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… 09/07/1994 – Itália 2 x 1 Espanha

Três pontos sobre…
… 09/07/1994 – Itália 2 x 1 Espanha


(Imagem: Storie di Calcio)

● Na primeira fase, a Espanha se classificou em segundo lugar do Grupo C. Na primeira rodada, cedeu o empate para a Coreia do Sul por 2 x 2, depois de estar vencendo por 2 x 0 até os 40′ do segundo tempo. No jogo seguinte, empate por 1 x 1 com a então campeã mundial, a Alemanha. Na terceira partida, venceu a Bolívia por 3 x 1. Nas oitavas de final, vitória tranquila sobre a Suíça por 3 x 0.

O técnico espanhol Javier Clemente tinha fama de defensivo e provou isso com sua escalação. Além de não convocar Míchel e Emilio Butragueño, ele deixou no banco os três meio-campistas mais talentosos de seu elenco: Fernando Hierro (era volante na seleção nessa época), Pep Guardiola e Julen Guerrero, preferindo escalar o zagueiro Miguel Ángel Nadal como volante. Na defesa, seguiu com o revezamento e sacou Paco Camarasa para escalar Jorge Otero. Outra mudança importante foi a volta de José Luis Caminero (que cumpriu suspensão contra a Suíça). No ataque titular não havia nenhum atacante de ofício, mas os meias ofensivos Jon Andoni Goikoetxea e Luis Enrique.


(Imagem: Eurosport)

● A Itália sofreu um pouco no Grupo E. Perdeu na estreia por 1 x 0 para a Irlanda, venceu a Noruega por 1 x 0 e empatou com o México em 1 x 1. Esses placares, juntamente com os outros da mesma chave, resultou em uma situação inédita: pela primeira e única vez na história das Copas, um grupo terminou com as quatro seleções rigorosamente empatadas, tanto em pontos ganhos (quatro) como em saldo de gols (zero). O México ficou em primeiro lugar por ter tido o melhor ataque (três gols), a Irlanda ficou em segundo por ter vencido a Itália no confronto direto, a Itália se classificou na repescagem como um dos quatro melhores terceiros lugares e a Noruega ficou de fora por ter marcado menos gols (só um).

Depois do sufoco diante dos nigerianos nas oitavas de final (2 x 1 na prorrogação), o técnico Arrigo Sacchi escalou a Azzurra de forma mais cautelosa. O goleiro Gianluca Pagliuca voltou a ser titular depois de uma suspensão de dois jogos, ganhando a vaga de Luca Marchegiani. Na lateral direita, Roberto Mussi deu lugar ao experiente Mauro Tassotti. Na meia direita, saiu Antonio Conte e entrou Nicola Berti. Mas a alteração mais radical foi a saída do atacante Giuseppe Signori para a entrada do volante Dino Baggio. Com essa mudança, Roberto Baggio – que estava atuando como meia – passou a jogar como atacante. A ausência era o capitão Franco Baresi, que fez uma artroscopia depois do jogo com a Noruega.


A Itália jogava no 4-4-2. Arrigo Sacchi era adepto da marcação por pressão e da redução do campo a três quartos. Fazia isso adiantando sua linha de zagueiros e recuando os dois atacantes, dando pouco espaço entre suas linhas para que o adversário trabalhasse a bola.


A Espanha atuou no sistema 5-3-2, sem nenhum atacante de ofício e muita aproximação dos meias centrais.

● No dia 9 de julho de 1994, Itália e Espanha adentraram o gramado do Foxboro Stadium, na cidade de Foxborough, estado de Massachusetts, sob um calor de 36° C e 55% de umidade relativa do ar.

A Azzurra estava mais cansada depois de precisar da prorrogação para passar pela Nigéria.

A primeira chance foi italiana. Daniele Massaro avançou pela direita e cruzou para a área. Roberto Baggio não finalizou bem e chutou em cima de Albert Ferrer.

Pouco depois, Abelardo acertou uma solada horrível em Roberto Baggio, chegando por cima na dividida. O craque italiano teve que sair para ser atendido, mas logo retornou ao campo.

Pela primeira vez na Copa de 1994, a Itália dominou o início do jogo. Mas o gol só saiu aos 25′. Dino Baggio abriu na esquerda para Roberto Donadoni, que fez boa jogada e devolveu para o camisa 13. Ele teve tempo e espaço para dominar, ajeitar o corpo e encher o pé. Mesmo de longe, a bola fez uma curva e foi no ângulo esquerdo de Andoni Zubizarreta.

Aproveitando o bom momento no jogo, a Azzurra quase ampliou. Após passe de Dino Baggio, Massaro caiu na área em dividida com Abelardo, mas o árbitro húngaro Sándor Puhl não marcou pênalti. Uma jogada duvidosa.

Logo no terceiro minuto da etapa final, um lance polêmico e controverso. Goikoetxea cruzou da direita e Mauro Tassotti acertou uma cotovelada no rosto de Luis Enrique, que caiu em campo. Seria pênalti claro e expulsão do italiano, mas o juiz não viu o lance. Com o rosto ensanguentado, Luis Enrique se revoltou e partiu para cima de Tassotti. O árbitro separou a brica e nada marcou. Sem acreditar, Luis Enrique desabou no chão, impotente, após tamanha covardia. Posteriormente, Tassotti seria suspenso pela FIFA por quatro partidas por causa da agressão. Foi a primeira punição decretada pela entidade baseada em imagens de TV, sem o relato do árbitro na súmula.


(Imagem: Última Divisão)

A Fúria só empatou aos 13′ do segundo tempo. Giuseppe Signori errou o passe no campo de ataque. Jorge Otero interceptou e deixou com José Mari Bakero, que abriu na esquerda para Sergi. Ele avançou e tentou passar para Luis Enrique. Alessandro Costacurta cortou e a bola voltou para Sergi. O lateral cruzou da esquerda, a bola passou por Otero e sobrou para José Luis Caminero. Da entrada da área, ele bateu de esquerda. A bola desviou em Antonio Benarrivo e tirou Gianluca Pagliuca da jogada. Foi o terceiro gol de Caminero no Mundial. Ele foi o melhor jogador de seu país no torneio.

Luis Enrique cortou da esquerda para o meio, mas chutou para fora. A bola foi rasteira e saiu à direita de Pagliuca.

Goikoetxea bateu escanteio da esquerda e Pagliuca dividiu com Caminero dentro da pequena área, impedindo a virada.

Os espanhóis começaram a acreditar na vitória. A cinco minutos do fim, Fernando Hierro fez um lançamento excepcional do círculo central para Julio Salinas. O atacante estava sozinho dentro da área, mas esperou demais para definir a jogada, se afobou com a saída de Pagliuca e bateu fraco, em cima do goleiro. Um dos gols mais perdidos da Copa. No rebote, Caminero (sempre ele) tentou tirar a marcação de Costacurta, mas foi desarmado.

A Espanha insistiu. Hierrro chutou de longe. A bola tinha o endereço do ângulo, mas Pagliuca voou na bola e espalmou por cima.

