aberto aos 11 minutos com uma boa dose de sorte. Asensio cobrou falta fechada. Enquanto Ignashevich e Sergio Ramos se digladiavam na luta por espaço, ambos esqueceram a bola, que bateu no calcanhar do russo já caído e entrou no gol.

A Rússia não atacava. Parecia respeitar demais a Fúria e confiar em algum lance isolado que lhe rendesse o empate. Quase deu certo quando Golovin arriscou de fora da área e a bola assustou o goleiro De Gea.

Mas daria certo pouco depois. Mário Fernandes recebeu lançamento na ponta direita e descolou o escanteio aos 40′. Samedov cobrou e Dzyuba cabeceou. A bola tocou na mão de Piqué, que estava com o braço esticado e o árbitro assinalou o pênalti. Na cobrança, o próprio Dzyuba cobrou no canto esquerdo enquanto De Gea pulou no direito. Tudo igual no Estádio Luzhniki.

Enquanto vencia, a Espanha ficava com a bola trocando passes do meio para trás. E a Rússia não apertava. Depois do empate, a Fúria adiantou o time e tentou penetrar na barreira russa, mas sem sucesso.

A Espanha não deu um chute a gol no primeiro tempo. O mais próximo do segundo gol foi um cruzamento de Isco que Diego Costa cabeceou muito fraco e Akinfeev segurou facilmente.

Depois, até o fim do tempo normal, a Espanha ficou trocando passes sem conseguir finalizar com perigo. Só criou uma jogada mais aguda aos 40 minutos do segundo tempo. Isco abriu na esquerda com Jordi Alba que cruzou para o meio da área. Iago Aspas ajeitou de peito para Iniesta chutar da entrada da área. Akinfeev foi buscar no cantinho direito. Uma gande defesa. No rebote, Aspas chutou cruzado e a bola passou por todo mundo.

Na prorrogação, a Rússia cansou e passou a se fechar ainda mais, esperando a decisão por pênaltis. Deu certo.

Todos começaram convertendo as cobranças: Iniesta, Smolov, Piqué e Ignashevich. Até Koke bater fraco, ä meia altura, no canto esquerdo e Akinfeev espalmar. Depois, ainda acertaram: Golovin, Sergio Ramos e Cheryshev. Na quinta cobrança, Iago Aspas tinha que acertar e torcer para que o próximo russo perdesse. Mas Aspas cobrou a meia altura e no meio do gol. Akinfeev já havia pulado para seu canto direito, mas esticou o pé e consegui fazer a defesa.


(Imagem: FIFA.com)

● Pela primeira vez desde a dissolução da União Soviética, a Rússia está nas quartas de final. E com possibilidades de continuar fazendo história. Vai enfrentar a Croácia, que também precisou dos pênaltis para passar pela Dinamarca hoje.

Não é desculpa e qualquer que fosse dada não colaria. A Espanha era uma das maiores favoritas à conquista do título. Tem uma geração vencedora, além de jogadores jovens de muita qualidade pedindo passagem. Mas faltou um técnico experiente. Fernando Hierro é um ídolo do futebol espanhol, mas não tem nem competência e nem experiência para ser técnico da seleção espanhola. Talvez a Real Federação Espanhola de Futebol devesse ter conduzido melhor a situação e mantido Julen Lopetegui até o fim da Copa do Mundo, mesmo ele já tendo assinado com o Real Madrid para a próxima temporada.

Mas o passado não volta e a Fúria é mais uma das campeãs do mundo eliminadas precocemente. Além da Itália que nem viajou à Rússia, a Alemanha foi eliminada na fase de grupos e a Argentina nas oitavas de final.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

ESPANHA 1 x 1 RÚSSIA

 

Data: 01/07/2018

Horário: 17h00 locais

Estádio: Olímpico Luzhniki

Público: 78.011

Cidade: Moscou (Rússia)

Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)

 

ESPANHA (4-2-3-1):

RÚSSIA (5-2-2-1):

1  David de Gea (G)

1  Igor Akinfeev (G)(C)

4  Nacho

2  Mário Fernandes

3  Gerard Piqué

3  Ilya Kutepov

15 Sergio Ramos (C)

4  Sergei Ignashevich

18 Jordi Alba

13 Fyodor Kudryashov

5  Sergio Busquets

18 Yuri Zhirkov

8  Koke

11 Roman Zobnin

21 David Silva

7  Daler Kuzyayev

22 Isco

19 Aleksandr Samedov

20 Marco Asensio

17 Aleksandr Golovin

19 Diego Costa

22 Artem Dzyuba

 

Técnico: Fernando Hierro

Técnico: Stanislav Cherchesov

 

SUPLENTES:

 

 

23 Pepe Reina (G)

12 Andrey Lunyov (G)

13 Kepa Arrizabalaga (G)

20 Vladimir Gabulov (G)

2  Dani Carvajal

5  Andrei Semyonov

14 César Azpilicueta

14 Vladimir Granat

12 Álvaro Odriozola

23 Igor Smolnikov

16 Nacho Monreal

8  Yury Gazinsky

10 Thiago

21 Aleksandr Yerokhin

7  Saúl Ñíguez

15 Aleksei Miranchuk

6  Andrés Iniesta

16 Anton
Miranchuk

11 Lucas Vázquez

6  Denis Cheryshev

17 Iago Aspas

9  Alan Dzagoev

9  Rodrigo Moreno

10 Fyodor Smolov

 

GOLS:

12′ Sergei Ignashevich (ESP) (gol contra)

41′ Artem Dzyuba (RUS) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

40′ Gerard Piqué (ESP)

54′ Ilya Kutepov (RUS)

71′ Roman Zobnin (RUS)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Yuri Zhirkov (RUS) ↓

Vladimir Granat (RUS) ↑

 

61′ Aleksandr Samedov (RUS) ↓

Denis Cheryshev (RUS) ↑

 

65′ Artem Dzyuba (RUS) ↓

Fyodor Smolov (RUS) ↑

 

67′ David Silva (ESP) ↓

Andrés Iniesta (ESP) ↑

 

70′ Nacho (ESP) ↓

Dani Carvajal (ESP) ↑

 

80′ Diego Costa (ESP) ↓

Iago Aspas (ESP) ↑

 

97′ Daler Kuzyayev (RUS) ↓

Aleksandr Yerokhin (RUS) ↑

 

104′ Marco Asensio (ESP) ↓

Rodrigo Moreno (ESP) ↑

 

