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… 05/07/2006 – França 1 x 0 Portugal

Três pontos sobre…
… 05/07/2006 – França 1 x 0 Portugal


(Imagem: Reprodução / FIFA)

● Depois da decepcionante Europa de 2004, vários ícones resolveram se aposentar da seleção francesa: Marcel Desailly, Bixente Lizarazu, Lilian Thuram, Claude Makélélé e Zinedine Zidane. Mas os três últimos voltaram aos Bleus um ano depois, para ajudar nas eliminatórias para o Mundial de 2006 – onde a França estava passando dificuldades.

A França começou mal na Copa do Mundo de 2006. Nas duas primeiras partidas, foram dois empates: 0 x 0 com a Suíça e 1 x 1 com a Coreia do Sul. A classificação em segundo lugar no Grupo G (atrás dos suíços) veio com uma vitória sobre Togo por 2 x 0 – sem Zidane, suspenso. Nas oitavas de final, a França venceu a Espanha por 3 x 1, com um golaço marcado por Zidane nos acréscimos. Na quartas de final, um show solo de Zidane e vitória sobre o Brasil por 1 x 0.

O elenco francês ainda tinha alguns campeões do mundo em 1998, como o goleiro Fabien Barthez, o zagueiro Lilian Thuram, o capitão Zinedine Zidane e os atacantes David Trezeguet e Thierry Henry.

Zidane tinha mais um ano de contrato com o Real Madrid, mas já havia anunciado sua aposentadoria definitiva para depois da Copa. Ou seja: cada jogo do Mundial poderia ser a despedida de Zizou do futebol.

Com o corte de Djibril Cissé por fratura na perna, o time passou a jogar com apenas um atacante de ofício e com uma receita de jogo: longas trocas de passes, uma defesa sólida e experiente e dois craques que decidem: Zidane e Henry.


(Imagem: Ben Radford / Getty Images)

● O técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari levou seu país natal ao título da Copa de 2002. Depois da conquista do penta, ele assumiu um enorme desafio na seleção portuguesa.

Portugal havia disputado apenas três Copas do Mundo, sendo um sucesso (o 3º lugar em 1966) e dois fracassos, quando caiu na primeira fase em 1986 e 2002.

Aos poucos, Scolari reformulando o elenco luso. Ao mesmo tempo que deu oportunidades jogadores como o luso-brasileiro Deco e o jovem Cristiano Ronaldo, ele teve que ir tirando do time estrelas nacionais como o goleiro Vítor Baía, os zagueiros Fernando Couto e Abel Xavier, os meias Rui Costa e Sérgio Conceição, além do atacante João Pinto.

O capitão Luís Figo havia trocado o Real Madrid pela Inter de Milão um ano antes. Ele seguia sendo a maior estrela, exercendo sua importante liderança dentro de fora de campo.

Portugal sediou a Eurocopa de 2004 e chegou na final, mas perdeu de forma amarga para a surpreendente Grécia por 1 x 0.

Mas o time ganhou conjunto e se fortaleceu para a disputa do Mundial na Alemanha.

A maior ausência por lesão foi do zagueiro Jorge Andrade, do Deportivo La Coruña. Ele quebrou a perna três meses antes da Copa.

Os Tugas terminaram a primeira fase do Mundial com 100% de aproveitamento, com vitórias sobre Angola (1 x 0), Irã (2 x 0) e México (2 x 1). Nas oitavas de final, venceu a batalha campal diante da Holanda por 1 x 0. Nas quartas, vitória sobre a Inglaterra nos pênaltis por 3 x 1, depois de um empate sem gols.


As duas equipes jogavam no sistema 4-2-3-1.

● Em Munique, uma semifinal que criou muitas expectativas.

Os astros Luís Figo e Zinedine Zidane, ex-companheiros de Real Madrid, eram os capitães das duas seleções.

O técnico francês Raymond Domenech apostou nos mesmos titulares que começaram a partida contra o Brasil.

Les Bleus apostaram na mesma estratégia que deu certo contra o escrete canarinho, mas com uma enorme diferença: os lusos não jogaram de forma apática, acomodada e fria como os brasileiros quatro dias antes.

A partida começa com muito equilíbrio. Os jogadores mais criativos das duas seleções não conseguem espaços para criar e oferecer perigo. A maior parte do tempo, o jogo fica amarrado no meio campo. Quando os atacantes conseguiam finalizar, se limitavam a chutes de longa distância.

Quando caía pela esquerda, Thierry Henry dava muito trabalho para Miguel. Em um lance, ele driblou o lateral português por três vezes antes de chutar cruzado, para boa defesa do goleiro Ricardo.

Do outro lado, o jovem Cristiano Ronaldo apostava na velocidade e em um enorme repertório de dribles.

Em uma dessas jogadas, “CR17” arrancou pela esquerda e tocou para Deco no meio. O luso-brasileiro chutou de fora da área, mas a bola foi fraca. Barthez espalmou e Thuram afastou o perigo.

Também bem postado em campo, o time treinado por Luiz Felipe Scolari era firme na marcação e levou perigo em chutes de longe. Figo chutou de esquerda de fora da área e Barthez segurou bem.

Cristiano Ronaldo deixou de calcanhar para Maniche, que ajeitou e chutou de longe. A bola saiu por cima, mas assustou bastante o goleiro Barthez, passando muito perto da trave.


(Imagem: Alamy)

Com pouco mais de meia hora de jogo, a França encontrou uma brecha na defesa portuguesa.

Makélélé trocou passes com Zidane e deixou no meio para Florent Malouda. Ele passou por Deco e tocou para Henry. O camisa 12 entrou na área, cortou para o meio e foi derrubado por Ricardo Carvalho, em um carrinho irresponsável. Henry forçou um pouco a queda, mas o pênalti aconteceu.

Zinedine Zidane bateu firme, no cantinho direito do goleiro Ricardo, que até acertou o lado, mas não conseguiu alcançar a bola.

Ricardo voltou a aparecer em duas defesas difíceis no início do segundo tempo, nas últimas chances da França.

Depois disso, só deu Portugal.

Embora o goleiro Barthez tenha mostrado insegurança, soltando algumas bolas, a defesa francesa manteve a solidez, comandada pela experiência de Lilian Thuram.

No fim, até o goleiro Ricardo foi para a área francesa tentar o cabeceio, sem sucesso.

Pela segunda vez em sua história, Portugal caía nas semifinais da Copa.

Por sua vez, a França chegava à sua segunda final de Copa, a segunda em oito anos.


(Imagem: Ssbg)

● Mesmo caindo na semifinal, o técnico de Portugal, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, já havia conquistado o recorde de doze jogos seguidos de invencibilidade, sendo sete pela Seleção Brasileira campeã do mundo em 2002 e outros cinco pela seleção portuguesa. Outra marca histórica de Scolari é a de onze vitórias consecutivas nesse mesmo período.

Apesar de inseguro em vários lances na partida, o goleiro careca Fabien Barthez alcançou um belo recorde: dez jogos sem tomar gols em Copas do Mundo. O índice é superior ao de arqueiros consagrados como Lev Yashin, Sepp Maier, Gordon Banks, Ladislao Mazurkiewicz, Rinat Dassaev, Ubaldo Fillol, Dino Zoff e Cláudio Taffarel – e igual apenas ao inglês Peter Shilton.

Nunca Les Bleus (“Os Azuis”, em francês – como são chamados os jogadores da seleção nacional) foram tão pouco azuis em uma Copa do Mundo. Isso se deve às superstições do técnico Raymond Domenech. Ele achou que o uniforme todo branco deu sorte nas oitavas de final contra a Espanha e fez o time repetir o fardamento nos jogos seguintes até a final.

Na final, um jogo de muito equilíbrio. A França saiu na frente com uma cobrança de pênalti de cavadinha convertido por Zidane, mas a Itália empatou com Marco Materazzi de cabeça. Ambos foram protagonistas em um lance histórico na prorrogação: Zidane foi provocado e deu uma cabeçada em Materazzi. O derradeiro momento de um gênio tão vencedor como Zinedine Zidane no futebol foi o cartão vermelho. Na decisão por pênaltis, David Trezeguet mandou na trave e a Itália se sagrou tetracampeã mundial. Zizou ainda foi eleito o melhor jogador do torneio, em escolha feita antes da final. Um adeus melancólico para um dos maiores jogadores da história.

Na decisão do 3º lugar, Portugal perdeu por 3 x 1 para a Alemanha, dona da casa. De qualquer forma, essa foi a segunda melhor campanha portuguesa em Copas do Mundo em todos os tempos, ficando atrás apenas do histórico 3º lugar da Copa de 1966.


(Imagem: Twitter @Football__Tweet)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 1 x 0 PORTUGAL

 

Data: 05/07/2006

Horário: 21h00 locais

Estádio: Allianz Arena

Público: 66.000

Cidade: Munique (Alemanha)

Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

PORTUGAL (4-2-3-1):

16 Fabien Barthez (G)

1  Ricardo (G)

19 Willy Sagnol

13 Miguel

15 Lilian Thuram

5  Fernando Meira

5  William Gallas

16 Ricardo Carvalho

3  Éric Abidal

14 Nuno Valente

6  Claude Makélélé

6  Costinha

4  Patrick Vieira

18 Maniche

22 Franck Ribéry

7  Luís Figo (C)

10 Zinedine Zidane (C)

20 Deco

7  Florent Malouda

17 Cristiano Ronaldo

12 Thierry Henry

9  Pauleta

 

Técnico: Raymond Domenech

Técnico: Luiz Felipe Scolari

 

SUPLENTES:

 

 

23 Grégory Coupet (G)

12 Quim (G)

1  Mickaël Landreau (G)

22 Paulo Santos (G)

2  Jean-Alain Boumsong

2  Paulo Ferreira

17 Gaël Givet

3  Marco Caneira

13 Mikaël Silvestre

4  Ricardo Costa

21 Pascal Chimbonda

8  Petit

18 Alou Diarra

19 Tiago Mendes

8  Vikash Dhorasoo

10 Hugo Viana

9  Sidney Govou

11 Simão Sabrosa

11 Sylvain Wiltord

15 Luís Boa Morte

14 Louis Saha

23 Hélder Postiga

20 David Trezeguet

21 Nuno Gomes

 

GOL: 33′ Zinedine Zidane (FRA) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

83′ Ricardo Carvalho (POR)

87′ Louis Saha (FRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

62′ Miguel (POR) ↓

Paulo Ferreira (POR) ↑

 

68′ Pauleta (POR) ↓

Simão Sabrosa (POR) ↑

 

69′ Florent Malouda (FRA) ↓

Sylvain Wiltord (FRA) ↑

 

72′ Franck Ribéry (FRA) ↓

Sidney Govou (FRA) ↑

 

75′ Costinha (POR) ↓

Hélder Postiga (POR) ↑

 

85′ Thierry Henry (FRA) ↓

Louis Saha (FRA) ↑

Melhores momentos da partida:

… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha

Três pontos sobre…
… 15/06/2018 – Portugal 3 x 3 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

● Desde o sorteio, as expectativas eram altíssimas para essa partida. E a espera se pagou, com um dos melhores jogos das últimas Copas.

A Espanha ainda sofria pelo fim da geração “tiki-taka”. Carles Puyol e Xabi Alonso haviam aposentado e outros ícones já não estavam no radar da seleção, como Iker Casillas, Cesc Fàbregas, David Villa e Fernando Torres. A renovação necessária foi muito bem feita pelo técnico Julen Lopetegui, dando maior protagonismo a jogadores como Koke, Isco, Thiago Alcântara e Marco Asensio. Mas eram os experientes remanescentes que ainda ditavam o ritmo: Sergio Ramos, Gerard Piqué, Sergio Busquets, Jordi Alba, David Silva e Andrés Iniesta.

Com essa junção de juventude e experiência, a Fúria foi dominante nas eliminatórias para o Mundial de 2018, com nove vitórias e apenas um empate (com a Itália, em Turim).

Mas uma bomba explodiu dois dias antes da estreia na Copa: o treinador Julen Lopetegui foi demitido pela divulgação da informação que ele havia acertado com o Real Madrid para depois do Mundial. No gigante espanhol, Lopetegui seria um fiasco e demitido ainda em outubro de 2018.

O ídolo madridista Fernando Hierro era coordenador técnico da seleção e assumiu como treinador às vésperas.


(Imagem: FIFA.com)

● Do outro lado, Portugal vinha credenciado pelo título da Eurocopa 2016, vencendo a França na final em pleno Stade de France.

O técnico Fernando Santos tinha um time com bons coadjuvantes, como o goleiro Rui Patrício, o zagueiro Pepe, o meia João Moutinho, além dos meia-atacantes Bernardo Silva, Gonçalo Guedes, Bruno Fernandes e Ricardo Quaresma. Mas, a bem da verdade, era um “exército de um homem só”: Cristiano Ronaldo.

CR7 já tinha sido eleito cinco vezes como o melhor jogador do mundo: 2008, 2013, 2014, 2016 e 2017. Estava em seu auge técnico, liderando o Real Madrid a quatro conquistas da UEFA Champions League nos últimos cinco anos – sendo as três últimas consecutivas (2016, 2017 e 2018).

Por tudo isso, se esperava muito de Portugal e, especialmente, de CR7. E ele não decepcionaria.


Portugal jogou no sistema 4-4-2. Sem a bola, era um 4-2-3-1.


A Espanha atuou no já tradicional 4-2-3-1.

● A Espanha nem teve tempo para impor seu ritmo, quando Cristiano Ronaldo pedalou para cima de Nacho dentro da área e sofreu pênalti discutível. Ele mesmo cobrou e converteu, após quatro minutos do apito inicial.