O placar se resolveu a dois minutos do apito final. Da esquerda de sua defesa, Benarrivo tocou para Donadoni, que fez um passe vertical para Nicola Berti pelo meio. Ele viu a infiltração de Signori no ponto futuro e fez um passe por elevação. Signori chegou antes da marcação e só teu um toquinho para a direita onde estava Roberto Baggio. O craque recebeu livre, driblou Zubizarreta e, mesmo com pouco ângulo, mandou para o gol. Abelardo ainda tentou dar um carrinho para tirar, mas a bola acabou passando entre as suas pernas. Foi um passe perfeito de Signori e o terceiro gol de Baggio na Copa.

A Squadra Azzurra venceu por 2 x 1. Como é tradicional em sua rica história, mais uma vez os italianos estiveram a um passo da eliminação e novamente sobreviveram.

Sem nenhum parentesco entre si, os “Baggio Boys” – Roberto e Dino – levaram a Itália à mais uma semifinal de Copa do Mundo.

Aos 51′, o árbitro húngaro Sándor Puhl apitou o fim da partida.


(Imagem: Storie di Calcio)

● Na sequência, a Itália venceu a surpreendente Bulgária na semifinal por 2 x 1, com dois gols de Roberto Baggio. Na decisão, a Azzurra empatou sem gols com a Seleção Brasileira no tempo normal e na prorrogação. Na decisão por pênaltis, a Itália perdeu por 3 x 2 e seguia seu drama de perder na decisão por penalidades.

FICHA TÉCNICA:

 

ITÁLIA 2 x 1 ESPANHA

 

Data: 09/07/1994

Horário: 12h00 locais

Estádio: Foxboro Stadium

Público: 53.400

Cidade: Foxborough (Estados Unidos)

Árbitro: Sándor Puhl (Hungria)

 

ITÁLIA (4-4-2):

ESPANHA (5-3-2):

1  Gianluca Pagliuca (G)

1  Andoni Zubizarreta (G)(C)

9  Mauro Tassotti

2  Albert Ferrer

4  Alessandro Costacurta

3  Jorge Otero

5  Paolo Maldini (C)

5  Abelardo

3  Antonio Benarrivo

18 Rafael Alkorta

15 Antonio Conte

12 Sergi

11 Demetrio Albertini

20 Miguel Ángel Nadal

13 Dino Baggio

15 José Luis Caminero

16 Roberto Donadoni

10 José Mari Bakero

10 Roberto Baggio

7  Jon Andoni Goikoetxea

19 Daniele Massaro

21 Luis Enrique

 

Técnico: Arrigo Sacchi

Técnico: Javier Clemente

 

SUPLENTES:

 

 

12 Luca Marchegiani (G)

13 Santiago Cañizares (G)

22 Luca Bucci (G)

22 Julen Lopetegui (G)

2  Luigi Apolloni

17 Voro

6  Franco Baresi

4  Paco Camarasa

8  Roberto Mussi

6  Fernando Hierro

7  Lorenzo Minotti

9  Pep Guardiola

14 Nicola Berti

16 Felipe Miñambres

17 Alberigo Evani

8  Julen Guerrero

20 Giuseppe Signori

11 Txiki Begiristain

21 Gianfranco Zola

14 Juanele

18 Pierluigi Casiraghi

19 Julio Salinas

 

GOLS:

25′ Dino Baggio (ITA)

58′ José Luis Caminero (ESP)

88′ Roberto Baggio (ITA)

 

CARTÕES AMARELOS:

3′ Abelardo (ESP)

19′ José Luis Caminero (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Demetrio Albertini (ITA) ↓

Giuseppe Signori (ITA) ↑

 

60′ Sergi (ESP) ↓

Julio Salinas (ESP) ↑

 

65′ José Mari Bakero (ESP) ↓

Fernando Hierro (ESP) ↑

 

66′ Antonio Conte (ITA) ↓

Nicola Berti (ITA) ↑

Melhores momentos da partida:

… A Copa do Mundo que me fez apaixonar de vez por futebol

Três pontos sobre…
… A Copa do Mundo que me fez apaixonar de vez por futebol

● Minha paixão por futebol é hereditária e eu herdei do meu pai.

Mas se na Copa de 1990 eu era muito pequeno e me recordo vagamente dos nomes de Maradona e Matthäus, em 1994 eu já tinha oito anos e começava a entender alguma coisa sobre futebol. Começava a brincar de bola na escola e, pra apaixonar de vez mesmo, tinha uma Copa do Mundo para assistir.

Hoje muitos criticam o nível do futebol apresentado, especificamente da Seleção Brasileira, o que é uma injustiça tremenda.

● Vamos lembrar de algumas seleções marcantes daquela edição do Mundial.

Uma das favoritas era a então campeã Alemanha, na primeira Copa depois da reunificação. Contava com grandes jogadores como os experientes Bodo Illgner, Andreas Brehme, Matthias Sammer, Guido Buchwald, Andreas Möller, o baixinho Thomas Häßler, Rudi Völler, Jürgen Klinsmann e, claro, Lothar Matthäus.

Essa Alemanha caiu nas quartas de final para a mítica Bulgária, do genial e genioso Hristo Stoichkov, de Borislav Mihaylov (o goleiro que usava peruca), do ídolo cult Trifon Ivanov, o “Lobo Búlgaro”, do carequinha Yordan Lechkov, além dos perigosos Krasimir Balakov, Nasko Sirakov e Emil Kostadinov. Vale ressaltar que a Bulgária nunca tinha vencido uma partida em Copas e chegou nas semifinais.


(Imagem: Getty Images)

Mas no mesmo grupo da Alemanha, ainda tinha a Espanha, do goleiro Andoni Zubizarreta, Fernando Hierro, Pep Guardiola e Luis Enrique.

Até a fraca Bolívia tinha Julio César Baldivieso, Erwin “Platini” Sánchez e Marco “El Diablo” Etcheverry.

A Colômbia era a favorita para Pelé. Depois de enfiar 5 a 0 na Argentina em pleno Monumental de Núñez nas eliminatórias, o mundo inteiro ficou esperando mais de jogadores como Carlos “El Pibe” Valderrama, Freddy Rincón, Faustino Asprilla, Adolfo Valencia, Iván Valenciano, Antony de Ávila, Víctor Aristizábal. Mas o que vimos foi Andrés Escobar fazer um gol contra e ser tristemente assassinado. Cabe ressaltar que René Higuita – o goleiro espetáculo, desfalcou sua seleção por ter sido acusado de ter participado de um sequestro e acabou ficando preso por seis meses, em 1993. Depois ele seria inocentado pela justiça, mas ficou fora da Copa.

A Rússia veio toda remendada, com um amontoado de jogadores nascidos em outros países da União Soviética. Mas seis de seus melhores atletas não gostavam dos métodos do técnico Pavel Sadyrin e fizeram boicote, ficando fora do Mundial.

Camarões tinham encantado em 1990, mas fizeram feio em 1994, mesmo com uma seleção ainda mais forte.

A surpresa africana ficou por conta da Nigéria, que disputava sua primeira Copa. Foi lá que ouvimos pela primeira vez os nomes de Rashid Yekini, Sunday Oliseh, Finidi George, Augustine “Jay-Jay” Okocha, Victor Ikpeba, Emmanuel Amunike e Daniel Amokachi. Ficou em primeiro lugar do Grupo D, que tinha a poderosa Argentina.