DECISÃO POR PÊNALTIS:

ESPANHA 3

RÚSSIA 4

Andrés Iniesta (gol, no canto direito deslocando o goleiro)

Fyodor Smolov (gol, no canto esquerdo)

Gerard Piqué (gol, no canto esquerdo deslocando o goleiro)

Sergei Ignashevich (gol, no canto direito deslocando o goleiro)

Koke (perdeu, à esquerda defendido por Akinfeev)

Aleksandr Golovin (gol, no canto esquerdo)

Sergio Ramos (gol, no canto esquerdo deslocando o goleiro)

Denis Cheryshev (gol, rasteira no meio do gol, enquanto De Gea caiu para a esquerda)

Iago Aspas (perdeu, a meia altura no meio do gol, defendido com os pés por Akinfeev)

 

Melhores momentos da partida:

… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

O choro iraniano pela eliminação precoce diante do empate com Portugal.
O sufoco espanhol com a correria dos marroquinos.
O show do Uruguai contra a Rússia.
O recorde de jogador mais velho de todas as Copas, quebrado pelo goleiro egípcio Essam El-Hadary (que ainda defendeu pênalti).


… Uruguai 3 x 0 Rússia


(Imagem: FIFA.com)

Desde o apito inicial, o Uruguai se impôs como um campeão mundial deve fazer. Mesmo atuando contra os donos da casa, não passou sufoco em momento algum e se classificou em primeiro lugar do Grupo A, com 100% de aproveitamento.

A esperança da torcida russa por um bom resultado se foi logo aos dez minutos, quando Betancur sofreu uma falta quase na linha da grande área. Luisito Suárez cobrou com muita força, no canto do goleiro. Podemos colocar um pouquinho da culpa em Akinfeev, já que um goleiro não deveria sofrer um gol de falta no canto que ele próprio está cobrindo, do outro lado da barreira. Como atenuantes, a proximidade da bola e a força do chute.

Logo na sequência, Akinfeev fez um lançamento quase de área a área. Dzyuba fez o pivô escorando de cabeça e Cheryshev chutou de direita (o pé ruim) da entrada da área, mas o goleiro Muslera defendeu e Godín chutou o rebote para longe.

O segundo gol foi aos 23′. Diego Laxalt pegou a sobra de um escanteio e chutou de esquerda. No meio do caminho a bola desviou em Cheryshev e tirou qualquer chance do goleiro Akinfeev.

Cinco minuto depois, Suárez deixou Bentancur na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro russo. Na sobra, Zobnin chegou antes de Cavani para aliviar o perigo.

Aos 36′, Igor Smolnikov foi expulso ao receber o segundo cartão amarelo, dessa vez por um duro carrinho por trás em Laxalt. Se o jogo já estáva fácil para os uruguaios, agora a vitória seria questão de tempo.

Aos 45 min do segundo tempo, Cristian “Cebolla” Rodríguez chutou forte de fora da área, mas Akinfeev estava atento para espalmar por cima.

Na cobrança desse escanteio, Godín subiu mais alto que os adversários e cabeceou firme no canto, mas o arqueiro foi buscar. Mas na sobra, Cavani foi mais esperto e completou para o gol.

Um placar de 3 a 0 com muita autoridade, que deixa o Uruguai com um leve favoritismo contra Portugal nas oitavas de final.

Em seu primeiro teste de respeito, a Rússia foi reprovada. Agora, enfrentará a Espanha, uma das favoritas à conquista do título. Os anfitriões terão que jogar mais do que hoje, se quiserem sonhar com as quartas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Uruguai 3 x 0 Rússia
Data: 25/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara) — Cidade: Samara (Rússia)
Público: 41.970
Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)
Gols: 10′ Luis Suárez (URU); 23′ Denis Cheryshev (URU)(contra); 90′ Edinson Cavani (URU)
Cartões Amarelos: 9′ Yury Gazinsky (RUS); 27′ Igor Smolnikov (RUS); 59′ Rodrigo Bentancur (URU)
Cartão Vermelho: 36′ Igor Smolnikov (RUS)
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 22.Martín Cáceres, 19.Sebastián Coates, 3.Diego Godín (C) e 17.Diego Laxalt; 8.Nahitan Nández (7.Cristian Rodríguez ↑73′), 15.Matías Vecino, 14.Lucas Torreira e 6.Rodrigo Bentancur (10.Giorgian De Arrascaeta ↑63′); 21.Edinson Cavani (18.Maxi Gómez ↑90+3′) e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez
Rússia (4-2-3-1): 1.Igor Akinfeev (C); 23.Igor Smolnikov, 3.Ilya Kutepov, 4.Sergei Ignashevich e 13.Fyodor Kudryashov; 8.Yury Gazinsky (7.Daler Kuzyayev ↑INTERVALO) e 11.Roman Zobnin; 19.Aleksandr Samedov, 15.Aleksei Miranchuk (10.Fyodor Smolov ↑60′) e 6.Denis Cheryshev (2.Mário Fernandes ↑38′); 22.Artem Dzyuba. Técnico: Stanislav Cherchesov

 

… Arábia Saudita 2 x 1 Egito


(Imagem: UOL)

Essa partida ficou marcada na história das Copas. Aos 45 anos e 5 meses, o goleiro egípcio Essam El-Hadary se tornou o jogador mais velho a disputar um Mundial. E, como veremos, ele não se limitou a ser coadjuvante no jogo. Ele não entrou em campo apenas para bater o recorde. Ele, que estreou na seleção em 1996, ainda mantém um bom nível técnico, que o faz ser um dos melhores de seu país e, merecidamente, ser convocado. Inclusive, tinha sido titular em cinco dos oito jogos do Egito nas eliminatórias no ano passado.

Seu time começou vencendo. Aos 22 minutos de jogo, Abdalla Said fez um lindo lançamento para Mohamed Salah. O atacante do Liverpool dominou e tocou por cobertura sobre o goleiro saudita. Um lindo gol, no estilo Mo Salah que nos acostumamos a ver na temporada recém terminada.

A partida começava com “cheiro” de goleada egípcia, porque a jogada se repetiu logo no minuto seguinte. Salah recebeu passe ao se deslocar por trás da zaga e fez uma linda enfiada para o camisa 10. Sozinho, ele novamente tocou por cima do goleiro Yasser Al-Mosailem, mas a bola caprichosamente foi para fora. Um pecado!