Depois, Gonçalo Guedes jogou fora duas chances claras para ampliar o marcador. Mas quem não faz…

Aos 24′, Diego Costa foi “Diego Costa”: em uma bola longa, foi sujo ao meter o braço na cara de Pepe (não é disputa por espaço, é agressão mesmo – normal, nas características de Diego). Na sequência, mostrou o que tem de melhor, chamando José Fonte para dançar, com dois belos cortes e o chute forte no cantinho direito de Rui Patrício. Um lindo gol, que não deveria ter sido validado pela equipe de arbitragem (e pelo VAR), já que houve a falta no início do lance.

A Espanha passou a jogar melhor e a controlar as ações. Mas, em um lance isolado, a bola sobrou para CR7 na meia lua. Do jeito que ela veio, ele chutou forte de esquerda, no meio do gol. Era uma defesa fácil para David de Gea, mas ele se desconcentrou, preferindo reclamar com o bandeirinha ao pedir um impedimento inexistente. Acabou engolindo um frango, inaceitável para quem era considerado um dos melhores goleiros do mundo na época.

A Fúria voltou melhor também no segundo tempo e empatou o jogo aos 10′, após uma cobrança de falta ensaiada. David Silva cobrou no segundo pau, Busquets escorou para o meio e Diego Costa completou para o gol em cima da linha.

A merecida virada veio três minutos depois, quando uma bola rebatida pela defesa lusa sobrou para Nacho. O zagueiro/lateral do Real Madrid emendou de primeira, na veia, mandando um torpedo com efeito para o gol. A bola ainda bateu nas duas traves antes de entrar. Discutivelmente o mais bonito dos belos gols dessa partida.

A Espanha mostrou variações que não tinha mostrado até então, com um gol oriundo de lançamento longo, um de cobrança de falta ensaiada e um em chute de fora da área.

O dérbi ibérico teve um choque de estilos. A Espanha dominou as ações com um futebol envolvente, enquanto Portugal era precisa nas suas oportunidades.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, a Espanha continuava tendo a posse de bola e chances para ampliar, quando CR7 dominou uma bola na meia lua e sofreu falta tola de Piqué. O capitão português cobrou com maestria, colocando a bola por cima da barreira e tirando do alcance de De Gea. Uma cobrança perfeita, com alto grau de dificuldade, por causa da proximidade do gol. Cristiano tem seus truques e mostrou isso ao fugir de suas características para marcar seu “hat trick”. Aos 33 anos, se tornou o jogador mais velho a marcar três gols em uma mesma partida de Copa do Mundo – superando o holandês Rob Rensenbrink que tinha 30 anos quando marcou um “hat trick” em 1978.

Ele chegou em seu melhor nível, descansando em vários jogos da temporada pelo Real Madrid. Com isso, entrou para a história dentre os jogadores que fizeram gols em quatro Copas do Mundo diferentes, igualando Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose. O português havia marcado um gol em cada Copa que havia disputado (2006, 2010 e 2014). Agora, em uma partida já marca três e segue firme em busca da artilharia do Mundial. Outro feito importante foi ele ter marcado seu 84º gol pela seleção, se igualando ao húngaro Ferenc Puskás como o maior artilheiro de uma seleção europeia em todos os tempos. Posteriormente, ele ampliaria essa marca para 104 gols em 175 jogos (até esse dia 15/06/2021). Está bem próximo do recordista, o iraniano Ali Daei e seus 109 gols.


(Imagem: FIFA.com)

● Para uma das favoritas, a campanha da Espanha acabou sendo bem mediana. No segundo jogo, venceu o Irã com dificuldades por 1 x 0. No terceiro, empate na bacia das almas com o Marrocos por 2 x 2. A Fúria acabou sendo eliminada nas oitavas pela Rússia, dona da casa, nos pênaltis por 4 x 3, após empate por 1 x 1 no tempo normal.

Cristiano Ronaldo começou a Copa com tudo, pensando em recordes, artilharia e até sonhou em brigar pelo título com a humilde seleção portuguesa – assim como na Eurocopa de 2016. Mas não foi isso que aconteceu. CR7 até marcou o gol da vitória de Portugal por 1 x 0 sobre o Marrocos, mas seria só isso. No terceiro jogo, a Seleção das Quinas penou para empatar com o Irã por 1 x 1, CR7 perdeu pênalti e quase foi expulso por dar uma entrada feia sem bola. Nas oitavas de final, perdeu para o Uruguai por 2 x 1. Até hoje, Cristiano Ronaldo marcou sete gols em Copas do Mundo (01 em 2006, 01 em 2010, 01 em 2014 e 04 em 2018), mas nenhum na fase de mata-mata.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 3 x 3 ESPANHA

 

Data: 15/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Fisht Olympic Stadium

Público: 43.866

Cidade: Sochi (Rússia)

Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)

 

PORTUGAL (4-2-3-1):

ESPANHA (4-2-3-1):

1  Rui Patrício (G)

1  David de Gea (G)

21 Cédric Soares

4  Nacho

3  Pepe

3  Gerard Piqué

6  José Fonte

15 Sergio Ramos (C)

5  Raphaël Guerreiro

18 Jordi Alba

14 William Carvalho

5  Sergio Busquets

8  João Moutinho

8  Koke

11 Bernardo Silva

21 David Silva

17 Gonçalo Guedes

22 Isco

16 Bruno Fernandes

6  Andrés Iniesta

7  Cristiano Ronaldo (C)

19 Diego Costa

 

Técnico: Fernando Santos

Técnico: Fernando Hierro

 

SUPLENTES:

 

 

12 Anthony Lopes (G)

13 Kepa Arrizabalaga (G)

22 Beto (G)

23 Pepe Reina (G)

15 Ricardo Pereira

2  Dani Carvajal

2  Bruno Alves

12 Álvaro Odriozola

13 Rúben Dias

14 César Azpilicueta

19 Mário Rui

16 Nacho Monreal

4  Manuel Fernandes

10 Thiago Alcântara

23 Adrien Silva

7  Saúl Ñíguez

10 João Mário

11 Lucas Vázquez

20 Ricardo Quaresma

20 Marco Asensio

18 Gelson Martins

17 Iago Aspas

9  André Silva

9  Rodrigo Moreno

 

GOLS:

4′ Cristiano Ronaldo (POR)

24′ Diego Costa (ESP)

44′ Cristiano Ronaldo (POR)

55′ Diego Costa (ESP)

58′ Nacho (ESP)

88′ Cristiano Ronaldo (POR)

 

CARTÕES AMARELOS:

17′ Sergio Busquets (ESP)

28′ Bruno Fernandes (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

68′ Bruno Fernandes (POR) ↓

João Mário (POR) ↑

 

69′ Bernardo Silva (POR) ↓

Ricardo Quaresma (POR) ↑

 

70′ Andrés Iniesta (ESP) ↓

Thiago Alcântara (ESP) ↑

 

77′ Diego Costa (ESP) ↓

Iago Aspas (ESP) ↑

 

80′ Gonçalo Guedes (POR) ↓

André Silva (POR) ↑

 

86′ David Silva (ESP) ↓

Lucas Vázquez (ESP) ↑

Melhores momentos da partida:

Jogo completo:

… 16/07/1966 – Portugal 3 x 0 Bulgária

Três pontos sobre…
… 16/07/1966 – Portugal 3 x 0 Bulgária


(Imagem: Lance!)

● Havia muita expectativa para a estreia de Portugal em Copas do Mundo. A base do time era o Benfica, bicampeão da Copa dos Campeões da Europa (atual UEFA Champions League) em 1960/61 e 1961/62. Toda a linha de frente da seleção lusa era benfiquista: José Augusto, Coluna, Eusébio, Torres e Simões.

Nas eliminatórias europeias, Portugal passou apertado em um grupo muito equilibrado e precisou superar seleções mais tradicionais como Tchecoslováquia, Romênia e Turquia. Mas a campanha de quatro vitórias, um empate e uma derrota qualificou os Tugas para a primeira Copa do Mundo de sua história.

Por sua vez, a Bulgária teve maior dificuldade para se qualificar para o Mundial. Terminou empatada com a Bélgica na liderança do Grupo 1 e precisou disputar um jogo-extra. Em Florença, na Itália, Georgi Asparuhov marcou os dois gols em vitória por 2 x 1 que garantiram Os demônios da Europa no Mundial de 1966.

Em um grupo fortíssimo, os búlgaros eram meros azarões. Era a segunda Copa do Mundo que o país disputava, a segunda seguida. Em 1962, caiu na primeira fase, com um empate e duas derrotas.


Portugal atuava no 4-2-4. Liderado por Eusébio, o ataque tinha muita força e mobilidade. O capitão Coluna era mesmo a coluna vertebral do time, aparecendo em todos os espaços.


A Bulgária jogava no sistema 4-2-4 convencional.

● Em sua estreia em Copas do Mundo, Portugal venceu a Hungria por 3 x 1. A Bulgária havia perdido para o Brasil por 2 x 0 em sua primeira partida.

Os búlgaros precisavam da vitória para continuarem com chance de classificação. Por isso, o técnico austríaco-tcheco Rudolf Vytlačil (o mesmo que levou a Tchecoslováquia ao vice-campeonato em 1962) escalou um time mais ofensivo. Mas Portugal fez um gol logo no início e atrapalhou todos os seus planos.

Aos sete minutos de partida, Jaime Graça abriu na esquerda para o grandalhão José Torres. Ele cortou a marcação de Dimitar Penev e cruzou da linha de fundo. Ivan Vutsov não percebeu que não havia nenhum português por perto, se apavorou e mergulhou, desviando de cabeça contra as próprias redes.

Dobromir Zhechev, que havia enchido Pelé de porrada no primeiro jogo, agora era incumbido de fazer o mesmo com Eusébio. Mas enquanto o brasileiro tentou resolver tudo sozinho e levava mais pancadas, Eusébio foi inteligente e passou a cair pelas pontas, arrastando Zhechev e abrindo espaços para a infiltração de José Augusto pelo meio.

Aos 17′, uma cabeçada de Torres acertou o travessão.

Aos 23′, no melhor momento da Bulgária no jogo, Asparukhov carimbou a trave direita do goleiro José Pereira.

Mas Portugal jogava melhor e tinha um time muito melhor.

O segundo gol saiu aos 38′. António Simões carregou a bola pelo meio e fez o passe na medida para Eusébio virar e bater rasteiro. A bola foi no canto direito do goleiro Georgi Naydenov, que chegou a tocar, mas não conseguiu evitar o gol. Foi o primeiro dos nove gols que tornaria Eusébio o artilheiro do Mundial.

No segundo tempo, a Bulgária não conseguia ficar com a posse de bola e muito menos atacar. O técnico Vytlačil compreendeu que não teria muitas chances e posicionou seu time mais na defensiva.

Portugal finalizou oito vezes e a Bulgária só uma, em um chute de Asparukhov que passou muito perto. O camisa 9 batalhava sozinho no ataque búlgaro, mas não tinha sucesso.

Aos 36′ do segundo tempo, Hilário deu um chutão para a frente e a defesa búlgara falhou. Vutsov desistiu da jogada e Torres correu atrás da bola. Boris Gaganelov tentou recuar para o goleiro, mas Torres chegou antes e completou para o gol.


(Imagem: Getty Images / Popperfoto)

● No dia anterior, a Seleção Brasileira tinha sido derrotada pela Hungria por 3 x 1. A vitória sobre os búlgaros deixou os portugueses em ótima situação, a ponto de poder até perder para o Brasil na última rodada que, ainda assim, se classificaria. A segunda vaga ficaria entre Brasil e Hungria, sendo que o Brasil precisaria vencer Portugal por uma boa diferença de gols se quisesse continuar sonhando com o tricampeonato e os húngaros entrariam em campo um dia depois dos brasileiros, já sabendo do resultado que iria precisar ao enfrentar a eliminada Bulgária.

Na última rodada, a Bulgária foi derrotada pela Hungria por 3 x 1 e ficou na lanterna do Grupo 3. Os magiares ficaram com a segunda colocação no grupo e enfrentariam a União Soviética nas quartas de final.

A seleção portuguesa continuou sua história no Mundial de 1966 vencendo a Seleção Brasileira por 3 x 1 e eliminando os bicampeões mundiais. Com a liderança da chave, os lusos enfrentaram a Coreia do Norte nas quartas de final e venceram espetacularmente de virada por 5 x 3, depois de estarem perdendo por 3 x 0 após 25 minutos de partida. Nas semifinais, vendeu caro a derrota para a Inglaterra, dona da casa, por 2 x 1. Conquistou o histórico 3º lugar ao vencer a União Soviética por 2 x 1.

O treinador de campo era o brasileiro Otto Glória, mas a seleção portuguesa era escolhida por Manuel da Luz Afonso, ex-dirigente do Benfica. Ele foi o selecionador nacional de 1964 a 1967. Para o Mundial de 1966 ele convocou oito atletas do Sporting (campeão português da temporada 1965/66), sete do Benfica, três do Porto, dois do Belenenses, um do Leixões e um do Vitória de Setúbal. Inclusive, foi Afonso quem escolheu Otto Glória, do Sporting, como treinador.

Curiosamente, quatro dos titulares da seleção das Quinas eram nascidos em Moçambique: Vicente, Hilário, Coluna e Eusébio.