A Argentina é um capítulo a parte. Se a ridícula seleção de 1990 chegou na final, imagina o que poderiam fazer em 1994?! Diego Maradona continuava tendo a companhia de Sergio Goycochea, Claudio “El Pájaro” Caniggia, José Basualdo, mas agora tinha também Gabriel Batistuta – o “Batigol”, Fernando Redondo – genial, Diego Simeone – que jogava demais, além do jovem Ariel Ortega. Mas tudo ruiu com o doping de Maradona. Sem ele, caiu nas oitavas de final em um jogaço diante da Romênia, do maestro Gheorghe Hagi, Ilie Dumitrescu, Gheorghe Popescu e do goleiro Florin Prunea.


(Imagem: Pinterest)

A Irlanda tinha um time limitado, mas chegou a vencer a Itália na estreia. No mesmo grupo tinha a Noruega e o México, do goleiro baixinho e espalhafatoso Jorge Campos e do veterano Hugo Sánchez.

No Grupo F, Arábia Saudita contou com um golaço de Saeed Al-Owairan para vencer a Bélgica por 1 x 0. Bélgica que tinha o fantástico goleiro Michel Preud’homme – o melhor da Copa, além de Marc Wilmots, Enzo Scifo e Luc Nilis, que seria parceiro de Ronaldo no PSV.

A líder desse grupo foi a Holanda, que já não contava com Ruud Gullit e Marco Van Basten, mas ainda tinha Frank Rijkaard e Ronald Koeman (novo técnico do Barcelona), além de talentos como os irmãos Frank e Ronald de Boer, o arisco ponta Marc Overmars e o genial Dennis Bergkamp.

● A Seleção Brasileira sempre foi cobrada para jogar bonito e criticada quando isso não acontecia. E em 1994, muitos dizem que era um futebol burocrático, que dava sono. Mas devemos confessar que sentimos muita saudade daquele nosso futebol.

Taffarel era criticado, chamado de frangueiro, mas na “hora H” foi fundamental e um dos esteios do time.

Os cruzamentos de Jorginho eram certeiros, assim como as “bombas santas” de Branco.

Aldair e Márcio Santos a dupla de zaga reserva, que o destino fez se tornar titular e incontestável durante o torneio.

Mauro Silva era um grande volante, o pilar defensivo e ainda quase fez o gol do título, em uma bola que o goleiro Pagliuca deixou escapar e parou na trave.

Muitos criticam Dunga, mas o capitão marcava bem e era muito bom na saída de bola e nos passes em profundidade, com uma excelente visão de jogo. Basta ver um jogo completo de Dunga na Copa de 1994 para parar de criticar.


(Imagem: Pinterest)

Zinho era o mais criticado. Enceradeira, jogador de passes laterais… mas fundamental para que a seleção não rifasse a bola. Era ele o responsável pelo equilíbrio do time. Só depois, ao vê-lo jogar no Palmeiras, eu fui entender isso. Ele era bom. Sacrificou seu talento para fazer o que o time precisava.

Raí não estava em boa fase e perdeu o lugar no time. Com a visão e conhecimento de futebol que eu tenho hoje, eu teria colocado Paulo Sérgio ou até Müller em seu lugar. Mas o pragmático Parreira colocou Mazinho, que deu conta do recado e foi muito bem.

Bebeto não era apenas o coadjuvante de Romário. Em seu auge, Bebeto foi um dos melhores atacantes do mundo. Foi fundamental no título.

Título que só veio com a genialidade de Romário. Nem preciso citar a última partida das Eliminatórias. Quem viu o “Baixinho” jogar apenas no fim da carreira, viu um centroavante de área, que ficava parado esperando a bola para tocar para o gol. Mas, no auge de seus 28 anos, Romário era o melhor jogador do mundo. E tratou se mostrar isso naquela Copa. Tinha velocidade, habilidade, faro de gol e não era fominha. Sem ele, muito provavelmente o Brasil não teria conquistado o título.


(Imagem: Globo)

● Era lindo ver a Seleção Brasileira entrando de mãos dadas.

Na primeira partida, vitória sobre a Rússia por 2 x 0, com gols de Romário e Raí.

Depois, 3 x 0 sobre Camarões. Gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto.

Na terceira partida, com a Seleção já classificada, empate em 1 x 1 contra a ótima Suécia, do goleiro Thomas Ravelli, Patrik Andersson, do cabeludo Larsson, de Dahlin, Ingesson, Thomas Brolin e Kennet Andersson. E foi justamente ele, o gigante Kennet Andersson, quem usou sua habilidade para abrir o placar encobrindo Taffarel. E eu, um menino de oito anos, que nunca tinha visto o Brasil sair atrás do placar em uma Copa, caí no choro. Mas Romário, tratou de empatar a partida e devolver meu sorriso.

Nas oitavas de final, o Brasil enfrentou os Estados Unidos no território americano e em pleno Dia da Independência, 04 de julho. A torcida, que sempre era verde e amarela, mudou de lado e os gritos de “USA” chegaram a me assustar. Leonardo tratou de piorar as coisas ao ser expulso por dar uma cotovelada estúpida em Tab Ramos. Mas Romário, sempre ele, tratou de fazer uma jogada genial e serviu para Bebeto fazer o único gol do jogo, a menos de 20 minutos do fim. Caía os donos da casa e suas figuras folclóricas, como o goleiro Tony Meola e os zagueiros Marcelo Balboa e Alexi Lalas.

Nas quartas de final, 3 x 2 sobre a Holanda. Romário abriu o placar em um sem-pulo e Bebeto ampliou após driblar o goleiro, tocar para a rede e comemorar no ritmo de “embala Mattheus”, junto com Romário e Mazinho. Aron Winter e Dennis Bergkamp empataram em dois raros vacilos defensivos do Brasil. E o gol da vitória veio de um personagem emblemático. Branco teve sua convocação criticada, foi mantido pela equipe médica mesmo estando lesionado e foi fundamental naquela partida. Além de parar Marc Overmars, ele cavou a falta no fim do jogo e bateu com perfeição. Era o gol “cala a boca” para mostrar aos críticos que ainda podia ser importante em sua terceira Copa.

Na semifinal, o Brasil perdeu várias chances de matar o jogo e sofreu para vencer a Suécia por 1 a 0. Cruzamento perfeito de Jorginho e gol de… adivinha de quem? Romário. O “Baixinho” apareceu entre os gigantes suecos e fez o gol da vitória.


(Imagem: FIFA)

Na final, a Itália de Paolo Maldini, Franco Baresi, Dino Baggio e dele… Roberto Baggio… um dos melhores jogadores que já vi. O craque perfeito, responsável por cinco dos seis gols italianos na fase de mata-mata. Um gênio.

Quem nunca viu essa partida na íntegra, aconselho a ver. Foi um baita jogo, com chances dos dois lados. Duas grandes seleções. Mas que não saíram do zero. Pela primeira vez não houve gol em uma final de Copa. Pela primeira vez, o campeão foi decidido nos pênaltis.

No começo do jogo eu cantei a pedra: o jogo vai pros pênaltis. Eu tinha ficado tão encantado com os pênaltis entre Suécia e Romênia, que eu queria mais. E foi atendido pelos deuses do futebol.