Aos 39′, Yasser Al-Shahrani tentou cruzar na área e Ahmed Fathi tocou com a mão na bola. Pênalti para a Arábia Saudita. Fahad Al-Muwallad bateu forte no canto direito, mas a bola foi à meia altura, possibilitando a defesa de El Hadary. A bola ainda explodiu no travessão antes de ser tirada pela defesa.

Já nos acréscimos, uma nova penalidade para “Os Falcões Verdes”. Ali Gabr segurou Al-Muwallad na área. O VAR ratificou a marcação do árbitro colombiano Wilmar Roldán. Dessa vez a cobrança ficou a cargo de Salman Al-Faraj, que bateu rasteiro no canto esquerdo, deslocou o goleiro e empatou a partida.

No segundo tempo, aos 25 min, Al-Faraj fez um belo lançamento da intermediária e Al-Mogahwi cabeceou bem, à queima roupa, mas El Hadary fez um novo milagre.

Nos acréscimos, a Arábia Saudita tocava a bola esperando o apito final. E foi tocando a bola, trabalhando até a área, quando Abdullah Otayf tocou para Salem Al-Dawsari chutar cruzado, quase sem ângulo. A bola tocou no pé da trave e entrou. Era a virada saudita no último ato da partida!

O Egito era cotado para ser uma das surpresas do Mundial. Possui um técnico experiente (Héctor Cúper), um dos melhores jogadores do mundo atualmente (Mo Salah), além de bons coadjuvantes. Mas foi uma decepção. Cair na primeira fase era possível e até provável. Mas não da forma como foi, sem conseguir somar pontos nem contra a frágil rival de hoje.

Na Arábia Saudita, os méritos totais dessa vitória podem recair sobre o técnico argentino/espanhol Juan Antonio Pizzi. Foi ele quem introduziu no time a paciência e o toque de bola, que envolveu os egípcios hoje.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Arábia Saudita 2 x 1 Egito
Data: 25/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Arena Volgogrado — Cidade: Volgogrado (Rússia)
Público: 36.823
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Gols: 22′ Mohamed Salah (EGI); 45+6′ Salman Al-Faraj (ARA)(pen); 90+5′ Salem Al-Dawsari (ARA)
Cartões Amarelos: 45+5′ Ali Gabr (EGI); 86′ Ahmed Fathi (EGI)
Arábia Saudita (4-5-1): 21.Yasser Al-Mosailem; 6.Mohammed Al-Breik, 3.Osama Hawsawi (C), 23.Motaz Hawsawi e 13.Yasser Al-Shahrani; 14.Abdullah Otayf, 7.Salman Al-Faraj, 16.Housain Al-Mogahwi, 18.Salem Al-Dawsari e 9.Hattan Bahebri (20.Muhannad Assiri ↑65′); 19.Fahad Al-Muwallad (8.Yahya Al-Shehri ↑79′). Técnico: Juan Antonio Pizzi
Egito (4-2-3-1): 1.Essam El Hadary (C); 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed e 17.Mohamed Elneny; 19.Abdalla Said (22.Amr Ward ↑45+7′), 21.Trezeguet (11.Kahraba ↑81′) e 10.Mohamed Salah; 9.Marwan Mohsen (14.Ramadan Sobhi ↑64′). Técnico: Héctor Cúper

 

… Espanha 2 x 2 Marrocos


(Imagem: FIFA.com)

Não sei se é só a mudança de treinadores ou se é mérito dos adversários. Mas a Espanha não vem confirmando seu favoritismo em campo. Fez um ótimo jogo e mereceu vencer Portugal. Depois, contou com a sorte contra o Irã e sofreu para empatar com Marrocos. Mesmo assim, terminou como líder do Grupo B.

Aos 14 minutos de jogo, a Espanha fazia sua troca de passes característica, quando Iniesta e Sergio Ramos “esqueceram da bola”. O centroavante marroquino Khalid Boutaïb ficou com ela, correu a metade do campo em alta velocidade e tocou de esquerda, no meio das pernas de De Gea.

Cinco minuto depois, Isco começa a jogada na intermediária ofensiva e Diego Costa abre com Iniesta na ponta esquerda. O ídolo espanhol avança e toca para trás. Dentro da pequena área, Isco domina e fuzila, sem chances para o goleiro Munir El Kajoui. Um gol no melhor estilo espanhol.

Aos 25′, em cobrança de lateral rápida, Boutaïb correu sozinho e ficou cara a cara gol o goleiro (de novo), mas adiantou demais e chutou em cima de De Gea.

Aos dez minutos do segundo tempo, Nordin Amrabat chutou forte quase do bico direito da área. A bola fez uma curva, tocou no travessão e quicou sobre a linha, mas não entrou no gol.

Aos 36′, após cobrança de escanteio, Youssef En-Nesyri subiu mais que todo mundo, ganhou de Sergio Ramos e testou forte para dentro do gol.

Aos 46 minutos da etapa final, Carvajal bateu cruzado e Iago Aspas mandou de letra para o gol. O bandeirinha levantou seu instrumento no mesmo instante e o árbitro uzbeque Ravshan Irmatov assinalou o impedimento. Mas o VAR entrou em ação e confirmou a legalidade do gol. No momento do passe, Aspas estava na mesma linha de Boussoufa, o penúltimo defensor.

A Espanha precisa jogar mais bola. E tem um potencial enorme para isso, talvez o maior da competição. Só que o que vale são os gols e as vitórias. Contra uma Rússia empurrada pela torcida, vai ter que provar que a primeira fase foi um ponto fora da curva e que essa curva é ascendente.

