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… 31/07/1996 – Nigéria 4 x 3 Brasil

Três pontos sobre…
… 31/07/1996 – Nigéria 4 x 3 Brasil


“Kanu é perigoso. Entrou, bateu… Acabou… Terminoooouu…” (Imagem: Aoi Football)

● Durante muitos anos a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos foi uma obsessão para o futebol brasileiro.

E várias foram as oportunidades. Em oito edições disputadas anteriormente (1952, 1960, 1964, 1968, 1972, 1976, 1984 e 1988), o Brasil havia conseguido apenas duas medalhas de prata (1984 e 1988).

No Torneio Pré-Olímpico de 1992, o Brasil nem conseguiu a qualificação para as Olimpíadas, mesmo contando com grandes jogadores como Cafu, Roberto Carlos, Márcio Santos, Dener, Élber, Elivélton e Marcelinho Carioca.

Mas tudo mudou na preparação para 1996 – menos os craques em abundância. Roberto Carlos agora tinha a companhia de Dida, Zé Maria, Amaral, Flávio Conceição, Juninho Paulista e Sávio. Com cinco vitórias e dois empates, a classificação veio sem sustos.

Para as Olimpíadas de Atlanta, o veterano técnico Zagallo pôde contar com uma equipe de altíssimo nível. Além dos destaques do Pré-Olímpico, Ronaldo Fenômeno também estava no elenco. Os jogadores maiores de 23 anos foram o zagueiro Aldair, o meia Rivaldo e o atacante Bebeto – capitão da equipe.

O Brasil foi o líder do Grupo D. Na estreia, um susto ao perder para o Japão por 1 x 0, com o gol saindo em uma trapalhada de Aldair e Dida. No segundo jogo o Brasil venceu a Hungria por 3 x 1. Na terceira rodada, um gol de Ronaldo deu a vitória sobre a Nigéria por 1 x 0. Nas quartas de final, novo triunfo brasileiro, dessa vez sobre Gana, por 4 x 2. As semifinais previam um aguardado reencontro com os nigerianos.

Treinada pelo holandês Jo Bonfrère, a Nigéria contava com alguns dos grandes nomes de sua história, como o zagueiro Taribo West, o lateral Celestine Babayaro, os meias Sunday Oliseh, Garba Lawal e Jay-Jay Okocha, além dos atacantes Emmanuel Amunike, Tijani Babangida, Victor Ikpeba, Daniel Amokachi e Nwankwo Kanu. Os jogadores maiores de 23 anos foram o zagueiro Uche Okechukwu, além de Amunike e Amokachi.

Na primeira fase, as Super Águias venceram Hungria (1 x 1) e Japão (2 x 0), antes da derrota para o Brasil. Nas quartas, bateram o México do goleiro Jorge Campos por 2 x 0.


O técnico Jo Bonfrère escalou a Nigéria com um esquema ofensivo, com um grande número de atacantes de origem. Se o sistema defensivo ficava desguarnecido, o ataque era fulminante.


Zagallo preferiu sacar Rivaldo e escalar o time com três volantes. Juninho era o responsável pela armação.

● Zagallo foi acertando o time titular ao longo da competição. Na segunda partida ele já havia trocado Amaral por Zé Elias, além de sacar Sávio para a entrada de Ronaldo.

Para a semifinal, o técnico tirou Rivaldo para a volta de Amaral. Rivaldo não estava bem na competição, mas escalar o time com três volantes acabaria se provando um erro por deixar Juninho sobrecarregado na criação das jogadas ofensivas.

A partida foi disputada na cidade de Athens, no estado da Geórgia.

A Seleção Brasileira era franca favorita e começou justificando tal favoritismo.

Pouco depois do apito inicial, Amunike fez falta em Bebeto. Falta frontal na intermediária ofensiva. Uma cobrança no lugar perfeito para Roberto Carlos, certo? Mas quem cobrou foi Flávio Conceição. A bola foi forte e rasteira, desviou na barreira e tirou o goleiro Joseph Dosu da jogada. Brasil, 1 a 0.

A Nigéria começou uma série incessante de ataques, com muita movimentação na linha de frente, principalmente de Amokachi. A defesa brasileira batia cabeça e não sabia como marcar.

O empate das Super Águias veio aos 20 minutos. Da direita, Mobi Oparaku virou o jogo de pé trocado. Babayaro dominou dentro da área, passou pela marcação de Zé Maria e chutou cruzado. A bola iria para fora, mas Roberto Carlos se precipitou e pôs o pé, desviando para o gol. Gol contra. Brasil 1, Nigéria 1.

Aos 28′, quando a Nigéria parecia mais próxima da virada, o Brasil passou à frente novamente. Ronaldo ganhou de West pela direita e, mesmo tendo Bebeto desmarcado dentro da área, o “Fenômeno” bateu para o gol. Dosu defendeu, mas soltou a bola nos pés do artilheiro Bebeto, que só escorou para o gol. Brasil, 2 a 1.

A vantagem foi ampliada aos 37′. Bebeto voltou para armar o jogo e fez um lançamento para a entrada da área. Juninho escorou com o peito para a infiltração de Flávio Conceição, que invadiu a área e tocou na saída do goleiro.


Taribo West na marcação de Ronaldo. Eles jogaram juntos na Inter de Milão (Imagem: Rádio Globo)

Aos 15′ do segundo tempo, Flávio Conceição derrubou Amokachi dentro da área brasileira. Okocha bateu o pênalti quase no meio do gol, pouco mais para a esquerda, à meia altura. Dida acertou o canto e defendeu com a perna direita.

A vitória parecia certa. Com o jogo nas mãos, Zagallo começou a poupar seus melhores jogadores, pensando na final contra a Argentina – que já havia vencido Portugal por 2 x 0.

Aos 22′, Juninho saiu para a entrada de Rivaldo.

“Juninho estava cansado, precisávamos de ter mais força no meio-campo.” ― Zagallo

“Estou desapontado porque ainda me sentia muito bem.” ― Juninho Paulista

Aos 33′, o Brasil teve um contra-ataque para matar o jogo, mas Rivaldo prendeu demais e perdeu a bola para West, que ligou novo contragolpe. A bola chegou a Amokachi, que deu um passe na medida para Ikpeba vir da esquerda e chegar chutando forte de primeira. A bola foi no canto esquerdo, sem chances de defesa para Dida. Brasil 3, Nigéria 2.

Mas o jogo já estava praticamente decidido. A cinco minutos do fim, saiu Ronaldo para a entrada de Sávio.

“Ronaldo tinha uma contusão no joelho e dores musculares.” ― Zagallo

Nos segundos finais, Amokachi (o melhor em campo) brigou pela bola e conseguiu um lateral. Okocha fez um arremesso longo para a área, Teslim Fatusi recebeu livre e tocou a frente. A bola bateu de leve em Aldair e sobrou para Kanu dentro da pequena área. Com extremo sangue frio, ele dominou levantando a bola e, ao mesmo tempo, tirando Dida da jogada, e já virou batendo para o gol. Incrível! A Nigéria foi buscar um inacreditável empate! Brasil 3, Nigéria 3.

A Seleção Brasileira entrou muito nervosa e sem confiança na prorrogação.

Na época, existia a regra da “morte súbita”, “gol de ouro” ou “golden goal”, em que vencia quem marcasse o primeiro gol na prorrogação.

E o favoritismo brasileiro “morreu” logo aos quatro minutos.

Wilson Oruma fez um lançamento longo, a bola bateu nas costas de Ikpeba e sobrou para Kanu. Ele dominou cortando Aldair e bateu cruzado de perna esquerda, fazendo o “gol de ouro”.

“Marquei muitos assim pelo meu clube, o Ajax. Vi que os zagueiros estavam virados para mim, por isso driblei e finalizei.” ― Nwankwo Kanu


Roberto Carlos foi um dos que sofreram para marcar o imparável Nwankwo Kanu (Imagem: Papo de Homem)

● Provavelmente esse foi o maior jogo de futebol nos Jogos Olímpicos de todos os tempos.

E essa partida acabou se tornando o maior trauma do futebol olímpico brasileiro.

Alguns anos depois, Zagallo afirmou em uma entrevista que o jogo contra a Nigéria foi a maior decepção de sua carreira – mais até do que a final da Copa do Mundo de 1998.

“É incrível, tivemos tantas oportunidades. Estávamos na frente na semifinal contra a Nigéria, por 3 a 1. Faltando dez minutos para o final do jogo, sofremos um apagão. E acabamos perdendo por 4 a 3.” ― Ronaldo

“Viemos aqui ganhar o ouro, e agora apenas podemos ficar com o bronze. Para o Brasil não é grande coisa.” ― Juninho Paulista

Na decisão do 3º lugar, o Brasil goleou Portugal de Nuno Gomes por 5 x 0, com três gols de Bebeto, garantindo o lugar no pódio com a medalha de bronze.

