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… 21/06/1978 – Argentina 6 x 0 Peru

Três pontos sobre…
… 21/06/1978 – Argentina 6 x 0 Peru

“A vergonha de Rosário”


(Imagem: futbolargentino.com)

● Depois de quarenta anos de tentativa, enfim, a Argentina pôde realizar o sonho de sediar uma Copa do Mundo. Devido a uma crise política (que contamos melhor aqui), o evento tão aguardado correu risco de não ter acontecido. Mas uma junta militar, comandada pelo general Jorge Rafael Videla, tomou o país em 1976 e garantiu a realização do torneio em solo portenho. Assim como em outros países sul-americanos, o futebol era tido como um eficiente meio de propaganda do país ao mundo e uma forma de distração para o povo.

O técnico César Luis Menotti gostava do futebol ofensivo e bem jogado. E ele tinha uma equipe de boa qualidade técnica, se destacando o zagueiro e capitão Daniel Passarella, o meio campo Osvaldo Ardiles, e os atacantes Daniel Bertoni, Leopoldo Luque e, claro, Mario Kempes. Era ele o toque de classe daquela equipe batalhadora.

Menotti preferiu prescindir do talento de um genial e genioso menino de apenas 17 anos chamado Diego Armando Maradona. Ele havia estreado na albiceleste no início do ano anterior, mas foi um dos três cortados de última hora. O treinador julgou que o mancebo não tinha a experiência e maturidade necessária para lidar com a enorme pressão que a torcida exercia.

Na primeira fase, a a Argentina passou como segunda colocada do Grupo 1. Nos dois primeiros jogos, venceu a Hungria e a França por 2 x 1. Na terceira rodada, foi surpreendida pela Itália e perdeu por 1 x 0. Por isso, os donos da casa tiveram que sair de Buenos Aires para jogar em Rosário na segunda fase.

O Peru mantinha parte da equipe que chegou nas quartas de final da Copa de 1970, como o zagueiro e capitão Héctor Chumpitaz, o craque Teófilo Cubillas e o atacante Hugo Sotil. E havia feito uma bela campanha na primeira fase, terminando como líder o Grupo 4 e ficando à frente da poderosa Holanda. Venceu a Escócia na estreia por 3 x 1, empatou sem gols com os holandeses e bateu o Irã por 4 x 1.


(Imagem: Peter Robinson / Empics / Getty Images)

● Assim como em 1974, a segunda fase não era composta por oitavas ou quartas de final em partidas eliminatórias (o famoso mata-mata), mas sim uma nova fase de grupos, que classificaria o vencedor para a final.

Pelo Grupo B, o Peru foi derrotado por Brasil (3 x 0) e Polônia (1 x 0). Mas mesmo perdendo, a seleção peruana continuou apresentando um futebol organizado e aguerrido.

Os argentinos tinham vencido a Polônia por 2 x 0 e empatado sem gols com o Brasil. Assim, após duas rodadas, brasileiros e argentinos estavam empatados em números de pontos.

No Grupo A da fase semifinal, todas as partidas foram jogadas simultaneamente para evitar que uma seleção entrasse em campo já sabendo do resultado que precisaria. Já no Grupo B, a tabela era diferente, com a Argentina fazendo todos os seus jogos mais tarde.

Algumas horas antes, o Brasil havia derrotado a Polônia por 3 x 1. Assim, antes do jogo contra o Peru, a Argentina sabia que precisava vencer por, pelo menos, quatro gols de diferença, pois o Brasil tinha cinco gols de saldo e a Argentina apenas dois. O critério seguinte era gols marcados, que beneficiava o Brasil.

Já eliminados, os peruanos diziam que jogariam por sua própria honra. E vendo o futebol apresentado pelos incas até então, muitos acreditavam que eles poderiam dificultar a chegada da Argentina à final da Copa. Antes do jogo, o técnico brasileiro Cláudio Coutinho disse: “A Argentina não faz quatro gols no Peru. O Peru não tomou quatro gols de ninguém nessa Copa, não toma hoje”.

O técnico peruano Marcos Calderón concordou: “O Peru saberá jogar honesta, leal e honradamente, como o fazemos sempre em todas as partidas, em todos os lugares. Está em jogo, aqui, a nossa honra”.

O goleiro da seleção peruana era Ramón Quiroga, argentino de nascimento. Ele era nascido em Rosário e seus pais moravam a poucos quarteirões do estádio Gigante de Arroyito. Quiroga jogou no Rosario Central de 1968 a 1973 e saiu do clube tendo sido acusado de ter se vendido num jogo pelo campeonato local, o que provocou a sua saída do país. Depois, se transferiu para o Sporting Cristal e se naturalizou peruano.

Outro que estava praticamente em casa era Mario Kempes. Ele era ídolo do Rosario Central, onde jogou de 1973 a 1976, marcando 85 gols em 107 jogos.

E ambos acabaram sendo os personagens principais dessa partida.


A Argentina atuava no 4-3-3, com Kempes chegando sempre ao ataque.


O Peru também jogou no 4-3-3, com Cubillas recuando para armar. A bem da verdade, o time foi uma verdadeira bagunça.

● Com apenas dois minutos jogados, Juan José Muñante passou pela marcação e chutou por cima do goleiro Ubaldo Fillol. Caprichosamente, a bola foi na trave. Essa foi a primeira e última chance peruana durante os 90 minutos.

A partir daí, só deu Argentina.

Em um belo lance, Mario Kempes fez boa jogada pela direita e deixou com Daniel Bertoni. Ele cruzou rasteiro e a defesa peruana tentou tirar. Oscar Alberto Ortiz pegou o rebote e chegou batendo. A bola desviou na defesa e Quiroga espalmou para escanteio.

O placar foi aberto aos 21 minutos. Mario Kempes arrancou pelo meio, tabelou com Passarella e recebeu a bola na frente. O camisa 10 invadiu a área, passou fácil por Rodulfo Manzo o deixando no chão e tocou com classe no canto esquerdo do goleiro Ramón Quiroga. Foi o terceiro gol de Kempes no Mundial. Kempes mostrou nesse lance todo o talento que fez dele um dos melhores atacantes de sua geração. 1 a 0.

Com pressão contínua da Argentina, o segundo gol veio aos 43′. Bertoni cobrou escanteio da direita. O lateral esquerdo Alberto Tarantini apareceu livre na marca do pênalti e teve que se abaixar para cabecear. A bola quicou e entrou no canto esquerdo do goleiro peruano. 2 a 0.

Com a defesa peruana mais sonolenta que o normal, o goleiro Quiroga se desdobrava para evitar um placar maior. Em um lance, ele teve que disputar com Kempes fora da área e ainda ganhou o lance.

Em outra jogada de bola na área, Kempes ganhou no alto de Chumpitaz, mas cabeceou fraco. Quiroga pegou.

Em outro lance, Kempes bateu falta para a área e Quiroga disputou com Américo Gallego e Omar Larrosa. O goleiro peruano subiu mais alto que os dois argentinos e socou a bola por cima do gol.

A pressão era enorme sobre Quiroga. Do outro lado, Fillol era um mero expectador.

A Argentina chegou ao intervalo vencendo por 2 a 0, ou seja, com metade do placar construído.

O Peru já não estava jogando bem, mas o segundo tempo ridículo foi a origem da “teoria da conspiração”. Era impressionante a facilidade com a qual os donos da casa entravam na área adversária.

Jorge Olguín cobrou falta da direita para dentro da área. Na marca do pênalti, Kempes ajeitou com o peito, Bertoni devolveu e Kempes mandou para o gol, no canto direito do goleiro. 3 a 0.

Faltando ainda 40 minutos a serem jogados, a Argentina só precisava de mais um gol para chegar à decisão. Esse gol parecia inevitável e veio logo no minuto seguinte.

Na intermediária ofensiva, Kempes limpou a marcação e tocou para Omar Larrosa, que fez o corta luz para Tarantini. Ele cruzou da esquerda, Passarella escorou na segunda trave e Leopoldo Luque marcou de peixinho, quase dentro do gol. A defesa peruana reclamou um impedimento inexistente, mas o gol foi corretamente validado pelo árbitro francês Robert Wurtz. 4 a 0.

Com apenas cinco minutos do segundo tempo, a Argentina já estava com os pés na grande final. Bastava não sofrer gols. Ou marcar mais.

Quando o Peru começava a atacar, o técnico Marcos Calderón fazia sinais para que sua equipe recuasse. Babaca. Ridículo. Antiesportivo. Uma farsa.

Aos 22′, Kempes deixou com Ortiz, que avançou pela esquerda e cruzou rasteiro para a pequena área. A bola passou por Quiroga e René Houseman completou para o gol vazio. Houseman havia entrado no lugar de Bertoni três minutos antes. 5 a 0.

Na base da empolgação, a Argentina conseguiu o sexto gol aos 27′, em uma falha lamentável da defesa peruana, que deu a bola de presente. Chumpitaz bateu falta rápido para Raúl Gorriti, que perdeu a bola para Larrosa. Ele serviu Luque, que entrou na área e tocou na saída de Quiroga. Foi o segundo gol de Luque na partida e o quarto no Mundial. 6 a 0.

A seleção peruana havia tomado seis gols durante toda a Copa, mas sofreu seis gols apenas nessa partida.


(Imagem: Globo)

● Em uma Copa do Mundo, espera-se que as seleções entrem para dar tudo de si, superando com dedicação as deficiências técnicas. Em momento algum desse jogo o Peru jogou como se tivesse disputando uma Copa do Mundo. Era como uma presa que estava sendo engolida pelo predador, sem fazer nenhum esforço para se soltar. O Peru acabou sendo o principal responsável pela festa argentina pela classificação para a final em casa.

Ninguém do Peru compareceu à entrevista coletiva pós-jogo, nem o técnico e nem o capitão Chumpitaz.

“Llora Brasil! Llora Brasil! Argentina canta, llora Brasil!” Era uma música cantada a plenos pulmões pelas 42 mil pessoas que lotaral o estádio Gigante de Arroyito, em Rosário.

O polêmico resultado eliminou o Brasil e classificou a Argentina. Os albicelestes estavam de volta à decisão da Copa do Mundo 48 anos depois de sua única final, quando perderam para o Uruguai por 4 x 2 em 1930.

A vitória argentina coincidiu com a estreia do musical “Evita” em Londres, mas os únicos que choraram naquele dia foram os brasileiros.

Depois do jogo surgiram várias acusações de que o Peru havia entregado a partida. Em sua maioria, elas vinham de parte da imprensa e da delegação brasileira. Mas todas sem comprovação alguma. O técnico Cláudio Coutinho e Carlos Alberto Cavalheiro (membro da administração da CBD) convocaram uma entrevista para denunciar uma possível armação entre peruanos e argentinos. Coutinho declarou que o Brasil era o verdadeiro “campeão moral”.

A goleada motivou todo tipo de acusação contra Ramón Quiroga. Em uma delas, ele teria recebido US$ 10 mil para entregar o jogo. O goleiro sempre negou o suborno. Em uma entrevista, chegou a afirmar que havia percebido algo de errado, acusando de forma racista que os negros do elenco é que teriam aceitado o suborno. Realmente o goleiro não teve culpa nos gols, face à morosidade dos colegas. Quiroga tinha ido bem durante toda a Copa e chegou a defender um pênalti diante da Escócia.

O jornal inglês Sunday Times fez uma outra denúncia que nunca foi provada: que os argentinos fraudavam os testes antidoping, que a urina para os exames após a partida não eram fornecidas pelos jogadores – que teriam fortes doses de anfetaminas – mas por um homem que teria sido contratado só para ter sua urina colhida.