Marrocos sai com a cabeça erguida. O técnico Hervé Renard tinha prometido que iria dificultar as coisas para a Fúria. Prometeu e cumpriu. E quase venceu a partida. Ameaçou mais e esteve mais perto da vitória do que os espanhóis. Talvez tenha merecido.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Espanha 2 x 2 Marrocos
Data: 25/06/2018 — Horário: 20h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 33.973
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Gols: 14′ Khalid Boutaïb (MAR); 19′ Isco (ESP); 81′ Youssef En-Nesyri (MAR); 90+1′ Iago Aspas (ESP)
Cartões Amarelos: 21′ Karim El Ahmadi (MAR); 29′ Nordin Amrabat (MAR); 31′ Manuel da Costa (MAR); 31′ Mbark Boussoufa (MAR); 88′ Munir El Kajoui (MAR); 90+3′ Achraf Hakimi (MAR)
Espanha (4-2-3-1): 1.David de Gea; 2.Dani Carvajal, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets e 10.Thiago (20.Marco Asensio ↑74′); 21.David Silva (9.Rodrigo Moreno ↑84′), 22.Isco e 6.Andrés Iniesta; 19.Diego Costa (17.Iago Aspas ↑74′). Técnico: Fernando Hierro
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 17.Nabil Dirar, 4.Manuel da Costa, 6.Romain Saïss e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi; 14.Mbark Boussoufa, 16.Nordin Amrabat, 10.Younès Belhanda (11.Fayçal Fajr ↑63′) e 7.Hakim Ziyech (20.Aziz Bouhaddouz ↑85′); 13.Khalid Boutaïb (19.Youssef En-Nesyri ↑72′). Técnico: Hervé Renard

 

… Irã 1 x 1 Portugal


(Imagem: UOL)

Foi um sufoco, mas Portugal está classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2018. O Irã teve sua melhor atuação na competição e poderia ter vencido.

Portugal passou toda a etapa inicial trocando passes, tentando ultrapassar a barreira defensiva iraniana.

E só conseguiu no último minuto da etapa inicial. Ricardo Quaresma tabelou com Adrien Silva e chutou de trivela, uma jogada muito característica dele. A bola encobriu o goleiro Beiranvand e morreu no fundo das redes.

Aos cinco minutos do segundo tempo, Cristiano Ronaldo invade a área e é derrubado. O árbitro Enrique Cáceres esperou a confirmação do VAR para apitar o pênalti. CR7 bateu mal, à meia altura, facilitando para a defesa goleiro iraniano em dois tempos. Cristiano repetia Messi e também perdia um pênalti na Copa 2018.

Para piorar, aos 38′, Cristiano Ronaldo revidou uma provocação e poderia ter sido expulso, mas o juiz paraguaio “amarelou” e só mostrou mesmo o cartão amarelo ao craque.

Já nos acréscimos, em bola na área portuguesa, o árbitro á avisado pelo VAR que uma bola cabeceada por Azmoun tocou no braço aberto de Cédric dentro da área. O experiente Ansarifard bateu no ângulo esquerdo, sem chances de defesa para Rui Patrício.

Depois, o Irã ainda perdeu uma chance clara de virar o jogo e se classificar. Após lançamento longo, Azmoun desviou de cabeça, Ghoddos teve o chute desviado e a bola cobrou limpa para Mehdi Taremi. O camisa 17 finalizou de esquerda e a bola balançou as redes pelo lado de fora. Uma oportunidade claríssima, que não pode ser desperdiçada em uma Copa do Mundo.

Com o gol de empate da Espanha diante de Marrocos saindo quase simultaneamente ao gol do Irã contra Portugal, a classificação mudou. A Espanha ficou com o primeiro lugar do grupo, para enfrentar a Rússia. Com isso, Portugal vai enfrentar o Uruguai, em um duelo imprevisível.

Todos os méritos da boa competição do Irã devem ir para o técnico português Carlos Queiroz. Já são sete anos treinando os persas. Ele conseguiu estruturar um sistema defensivo muito consistente, um time participativo e até criativo, com muitas opções de ataque. É a melhor seleção da Ásia atualmente e, talvez, uma das melhores de todos os tempos no continente.

No fim, o choro. O choro de Taremi que errou o gol da classificação. O choro emblemático de vários jogadores e torcedores – em especial o da foto de capa dessa matéria. O choro de quem sabe que podia ir mais longe, impedido por detalhes.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Irã 1 x 1 Portugal
Data: 25/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Mordovia — Cidade: Saransk (Rússia)
Público: 41.685
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai)
Gols: 45′ Ricardo Quaresma (POR); 90+3′ Karim Ansarifard (IRA)(pen)
Cartões Amarelos: 33′ Raphaël Guerreiro (POR); 52′ Ehsan Haj Safi (IRA); 54′ Sardar Azmoun (IRA); 64′ Ricardo Quaresma (POR); 83′ Cristiano Ronaldo (POR); PÓS-JOGO Cédric (POR)
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 19.Majid Hosseini, 8.Morteza Pouraliganji e 3.Ehsan Haj Safi (C) (5.Milad Mohammadi ↑56′); 6.Saeid Ezatolahi (10.Karim Ansarifard ↑76′); 17.Mehdi Taremi, 18.Alireza Jahanbakhsh (14.Saman Ghoddos ↑70′), 9.Omid Ebrahimi e 11.Vahid Amiri; 20.Sardar Técnico: Carlos Queiroz
Portugal (4-4-2): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho, 23.Adrien Silva, 10.João Mário (8.João Moutinho ↑84′) e 20.Ricardo Quaresma (11.Bernardo Silva ↑70′); 9.André Silva (17.Gonçalo Guedes ↑90+6′) e 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos

… 19/06/2018 – O melhor do sexto dia da Copa

Três pontos sobre…
… 19/06/2018 – O melhor do sexto dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Pelo Grupo A, a Rússia praticamente garantiu vaga nas oitavas de final.
No Grupo H, os favoritos Colômbia e Polônia perderam para Japão e Senegal.
Veja todos os detalhes aqui.

… Colômbia 1 x 2 Japão


(Imagem: FIFA.com)

Em um grupo tão equilibrado como o H, vencer é necessário. E, mesmo não contando inicialmente com James Rodríguez (se recuperando de lesão, entrou no segundo tempo) a Colômbia ostentava o favoritismo, com estrelas como Radamel Falcao García e Juan Guillermo Cuadrado. Na Copa passada, os cafeteros haviam goleado os orientais por 4 x 1.

E o Japão não veio à Copa da Rússia em uma fase tão boa. Inclusive, precisou mudar de treinador no início de abril, com Akira Nishino no lugar do bósnio Vahid Halilhodžić. Mas ostentava seus destaques, como Kawashima, Yoshida, Nagatomo, Kagawa, além do oportunismo de Osako.

E o atacante nipônico se valeu dessa qualidade quando a partida ainda nem havia começado direito. Aos três minutos, após uma bola rebatida vinda da zaga japonesa, Yuya Osako ganhou a disputa de bola com Davinson Sánchez, avançou e bateu rasteiro para a defesa de Ospina. Na sobra, Kagawa tentou finalizar de primeira, mas Carlos Sánchez se pôs na frente da bola e esticou o braço. Pênalti claro e cartão vermelho para o volante. Primeira expulsão dessa Copa.