(Imagem: Alamy Stock Photo)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 3 x 0 BULGÁRIA

 

Data: 16/07/1966

Horário: 15h00 locais

Estádio: Old Trafford

Público: 25.438

Cidade: Manchester (Inglaterra)

Árbitro: José María Codesal (Uruguai)

 

PORTUGAL (4-2-4):

BULGÁRIA (4-2-4):

3  José Pereira (G)

1  Georgi Naydenov (G)

22 Alberto Festa

2  Aleksandar Shalamanov

5  Germano

5  Dimitar Penev

4  Vicente

3  Ivan Vutsov

9  Hilário

4  Boris Gaganelov (C)

16 Jaime Graça

6 Dobromir Zhechev

10 Mário Coluna (C)

13 Dimitar Yakimov

12 José Augusto

7  Dinko Dermendzhiev

13 Eusébio

9  Georgi Asparuhov

18 José Torres

10  Petar Zhekov

11 António Simões

16 Aleksandar Kostov

 

Técnico: Otto Glória

Técnico: Rudolf Vytlačil

 

SUPLENTES:

 

 

1  Américo (G)

21 Simeon Simeonov (G)

2  Joaquim Carvalho (G)

22 Ivan Deyanov (G)

17 João Morais

18 Evgeni Yanchovski

20 Alexandre Baptista

19 Vidin Apostolov

21 José Carlos

20 Ivan Davidov

14 Fernando Cruz

12 Vasil Metodiev

19 Custódio Pinto

8  Stoyan Kitov

6  Fernando Peres

15 Dimitar Largov

7  Ernesto Figueiredo

17 Stefan Abadzhiev

8  João Lourenço

14 Nikola Kotkov

15 Manuel Duarte

11 Ivan Kolev

 

GOLS:

7′ Ivan Vutsov (POR) (gol contra)

38′ Eusébio (POR)

81′ José Torres (POR)

 

ADVERTÊNCIAS:

70′ Eusébio (POR)

70′ Dinko Dermendzhiev (BUL)

Melhores momentos da partida:

… 25/06/2006 – Portugal 1 x 0 Holanda

Três pontos sobre…
… 25/06/2006 – Portugal 1 x 0 Holanda

“A Batalha de Nuremberg”


(Imagem: Jan Pitman / Bongarts / Getty Images)

● Se várias partidas entraram para a história por causa do futebol ofensivo e vistoso, não é o caso dessa. O confronto entre Portugal e Holanda nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2006 é o que se pode chamar de duelo, peleja, luta, batalha… a “Batalha de Nuremberg”. Não deveria ter havido súmula, mas “boletim de ocorrência”, devido ao alto número de jogadas violentas, cartões amarelos e expulsões.

Assistimos de tudo: empurrões, cabeçadas, cotoveladas, toques de mão, trombadas, discussões, cera, carrinhos e nenhum fair play. Poderiam até tirar a logo do Mundial e colocar o da Taça Libertadores da América, pois pareceu a Libertadores raiz, das antigas, quando tudo era permitido.

Se o árbitro russo Valentin Ivanov tivesse sido um pouco mais rigoroso, essa partida poderia ter terminado por número insuficiente de jogadores de ambos os lados.


(Imagem: Imortais do Futebol)

● A seleção portuguesa tinha sua melhor safra de craques desde 1966. Bem treinada pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, foi vice-campeã da Eurocopa de 2004 (passando justamente pela Holanda nas semifinais). Na primeira fase da Copa de 2006, pelo Grupo D, venceu suas três partidas: 1 a 0 sobre a ex-colônia Angola, 2 x 0 contra o Irã e 2 x 1 sobre o bom time do México.

A Holanda vinha renovada após ficar fora do Mundial de 2002. O técnico era o ex-craque Marco van Basten, que apostou na renovação e deixou de fora vários medalhões, como Clarence Seedorf, Edgar Davids, Frank de Boer, Patrick Kluivert e Roy Makaay. Pelo Grupo C da Copa, o “grupo da morte”, venceu Sérvia e Montenegro por 1 x 0 e Costa do Marfim por 2 x 1. Na partida que valia a liderança, empatou sem gols com a Argentina e ficou em segundo lugar da chave no critério de saldo de gols.

Tinha tudo para ser uma bela partida. As duas seleções possuem um histórico de futebol ofensivo e vistoso. Tinham em campo craques como Cristiano Ronaldo, Luís Figo e Deco de um lado, Arjen Robben, Wesley Sneijder e Robin van Persie do outro. Mas virou mesmo uma batalha campal.


Luiz Felipe Scolari escalou Portugal no sistema 4-2-3-1.


Marco van Basten armou seu time no tradicional 4-3-3 holandês.

● Logo no segundo minuto da partida, Mark van Bommel acertou Cristiano Ronaldo por trás e recebeu o primeiro de muitos cartões amarelos.

Mas o clima ficou tenso mesmo aos seis minutos de jogo, quando Khalid Boulahrouz mostrou seu cartão de visitas, deixando as travas de suas chuteiras na coxa de CR7. O holandês deveria ter sido expulso, mas o árbitro Valentin Ivanov foi muito conivente no lance e mostrou apenas amarelo. A partir daí, os ânimos continuaram exaltados até o apito final.

Felipão ficou ensandecido à beira do gramado e incitou seus jogadores a pagarem na mesma moeda – o que acabou se tornando um ciclo vicioso e um show de horrores.

Aos 19′, Maniche deu uma rasteira em Van Bommel e ganhou o primeiro amarelo dos lusos.

Após a solada de Boulahrouz, Cristiano precisou ser atendido três vezes fora do gramado e acabaria substituído por Simão Sabrosa aos 33′ do primeiro tempo. Os holandeses conseguiram tirar o jovem CR7 do jogo.

Aos 36′, Costinha acertou um violento carrinho em Phillip Cocu e também foi amarelado.

Seis minutos depois, Nuno Valente deu uma voadora em Arjen Robben em lance que deveria ter resultado em pênalti e expulsão, mas o juiz russo mandou seguir.

Costinha era um dos mais violentos em campo, mas sua expulsão veio nos acréscimos da etapa inicial após ele interceptar a bola com a mão e ganhar a segunda advertência.

Para recompor o time na cabeça de área, Scolari sacrificou Pauleta para a entrada de Petit.


(Imagem: The Daily Telegraph)

E o segundo tempo se tornou de vez um festival de deslealdade e agressões. Não tinha nenhum inocente em campo, claro.

Aos cinco minutos, Petit foi amarelado por derrubar Robin van Persie.

A partida seguiu nervosa e oito minutos depois, Figo se desentendeu com Van Bommel e acertou uma cabeçada no holandês. O juiz não viu e só deu o amarelo após ser alertado.

Nos bancos, os treinadores eram os extremos: enquanto o elegante Van Basten mantinha a postura calma e com as mãos no bolso, Scolari gritava, xingava e batia no banco.

Aos 14′ Giovanni van Bronckhorst acertou Deco e ganhou amarelo.

Três minutos depois, Figo avançou pela direita e, ao perceber que Boulahrouz colocou os braços para se desvencilhar dele, valorizou como se tivesse tomado uma cotovelada. O árbitro expulsou Boulahrouz com 53 minutos de atraso, mas esse não era um lance para isso.

Boulahrouz não se conformou, se desentendeu com Simão e tentou a todo custo levar alguém de Portugal com ele. A turma dos dois bancos de reservas entraram em campo e o jogo definitivamente ficou sem controle.

Aos 25′, o goleiro Ricardo foi ao chão e a Holanda não teve fair play. John Heitinga não jogou a bola para a lateral e puxava contra-ataque. Transtornado, Deco lhe deu uma tesoura que era para vermelho, mas o árbitro pipocou de novo e deu apenas amarelo. A confusão recomeçou. Wesley Sneijder empurrou Petit e ganhou amarelo, junto com Rafael van der Vaart.

Ricardo levou amarelo aos 31 min por reclamação. Logo depois, Nuno Valente ganhou o seu ao chutar Van Persie.


(Imagem: Imortais do Futebol)

Deco continuou pilhado. Aos 33′, ele se recusou a devolver a bola aos holandeses. Phillip Cocu queria jogo e empurrou o luso-brasileiro. O juiz deu a segunda advertência a Deco por fazer cena e o expulsou.

Aos 42′, Simão deixou o pé no rosto de Edwin van der Sar em uma dividida, mas o bananão do árbitro nada marcou.

Aos 50 do segundo tempo, Giovanni van Bronckhorst deu uma rasteira em Tiago e também ganhou o vermelho.

Aos sair, o holandês se sentou ao lado de Deco, seu companheiro de Barcelona (campeão da UEFA Champions League daquela temporada) e ficaram se bate papo como se nada tivesse acontecido.

A partida termina com nove homens em cada lado. Foi um dos jogos mais tensos da história das Copas.


(Imagem: Sportskeeda)

● O árbitro russo Valentin Ivanov foi o centro das atenções. No total, foram 16 cartões amarelos e quatro vermelhos (todos decorrentes de dupla advertência). O recorde em uma partida de Copa do Mundo.

Foi um número relativamente normal de faltas, 25 ao todo, sendo 10 cometidas pelos portugueses e 15 pelos holandeses. Mas a intensidade dessas faltas foi algo super anormal.

Após a partida, Joseph Blatter, então presidente da FIFA, afirmou que “o juiz mereceu um cartão amarelo por sua atuação e não esteve à altura da partida”.

Ao fim dessa partida, o técnico Luiz Felipe Scolari completou onze vitórias consecutivas em Copas do Mundo, sendo sete pela Seleção Brasileira em 2002 e quatro pela seleção das Quinas em 2006.

O treinador brasileiro teve méritos ao não deixar que Portugal se perdesse em campo nas duas vezes em que ficou com um jogador a menos (10 contra 11 e depois 9 contra 10). No total, a Holanda teve superioridade numérica por 33 minutos, mas o técnico Marco van Basten (genial dentro de campo e mediano na beira do gramado) não conseguiu fazer seu time traduzir isso em gols. O melhor que os holandeses conseguiram foi uma bola no travessão de Phillip Cocu, aos três minutos do segundo tempo.


(Imagem: FIFA)

Ah, já estava me esquecendo! Houve um gol! E que belo gol! Aos 23 minutos de jogo, Miguel cobrou lateral na direita para Deco, que deixou de primeira com Cristiano Ronaldo. Ele segurou a bola, se livrou de dois marcadores e devolveu para Deco na ponta direita. O luso-brasileiro cruzou rasteiro para a área. Pauleta fez o pivô para Maniche passar por André Ooijer e Mark van Bommel e chutar forte no canto direito de Edwin van der Sar.

Nas quartas de final, os portugueses enfrentaram a Inglaterra, eliminada por eles na Eurocopa de 2004. E os lusos venceram de novo nos pênaltis (3 x 1) após empate sem gols durante o tempo normal e a prorrogação. Na semifinal, vendeu caro a derrota para a França de Zinédine Zidane por 1 x 0. Na decisão do 3º lugar, perdeu para a anfitriã Alemanha por 3 x 1, terminando em uma honrosa quarta colocação.


(Imagem: Patrik Stollarz / AFP Photo)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 1 x 0 HOLANDA

 

Data: 25/06/2006

Horário: 21h00 locais

Estádio: Frankenstadion (atual Max-MorlockStadion)

Público: 41.000

Cidade: Nuremberg (Alemanha)

Árbitro: Valentin Ivanov (Rússia)

 

PORTUGAL (4-2-3-1):

HOLANDA (4-3-3):

1  Ricardo (G)

1  Edwin van der Sar (G)(C)

13 Miguel

3  Khalid Boulahrouz

5  Fernando Meira

13 André Ooijer

16 Ricardo Carvalho

4  Joris Mathijsen

14 Nuno Valente

5  Giovanni van Bronckhorst

6  Costinha

18 Mark van Bommel

18 Maniche

20 Wesley Sneijder

7  Luís Figo (C)

8  Phillip Cocu

20 Deco

17 Robin van Persie

17 Cristiano Ronaldo

7  Dirk Kuyt

9  Pauleta

11 Arjen Robben

 

Técnico: Luiz Felipe Scolari

Técnico: Marco van Basten

 

SUPLENTES:

 

 

12 Quim (G)

23 Maarten Stekelenburg (G)

22 Paulo Santos (G)

22 Henk Timmer (G)

2  Paulo Ferreira

12 Jan Kromkamp

3  Marco Caneira

14 John Heitinga

4  Ricardo Costa

2  Kew Jaliens

8  Petit

15 Tim de Cler

19 Tiago Mendes

16 Hedwiges Maduro

10 Hugo Viana

6  Denny Landzaat

11 Simão Sabrosa

10 Rafael van der Vaart

15 Luís Boa Morte

21 Ryan Babel

23 Hélder Postiga

19 Jan Vennegoor of Hesselink

21 Nuno Gomes

9  Ruud van Nistelrooy

 

GOL: 23′ Maniche (POR)

 

CARTÕES AMARELOS:

2′ Mark van Bommel (HOL)

7′ Khalid Boulahrouz (HOL)

20′ Maniche (POR)

31′ Costinha (POR)

50′ Petit (POR)

59′ Giovanni van Bronckhorst (HOL)

60′ Luís Figo  (POR)

73′ Deco (POR)

73′ Wesley Sneijder (HOL)

74′ Rafael van der Vaart (HOL)

76′ Ricardo (POR)

76′ Nuno Valente (POR)

 

CARTÕES VERMELHOS:

45+1′ Costinha (POR)

63′ Khalid Boulahrouz (HOL)

78′ Deco (POR)

90+5′ Giovanni van Bronckhorst (HOL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

33′ Cristiano Ronaldo (POR) ↓

Simão Sabrosa (POR) ↑

 

INTERVALO Pauleta (POR) ↓

Petit (POR) ↑

 

56′ Joris Mathijsen (HOL) ↓

Rafael van der Vaart (HOL) ↑

 

67′ Mark van Bommel (HOL) ↓

John Heitinga (HOL) ↑

 

84′ Phillip Cocu (HOL) ↓

Jan Vennegoor of Hesselink (HOL) ↑

 

84′ Luís Figo (POR) ↓

Tiago Mendes (POR) ↑

(Imagem: CNN)

Todos os lances violentos com cartões:

Gol da partida:

… 16/06/2014 – Alemanha 4 x 0 Portugal

Três pontos sobre…
… 16/06/2014 – Alemanha 4 x 0 Portugal


(Imagem: UOL)

Treinada por Joachim Löw desde 2006, a Alemanha de 2014 estava mais forte e experiente do que o jovem time que tinha conquistado o 3º colocado no Mundial da África do Sul. Agora, no Brasil, jogavam tão afinados quanto uma orquestra, justamente no país do samba.