Na final, a Nigéria enfrentou a poderosa Argentina de Ayala, Chamot, Sensini, Zanetti, Almeyda, Simeone, Gallardo, Ortega, Marcelo Delgado, Claudio López e Hernán Crespo. As Super Águias estiveram em desvantagem novamente por duas vezes, mas viraram para 3 x 2, com um gol de Amunike no minuto final da partida.

Com esse resultado, a Nigéria se tornou o primeiro país africano e o primeiro não-europeu ou não-sul-americano a conquistar a medalha de ouro olímpica no futebol. Foi afirmação do futebol africano em uma competição de alto nível.

“Isto significa tudo para a Nigéria. O futebol é a única coisa que nos une. Para o povo do meu país é o dia mais feliz das suas vidas.” ― Jay-Jay Okocha

“Garanto que no momento em que falo agora toda a África está celebrando. Ninguém vai dormir esta noite, todo mundo está feliz. O título é para todos os países africanos.” ― Sunday Oliseh


Seleção nigeriana campeã olímpica em Atlanta 1996 (Imagem: Twitter @essediafoilouco)

FICHA TÉCNICA:

 

NIGÉRIA 4 x 3 BRASIL

 

Data: 31/07/1996

Horário: 18h00 locais

Estádio: Sanford Stadium

Público: 78.587

Cidade: Athens (Estados Unidos)

Árbitro: José María García-Aranda (Espanha)

 

NIGÉRIA (4-4-2):

BRASIL (4-4-2):

18 Dosu Joseph (G)

1  Dida (G)

17 Mobi Oparaku

2  Maria

5  Uche Okechukwu

3  Aldair

3  Taribo West

4  Ronaldo Guiaro

2  Celestine Babayaro

6  Roberto Carlos

10 Jay-Jay Okocha

15 Zé Elias

13 Garba Lawal

8  Amaral

6  Emmanuel Amunike

5  Flávio Conceição

4  Nwankwo Kanu (C)

9  Juninho Paulista

7  Tijani Babangida

7  Bebeto (C)

14 Daniel Amokachi

18 Ronaldo

 

Técnico: Jo Bonfrère

Técnico: Zagallo

 

SUPLENTES:

 

 

1  Emmanuel Babayaro (G)

12 Danrlei (G)

12 Abiodun Obafemi

13 Narciso

16 Kingsley Obiekwu

14 André Luiz

15 Sunday Oliseh

16 Marcelinho Paulista

8  Wilson Oruma

10 Rivaldo

9  Teslim Fatusi

11 Sávio

11 Victor Ikpeba

17 Luizão

 

GOLS:

1′ Flávio Conceição (BRA)

20′ Roberto Carlos (NIG) (gol contra)

28′ Bebeto (BRA)

38′ Flávio Conceição (BRA)

78′ Victor Ikpeba (NIG)

90′ Nwankwo Kanu (NIG)

94′ Nwankwo Kanu (NIG) (gol de ouro)

 

CARTÕES AMARELOS:

23′ Roberto Carlos (BRA)

31′ Mobi Oparaku (NIG)

39′ Tijani Babangida (NIG)

53′ Garba Lawal (NIG)

73′ Rivaldo (BRA)

86′ Ronaldo (BRA)

87′ Daniel Amokachi (NIG)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Emmanuel Amunike (NIG) ↓

Victor Ikpeba (NIG) ↑

 

67′ Tijani Babangida (NIG) ↓

Teslim Fatusi (NIG) ↑

 

67′ Juninho Paulista (BRA) ↓

Rivaldo (BRA) ↑

 

82′ Mobi Oparaku (NIG) ↓

Wilson Oruma (NIG) ↑

 

85′ Ronaldo (BRA) ↓

Sávio (BRA) ↑

Jogo completo:

Melhores momentos (Rede Globo):

“Kanu é perigoso. Entrou, bateu… Acabou… Terminoooouu…”:

… 05/07/1994 – Itália 2 x 1 Nigéria

Três pontos sobre…
… 05/07/1994 – Itália 2 x 1 Nigéria


(Imagem: Pinterest)

● O confronto das oitavas de final entre Nigéria e Itália colocava frente a frente dois estilos completamente diferentes de jogo: a ousadia dos africanos contra a disciplina dos europeus.

Na primeira fase, a Nigéria foi líder do Grupo D, goleando a Bulgária (3 x 0), perdendo para a Argentina (2 x 1) e vencendo a Grécia (2 x 0). Surpreendentemente, logo em sua primeira Copa do Mundo, a Nigéria tinha ficado em primeiro lugar em seu grupo e enfrentaria a poderosa Itália nas oitavas de final.

A Itália estreou perdendo para a Irlanda por 1 x 0. Depois, bateu a Noruega por 1 a 0 e empatou com o México por 1 a 1. Pela primeira e única vez na história das Copas, um grupo terminava com as quatro seleções rigorosamente empatadas, tanto em pontos ganhos (quatro) como em saldo de gols (zero). O México ficou em primeiro lugar por ter tido o melhor ataque (três gols), a Irlanda ficou em segundo lugar por ter vencido a Itália no confronto direto, a Itália se classificou na repescagem, em terceiro lugar, e a Noruega ficou de fora por ter marcado menos gols (só um).

A Nigéria tinha conquistado seu segundo título da Copa Africana de Nações havia menos de três meses e se apresentava como possível surpresa do Mundial. Contava com verdadeiros diamantes brutos, como Jay-Jay Okocha, Sunday Oliseh, Finidi George, Emmanuel Amunike e Daniel Amokachi, além do experiente centroavante Rashidi Yekini. O clima era tão favorável que o presidente da federação, Samson Omeruah, resolveu falar demais: “Os italianos são famosos no mundo todo pela máfia, não por jogar futebol”. Ele deve ser ter se esquecido dos três títulos mundiais (até então) e do peso da camisa da Squadra Azzurra.

Alheio a polêmicas, o técnico Clemens Westerhof foi mais realista, afirmando que as chances de sua equipe eram de 50%. O treinador trouxe a visão holandesa do futebol: velocidade, exuberância e técnica, que foram somadas à força física e habilidade naturais dos africanos. A maioria dos jogadores nigerianos já atuavam em clubes da Europa e combinavam os estilos europeu e africano.

O grande treinador italiano Arrigo Sacchi deixou sua idolatria no Milan para liderar a Azzurra. Para essa partida, ele promovia ajustes no seu time com as entradas de Roberto Mussi na lateral direita e Danielle Massaro no comando de ataque. Substituto natural de Franco Baresi tanto na função de líbero, quanto no uso da tarja de capitão, Paolo Maldini migrou da lateral esquerda para o centro da defesa.

Mas independente de qualquer coisa, a esperança dos italianos continuava sendo Roberto Baggio, então detentor do posto de melhor jogador do planeta.

Antes do pontapé inicial, a concentração nigeriana recebeu a visita especial do astro da NBA, Hakeem Olajuwon, nascido em Lagos (capital da Nigéria) e apaixonado por futebol.


Arrigo Sacchi escalou sua equipe no 4-4-2. Com a bola, Baggio avançava formando um 4-3-3.


A Nigéria atuava no 4-4-2, mas com o apoio de todos no meio campo. Quando atacava, formava um 4-2-4 com Finidi e Amunike bem abertos.

● Diante de 54.367 pessoas, no Foxboro Stadium, em Massachusetts, os nigerianos dominaram a partida.

Valendo-se de suas habilidades e, sobretudo, de uma condição física superior, as Super Águias inauguraram o marcador aos 25 minutos do primeiro tempo. Após a cobrança um escanteio, Paolo Maldini cortou mal e Emmanuel Amunike tocou na saída do goleiro Luca Marchegiani para abrir o placar.

Os nigerianos controlaram a posse de bola durante toda a partida, sem sofrer com o ataque italiano.

Aos 20′ da segunda etapa, Sacchi busca dar mais energia ao time, trocando Giuseppe Signori por Gianfranco Zola. Mas apenas dez minutos depois, Zola foi expulso por uma entrada mais forte em um adversário.

Agora as Super Águias venciam por 1 a 0 e tinham um jogador a mais em campo nos quinze minutos finais. Mas, sem ambição, ao invés de matar logo o jogo, davam toques de efeito, esperando o jogo terminar.

O tempo vai se esgotando para os italianos, que não conseguem criar nenhuma chance clara de gol.

Com um toque de bola envolvente, parecia que a classificação africana estava mais do que assegurada.

Porém, por pura inexperiência, eles permitiram a igualdade aos 43 minutos do segundo tempo. Roberto Mussi ganhou a dividida com a defesa adversária a rolou para o meia-atacante Roberto Baggio chutar colocado, de forma consciente, entre um zagueiro adversário, Massaro e a trave direita. Um lindo gol. Uma enorme falha defensiva, que permitiu o gol para os italianos a dois minutos do fim.