Após três minutos de reclamação dos colombianos, Kagawa cobrou com tranquilidade, deslocando o goleiro e inaugurando o marcador.

Foi o quarto pênalti mais rápido e a segunda expulsão mais precoce da história das Copas.

Com um homem a mais em campo, o Japão teve o controle total da partida. Continuou criando e desperdiçando chances, especialmente com Takashi Inui.

Aos 39′, em um lance isolado, Falcao sofreu falta. Juan Quintero foi esperto e cobrou por baixo da barreira. O goleiro fez a defesa somente quando a bola já tinha entrado. Gol legal, validado pela tecnologia da linha do gol.

O placar se manteve até os 28′ do segundo tempo. Keisuke Honda cobrou o escanteio, Osako subiu bem e fez o segundo do Japão.

A chance mais clara para a Colômbia empatar foi em uma finalização de James Rodríguez pelo lado direito, mas o gigante Osako foi firme na marcação e impediu o gol.

Logicamente o pênalti e a expulsão foram os momentos chaves do jogo. Mas poucos esperavam uma vitória japonesa, que acabou por embolar o grupo já sem favoritos. Além disso, foi marcante por ser a primeira vitória de uma seleção asiática sobre um adversário sul-americano em toda a história das Copas.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Colômbia 1 x 2 Japão
Data: 19/06/2018 — Horário: 15h00 locais
Estádio: Arena Mordovia — Cidade: Saransk (Rússia)
Público: 40.842
Árbitro: Damir Skomina (Eslovênia)
Gols: 6′ Shinji Kagawa (JAP)(pen); 39′ Juan Fernando Quintero (COL); 73′ Yuya Osako (JAP)
Cartões Amarelos: 64′ Wílmar Barrios (COL); 86′ James Rodríguez (COL); 90+4′ Eiji Kawashima (JAP)
Cartão Vermelho: 3′ Carlos Sánchez (COL)
Colômbia (4-2-3-1): 1.David Ospina; 4.Santiago Arias, 23.Davinson Sánchez, 3.Óscar Murillo e 17.Johan Mojica; 6.Carlos Sánchez e 16.Jefferson Lerma; 11.Juan Cuadrado (5.Wílmar Barrios ↑31′), 20.Juan Fernando Quintero (10.James Rodríguez ↑59′) e 21.José Izquierdo (7.Carlos Bacca ↑70′); 9.Radamel Falcao García (C). Técnico: José Pekerman
Japão (4-2-3-1):
1.Eiji Kawashima; 19.Hiroki Sakai, 22.Maya Yoshida, 3.Gen Shoji e 5.Yuto Nagatomo; 17.Makoto Hasebe (C) e 7.Gaku Shibasaki (16.Hotaru Yamaguchi ↑80′); 8.Genki Haraguchi, 10.Shinji Kagawa (4.Keisuke Honda ↑70′) e 14.Takashi Inui; 15.Yuya Osako (9.Shinji Okazaki ↑85′). Técnico: Akira Nishino

… Polônia 1 x 2 Senegal


(Imagem: FIFA.com)

Também pelo Grupo H, Polônia e Senegal fizeram um primeiro tempo de muita marcação e poucas chances de gol. Os astros Robert Lewandowski e Sadio Mané pouco fizeram durante todo o jogo.

Aos 37 minutos de partida, após bela troca de passes entre Niang e Mané, Gueye chutou para o gol. Provavelmente a bola iria fora, mas desviou no zagueiro Thiago Cionek, brasileiro naturalizado polonês, e tomou o caminho do gol.

A melhor chance de Lewandowski foi aos 5′ do segundo tempo, em cobrança de falta que o goleiro N’Ndiaye foi buscar em seu canto esquerdo.

Aos 15, Krychowiak estava em seu campo de ataque quando fez um péssimo recuo. Bednarek deixou para Szczęsny, mas Niang foi mais rápido e tirou do goleiro e ficou com o caminho livre para as redes.

A grande polêmica nesse gol é que Niang estava fora de campo quando foi autorizada a sua entrada pelo árbitro. Justamente nesse momento Krychowiak recuou e Bednarek não percebeu a presença do atacante senegalês. Os poloneses reclamaram com razão, mas o juiz acabou validando o tento. Dois gols sofridos em falta de atenção e/ou de sorte dos poloneses.

Eles ainda diminuíram o placar a quatro minutos do fim, com o próprio Krychowiak escorando de cabeça uma falta cobrada da intermediária por Grosicki. Mas era tarde demais. Nos últimos instantes, nem na base do desespero a Polônia conseguiu empatar.

Os “Leões de Teranga” foram os únicos africanos a vencer na primeira rodada da Copa. Com isso, dão um passo firme rumo às oitavas de final, como já fizeram na sua estreia em Mundiais, em 2002. Falando nisso, o técnico dos africanos é o ídolo Aliou Cissé, capitão daquela equipe histórica, que ainda contava com Tony Sylva, Omar Daf e Lamine Diatta, todos fazendo parte da atual comissão técnica da seleção senegalesa.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Polônia 1 x 2 Senegal
Data: 19/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Otkritie Arena (Spartak Stadium) — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 44.190
Árbitro: Nawaf Shukralla (Bahrein)
Gols: 37′ Thiago Cionek (SEN)(gol contra); 60′ M’Baye Niang (SEN); 86′ Grzegorz Krychowiak (POL)
Cartões Amarelos: 12′ Grzegorz Krychowiak (POL); 49′ Salif Sané (SEN); 72′ Idrissa Gueye (SEN)
Polônia (4-2-3-1): 1.Wojciech Szczęsny; 20.Łukasz Piszczek (18.Bartosz Bereszyński ↑83′), 4.Thiago Cionek, 2.Michał Pazdan e 13.Maciej Rybus; 19.Piotr Zieliński e 10.Grzegorz Krychowiak; 16.Jakub Błaszczykowski (5.Jan Bednarek ↑INTERVALO), 11.Kamil Grosicki e 7.Arkadiusz Milik (23.Dawid Kownacki ↑73′); 9.Robert Lewandowski (C). Técnico: Adam Nawalka
Senegal (4-4-2): 16.Khadim N’Ndiaye; 22.Moussa Wagué, 3.Kalidou Koulibaly, 6.Salif Sané e 12.Yassouf Sabaly; 13.Alfred N’Diaye (8.Cheikhou Kouyaté ↑87′), 5.Idrissa Gueye, 18.Ismaila Sarr e 10.Sadio Mané (C); 9.Mame Biram Diouf (11.Cheick N’Doye ↑62′) e 19.M’Baye Niang (14.Moussa Konaté ↑75′). Técnico: Aliou Cissé

… Rússia 3 x 1 Egito


(Imagem: FIFA.com)

Muitos apostavam que a Rússia cairia ainda na fase de grupos (eu inclusive). Pelo futebol apresentado na Copa das Confederações no ano passado, pelos amistosos e pela ausência por lesão de Aleksandr Kokorin (seu melhor atacante), pelo sistema de jogo indefinido, pelas inseguranças na defesa… Enfim… Motivos não faltaram para duvidarmos dessa seleção russa.