“Se me perguntam se a Junta Militar fez algo, vou dizer que não sei, mas essa gente estava preparada para absolutamente tudo. Tomara que não tenham feito nada, que o triunfo tenha sido simplesmente esportivo.” ― Osvaldo Ardiles, meia argentino.

Na decisão, a Argentina venceu a Holanda na prorrogação por 3 x 1 e conquistou seu primeiro título mundial.


(Imagem: Lance!)

“Teoria da conspiração”

Dez minutos antes de os jogadores peruanos entrarem em campo, eles receberam uma visita inusitada em pleno vestiário. Alguns deles estavam de cueca e outros nus quando o general argentino Jorge Rafael Videla entrou e fez ressoar sua voz metálica: “Irmãos latino-americanos!”

“Não sabia se terminava de me vestir, o que poderia ser interpretado como uma falta de educação, ou se o cumprimentava seminu”, disse um dos atletas peruanos ao escritor argentino Ricardo Gotta.

Com a companhia do diplomata dos EUA Henry Kissinger, Videla, “que era um especialista em toda demonstração mais ou menos explícita de intimidação”, segundo Gotta, seguiu discursando sobre a intensa “solidariedade” entre peruanos e argentinos.

Os jogadores peruanos entenderam o recado subliminar. Em seu interior, eles sabiam que, se o Peru vencesse, os militares argentinos poderiam assassiná-los depois da partida e colocar a culpa do “atentado” em algum grupo guerrilheiro. E os jogadores peruanos subiram ao campo tremendo.

“Aquele jogo não foi normal… foi esquisito”. “[A presença de Videla no vestiário] foi terrível… eu estava atrás de uma parede e ali fiquei. Não queria que isso interrompesse minha concentração” ― Juan Carlos Oblitas, em depoimento a Carlos del Frave, pesquisador esportivo de Rosário.

“[Videla era] um tipo que nos metia um pouco de medo”, disse anos depois o capitão peruano Héctor Chumpitaz.

Segundo Gotta, “a ditadura precisava chegar à final. E ganhar. Senão, teria sido um fracasso não somente esportivo, mas também político. O regime precisava da imagem de um país vencedor”.

O placar elástico gerou suspeitas por todo o mundo.

Ao retornarem ao seu país, os jogadores peruanos foram vaiados pela população. Ao descer do avião, em Lima, uma multidão atirou moedas aos jogadores.

Seguindo as considerações de Gotta, ele duvida que o goleiro Ramón Quiroga tenha sido o responsável pela derrota. “Ele defendeu muitíssimos ataques argentinos. Em torno de 13 a 15 jogadas que poderiam ter sido gol e não foram graças à sua habilidade. Mas a presença dos argentinos perto do arco era constante. Por isso, poderia suspeitar-se mais da atitude dos defensores peruanos [Jaime Duarte, Rodulfo Manzo, Roberto Rojas e Héctor Chumpitaz], que cometeram muitos erros.”

Apesar de tudo, Ramón Quiroga manteve uma boa imagem entre os peruanos, seguiu na seleção até 1985 e foi treinador de vários times do país nos anos seguintes. Em 2006, negou que ele ou seus pais (que sempre moraram em Rosário, a poucos quarteirões do estádio) haviam sido ameaçados pela ditadura.

Os outros jogadores peruanos suspeitos nunca exibiram sinais de riqueza nos anos seguintes. Um deles, Rodulfo Manzo, emigrou para a Itália onde se tornou caminhoneiro.

Em 2008, Mario “El Matador” Kempes, melhor jogador da Copa de 1978, afirmou que o jogo contra o Peru não teve menhum fator estranho ou anormal.

“Todos os jogos foram complicados. O primeiro, com a Hungria, foi suado, talvez por nossa falta de experiência. Outra grande seleção que enfrentamos, que custou muito esforço foi a França, com Platini na cabeça. A Itália, que nos venceu em Rosário. Os italianos são espetaculares, com seu poder ofensivo. E a seleção brasileira, que, seja lá quais forem seus jogadores, sempre impressionam positivamente. Mesmo na Copa dos Estados Unidos, em 1994, a seleção brasileira, que era ruim, foi campeã. Os brasileiros sempre, de algum modo, vão para a frente! E, no caso da Argentina com o Peru, foi um jogo normal. A seleção argentina havia ido ao Peru três meses antes da Copa e emplacado, se a memória não me falha, uns 3 gols a 0. Por isso, em 1978, a Argentina, precisando de quatro gols, foi ao ataque. A partir do primeiro gol tudo se normalizou. No segundo, começamos a acreditar que dava pra chegar à final. Para nós, tudo era esporte. Se houve algo por fora do futebol, eu não sei. Digo isso com a mão no coração: nós, no campo fomos superiores ao Peru. Não dá pra acusar nem o Oblitas, nem qualquer outro jogador peruano de qualquer coisa estranha. E muito menos o Quiroga, cujo arco metralhamos constantemente… Nunca será possível separar isso [a vitória polêmica sobre o Peru] de toda a Copa de 1978. Será uma mancha negra que teremos sobre as costas toda a vida. Nós fomos jogar futebol. Naquela época, somente as famílias dos desaparecidos, que sofreram horrores, é que sabiam o que estava ocorrendo. A imensa maioria dos argentinos não sabia de nada. Quando fomos jogar na Copa, fomos pelo futebol. Não fomos jogar para o Videla e sua cambada que estava no poder. Dentro de tudo isso, espero ter possibilitado minutos de felicidade – quem sabe – para essas pessoas que estavam sofrendo. Na época, não imaginávamos que posteriormente envolveriam os jogadores nessa questão política.” ― Mario Kempes.

“Investiguei todos os rumores sobre o jogo Peru x Argentina. A verdade é que ninguém tem provas. Mas, de toda forma, será o jogo ‘mais longo’ de toda a história mundial… pois parece que ainda não se concluiu. Nunca antes houve um embate em um estádio que seja tão comentado como esse, três décadas depois de ocorrido. E, além disso, os rumores crescem com o tempo. Acho que foi um jogo que a seleção argentina venceu justamente.” ― Pablo Llonto, jornalista argentino.


(Imagem: Lance!)

Teorias

São várias as teorias sobre o resultado da partida. Essas são as mais comuns:

― Videla teria subornado o governo peruano, comandado pelo general Francisco Morales Bermúdez, com um substancial carregamento de trigo argentino (14 mil toneladas, equivalente a US$ 100 milhões na época).

― A ditadura teria pago US$ 50 mil a todos os jogadores peruanos.

― A ditadura teria pago US$ 50 mil somente a alguns jogadores peruanos.

― A ditadura teria pago US$ 250 mil a integrantes da comissão técnica peruana.

― A ditadura teria utilizado um narcotraficante colombiano, Fernando Rodríguez Mondragón, do cartel de Cali, como intermediário para realizar um milionário suborno à Federação Peruana de Futebol. Essa história foi contada trinta anos depois no livro “El hijo del Ajedrecista 2”. De acordo com o livro, apenas quatro jogadores (de nomes não revelados), além do técnico Marcos Calderón, sabiam do esquema. O goleiro Quiroga (um dos principais suspeitos) aponta que teriam sido Rodulfo Manzo, Roberto Rojas e Raúl Gorriti – que entrou em campo quando o placar já apontava 4 a 0. Essa afirmação nunca foi provada.

― Tudo pode acontecer no futebol e o placar avantajado ocorreu por causas puramente esportivas, principalmente pela tarde inspirada de Mario Kempes. O Brasil também poderia ter vencido o Peru por um placar mais elástico ou até ter derrotado a Argentina, mas não o fez.


(Imagem: UOL)

FICHA TÉCNICA:

 

ARGENTINA 6 x 0 PERU

 

Data: 21/06/1978

Horário: 19h15 locais

Estádio: Gigante de Arroyito

Público: 37.315

Cidade: Rosário (Argentina)

Árbitro: Robert Wurtz (França)

 

ARGENTINA (4-3-3):

PERU (4-3-3):

5  Ubaldo Fillol (G)

21 Ramón Quiroga (G)

15 Jorge Olguín

2  Jaime Duarte

7  Luis Galván

3  Rodulfo Manzo

19 Daniel Passarella (C)

4  Héctor Chumpitaz (C)

20 Alberto Tarantini

22 Roberto Rojas

6  Américo Gallego

6  José Velásquez

12 Omar Larrosa

8  César Cueto

10 Mario Kempes

17 Alfredo Quesada

4  Daniel Bertoni

7  Juan José Muñante

14 Leopoldo Luque

10 Teófilo Cubillas

16 Oscar Alberto Ortiz

11 Juan Carlos Oblitas

 

Técnico: César Luis Menotti

Técnico: Marcos Calderón

 

SUPLENTES:

 

 

3  Héctor Baley (G)

1  Ottorino Sartor (G)

13 Ricardo La Volpe (G)

13 Juan Cáceres (G)

18 Rubén Pagnanini

5  Rubén Toribio Díaz

11 Daniel Killer

14 José Navarro

8  Rubén Galván

15 Germán Leguía

2  Osvaldo Ardiles

9  Percy Rojas

17 Miguel Oviedo

12 Roberto Mosquera

21 José Daniel Valencia

16 Raúl Gorriti

1  Norberto Alonso

18 Ernesto Labarthe

22 Ricardo Villa

19 Guillermo La Rosa

9  René Houseman

20 Hugo Sotil

 

GOLS:

21′ Mario Kempes (ARG)

43′ Alberto Tarantini (ARG)

49′ Mario Kempes (ARG)

50′ Leopoldo Luque (ARG)

67′ René Houseman (ARG)

72′ Leopoldo Luque (ARG)

 

CARTÕES AMARELOS:

36′ Alfredo Quesada (PER)

48′ José Velásquez (PER)

 

SUBSTITUIÇÕES:

51′ José Velásquez (PER) ↓

Raúl Gorriti (PER) ↑

 

64′ Daniel Bertoni (ARG) ↓

René Houseman (ARG) ↑

 

85′ Américo Gallego (ARG) ↓

Miguel Oviedo (ARG) ↑

Gols da partida (em inglês):

Gols do jogo e entrevista do general Videla à Rede Globo:

… 14/07/1930 – Romênia 3 x 1 Peru

Três pontos sobre…
… 14/07/1930 – Romênia 3 x 1 Peru


(Imagem: RomaniaBalls / Whoeateallthepies.tv)

● Após convencer franceses e belgas a viajarem para o Uruguai para a disputa da primeira Copa do Mundo de futebol, Jules Rimet tomou um trem de Paris a Bucareste para tentar convencer os romenos. Aos 36 anos, o rei Carol II havia acabado de assumir o trono do país. A Romênia era uma equipe do segundo escalão no contexto do futebol europeu, mas o rei era um entusiasta do esporte. Em seus tempos de príncipe, ele havia sido secretário-geral da federação. Sua Majestade convocou e escalou pessoalmente os atletas, entregando à comissão técnica do time uma lista com os nomes de todos os jogadores, titulares e reservas. Ele também conseguiu com os patrões dos jogadores uma licença remunerada de dois meses (quase todos eram empregados de empresas britânicas de petróleo).

Como era comum nas primeiras décadas do século XX, o comando técnico da seleção romena era dividido entre Constantin Rădulescu e Octav Luchide (secretário-geral da federação). Curiosamente, Rădulescu também era árbitro e foi bandeirinha nas partidas “Argentina 1 x 0 França” e “Argentina 6 x 3 México”.

Além dos romenos, o Grupo 3 era composto também pelo anfitrião Uruguai e pelo Peru.