Nenhuma seleção havia evoluído tanto e revelado outros tantos jogadores de alto nível nos últimos quatro anos quanto a Die Mannschaft. Praticava um futebol ofensivo para os padrões alemães. Tanto, que o time se expunha em alguns momentos e acabava sofrendo mais gols que o normal.

Por isso, Löw ajustou sua defesa escalando inicialmente Jérôme Boateng na direita, Per Mertesacker e Mats Hummels no miolo da zaga e Benedikt Höwedes fechando na esquerda. Manuel Neuer já se consolidava como um dos maiores goleiros da história. O meio campo era altamente técnico, com três entre Phillip Lahm (inventado como meia por Pep Guardiola no Bayern de Munique), Sami Khedira, Bastian Schweinsteiger e Toni Kroos. Não tinha um atacante de ofício. Na linha de frente, Mesut Özil se movimentava da direita para dentro, Mario Götze fazia o papel inverso, da esquerda para o meio e Thomas Müller era o “falso 9”.

Sami Khedira, ponto de equilíbrio do time, estava recuperado da lesão sofrida na final da UEFA Champions League, atuando pelo Real Madrid. A grande ausência era o sempre lesionado Marco Reus.


(Imagem: Folha)

● Portugal sonhava em fazer uma boa competição. Seu alicerce e inspiração era Cristiano Ronaldo, melhor jogador no mundo do ano anterior. Mas o elenco formado pelo técnico Paulo Bento (que depois teria uma rápida passagem pelo Cruzeiro), tinha bons coadjuvantes.

No sistema 4-2-3-1 montado por Paulo Bento, Rui Patrício era um goleiro que não comprometia, assim como os laterais João Pereira e Fábio Coentrão. Na zaga, dois xerifes: Bruno Alves e Pepe (que vinha de uma ótima temporada no Real Madrid). No meio, Miguel Veloso cuidava mais da proteção para Raul Meireles fazer a saída de bola. Os passes preciosos eram a maior qualidade de João Moutinho. Nani fazia a ponta direita e Hugo Almeida era o centroavante. Derivando da esquerda para o meio, bem ao seu estilo, CR7.

Na repescagem para a Copa, precisou duelar com a Suécia. Zlatan Ibrahimović marcou dois gols, mas CR7 anotou os quatro no placar agregado de 4 x 2 que classificou a seleção das Quinas – inclusive um hat trick na casa do rival.

Com Cristiano Ronaldo em campo, os portugueses sonharam. Mas rapidamente se viram em um pesadelo.


A Alemanha jogou no 4-3-3, com mobilidade total do meio para a frente e sem atacantes fixos.


Portugal jogou no sistema 4-2-3-1.

● Alemanha e Portugal fizeram a abertura do Grupo G, na Arena Fonte Nova, em Salvador, Bahia.

Portugal começou atacando mais nos primeiros dez minutos, mas logo a Nationalelf equilibrou as ações e passou a dominar o jogo.

A primeira das decisões controversas do árbitro sérvio Milorad Mažić ocorreu aos doze minutos do primeiro tempo, quando ele assinalou falta de João Pereira em Mario Götze dentro da área. Os portugueses ficaram muito agitados e questionaram com ímpeto a marcação da penalidade, principalmente Pepe. Mas foi mesmo um pênalti, no mínimo, contestável. O jornalista Mark Ogden, do Daily Telegraph, classificou a marcação como “outro exemplo de arbitragem questionável nesta Copa do Mundo, pois o contato parecia leve, certamente não o suficiente para forçar Götze, que aproveitou o desafio ao máximo”.

Thomas Müller abriu o placar, batendo forte e rasteiro no canto esquerdo do goleiro Rui Patrício.

Pouco depois, Nani chutou de direita da entrada da área e a bola passou assustando Neuer.

Aos 28′, Hugo Almeida se lesionou e deu lugar a Ederzito (que seria o herói do título da Eurocopa dois anos depois, mas que nessa partida não fez nada).

Quatro minutos depois, Aos 32′, Toni Kroos cobrou escanteio na cabeça de Mats Hummels, que ganhou de Pepe no alto e testou firme para marcar o segundo gol alemão.

Os lusos estavam mesmo com os nervos à flor da pele. Aos 37′, Pepe dribou Müller na entrada de sua própria área e ia perdendo o lance até que colocou o braço para impedir o avanço do alemão. Müller simulou ter sido agredido no rosto e caiu. O juiz mandou seguir. Mas Pepe foi tirar satisfação com o adversário sentado e acabou encostando sua cabeça na dele. Müller levantou e os dois continuaram a discussão. E o árbitro sérvio acabou expulsando o zagueiro português. Certamente mais pela fama do que pelo ato. Para o ex-árbitro americano Brian Hall, Müller fez teatro e exagerou bastante para “obter vantagem injusta” e “enganar o árbitro”.


(Imagem: Folha)

Nos acréscimos do primeiro tempo, Toni Kroos cruzou rasteiro para a área lusa. Bruno Alves não conseguiu tirar e Müller ganhou a dividida, pegou a sobra de frente para o gol e finalizou de esquerda para marcar o terceiro.

No intervalo, Paulo Bento recompôs a defesa com Ricardo Costa no lugar de Miguel Veloso. Aos 20′, Fábio Coentrão saiu machucado e entrou André Almeida.

Aos 30′, Mažić não concedeu um pênalti a Portugal causou ainda mais irritação nos portugueses.

Aos 33 minutos da etapa final, André Schürrle cruzou rasteiro da direita, Rui Patrício espalmou errado para o meio e Müller, sempre muito bem posicionado, completou seu hat trick.

O placar foi construído com uma enorme e natural facilidade, parecendo que os alemães estavam se poupando diante do calor e jogando no “piloto automático”.

Raul Meireles e João Moutinho não conseguiram fazer as transições ofensivas e foram os piores em campo.

Dizem que Cristiano Ronaldo jogou o Mundial no sacrifício, após uma temporada extensa e desgastante pelo Real Madrid. Ele também atuou muito abaixo de seu nível normal.


(Imagem: Veja)

Esse foi o 100º jogo da Alemanha na história das Copas, a primeira seleção a alcançar esse feito.

O hat trick de Thomas Müller foi o sétimo de um jogador alemão na competição, o maior número entre todos os países.

Essa foi a pior derrota de Portugal na história dos Mundiais.

“Não estou dizendo que a culpa foi apenas do árbitro. Também cometemos erros, mas as circunstâncias do que aconteceu no primeiro semestre fizeram o resto do jogo. O jogo é difícil para nós. A expulsão foi forçada ao jogador. Não sei se foi por causa da reputação de Pepe. Depende do tipo de reputação que você acha que Pepe tem.” ― Paulo Bento

Na sequência, Portugal empatou com os Estados Unidos em 2 x 2 e venceu Gana por 2 x 1. Na classificação, ficou com os mesmos quatro pontos dos EUA, mas tiveram um saldo de -3, enquanto os norte-americanos tiveram saldo zero. Portugal, de Cristiano Ronaldo, estava eliminada na primeira fase

Com entrosamento, toque de bola e ataques rápidos, a Nationalelf dava mostras de que vinha forte em busca do quarto título. Nos jogos seguintes, empatou com Gana (2 x 2) e venceu os EUA (1 x 0). Nas oitavas de final, precisou da prorrogação para eliminar a ardilosa Argélia (2 x 1). Nas quartas, venceu a França por 1 x 0 em um duelo muito equilibrado. Na semifinal, não houve equilíbrio algum ao massacrar a Seleção Brasileira, dona da casa, nos famosos 7 a 1. Na decisão, Mario Götze fez o gol do título após nova prorrogação, dessa vez contra a Argentina de Lionel Messi. A Alemanha se sagrava tetracampeã do mundo.


(Imagem: FIFA / Getty Images)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA 4 x 0 PORTUGAL

 

Data: 16/06/2014

Horário: 13h00 locais

Estádio: Arena Fonte Nova

Público: 51.081

Cidade: Salvador (Brasil)

Árbitro: Milorad Mažić (Sérvia)

 

ALEMANHA (4-3-3):

PORTUGAL (4-2-3-1):

1  Manuel Neuer (G)

12 Rui Patrício (G)

20 Jérôme Boateng

21 João Pereira

17 Per Mertesacker

3  Pepe

5  Mats Hummels

2  Bruno Alves

4  Benedikt Höwedes

5  Fábio Coentrão

16 Phillip Lahm (C)

4  Miguel Veloso

6  Sami Khedira

8  João Moutinho

18 Toni Kroos

16 Raul Meireles

8  Mesut Özil

17 Nani

19 Mario Götze

7  Cristiano Ronaldo (C)

13 Thomas Müller

9  Hugo Almeida

 

Técnico: Joachim Löw

Técnico: Paulo Bento

 

SUPLENTES:

 

 

22 Roman Weidenfeller (G)

1  Eduardo (G)

12 Ron-Robert Zieler (G)

22 Beto (G)

3  Matthias Ginter

13 Ricardo Costa

21 Shkodran Mustafi

14 Luís Neto

15 Erik Durm

19 André Almeida

2  Kevin Großkreutz

6  William Carvalho

23 Christoph Kramer

20 Rúben Amorim

7  Bastian Schweinsteiger

15 Rafa Silva

14 Julian Draxler

18 Silvestre Varela

9  André Schürrle

10 Vieirinha

10 Łukas Podolski

11 Eder

11 Miroslav Klose

23 Hélder Postiga

 

GOLS:

12′ Thomas Müller (ALE) (pen)

32′ Mats Hummels (ALE)

45+1′ Thomas Müller (ALE)

78′ Thomas Müller (ALE)

 

CARTÃO AMARELO: 11′ João Pereira (POR)

 

CARTÃO VERMELHO: 37′ Pepe (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

28′ Hugo Almeida (POR) ↓

Eder (POR) ↑

 

INTERVALO Miguel Veloso (POR) ↓

Ricardo Costa (POR) ↑

 

63′ Mesut Özil (ALE) ↓

André Schürrle (ALE) ↑

 

65′ Fábio Coentrão (POR) ↓

André Almeida (POR) ↑

 

73′ Mats Hummels (ALE) ↓

Shkodran Mustafi (ALE) ↑

 

82′ Thomas Müller (ALE) ↓

Łukas Podolski (ALE) ↑

Melhores momentos da partida:

… 23/07/1966 – Portugal 5 x 3 Coreia do Norte

Três pontos sobre…
… 23/07/1966 – Portugal 5 x 3 Coreia do Norte


(Imagem: FIFA.com / Popper Foto)

● Ambas seleções estreavam em Copas do Mundo.

Portugal não era uma surpresa. Era uma seleção em afirmação no cenário mundial. Tinha terminado o Grupo 3 com 100% de aproveitamento, vencendo Hungria (3 x 1) e Bulgária (3 x 0), além de eliminar diretamente o bicampeão Brasil na última rodada (vitória lusa por 3 x 1). Os patrícios tinham uma equipe coesa, que superava seus problemas defensivos com uma fortíssima (e violenta) marcação. Além disso, possuía o melhor jogador do mundo na época, o moçambicano Eusébio, eleito Bola de Ouro de 1965 pela revista France Football.

Ninguém conhecia a seleção da Coreia do Norte, principalmente por causa de seu fechado sistema político que perdura até os dias atuais. A Coreia já tinha causado surpresa na primeira fase. Começou perdendo para a União Soviética por 3 a 0 e empatando com o Chile por 1 a 1. Mas, na última rodada, fez o mundo inteiro ficar de queixo caído ao vencer a toda-poderosa Itália por 1 a 0. Se classificou em segundo lugar do Grupo 4, atrás apenas dos soviéticos.

De qualquer forma, mesmo em igualdade de condições a partir do mata-mata, os asiáticos eram considerados azarões.


Portugal atuava no 4-2-4. Liderado por Eusébio, o ataque tinha muita força e mobilidade. O capitão Coluna era mesmo a coluna vertebral do time, aparecendo em todos os espaços.


A Coreia do Norte jogava no 4-2-4, com muita correria e velocidade.

● Os norte-coreanos começaram o jogo com muita personalidade. Com poucos segundos jogados, o meio campo rouba a bola e em apenas dois passes cria a primeira chance de gol. Han Bong-zin avança pela ponta direita e rola para a entrada da área. Pak Seung-zin chuta de primeira. A bola bate no travessão e entra. O goleiro português nem se mexe. Surpresa geral. O começo letal e em alta velocidade deixou todos boquiabertos em Liverpool.

Portugal pressionava. Mas aos 22 minutos, um novo contra-ataque rápido da Coreia resulta no segundo gol. Yang Seung-kook evita a saída da bola pela linha de fundo e cruza da esquerda. Na pequena área, o goleiro José Pereira afasta mal e Li Dong-woon emenda de primeira para as redes.

Era difícil de acreditar. A maioria da torcida presente no estádio era pela seleção asiática. E essa torcida começou a gritar: “We want three!” (“Nós queremos três!”) Foi atendida três minutos depois. Yang Seung-kook avançou pelo meio, entrou na área, trombou com a marcação e chutou no canto direito.