No início do jogo, os donos da casa tentaram se impor. Mas a melhor chance foi os egípcios em um lance isolado, onde Mohamed Salah dominou na entrada da área e virou batendo de esquerda. A bola não passou tão perto, mas assustou o goleiro Akinfeev. Mas a verdade é que o primeiro tempo foi muito ruim. Faltou futebol e emoção. Mas seria diferente no segundo tempo.

Logo aos dois minutos, Golovin cruzou da direita, a zaga rebateu e Zobnin chutou mascado para o meio da área. O capitão Ahmed Fathi se antecipou a Dzyuba, mas a bola bateu em sua canela e foi para o gol. Mais um dentre vários gols contra nesse Mundial. Pelo volume de jogo, a Rússia merecia a vantagem no placar.

Aos 14′, Mário Fernandes apareceu bem na linha de fundo e cruzou rasteiro para trás, onde Denis Cheryshev completou para o gol. É o terceiro gol do russo na Copa, se igualando a Cristiano Ronaldo na artilharia.

Três minutos depois, Kutepov fez um lançamento do campo de defesa. Dzyuba dominou no peito na entrada da área, passou pelo zagueiro e mandou para as redes. Um belo gol, premiando o melhor em campo.

No minuto 27, Mo Salah fez tabela e foi derrubado na área. Pênalti confirmado pelo VAR. O próprio camisa 10 egípcio cobrou com perfeição, no ângulo direito de Akinfeev.

A confirmação ainda não é matemática, mas a Rússia está praticamente classificada para as oitavas de final. O Egito está praticamente eliminado.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Rússia 3 x 1 Egito
Data: 19/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium) — Cidade: São Petesburgo (Rússia)
Público: 64.468
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai)
Gols: 47′ Ahmed Fathi (RUS)(gol contra); 59′ Denis Cheryshev (RUS); 62′ Artem Dzyuba (RUS); 73′ Mohamed Salah (EGI)(pen)
Cartões Amarelos: 57′ Trezeguet (EGI); 84′ Fyodor Smolov (RUS)
Rússia (4-2-3-1): 1.Igor Akinfeev (C); 2.Mário Fernandes, 3.Ilya Kutepov, 4.Sergei Ignashevich e 18.Yuri Zhirkov (13.Fyodor Kudryashov ↑86′); 8.Yury Gazinsky e 11.Roman Zobnin; 19.Aleksandr Samedov, 17.Aleksandr Golovin e 6.Denis Cheryshev (7.Daler Kuzyayev ↑74′); 22.Artem Dzyuba (10.Fyodor Smolov ↑79′). Técnico: Stanislav Cherchesov
Egito (4-2-3-1): 23.Mohamed El-Shenawy; 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed e 17.Mohamed Elneny (22.Amr Warda ↑64′); 19.Abdalla Said, 21.Trezeguet (14.Ramadan Soby ↑68′) e 10.Mohamed Salah; 9.Marwan Mohsen (11.Kahraba ↑82′). Técnico: Héctor Cúper

… 14/06/2018 – Rússia 5 x 0 Arábia Saudita

Três pontos sobre…
… 14/06/2018 – Rússia 5 x 0 Arábia Saudita


Denis Cheryshev bate forte e faz o segundo gol da partida (Imagem: FIFA.com)

● Pela fragilidade técnica das duas seleções, eram esperados poucos gols na partida de abertura da Copa do Mundo de 2018. Mas os 78.011 expectadores do estádio Luzhniki puderam assistir a cinco gols – alguns, para ver, rever e apreciar.

A Rússia não vencia uma partida desde 07/10/2017, quando bateu a Coreia do Sul por 4 x 2 em um amistoso. Desde então, eram quatro derrotas e três empates. Mas essa série foi quebrada justamente no momento mais importante: na partida inaugural da Copa do Mundo disputada em casa. E não foi uma vitória qualquer.

Os jogadores da Arábia Saudita não são fortes fisicamente. Era nítida a diferença em cada bola disputada, quando os russos (quase) sempre ganhavam no corpo. Mas a situação dessa quinta feira era ainda pior, pois o Ramadã acabou justamente hoje. E, apesar de respeitar e admirar muito esse aspecto religioso, é claro que o jejum deixa os atletas debilitados. Mas o Ramadã não justifica a ruindade dos sauditas.

Até o ano passado, dirigida pelo técnico Bert van Marwijk, a Arábia Saudita era um time que se fechava como podia e saía nos contra-ataques. Mas Juan Antonio Pizzi mudou completamente o estilo de jogo, com uma excessiva posse de bola estéril. E isso se repetiu hoje.

A Rússia tinha todos os contra-ataques à sua disposição. Aproveitou apenas alguns deles. E foi mais que o suficiente.


A Rússia jogou no 4-2-3-1, sistema mais utilizado no mundo atualmente


A Arábia Saudita povoou o meio campo com o sistema 4-5-1

● O volante Yury Gazinsky (surpresa na escalação titular) abriu o placar de cabeça, aproveitando uma bola cruzada na área após um escanteio aos doze minutos.

Aos 24′, Alan Dzagoev, experiente e expoente de talento, sentiu uma lesão muscular e deixou o campo para dar lugar a Denis Cheryshev.

E foi justamente Cheryshev quem ampliou aos 43′. Em um belo contragolpe puxado por Aleksandr Golovin (guardem esse nome!), Roman Zobnin deixou o camisa 6 em boa posição para finalizar. Ele se livrou de dois marcadores com um lindo corte pelo alto e chutou forte no ângulo do goleiro Al-Mayouf.