Aos 10 minutos da prorrogação, os africanos voltaram a incorrer no mesmo erro. Antonio Benarrivo avança e cai na área em disputa de bola com um zagueiro. Um pênalti infantil. Roberto Baggio, sempre ele, cobrou firme no canto direito de Peter Rufai, “O Príncipe”. A bola tocou na trave antes de entrar.

Com a virada, os italianos travaram o jogo até o apito final.


(Imagem: Getty Images / Globo Esporte)

“O avião já estava partindo para casa, mas eu parei seu motor”, disse um sorridente Baggio.

No dia seguinte, os jornais da Velha Bota esqueceram toda a desconfiança em torno do jogador da Juventus e festejaram seu craque.

No mata-mata, a Itália venceria todos seus jogos por 2 a 1: a Nigéria, nas oitavas; a Espanha, nas quartas; e a Bulgária, nas semifinais. Na final, após o empate sem gols com o Brasil, perdeu nos pênaltis por 3 a 2.

A falta de experiência e malícia minou as esperanças alviverdes de repetirem o feito dos rivais camaroneses na Copa do Mundo de 1990, quando os Leões Indomáveis alcançaram uma vaga nas quartas de final.

Era o fim da Copa para a Nigéria, mas o início de grandes celebrações por parte da torcida no país, que recebeu seus jogadores com muita festa na volta para casa.

E as Super Águias corresponderam logo, ao conquistar a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ao derrotar o Brasil na semifinal e a Argentina na final.

Na Copa de 1998, novamente os nigerianos fizeram uma boa competição, mas voltaram a cair nas oitavas de final.


(Imagem: A Tribuna)

FICHA TÉCNICA:

 

ITÁLIA 2 x 1 NIGÉRIA

 

Data: 05/07/1994

Horário: 13h00 locais

Estádio: Foxboro Stadium

Público: 54.367

Cidade: Foxborough (Estados Unidos)

Árbitro: Arturo Brizio Carter (México)

 

ITÁLIA (4-4-2):

NIGÉRIA (4-4-2):

12 Luca Marchegiani (G)

1  Peter Rufai (G)(C)

8  Roberto Mussi

2  Augustine Eguavoen

4  Alessandro Costacurta

5  Uche Okechukwu

5  Paolo Maldini (C)

6  Chidi Nwanu

3  Antonio Benarrivo

19 Michael Emenalo

14 Nicola Berti

15 Sunday Oliseh

11 Demetrio Albertini

10 Jay-Jay Okocha

16 Roberto Donadoni

7  Finidi George

10 Roberto Baggio

11 Emmanuel Amunike

20 Giuseppe Signori

14 Daniel Amokachi

19 Daniele Massaro

9  Rashidi Yekini

 

Técnico: Arrigo Sacchi

Técnico: Clemens Westerhof

 

SUPLENTES:

 

 

1  Gianluca Pagliuca (G)

16 Alloysius Agu (G)

22 Luca Bucci (G)

22 Wilfred Agbonavbare (G)

2  Luigi Apolloni

4  Stephen Keshi

6  Franco Baresi

13 Emeka Ezeugo

7  Lorenzo Minotti

20 Uche Okafor

9  Mauro Tassotti

3  Benedict Iroha

15 Antonio Conte

21 Mutiu Adepoju

17 Alberigo Evani

8  Thompson Oliha

13 Dino Baggio

18 Efan Ekoku

21 Gianfranco Zola

12 Samson Siasia

18 Pierluigi Casiraghi

17 Victor Ikpeba

 

GOLS:

25′ Emmanuel Amunike (NIG)

88′ Roberto Baggio (ITA)

102′ Roberto Baggio (ITA) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

2′ Michael Emenalo (NIG)

6′ Daniele Massaro (ITA)

29′ Alessandro Costacurta (ITA)

41′ Mutiu Adepoju (NIG)

53′ Sunday Oliseh (NIG)

58′ Chidi Nwanu (NIG)

60′ Giuseppe Signori (ITA)

62′ Dino Baggio (ITA)

80′ Paolo Maldini (ITA)

 

CARTÃO VERMELHO: 75′ Gianfranco Zola (ITA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

35′ Daniel Amokachi (NIG) ↓

Mutiu Adepoju (NIG) ↑

 

INTERVALO Nicola Berti (ITA) ↓

Dino Baggio (ITA) ↑

 

57′ Emmanuel Amunike (NIG) ↓

Thompson Oliha (NIG) ↑

 

65′ Giuseppe Signori (ITA) ↓

Gianfranco Zola (ITA) ↑

Gols e lances chave da partida:

… 26/06/2018 – O melhor do 13º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 26/06/2018 – O melhor do 13º dia da Copa


(Imagem: Getty Images)

A Argentina sofre muito e consegue sua classificação a poucos minutos do fim.
França e Dinamarca não quiseram jogar e protagonizaram a primeira partida sem gols da Copa.
A Croácia mostra a força de seu elenco e, mesmo com o time reserva, vence a Islândia.
O Peru volta para casa com a sensação de dever cumprido.

… Dinamarca 0 x 0 França


(Imagem: FIFA.com)

O empate era um bom resultado para ambos. A Dinamarca se classificava independentemente do resultado entre “Austrália x Peru”. A França garantiria o primeiro lugar do Grupo C. E em uma partida que ninguém precisa vencer, não há como ser diferente: foi o primeiro jogo sem gols da Copa do Mundo de 2018.

Pouco aconteceu durante a partida. Mesmo sem levar perigo, a França foi mais perigosa.

Aos 15 minutos do primeiro tempo, Nzonzi abre na esquerda e Hérnández faz tabela com Giroud dentro da área. O centroavante francês finaliza fraco e Schmeichel espalma.

Aos 29′, Delaney lança na ponta esquerda para Cornelius, que cruza para o meio da área. Christian Eriksen vinha na corrida, mas não alcança a bola. Ele pede pênalti, mas o árbitro ignora.

Quatro minutos depois, Dembélé arrisca da intermediária e a bola passa assustando o arqueiro dinamarquês.

Aos 9 min do segundo tempo, Eriksen cobra falta de muito longe e Mandanda defende em dois tempos.

No minuto 25, Lemar toca para Fekir e ele chuta forte, mas a bola bate nas redes pelo lado de fora.

Aos 37′, Mbappé toca para Fekir que, de novo, chuta bem, mas Schmeichel espalma para o lado.

Nos acréscimos, Mbappé avança pela direita e toca para o meio da área, mas a zaga dinamarquesa afasta o perigo.

No segundo tempo, a torcida presente no estádio Luzhniki vaiou as equipes, que pouco faziam.

Nas oitavas de final, a França vai enfrentar a Argentina, enquanto a Dinamarca encara a Croácia. Um bom castigo para as duas seleções que não quiseram nada hoje, mas agora vão precisar jogar muito.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Dinamarca 0 x 0 França
Data: 26/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Olímpico Luzhniki — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 78.011
Árbitro: Sandro Meira Ricci (Brasil)
Cartão Amarelo: 45+3′ Mathias Jørgensen (DIN)
Dinamarca (4-1-4-1): 1.Kasper Schmeichel; 14.Henrik Dalsgaard, 4.Simon Kjær (C), 13.Mathias Jørgensen e 17.Jens Stryger Larsen; 6.Andreas Christensen; 11.Martin Braithwaite, 10.Christian Eriksen, 8.Thomas Delaney (18.Lukas Lerager ↑90+2′) e 23.Pione Sisto (15.Viktor Fischer ↑60′); 21.Andreas Cornelius (12.Kasper Dolberg ↑75′). Técnico: Åge Hareide
França (4-2-3-1): 16.Steve Mandanda; 19.Djibril Sidibé, 4.Raphaël Varane (C), 3.Presnel Kimpembe e 21.Lucas Hernández (22.Benjamin Mendy ↑50′); 13.N’Golo Kanté e 15.Steven Nzonzi; 11.Ousmane Dembélé (10.Kylian Mbappé ↑78′), 7.Antoine Griezmann (18.Nabil Fekir ↑68′) e 8.Thomas Lemar; 9.Olivier Giroud. Técnico: Didier Deschamps

 

… Austrália 0 x 2 Peru


(Imagem: FIFA.com)

Devido ao bom futebol que exibia nos amistosos dos últimos meses, o Peru prometia ser uma das sensações da Copa do Mundo. Mas foram duas derrotas nos dois primeiros jogos e a frustrante eliminação precoce. Perdeu, mesmo tento sido melhor que a Dinamarca e encarando a França em boa parte do tempo.

Mas a vitória que não vinha há 36 anos, veio hoje.

Eram jogados 18 minutos quando Guerrero, já dentro da área, faz a inversão da esquerda para a direita. André Carrillo emenda de primeira, com a bola ainda no ar, e faz um golaço. Primeiro gol peruano em Copas do Mundo desde 1982.

Aos 27′, Rogić fez fila dentro da área e chuta firme, mas Gallese defendeu com os pés.

Sete minutos depois, Rogić tocou para Kruse, que entrou na área e cruzou para o meio. Mas Advíncula estava lá para impedir que a bola chegasse a Leckie.

Aos cinco minutos do segundo tempo, Cueva fez das suas e encontrou Guerrero dentro da área. O capitão peruano virou chutando e fez o segundo de sua seleção. Um gol muito emblemático, se lembrarmos toda a trama e o trauma que Paolo Guerrero tem sofrido nos últimos meses, suspenso por doping. Mas ele teve a punição suspendida para jogar essa Copa do Mundo e fez o gol que dele se esperava. A bola ainda desviou no zagueiro Miligan antes de entrar.

Depois, a Austrália passou a assustar em cobranças de escanteio, mas não conseguiu seu gol. Em uma delas, Tim Cahill teve a chance de marcar o gol e se tornar o primeiro australiano a anotar gols em quatro Copas do Mundo diferentes, mas a defesa peruana não permitiu que essa lenda alcançasse esse feito.

Mesmo sendo a lanterna do Grupo C, a Austrália merece os parabéns por ter vendido caro a derrota para a França e por ter empatado com a Dinamarca, embora merecesse vencer. Em uma chave difícil, acabou saindo de cabeça erguida.

Ao Peru, fica a euforia pela vitória e a frustração pela não classificação. E se Christian Cueva tivesse convertido aquele pênalti na primeira partida, contra a Dinamarca quando o placar ainda estava zerado?! Provavelmente os incas estariam em festa hoje, ao invés de estarem voltando para casa.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Austrália 0 x 2 Peru
Data: 26/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium) — Cidade: Sóchi (Rússia)
Público: 44.073
Árbitro: Sergei Karasev (Rússia)
Gols: 18′ André Carrillo (PER); 50′ Paolo Guerrero (PER)
Cartões Amarelos: 10′ Mile Jedinak (AUS); 45′ Yoshimar Yotún (PER); 60′ Daniel Arzani (AUS); 66′ Tom Rogić (AUS); 79′ Paolo Hurtado (PER); 88′ Mark Miligan (AUS)
Austrália (4-2-3-1): 1.Mathew Ryan; 19.Joshua Risdon, 20.Trent Sainsbury, 5.Mark Miligan e 16.Aziz Behich; 15.Mile Jedinak (C) e 13.Aaron Mooy; 7.Matthew Leckie, 23.Tom Rogić (22.Jackson Irvine ↑72′) e 10.Robbie Kruse (17.Daniel Arzani ↑58′); 9.Tomi Jurić (4.Tim Cahill ↑53′). Técnico: Bert van Marwijk
Peru (4-2-3-1): 1.Pedro Gallese; 17.Luis Advíncula, 15.Christian Ramos, 4.Anderson Santamaría e 6.Miguel Trauco; 13.Renato Tapia (7.Paolo Hurtado ↑63′) e 19.Yoshimar Yotún (23.Pedro Aquino ↑INTERVALO); 18.André Carrillo (16.Wilder Cartagena ↑79′), 8.Christian Cueva e 20.Edison Flores; 9.Paolo Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca

 

… Nigéria 1 x 2 Argentina


(Imagem: FIFA.com)

Em um sinal de desespero, segundo a imprensa argentina, o técnico Jorge Sampaoli seguiu o pedido dos jogadores e não inventou. Escalou uma equipe parecida com a finalista do Mundial quatro anos atrás, com Lionel Messi partindo da ponta direita para o meio, como rende mais.

E foi assim que ele abriu o placar aos 14 minutos. Éver Banega fez um ótimo lançamento para Messi. O gênio dominou, trouxe para a perna direita e chutou cruzado no alto, sem chances para o goleiro Uzoho. Primeiro gol de Messi na Copa.

No minuto 34, Di María foi derrubado na entrada da área. Messi bateu bem, mas a bola tocou na trave e saiu.

A Nigéria voltou para o segundo tempo assustando. Logo aos cinco munitos, Mascherano agarrou Balogun dentro da área. Pênalti marcado por Cüneyt Çakır e confirmado pelo VAR. Victor Moses nem tomou distância e bateu com enorme categoria, no canto esquerdo do goleiro Armani.

Depois, a Argentina ficava com a bola, mas não sabia o que fazer. O experiente Javier Mascherano, líder inconstestável da equipe, estava colocando tudo a perder. Mas Sampaoli seguiu o exemplo de Joachim Löw na Alemanha: foi tirando lateral e meio campistas, lançando atacantes em campo.

Mas o caldo quase entornou de vez aos 30 minutos, quando Musa recebeu um lançamento e avançou na esquerda. Quando ele cruzou, a bola desviou no carrinho de Mascherano e subiu. Tagliafico tentou cabecear para trás e a bola bateu em seu braço esquerdo. Mas dessa vez o árbitro se acovardou e não marcou o segundo pênalti para as “Super Águias”. Na sobra, Ighalo perdeu uma chance claríssima ao finalizar para fora, com muito perigo.

Àquela altura, a Argentina estava sendo eliminada. Mas aos 41′, Mercado cruzou da direita e Rojo emendou um torpedo de pé direito para o gol. Um zagueiro que joga pelo lado esquerdo, canhoto, finalizou de pé direito, e estufou as redes de Uzoho. Seria e foi o gol da classificação!

Agora, a Argentina vai encarar a França nas oitavas de final e as dificuldades tendem a ser maiores. A chance dos argentinos é a genialidade de Messi. Caso contrário, já pode comprar a passagem de volta no próximo sábado.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Nigéria 1 x 2 Argentina
Data: 26/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium) — Cidade: São Petesburgo (Rússia)
Público: 64.468
Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)
Gols: 14′ Lionel Messi (ARG); 51′ Victor Moses (NIG)(pen); 86′ Marcos Rojo (ARG)
Cartões Amarelos: 32′ Leon Balogun (NIG); 49′ Javier Mascherano (ARG); 64′ Éver Banega (ARG); 90+1′ John Obi Mikel (NIG); 90+4′ Lionel Messi (ARG)
Nigéria (3-5-2): 23.Francis Uzoho; 6.Leon Balogun, 5.William Troost-Ekong e 22. Kenneth Omeruo (18.Alex Iwobi ↑90′); 11.Victor Moses, 8.Oghenekaro Etebo, 10.John Obi Mikel (C), 4.Wilfred Ndidi e 2.Brian Idowu; 7.Ahmed Musa (13.Simeon Nwankwo ↑90+2′) e 14’Kelechi Iheanacho (9.Odion Ighalo ↑INTERVALO). Técnico: Gernot Rohr
Argentina (4-4-2): 12.Franco Armani; 2.Gabriel Mercado, 17.Nicolás Otamendi, 16.Marcos Rojo e 3.Nicolás Tagliafico (19.Sergio Agüero ↑80′); 14.Javier Mascherano, 15.Enzo Pérez (22.Cristian Pavón ↑61′), 7.Éver Banega e 11.Ángel Di María (13.Maximiliano Meza ↑72′); 10.Lionel Messi (C) e 9.Gonzalo Higuaín. Técnico: Jorge Sampaoli

 

… Islândia 1 x 2 Croácia


(Imagem: FIFA.com)

A Croácia poupou nove de seus titulares. Apenas Luka Modrić e Ivan Perišić começaram jogando hoje. Apenas um desastre tiraria a primeira colocação dos croatas e ele não aconteceu. Pelo contrário: terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento.

E os reservas de Zlatko Dalić mostraram um nível muito bom, conseguindo envolver o adversário com trocas de passes, embora não conseguisse furar o bloqueio defensivo com facilidade.

E a Islândia, uma boa equipe, mas que possui claras limitações, sonhava com a classificação. Precisaria vencer e torcer ao menos para um empate da Argentina contra a Nigéria.

No minuto 40′, Guðmundsson roubou uma bola na intermediária, tabelou com Gylfi Sigurðsson e chutou para fora, assustando o goleiro Kalinić.

Nos acréscimos da etapa inicial, Guðmundsson avançou pela direita e rolou para trás. O capitão Gunnarsson chegou batendo com muito perigo e Kalinić defendeu bem.

Aos sete minuto do segundo tempo, Badelj arriscou de longe e a bola ainda tocou no travessão antes de sair.

No minuto seguinte, o camisa 19 da Croácia não perdoou. Ele mesmo começou a jogada, abrindo na esquerda para Pivarić. O lateral esquerdo cruzou, a bola desviou em um adversário e subiu, ficando na medida para Badelj chutar bonito, de cima para baixo.

Aos dez minutos, Gunnarsson cobrou lateral para o meio da área. Hallfreðsson subiu para dividir com o goleiro croata e Ingason cabeceou sozinho, para boa defesa do goleiro. Na sequência, Gylfi Sigurðsson cobrou o escanteio e o mesmo Ingason cabeceou a bola no travessão.

Aos 30′, Guðmundsson e Gylfi Sigurðsson tabelam na área e a bola bate no braço de Lovren. O próprio Gylfi foi para a cobrança para não repetir seu erro contra a Nigéria. Ele cobrou alta, no meio do gol, devolvendo as esperanças de classificação à Islândia.

Mas no derradeiro minuto, Perišić recebeu a bola na esquerda e chutou cruzado, anotando o segundo tento da Croácia.

A seleção da Islândia deixa um legado de simpatia à Copa. Embora seja eliminada na primeira fase, fez uma ótima partida diante da Argentina. O mundo do futebol torce para que a Islândia esteja na Copa de 2022, no Qatar.

A Croácia está no auge de seu potencial e vem forte para enfrentar a Dinamarca. Será um belo duelo entre os envolventes croatas e os pragmáticos dinamarqueses.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Islândia 1 x 2 Croácia
Data: 26/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Rostov — Cidade: Rostov-on-Don (Rússia)
Público: 43.472
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (Espanha)
Gols: 53′ Milan Badelj (CRO); 76′ Gylfi Sigurðsson (ISL); 90′ Ivan Perišić (CRO)
Cartões Amarelos: 14′ Marko Pjaca (CRO); 59′ Emil Hallfreðsson (ISL); 64′ Alfreð Finnbogason (ISL); 83′ Tin Jedvaj (CRO); 84′ Birkir Sævarsson (ISL)
Islândia (4-2-3-1): 1.Hannes Halldórsson; 2.Birkir Sævarsson, 5.Sverrir Ingi Ingason, 6.Ragnar Sigurðsson (9.Björn Sigurðarson ↑70′) e 18.Hörður Magnússon; 17.Aron Gunnarsson (C) e 20.Emil Hallfreðsson; 7.Jóhann Berg Guðmundsson, 10.Gylfi Sigurðsson e 8.Birkir Bjarnason (21.Arnór Ingvi Traustason ↑90′); 11.Alfreð Finnbogason (4.Albert Guðmundsson ↑85′). Técnico: Heimir Hallgrímsson
Croácia (4-2-3-1): 12.Lovre Kalinić; 13.Tin Jedvaj, 5.Vedran Ćorluka, 15.Duje Ćaleta-Car e 22.Josip Pivarić; 19.Milan Badelj e 10.Luka Modrić (C) (14.Filip Bradarić ↑65′); 20.Marko Pjaca (6.Dejan Lovren ↑70′), 8.Mateo Kovačić (7.Ivan Rakitić ↑81′) e 4.Ivan Perišić; 9.Andrej Kramarić. Técnico: Zlatko Dalić

… 22/06/2018 – O melhor do nono dia da Copa

Três pontos sobre…
… 22/06/2018 – O melhor do nono dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Suíça vence a Sérvia na primeira vidada da Copa.
Nigéria traz a Islândia de volta à realidade.
Brasil vence, mas não convence.


… Brasil 2 x 0 Costa Rica


(Imagem: FIFA.com)

Falamos especialmente sobre essa partida neste outro texto.

 

… Nigéria 2 x 0 Islândia


(Imagem: FIFA.com)

Foi um primeiro tempo difícil de assistir. A Islândia até tentava, mas claramente faltava qualidade. Só a vontade não bastava. A Nigéria ficava com a bola, mas não deu um chute a gol nos primeiros 45 minutos iniciais. A Islândia ao menos deu um chute a gol, logo aos três minutos, quando Gylfi Sigurðsson bateu uma falta perigosa buscando o ângulo, mas Francis Uzoho foi na bola para espalmar.

No fim do primeiro tempo, Finnbogason desviou uma cobrança de falta, que passou com perigo, próximo à trave.

Aos quatro minutos do segundo tempo, Victor Moses arranca pela direita e cruza para a área. Ahmed Musa consegue um domínio de craque, com a ponta do pé, já ajeitando para bater forte de primeira. Um golaço, sem chances para o goleiro Halldórsson.

A Islândia precisava sair para buscar o empate, mas é uma equipe que não tem essa característica criativa. Pelo contrário, atua de forma mais reativa.

Aos 29, Musa recebeu a bola pelo lado esquerdo da entrada da área e bateu colocado, mas a bola explodiu no travessão.

Logo na sequência, Musa (sempre ele!) recebeu um lançamento pela esquerda, passou na velocidade por Kári Árnason, driblou o goleiro Halldórsson e mandou para as redes. Dentre os belos gols do Mundial, esse se destaca por ser um misto de potência física e qualidade técnica.

A Islândia tentava atacar, mas não conseguia. Em um lance isolado, aos 33′, após nova tentativa frustrada, o zagueiro Omeruo se atrapalhou e perdeu a bola dentro de sua própria área e Ebuehi acabou derrubando Sigurðarson, que vinha em velocidade. Um pênalti sem necessidade, quase na linha de fundo, confirmado pelo VAR. A cobrança ficou a cargo de Gylfi Sigurðsson, o camisa 10 e craque do time. Mas ele bateu mal, por cima, isolando a bola.

Independente do sistema tático utilizado pelo técnico alemão Gernot Rohr (o 4-2-3-1 da derrota para os croatas ou o 3-5-2 da vitória hoje), a Nigéria funcionou mais com a velocidade dupla de ataque Ahmed Musa e Kelechi Iheanacho, do que com os lentos Odion Ighalo e Alex Iwobi.

Com três pontos, as Super Águias jogam por um empate contra a Argentina, para se classificar e eliminar os sul-americanos, desde que a Islândia não venca os croatas. A Islândia precisa vencer e torcer para que a Argentina não tire o saldo de gols negativo sobre os nigerianos. A Croácia já está classificada.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Nigéria 2 x 0 Islândia
Data: 22/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Nizhny Novgorod Stadium — Nizhny Novgorod (Rússia)
Público: 40.904
Árbitro: Matthew Conger (Nova Zelândia)
Gols: 49′ Ahmed Musa (NIG); 75′ Ahmed Musa (NIG)
Cartão Amarelo: 44′ Brian Idowu (NIG)
Nigéria (3-5-2): 23.Francis Uzoho; 22. Kenneth Omeruo, 5.William Troost-Ekong e 6.Leon Balogun; 11.Victor Moses, 8.Oghenekaro Etebo (18.Alex Iwobi ↑90′), 10.John Obi Mikel (C), 4.Wilfred Ndidi e 2.Brian Idowu (21.Tyronne Ebuehi ↑INTERVALO); 7.Ahmed Musa e Kelechi Iheanacho (9.Odion Ighalo ↑85′). Técnico: Gernot Rohr
Islândia (4-4-2): 1.Hannes Halldórsson; 2.Birkir Sævarsson, 14.Kári Árnason, 6.Ragnar Sigurðsson (5.Sverrir Ingi Ingason ↑65′) e 18.Hörður Magnússon; 17.Aron Gunnarsson (C) (23.Ari Freyr Skúlason ↑87′), 10.Gylfi Sigurðsson, 19.Rúrik Gíslason e 8.Birkir Bjarnason; 22.Jón Daði Böðvarsson (9.Björn Sigurðarson ↑71′) e 11.Alfreð Finnbogason. Técnico: Heimir Hallgrímsson

 

… Sérvia 1 x 2 Suíça


(Imagem: FIFA.com)

Logo aos cinco minutos, Tadić tocou da ponta direita para o meio e Milivojević cruzou para a cabeçada de Mitrović. O goleiro suíço Yann Sommer voou na bola para espalmar.

No minuto seguinte, Tadić driblou Ricardo Rodríguez e cruzou da direita. Dessa vez, Milivojević cabeceou sem chances para Sommer. A Sérvia estava na frente do placar, mas cometeu o grande pecado de quem começa vencendo: recuar a deixar de pressionar o adversário.

Aos 30, Xhaka toca para Zuber e o camisa 14 encontra Džemaili dentro da pequena área. Ele desvia, mas o experiente goleiro Stojković estava esperto para desviar para escanteio.

Quase no intervalo, Tadić cobrou escanteio para a área, mas Tošić não conseguiu acertar em cheio a cabeçada. A bola ainda tocou em um companheiro seu antes de sair.

Aos sete minutos do segundo tempo, Zuber avança em contra-ataque e abre na direita. Shaqiri tenta bater para o gol, mas a bola toca na zaga. Na volta, ela se oferece para Xhaka pegar de primeira e balancar a rede. Duas coisas chamaram muito a atenção nesse gol. A primeira foi a liberdade que tiveram para bater Shaqiri e Xhaka. A segunda foi a curva que a bola fez antes de chegar ao gol.

Aos 13′, Shaqiri faz um giro pela direita, se livra de dois adversários e chuta. A bola toca na trave e sai. Lindo lance.

No minuto final, em um contragolpe, a Suíça sai tocando de pé em pé, até que Gavranović lançou em profundidade para Shaqiri, que disparou, ganhou na velocidade de Tošić e tocou na saída do goleiro Stojković. Outro belo gol. No momento em que a defesa sérvia estava desarrumada, Shaqiri partiu de seu próprio campo na hora do passe e não tinha adversários à frente. A exibição do camisa 23 já estava merecendo esse gol. Ele já tinha sido um dos melhores em campo contra o Brasil.