Os portugueses estavam perplexos. A defesa que tinha sofrido apenas dois gols na primeira fase, tinha acabado de tomar o terceiro em apenas 25 minutos. Eusébio diria, a respeito desse jogo: “No primeiro gol, pensei na derrota da Itália. No segundo gol, achei que a coisa estava ficando perigosa. No terceiro gol, pensei: ‘a Itália não conseguiu fazer nenhum gol neles… complicou!'”


(Imagem: FIFA.com / Popper Foto)

● Foi só a partir desse momento que Portugal colocou a bola no chão, respirou e correu atrás do prejuízo. O craque Eusébio chamou a responsabilidade para si e acabaria se tornando o herói da partida. Ele jogou a Copa com a camisa nº 13 a contragosto, mas o número parece ter dado sorte a ele. Dois minutos depois do terceiro gol coreano, ele diminuiu a diferença. José Augusto rolou a bola para a área e Eusébio apareceu antes de dois zagueiros e do goleiro, mandando no alto do gol.

Aos 43 minutos, passe de Eusébio para Torres. O centroavante grandalhão foi derrubado na área por Shin Yung-kyoo. O árbitro israelense Menachem Ashkenazi apontou para a marca penal. Eusébio cobrou no alto, no canto direito e voltou a dar esperança de classificação a seu país. Com apenas um gol de diferença contra, os europeus voltaram para o jogo.

O goleiro Lee Chang-myung fez grandes defesas e evitou a virada dos ibéricos ainda na primeira etapa. Mas, com Eusébio naquela forma esplendorosa, seria inevitável.

Sem experiência, o time asiático não conseguiu sustentar sua enorme vantagem no segundo tempo e continuou jogando no ataque. Mas nenhuma equipe do mundo conseguiria manter esse ritmo de correria alucinante. Os coreanos, que haviam corrido muito até então em todo o Mundial, começaram a sentir mais ainda o desgaste físico.

Por sua vez, Portugal tocava a bola, se aproveitando da técnica mais apurada. Enquanto Eusébio brilhava individualmente, seu conterrâneo, o também moçambicano Mário Coluna, o capitão e camisa 10, marcava, organizava, lançava, criava e finalizava. Outra grande estrela daquela seleção lusa.

Aos 11 minutos da etapa complementar, Simões lançou Eusébio pela direita. Do bico da pequena área, o camisa 13 disparou e tocou por cobertura. Um golaço! Era o empate! Incrível!

A virada veio apenas três minutos depois. Eusébio arrancou em velocidade pela esquerda e enfileirou dois marcadores. Ao invadir a área, foi derrubado infantilmente por Lim Zoong-sun. Pênaltis eram uma das especialidades de Eusébio. Ele cobrou com força, no alto, à direita, e colocou Portugal em vantagem pela primeira vez na partida. Era o quarto gol de Eusébio, igualando o recorde de gols marcados em uma partida de Copa do Mundo.

Mas “Os Magriços” só descansaram mesmo ao anotarem o quinto gol, a dez minutos do fim. Coluna cobrou escanteio para a área, Torres escorou de cabeça e José Augusto, sozinho na pequena área, cabeceia para o gol e põe fim às movimentações no placar. Fim de jogo: Portugal 5 x 3 Coreia do Norte.


(Imagem: AP / PA Archive / Press Association Images)

● Certamente esse foi um dos jogos mais emocionantes e dramáticos da história dos Mundiais. É a segunda maior virada da história das Copas, atrás apenas de Suíça 5 x 7 Áustria, em 1954.

Nessa partida, Eusébio, o “Pantera Negra” se tornou o quinto jogador a marcar quatro gols em uma partida de Copa do Mundo. Os outros foram o polonês Ernest Wilimowski (Polônia 5 x 6 Brasil, em 1938), o brasileiro Ademir de Menezes (Brasil 7 x 1 Suécia, em 1950), o húngaro Sándor Kocsis (Hungria 8 x 3 Alemanha Ocidental, em 1954) e o francês Just Fontaine (França 6 x 3 Alemanha Ocidental, em 1958). Em diversas localidades, esse feito é chamado de “Pôquer” ou “Quatrilho”.

Após a eliminação do Brasil, a Coreia do Norte herdou o ônibus que transportava a Seleção, ainda com a expressão “Brazilian Football Team” pintada na lateral. Não deu muita sorte. Assim como os brasileiros, os coreanos também foram eliminados pelos portugueses jogando em Liverpool.

Curiosamente, o comitê organizador do Mundial decidiu não executar nenhum hino nacional antes das partidas, como sempre foi o protocolo. O Reino Unido não tinha relações diplomáticas com a Coreia do Norte e não tocaria o hino do país em seu território. Assim, decidiram não tocar nenhum. Os hinos só começaram a ser executados após a eliminação dos norte-coreanos.

Em sua primeira Copa do Mundo, Portugal estava merecidamente entre os quatro melhores e enfrentaria a anfitriã Inglaterra nas semifinais.

Mas, curiosamente, quando o árbitro apitou o final da partida, a seleção da Coreia do Norte que foi aplaudida de pé pelos 40.248 presentes no estádio Goodson Park. O conto de fadas norte-coreano chegava ao fim. Eles exibiram um belo e envolvente futebol. Chegaram entre os oito melhores do Mundial, feito que só seria superado pela co-irmã Coreia do Sul em 2002.


(Imagem: FIFA.com / Popper Foto)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 5 x 3 COREIA DO NORTE

 

Data: 23/07/1966

Horário: 15h00 locais

Estádio: Goodison Park

Público: 40.248

Cidade: Liverpool (Inglaterra)

Árbitro: Menachem Ashkenazi (Israel)

 

PORTUGAL (4-2-4):

COREIA DO NORTE (4-2-4):

3  José Pereira (G)

1  Lee Chang-myung (G)

17 João Morais

14 Ha Jung-won

20 Alexandre Baptista

5  Lim Zoong-sun

4  Vicente

13 Oh Yoon-kyung

9  Hilário

3  Shin Yung-kyoo

16 Jaime Graça

6  Im Seung-hwi

10 Mário Coluna (C)

11 Han Bong-zin

12 José Augusto

8  Pak Seung-zin (C)

13 Eusébio

16 Li Dong-woon

18 José Torres

7  Pak Doo-ik

11 António Simões

15 Yang Seung-kook

 

Técnico: Otto Glória

Técnico: Myung Rye-hyun

 

SUPLENTES:

 

 

1  Américo (G)

9  Lee Keun-hak (G)

2  Joaquim Carvalho (G)

2  Pak Li-sup

22 Alberto Festa

19 Kim Yung-kil

21 José Carlos

20 Ryoo Chang-kil

5  Germano

4  Kang Bong-chil

14 Fernando Cruz

18 Ke Seung-woon

19 Custódio Pinto

21 An Se-bok

6  Fernando Peres

10 Kang Ryong-woon

7  Ernesto Figueiredo

12 Kim Seung-il

8  João Lourenço

17 Kim Bong-hwan

15 Manuel Duarte

22 Li Chi-na

 

GOLS:

50” Pak Seung-zin (COR)

22′ Li Dong-woon (COR)

25′ Yang Seung-kook (COR)

27′ Eusébio (POR)

43′ Eusébio (POR) (pen)

56′ Eusébio (POR)

59′ Eusébio (POR) (pen)

80′ José Augusto (POR)

 

ADVERTÊNCIA: Mário Coluna (POR)

Gols e outros lances da partida:

… 19/07/1966 – Portugal 3 x 1 Brasil

Três pontos sobre…
… 19/07/1966 – Portugal 3 x 1 Brasil


(Imagem: Fernando Amaral FC)

● Era o encontro mais aguardado da primeira fase. Na cidade de Liverpool, no estádio Goodison Park, do Everton, 58.479 pessoas iriam assistir ao encontro de duas das melhores equipes da década. O Brasil do Rei Pelé enfrentaria Portugal, do “príncipe” Eusébio, o “Pantera Negra”.

No Brasil, o otimismo era intenso e inveterado, contaminando torcida, imprensa e jogadores. Ninguém seguraria a Seleção, com Pelé e Garrincha ainda mais experientes que nas duas Copas anteriores. A revista Realidade chegou a publicar uma reportagem de capa prevendo como o Brasil conquistaria o tri.

A preparação brasileira foi uma enorme festa. O técnico Vicente Feola montou um grupo deveras inchado, com 47 jogadores, que se exibiu em cinco cidades brasileiras antes de embarcar para a Inglaterra. Além disso, a preparação física feita por Rudolf Hermanny, especialista em judô, se mostraria um enorme fiasco.

Dessa forma, o Brasil se tornou uma mescla mal feita entre alguns craques bicampeões nas duas Copas anteriores, com Gylmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Zito, Garrincha e Pelé, além de jogadores que viriam a encantar o mundo em 1970, como Brito, Gérson, Tostão e Jairzinho. Várias unanimidades ficaram fora da lista final, como Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Roberto Dias, Servílio e outros.

Em compensação, Portugal chegou voando ao Mundial, tendo como base a equipe do Benfica, bicampeã da Copa dos Campeões da Europa (atual UEFA Champions League) no início da década. Treinada pelo brasileiro Otto Glória, Portugal tinha uma ótima equipe a partir do meio campo. Todos os jogadores da linha de frente vestiam a gloriosa camisa encarnada: José Augusto, Coluna, Eusébio, Torres e Simões. O “calcanhar de Aquiles” era o fraco sistema defensivo, que compensava com virilidade e violência.

Estreante em Copas do Mundo, “Os Magriços” começaram a competição com tudo, ao vencer a forte Hungria por 3 a 1. Na segunda rodada, inapelavelmente bateu a Bulgária por (baratos) 3 a 0. Assim, estava praticamente assegurado na fase seguinte, faltando apenas a confirmação matemática.

O Brasil começou bem, vencendo uma frágil Bulgária por 2 a 0, na última partida de Pelé e Garrincha juntos pela Seleção. Eles nunca perderam atuando juntos. Foram 40 partidas, com 36 vitórias e quatro empates. Curiosamente os dois gols contra os búlgaros foram em cobranças de falta diretas, um anotado pelo Rei e outro por Mané.

A Seleção estava invicta em Copas do Mundo havia 13 partidas, desde a derrota para a Hungria em 1954. Mas todas as fragilidades ficaram claras com a quebra de invencibilidade na segunda rodada, uma derrota por 3 a 1 para a mesma Hungria. (Curiosamente, Djalma Santos participou dessas duas partidas.) Com uma equipe lenta, especialmente no sistema defensivo, a Seleção foi presa fácil para a ótima geração húngara, que tinha Flórián Albert e Ferenc Bene como destaques. Pelé não jogou, lesionado. Essa foi a despedida de Garrincha com o escrete canarinho e sua única derrota em um total de 60 partidas.

Assim, para conseguir a vaga na próxima fase sem depender do resultado do jogo entre Hungria e Bulgária, o Brasil precisaria bater os portugueses por três gols de diferença, por causa do critério de desempate “goal average” (número de gols marcados divididos entre o número de gols sofridos).


Portugal atuava no 4-2-4. Liderado por Eusébio, o ataque tinha muita força e mobilidade. O capitão Coluna era mesmo a coluna vertebral do time, aparecendo em todos os espaços.


Vicente Feola escalou o Brasil no sistema 4-2-4.

● Pela necessidade de mudança de postura e de resultados, o técnico Vicente Feola simplesmente “surtou” e promoveu nada menos que nove mudanças em relação à partida anterior. Só Jairzinho e Lima foram mantidos como titulares. O capitão Bellini foi barrado, com a justificativa de que não tinha mais o mesmo vigor. Mas, como veremos, nem Brito e tampouco Orlando seriam capazes de parar Eusébio no auge da forma. Ele estava voando. Ele despontou para o futebol ainda garoto, jogando em Moçambique (seu país natal) e foi indicado ao Benfica pelo brasileiro Bauer, vice-campeão do mundo em 1950.

A reformulada e desentrosada defesa brasileira errou bastante, permitindo várias chances para o adversário. Rildo chegou a tocar a bola com o braço dentro da própria área, mas o árbitro inglês não marcou a penalidade máxima. O grande goleiro Manga falhou feio duas vezes, permitindo dois gols lusos.

A boa notícia era o retorno de Pelé, que não estava no melhor de sua forma física depois de ser alvo da violência dos búlgaros e ficar fora contra os húngaros. Desde o início, a defesa lusa fazia de tudo para pará-lo, de qualquer forma – especialmente com faltas repetidamente violentas, cometidas principalmente pelos zagueiros Morais e Vicente. O árbitro George McCabe ignorava as sucessivas agressões ao Rei.

Mas a Seleção não deixou por menos. Após uma cobrança de falta de Pelé, o goleiro José Pereira faz uma defesa segura e o atacante brasileiro Silva Batuta entrou feio, empurrando o goleiro português para dentro do gol. O tempo fechou e os patrícios reclamaram muito com a arbitragem.

Melhor em campo desde o início, Portugal inaugurou o marcador aos 15 minutos de partida. Eusébio escapou pela ponta esquerda e cruzou para a área. Manga, nervoso, espalmou feio para cima e o baixinho Simões cabeceou para o gol.

Aos 27, Coluna cobrou falta, o gigante Torres (1,91 m) ganha da zaga pelo alto e escora para Eusébio. Mesmo marcado por Orlando, o “Pantera” consegue cabecear para o gol. A bola vai em cima de Manga, que não consegue fazer a defesa. Era o segundo gol luso.

Dois minutos depois, Pelé recebeu duas entradas criminosas no mesmo lance. A segunda foi do zagueiro Morais, que tirou o Rei da partida. Ele voltou para o jogo no segundo tempo, mas apenas mancava em campo, fazendo número na ponta esquerda enquanto conseguiu, já que não eram permitidas substituições à época. Com um jogador a menos e Eusébio jogando o fino da bola, ninguém acreditava mais em um resultado diferente. Muito menos os brasileiros.

O Brasil só descontaria aos 25 minutos do segundo tempo, em um de seus raros ataques. Rildo invade a área e chuta cruzado e rasteiro, no canto esquerdo do goleiro José Pereira. Naquela altura, o Brasil precisaria de mais quatro gols, pois a Hungria estava vencendo a Bulgária por 3 a 1 (placar que se manteria até o fim).

No final da partida, Eusébio cobrou uma falta com um chute fortíssimo e Manga foi no ângulo desviar para escanteio. Depois, o mesmo Eusébio foi até a linha de fundo e chutou sem ângulo, para outra bela e difícil defesa de Manga.

No escanteio oriundo dessa jogada, a cinco minutos do fim, a esquadra lusa jogou a última pá de cal sobre o Brasil. Coluna cobrou escanteio, Torres ganhou de Brito pelo alto e escorou de cabeça para Eusébio chegar como uma flecha e emendar de primeira, do bico da pequena área. E o placar de 3 a 1 se manteve até o apito final.

Portugal venceu e convenceu contra o Brasil. A impressão que se tinha era da “troca de reis”: o fim de Pelé e o início do reinado de Eusébio.

Após a partida, todos os portugueses queriam cumprimentar e consolar Pelé. Mas não tiveram pena nenhuma do camisa 10 durante os 90 minutos.


(Imagem: PA Photos / Otherimages / Época / Globo)

● Com essa derrota, o super Brasil, bicampeão em 1958 e 1962, estava vergonhosamente eliminado ainda na fase de grupos. O que parecia um grupo fácil, se enfrentado com seriedade, se tornou um dos maiores vexames da Seleção em Copas do Mundo. Era a terceira (e, por enquanto, última) vez que o Brasil caía na primeira fase de um Mundial. Foi assim também em 1930 e 1934.

Assim, terminava de forma incontestável a esperança do tricampeonato, que seria adiado por mais quatro anos.

Foi o fim da carreira do treinador Vicente Feola. Ele não conseguiu montar um time-base nem mesmo durante a disputa da Copa. Dos 22 convocados, 20 foram utilizados nas três partidas, sendo que ainda não eram permitidas substituições na época.

Desgostoso com o excesso de violência e com o fiasco brasileiro no Mundial, Pelé disse que nunca mais disputaria uma Copa do Mundo. Por sorte do universo do futebol, ele mudou logo de ideia.

Portugal terminou o Grupo 3 com 100% de aproveitamento. Nas quartas de final, teria uma partida teoricamente fácil contra a surpreendente Coreia do Norte.


(Imagem: Footy Fair)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 3 x 1 BRASIL

 

Data: 19/07/1966

Horário: 19h30 locais

Estádio: Goodison Park

Público: 58.479

Cidade: Liverpool (Inglaterra)

Árbitro: George McCabe (Inglaterra)

 

PORTUGAL (4-2-4):

BRASIL (4-2-4):

3  José Pereira (G)

12 Manga (G)

17 João Morais

3  Fidélis

20 Alexandre Baptista

5  Brito

4  Vicente

7  Orlando (C)

9  Hilário

9  Rildo

16 Jaime Graça

13 Denílson

10 Mário Coluna (C)

14 Lima

12 José Augusto

17 Jairzinho

13 Eusébio

19 Silva Batuta

18 José Torres

10 Pelé

11 António Simões

21 Paraná

 

Técnico: Otto Glória

Técnico: Vicente Feola

 

SUPLENTES:

 

 

1  Américo (G)

1  Gylmar (G)

2  Joaquim Carvalho (G)

2  Djalma Santos

22 Alberto Festa

4  Bellini

21 José Carlos

6  Altair

5  Germano

8  Paulo Henrique

14 Fernando Cruz

15 Zito

19 Custódio Pinto

11 Gérson

6  Fernando Peres

16 Garrincha

7  Ernesto Figueiredo

18 Alcindo Bugre

8  João Lourenço

20 Tostão

15 Manuel Duarte

22 Edu

 

GOLS:

15′ António Simões (POR)

27′ Eusébio (POR)

70′ Rildo (BRA)

85′ Eusébio (POR)

 “Os Magriços”
Era o apelido da seleção de Portugal que terminou a Copa do Mundo de 1966 em 3º lugar.
O apelido é baseado em Álvaro Gonçalves Coutinho, que era apelidado de “O Magriço”.
Álvaro era um cavaleiro português do século XIV que, juntamente com outros onze colegas, viajou para a Inglaterra para participar de um torneio para defender a honra de doze damas inglesas ofendidas por doze nobres, também ingleses.
Como essas damas não conseguiam encontrar cavaleiros na Inglaterra dispostos a lutar por suas respectivas honras, doze cavaleiros lusitanos partiram para essa luta, já que o povo português era conhecido em toda a Europa por serem defensores a honra.
A história é famosa e contada por Luís de Camões no canto VI de seu livro “Os Lusíadas”, mas é de veracidade duvidosa.

Ótima reportagem do “Canal 100” sobre a partida:

Melhores momentos da partida:

… 30/06/2018 – Uruguai 2 x 1 Portugal

Três pontos sobre…
… 30/06/2018 – Uruguai 2 x 1 Portugal


(Imagem: Twitter do SporTV)

● Não foi uma partida estupenda como foi o duelo entre França e Argentina. Mas “Uruguai x Portugal” teve suas emoções e acabou sendo um bom jogo.

O Uruguai era o favorito para essa partida. Terminou o Grupo A com 100% de aproveitamento e encontrou uma maneira de jogar, privilegiando a marcação no meio campo e distribuindo bola para a dupla de ataque mortal: Luisito Suárez e Edinson Cavani.

Nas três partidas anteriores, Portugal mudou muito suas escalações. No ataque, ninguém funcionou como companheiro de Cristiano Ronaldo. E hoje, novamente, também não deu certo com Gonçalo Guedes. Em nenhum momento os lusos ofereceram real perigo aos charruas. Os uruguaios são acostumados a sofrer, mas hoje não foi preciso.


O Uruguai jogou no tradicional 4-4-2, com Cavani ajudando na recomposição.


Portugal também jogou no 4-4-2. Sem a bola, era um 4-2-3-1.

● No início do jogo, Portugal começou tentando o gol. Embora não criasse nenhuma chance clara e nem colocasse pressão, pelo menos tentou mais.

João Mário avançou na esquerda, foi até a linha de fundo e cruzou para que Bernardo Silva cabeceasse por cima.

Depois aos 6′, Cristiano Ronaldo abriu na direita para Bernardo, que avançou e devolveu para Ronaldo chutar de longo, no meio do gol, para a defesa de Muslera.

No minuto seguinte, Cavani vira o jogo da direita e acha Suárez na esquerda. O camisa 9 domina no peito ajeita e cruza na segunda trave, na medida para Cavani completar de cabeça para o gol. Foi um cruzamento muito forte, que Cavani teve que atacar a bola e cabecear do jeito que dava, meio de rosto. Mas o que importava era a vantagem no placar.

Portugal tentou responder, quando Bernardo Silva cruzou da direita e José Fonte cabeceou, mas a bola foi para fora, chegando a assustar o goleiro uruguaio.

Aos 22′, Luisito Suárez cobrou falta da intermediária. A bola foi forte e rasteira, mas Rui Patrício pulou no canto esquerdo e espalmou para fora da área.

Aos 10 minutos do segundo tempo, após um escanteio curto, Bernardo Silva cruzou para a área e Pepe subiu sozinho e cabeceou forte para o gol. Foi o primeiro gol sofrido pelo Uruguai no Mundial de 2018. E foi também o primeiro gol de Pepe em Copas do Mundo.

Sete minutos depois, Muslera chutou para frente e Pepe escorou mal. Nández ficou com a bola e abriu na esquerda para Cavani. O artilheiro do jogo ajeitou o corpo e bateu de primeira, no canto esquerdo de Rui Patrício. Um golaço.

Aos 25′, Raphaël Guerreiro cruzou para a área a Muslera saiu mal do gol. Bernardo Silva tirou a bola das mãos do goleiro e chutou para fora. A bola caiu no “pé ruim” de Bernardo e não teve direção. Muslera reclamou de falta, mas o árbitro não marcou.

Pouco depois, Cavani, o herói charrua na partida teve que deixar o campo lesionado. Ele sentiu uma fisgada na panturrilha esquerda e não conseguiu seguir no jogo. Foi amparado e ajudado a sair de campo por Cristiano Ronaldo. Muitos viram uma cena belíssima do gajo ajudando um adversário. Eu vi o capitão de uma equipe que estava perdendo o jogo, tentando evitar que o adversário contundido ganhasse mais tempo. O que também é correto.

O Uruguai teve a chance de matar o jogo em um contra-ataque, já nos acréscimos. Suárez cruzou rasteiro no segundo pau para Cebolla Rodríguez mas ele não dominou e não chutou. Só tocou na bola e ela foi para fora.

Depois, Guerreiro cruzou, a bola passou por tudo mundo e Quaresma ajeitou e chutou onde Muslera estava posicionado para defender.

No último lance da partida, Portugal tentou esboçar uma pressão com bola aérea, inclusive com o goleiro Rui Patrício indo para a área. Em vão. Não havia mais tempo.


(Imagem: FIFA.com)

● O Maestro Óscar Tabárez, técnico uruguaio, começou a Copa com De Arrascaeta como titular na meia esquerda, mas ele não foi bem. Depois, tentou Cebolla Rodríguez. Na terceira partida, tentou uma espécie de losango no meio campo, com Torreira como vértice mais defensivo, Nández na direita, Vecino na esquerda e Bentancur mais avançado. Essa escalação privilegia a marcação, mas perde muito na criação. São quatro jogadores mais marcadores do que armadores. Mesmo eles aparecendo como elementos surpresas, acaba que ninguém cria e o time fica dependendo da dupla de ataque.

Cavani e Suárez se procuravam em campo a todo momento. Um recebia a bola e já buscava o outro. O lance do gol foi emblemático. Embora estivessem a mais de 40 metros de distância, eles trocaram lançamentos e acabou saindo o gol. Mas para uma equipe que quer ir mais longe no Mundial, isso é muito pouco. Vamos ver quais as variações que Tabárez vai criar. Especialmente se Cavani não se recuperar a tempo da próxima partida.

Portugal se despede mostrando um futebol aquém do prometido. Empatou com a Espanha por 3 a 3 na estreia, com três gols de CR7. Depois, suou para ganhar do Marrocos por 1 a 0 (embora não tenha merecido). E empatou com o Irã por 1 a 1, levando muito sufoco até nos segundo finais. Contra o Uruguai, não mostrou sua força de campeão europeu.

Com dificuldades para penetrar nA defesa uruguaia, Portugal tentou vários chutes de fora da área. Foram três de Raphaël Guerreiro, um de Cristiano Ronaldo e dois de Manuel Fernandes, que entrou finalzinho do jogo para isso mesmo. Muito pouco para quem era tido como um dos possíveis candidatos a título. Portugal carece de um bom centroavante para fazer companhia a Cristiano Ronaldo no ataque, que possa deixar CR7 mais livre no ataque.

Ainda não sabemos nada sobre o desfecho dos eliminados do Mundial. Mas hoje pode ter sido um dia histórico. Pode ter sido o último dia de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo em Copas do Mundo. Vamos torcer para ambos estarem liderando suas respectivas seleções daqui a quatro anos no Qatar.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

URUGUAI 2 x 1 PORTUGAL

 

Data: 30/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium)

Público: 44.287

Cidade: Sóchi (Rússia)

Árbitro: César Arturo Ramos (México)

 

URUGUAI (4-4-2):

PORTUGAL (4-4-2):

1  Fernando Muslera (G)

1  Rui Patrício (G)

22 Martín Cáceres

15 Ricardo

2  José Giménez

3  Pepe

3  Diego Godín (C)

6  José Fonte

17 Diego Laxalt

5  Raphaël Guerreiro

14 Lucas Torreira

14 William Carvalho

15 Matías Vecino

23 Adrien Silva

8  Nahitan Nández

10 João Mário

6  Rodrigo Bentancur

11 Bernardo Silva

21 Edinson Cavani

17 Gonçalo Guedes

9  Luis Suárez

7  Cristiano Ronaldo (C)

 

Técnico: Óscar Tabárez

Técnico: Fernando Santos

 

SUPLENTES:

 

 

23 Martín Silva (G)

22 Beto (G)

12 Martín Campaña (G)

12 Anthony Lopes (G)

19 Sebastián Coates

21 Cédric

16 Maxi Pereira

13 Rúben Dias

4  Guillermo Varela

2  Bruno Alves

5  Carlos Sánchez

19 Mário Rui

7  Cristian Rodríguez

4  Manuel Fernandes

10 Giorgian De Arrascaeta

8  João Moutinho

20 Jonathan Urretaviscaya

16 Bruno Fernandes

11 Cristhian Stuani

20 Ricardo Quaresma

13 Gastón Silva

18 Gelson Martins

18 Maxi Gómez

9  André Silva

 

GOLS:

7′ Edinson Cavani (URU)

55′ Pepe (POR)

62′ Edinson Cavani (URU)

 

CARTÃO AMARELO:

90+3′ Cristiano Ronaldo (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

63′ Rodrigo Bentancur (URU) ↓

Cristian Rodríguez (URU) ↑

 

65′ Adrien Silva (POR) ↓

Ricardo Quaresma (POR) ↑

 

74′ Gonçalo Guedes (POR) ↓

André Silva (POR) ↑

 

74′ Edinson Cavani (URU) ↓

Cristhian Stuani (URU) ↑

 

81′ Nahitan Nández (URU) ↓

Carlos Sánchez (URU) ↑

 

84′ João Mário (POR) ↓

Manuel Fernandes (POR) ↑

Melhores momentos da partida:

… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

O choro iraniano pela eliminação precoce diante do empate com Portugal.
O sufoco espanhol com a correria dos marroquinos.
O show do Uruguai contra a Rússia.
O recorde de jogador mais velho de todas as Copas, quebrado pelo goleiro egípcio Essam El-Hadary (que ainda defendeu pênalti).


… Uruguai 3 x 0 Rússia


(Imagem: FIFA.com)

Desde o apito inicial, o Uruguai se impôs como um campeão mundial deve fazer. Mesmo atuando contra os donos da casa, não passou sufoco em momento algum e se classificou em primeiro lugar do Grupo A, com 100% de aproveitamento.

A esperança da torcida russa por um bom resultado se foi logo aos dez minutos, quando Betancur sofreu uma falta quase na linha da grande área. Luisito Suárez cobrou com muita força, no canto do goleiro. Podemos colocar um pouquinho da culpa em Akinfeev, já que um goleiro não deveria sofrer um gol de falta no canto que ele próprio está cobrindo, do outro lado da barreira. Como atenuantes, a proximidade da bola e a força do chute.

Logo na sequência, Akinfeev fez um lançamento quase de área a área. Dzyuba fez o pivô escorando de cabeça e Cheryshev chutou de direita (o pé ruim) da entrada da área, mas o goleiro Muslera defendeu e Godín chutou o rebote para longe.

O segundo gol foi aos 23′. Diego Laxalt pegou a sobra de um escanteio e chutou de esquerda. No meio do caminho a bola desviou em Cheryshev e tirou qualquer chance do goleiro Akinfeev.

Cinco minuto depois, Suárez deixou Bentancur na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro russo. Na sobra, Zobnin chegou antes de Cavani para aliviar o perigo.

Aos 36′, Igor Smolnikov foi expulso ao receber o segundo cartão amarelo, dessa vez por um duro carrinho por trás em Laxalt. Se o jogo já estáva fácil para os uruguaios, agora a vitória seria questão de tempo.

Aos 45 min do segundo tempo, Cristian “Cebolla” Rodríguez chutou forte de fora da área, mas Akinfeev estava atento para espalmar por cima.

Na cobrança desse escanteio, Godín subiu mais alto que os adversários e cabeceou firme no canto, mas o arqueiro foi buscar. Mas na sobra, Cavani foi mais esperto e completou para o gol.

Um placar de 3 a 0 com muita autoridade, que deixa o Uruguai com um leve favoritismo contra Portugal nas oitavas de final.

Em seu primeiro teste de respeito, a Rússia foi reprovada. Agora, enfrentará a Espanha, uma das favoritas à conquista do título. Os anfitriões terão que jogar mais do que hoje, se quiserem sonhar com as quartas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Uruguai 3 x 0 Rússia
Data: 25/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara) — Cidade: Samara (Rússia)
Público: 41.970
Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)
Gols: 10′ Luis Suárez (URU); 23′ Denis Cheryshev (URU)(contra); 90′ Edinson Cavani (URU)
Cartões Amarelos: 9′ Yury Gazinsky (RUS); 27′ Igor Smolnikov (RUS); 59′ Rodrigo Bentancur (URU)
Cartão Vermelho: 36′ Igor Smolnikov (RUS)
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 22.Martín Cáceres, 19.Sebastián Coates, 3.Diego Godín (C) e 17.Diego Laxalt; 8.Nahitan Nández (7.Cristian Rodríguez ↑73′), 15.Matías Vecino, 14.Lucas Torreira e 6.Rodrigo Bentancur (10.Giorgian De Arrascaeta ↑63′); 21.Edinson Cavani (18.Maxi Gómez ↑90+3′) e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez
Rússia (4-2-3-1): 1.Igor Akinfeev (C); 23.Igor Smolnikov, 3.Ilya Kutepov, 4.Sergei Ignashevich e 13.Fyodor Kudryashov; 8.Yury Gazinsky (7.Daler Kuzyayev ↑INTERVALO) e 11.Roman Zobnin; 19.Aleksandr Samedov, 15.Aleksei Miranchuk (10.Fyodor Smolov ↑60′) e 6.Denis Cheryshev (2.Mário Fernandes ↑38′); 22.Artem Dzyuba. Técnico: Stanislav Cherchesov

 

… Arábia Saudita 2 x 1 Egito


(Imagem: UOL)

Essa partida ficou marcada na história das Copas. Aos 45 anos e 5 meses, o goleiro egípcio Essam El-Hadary se tornou o jogador mais velho a disputar um Mundial. E, como veremos, ele não se limitou a ser coadjuvante no jogo. Ele não entrou em campo apenas para bater o recorde. Ele, que estreou na seleção em 1996, ainda mantém um bom nível técnico, que o faz ser um dos melhores de seu país e, merecidamente, ser convocado. Inclusive, tinha sido titular em cinco dos oito jogos do Egito nas eliminatórias no ano passado.

Seu time começou vencendo. Aos 22 minutos de jogo, Abdalla Said fez um lindo lançamento para Mohamed Salah. O atacante do Liverpool dominou e tocou por cobertura sobre o goleiro saudita. Um lindo gol, no estilo Mo Salah que nos acostumamos a ver na temporada recém terminada.

A partida começava com “cheiro” de goleada egípcia, porque a jogada se repetiu logo no minuto seguinte. Salah recebeu passe ao se deslocar por trás da zaga e fez uma linda enfiada para o camisa 10. Sozinho, ele novamente tocou por cima do goleiro Yasser Al-Mosailem, mas a bola caprichosamente foi para fora. Um pecado!

Aos 39′, Yasser Al-Shahrani tentou cruzar na área e Ahmed Fathi tocou com a mão na bola. Pênalti para a Arábia Saudita. Fahad Al-Muwallad bateu forte no canto direito, mas a bola foi à meia altura, possibilitando a defesa de El Hadary. A bola ainda explodiu no travessão antes de ser tirada pela defesa.

Já nos acréscimos, uma nova penalidade para “Os Falcões Verdes”. Ali Gabr segurou Al-Muwallad na área. O VAR ratificou a marcação do árbitro colombiano Wilmar Roldán. Dessa vez a cobrança ficou a cargo de Salman Al-Faraj, que bateu rasteiro no canto esquerdo, deslocou o goleiro e empatou a partida.

No segundo tempo, aos 25 min, Al-Faraj fez um belo lançamento da intermediária e Al-Mogahwi cabeceou bem, à queima roupa, mas El Hadary fez um novo milagre.

Nos acréscimos, a Arábia Saudita tocava a bola esperando o apito final. E foi tocando a bola, trabalhando até a área, quando Abdullah Otayf tocou para Salem Al-Dawsari chutar cruzado, quase sem ângulo. A bola tocou no pé da trave e entrou. Era a virada saudita no último ato da partida!

O Egito era cotado para ser uma das surpresas do Mundial. Possui um técnico experiente (Héctor Cúper), um dos melhores jogadores do mundo atualmente (Mo Salah), além de bons coadjuvantes. Mas foi uma decepção. Cair na primeira fase era possível e até provável. Mas não da forma como foi, sem conseguir somar pontos nem contra a frágil rival de hoje.

Na Arábia Saudita, os méritos totais dessa vitória podem recair sobre o técnico argentino/espanhol Juan Antonio Pizzi. Foi ele quem introduziu no time a paciência e o toque de bola, que envolveu os egípcios hoje.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Arábia Saudita 2 x 1 Egito
Data: 25/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Arena Volgogrado — Cidade: Volgogrado (Rússia)
Público: 36.823
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Gols: 22′ Mohamed Salah (EGI); 45+6′ Salman Al-Faraj (ARA)(pen); 90+5′ Salem Al-Dawsari (ARA)
Cartões Amarelos: 45+5′ Ali Gabr (EGI); 86′ Ahmed Fathi (EGI)
Arábia Saudita (4-5-1): 21.Yasser Al-Mosailem; 6.Mohammed Al-Breik, 3.Osama Hawsawi (C), 23.Motaz Hawsawi e 13.Yasser Al-Shahrani; 14.Abdullah Otayf, 7.Salman Al-Faraj, 16.Housain Al-Mogahwi, 18.Salem Al-Dawsari e 9.Hattan Bahebri (20.Muhannad Assiri ↑65′); 19.Fahad Al-Muwallad (8.Yahya Al-Shehri ↑79′). Técnico: Juan Antonio Pizzi
Egito (4-2-3-1): 1.Essam El Hadary (C); 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed e 17.Mohamed Elneny; 19.Abdalla Said (22.Amr Ward ↑45+7′), 21.Trezeguet (11.Kahraba ↑81′) e 10.Mohamed Salah; 9.Marwan Mohsen (14.Ramadan Sobhi ↑64′). Técnico: Héctor Cúper

 

… Espanha 2 x 2 Marrocos


(Imagem: FIFA.com)

Não sei se é só a mudança de treinadores ou se é mérito dos adversários. Mas a Espanha não vem confirmando seu favoritismo em campo. Fez um ótimo jogo e mereceu vencer Portugal. Depois, contou com a sorte contra o Irã e sofreu para empatar com Marrocos. Mesmo assim, terminou como líder do Grupo B.

Aos 14 minutos de jogo, a Espanha fazia sua troca de passes característica, quando Iniesta e Sergio Ramos “esqueceram da bola”. O centroavante marroquino Khalid Boutaïb ficou com ela, correu a metade do campo em alta velocidade e tocou de esquerda, no meio das pernas de De Gea.

Cinco minuto depois, Isco começa a jogada na intermediária ofensiva e Diego Costa abre com Iniesta na ponta esquerda. O ídolo espanhol avança e toca para trás. Dentro da pequena área, Isco domina e fuzila, sem chances para o goleiro Munir El Kajoui. Um gol no melhor estilo espanhol.

Aos 25′, em cobrança de lateral rápida, Boutaïb correu sozinho e ficou cara a cara gol o goleiro (de novo), mas adiantou demais e chutou em cima de De Gea.

Aos dez minutos do segundo tempo, Nordin Amrabat chutou forte quase do bico direito da área. A bola fez uma curva, tocou no travessão e quicou sobre a linha, mas não entrou no gol.

Aos 36′, após cobrança de escanteio, Youssef En-Nesyri subiu mais que todo mundo, ganhou de Sergio Ramos e testou forte para dentro do gol.

Aos 46 minutos da etapa final, Carvajal bateu cruzado e Iago Aspas mandou de letra para o gol. O bandeirinha levantou seu instrumento no mesmo instante e o árbitro uzbeque Ravshan Irmatov assinalou o impedimento. Mas o VAR entrou em ação e confirmou a legalidade do gol. No momento do passe, Aspas estava na mesma linha de Boussoufa, o penúltimo defensor.

A Espanha precisa jogar mais bola. E tem um potencial enorme para isso, talvez o maior da competição. Só que o que vale são os gols e as vitórias. Contra uma Rússia empurrada pela torcida, vai ter que provar que a primeira fase foi um ponto fora da curva e que essa curva é ascendente.

Marrocos sai com a cabeça erguida. O técnico Hervé Renard tinha prometido que iria dificultar as coisas para a Fúria. Prometeu e cumpriu. E quase venceu a partida. Ameaçou mais e esteve mais perto da vitória do que os espanhóis. Talvez tenha merecido.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Espanha 2 x 2 Marrocos
Data: 25/06/2018 — Horário: 20h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 33.973
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Gols: 14′ Khalid Boutaïb (MAR); 19′ Isco (ESP); 81′ Youssef En-Nesyri (MAR); 90+1′ Iago Aspas (ESP)
Cartões Amarelos: 21′ Karim El Ahmadi (MAR); 29′ Nordin Amrabat (MAR); 31′ Manuel da Costa (MAR); 31′ Mbark Boussoufa (MAR); 88′ Munir El Kajoui (MAR); 90+3′ Achraf Hakimi (MAR)
Espanha (4-2-3-1): 1.David de Gea; 2.Dani Carvajal, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets e 10.Thiago (20.Marco Asensio ↑74′); 21.David Silva (9.Rodrigo Moreno ↑84′), 22.Isco e 6.Andrés Iniesta; 19.Diego Costa (17.Iago Aspas ↑74′). Técnico: Fernando Hierro
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 17.Nabil Dirar, 4.Manuel da Costa, 6.Romain Saïss e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi; 14.Mbark Boussoufa, 16.Nordin Amrabat, 10.Younès Belhanda (11.Fayçal Fajr ↑63′) e 7.Hakim Ziyech (20.Aziz Bouhaddouz ↑85′); 13.Khalid Boutaïb (19.Youssef En-Nesyri ↑72′). Técnico: Hervé Renard

 

… Irã 1 x 1 Portugal


(Imagem: UOL)

Foi um sufoco, mas Portugal está classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2018. O Irã teve sua melhor atuação na competição e poderia ter vencido.

Portugal passou toda a etapa inicial trocando passes, tentando ultrapassar a barreira defensiva iraniana.

E só conseguiu no último minuto da etapa inicial. Ricardo Quaresma tabelou com Adrien Silva e chutou de trivela, uma jogada muito característica dele. A bola encobriu o goleiro Beiranvand e morreu no fundo das redes.

Aos cinco minutos do segundo tempo, Cristiano Ronaldo invade a área e é derrubado. O árbitro Enrique Cáceres esperou a confirmação do VAR para apitar o pênalti. CR7 bateu mal, à meia altura, facilitando para a defesa goleiro iraniano em dois tempos. Cristiano repetia Messi e também perdia um pênalti na Copa 2018.

Para piorar, aos 38′, Cristiano Ronaldo revidou uma provocação e poderia ter sido expulso, mas o juiz paraguaio “amarelou” e só mostrou mesmo o cartão amarelo ao craque.

Já nos acréscimos, em bola na área portuguesa, o árbitro á avisado pelo VAR que uma bola cabeceada por Azmoun tocou no braço aberto de Cédric dentro da área. O experiente Ansarifard bateu no ângulo esquerdo, sem chances de defesa para Rui Patrício.

Depois, o Irã ainda perdeu uma chance clara de virar o jogo e se classificar. Após lançamento longo, Azmoun desviou de cabeça, Ghoddos teve o chute desviado e a bola cobrou limpa para Mehdi Taremi. O camisa 17 finalizou de esquerda e a bola balançou as redes pelo lado de fora. Uma oportunidade claríssima, que não pode ser desperdiçada em uma Copa do Mundo.

Com o gol de empate da Espanha diante de Marrocos saindo quase simultaneamente ao gol do Irã contra Portugal, a classificação mudou. A Espanha ficou com o primeiro lugar do grupo, para enfrentar a Rússia. Com isso, Portugal vai enfrentar o Uruguai, em um duelo imprevisível.

Todos os méritos da boa competição do Irã devem ir para o técnico português Carlos Queiroz. Já são sete anos treinando os persas. Ele conseguiu estruturar um sistema defensivo muito consistente, um time participativo e até criativo, com muitas opções de ataque. É a melhor seleção da Ásia atualmente e, talvez, uma das melhores de todos os tempos no continente.

No fim, o choro. O choro de Taremi que errou o gol da classificação. O choro emblemático de vários jogadores e torcedores – em especial o da foto de capa dessa matéria. O choro de quem sabe que podia ir mais longe, impedido por detalhes.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Irã 1 x 1 Portugal
Data: 25/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Mordovia — Cidade: Saransk (Rússia)
Público: 41.685
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai)
Gols: 45′ Ricardo Quaresma (POR); 90+3′ Karim Ansarifard (IRA)(pen)
Cartões Amarelos: 33′ Raphaël Guerreiro (POR); 52′ Ehsan Haj Safi (IRA); 54′ Sardar Azmoun (IRA); 64′ Ricardo Quaresma (POR); 83′ Cristiano Ronaldo (POR); PÓS-JOGO Cédric (POR)
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 19.Majid Hosseini, 8.Morteza Pouraliganji e 3.Ehsan Haj Safi (C) (5.Milad Mohammadi ↑56′); 6.Saeid Ezatolahi (10.Karim Ansarifard ↑76′); 17.Mehdi Taremi, 18.Alireza Jahanbakhsh (14.Saman Ghoddos ↑70′), 9.Omid Ebrahimi e 11.Vahid Amiri; 20.Sardar Técnico: Carlos Queiroz
Portugal (4-4-2): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho, 23.Adrien Silva, 10.João Mário (8.João Moutinho ↑84′) e 20.Ricardo Quaresma (11.Bernardo Silva ↑70′); 9.André Silva (17.Gonçalo Guedes ↑90+6′) e 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos

… 20/06/2018 – O melhor do sétimo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 20/06/2018 – O melhor do sétimo dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Cristiano Ronaldo marca seu quarto gol na Copa e Portugal vence a brava seleção do Marrocos.
Luis Suárez aproveita o vacilo do goleiro e marca o Uruguai vence a Arábia Saudita em um jogo burocrático.
Diego Costa conta com a sorte e a Espanha derrota o bom time do Irã.
Três partidas que terminaram 1 x 0, mas o futebol é muito mais do que o gol.

… Portugal 1 x 0 Marrocos


(Imagem: UOL)

No começo, parecia que seria um massacre e, quiçá, um novo “hat-trick” de Cristiano Ronaldo. Logo aos quatro minutos, após escanteio curto, João Moutinho cruzou a bola para a área e CR7 apareceu como um foguete para fuzilar o goleiro Munir El Kajoui. Foi uma cabeçada fulminante e o quarto gol do capitão português na Copa – artilheiro isolado até agora.

Cinco minutos depois, Guerreiro avançou pelo meio e tocou para CR7 dentro da área. Ele puxou para o pé direito e chutou mascado à esquerda do gol.

Logo depois, Ziyech cobrou escanteio e Benatia cabeceou no chão com perigo para boa defesa de Rui Patrício.

Aos 39′, Ronaldo deixou Gonçalo Guedes na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro marroquino. Gonçalo está se destacando por perder esse tipo de gol. Já tinham sido duas ocasiões desperdiçadas contra a Espanha. Por tudo que fez nas eliminatórias, André Silva deveria ser o titular.

No segundo tempo, aos 10′, Belhanda chutou forte da entrada da área, mas Rui Patrício segurou firme.

Dois minutos depois, Ziyech cobrou falta, Belhanda cabeceou e a bola ainda desviou em Cristiano Ronaldo. Rui Patrício voou como um gato (como diria Tadeu Schmidt no “Fantástico”) e buscou a bola no cantinho. Espetacular defesa! Talvez a mais difícil da Copa até agora.

Na sequência, foram dois lances muito parecidos. Duas faltas cobradas da intermediária para a área, com o capitão Benatia dominando bem e enchendo o pé, mandando a bola por cima do gol. Parecia replay, mas não era. Marrocos estava pressionando bastante nessas cobranças de falta.

Após um início promissor, Portugal foi completamente dominado por Marrocos. Não existe justiça em futebol, mas o placar mais justo seria (pelo menos) o empate. Se os lusos jogarem como hoje, talvez tenham dificuldade para se classificar diante do bravo Irã, treinado pelo patrício Carlos Queiroz.

Assim como na partida diante dos iranianos, Marrocos foi melhor que o adversário, mas pecou na bola parada defensiva e não conseguiu concretizar as oportunidades. Mesmo sendo o primeiro eliminado por antecipação, sai do Mundial de cabeça erguida após vinte anos da última participação.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Portugal 1 x 0 Marrocos
Data: 20/06/2018 — Horário: 15h00 locais
Estádio: Olímpico Luzhniki — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 78.011
Árbitro: Mark Geiger (Estados Unidos)
Gol: 4′ Cristiano Ronaldo (POR)
Cartões Amarelos: 40′ Mehdi Benatia (MAR); 90+2′ Adrien Silva (POR)
Portugal (4-2-3-1): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho e 8.João Moutinho (23.Adrien Silva ↑89′); 10.João Mário (16.Bruno Fernandes ↑70′), 11.Bernardo Silva (18.Gelson Martins ↑59′) e 17.Gonçalo Guedes; 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 17.Nabil Dirar, 5.Medhi Benatia (C), 4.Manuel da Costa e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi (11.Fayçal Fajr ↑86′); 14.Mbark Boussoufa, 16.Nordin Amrabat, 10.Younès Belhanda (23.Mehdi Carcela ↑75′) e 7.Hakim Ziyech; 13.Khalid Boutaïb (9.Ayoub El Kaabi ↑70′). Técnico: Hervé Renard

 

… Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita


(Imagem: FIFA.com)

O Uruguai foi protocolar em seu compromisso contra a Arábia Saudita. Fez o básico, venceu e se classificou para as oitavas de final. Mas em momento algum empolgou ninguém. Aliás, em duas partidas, foram duas vitórias por 1 x 0 e dois jogos chatos. O que se prometia, não está se cumprindo. É uma equipe chata, entediante, enfadonho…

O único gol do jogo saiu aos 23 minutos do primeiro tempo. Carlos Sánchez cobrou o escanteio e o goleiro Al-Owais saiu de soco, mas não conseguiu acertar a bola. E ela caiu justamente no pé esquerdo de um dos maiores artilheiros do mundo, “El Pistolero”, Luisito Suárez. O camisa 9 só completou para o gol.

Depois, o Uruguai diminuiu o ritmo. Ficou devagar, quase parando, só esperando o jogo acabar.

A Arábia Saudita mostrou que também sabe atacar, mesmo com suas muitas limitações. O lateral esquerdo Al-Shahrani foi à linha de fundo e cruzou para a área. Bahebri apareceu na pequena área, mas chutou por cima.

O restante do jogo foi ruim.

Aos seis minutos do segundo tempo, Luis Suárez cobrou falta da intermediária, a bola veio quicando, mas Al-Owais espalmou bem.

Aos 23′, Sánchez cruzou uma falta na área e Martín Cáceres cabeceou por cima.

A dez minutos do fim, Torreira chutou da intermediária, a bola desviou em Edinson Cavani e quase matou o goleiro saudita, mas foi para fora.

Pouco depois, Cavani arrancou, mas perdeu a bola para a zaga. Como o atacante mostrou sua garra ao insistir na jogada, roubar a bola e chutar cruzado. Mas o goleiro saiu bem e fechou o ângulo, defendendo com os pés.

Foi o sexto gol de Suárez em Copas, se tornando também o primeiro uruguaio a marcar em três Copas diferentes (2010, 2014 e 2018). Em 100 partidas, marcou 52 vezes e é o maior goleador da história da Celeste. Além disso, com 423 gols, se igualou a Fernando Morena como o maior artilheiro do futebol uruguaio em todos os tempos.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita
Data: 20/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Arena Rostov — Rostov-on-Don (Rússia)
Público: 42.678
Árbitro: Clément Turpin (França)
Gol: 23′ Luis Suárez (URU)
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 4.Guillermo Varela, 2.José Giménez, 3.Diego Godín (C) e 22.Martín Cáceres; 6.Rodrigo Bentancur, 15.Matías Vecino (14.Lucas Torreira ↑59′), 5.Carlos Sánchez (8.Nahitan Nández ↑82′) e 7.Cristian Rodríguez (17.Diego Laxalt ↑59′); 21.Edinson Cavani e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez
Arábia Saudita (4-5-1): 22.Mohammed Al-Owais; 6.Mohammed Al-Breik, 3.Osama Hawsawi (C), 4.Ali Al-Bulaihi e 13.Yasser Al-Shahrani; 14.Abdullah Otayf, 7.Salman Al-Faraj, 17.Taisir Al-Jassim (16.Housain Al-Mogahwi ↑44′), 18.Salem Al-Dawsari e 9.Hattan Bahebri (12.Mohamed Kanno ↑75′); 19.Fahad Al-Muwallad (10.Mohammad Al-Sahlawi ↑78′). Técnico: Juan Antonio Pizzi

 

… Irã 0 x 1 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

Era sabido que o Irã tem uma defesa muito bem postada e seria muito difícil de ser vazada. Mas, do outro lado havia a seleção espanhola, uma das melhores do mundo em furar retrancas, sempre com muita paciência.

O mesmo roteiro foi repetido durante todo a primeira etapa: os espanhóis tocavam a bola e os iranianos fechavam os espaços.

A primeira chance da Fúria só apareceu nos acréscimos do primeiro tempo, quando David Silva chutou de fora da área, mas a bola foi desviada pela zaga.

Aos 3′ da etapa final, Isco foi à linha de fundo e cruzou. A defesa afastou mal, Busquets chutou forte e o goleiro Beiranvand defendeu. Na sobra, Lucas Vázquez dividiu com o goleiro de forma faltosa.

Pouco depois, Amiri cobrou o lateral na área e a bola sobrou para Ansarifard chutar forte, na rede pelo lado de fora. Passou muito perto.

Aos nove minutos, o magistral Andrés Iniesta encontrou Diego Costa na área. O brasileiro se enrolou, mas teve sorte em uma dividida na qual a bola bateu nele e foi para o gol. Um gol chorado, que retrata bem como foi a partida.

Aos 17′, após cobrança de falta para a área, Ezatolahi recebe sozinho e empata para o Irã. Porém, o árbitro de vídeo participou bem ao anular o tento dos persas. Realmente, Ezatolahi estava impedido tanto no lançamento, quanto no desvio do companheiro de equipe dentro da área.

No minuto 25′, Isco cobrou o escanteio rasteiro para dentro da área, David Silva rolou para trás, mas Sergio Ramos não pegou em cheio na finalização.

A oito minutos do fim, Amiri passou a bola por baixo das pernas de Piqué e cruzou na segunda trave, mas Taremi cabeceou por cima, perdendo a chance mais clara do jogo.

O empate realmente seria mais justo, pelo que os iranianos jogaram. Agora, para se classificarem, jogam por uma vitória contra Portugal. Não é impossível.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Irã 0 x 1 Espanha
Data: 20/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Kazan — Cidade: Kazan (Rússia)
Público: 42.718
Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai)
Gol: 54′ Diego Costa (ESP)
Cartões Amarelos: 79′ Vahid Amiri (IRA); 90+2′ Omid Ebrahimi (IRA)
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 19.Majid Hosseini, 8.Morteza Pouraliganji e 3.Ehsan Haj Safi (C) (5.Milad Mohammadi ↑69′); 6.Saeid Ezatolahi; 9.Omid Ebrahimi, 11.Vahid Amiri, 10.Karim Ansarifard (18.Alireza Jahanbakhsh ↑74′) e 17.Mehdi Taremi (14.Saman Ghoddos ↑86′); 20.Sardar Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz
Espanha (4-1-4-1): 1.David de Gea; 2.Dani Carvajal, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets; 11.Lucas Vázquez (20.Marco Asensio ↑79′), 6.Andrés Iniesta (8.Koke ↑71′), 21.David Silva e 22.Isco; 19.Diego Costa (9.Rodrigo Moreno ↑89′). Técnico: Fernando Hierro