Do lado peruano, os dois melhores jogadores disputavam posição e concorriam por apenas uma vaga no time titular: os goleiros Jorge Pardón e Juan “El Mago” Valdivieso.


Nos anos 1930, todas as equipes atuavam no ofensivo sistema “clássico” ou “pirâmide”, o 2-3-5.

● Romênia e Peru protagonizaram a partida com o menor plateia da história das Copas. Oficialmente, 2.459 expectadores assistiram o jogo, mas o número de pagantes girou em torno de 300.

E esse pequeno público não demoraria a ver um gol. Apenas 50 segundos haviam passado quando os romenos tiraram o zero do placar, no primeiro “gol-relâmpago” da história dos Mundiais. O capitão Emerich Vogl tocou na meia direita para Adalbert Deșu, ele se livrou da marcação de Galindo e chutou alto. Embora a FIFA credite o gol a Deșu, alguns historiadores afirmam que Constantin Stanciu foi o autor.

Depois de sofrer um gol tão precoce, os atletas peruanos perderam a cabeça e começaram a apelar para o jogo violento. Os romenos não ficaram atrás e devolveram na mesma moeda. O jogo ficou feio.

Aos 33′, o zagueiro romeno Adalbert Steiner sofreu a primeira fratura na perna na história das Copas. Por falta de registros precisos, há controvérsias sobre o autor da agressão, mas o mais citado é Mario de las Casas.


O lesionado Steiner espera por tratamento (Imagem: RomaniaBalls / WorldCup1930Project)

O Peru tinha um homem a mais, mas não conseguiu aproveitar a superioridade numérica.

Aos nove minutos do segundo tempo, o capitão peruano Plácido Galindo discordou de uma marcação, empurrou o árbitro chileno Alberto Warnken com uma peitada e foi expulso. Mas ele não aceitou a decisão e se recusou a deixar o campo. Os dirigentes de seu país demoraram dez minutos para convencê-lo a sair. Nesse período, os peruanos até tentaram tirar um jogador e colocar outro em campo, mas a fraude foi percebida, já que não eram permitidas substituições na época.

Eram dez atletas para cada lado.

Foi a primeira expulsão da história das Copas e seria a única no Mundial de 1930.

O Peru conseguiu o empate aos 29′. Juan Alfonso Valle escapou pela ponta direita, passando por Vogl e Rudolf Bürger e cruzando para a área. Luis de Souza Ferreira foi o responsável por mandar a bola para as redes do goleiro Ion Lăpuşneanu.

Mas, aos 40′, Alfred Eisenbeisser abriu com Ştefan Barbu na esquerda e ele tocou para o meio. Rudolf Wetzer dominou e mandou para a área. Miklós Kovács viu Stanciu sozinho e tocou para seu colega fazer o segundo tento romeno.

O placar foi fechado a um minuto do fim. Wetzer deixou com Kovács no meio. Ele passou por Domingo García, avançou pela ponta direita e chutou cruzado, na saída do goleiro Valdivieso. Placar final: 3 a 1 para a Romênia.


(Imagem: RomaniaBalls / Dechalaca.com)

● De acordo com os relatos dos historiadores, essa partida teve dois gols impedidos, mas não informam quais.

Na segunda partida do Grupo 3, o Peru perdeu por 1 x 0 para o Uruguai. No jogo derradeiro, a Romênia também foi derrotada pela Celeste Olímpica por 4 x 0.

Como prêmio pela participação, mesmo com a Romênia sendo eliminada na primeira fase, os atletas ganharam dez dias de folga em Nova York, com todas as despesas pagas pelo rei Carol II. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o rei abdicou do trono e, em 1947, já exilado, se casou pela terceira vez, no Rio de Janeiro, com a romena Elena “Magda” Lupescu. Ele morreu no exílio em Estoril, Portugal, em 04/04/1953, aos 59 anos de idade.


À esquerda, o goleiro Lăpuşneanu se antecipa ao atacante peruano Julio Flores (Imagem: O Craiovano)

FICHA TÉCNICA:

 

ROMÊNIA 3 x 1 PERU

 

Data: 14/07/1930

Horário: 14h50 locais

Estádio: Pocitos

Público: 2.549

Cidade: Montevidéu (Uruguai)

Árbitro: Alberto Warnken (Chile)

 

ROMÊNIA (2-3-5):

PERU (2-3-5):

Ion Lăpuşneanu (G)

Juan Valdivieso (G)

Adalbert Steiner

Mario de las Casas

Rudolf Bürger

Alberto Soria

Ladislau Raffinsky

Plácido Galindo (C)

Emerich Vogl (C)

Domingo García

Alfred Eisenbeisser

Juan Alfonso Valle

Miklós Kovács

Julio Flores

Adalbert Deșu

Alejandro Villanueva

Rudolf Wetzer

Alberto Denegri

Constantin Stanciu

Demetrio Neyra

Ştefan Barbu

Luis de Souza Ferreira

 

Técnico: Constantin Rădulescu / Octav Luchide

Técnico: Francisco Bru

 

SUPLENTES:

 

 

Samuel Zauber (G)

Jorge Pardón (G)

Iosif Czako

Antonio Maquilón

Rudolf Steiner

Arturo Fernández Meyzán

Corneliu Robe

Eduardo Astengo

Alexandru Borbely

Julio Gilberto Quintana

Petre Steinbach

Carlos Cillóniz

Andrei Glanzmann

Jorge Góngora

Elemer Kocsis

Pablo Pacheco

Ilie Subăşeanu

Lizardo Rodríguez Nue

 

Jorge Sarmiento

 

José María Lavalle

 

GOLS:

50” Adalbert Deșu (ROM)

75′ Luis de Souza Ferreira (PER)

79′ Constantin Stanciu (ROM)

89′ Miklós Kovács (ROM)

 

EXPULSÃO: 54′ Plácido Galindo (PER)

Algumas imagens da partida:

Outras imagens:

 

… 02/06/1970 – Peru 3 x 2 Bulgária

Três pontos sobre…
… 02/06/1970 – Peru 3 x 2 Bulgária


(Imagem: FIFA / Getty Images)

● O Peru é um país que costuma sofrer muito com catástrofes naturais, como tremores de terra e erupções de vulcões. Mas, em toda sua história, nada foi tão devastador quanto o mortal terremoto de Ancash.

Era um domingo, dia 31 de maio de 1970, exatamente às 15h23m29s, e durou “apenas” 45 segundos. O epicentro foi a 35 km ao largo da costa de Casma e Chimbote, no Oceano Pacífico, onde a placa tectônica de Nazca se encontra com a placa Sul-Americana. Com magnitude momento de 7,9 na escala Richter, o fortíssimo terremoto afetou uma área de cerca de 83 mil km² (uma área maior que a Bélgica e a Holanda juntas). Os locais mais afetados foram a região de Ancash e o sul de La Libertad. Com o tremor, a parede norte do monte Huascarán se rompeu e causou uma avalanche de rocha, gelo e neve, enterrando as cidades de Yungay e Ranrahirca. Cerca de 60 mil pessoas morreram devido ao desastre, que ainda deixou mais de 70 mil feridos ou desabrigados. Foi o maior abalo sísmico do país, não só na alta magnitude, mas também em número de perdas de vidas humanas.

O fato, ocorrido apenas dois dias antes da estreia peruana no Mundial, abalou todos os cidadão do país, inclusive os jogadores. Já no México, eles ficaram desesperados pelo fato de não conseguirem entrar em contato com seus familiares. E, nesse cenário, eles queriam voltar para casa, mas o governo decidiu que o time deveria disputar a competição e dar o melhor de si, para trazer alguma alegria aos seus sofridos conterrâneos.


(Imagem: Imortais do Futebol)

● Com a melhor geração de sua história, os sul-americanos tinham bons jogadores, como Teófilo Cubillas, Héctor Chumpitaz, Hugo Sotil, Ramón Mifflin e Alberto Gallardo. Mas a grande atração era mesmo o técnico Didi, um dos maiores craques de todos os tempos. O brasileiro Waldir Pereira havia sido bicampeão mundial como jogador em 1958 e 1962, sendo eleito o melhor jogador da Copa na primeira conquista.

Didi trabalhava como treinador no Sporting Cristal e foi campeão peruano em 1968. No ano seguinte, foi convidado pela federação para treinar a seleção. Deu certo. Com um futebol solto, cheio de trocas de passes, o time deixou para trás o complexo de inferioridade e terminou na liderança do Grupo A das eliminatórias sul-americanas. Com duas vitórias, um empate e uma derrota, o talentoso time se sobrepôs a Bolívia e Argentina – que foi lanterna do grupo, atrás até dos bolivianos.

Com quatro vitórias, um empate e uma derrota, a Bulgária se garantiu em sua terceira Copa do Mundo, ficando com a vaga no difícil Grupo 8 da UEFA, contra as ascendentes Holanda e Polônia, além do sparring Luxemburgo. Os “Demônios da Europa” contavam com uma das equipes mais competitivas da Europa naquela época. Tinha bons jogadores, como Georgi Asparuhov (em seu terceiro Mundial), Hristo Bonev e Petar Zhekov (Chuteira de Ouro da Europa em 1969, com 36 gols).


Didi escalou o Peru no 4-3-3. Com a bola, Teófilo Cubillas avançava e o sistema se tornava um 4-2-4.


Stefan Bozhkov armou a Bulgária no sistema 4-3-3 clássico.

● O escrete peruano não tinha ânimo algum para a partida. Entraram em campo com uma fita preta na camisa, em sinal de luto. Os andinos entraram dispersos e a Bulgária aproveitou.

O primeiro gol saiu logo aos treze minutos. Em cobrança de falta frontal muito bem ensaiada, Dermendzhiev fingiu que ia chutar e avançou. Yakimov rolou para Bonev tocar de calcanhar para a infiltração de Dermendzhiev, que invadiu a área sozinho e tocou na saída do goleiro peruano. Foi o primeiro gol do Mundial, já que a partida de abertura entre México e União Soviética havia terminado 0 x 0.

No intervalo, o presidente da delegação peruana, Javier Aramburú visitou o vestiário da equipe para tentar inflar o ânimo dos jogadores. O dirigente entrou carregando um punhado de terra e disse: “Rapazes, essa terra é do Peru. Beijem-a!” Todos ficaram tocados com aquilo e cumpriram a ordem. “E nós, como éramos jovens, a beijamos e saímos para jogar como bestas”, disse o ex-meia Roberto Challe. Eles creditaram nas palavras de Aramburú e lembraram dos entes queridos e do povo que tanto estava sofrendo. Obviamente, a terra não era peruana. O dirigente enfiou a mão em um vaso que estava lá mesmo, no lado de fora do vestiário no estádio de León. Mas, na hora do desesperou, valeu e surtiu o efeito desejado.

Aos 4′ do segundo tempo, Mifflin cometeu falta em Popov próximo à grande área. Hristo Bonev cobrou falta e o péssimo goleiro Rubiños aceitou. Ele foi com “mão de alface” e acabou levando um frango. A bola bateu na trave, nas costas do arqueiro e foi para o gol.

A Bulgária mantinha total controle do jogo. Parecia ser uma tarde desastrosa para o futebol peruano. Mas a jovem e promissora equipe deixou a apatia de lado e reagiu no minuto seguinte.

Perico León abriu na esquerda para Gallardo. O ponta, ex-Palmeiras, chutou cruzado da esquerda, sem ângulo. A bola bateu no travessão e entrou. O gol encheu de brios a seleção Bicolor.

Cinco minutos depois, o bom atacante Hugo Sotil (que viria a jogar por quatro anos no Barcelona de Rinus Michels e Johan Cruijff) tabelou com Perico León, driblou três adversários e sofreu falta de Shalamanov na meia lua. O capitão Héctor Chumpitaz cobrou falta escorregando e acertou o cantinho para deixar tudo igual.

A vidada veio aos 28′. Ramón Mifflin (que jogaria no Santos em 1974/75) passou a bola para Teófilo Cubillas. O camisa 10 fez uma jogada do craque que era: entrou na área driblando dois adversários, puxou para a perna direita e chutou forte no canto esquerdo do goleiro Simeonov.

No fim, a vitória peruana satisfez o pedido do governo e a vontade do país. Um alento ao povo peruano.

Essa foi a primeira vitória do Peru em Copas do Mundo. A seleção Blanquirroja havia disputado apenas a edição de 1930, com derrotas para a Romênia por 3 a 1 e para o Uruguai por 1 a 0.


(Imagem: Depor.com)

● A Bulgária seguiu sua sina de nunca ter vencido em Copas, o que duraria até 1994. Foi eliminada na primeira fase, após perder para alemães por 5 x 2 e empatar com marroquinos em 1 x 1.

Em sua segunda partida, o Peru goleou o Marrocos por 3 x 0. Já classificado para a próxima fase, perdeu para a Alemanha Ocidental por 3 x 1. Nas quartas de final, a sorte ingrata colocou os andinos no caminho da poderosa Seleção Brasileira. Os peruanos até tentaram, mas não foram páreo para o Brasil e perderam por 4 x 2. Honrosamente, o Peru terminou no 7º lugar geral.

Com essa equipe como base, o Peru ainda conquistou a Copa América de 1975 e fazia uma boa Copa do Mundo em 1978 até a vergonha diante da Argentina.


(Imagem: Andina.pe)

FICHA TÉCNICA:

 

PERU 3 x 2 BULGÁRIA

 

Data: 02/06/1970

Horário: 16h00 locais

Estádio: León

Público: 13.765

Cidade: León (México)

Árbitro: Antonio Sbardella (Itália

 

PERU (4-3-3):

BULGÁRIA (4-3-3):

1  Luis Rubiños (G)

1  Simeon Simeonov (G)

2  Eloy Campos

2  Aleksandar Shalamanov

3  Orlando de la Torre

3  Ivan Dimitrov (C)

4  Héctor Chumpitaz (C)

5  Ivan Davidov

5  Nicolás Fuentes

4  Stefan Aladzhov

6  Ramón Mifflin

6  Dimitar Penev

7  Roberto Challe

8  Hristo Bonev

10 Teófilo Cubillas

10 Dimitar Yakimov

8  Julio Baylón

7  Georgi Popov

9  Perico León

9  Petar Zhekov

11 Alberto Gallardo

11 Dinko Dermendzhiev

 

Técnico: Didi

Técnico: Stefan Bozhkov

 

SUPLENTES:

 

 

12 Rubén Correa (G)

13 Stoyan Yordanov (G)

21 Jesus Goyzueta (G)

22 Georgi Kamenski (G)

14 José Fernández

12 Milko Gaydarski

16 Félix Salinas

14 Dobromir Zhechev

13 Pedro González

15 Boris Gaganelov

15 Javier González

17 Todor Kolev

17 Luis Cruzado

16 Asparuh Nikodimov

18 José del Castillo

20 Vasil Mitkov

19 Eladio Reyes

21 Bozhidar Grigorov

20 Hugo Sotil

18 Dimitar Marashliev

22 Oswaldo Ramírez

19 Georgi Asparuhov

 

GOLS:

13′ Dinko Dermendzhiev (BUL)

49′ Hristo Bonev (BUL)

50′ Alberto Gallardo (PER)

55′ Héctor Chumpitaz (PER)

73′ Teófilo Cubillas (PER)

 

SUBSTITUIÇÕES:

29′ Eloy Campos (PER) ↓

Javier González (PER) ↑

 

51′ Julio Baylón (PER) ↓

Hugo Sotil (PER) ↑

 

59′ Georgi Popov (BUL) ↓

Dimitar Marashliev (BUL) ↑

 

73′ Hristo Bonev (BUL) ↓

Georgi Asparuhov (BUL) ↑

Veja os gols da partida:

… 14/06/1970 – Brasil 4 x 2 Peru

Três pontos sobre…
… 14/06/1970 – Brasil 4 x 2 Peru


(Imagem: Futebol nas 4 linhas)

● Na primeira Copa do Mundo transmitida ao vivo, com imagens ainda em preto e branco, o Brasil parou para assistir a mais um show do escrete canarinho. Com o primeiro lugar do Grupo 3, a delegação brasileira permaneceu em Guadalajara para o confronto das quartas de final diante do Peru.

Os peruanos tinham a simpatia da torcida mexicana por causa da tragédia que atingiu o país andino no mesmo dia da abertura da Copa, em 31 de maio. Um terremoto matou mais de 60 mil pessoas e a delegação estava muito abalada. O governo decidiu que o time deveria continuar na competição.

Pouco cotados antes do início do torneio, os peruanos eram franco-atiradores. Com a melhor geração de sua história, vizinhos sul-americanos tinham bons jogadores, como Teófilo Cubillas, Héctor Chumpitaz, Ramón Mifflin e Alberto Gallardo. Mas a grande atração era mesmo o técnico Didi. O brasileiro Waldir Pereira havia sido bicampeão mundial como jogador em 1958 e 1962 (assim como seu colega Zagallo, treinador do Brasil), sendo eleito o craque da Copa na primeira conquista.

Na primeira fase, os peruanos conseguiram duas boas vitórias, vencendo a Bulgária de virada por 3 a 2 e batendo o Marrocos por 3 a 0. Depois, perderam para a Alemanha Ocidental por 3 a 1. A inédita classificação para as quartas de final tornou Didi uma celebridade no Peru.


O Brasil jogava em um 4-3-3, com Rivellino apoiando mais a esquerda e fechando pelo meio. No ataque, Tostão era o “falso 9” (criando tendências para o futuro), se revezando com Pelé – hora como atacante, hora como ponta-de-lança. O jogador mais avançado era Jairzinho, um ponta-direita que fechava pelo centro, abrindo espaços para os avanços constantes de Carlos Alberto.


Didi escalou o Peru no 4-3-3. Com a bola, Teófilo Cubillas avançava e o sistema se tornava um 4-2-4.

● No estádio Jalisco, eram 54.233 as testemunhas de mais uma mostra de futebol arte. O meia Gérson voltou ao time após dois jogos se recuperando de lesão. Na lateral esquerda, o garoto Marco Antônio (19 anos) foi escolhido como titular por apoiar melhor que Everaldo.

Em toda a partida, o Brasil não correu mais que o necessário, mudando o ritmo da partida como lhe convinha.

No comecinho, Gérson fez um lançamento ao seu estilo. Pelé dominou no peito antes de entrar na área, driblou a marcação com o joelho e chutou na trave. O mesmo Pelé apanhou o rebote e tocou para trás de calcanhar, mas Tostão chegou chutando para fora.

Aos 11 minutos de jogo, Carlos Alberto cobrou lateral para Pelé na direita. O Rei cruzou para a área de pé esquerdo. O lateral Eloy Campos errou o domínio e deixou a bola nos pés de Tostão, que ajeitou para a meia-lua. Rivellino, em uma de suas “patadas atômicas” mandou de três dedos. A bola fez uma curva e morreu no canto esquerdo do arqueiro peruano. 1 a 0.

Quatro minutos depois, escanteio para o Brasil. Após cobrança curta, Tostão e Rivellino tabelam perto da linha de fundo. De um ângulo improvável, Tostão chuta direto para o gol. O quique da bola enganou o péssimo goleiro Luis Rubiños, que tentou encaixar e deixou a bola entrar. 2 a 0.

Pouco depois, em falta na intermediária, Pelé encheu o pé esquerdo e a bola foi no ângulo. Mas o árbitro belga Vital Loraux anulou o gol, pois tinha determinado tiro livre indireto (em dois lances).

Tostão abriu com Rivellino na esquerda. Ele usou sua habilidade, enganou o marcador e deixou com Pelé na entrada da área. O Rei tentou o gol por cobertura, mas a bola foi por cima.


(Imagem: Futebol nas 4 linhas)

O Brasil diminuiu o ritmo, trocando passes e procurando esfriar o jogo. Do outro lado, o Peru atacava a todo vapor. Tinha uma grande equipe e se aproveitou do primeiro descuido fatal da defesa brasileira – e é bom lembrar que a retaguarda canarinho tinha mesmo os seus problemas.

Aos 27′, o capitão Héctor Chumpitaz lançou Alberto Gallardo (ex-Palmeiras, nos anos 1960) na ponta esquerda. Ele cortou Carlos Alberto e chutou sem ângulo. Inseguro, o goleiro Félix praticamente fez um gol contra ao tentar pegar o chute cruzado do peruano e desviou para dentro. Um gol com certa semelhança ao de Tostão, pelos chutes com pouco ângulo e falhas dos goleiros.

No finzinho da etapa inicial, Jairzinho escapou pela ponta direita e tocou para Pelé no meio. O camisa 10 bateu de esquerda e Rubiños defendeu sem conseguir segurar. A bola escapou e foi na trave.

O primeiro tempo terminou em 2 a 1. Os onze comandados por Zagallo se entendiam às mil maravilhas e voltaram a campo dispostos a resolverem logo o jogo.

Aos 7′, Pelé deixou com Jairzinho, que devolveu para o Rei no costado da zaga. Ele tocou para o meio da área, a bola desviou na defesa, tirou o goleiro do lance e sobrou livre para Tostão completar para o gol vazio. Esses gols contra o Peru foram os únicos de Tostão no Mundial do México.

Mesmo com vantagem, o Brasil continuou atacando. E, com muita categoria, o Peru respondia com ferocidade nos contragolpes. Aos 24′, após uma bela jogada coletiva, Cubillas ficou com a sobra e chutou de primeira. A bola foi no meio do gol e passou por baixo de Félix. 3 a 2.

No meio do segundo tempo, Gérson foi poupado e deu lugar a Paulo Cézar. O “Canhota de Ouro” jogou 67 minutos, fez 57 passes e errou apenas um.

Com duas alterações, Didi lançou sua equipe à frente.

Antes que o Peru começasse a gostar do jogo de vez, a reação do Brasil foi quase imediata. Aos 31 minutos, Jairzinho deixou com Rivellino e arrancou. Riva devolveu com perfeição para o “Furacão da Copa”. Ele entrou na área, driblou o goleiro, foi à linha de fundo e tocou para o gol vazio antes da chegada do beque peruano. Jairzinho marcou pela quinta vez na Copa. Logo depois, esgotado, ele deu lugar a Roberto.

Com a vitória garantida, o escrete canarinho trocou muitos passes e deixou o tempo correr. Embora o placar tenha sido 4 a 2, o Brasil foi senhor do jogo o tempo todo e não sofreu em momento algum.


(Imagem: Peru.com)

● Finalmente Tostão marcou seus primeiros gols na Copa. Ele vinha merecendo. Antes do Mundial, muitos diziam que Tostão não poderia jogar ao lado de Pelé. E a crítica sempre pesa para o lado mais fraco. Nesse caso, para Tostão. Ele, que foi o artilheiro das Eliminatórias com dez gols. Ele, que fez um esforço comovente para provar que poderia voltar a jogar em alto nível após o descolamento da retina. O próprio Zagallo só não barrou Tostão porque a opinião pública o queria no time. E nos jogos anteriores, jogando como “falso 9” (quarenta anos antes de Lionel Messi), o cruzeirense abria espaços para Pelé, Jair e Rivellino, com intensa movimentação e passes geniais. Mais que ninguém, ele merecia marcar esses dois gols contra o Peru.

O Brasil estava classificado para enfrentar o arquirrival Uruguai nas semifinais. A lembrança do “Maracanazzo” de 1950 ainda pairava na lembrança dos brasileiros.

Quem ganhasse, enfrentaria o vencedor do clássico entre Itália x Alemanha Ocidental.


(Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 4 x 2 PERU

 

Data: 14/06/1970

Horário: 12h00 locais

Estádio: Jalisco

Público: 54.233

Cidade: Guadalajara (México)

Árbitro: Vital Loraux (Bélgica)

 

BRASIL (4-3-3):

PERU (4-2-4):

1  Félix (G)

1  Luis Rubiños (G)

4  Carlos Alberto Torres (C)

2  Eloy Campos

2  Brito

14 José Fernández

3  Wilson Piazza

4  Héctor Chumpitaz (C)

6  Marco Antônio

5  Nicolás Fuentes

5  Clodoaldo

6  Ramón Mifflin

8  Gérson

7  Roberto Challe

7  Jairzinho

8  Julio Baylón

9  Tostão

9  Perico León

10 Pelé

10 Teófilo Cubillas

11 Rivellino

11 Alberto Gallardo

 

Técnico: Zagallo

Técnico: Didi

 

SUPLENTES:

 

 

12 Ado (G)

12 Rubén Correa (G)

22 Leão (G)

21 Jesus Goyzueta (G)

21 Zé Maria

3  Orlando de la Torre

14 Baldocchi

16 Félix Salinas

15 Fontana

13 Pedro González

17 Joel Camargo

15 Javier González

16 Everaldo

17 Luis Cruzado

18 Paulo Cézar Caju

18 José del Castillo

13 Roberto

19 Eladio Reyes

20 Dadá Maravilha

20 Hugo Sotil

19 Edu

22 Oswaldo Ramírez

 

GOLS:

11′ Rivellino (BRA)

15′ Tostão (BRA)

28′ Alberto Gallardo (PER)

52′ Tostão (BRA)

70′ Teófilo Cubillas (PER)

75′ Jairzinho (BRA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

54′ Julio Baylón (PER) ↓

Hugo Sotil (PER) ↑

 

61′ Pedro Pablo León (PER) ↓

Eladio Reyes (PER) ↑

 

67′ Gérson (BRA) ↓

Paulo Cézar Caju (BRA) ↑

 

80′ Jairzinho (BRA) ↓

Roberto (BRA) ↑


(Imagem: Peru.com)

Melhores momentos da partida:

… 26/06/2018 – O melhor do 13º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 26/06/2018 – O melhor do 13º dia da Copa


(Imagem: Getty Images)

A Argentina sofre muito e consegue sua classificação a poucos minutos do fim.
França e Dinamarca não quiseram jogar e protagonizaram a primeira partida sem gols da Copa.
A Croácia mostra a força de seu elenco e, mesmo com o time reserva, vence a Islândia.
O Peru volta para casa com a sensação de dever cumprido.

… Dinamarca 0 x 0 França


(Imagem: FIFA.com)

O empate era um bom resultado para ambos. A Dinamarca se classificava independentemente do resultado entre “Austrália x Peru”. A França garantiria o primeiro lugar do Grupo C. E em uma partida que ninguém precisa vencer, não há como ser diferente: foi o primeiro jogo sem gols da Copa do Mundo de 2018.

Pouco aconteceu durante a partida. Mesmo sem levar perigo, a França foi mais perigosa.

Aos 15 minutos do primeiro tempo, Nzonzi abre na esquerda e Hérnández faz tabela com Giroud dentro da área. O centroavante francês finaliza fraco e Schmeichel espalma.

Aos 29′, Delaney lança na ponta esquerda para Cornelius, que cruza para o meio da área. Christian Eriksen vinha na corrida, mas não alcança a bola. Ele pede pênalti, mas o árbitro ignora.

Quatro minutos depois, Dembélé arrisca da intermediária e a bola passa assustando o arqueiro dinamarquês.

Aos 9 min do segundo tempo, Eriksen cobra falta de muito longe e Mandanda defende em dois tempos.

No minuto 25, Lemar toca para Fekir e ele chuta forte, mas a bola bate nas redes pelo lado de fora.

Aos 37′, Mbappé toca para Fekir que, de novo, chuta bem, mas Schmeichel espalma para o lado.

Nos acréscimos, Mbappé avança pela direita e toca para o meio da área, mas a zaga dinamarquesa afasta o perigo.

No segundo tempo, a torcida presente no estádio Luzhniki vaiou as equipes, que pouco faziam.

Nas oitavas de final, a França vai enfrentar a Argentina, enquanto a Dinamarca encara a Croácia. Um bom castigo para as duas seleções que não quiseram nada hoje, mas agora vão precisar jogar muito.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Dinamarca 0 x 0 França
Data: 26/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Olímpico Luzhniki — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 78.011
Árbitro: Sandro Meira Ricci (Brasil)
Cartão Amarelo: 45+3′ Mathias Jørgensen (DIN)
Dinamarca (4-1-4-1): 1.Kasper Schmeichel; 14.Henrik Dalsgaard, 4.Simon Kjær (C), 13.Mathias Jørgensen e 17.Jens Stryger Larsen; 6.Andreas Christensen; 11.Martin Braithwaite, 10.Christian Eriksen, 8.Thomas Delaney (18.Lukas Lerager ↑90+2′) e 23.Pione Sisto (15.Viktor Fischer ↑60′); 21.Andreas Cornelius (12.Kasper Dolberg ↑75′). Técnico: Åge Hareide
França (4-2-3-1): 16.Steve Mandanda; 19.Djibril Sidibé, 4.Raphaël Varane (C), 3.Presnel Kimpembe e 21.Lucas Hernández (22.Benjamin Mendy ↑50′); 13.N’Golo Kanté e 15.Steven Nzonzi; 11.Ousmane Dembélé (10.Kylian Mbappé ↑78′), 7.Antoine Griezmann (18.Nabil Fekir ↑68′) e 8.Thomas Lemar; 9.Olivier Giroud. Técnico: Didier Deschamps

 

… Austrália 0 x 2 Peru


(Imagem: FIFA.com)

Devido ao bom futebol que exibia nos amistosos dos últimos meses, o Peru prometia ser uma das sensações da Copa do Mundo. Mas foram duas derrotas nos dois primeiros jogos e a frustrante eliminação precoce. Perdeu, mesmo tento sido melhor que a Dinamarca e encarando a França em boa parte do tempo.

Mas a vitória que não vinha há 36 anos, veio hoje.

Eram jogados 18 minutos quando Guerrero, já dentro da área, faz a inversão da esquerda para a direita. André Carrillo emenda de primeira, com a bola ainda no ar, e faz um golaço. Primeiro gol peruano em Copas do Mundo desde 1982.

Aos 27′, Rogić fez fila dentro da área e chuta firme, mas Gallese defendeu com os pés.

Sete minutos depois, Rogić tocou para Kruse, que entrou na área e cruzou para o meio. Mas Advíncula estava lá para impedir que a bola chegasse a Leckie.

Aos cinco minutos do segundo tempo, Cueva fez das suas e encontrou Guerrero dentro da área. O capitão peruano virou chutando e fez o segundo de sua seleção. Um gol muito emblemático, se lembrarmos toda a trama e o trauma que Paolo Guerrero tem sofrido nos últimos meses, suspenso por doping. Mas ele teve a punição suspendida para jogar essa Copa do Mundo e fez o gol que dele se esperava. A bola ainda desviou no zagueiro Miligan antes de entrar.

Depois, a Austrália passou a assustar em cobranças de escanteio, mas não conseguiu seu gol. Em uma delas, Tim Cahill teve a chance de marcar o gol e se tornar o primeiro australiano a anotar gols em quatro Copas do Mundo diferentes, mas a defesa peruana não permitiu que essa lenda alcançasse esse feito.

Mesmo sendo a lanterna do Grupo C, a Austrália merece os parabéns por ter vendido caro a derrota para a França e por ter empatado com a Dinamarca, embora merecesse vencer. Em uma chave difícil, acabou saindo de cabeça erguida.

Ao Peru, fica a euforia pela vitória e a frustração pela não classificação. E se Christian Cueva tivesse convertido aquele pênalti na primeira partida, contra a Dinamarca quando o placar ainda estava zerado?! Provavelmente os incas estariam em festa hoje, ao invés de estarem voltando para casa.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Austrália 0 x 2 Peru
Data: 26/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium) — Cidade: Sóchi (Rússia)
Público: 44.073
Árbitro: Sergei Karasev (Rússia)
Gols: 18′ André Carrillo (PER); 50′ Paolo Guerrero (PER)
Cartões Amarelos: 10′ Mile Jedinak (AUS); 45′ Yoshimar Yotún (PER); 60′ Daniel Arzani (AUS); 66′ Tom Rogić (AUS); 79′ Paolo Hurtado (PER); 88′ Mark Miligan (AUS)
Austrália (4-2-3-1): 1.Mathew Ryan; 19.Joshua Risdon, 20.Trent Sainsbury, 5.Mark Miligan e 16.Aziz Behich; 15.Mile Jedinak (C) e 13.Aaron Mooy; 7.Matthew Leckie, 23.Tom Rogić (22.Jackson Irvine ↑72′) e 10.Robbie Kruse (17.Daniel Arzani ↑58′); 9.Tomi Jurić (4.Tim Cahill ↑53′). Técnico: Bert van Marwijk
Peru (4-2-3-1): 1.Pedro Gallese; 17.Luis Advíncula, 15.Christian Ramos, 4.Anderson Santamaría e 6.Miguel Trauco; 13.Renato Tapia (7.Paolo Hurtado ↑63′) e 19.Yoshimar Yotún (23.Pedro Aquino ↑INTERVALO); 18.André Carrillo (16.Wilder Cartagena ↑79′), 8.Christian Cueva e 20.Edison Flores; 9.Paolo Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca

 

… Nigéria 1 x 2 Argentina


(Imagem: FIFA.com)

Em um sinal de desespero, segundo a imprensa argentina, o técnico Jorge Sampaoli seguiu o pedido dos jogadores e não inventou. Escalou uma equipe parecida com a finalista do Mundial quatro anos atrás, com Lionel Messi partindo da ponta direita para o meio, como rende mais.

E foi assim que ele abriu o placar aos 14 minutos. Éver Banega fez um ótimo lançamento para Messi. O gênio dominou, trouxe para a perna direita e chutou cruzado no alto, sem chances para o goleiro Uzoho. Primeiro gol de Messi na Copa.

No minuto 34, Di María foi derrubado na entrada da área. Messi bateu bem, mas a bola tocou na trave e saiu.

A Nigéria voltou para o segundo tempo assustando. Logo aos cinco munitos, Mascherano agarrou Balogun dentro da área. Pênalti marcado por Cüneyt Çakır e confirmado pelo VAR. Victor Moses nem tomou distância e bateu com enorme categoria, no canto esquerdo do goleiro Armani.

Depois, a Argentina ficava com a bola, mas não sabia o que fazer. O experiente Javier Mascherano, líder inconstestável da equipe, estava colocando tudo a perder. Mas Sampaoli seguiu o exemplo de Joachim Löw na Alemanha: foi tirando lateral e meio campistas, lançando atacantes em campo.

Mas o caldo quase entornou de vez aos 30 minutos, quando Musa recebeu um lançamento e avançou na esquerda. Quando ele cruzou, a bola desviou no carrinho de Mascherano e subiu. Tagliafico tentou cabecear para trás e a bola bateu em seu braço esquerdo. Mas dessa vez o árbitro se acovardou e não marcou o segundo pênalti para as “Super Águias”. Na sobra, Ighalo perdeu uma chance claríssima ao finalizar para fora, com muito perigo.

Àquela altura, a Argentina estava sendo eliminada. Mas aos 41′, Mercado cruzou da direita e Rojo emendou um torpedo de pé direito para o gol. Um zagueiro que joga pelo lado esquerdo, canhoto, finalizou de pé direito, e estufou as redes de Uzoho. Seria e foi o gol da classificação!

Agora, a Argentina vai encarar a França nas oitavas de final e as dificuldades tendem a ser maiores. A chance dos argentinos é a genialidade de Messi. Caso contrário, já pode comprar a passagem de volta no próximo sábado.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Nigéria 1 x 2 Argentina
Data: 26/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium) — Cidade: São Petesburgo (Rússia)
Público: 64.468
Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)
Gols: 14′ Lionel Messi (ARG); 51′ Victor Moses (NIG)(pen); 86′ Marcos Rojo (ARG)
Cartões Amarelos: 32′ Leon Balogun (NIG); 49′ Javier Mascherano (ARG); 64′ Éver Banega (ARG); 90+1′ John Obi Mikel (NIG); 90+4′ Lionel Messi (ARG)
Nigéria (3-5-2): 23.Francis Uzoho; 6.Leon Balogun, 5.William Troost-Ekong e 22. Kenneth Omeruo (18.Alex Iwobi ↑90′); 11.Victor Moses, 8.Oghenekaro Etebo, 10.John Obi Mikel (C), 4.Wilfred Ndidi e 2.Brian Idowu; 7.Ahmed Musa (13.Simeon Nwankwo ↑90+2′) e 14’Kelechi Iheanacho (9.Odion Ighalo ↑INTERVALO). Técnico: Gernot Rohr
Argentina (4-4-2): 12.Franco Armani; 2.Gabriel Mercado, 17.Nicolás Otamendi, 16.Marcos Rojo e 3.Nicolás Tagliafico (19.Sergio Agüero ↑80′); 14.Javier Mascherano, 15.Enzo Pérez (22.Cristian Pavón ↑61′), 7.Éver Banega e 11.Ángel Di María (13.Maximiliano Meza ↑72′); 10.Lionel Messi (C) e 9.Gonzalo Higuaín. Técnico: Jorge Sampaoli

 

… Islândia 1 x 2 Croácia


(Imagem: FIFA.com)

A Croácia poupou nove de seus titulares. Apenas Luka Modrić e Ivan Perišić começaram jogando hoje. Apenas um desastre tiraria a primeira colocação dos croatas e ele não aconteceu. Pelo contrário: terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento.

E os reservas de Zlatko Dalić mostraram um nível muito bom, conseguindo envolver o adversário com trocas de passes, embora não conseguisse furar o bloqueio defensivo com facilidade.

E a Islândia, uma boa equipe, mas que possui claras limitações, sonhava com a classificação. Precisaria vencer e torcer ao menos para um empate da Argentina contra a Nigéria.

No minuto 40′, Guðmundsson roubou uma bola na intermediária, tabelou com Gylfi Sigurðsson e chutou para fora, assustando o goleiro Kalinić.

Nos acréscimos da etapa inicial, Guðmundsson avançou pela direita e rolou para trás. O capitão Gunnarsson chegou batendo com muito perigo e Kalinić defendeu bem.

Aos sete minuto do segundo tempo, Badelj arriscou de longe e a bola ainda tocou no travessão antes de sair.

No minuto seguinte, o camisa 19 da Croácia não perdoou. Ele mesmo começou a jogada, abrindo na esquerda para Pivarić. O lateral esquerdo cruzou, a bola desviou em um adversário e subiu, ficando na medida para Badelj chutar bonito, de cima para baixo.

Aos dez minutos, Gunnarsson cobrou lateral para o meio da área. Hallfreðsson subiu para dividir com o goleiro croata e Ingason cabeceou sozinho, para boa defesa do goleiro. Na sequência, Gylfi Sigurðsson cobrou o escanteio e o mesmo Ingason cabeceou a bola no travessão.

Aos 30′, Guðmundsson e Gylfi Sigurðsson tabelam na área e a bola bate no braço de Lovren. O próprio Gylfi foi para a cobrança para não repetir seu erro contra a Nigéria. Ele cobrou alta, no meio do gol, devolvendo as esperanças de classificação à Islândia.

Mas no derradeiro minuto, Perišić recebeu a bola na esquerda e chutou cruzado, anotando o segundo tento da Croácia.

A seleção da Islândia deixa um legado de simpatia à Copa. Embora seja eliminada na primeira fase, fez uma ótima partida diante da Argentina. O mundo do futebol torce para que a Islândia esteja na Copa de 2022, no Qatar.

A Croácia está no auge de seu potencial e vem forte para enfrentar a Dinamarca. Será um belo duelo entre os envolventes croatas e os pragmáticos dinamarqueses.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Islândia 1 x 2 Croácia
Data: 26/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Rostov — Cidade: Rostov-on-Don (Rússia)
Público: 43.472
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha)
Gols: 53′ Milan Badelj (CRO); 76′ Gylfi Sigurðsson (ISL); 90′ Ivan Perišić (CRO)
Cartões Amarelos: 14′ Marko Pjaca (CRO); 59′ Emil Hallfreðsson (ISL); 64′ Alfreð Finnbogason (ISL); 83′ Tin Jedvaj (CRO); 84′ Birkir Sævarsson (ISL)
Islândia (4-2-3-1): 1.Hannes Halldórsson; 2.Birkir Sævarsson, 5.Sverrir Ingi Ingason, 6.Ragnar Sigurðsson (9.Björn Sigurðarson ↑70′) e 18.Hörður Magnússon; 17.Aron Gunnarsson (C) e 20.Emil Hallfreðsson; 7.Jóhann Berg Guðmundsson, 10.Gylfi Sigurðsson e 8.Birkir Bjarnason (21.Arnór Ingvi Traustason ↑90′); 11.Alfreð Finnbogason (4.Albert Guðmundsson ↑85′). Técnico: Heimir Hallgrímsson
Croácia (4-2-3-1): 12.Lovre Kalinić; 13.Tin Jedvaj, 5.Vedran Ćorluka, 15.Duje Ćaleta-Car e 22.Josip Pivarić; 19.Milan Badelj e 10.Luka Modrić (C) (14.Filip Bradarić ↑65′); 20.Marko Pjaca (6.Dejan Lovren ↑70′), 8.Mateo Kovačić (7.Ivan Rakitić ↑81′) e 4.Ivan Perišić; 9.Andrej Kramarić. Técnico: Zlatko Dalić

… 21/06/2018 – O melhor do oitavo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 21/06/2018 – O melhor do oitavo dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Dinamarca e Austrália empatam, França classificada e Peru eliminado.
Argentina decepciona, leva um “chocolate” do bom time Croácia e agora corre sérios riscos para se classificar às oitavas de final.
Veja os detalhes das partidas, inclusive nossa opinião sobre o fiasco da seleção argentina e de Lionel Messi.


… Dinamarca 1 x 1 Austrália


(Imagem: FIFA.com)

A Dinamarca começou com tudo, mostrando o que tem de melhor. Logo aos sete minutos, Jørgensen preparou bem a bola dentro da área e Christian Eriksen pegou de primeira, de perna esquerda, em finalização plástica, com alto grau de dificuldade. Mas não para quem é craque. Primeiro gol de Eriksen na Copa. Já havia dado a assistência contra o Peru. Ele é a alma e o bastião de qualidade do time.

Doze minutos depois, após cobrança de escanteio, Leckie cabeceia a bola na mão de Poulsen, que saltou mesmo com o braço esquerdo aberto. Com a ajuda do VAR, o árbitro espanhol Mateu Lahoz assinalou a penalidade máxima. Especialista em cobranças de pênalti, o capitão Mile Jedinak (e sua barba estilo “lenhador”) bateu bem no canto esquerdo, deslocando o goleiro Schmeichel e empatando o jogo.

Aos 27 da etapa final, Tom Rogić se livrou da marcação e chutou bem da meia lua, mas Schmeichel pegou.

O empate não fez justiça à partida, já que a Austrália dominou a partida após sofrer o gol. Só não venceu por falta de qualidade técnica dos meias e atacantes. Por outro lado, a Dinamarca foi pior que o adversário na segunda partida seguida (foi assim também contra o Peru). Enquanto os resultados estiverem vindo, tudo bem. O time tem potencial (e tem Eriksen), mas demonstra em poucos momentos. Mas será difícil passar das oitavas de final atuando dessa forma.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Dinamarca 1 x 1 Austrália
Data: 21/06/2018 — Horário: 16h00 locais
Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara) — Cidade: Samara (Rússia)
Público: 40.727
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha)
Gols: 7′ Christian Eriksen (DIN); 38′ Mile Jedinak (AUS)(pen)
Cartões Amarelos: 37′ Yussuf Yurary Poulsen (DIN); 84′ Pione Sisto (DIN)
Dinamarca (4-2-3-1): 1.Kasper Schmeichel; 14.Henrik Dalsgaard, 4.Simon Kjær (C), 6.Andreas Christensen e 17.Jens Stryger Larsen; 19.Lasse Schöne e 8.Thomas Delaney; 20.Yussuf Yurary Poulsen (11.Martin Braithwaite ↑59′), 10.Christian Eriksen e 23.Pione Sisto; 9.Nicolai Jørgensen (21.Andreas Cornelius ↑68′). Técnico: Åge Hareide
Austrália (4-2-3-1): 1.Mathew Ryan; 19.Joshua Risdon, 20.Trent Sainsbury, 5.Mark Miligan e 16.Aziz Behich; 15.Mile Jedinak (C) e 13.Aaron Mooy; 7.Matthew Leckie, 23.Tom Rogić (22.Jackson Irvine ↑82′) e 10.Robbie Kruse (17.Daniel Arzani ↑68′); 11.Andrew Nabbout (9.Tomi Jurić ↑75′). Técnico: Bert van Marwijk

… França 1 x 0 Peru


(Imagem: FIFA.com)

O primeiro lance de perigo foi da França, aos doze minutos. Pogba dominou e girou na intermediária e arriscou de muito longe. A bola passou muito perto, assustando o goleiro Gallese.

Na sequência, Griezmann cobrou escanteio e Varane apareceu para desviar na primeira trave, mas a bola foi para fora.

Pouco depois, Varane lançou de seu campo de defesa, Giroud escora e Griezmann bate forte de direita, para boa defesa do goleiro peruano.

A melhor chance do Peru veio aos 31′, com seu melhor jogador. Cueva carregou pela ponta esquerda e encontrou Guerrero na área. O centroavante do Flamengo girou sobre a marcação de Umtiti e chutou de esquerda, mas a bola foi em cima do goleiro Lloris, que fez uma ótima e importante defesa.

Dois minutos depois, Pogba fez um ótimo lançamento na área para Mbappé, mas o prodígio do PSG errou o calcanhar na bola. Seria um golaço. Mas logo ele teria outra chance de marcar.

No lance seguinte, Pogba rouba a bola de Guerrero e toca para Giroud dentro da área. O centroavante chuta, a bola bate em Rodríguez e sobe, tirando o goleiro da jogada. Ela cai na linha de gol para Mbappé completar para o gol vazio. A camisa 10 de Platini e Zidane parece não pesar para o jovem francês.

Les Bleus continuaram atacando. Mbappé começou a jogada pela direita, passou para Kanté, que deixou para Griezmann tocar de primeira para Lucas Hernández. O lateral esquerdo dominou e chutou forte de esquerda. Gallese defendeu e no rebote Hernández chutou mascado para fora.

Aos cinco minutos do segundo tempo, Farfán ajeitou para Aquino arriscar da intermediária. A bola pegou um efeito contrário e tocou na trave antes de sair. Seria um lindo gol.

Do lado francês, destaque para as alterações promovidas no time titular por Didier Deschamps. A entrada de Matuidi no lugar de Tolisso deu mais marcação, transição e velocidade pelo lado esquerdo. Giroud entrou na vaga de Dembélé e provou o quanto um centroavante fez falta no jogo anterior, contra a Austrália. Isso acabou dando liberdade a Griezmann, o deixando jogar livre, na posição em que mais produz.

A França dominou o primeiro tempo e perdeu oportunidades para fazer um placar maior. No segundo tempo, levou o jogo em “banho-maria”, esperando o apito final. O Peru até tentou pressionar. Teve mais posse de bola, sobrou vontade, mas faltou qualidade. Enquanto os franceses garantiram classificação antecipada, os peruanos estão eliminados.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — França 1 x 0 Peru
Data: 21/06/2018 — Horário: 20h00 locais
Estádio: Estádio Central (Ekaterinburg Arena) — Cidade: Ecaterimburgo (Rússia)
Público: 32.789
Árbitro: Mohammed Abdulla Hassan Mohamed (Emirados Árabes Unidos)
Gol: 34′ Kylian Mbappé (FRA)
Cartões Amarelos: 16′ Blaise Matuidi (FRA); 23′ Paolo Guerrero (PER); 81′ Pedro Aquino (PER); 86′ Paul Pogba (FRA)
França (4-3-3): 1.Hugo Lloris (C); 2.Benjamin Pavard, 4.Raphaël Varane, 5.Samuel Umtiti e 21.Lucas Hernández; 13.N’Golo Kanté, 6.Paul Pogba (15.Steven Nzonzi ↑89′) e 14.Blaise Matuidi; 10.Kylian Mbappé (11.Ousmane Dembélé ↑75′), 7.Antoine Griezmann (18.Nabil Fékir ↑80′) e 9.Olivier Giroud. Técnico: Didier Deschamps
Peru (4-2-3-1): 1.Pedro Gallese; 17.Luis Advíncula, 15.Christian Ramos, 2.Alberto Rodríguez (4.Anderson Santamaría ↑INTERVALO) e 6.Miguel Trauco; 23.Pedro Aquino e 19.Yoshimar Yotún (10.Jefferson Farfán ↑INTERVALO); 18.André Carrillo, 8.Christian Cueva (11.Raúl Ruidíaz ↑82′) e 20.Edison Flores; 9.Paolo Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca

… Argentina 0 x 3 Croácia


(Imagem: FIFA.com)

Em cerca de um ano de trabalho, nem o técnico Jorge Sampaoli sabe qual sistema tático usar na seleção e nem quais jogadores escalar. É um “bielsista”, mas só herdou as manias ruins de seu professor. Na primeira partida, um 4-4-2 quase em duas linhas de quatro. No segundo jogo, uma espécie do 3-4-3 de Bielsa, com apenas um zagueiro de ofício. No meio, dois alas lentos na recomposição, além de dois volantes prestes a se aposentar: Mascherano e Enzo Pérez. No ataque, Meza e Agüero ao lado de Messi.

Nem preciso dizer que não deu certo. A Croácia é uma seleção entrosada e com muita qualidade, e se aproveitou das fragilidades do sistema. Quem poderia equilibrar a partida pelo lado argentino seria Messi. Mas ele nem apareceu.

A primeira oportunidade de gol apareceu após meia hora de jogo. Acuña acreditou em uma bola perdida dentro da área, ganhou de Lovren e cruzou para o meio da área. Vida tirou mal e Enzo Pérez chutou para fora, já sem goleiro. Não se pode perder um gol feito como esse.

Três minutos depois, Perišić faz um lançamento para a área tentando achar Mandžukić. Ele desvia de cabeça, mas a bola acaba passando perto da trave, chegando a assustar.

Aos oito minutos do segundo tempo, Mercado atrasa a bola para Caballero. O goleiro tenta devolver por cima, mas repõe a bola fraca e ela fica fácil para Ante Rebić emendar o voleio. Um erro simplório e infantil para um goleiro de uma seleção como a Argentina.

Os albicelestes estiveram muito perto do empate onze minutos depois. Enzo Pérez encontra Higuaín dentro da área. Ele vai até a linha de fundo e cruza. Mas Meza finaliza em cima do goleiro Subašić. No rebote, Messi é travado por Vida, que evita o gol certo.

Aos 35′, Luka Modrić dominou com liberdade pouco antes da meia lua e cortou para os dois lados, fazendo Otamendi dançar. Depois, chutou forte, de longe, sem chances para Caballero. Um golaço.

O caixão foi fechado já nos acréscimos. A primeira tentativa de Rakitić foi uma cobrança de falta magistral, que tocou na junção da trave e do travessão. Um pecado.

Mas logo depois, em um contra-ataque mortal, Rakitić chuta e Caballero espalma. Na sobra, Kovačić devolve para Rakitić, já sem goleiro, só completar para o gol. Causou espanto ver a defesa argentina parada reclamando um impedimento não existente, ao invés de ir na disputa da jogada. Placar de 3 a 0 humilhante para a Argentina.

Sergio Romero seria o goleiro titular, mas se lesionou. Faz muita falta. Franco Armani é o melhor goleiro à disposição, mas Sampaoli preferiu Caballero incrivelmente por ser mais hábil com os pés. Não se podia prever uma falha horrorosa como essa do goleiro reserva do Chelsea.

Pelo que demonstraram na temporada, Paulo Dybala e Gonzalo Higuaín não podem ser reserva dessa Argentina, que escala Meza e Agüero.

O capitão Lionel Messi, ao invés de aparecer para decidir (ou ao menos para buscar jogo), se escondeu. O capitão, o melhor do mundo não pode ser covarde como foi. Nunca será Maradona! Ele não apareceu nem para tentar “arribar”, dar forças ao seu time e ao seu goleiro. Uma decepção nessa Copa, por enquanto. Espero queimar minha língua na próxima partida.

O camisa 10 do Real Madrid fez o jogo que se esperava do camisa 10 do Barcelona.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Argentina 0 x 3 Croácia
Data: 21/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Nizhny Novgorod Stadium — Nizhny Novgorod (Rússia)
Público: 43.319
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Gols: 53′ Ante Rebić (CRO); 80′ Luka Modrić (CRO); 90+1′ Ivan Rakitić (CRO)
Cartões Amarelos: 39′ Ante Rebić (CRO); 51′ Gabriel Mercado (ARG); 58′ Mario Mandžukić (CRO); 67′ Šime Vrsaljko (CRO); 85′ Nicolás Otamendi (ARG); 87′ Marcos Acuña (ARG); 90+4′ Marcelo Brozović (CRO)
Argentina (3-4-3): 23.Willy Caballero; 2.Gabriel Mercado, 17.Nicolás Otamendi e 3.Nicolás Tagliafico; 18.Eduardo Salvio (22.Cristian Pavón ↑56′), 14.Javier Mascherano, 15.Enzo Pérez (21.Paulo Dybala ↑68′) e 8.Marcos Acuña; 13.Maximiliano Meza, 10.Lionel Messi (C) e 19.Sergio Agüero (9.Gonzalo Higuaín ↑54′). Técnico: Jorge Sampaoli
Croácia (4-2-3-1): 23.Danijel Subašić; 2.Šime Vrsaljko, 6.Dejan Lovren, 21.Domagoj Vida e 3.Ivan Strinić; 7.Ivan Rakitić e 11.Marcelo Brozović; 18.Ante Rebić (9.Andrej Kramarić ↑57′), 10.Luka Modrić (C) e 4.Ivan Perišić (8.Mateo Kovačić ↑82′); 17.Mario Mandžukić (5.Vedran Ćorluka ↑90+3′). Técnico: Zlatko Dalić

… 16/06/2018 – O melhor do terceiro dia da Copa

Três pontos sobre…
… 16/06/2018 – O melhor do terceiro dia da Copa


Messi cobra pênalti e Halldórsson defende (Imagem: FIFA.com)

Foi uma maratona com quatro jogos.
O VAR e a Islândia debutaram em Copas do Mundo e se saíram vitoriosos.
França e Argentina deixaram a desejar e o Peru pagou pelo que não fez.
Veja abaixo como foram todas as partidas de hoje.

… França 2 x 1 Austrália


Griezmann ficou devendo hoje… (Imagem: FIFA.com)

A França venceu a Austrália “no piloto automático”. Com uma atuação ruim, Les Bleus não conseguiram trabalhar como um time e contaram com lances isolados para conseguir a vitória.

Dentro de suas limitações, a Austrália foi brava. Soube se fechar muito bem, mas faltou poder de fogo no ataque.

Mas quem foi realmente decisiva foi a tecnologia. O VAR marcou pênalti em Griezmann e ele mesmo converteu, aos 13′ do segundo tempo. Quatro minutos depois, o VAR confirmou que Umtiti meteu a mão na bola. Pênalti para os australianos, que o capitão Mile Jedinak mandou para as redes. Finalmente, a nove minutos do fim, Pogba fez tabela pelo meio e dividiu com Behich. A bola bateu no travessão e pingou dentro do gol. A tecnologia da linha do gol confirmou o tento e a vitória francesa.

É muito pouco para uma seleção tão talentosa e cotada como uma das favoritas ao título. Pogba e Griezmann (autores dos gols hoje) já provaram mais de uma vez que não são confiáveis para liderar essa geração. Mbappé já mostrou capacidade, mas é muito novo para isso. Mesmo com todas as polêmicas extracampo, a França vai sentir muita falta de alguém como Karim Benzema, acostumado a ser importante coletivamente no Real Madrid.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — França 2 x 1 Austrália
Data: 16/06/2018 — Horário: 13h00 locais
Estádio: Arena Kazan — Cidade: Kazan (Rússia)
Público: 41.279
Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai)
Gols: 58′ Antoine Griezmann (FRA)(pen); 62′ Mile Jedinak (AUS)(pen); 81′ Aziz Behich (FRA)(gol contra)
Cartões Amarelos: 13′ Matthew Leckie (AUS); 57′ Joshua Risdon (AUS); 76′ Corentin Tolisso (FRA); 87′ Aziz Behich (AUS)
França (4-3-3): 1.Hugo Lloris (C); 2.Benjamin Pavard, 4.Raphaël Varane, 5.Samuel Umtiti e 21.Lucas Hernández; 13.N’Golo Kanté, 12.Corentin Tolisso (14.Blaise Matuidi ↑78′) e 6.Paul Pogba; 11.Ousmane Dembélé (18.Nabil Fékir ↑70′), 10.Kylian Mbappé e 7.Antoine Griezmann (9.Olivier Giroud ↑70′). Técnico: Didier Deschamps
Austrália (4-2-3-1): 1.Mathew Ryan; 19.Joshua Risdon, 5.Mark Miligan, 20.Trent Sainsbury e 16.Aziz Behich; 15.Mile Jedinak (C) e 13.Aaron Mooy; 7.Matthew Leckie, 23.Tom Rogić (22.Jackson Irvine ↑72′) e 10.Robbie Kruse (17.Daniel Arzani ↑84′); 11.Andrew Nabbout (9.Tomi Jurić ↑64′). Técnico: Bert van Marwijk

 

… Argentina 1 x 1 Islândia


Messi tentou, tentou e tentou. Mas não conseguiu passar pelos guerreiros vikings (Imagem: FIFA.com)

A Argentina é outra favorita que decepcionou. Até começou bem quando, aos 19′ de jogo, Kun Agüero aproveitou uma bola na área, girou bem e chutou forte de esquerda, no ângulo. Tudo no script até aí.

Mas quatro minutos depois, Finnbogason pega o rebote do goleiro Caballero e marca o primeiro gol da Islândia na história das Copas e empata o jogo.

Depois disso, a partida se tornou ataque contra defesa. E, incrivelmente, a defesa se sobressaiu. Em vários momentos, eram os onze atletas atrás da linha da bola. Liderada pelos volantes Gunnarsson e Hallfreðsson, a marcação em cima de Lionel Messi foi muito forte. Ele até teve suas chances, mas não conseguiu marcar.

A chance mais clara para o camisa 10 albiceleste foi em um pênalti, cometido por Magnússon em cima de Meza. Messi bateu à meia altura no canto esquerdo, mas o goleiro Halldórsson pulou certo e fez a defesa.

Messi participou muito do jogo, mas não estava em seus melhores dias. Ele, e toda a Argentina, insistiram muito pelo meio. Meza e Di María foram escalados para jogarem abertos, mas afunilavam demais. Pelo meio, a “parede de gelo” da Islândia resistiu aos ataques. E os vikings debutaram em Copas do Mundo com um empate contra a poderosa Argentina de Messi.

A Islândia não é surpresa e muito menos zebra. Quem acompanha mais de perto o futebol tem visto a evolução de seus jogadores e, consequentemente, de sua seleção.

Na próxima partida, contra a Croácia, a Argentina necessita da vitória. Caso contrário, pode ficar próxima de repetir o pesadelo de 2002.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Argentina 1 x 1 Islândia
Data: 16/06/2018 — Horário: 16h00 locais
Estádio: Otkritie Arena (Spartak Stadium) — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 44.190
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
Gols: 19′ Sergio Agüero (ARG); 23′ Alfreð Finnbogason (ISL)
Argentina (4-2-3-1): 23.Willy Caballero; 18.Eduardo Salvio, 17.Nicolás Otamendi, 16.Marcos Rojo e 3.Nicolás Tagliafico; 14.Javier Mascherano e 5.Lucas Biglia (7.Éver Banega ↑54′); 13.Maximiliano Meza (9.Gonzalo Higuaín ↑84′), 11.Ángel Di María (22.Cristian Pavón ↑75′) e 10.Lionel Messi (C); 19.Sergio Agüero. Técnico: Jorge Sampaoli
Islândia (4-4-1-1): 1.Hannes Halldórsson; 2.Birkir Sævarsson, 14.Kári Árnason, 6.Ragnar Sigurðsson e 18.Hörður Magnússon; 17.Aron Gunnarsson (C) (23.Ari Freyr Skúlason ↑76′), 20.Emil Hallfreðsson, 7.Jóhann Berg Guðmundsson (19.Rúrik Gíslason ↑63′) e 8.Birkir Bjarnason; 10.Gylfi Sigurðsson; 11.Alfreð Finnbogason (9.Björn Sigurðarson ↑89′). Técnico: Heimir Hallgrímsson.

 

… Peru 0 x 1 Dinamarca


Cueva e Poulsen, os protagonistas da partida (Imagem: FIFA.com)

Foram 36 anos de espera para que o Peru voltasse a disputar uma Copa do Mundo. E começou com a corda toda, controlando as ações da partida e acuando o adversário. Mas este não era qualquer um. Era a Dinamarca, fria, calculista e efetiva.

Enquanto o Peru ficava com a bola e tentava criar chances para abrir o placar, os dinamarqueses pareciam ter o jogo sob controle. O goleiro Kasper Schmeichel honrou o sobrenome e fechou o gol nas melhores chances dos sul-americanos.

No finalzinho do primeiro tempo, o VAR apareceu, ajudando o árbitro gambiano Bakary Gassama a apitar um pênalti sofrido por Christian Cueva. O meia do São Paulo deslocou o goleiro, mas a bola foi por cima do gol. Goleiro bom tem que ter sorte, também.

Aos 14 minutos do segundo tempo, a Dinamarca saiu em um contra-ataque bem armado, até que a bola caiu nos pés de Christian Eriksen, o craque do time. Ele sabe o que faz. E fez de forma perfeita, ao conduzir a bola pelo meio e deixar Poulsen na cara do gol, para anotar o único tento da partida.

Paolo Guerrero (anistiado de suspensão apenas para jogar a Copa) entrou pouco depois. Até teve suas oportunidades, mas não conseguiu empatar. Mas mostrou que está em forma. Tecnicamente, é muito superior aos seus companheiros e deve ser titular nos próximos jogos.

A Dinamarca venceu o confronto direto mais importante. Deve vencer também a Austrália e, praticamente, se garantir na próxima fase.

Mesmo jogando melhor, o Peru perde a partida e se complica para a sequência da competição. Os pontos perdidos agora terão que ser recuperados contra a França, se quiserem continuar sonhando em avançar para as oitavas de final. Pelo que os franceses mostraram mais cedo, não é impossível.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Peru 0 x 1 Dinamarca
Data: 16/06/2018 — Horário: 19h00 locais
Estádio: Arena Mordovia — Cidade: Saransk (Rússia)
Público: 40.502
Árbitro: Bakary Gassama (Gâmbia)
Gol: 59′ Yussuf Yurary Poulsen (DIN)
Cartões Amarelos: 38′ Renato Tapia (PER); 86′ Thomas Delaney (DIN); 90+3′ Yussuf Yurary Poulsen (DIN)
Peru (4-2-3-1): 1.Pedro Gallese; 17.Luis Advíncula, 2.Alberto Rodríguez (C), 15.Christian Ramos e 6.Miguel Trauco; 13.Renato Tapia (23.Pedro Aquino ↑87′) e 19.Yoshimar Yotún; 18.André Carrillo, 8.Christian Cueva e 20.Edison Flores (9.Paolo Guerrero ↑62′); 10.Jefferson Farfán (11.Raúl Ruidíaz ↑85′). Técnico: Ricardo Gareca
Dinamarca (4-2-3-1): 1.Kasper Schmeichel; 14.Henrik Dalsgaard, 4.Simon Kjær (C), 6.Andreas Christensen (13.Mathias Jørgensen ↑81′) e 17.Jens Stryger Larsen; 7.William Kvist (19.Lasse Schöne ↑35′) e 8.Thomas Delaney; 20.Yussuf Yurary Poulsen, 10.Christian Eriksen e 23.Pione Sisto (11.Martin Braithwaite ↑67′); 9.Nicolai Jørgensen. Técnico: Åge Hareide

 

… Croácia 2 x 0 Nigéria


Pra variar, Modrić foi o destaque do jogo (Imagem: FIFA.com)

E a maratona de futebol deste sábado terminou com o pior dos quatro jogos. Confesso que fiquei com sono em grande parte do tempo. É incrível como a Nigéria consegue fazer jogos chatos. Foi assim também contra o Irã em 2014. Mas a culpa não é só dos africanos. O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci pensou que estava no Brasil e não deixou o jogo correr, apitando tudo e tornendo o jogo mais feio ainda.

O técnico croata escalou uma equipe super ofensiva no papel e desentrosada na prática, com Rakitić e Modrić de volantes, Perišić na esquerda, Rebić na direita e Kramarić pelo meio se aproximando de Mandžukić.

A Nigéria é muita correria e nada mais. Uma decepção, se lembrarmos daquele time de 1998, com Okocha, Ikpeba, Amokachi e outros.

A dupla Modrić e Mandžukić decidiram a partida. Aos 32′, o camisa 10 do Real Madrid cobrou um escanteio, Mandžukić cabeceou e a bola bateu nas pernas do volante Etebo e morreu no fundo do gol de Uzoho. Gol contra.

Já aos 26 do segundo tempo, o zagueirão Troost-Ekong abraçou Mandžukić e o árbitro Sandro Meira Ricci apitou pênalto. Modrić cobrou com perfeição, para marcar pela primeira vez em Copas do Mundo.

Se jogar como estava treinando, com o meio mais fechado e Modrić se aproximando mais do ataque, a Croácia tem time para dificultar as coisas para a Argentina. Veremos na próxima quinta feira.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Croácia 2 x 0 Nigéria
Data: 16/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 31.136
Árbitro: Sandro Meira Ricci (Brasil)
Gols: 32′ Oghenekaro Etebo (CRO)(gol contra); 71′ Luka Modrić (CRO)(pen)
Cartões Amarelos: 30′ Ivan Rakitić (CRO); 70′ William Troost-Ekong (NIG); 89′ Marcelo Brozović (CRO)
Croácia (4-2-3-1): 23.Danijel Subašić; 2.Šime Vrsaljko, 6.Dejan Lovren, 21.Domagoj Vida e 3.Ivan Strinić; 7.Ivan Rakitić e 10.Luka Modrić (C); 18.Ante Rebić (8.Mateo Kovačić ↑78′), 9.Andrej Kramarić (11.Marcelo Brozović ↑60′) e 4.Ivan Perišić; 17.Mario Mandžukić (20.Marko Pjaca ↑86′). Técnico: Zlatko Dalić
Nigéria (4-2-3-1): 23.Francis Uzoho; 12.Abdullahi Shehu, 5.William Troost-Ekong, 6.Leon Balogun e 2.Brian Idowu; 4.Wilfred Ndidi e 8.Oghenekaro Etebo; 11.Victor Moses, 10.John Obi Mikel (C) (13.Simeon Nwankwo ↑88′) e 18.Alex Iwobi (7.Ahmed Musa ↑62′); 9.Odion Ighalo (14.Kelechi Iheanacho ↑72′). Técnico: Gernot Rohr

… Peru 2 x 2 Argentina

Três pontos sobre…
… Peru 2 x 2 Argentina


(Imagens localizadas no Google)

● Com este empate de hoje entre argentinos e peruanos, enquanto o Peru mostrou mesmo que atualmente é uma seleção sem perspectivas de participar das próximas Copas do Mundo, a Argentina provou que é uma equipe comum sem Lionel Messi. O camisa 10 seria o diferencial para qualquer equipe do mundo. Mas, mesmo sem seu capitão, é inadmissível uma equipe do porte da Argentina empatar por 2 x 2 com duas das três piores da América do Sul (Venezuela e Peru).

● Mas o que mais merece nossa atenção nesse duelo é a peculiar presença de muitos personagens que atuam ou já passaram por clubes brasileiros:

– Yoshimar Yotún (Peru, lateral esquerdo, Vasco da Gama, 2013);

– Christian Cueva (Peru, meia, São Paulo, atualmente);

– Paolo Guerrero (Peru, atacante, Corinthians 2012-2015 e Flamengo, atualmente);

– Raúl Ruidíaz (Peru, atacante, Coritiba, 2012);

– Ricardo Gareca (argentino técnico do Peru, Palmeiras, 2014);

– Nicolás Otamendi (Argentina, zagueiro, Atlético/MG, 2014);

– Javier Mascherano (Argentina, volante, Corinthians, 2005-2006);

– Lucas Pratto (Argentina, atacante, Atlético/MG, 2015-atualmente);

– Edgardo Bauza (Argentina, técnico, São Paulo, 2016).

● Em tempo: Brasil goleou a Bolívia em Natal por 5 a 0, o que não é mais que a obrigação, haja vista que a seleção boliviana estava desfalcada de seu maior “craque”: a altitude de La Paz.