Depois, os anfitriões pararam de jogar e deixaram o tempo correr por todo o segundo tempo. Até que Artem Dzyuba entrou em campo a fim de fazer seu gol. E ele fez aos 26′, de cabeça, aproveitando cruzamento pelo alto de Golovin.

O placar de 3 x 0 já era maiúsculo. Mas no primeiro minuto de acréscimo, Cheryshev fez um golaço do bico esquerdo da área, com o lado externo do pé, encobrindo o goleiro saudita. Cheryshev só fez golaços.

No último lance do jogo, Golovin coroou sua atuação de ouro com um golaço de falta.

Para a FIFA, Cheryshev foi o melhor em campo. Nós preferimos dar esse prêmio a Golovin, com um gol e duas assistências.

Agora, tanto pela vitória quanto pelo placar, a Rússia coloca pressão nos demais adversários do Grupo A. Uruguai e Egito devem se digladiar amanhã para conseguir os três pontos. E os russos partem com moral para enfrentar os egípcios na próxima terça feira.

Essa foi a segunda maior goleada dentre todas as partidas de abertura das Copas do Mundo. A maior foi Itália 7 x 1 Estados Unidos, em 1934, como contamos aqui.


Denis Cheryshev marcou dois belíssimos gols na abertura do Mundial (Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

RÚSSIA 5 x 0 ARÁBIA SAUDITA

 

Data: 14/06/2018

Horário: 18h00 locais

Estádio: Olímpico Luzhniki

Público: 78.011

Cidade: Moscou (Rússia)

Árbitro: Néstor Pitana (Argentina)

 

RÚSSIA (4-2-3-1):

ARÁBIA SAUDITA (4-5-1):

1  Igor Akinfeev (G)(C)

1  Abdullah Al-Mayouf (G)

2  Mário Fernandes

6  Mohammed Al-Breik

3  Ilya Kutepov

3  Osama Hawsawi (C)

4  Sergei Ignashevich

5  Omar Hawsawi

18 Yuri Zhirkov

13 Yasser Al-Shahrani

8  Yury Gazinsky

14 Abdullah Otayf

11 Roman Zobnin

7  Salman Al-Faraj

19 Aleksandr Samedov

17 Taisir Al-Jassim

9  Alan Dzagoev

18 Salem Al-Dawsari

17 Aleksandr Golovin

8  Yahya Al-Shehri

10 Fyodor Smolov

10 Mohammad Al-Sahlawi

 

Técnico: Stanislav Cherchesov

Técnico: Juan Antonio Pizzi

 

SUPLENTES:

 

 

12 Andrey Lunyov (G)

21 Yasser Al-Mosailem (G)

20 Vladimir Gabulov (G)

22 Mohammed Al-Owais (G)

5  Andrei Semyonov

2  Mansoor Al-Harbi

13 Fyodor Kudryashov

4  Ali Al-Bulaihi

14 Vladimir Granat

23 Motaz Hawsawi

23 Igor Smolnikov

9  Hattan Bahebri

7  Daler Kuzyayev

11 Abdulmalek Al-Khaibri

21 Aleksandr Yerokhin

12 Mohamed Kanno

15 Aleksei Miranchuk

15 Abdullah Al-Khaibari

16 Anton Miranchuk

16 Housain Al-Mogahwi

6  Denis Cheryshev

19 Fahad Al-Muwallad

22 Artem Dzyuba

20 Muhannad Assiri

 

GOLS:

12′ Yury Gazinsky (RUS)

43′ Denis Cheryshev (RUS)

71′ Artem Dzyuba (RUS)

90+1′ Denis Cheryshev (RUS)

90+3′ Aleksandr Golovin (RUS)

 

CARTÕES AMARELOS:

88′ Aleksandr Golovin (RUS)

90+3′ Taisir Al-Jassim (RUS)

 

SUBSTITUIÇÕES:

24′ Alan Dzagoev (RUS) ↓

Denis Cheryshev (RUS) ↑

 

64′ Abdullah Otayf (ARA) ↓

Fahad Al-Muwallad (ARA) ↑

 

64′ Aleksandr Samedov (RUS) ↓

Daler Kuzyayev (RUS) ↑

 

70′ Fyodor Smolov (RUS) ↓

Artem Dzyuba (RUS) ↑

 

72′ Yahya Al-Shehri (ARA) ↓

Hattan Bahebri (ARA) ↑

 

85′ Yahya Al-Shehri (ARA) ↓

Hattan Bahebri (ARA) ↑

Gols da partida:

… 09/06/2002 – Japão 1 x 0 Rússia

Três pontos sobre…
… 09/06/2002 – Japão 1 x 0 Rússia


Japones comemoram o gol de Inamoto (Imagem: Stu Forster/Getty Images)

● A rivalidade política entre Japão e Rússia é secular. Os dois países disputam a posse das Ilhas Sakhalinas, que ficam ao norte japonês e no leste russo. Na Segunda Guerra Mundial, eles também estiveram em lados opostos, com o Japão pertencendo ao “Eixo” (juntamente com Alemanha e Itália) e a União Soviética lutando pelos “Aliados” (ao lado de Estados Unidos e Reino Unido).

Veja mais:
… 04/06/2002 – Japão 2 x 2 Bélgica

A Rússia disputava sua segunda Copa do Mundo após a dissolução da União Soviética. Contava com bons nomes, com histórico no futebol espanhol, como o zagueiro Viktor Onopko e os meias Valeri Karpin e Aleksandr Mostovoi.

O Japão era o então campeão da Copa da Ásia e estava em sua segunda Copa. Perdeu os três jogos em 1998, mas agora jogava em casa e tinha obrigação de fazer um bom papel, treinado pelo francês Philippe Troussier.


Os japoneses foram escalados em um 3-5-2 com muita velocidade e intensidade.


Os russos foram armados no 4-1-4-1, com boa ocupação dos espaços.

● Para essa partida, a Rússia teve o retorno de Smertin, mas ainda não contava com Mostovoi (lesionado). Sem ele, a criatividade da equipe caía vertiginosamente.

O Japão, empurrado por 66 mil torcedores, se saiu melhor. O ponto ganho contra a Bélgica encheu os japoneses de confiança. Inamoto começou com tudo e logo aos cinco minutos avançou e chutou forte, mas a bola foi para fora.