Baresi, que voltava de uma artroscopia feita durante a Copa e marcou Romário por 120 minutos de forma limpa e perfeita, começou chutando para o alto.

Márcio Santos, melhor cobrador brasileiro nos treinos, bateu mal e Pagliuca pegou.

Demetrio Albertini mandou a primeira bola na rede.

Romário, que até então não gostava de bater pênalti, converteu.

Alberigo Evani também fez e Branco empatou.

Daniele Massaro bateu e Taffarel pegou.

Dunga bateu com perfeição e comemorou com raiva.

Roberto Baggio, o gênio, que em sua longa carreira bateu 159 pênaltis e converteu 141 e perdeu apenas 18 (incríveis 89% de aproveitamento), com certeza faria o gol. Mas poucos se lembram que ele foi substituído por lesão no meio do segundo tempo da semifinal diante da Bulgária. Ele jogou contra o Brasil no sacrifício, com uma proteção na coxa. E Baggio bateu o pênalti lá na lua.

Nocaute Jack dava cambalhota, o menino Ronaldo se abraçava aos demais, Zagallo era campeão de novo, os atletas com a faixa homenageando Ayrton Senna, Dunga levantando a taça e xingando meio mundo e Galvão Bueno se abraçando a Pelé e gritando “É Tetra! É Tetra!”

Foi nessa época, nessa Copa, que o vírus do futebol me pegou definitivamente. O resto é história.


(Imagem: IFDB)

Hoje completamos quatro anos do blog. Agradecemos demais a sua companhia nesse tempo e que venham vários anos.

“Três pontos: paixão com conteúdo.”

… 05/07/1994 – Itália 2 x 1 Nigéria

Três pontos sobre…
… 05/07/1994 – Itália 2 x 1 Nigéria


(Imagem: Pinterest)

● O confronto das oitavas de final entre Nigéria e Itália colocava frente a frente dois estilos completamente diferentes de jogo: a ousadia dos africanos contra a disciplina dos europeus.

Na primeira fase, a Nigéria foi líder do Grupo D, goleando a Bulgária (3 x 0), perdendo para a Argentina (2 x 1) e vencendo a Grécia (2 x 0). Surpreendentemente, logo em sua primeira Copa do Mundo, a Nigéria tinha ficado em primeiro lugar em seu grupo e enfrentaria a poderosa Itália nas oitavas de final.

A Itália estreou perdendo para a Irlanda por 1 x 0. Depois, bateu a Noruega por 1 a 0 e empatou com o México por 1 a 1. Pela primeira e única vez na história das Copas, um grupo terminava com as quatro seleções rigorosamente empatadas, tanto em pontos ganhos (quatro) como em saldo de gols (zero). O México ficou em primeiro lugar por ter tido o melhor ataque (três gols), a Irlanda ficou em segundo lugar por ter vencido a Itália no confronto direto, a Itália se classificou na repescagem, em terceiro lugar, e a Noruega ficou de fora por ter marcado menos gols (só um).

A Nigéria tinha conquistado seu segundo título da Copa Africana de Nações havia menos de três meses e se apresentava como possível surpresa do Mundial. Contava com verdadeiros diamantes brutos, como Jay-Jay Okocha, Sunday Oliseh, Finidi George, Emmanuel Amunike e Daniel Amokachi, além do experiente centroavante Rashidi Yekini. O clima era tão favorável que o presidente da federação, Samson Omeruah, resolveu falar demais: “Os italianos são famosos no mundo todo pela máfia, não por jogar futebol”. Ele deve ser ter se esquecido dos três títulos mundiais (até então) e do peso da camisa da Squadra Azzurra.

Alheio a polêmicas, o técnico Clemens Westerhof foi mais realista, afirmando que as chances de sua equipe eram de 50%. O treinador trouxe a visão holandesa do futebol: velocidade, exuberância e técnica, que foram somadas à força física e habilidade naturais dos africanos. A maioria dos jogadores nigerianos já atuavam em clubes da Europa e combinavam os estilos europeu e africano.

O grande treinador italiano Arrigo Sacchi deixou sua idolatria no Milan para liderar a Azzurra. Para essa partida, ele promovia ajustes no seu time com as entradas de Roberto Mussi na lateral direita e Danielle Massaro no comando de ataque. Substituto natural de Franco Baresi tanto na função de líbero, quanto no uso da tarja de capitão, Paolo Maldini migrou da lateral esquerda para o centro da defesa.

Mas independente de qualquer coisa, a esperança dos italianos continuava sendo Roberto Baggio, então detentor do posto de melhor jogador do planeta.

Antes do pontapé inicial, a concentração nigeriana recebeu a visita especial do astro da NBA, Hakeem Olajuwon, nascido em Lagos (capital da Nigéria) e apaixonado por futebol.


Arrigo Sacchi escalou sua equipe no 4-4-2. Com a bola, Baggio avançava formando um 4-3-3.


A Nigéria atuava no 4-4-2, mas com o apoio de todos no meio campo. Quando atacava, formava um 4-2-4 com Finidi e Amunike bem abertos.

● Diante de 54.367 pessoas, no Foxboro Stadium, em Massachusetts, os nigerianos dominaram a partida.

Valendo-se de suas habilidades e, sobretudo, de uma condição física superior, as Super Águias inauguraram o marcador aos 25 minutos do primeiro tempo. Após a cobrança um escanteio, Paolo Maldini cortou mal e Emmanuel Amunike tocou na saída do goleiro Luca Marchegiani para abrir o placar.

Os nigerianos controlaram a posse de bola durante toda a partida, sem sofrer com o ataque italiano.

Aos 20′ da segunda etapa, Sacchi busca dar mais energia ao time, trocando Giuseppe Signori por Gianfranco Zola. Mas apenas dez minutos depois, Zola foi expulso por uma entrada mais forte em um adversário.

Agora as Super Águias venciam por 1 a 0 e tinham um jogador a mais em campo nos quinze minutos finais. Mas, sem ambição, ao invés de matar logo o jogo, davam toques de efeito, esperando o jogo terminar.

O tempo vai se esgotando para os italianos, que não conseguem criar nenhuma chance clara de gol.

Com um toque de bola envolvente, parecia que a classificação africana estava mais do que assegurada.

Porém, por pura inexperiência, eles permitiram a igualdade aos 43 minutos do segundo tempo. Roberto Mussi ganhou a dividida com a defesa adversária a rolou para o meia-atacante Roberto Baggio chutar colocado, de forma consciente, entre um zagueiro adversário, Massaro e a trave direita. Um lindo gol. Uma enorme falha defensiva, que permitiu o gol para os italianos a dois minutos do fim.

Aos 10 minutos da prorrogação, os africanos voltaram a incorrer no mesmo erro. Antonio Benarrivo avança e cai na área em disputa de bola com um zagueiro. Um pênalti infantil. Roberto Baggio, sempre ele, cobrou firme no canto direito de Peter Rufai, “O Príncipe”. A bola tocou na trave antes de entrar.

Com a virada, os italianos travaram o jogo até o apito final.


(Imagem: Getty Images / Globo Esporte)

“O avião já estava partindo para casa, mas eu parei seu motor”, disse um sorridente Baggio.

No dia seguinte, os jornais da Velha Bota esqueceram toda a desconfiança em torno do jogador da Juventus e festejaram seu craque.

No mata-mata, a Itália venceria todos seus jogos por 2 a 1: a Nigéria, nas oitavas; a Espanha, nas quartas; e a Bulgária, nas semifinais. Na final, após o empate sem gols com o Brasil, perdeu nos pênaltis por 3 a 2.

A falta de experiência e malícia minou as esperanças alviverdes de repetirem o feito dos rivais camaroneses na Copa do Mundo de 1990, quando os Leões Indomáveis alcançaram uma vaga nas quartas de final.

Era o fim da Copa para a Nigéria, mas o início de grandes celebrações por parte da torcida no país, que recebeu seus jogadores com muita festa na volta para casa.

E as Super Águias corresponderam logo, ao conquistar a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, ao derrotar o Brasil na semifinal e a Argentina na final.

Na Copa de 1998, novamente os nigerianos fizeram uma boa competição, mas voltaram a cair nas oitavas de final.


(Imagem: A Tribuna)

FICHA TÉCNICA:

 

ITÁLIA 2 x 1 NIGÉRIA

 

Data: 05/07/1994

Horário: 13h00 locais

Estádio: Foxboro Stadium

Público: 54.367

Cidade: Foxborough (Estados Unidos)

Árbitro: Arturo Brizio Carter (México)

 

ITÁLIA (4-4-2):

NIGÉRIA (4-4-2):

12 Luca Marchegiani (G)

1  Peter Rufai (G)(C)

8  Roberto Mussi

2  Augustine Eguavoen

4  Alessandro Costacurta

5  Uche Okechukwu

5  Paolo Maldini (C)

6  Chidi Nwanu

3  Antonio Benarrivo

19 Michael Emenalo

14 Nicola Berti

15 Sunday Oliseh

11 Demetrio Albertini

10 Jay-Jay Okocha

16 Roberto Donadoni

7  Finidi George

10 Roberto Baggio

11 Emmanuel Amunike

20 Giuseppe Signori

14 Daniel Amokachi

19 Daniele Massaro

9  Rashidi Yekini

 

Técnico: Arrigo Sacchi

Técnico: Clemens Westerhof

 

SUPLENTES:

 

 

1  Gianluca Pagliuca (G)

16 Alloysius Agu (G)

22 Luca Bucci (G)

22 Wilfred Agbonavbare (G)

2  Luigi Apolloni

4  Stephen Keshi

6  Franco Baresi

13 Emeka Ezeugo

7  Lorenzo Minotti

20 Uche Okafor

9  Mauro Tassotti

3  Benedict Iroha

15 Antonio Conte

21 Mutiu Adepoju

17 Alberigo Evani

8  Thompson Oliha

13 Dino Baggio

18 Efan Ekoku

21 Gianfranco Zola

12 Samson Siasia

18 Pierluigi Casiraghi

17 Victor Ikpeba

 

GOLS:

25′ Emmanuel Amunike (NIG)

88′ Roberto Baggio (ITA)

102′ Roberto Baggio (ITA) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

2′ Michael Emenalo (NIG)

6′ Daniele Massaro (ITA)

29′ Alessandro Costacurta (ITA)

41′ Mutiu Adepoju (NIG)

53′ Sunday Oliseh (NIG)

58′ Chidi Nwanu (NIG)

60′ Giuseppe Signori (ITA)

62′ Dino Baggio (ITA)

80′ Paolo Maldini (ITA)

 

CARTÃO VERMELHO: 75′ Gianfranco Zola (ITA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

35′ Daniel Amokachi (NIG) ↓

Mutiu Adepoju (NIG) ↑

 

INTERVALO Nicola Berti (ITA) ↓

Dino Baggio (ITA) ↑

 

57′ Emmanuel Amunike (NIG) ↓

Thompson Oliha (NIG) ↑

 

65′ Giuseppe Signori (ITA) ↓

Gianfranco Zola (ITA) ↑

Gols e lances chave da partida:

… 11/06/1998 – Itália 2 x 2 Chile

Três pontos sobre…
… 11/06/1998 – Itália 2 x 2 Chile


Marcelo Salas ganha no alto de Fabio Cannavaro e vira o jogo para o Chile (Imagem: Pinterest)

● Na Copa do Mundo de 1998, uma das maiores ameaças às potências consagradas era o Chile. Subestimado pela mídia estrangeira, o país se vangloriava de sua dupla de ataque: Iván “Bam-Bam” Zamorano e Marcelo Salas, “El Matador”. Salas estava em uma fase esplendorosa e tinha acabado de ser vendido pelo River Plate (Argentina) à Lazio (Itália) por US$ 20 milhões.

O Chile voltava a disputar um Mundial depois de 16 anos. Em 1986, parou nas eliminatórias ao perder nas últimas partidas para o Paraguai. Em 1990, foi punido pela FIFA por um episódio no qual o goleiro sãopaulino Roberto Rojas cortou seu próprio rosto e fingiu ter sido atingido por um sinalizador no jogo contra o Brasil. Por isso, a FIFA suspendeu o Chile também das eliminatórias de 1994. Em 1998, a vaga veio com muito sufoco, apenas no critério de saldo de gols, após um empate em número de pontos com o arqui-inimigo Peru.

A Itália vinha do vice-campeonato na Copa do Mundo de 1994, quando perdeu nos pênaltis para o Brasil por 3 x 2, após o empate por 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação.

Para sua estreia em 1998, o técnico italiano Cesare Maldini (pai de Paolo Maldini) não contava com Alessandro Del Piero, craque da Juventus, lesionado. Roberto Baggio, veterano de duas Copas, foi convocado de última hora para levar seu talento e sua criatividade à Squadra Azzurra. O camisa 18 seria titular e o grande nome dessa partida inaugural.


Cesare Maldini escalou sua Itáliano sistema 4-4-2, com duas linhas de 4. Roberto Baggio tinha liberdade para desfilar seu talento no ataque.


Nelson Acosta armou seu time no 3-5-2. Fabián Estay era quem criava as jogadas para a dupla Salas e Zamorano.

● Quase 32 mil pessoas foram ao Parc Lescure para ver o confronto entre Itália e Chile, que se enfrentavam na abertura do Grupo B, em Bordeaux.

A Itália abriu o placar aos 10 minutos de jogo. Paolo Maldini, de seu próprio campo, lança a bola para a intermediária chilena. Com um só toque, Roberto Baggio deixa Christian Vieri livre, na cara do gol. O atacante da Lazio bate de primeira, rasteiro, no canto direito do goleiro Nelson Tapia. Foi uma finalização perfeita, assim como a assistência de Baggio.

A Squadra Azzurra passava sufoco diante do Chile. Os atacantes Salas (1,73 m) e Zamorano (1,78 m), mesmo mais baixos que a zaga italiana, ganhavam quase todas as bolas pelo alto. E foi dessa forma que o Chile viraria o marcador.

No último minuto do primeiro tempo, Fabián Estay cobra escanteio e Zamorano tenta de cabeça. A bola bate em Reyes e sobra para Salas, que balança as redes.

Logo no início da etapa final, aos 4′, Fuentes ergue a bola na área. Salas ganha no alto de Cannavaro e cabeceia no canto direito de Pagliuca.

Mas a seleção chilena acabou castigada pela falta de experiência e cedeu o empate.

A cinco minutos do fim, Roberto Baggio rouba a bola pela direita, perto da linha da grande área, e a chuta de forma proposital na mão de Francisco Rojas, que estava dentro da área. O árbitro nigerino Lucien Bouchardeau marcou pênalti.

O próprio Baggio partiu para a cobrança. Ele resolveu encarar de frente suas amargas lembranças que o assombravam desde o erro no pênalti decisivo na final da Copa do Mundo de 1994. Ele ignora as provocações dos chilenos e converte com serenidade budista, exorcizando seus demônios. Ele bateu forte, no canto direito. Tapia foi na bola, mas ela entrou.

O empate por 2 x 2 premiou os esforços das duas equipes e, principalmente, a torcida, que viu um grande espetáculo.


Roberto Baggio não estava mais em seu auge, seu talento ainda era imprescindível para a Azzurra (Imagem: Popperfoto / Getty Images)

● O Chile não vencia uma partida em Copas do Mundo desde 1962, quando sediou o torneio e terminou em 3º lugar. E esse tabu não seria quebrado em 1998, quando empatou os três jogos da primeira fase: Itália (2 x 2), Áustria (1 x 1) e Camarões (1 x 1). Nas oitavas de final, perdeu para o Brasil por 4 a 1, com dois gols de Ronaldo e dois de César Sampaio, com Salas descontando para o Chile.

Mesmo com a queda precoce, Marcelo Salas foi um dos destaques do torneio, marcando quatro gols.

A Itália, após empatar com o Chile (2 x 2), venceu Camarões (3 x 0) e Áustria (2 x 1). Nas oitavas, passou pela Noruega com uma vitória por 1 a 0. Nas quartas, amargou a terceira eliminação seguida nos pênaltis ao perder para a França por 4 a 3, depois de um empate sem gols no tempo regulamentar e na prorrogação. A Azzurra já havia sido eliminada dessa forma em 1990, na semifinal contra a Argentina, e em 1994, na decisão contra o Brasil.


A dupla “Sa-Za” era mesmo infernal para as defesas adversárias (Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

ITÁLIA 2 x 2 CHILE

 

Data: 11/06/1998

Horário: 17h30 locais

Estádio: Parc Lescure (atual Stade Chaban-Delmas)

Público: 31.800

Cidade: Bordeaux (França)

Árbitro: Lucien Bouchardeau (Níger)

 

ITÁLIA (4-4-2):

CHILE (3-5-2):

12 Gianluca Pagliuca (G)

1  Nelson Tapia (G)

5  Alessandro Costacurta

6  Pedro Reyes

6  Alessandro Nesta

3  Ronald Fuentes

4  Fabio Cannavaro

5  Javier Margas

3  Paolo Maldini (C)

15 Moisés Villarroel

15 Angelo Di Livio

4  Francisco Rojas

9  Demetrio Albertini

8  Clarence Acuña

11 Dino Baggio

7  Nelson Parraguez

16 Roberto Di Matteo

20 Fabián Estay

18 Roberto Baggio

11 Marcelo Salas

21 Christian Vieri

9  Iván Zamorano (C)

 

Técnico: Cesare Maldini

Técnico: Nelson Acosta

 

SUPLENTES:

 

 

1  Francesco Toldo (G)

12 Marcelo Ramírez (G)

22 Gianluigi Buffon (G)

22 Carlos Tejas (G)

2  Giuseppe Bergomi

2  Cristián Castañeda

8  Moreno Torricelli

8 Luis Musrri

7  Gianluca Pessotto

16 Mauricio Aros

13 Sandro Cois

14 Miguel Ramírez

14 Luigi Di Biagio

19 Fernando Cornejo

17 Francesco Moriero

17 Marcelo Veja

10 Alessandro Del Piero

10 José Luis Sierra

20 Enrico Chiesa

21 Rodrigo Barrera

19 Filippo Inzaghi

13 Manuel Neira

 

GOLS:

11′ Christian Vieri (ITA)

45+3′ Marcelo Salas (CHI)

48′ Marcelo Salas (CHI)

84′ Roberto Baggio (ITA) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

8′ Angelo Di Livio (ITA)

31′ Fabio Cannavaro (ITA)

45′ Nelson Parraguez (CHI)

53′ Clarence Acuña (CHI)

66′ Francisco Rojas (CHI)

 

SUBSTITUIÇÕES:

57′ Roberto Di Matteo (ITA) ↓

Luigi Di Biagio (ITA) ↑

 

61′ Angelo Di Livio (ITA) ↓

Enrico Chiesa (ITA) ↑

 

63′ Javier Margas (CHI) ↓

Miguel Ramírez (CHI) ↑

 

71′ Christian Vieri (ITA) ↓

Filippo Inzaghi (ITA) ↑

 

81′ Fabián Estay (CHI) ↓

José Luis Sierra (CHI) ↑

 

82′ Clarence Acuña (CHI) ↓

Fernando Cornejo (CHI) ↑

Gols da partida (em inglês):

Gols da partida (Rede Globo):

… Roberto Baggio: muito mais do que um pênalti perdido, “um fantástico 9 e meio”

Três pontos sobre…
… Roberto Baggio: muito mais do que um pênalti perdido, “um fantástico 9 e meio”


(Imagem localizada no Google)

● Incrível como um único fato pode mudar a história e a forma como ela se propaga. Um dos recordistas mundiais em aproveitamento de cobranças de pênalti ¹* perdeu o pênalti decisivo de sua seleção em plena final de Copa do Mundo.

Baggio ficou marcado como um “amarelão”, que arregou em plena final. Justo Ele!

Me lembro como se fosse hoje. Eu era uma criança de oito anos, assistindo a minha primeira Copa do Mundo (Copa essa que me fez apaixonar pelo futebol e acabou moldando toda minha vida). Essa Copa foi prolífica em craques, como Diego Armando Maradona, Gabriel Batistuta, Romário, Lothar Matthäus, Gheorghe Hagi, Hristo Stoichkov, Carlos Valderrama, Dennis Bergkamp e outros. Mas Ele se destacava.

Roberto Baggio chegou para a Copa como o melhor jogador do mundo eleito pela FIFA e Bola de Ouro no ano de 1993. Em gramados americanos, “comeu” a bola. Estava no seu auge técnico.

Começou o torneio não muito bem, assim como toda sua seleção. Mas valeu a pena esperar as oitavas de final. A dois minutos do fim, a Nigéria vencia a Itália por 1 a 0, mas Roberto empatou e, na prorrogação, virou o jogo. Nas quartas de final, também aos 43 minutos do segundo tempo, anotou o tento decisivo para eliminar a Espanha. Nas semifinais, foi o dono do jogo, com dois gols entre os 21 e 25 minutos de jogo, que deram a vitória sobre a forte Bulgária por 2 a 1, mas saiu de campo lesionado aos 26 minutos do segundo tempo.

● Assim, o que poucos sabem é que ele foi jogar a final no sacrifício, sempre precisando tirar o pé e não conseguindo dar seus dribles e suas arrancadas características.

Na final, o Brasil jogou melhor, mas eram dois times muito equilibrados e mereceram estar na decisão.

A cada vez que Ele pegava na bola e o Galvão Bueno falava o nome Dele, eu tremia. “Roberto Baggio” era o que a Azzurra podia ter de melhor e ele me dava medo. Já tínhamos visto ele fazer de tudo nessa Copa. Já no fim da prorrogação, em uma tabela com Massaro, Baggio teve sua única chance clara de gol, mas chutou em cima de Taffarel.

Após 120 minutos sem gols, tivemos a primeira decisão por pênaltis na história das Copas. Na primeira cobrança, outro gênio da bola atormentado por uma contusão chutou nos céus: o capitão Franco Baresi. No primeiro jogo da Itália, Baresi lesionou seriamente o joelho e teve que passar por artroscopia. Estava fora da Copa? Não! Se recuperou em tempo recorde para disputar a final, se destacando em marcação duríssima sobre Romário. Pena que justo Baresi tenha errado a cobrança inaugural.

Márcio Santos também errou. Depois, todos marcaram: Demetrio Albertini, Romário, Alberigo Evani e Branco. Daniele Massaro parou nas mãos de Taffarel. Dunga marcou.

Caberia a Roberto Baggio, marcar e deixar a Itália ainda viva na final. Se ele marcasse, o Brasil teria ainda outra chance de ser campeão, com a cobrança de Bebeto.

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● Em 21 anos de carreira, Baggio bateu 159 pênaltis, convertendo 141 e falhando em apenas 18, ou seja, tem aproveitamento de quase 89% ¹*. Todos tinham certeza de que “Il Codino Divino” (seu apelido, algo como “O Rabo de Cavalo Divino”) converteria o pênalti. Até eu, no alto dos meus oito anos de experiência de vida tinha certeza de que o gol sairia. Mas um somatório de coisas o fizeram errar: a lesão na partida anterior, os 120 minutos jogando no sacrifício no sol de Pasadena, a pressão de ser um pênalti decisivo e, talvez, até a autoconfiança excessiva. Qualquer um poderia perder, menos Ele. É uma das maiores injustiças da história da bola.

Perdeu o pênalti e o Brasil foi campeão. Mas isso não é nada perto de sua brilhante carreira. venceu pouquíssimos títulos como jogador, mas será sempre lembrado pela incrível habilidade, pelas jogadas de efeito e pelos muitos gols marcados, sendo ídolo por onde passou e um mito no futebol mundial. Certamente se não fossem as lesões, Baggio seria ainda maior do que é. Era brilhante tanto como meia (camisa 10), quanto como atacante (camisa 9), que certa vez o craque francês Michel Platini disse que “Baggio é um fantástico ‘9 e meio’.

Era um fantasista e rebelde ao mesmo tempo. Se tornou inimigo público de técnicos vencedores como Arrigo Sacchi, Fabio Capello e Marcelo Lippi, pois enquanto esses eram obcecados pela disciplina tática e marcação sob pressão por todo o campo, Baggio queria apenas jogar. Dizia que o talento se sobrepõe a qualquer obediência tática.

Talento nunca o faltou.

¹* Estatísticas segundo o site “http://www.robertobaggio.org/english/statistics.html

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Três pontos sobre…
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(Imagem localizada no Google)

● Nascido em Caldogno, na região de Vicenza, no norte da Itália, era um dos oito filhos de Matilde e Fiorindo Baggio. Todos os dias, quando Roberto saía da escola, ia jogar bola. Seus amigos sempre lhe avisavam quando avistavam o Sr. Fiorindo, e o “bambino” saía correndo e se escondia no meio do mato ou em cima das árvores. Desde sempre ele preferiu pedir perdão do que permissão. Se enveredou de vez pelo futebol logo aos 13 anos, no clube de mesmo nome da sua cidade natal. Na temporada 1982/83, estreou como profissional com apenas 15 anos, jogando pelo Vicenza na Serie C1 italiana, onde já se destacava.

Após três temporadas, aportou na Fiorentina, para jogar a Serie A, bem no auge histórico da competição na “Velha Bota”. Chegou como uma pedra preciosa bruta, pronta para ser lapidada, e alcançou a equipe principal na temporada 1987/88. Diversas graves lesões o atrapalharam em seu início, incluindo uma cirurgia delicada no joelho esquerdo, em que foram necessários mais de 200 pontos para costurar a região. Ele era católico desde sempre, mas nesse período difícil de sua vida, conheceu, ficou encantado e se converteu ao budismo. Sua mãe chegou a dizer, em vão, que preferia que ele parasse de jogar do que se tornasse budista. Roberto virou ídolo da “Viola”, onde esteve por cinco temporadas. Chegou à final da Copa da UEFA de 1990, mas foi derrotado pela forte Juventus.

Após perder essa final, Baggio foi vendido para a própria Juventus, mesmo contra a sua vontade, pelo valor recorde na época US$ 13,6 milhões. Mas seu carinho pela Fiorentina era tão grande que no primeiro jogo pela Juve contra a Viola, ainda em 1990, se recusou a bater um pênalti e explicou: “Meu coração sempre será violeta”, beijando em lágrimas um cachecol jogado por um torcedor da Fiorentina.

Mas sua genialidade logo o fez se virar lenda também em Turim. Depois de dois anos bons, mas sem resultados significativos, Baggio se tornou capitão da “Vecchia Signora” na temporada 1992/93. Foi uma temporada estupenda, em que conquistou a Copa da UEFA, além de ter sido eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA e a Bola de Ouro do ano de 1993.

Após a fatídica final da Copa de 1994, Baggio continuou brilhando, sendo destaque na conquista da dobradinha em 1994/95, com o título da Coppa Italia e o Scudetto. Perdeu a final da Copa da UEFA para um ótimo time do Parma, mas nada que desfizesse a temporada perfeita.

Por intervenção do poderoso Silvio Berlusconi, o Milan contratou o craque para a temporada seguinte. Ele perdeu a chance de conquistar a UEFA Champions League pela Juve (que venceu justamente no ano da sua saída), mas ganhou o Campeonato Italiano pelo Milan, chegando ao feito raro de ser bicampeão nacional por duas equipes diferentes (dois grandes rivais). No ano seguinte, por implicância do técnico Arrigo Sacchi, passou a ser reserva e logo saiu do time.

Foi brilhar no pequeno Bologna em 1997/98, marcando incríveis 22 gols na temporada, o que lhe valeu a convocação para a Copa de 1998 e a transferência para a Internazionale. Novamente em Milão, Baggio completou a “tríade”, atuando pelos três gigantes italianos (outro feito raro), mas não teve grande destaque, sendo constantemente atrapalhado por contusões, além de atritos com o técnico Marcelo Lippi.

Na temporada 2000/2001, ele se transferiu para seu último clube, o pequeno Brescia. Novamente ele brilhou, fazendo sua equipe terminar na sétima posição do Calcio. No Brescia, Baggio chegou a 300 gols na carreira (é o terceiro italiano a atingir essa marca, após Silvio Piola, com 364, e Giuseppe Meazza, com 338 – ambos mais de 50 anos antes). Em 2004, seu último ano, marcou o 200º gol na Serie A, ajudando seu time a escapar do rebaixamento. Sua despedida foi no estádio San Siro, contra o Milan, sendo aplaudido de pé por 80 mil torcedores quando foi substituído a dois minutos do fim. É considerado o maior ídolo da história do Brescia, que aposentou a camisa 10 em sua homenagem. Encerrou a carreira com 205 gols em 452 jogos pelo Campeonato Italiano.

● Foi convocado para a seleção italiana pela primeira vez em 1988, em sua primeira grande temporada pela Fiorentina.

Começou no banco de reservas na sua primeira Copa do Mundo, em casa, em 1990. Marcou o gol mais lindo do torneio, ao driblar meio time da Tchecoslováquia, na vitória por 2 a 0. Mesmo com Baggio começando a encantar o mundo, o favoritismo italiano parou nos pênaltis, nas mãos do goleiro argentino Sergio Goycoechea. A Itália terminaria em terceiro, vencendo a Inglaterra por 2 a 1, com um gol do craque.

Não conseguiu ajudar seu país a se classificar para a Eurocopa de 1992, caindo para a União Soviética.

Chegou como melhor jogador do mundo na Copa de 1994 e era o líder técnico de uma Itália talentosa, com ícones como Gianluca Pagliuca, Paolo Maldini, Franco Baresi, Dino Baggio, Roberto Donadoni, dentre outros. Após uma primeira fase bastante criticada (uma vitória, um empate e uma derrota, se classificando como terceira colocada no grupo), a Azzurra e o próprio “RB10” começou a desencantar, ao despachar a Nigéria por 2 a 1 na prorrogação, com dois gols dele. Já nas quartas de final, ele fez o gol decisivo de um 2 x 1 em cima da Espanha. Nas semifinais, logo no primeiro tempo Baggio destruiu os sonhos da Bulgária com dois gols, venceu por 2 a 1, se classificando para a final. O problema foi que ele sentiu uma contusão, sendo substituído aos 26 minutos do segundo tempo.

Na decisão, Baggio jogou no sacrifício (falaremos amanhã sobre isso). Após um 0 x 0 persistente nos 90 minutos e na prorrogação, nos pênaltis a Itália perdeu para o Brasil por 3 a 2, com Roberto isolando a bola na cobrança decisiva.

Não foi convocado para a Euro 1996 e chegou como reserva na Copa de 1998. Perdeu a camisa 10 para o novo xodó, Alessandro Del Piero, mas permaneceu importante para sua seleção. Fez dois gols na competição, se tornando o primeiro e único jogador italiano a marcar gols em três edições de Copa do Mundo diferentes. Nas quartas de final, a Itália foi eliminada para a anfitriã França nos pênaltis (mas dessa vez Roberto converteu). Foi a terceira Copa do craque e em todas viu seu país ser eliminado nos pênaltis.

Não foi convocado para a Eurocopa de 2000. Na época da convocação para a Copa de 2002, seu nome era especulado, mas uma lesão o impediu de sequer ter seu nome lembrado na lista. Nova especulação houve nas convocações para a Euro e até para os Jogos Olímpicos de 2004, mas não foi lembrado. Se despediu da Azzurra em um amistoso contra a Espanha em abril de 2004.

Feitos e premiações de Roberto Baggio:

Pela seleção da Itália:
– Vice-campeão da Copa do Mundo de 1994.
– 3º lugar na Copa do Mundo de 1990.

Pela Juventus:
– Campeão da Copa da UEFA em 1992/93.
– Vice-campeão da Copa da UEFA em 1994/95.
– Campeão do Campeonato Italiano Serie A em 1994/95.
– Campeão da Coppa Italia em 1994/95.

Pelo Milan:
– Campeão do Campeonato Italiano Serie A em 1995/96.
– Vice-campeão da Supercopa Italiana em 1996.

Pela Fiorentina:
– Vice-campeão da Copa da UEFA em 1989/90.

Distinções e premiações individuais:
– Artilheiro da Recopa Europeia em 1990/91 (9 gols).
– Bola de Ouro da revista France Football como melhor jogador do ano de 1993 (foi também o 2º mais votado em 1994 e o 8º em 1990).
– Melhor jogador do mundo pela FIFA no ano de 1993 (foi também o 3º mais votado em 1994 e o 5º em 1995).
– Onze d’Or como melhor jogador do mundo pela revista francesa Onze Mondial no ano de 1993 (foi também o 3º mais votado em 1994 e o 2º em 1995).
– Melhor jogador do mundo pela revista inglesa World Soccer no ano de 1993.
– Melhor jogador do mundo pela revista espanhola Don Balón no ano de 1994.
– Eleito para a seleção da Copa do Mundo de 1994.
– Bola de Prata (2º melhor jogador) da Copa do Mundo de 1994.
– Eleito pela FIFA para o Dream Team das Copas do Mundo em 2002.
– Nomeado para a lista “FIFA 100” (feita por Pelé, onde constam os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004).
– Eleito o 24º melhor jogador no Jubileu de Ouro da UEFA em 2004.
– Eleito o 16º melhor jogador do mundo no Século XX pela revista inglesa World Soccer em 1999.
– Eleito o 24º melhor jogador do mundo no Século XX pela revista Placar em 2005.
– Eleito o 27º melhor entre os 50 melhores jogadores do mundo no Século XX pela revista italiana Guerin Sportivo em 1999.
– Eleito o 53º melhor jogador europeu do Século XX pela IFFHS em 1999.
– Eleito o 9º melhor jogador italiano do Século XX pela IFFHS em 1999.
– Eleito o 4º melhor jogador no Super Onze d’Or em 1995.
– Eleito para a Seleção Italiana do Século XX (Azzuri Team of The Century) em 2000.
– Eleito jogador italiano do Século XX em 2000.
– Eleito para o Top-100 dos jogadores de todos os tempos pela Associação dos Estatísticos do Futebol em 2007.
– Prêmio Planète Foot’s dos 50 melhores jogadores do mundo em 1996.
– Nomeado para o Hall da Fama do futebol italiano na categoria jogador nacional em 2011.
– Nomeado para o Hall da Fama do esporte italiano na categoria de lenda em 2015.
– Prêmio Golden Foot em 2003.
– Trofeo Bravo como melhor jogador europeu sub-23 de 1990.
– Prêmio Guerin d’oro como melhor jogador da Serie A de 2001.
– Prêmio Guerin d’oro como melhor jogador da Serie C1 de 1985.
– Prêmio Guerin d’oro eleito pelos torcedores como melhor jogador do Milan em 1996.
– Prêmio Guerin d’oro eleito pelos torcedores como melhor jogador do Brescia em 2001.
– Prêmio Giuseppe Prisco em 2004.
– Prêmio Nacional de Carreira Exemplar Gaetano Scirea em 2001.
– Oscar do Calcio como jogador mais amado pelos torcedores em 2002.
– Prêmio Oscar do Calcio em 2001.
– Eleito para o FIFA XI em 2000 e 2002.
– Nomeado para o Hall da Fama do Milan.
– Eleito para a Fiorentina de todos os tempos.
– Nomeado para Top-50 da Juventus.
– Prêmio Gentleman di Platino em 2015.
– Ordem do Mérito da República Italiana por iniciativa do Presidente da República em 30/09/1991.
– Prêmio pela Paz Mundial em 12/11/2010.
– Embaixador da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) desde 2002.

(Imagem: Calciopédia)