Essa vitória da Suíça foi a primeira de virada da Copa do Mundo de 2018.

Na rodada final, Brasil e Sérvia se enfrentam diretamente por um duelo na próxima fase, sendo que os sul-americanos jogam por um empate. A Suíça tentará garantir o primeiro lugar contra a Costa Rica. Se tanto Brasil quanto Suíça empatarem ou vencerem seus jogos, a definição do primeiro colocado será no saldo de gols. Por mais que o Brasil seja favorito, a Sérvia mostrou que tem bola para vencer o Brasil. Não está fácil para ninguém. Só para a Rússia.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Sérvia 1 x 2 Suíça
Data: 22/06/2018 — Horário: 20h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 33.167
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
Gols: 5′ Aleksandar Mitrović (SER); 52′ Granit Xhaka (SUI); 90′ Xherdan Shaqiri (SUI)
Cartões Amarelos: 34′ Sergej Milinković-Savić (SER); 39′ Luka Milivojević (SER); 42+2′ Nemanja Matić (SER); 87′ Aleksandar Mitrović (SER); 90+1′ Xherdan Shaqiri (SUI)
Sérvia (4-2-3-1): 1.Vladimir Stojković; 6.Branislav Ivanović, 15.Nikola Milenković, 3.Duško Tošić e 11.Aleksandar Kolarov (C); 4.Luka Milivojević (18.Nemanja Radonjić ↑81′) e 21.Nemanja Matić; 10.Dušan Tadić, 20.Sergej Milinković-Savić e 17.Filip Kostić (22.Adem Ljajić ↑64′); 9.Aleksandar Mitrović. Técnico: Mladen Krstajić
Suíça (4-2-3-1): 1.Yann Sommer; 2.Stephan Lichtsteiner (C), 22.Fabian Schär, 5.Manuel Akanji e 13.Ricardo Rodríguez; 11.Valon Behrami e 10.Granit Xhaka; 23.Xherdan Shaqiri, 15.Blerim Džemaili (7.Breel Embolo ↑73′) e 14.Steven Zuber (19.Josip Drmić ↑90+4′); 9.Haris Seferović (18.Mario Gavranović ↑INTERVALO). Técnico: Vladimir Petković

… 16/06/2018 – O melhor do terceiro dia da Copa

Três pontos sobre…
… 16/06/2018 – O melhor do terceiro dia da Copa


Messi cobra pênalti e Halldórsson defende (Imagem: FIFA.com)

Foi uma maratona com quatro jogos.
O VAR e a Islândia debutaram em Copas do Mundo e se saíram vitoriosos.
França e Argentina deixaram a desejar e o Peru pagou pelo que não fez.
Veja abaixo como foram todas as partidas de hoje.

… França 2 x 1 Austrália


Griezmann ficou devendo hoje… (Imagem: FIFA.com)

A França venceu a Austrália “no piloto automático”. Com uma atuação ruim, Les Bleus não conseguiram trabalhar como um time e contaram com lances isolados para conseguir a vitória.

Dentro de suas limitações, a Austrália foi brava. Soube se fechar muito bem, mas faltou poder de fogo no ataque.

Mas quem foi realmente decisiva foi a tecnologia. O VAR marcou pênalti em Griezmann e ele mesmo converteu, aos 13′ do segundo tempo. Quatro minutos depois, o VAR confirmou que Umtiti meteu a mão na bola. Pênalti para os australianos, que o capitão Mile Jedinak mandou para as redes. Finalmente, a nove minutos do fim, Pogba fez tabela pelo meio e dividiu com Behich. A bola bateu no travessão e pingou dentro do gol. A tecnologia da linha do gol confirmou o tento e a vitória francesa.

É muito pouco para uma seleção tão talentosa e cotada como uma das favoritas ao título. Pogba e Griezmann (autores dos gols hoje) já provaram mais de uma vez que não são confiáveis para liderar essa geração. Mbappé já mostrou capacidade, mas é muito novo para isso. Mesmo com todas as polêmicas extracampo, a França vai sentir muita falta de alguém como Karim Benzema, acostumado a ser importante coletivamente no Real Madrid.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — França 2 x 1 Austrália
Data: 16/06/2018 — Horário: 13h00 locais
Estádio: Arena Kazan — Cidade: Kazan (Rússia)
Público: 41.279
Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai)
Gols: 58′ Antoine Griezmann (FRA)(pen); 62′ Mile Jedinak (AUS)(pen); 81′ Aziz Behich (FRA)(gol contra)
Cartões Amarelos: 13′ Matthew Leckie (AUS); 57′ Joshua Risdon (AUS); 76′ Corentin Tolisso (FRA); 87′ Aziz Behich (AUS)
França (4-3-3): 1.Hugo Lloris (C); 2.Benjamin Pavard, 4.Raphaël Varane, 5.Samuel Umtiti e 21.Lucas Hernández; 13.N’Golo Kanté, 12.Corentin Tolisso (14.Blaise Matuidi ↑78′) e 6.Paul Pogba; 11.Ousmane Dembélé (18.Nabil Fékir ↑70′), 10.Kylian Mbappé e 7.Antoine Griezmann (9.Olivier Giroud ↑70′). Técnico: Didier Deschamps
Austrália (4-2-3-1): 1.Mathew Ryan; 19.Joshua Risdon, 5.Mark Miligan, 20.Trent Sainsbury e 16.Aziz Behich; 15.Mile Jedinak (C) e 13.Aaron Mooy; 7.Matthew Leckie, 23.Tom Rogić (22.Jackson Irvine ↑72′) e 10.Robbie Kruse (17.Daniel Arzani ↑84′); 11.Andrew Nabbout (9.Tomi Jurić ↑64′). Técnico: Bert van Marwijk

 

… Argentina 1 x 1 Islândia


Messi tentou, tentou e tentou. Mas não conseguiu passar pelos guerreiros vikings (Imagem: FIFA.com)

A Argentina é outra favorita que decepcionou. Até começou bem quando, aos 19′ de jogo, Kun Agüero aproveitou uma bola na área, girou bem e chutou forte de esquerda, no ângulo. Tudo no script até aí.

Mas quatro minutos depois, Finnbogason pega o rebote do goleiro Caballero e marca o primeiro gol da Islândia na história das Copas e empata o jogo.

Depois disso, a partida se tornou ataque contra defesa. E, incrivelmente, a defesa se sobressaiu. Em vários momentos, eram os onze atletas atrás da linha da bola. Liderada pelos volantes Gunnarsson e Hallfreðsson, a marcação em cima de Lionel Messi foi muito forte. Ele até teve suas chances, mas não conseguiu marcar.

A chance mais clara para o camisa 10 albiceleste foi em um pênalti, cometido por Magnússon em cima de Meza. Messi bateu à meia altura no canto esquerdo, mas o goleiro Halldórsson pulou certo e fez a defesa.

Messi participou muito do jogo, mas não estava em seus melhores dias. Ele, e toda a Argentina, insistiram muito pelo meio. Meza e Di María foram escalados para jogarem abertos, mas afunilavam demais. Pelo meio, a “parede de gelo” da Islândia resistiu aos ataques. E os vikings debutaram em Copas do Mundo com um empate contra a poderosa Argentina de Messi.

A Islândia não é surpresa e muito menos zebra. Quem acompanha mais de perto o futebol tem visto a evolução de seus jogadores e, consequentemente, de sua seleção.

Na próxima partida, contra a Croácia, a Argentina necessita da vitória. Caso contrário, pode ficar próxima de repetir o pesadelo de 2002.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Argentina 1 x 1 Islândia
Data: 16/06/2018 — Horário: 16h00 locais
Estádio: Otkritie Arena (Spartak Stadium) — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 44.190
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
Gols: 19′ Sergio Agüero (ARG); 23′ Alfreð Finnbogason (ISL)
Argentina (4-2-3-1): 23.Willy Caballero; 18.Eduardo Salvio, 17.Nicolás Otamendi, 16.Marcos Rojo e 3.Nicolás Tagliafico; 14.Javier Mascherano e 5.Lucas Biglia (7.Éver Banega ↑54′); 13.Maximiliano Meza (9.Gonzalo Higuaín ↑84′), 11.Ángel Di María (22.Cristian Pavón ↑75′) e 10.Lionel Messi (C); 19.Sergio Agüero. Técnico: Jorge Sampaoli
Islândia (4-4-1-1): 1.Hannes Halldórsson; 2.Birkir Sævarsson, 14.Kári Árnason, 6.Ragnar Sigurðsson e 18.Hörður Magnússon; 17.Aron Gunnarsson (C) (23.Ari Freyr Skúlason ↑76′), 20.Emil Hallfreðsson, 7.Jóhann Berg Guðmundsson (19.Rúrik Gíslason ↑63′) e 8.Birkir Bjarnason; 10.Gylfi Sigurðsson; 11.Alfreð Finnbogason (9.Björn Sigurðarson ↑89′). Técnico: Heimir Hallgrímsson.

 

… Peru 0 x 1 Dinamarca


Cueva e Poulsen, os protagonistas da partida (Imagem: FIFA.com)

Foram 36 anos de espera para que o Peru voltasse a disputar uma Copa do Mundo. E começou com a corda toda, controlando as ações da partida e acuando o adversário. Mas este não era qualquer um. Era a Dinamarca, fria, calculista e efetiva.

Enquanto o Peru ficava com a bola e tentava criar chances para abrir o placar, os dinamarqueses pareciam ter o jogo sob controle. O goleiro Kasper Schmeichel honrou o sobrenome e fechou o gol nas melhores chances dos sul-americanos.

No finalzinho do primeiro tempo, o VAR apareceu, ajudando o árbitro gambiano Bakary Gassama a apitar um pênalti sofrido por Christian Cueva. O meia do São Paulo deslocou o goleiro, mas a bola foi por cima do gol. Goleiro bom tem que ter sorte, também.

Aos 14 minutos do segundo tempo, a Dinamarca saiu em um contra-ataque bem armado, até que a bola caiu nos pés de Christian Eriksen, o craque do time. Ele sabe o que faz. E fez de forma perfeita, ao conduzir a bola pelo meio e deixar Poulsen na cara do gol, para anotar o único tento da partida.

Paolo Guerrero (anistiado de suspensão apenas para jogar a Copa) entrou pouco depois. Até teve suas oportunidades, mas não conseguiu empatar. Mas mostrou que está em forma. Tecnicamente, é muito superior aos seus companheiros e deve ser titular nos próximos jogos.

A Dinamarca venceu o confronto direto mais importante. Deve vencer também a Austrália e, praticamente, se garantir na próxima fase.

Mesmo jogando melhor, o Peru perde a partida e se complica para a sequência da competição. Os pontos perdidos agora terão que ser recuperados contra a França, se quiserem continuar sonhando em avançar para as oitavas de final. Pelo que os franceses mostraram mais cedo, não é impossível.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Peru 0 x 1 Dinamarca
Data: 16/06/2018 — Horário: 19h00 locais
Estádio: Arena Mordovia — Cidade: Saransk (Rússia)
Público: 40.502
Árbitro: Bakary Gassama (Gâmbia)
Gol: 59′ Yussuf Yurary Poulsen (DIN)
Cartões Amarelos: 38′ Renato Tapia (PER); 86′ Thomas Delaney (DIN); 90+3′ Yussuf Yurary Poulsen (DIN)
Peru (4-2-3-1): 1.Pedro Gallese; 17.Luis Advíncula, 2.Alberto Rodríguez (C), 15.Christian Ramos e 6.Miguel Trauco; 13.Renato Tapia (23.Pedro Aquino ↑87′) e 19.Yoshimar Yotún; 18.André Carrillo, 8.Christian Cueva e 20.Edison Flores (9.Paolo Guerrero ↑62′); 10.Jefferson Farfán (11.Raúl Ruidíaz ↑85′). Técnico: Ricardo Gareca
Dinamarca (4-2-3-1): 1.Kasper Schmeichel; 14.Henrik Dalsgaard, 4.Simon Kjær (C), 6.Andreas Christensen (13.Mathias Jørgensen ↑81′) e 17.Jens Stryger Larsen; 7.William Kvist (19.Lasse Schöne ↑35′) e 8.Thomas Delaney; 20.Yussuf Yurary Poulsen, 10.Christian Eriksen e 23.Pione Sisto (11.Martin Braithwaite ↑67′); 9.Nicolai Jørgensen. Técnico: Åge Hareide

 

… Croácia 2 x 0 Nigéria


Pra variar, Modrić foi o destaque do jogo (Imagem: FIFA.com)

E a maratona de futebol deste sábado terminou com o pior dos quatro jogos. Confesso que fiquei com sono em grande parte do tempo. É incrível como a Nigéria consegue fazer jogos chatos. Foi assim também contra o Irã em 2014. Mas a culpa não é só dos africanos. O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci pensou que estava no Brasil e não deixou o jogo correr, apitando tudo e tornendo o jogo mais feio ainda.

O técnico croata escalou uma equipe super ofensiva no papel e desentrosada na prática, com Rakitić e Modrić de volantes, Perišić na esquerda, Rebić na direita e Kramarić pelo meio se aproximando de Mandžukić.

A Nigéria é muita correria e nada mais. Uma decepção, se lembrarmos daquele time de 1998, com Okocha, Ikpeba, Amokachi e outros.

A dupla Modrić e Mandžukić decidiram a partida. Aos 32′, o camisa 10 do Real Madrid cobrou um escanteio, Mandžukić cabeceou e a bola bateu nas pernas do volante Etebo e morreu no fundo do gol de Uzoho. Gol contra.

Já aos 26 do segundo tempo, o zagueirão Troost-Ekong abraçou Mandžukić e o árbitro Sandro Meira Ricci apitou pênalto. Modrić cobrou com perfeição, para marcar pela primeira vez em Copas do Mundo.

Se jogar como estava treinando, com o meio mais fechado e Modrić se aproximando mais do ataque, a Croácia tem time para dificultar as coisas para a Argentina. Veremos na próxima quinta feira.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Croácia 2 x 0 Nigéria
Data: 16/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 31.136
Árbitro: Sandro Meira Ricci (Brasil)
Gols: 32′ Oghenekaro Etebo (CRO)(gol contra); 71′ Luka Modrić (CRO)(pen)
Cartões Amarelos: 30′ Ivan Rakitić (CRO); 70′ William Troost-Ekong (NIG); 89′ Marcelo Brozović (CRO)
Croácia (4-2-3-1): 23.Danijel Subašić; 2.Šime Vrsaljko, 6.Dejan Lovren, 21.Domagoj Vida e 3.Ivan Strinić; 7.Ivan Rakitić e 10.Luka Modrić (C); 18.Ante Rebić (8.Mateo Kovačić ↑78′), 9.Andrej Kramarić (11.Marcelo Brozović ↑60′) e 4.Ivan Perišić; 17.Mario Mandžukić (20.Marko Pjaca ↑86′). Técnico: Zlatko Dalić
Nigéria (4-2-3-1): 23.Francis Uzoho; 12.Abdullahi Shehu, 5.William Troost-Ekong, 6.Leon Balogun e 2.Brian Idowu; 4.Wilfred Ndidi e 8.Oghenekaro Etebo; 11.Victor Moses, 10.John Obi Mikel (C) (13.Simeon Nwankwo ↑88′) e 18.Alex Iwobi (7.Ahmed Musa ↑62′); 9.Odion Ighalo (14.Kelechi Iheanacho ↑72′). Técnico: Gernot Rohr

… 13/06/1998 – Nigéria 3 x 2 Espanha

Três pontos sobre…
… 13/06/1998 – Nigéria 3 x 2 Espanha


Sunday Oliseh marca o gol contra a Espanha, em 1998 (Imagem: AP Photo / Remy de la Mauviniere)

● A Nigéria fez uma boa Copa do Mundo em 1994, caindo nas oitavas de final para a Itália de Roberto Baggio. Nos Jogos Olímpicos de 1996, surpreendeu a todos e conquistou a medalha de ouro. Mais amadurecido, era um time forte, com vários destaques no cenário europeu, como, dentre outros, Taribo West (Inter de Milão), Celestine Babayaro (Chelsea), Sunday Oliseh (Ajax), Jay-Jay Okocha (Fenerbahçe), Nwankwo Kanu (Inter de Milão). Como principal desfalque, o ponta esquerda Emmanuel Amunike, reserva do Barcelona.

Os nigerianos tiveram uma preparação conturbada. O técnico Bora Milutinović quase foi demitido do comando por não ter a simpatia do presidente do país, o general Sami Abacha. O general queria o holandês Jo Bonfrere, que levou o time ao Ouro nas Olimpíadas de Atlanta. Para sorte de Milutinović, três dias antes da estreia, Abacha foi vítima de um ataque cardíaco e faleceu.

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Apesar de todos os problemas, o objetivo das “Superáguias” era provar que um time africano poderia ser campeão do mundo pela primeira vez.

A Espanha era cabeça de chave e chegava forte na Copa do Mundo de 1998, recheada de bons jogadores, como o goleiro Zubizarreta, o zagueiro/volante Hierro, os meia-atacantes Luis Enrique e Raúl, além dos atacantes Kiko, Alfonso e Morientes. Sentia falta do volante Guardiola, cortado por lesão. Nesta partida, o objetivo principal da Fúria era estrar com vitória, o que não acontecia desde 1950.


A Nigéria jogou todas suas partidas no 3-5-2, exceto essa. Na estreia, atuou no 4-4-2, com um meio campo em losango e Finidi como atacante aberto pela direita.


Ao contrário da Nigéria, a Espanha jogou as demais partidas no 4-4-2, mas contra os africanos, o técnico Javier Clemente optou pelo 3-5-2. O destaque eram os meias Luis Enrique e Raúl, atacantes em seus clubes. Na prática, a Espanha tinha quatro atacantes, com recomposição defensiva ruim.

● A Espanha começou melhor, pressionando e quase abriu o placar com duas cabeçadas de Raúl. Na primeira, o “goleiro-príncipe” Peter Rufai defendeu. Na segunda, a bola foi por cima do gol.

Mas o gol sairia aos 21 minutos, em uma bela cobrança de falta de Fernando Hierro, a 10 metros da área. Rufai deu um pequeno passo para o lado direito e a bola foi em seu canto esquerdo.

Mas os nigerianos não se abateram e buscaram o empate. Quatro minutos depois, Garba Lawal cobrou escanteio da direita para a pequena área, Mutiu Adepoju subiu mais do que Kiko e marcou de cabeça.

Na volta do intervalo, Hierro fez um lançamento perfeito de 40 metros, para linda conclusão de Raúl, de voleio. Um golaço, que esfriou os ânimos dos africanos.

A partida seguiu equilibrada e com chances para os dois lados.

Mas o destino foi cruel com o grande goleiro Andoni Zubizarreta, em sua quarta Copa. Aos 36 anos, ele era o então recordista de partidas pela seleção de seu país, com 126 jogos disputados e já havia anunciado a aposentadoria para logo depois do torneio.

Em contra-ataque nigeriano, aos 28 minutos, Yekini puxa jogada pelo meio e abre o jogo para Lawal. Ele recebeu a bola pelo lado esquerdo, entrou na área, driblou Iván Campo e cruzou para a área. Era um chute fechado e fraco, sem levar perigo algum, mas Zubizarreta desviou contra as próprias redes. Uma cena rara na carreira do seguro e veterano goleiro.

A Espanha acusou o golpe. O empate recolocou a Nigéria no jogo.

A virada veio aos 33 minutos do segundo tempo. Oliseh aproveitou uma rebatida da zaga espanhola e acertou um belo e potente chute de 116 km/h no canto direito de Zubizarreta, que chegou a tocar na bola, mas não impediu o gol.

Os minutos finais foram de pressão espanhola, mas a defesa nigeriana resistiu e conquistou a vitória.


O capitão Zubizarreta lamenta o segundo gol da Nigéria (Imagem: Ian Waldie / Reuters)

● Foi a primeira partida entre as duas seleções na história.

A Espanha foi eliminada na primeira fase da Copa. Após a estreia, empatou sem gols com o retrancado Paraguai e goleou a envelhecida Bulgária por 6 a 1. Foi a maior goleada da Copa, mas de nada adiantou. Encerrou o grupo D com 4 pontos, atrás dos nigerianos (6 pontos) e paraguaios (5 pontos).

A Nigéria venceu a Bulgária por 1 a 0 e perdeu para o Paraguai por 2 a 1 (com uma equipe mista, com apenas 4 titulares). Despediu-se do Mundial nas oitavas de final, ao perder para a Dinamarca dos irmãos Laudrup por 4 a 1.


Raúl passa por West. Raúl foi um dos destaques da partida (Imagem: Shaun Botterill / Getty Images / Veja)

FICHA TÉCNICA:

 

NIGÉRIA 3 X 2 ESPANHA

 

Data: 13/06/1998

Horário: 14h30 locais

Estádio: Stade de la Beaujoire  – Louis Fonteneau

Público: 35.500

Cidade: Nantes (França)

Árbitro: Esfandiar Baharmast (Estados Unidos)

 

NIGÉRIA (4-4-2):

ESPANHA (3-5-2):

1  Peter Rufai (G)

1  Andoni Zubizarreta (G)(C)

2  Mobi Oparaku

14 Iván Campo

5  Uche Okechukwu (C)

20 Miguel Ángel Nadal

6  Taribo West

4  Rafael Alkorta

3 Celestine Babayaro

2 Albert Ferrer

8  Mutiu Adepoju

6  Fernando Hierro

15 Sunday Oliseh

21 Luis Enrique

10 Jay-Jay Okocha

10 Raúl

11 Garba Lawal

12 Sergi

7  Finidi George

11 Alfonso

20 Victor Ikpeba

19 Kiko

 

Técnico: Bora Milutinović

Técnico: Javier Clemente

 

SUPLENTES:

 

 

12 William Okpara (G)

13 Santiago Cañizares (G)

22 Abiodun Baruwa (G)

22 José Francisco Molina (G)

16 Uche Okafor

15 Juan Carlos Aguilera

21 Godwin Okpara

5  Abelardo

17 Augustine Eguavoen

3  Agustín Aranzábal

19 Benedict Iroha

16 Albert Celades

18 Wilson Oruma

18 Guillermo Amor

4  Nwankwo Kanu

8  Julen Guerrero

13 Tijani Babangida

17 Joseba Etxeberria

14 Daniel Amokachi

9  Juan Antonio Pizzi

9  Rashidi Yekini

7  Fernando Morientes

 

GOLS:

21′ Fernando Hierro (ESP)

24′ Mutiu Adepoju (NIG)

47′ Raúl (ESP)

73′ Andoni Zubizarreta (NIG) (gol contra)

78′ Sunday Oliseh (NIG)

 

CARTÕES AMARELOS:

56′ Guillermo Amor (ESP)

59′ Miguel Ángel Nadal (ESP)

62′ Uche Okechukwu (NIG)

75′ Iván Campo (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Albert Ferrer (ESP) ↓

Guillermo Amor (ESP) ↑

 

58′ Alfonso (ESP) ↓

Joseba Etxeberria (ESP) ↑

 

70′ Mobi Oparaku (NIG) ↓

Rashidi Yekini (NIG) ↑

 

77′ Miguel Ángel Nadal (ESP) ↓

Albert Celades (ESP) ↑

 

83′ Victor Ikpeba (NIG) ↓

Tijani Babangida (NIG) ↑

 

90+3′ Garba Lawal (NIG) ↓

Godwin Okpara (NIG) ↑

Melhores momentos da partida:

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Três pontos sobre…
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(Imagens localizadas no Google)

● No antigo Winning Eleven 3 Final ou no Winning Eleven 4, era muito comum seu amigo escolher o Brasil para jogar. No game, tinham muitos bons times e bons jogadores, mas a melhor forma de você se igualar a esse seu amigo e (até vencê-lo) era você escolher a Nigéria. Taribo West era um zagueiro medíocre na realidade, mas era muito bom no game e ficou marcado para sempre por aquelas xuxinhas verdes no cabelo e sua cara feia. Victor Ikpeba e Jay-Jay Okocha eram rápidos e tinham bons atributos (tanto no jogo quanto na realidade). Mas você poderia apelar facilmente colocando Nwankwo Kanu e seus 1,97 m como centroavante, para receber cruzamentos das pontas. E é nessas posições fundamentais no antigo Winning Eleven (atual Pro Evolution Soccer ou PES), que está a chave do time nigeriano: os jogadores nº 13 e 14. O baixinho camisa 13, Tijjani Babangida, assim como Kanu, ficava no banco, mas era só colocar Okocha e Ikpeba como meias e Babangida na ponta direita.

● Na época em que o atributo mais importante dos jogos de futebol do antigo PlayStation One era a velocidade, o camisa nº 14 da Nigéria era uma verdadeira lenda. Daniel Amokachi ainda é considerado um dos mais rápidos e com maior aceleração da história dos games, além de cabecear bem. Era fenomenal. Era só lançar de “triângulo” e segurar o “R1” que a velocidade sobrenatural de Amokachi e a boa finalização resolvia o resto. Pouco importava que poucos de nós tivessem o visto atuar na realidade, pois a idolatria por esse mito era maior. Era por ele que escolhíamos a Nigéria para jogar.

● Saindo do mundo virtual, Amokachi foi um jogador mediano. O atacante começou em seu país e foi para o Club Brugge, da Bélgica, onde atuou entre 1990 e 1994. Após uma boa Copa do Mundo, se transferiu para o inglês Everton, onde não teve muito destaque. Foi uma das estrelas da Nigéria que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Depois, foi jogar no Beşiktaş, da Turquia, ficando até 1999. Esteve em apenas um jogo da Copa de 1998, se machucando. Aos 27 anos, não suportou a sequência de lesões e resolveu encerrar sua carreira. Voltou em 2002 pelo Colorado Rapids (EUA), mas não conseguiu jogar. Tentou novamente em 2005 pelo Nasarawa United, da Nigéria, também sem sucesso. Nada disso importa. Seu amigo sempre tremerá o controle ao ouvir o nome de Amokachi sendo falado pelo narrador japonês do antigo Winning Eleven.