O capitão Tsuneyasu Miyamoto (com sua máscara protetora preta) tira de cabeça duas bolas perigosas do ataque russo.

O veterano zagueiro russo Viktor Onopko (em seu 100º jogo pela seleção) usou toda sua experiência para cortar um ótimo lançamento de Inamoto para o atacante loirinho Suzuki.

A partida estava em um ritmo alucinante. Aos 16 minutos, o garoto Marat Izmailov chutou entre a trave e o goleiro Narazaki, que conseguiu fazer a defesa, fazendo a torcida gelar.

Apesar do ritmo, as duas defesas estavam muito seguras. Mas aos 27 minutos, Kōji Nakata passou por Solomatin e cruzou à meia altura. O goleiro Nigmatullin rebateu para o meio da área e Hidetoshi Nakata, livre na meia-lua, chutou forte por cima do gol.

Na sequência, Narazaki mergulhou nos pés de Pimenov e Yegor Titov não conseguiu pegar o rebote.

Aos 35, Titov passa por Kōji Nakata e entra na área, mas Toda tira de Solomatin e desvia para escanteio.

No fim do primeiro tempo, Toda fez pênalti claro em Semshov, ignorado pelo árbitro alemão Markus Merk.

Pouco antes do intervalo, o zagueiro Yuri Nikiforov teve a chance de finalizar, mas Narazaki fez a defesa.

Mas foram os co-anfitriões que abriram o placar aos 6 minutos do segundo tempo, com um belo gol. Hidetoshi Nakata arremata de fora da área, torto. Yanagisawa, no meio do caminho, dá um toque na bola e deixa Inamoto livre para dominar e chutar no alto do gol. Foi o segundo gol do meia do Arsenal na Copa. Já havia marcado no empate contra a Bélgica, por 2 a 2. Os russos pediram impedimento, mas o gol foi legal. Os nipônicos foram ao delírio.

Aos 12 minutos, Beschastnykh entra em campo no lugar de Smertin. Em seu primeiro toque na bola, ele dominou sozinho dentro da área, driblou o goleiro, mas chutou para fora. Era um gol feito.

As lacunas começaram a aparecer em ambas as defesas. Yanagisawa recebeu um lançamento de Hidetoshi Nakata e chutou para fora.

Aos 26, Hidetoshi Nakata (o melhor em campo) chutou de fora da área e a bola explodiu na trave.


Hidetoshi Nakata e Izmailov disputam a bola (Imagem: GES/Augenklick)

● Os japoneses, mais bem postados em campo, mereceram a vitória. O gol de Junichi Inamoto deu ao Japão a sua primeira vitória em Copas do Mundo. Foi comemorado não só no estádio, mas por todo o país, onde os torcedores se reuniam para assistir ao jogo nos telões.

O Japão foi líder do grupo H na primeira fase, empatando com a Bélgica (2 x 2), vencendo a Rússia (1 x 0) e a Tunísia (2 x 0). Caiu nas oitavas de final, em derrota para a forte Turquia por 1 a 0, com um gol de Ümit Davala. Muitos culparam a chuva, que teria prejudicado o toque de bola japonês e beneficiado a maior força física dos turcos.

A Rússia (como sempre, depois do fim da União Soviética) ficou na primeira fase. Mesmo vencendo a Tunísia (2 x 0) em jogo anterior ao dos japoneses, perdeu o confronto direto para a Bélgica por 3 x 2.

FICHA TÉCNICA:

 

JAPÃO 1 x 0 RÚSSIA

 

Data: 09/06/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: International Stadium Yokohama (atual Nissan Stadium)

Público: 66.108

Cidade: Yokohama (Japão)

Árbitro: Markus Merk (Alemanha)

 

JAPÃO (3-5-2):

RÚSSIA (4-1-4-1):

12 Seigo Narazaki (G)

1  Ruslan Nigmatullin (G)

3  Naoki Matsuda

5 Andrei Solomatin

17 Tsuneyasu Miyamoto (C)

3  Yuriy Nikiforov

16 Kōji Nakata

7  Viktor Onopko

20 Tomokazu Myojin

2  Yuri Kovtun

21 Kazuyuki Toda

8  Valeri Karpin

7 Hidetoshi Nakata

4  Alexey Smertin

5  Junichi Inamoto

9  Yegor Titov

18 Shinji Ono

20 Marat Izmailov

11 Takayuki Suzuki

6  Igor Semshov

13 Atsushi Yanagisawa

19 Ruslan Pimenov

 

Técnico: Philippe Troussier

Técnico: Oleg Romantsev

 

SUPLENTES:

 

 

1  Yoshikatsu Kawaguchi (G)

23 Aleksandr Filimonov (G)

23 Hitoshi Sogahata (G)

12 Stanislav Cherchesov (G)

2  Yutaka Akita

13 Vyacheslav Dayev

4  Ryuzo Morioka

14 Igor Chugainov

22 Daisuke Ichikawa

18 Dmitri Sennikov

6  Toshihiro Hattori

17 Sergei Semak

19 Mitsuo Ogasawara

21 Dmitri Khokhlov

15 Takashi Fukunishi

15 Dmitri Alenichev

14 Alex Santos

10 Aleksandr Mostovoi

8  Hiroaki Morishima

22 Dmitri Sychev

9  Akinori Nishizawa

11 Vladimir Beschastnykh

10 Masashi Nakayama

16 Aleksandr Kerzhakov

 

GOL: 51′ Junichi Inamoto (JAP)

 

CARTÕES AMARELOS:

13′ Ruslan Pimenov (RUS)

15′ Tsuneyasu Miyamoto (JAP)

38′ Andrei Solomatin (RUS)

42′ Kōji Nakata (JAP)

60′ Dmitri Khokhlov (RUS)

90+1′ Masashi Nakayama (JAP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Ruslan Pimenov (RUS) ↓

Dmitri Sychev (RUS) ↑

 

52′ Marat Izmailov (RUS) ↓

Dmitri Khokhlov (RUS) ↑

 

57′ Alexey Smertin (RUS) ↓

Vladimir Beschastnykh (RUS) ↑

 

72′ Takayuki Suzuki (JAP) ↓

Masashi Nakayama (JAP) ↑

 

75′ Shinji Ono (JAP) ↓

Toshihiro Hattori (JAP) ↑

 

85′ Junichi Inamoto (JAP) ↓

Takashi Fukunishi (JAP) ↑ 

Melhores momentos da partida: