Três pontos sobre…
… Bola de Ouro 2021
Nessa última segunda feira, Lionel Messi recebeu a Bola de Ouro de 2021 na tradicional eleição promovida pela revista France Football.
Merecido? Populismo?
Veja mais no vídeo.
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… Bola de Ouro 2021
Nessa última segunda feira, Lionel Messi recebeu a Bola de Ouro de 2021 na tradicional eleição promovida pela revista France Football.
Merecido? Populismo?
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Três pontos sobre…
… Atuação da Anvisa no “Brasil x Argentina”
(Imagem: Marcello Zambrana / AGIF / Agência de Fotografia / Estadão)
Concordando ou não, a Anvisa tem não apenas o direito, mas o dever de retirar de campo os jogadores argentinos que deveriam cumprir quarentena ao entrar em território brasileiro ao chegarem do Reino Unido, Índia e África do Sul.
A princípio, isso tentou ser feito pela Polícia Federal antes de ser necessário se fazer ao vivo em uma emissora de TV de alcance nacional.
Mas, pelo que parece, os argentinos bateram de frente com as autoridades brasileiras, com a conivência da CBF e da Conmebol, e mandaram a campo três dos quatro jogadores que deveriam ter cumprido a tal quarentena.
Por algo semelhante – mas por restrições do governo britânico – a Seleção Brasileira precisou desconvocar nove jogadores e fez isso.
Seguindo as leis sanitárias e desportivas, a Argentina deveria fazer as três alterações e ser obrigada a voltar ao jogo. Por muito menos, os brasileiros foram obrigados a voltar a campo na Copa América de 1946, após Chico ser desmaiado de tanto apanhar pela polícia argentina. Deveria ter jogo sem esses jogadores. Simples assim.
Mas sabemos como são os argentinos, como ganharam duas Copas do Mundo e várias Copas Américas: na marra.
(Imagem: R7)
Nunca se viu uma pandemia como essa e todos os protocolos deveriam e deverão ser respeitados.
Pouca coisa é mais importante que o futebol. A vida é uma delas. E já são mais de 580 mil vidas perdidas apenas no Brasil.
Independente do posicionamento político, todos já perdemos amigos, familiares ou conhecidos por essa maldita pandemia.
Não se trata de política, nunca foi e nunca será. Se trata das regras e elas têm que ser cumpridas por quem quer que seja. Ninguém está imune a elas, nem o futebol.
Independentemente de gostar ou não da CBF, da Seleção Brasileira ou dos jogadores que lá estão, a Anvisa agiu certo. A seleção argentina agiu errado.
Ou voltam a campo com três alterações ou deveriam perder o jogo por ter abandonado a partida. Simples assim. Regras são regras.
(Imagem: Gazeta do Povo)
Três pontos sobre…
… Messi fora do Barcelona
(Imagem: Marc González Aloma / Imago / One Football)
O fim de uma das histórias mais vitoriosas do futebol.
Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história, mudaria qualquer clube de patamar. E ele conseguiu elevar um clube gigante, o F.C. Barcelona.
Messi sai do Barça como o maior jogador do clube em todos os tempos, o maior artilheiro, o que mais jogou e o que mais venceu.
O pequeno Messi é gigante e só saberemos o tamanho dessa grandeza no fim de sua carreira.
Particularmente, eu nunca imaginei vê-lo com outra camisa. Mas agora ele deve se provar em outra liga, com outros parceiros – como se precisasse.
Já seu ex-clube, sofrerá como nunca a falta de seu maior ícone.
“Bar-sem-lona”?
Três pontos sobre…
… Argentina Campeã da Copa América 2021
(Imagem: Amanda Perobelli / Reuters)
Não. Não é um novo “Maracanazzo”.
Afinal, quem liga para a Copa América? Um torneio sucateado, com sede arranjada às pressas por pressão política, que nunca se sabe a periodicidade e intermitência da competição, que ficou oito anos sem acontecer e também já teve dois torneios no mesmo ano… Quem liga?
A Argentina se ligou, entrou ligada na competição, ganhou corpo durante o torneio e mereceu o título. Lionel Messi esteve aceso e incendiou o resto do time.
Na semifinal contra a Colômbia, o goleiro Emiliano Martínez emulou o Goycochea de 1990 e se tornou o “tapa penales” da vez.
Na final contra o Brasil, Rodrigo De Paul foi o Burruchaga da vez para ser o coadjuvante de um Messi que não foi Maradona.
Se o dia 10/07/2016 consagrou Cristiano Ronaldo com seu primeiro título pela seleção de Portugal, a mesma data, exatos cinco anos depois, consagrou Lionel Messi com seu primeiro título pela seleção da Argentina adulta.
E Neymar segue sem ganhar nenhum título pela Seleção Brasileira principal. Quando a Copa América anterior foi conquistada, em 2019, ele não estava presente. Na final de 2021, ele chamou para si a responsabilidade, tentou jogar, mas foi caçado em campo – com a total permissão e permissividade do árbitro uruguaio Esteban Ostojich. Os argentinos tinham permissão para matar – principalmente Otamendi.
(Imagem: AFA)
E conseguiram matar o jogo aos 22′, com um golaço por cobertura de Ángel Di María após um belo lançamento de Rodrigo De Paul – que Renan Lodi falhou bisonhamente e não conseguiu cortar.
Depois, os hermanos continuaram matando. Dessa vez, matando o tempo. Até que ele se esvaísse e o título viesse.
Tempo que foi também cruel com os argentinos ao passar tão rápido e os deixar 28 anos longe das grandes conquistas. Vários jogadores consagrados vestiram a camisa albiceleste e não levantaram troféus. Parecia que o mesmo aconteceria com Messi, Di María e Kun Agüero. Mas a merecida taça veio.
(Imagem: Ricardo Moraes / Reuters)
Mas, quem liga para a Copa América? Neymar chorou. Pela perda do título e por tudo mais que quisesse chorar. O Brasil não chorou. Das últimas dez edições, o Brasil ganhou cinco. Pelé, Garrincha, Zico, Leônidas da Silva, Falcão, Gylmar, Leão e vários outros nomes históricos… nenhum deles venceu umazinha sequer.
Não é um novo “Maracanazzo”. Assim como Renan Lodi ainda não tem tamanho suficiente para ser um novo Barbosa, Bigode ou Juvenal. É o lateral reserva no Atlético de Madrid e pouco jogou durante a temporada. Mas dava amplitude ao ataque de Tite. Ah, que saudade de Roberto Carlos, Branco ou até de Marcelo nas suas melhores fases…
Triste mesmo é Tite olhar para o banco de reservas e pensar em Vinícius Júnior como a solução para a Seleção. Se Vinícius tivesse ficado no Flamengo, ele seria o terceiro reserva – atrás de Bruno Henrique, Vitinho e Michael.
Será que Gérson não joga um pouco mais de bola do que Fred? Só eu que acho que Éverton Ribeiro com uma perna só é melhor que Lucas Paquetá? Bom, a “Titebilidade” imperou mais uma vez e o Brasil se despediu de outra competição oficial porque encontrou um adversário melhor – como foi a Bélgica na Copa do Mundo de 2018.
Mas cabe ressaltar que quando conquistou seus dois últimos títulos de Copa, a Seleção Brasileira passou vergonha na Copa América do ano anterior. Isso significa que o Hexa vem em 2022? Com esse futebolzinho atual, tenho minhas dúvidas.
Mas não está tudo perdido. Não é terra arrasada. Não é um novo “Maracanazzo”. Afinal, quem liga para a Copa América?
Parabéns Argentina! Parabéns Lionel Messi!
Três pontos sobre…
… 16/06/2006 – Argentina 6 x 0 Sérvia e Montenegro
(Imagem: UOL)
● A Argentina era um time forte, experiente, técnico, com muitas excelentes opções para a linha de frente: Hernán Crespo, Javier Saviola, Rodrigo Palacio, Julio Cruz, Carlitos Tévez e Lionel Messi.
Na primeira partida, a albiceleste havia vencido a estreante Costa do Marfim por 2 x 1. Sérvia e Montenegro tinha perdido para a Holanda por 1 x 0.
Como a FIFA considerava Sérvia e Montenegro a herdeira das estatísticas da antiga Iugoslávia, essa era a décima participação em Copas do Mundo.
Mas havia um péssimo ambiente interno. Sérvia e Montenegro se desmembraram em dois países distintos apenas treze dias antes da Copa. O país existiu com esse nome apenas de 04/02/2003 a 03/06/2006.
Apesar disso, a seleção havia chegado com moral na Copa, com uma defesa considerada entre as mais sólidas da Europa. Nas eliminatórias, sofreu apenas um gol em dez partidas. Mas, por lesão, não podiam contar com seu melhor zagueiro, Nemanja Vidić – que posteriormente se tornaria capitão e ídolo do Manchester United.
Havia uma pressão da torcida sérvia para que o técnico Ilija Petković convocasse o meia Dejan Petković (que não tinha nenhum parentesco com o treinador). Bastante conhecido no Brasil, “Pet” (como ainda hoje é carinhosamente chamado), estava em ótima fase pelo Fluminense. O próprio capitão da seleção, Savo Milošević, admitia que Pet poderia ter um lugar no time.
O técnico insistia que tinha um bom grupo e que não seria justo retirar alguém que fez parte do grupo que conquistou a classificação para a Copa para dar espaço a Pet. Mas ele teve a chance quando o atacante Mirko Vučinić precisou ser cortado por lesão. Vučinić era um dos dois montenegrinos do elenco – o outro era o goleiro Dragoslav Jevrić, que preferiu manter a cidadania sérvia após a cisão dos dois países.
Com o corte de Vučinić, o treinador convocou “D. Petković“. Muitos ligaram para Pet no Brasil para dar os parabéns, mas… não era ele! Era o zagueiro Dušan Petković, filho do técnico! Ele não era convocado desde 2004 e foi muito atacado pela mídia de seu país, tanto por terem considerado nepotismo quanto pelo fato de ter sido convocado um defensor para a vaga de um atacante.
O elenco se rebelou e Dušan Petković não aguentou a pressão, deixando a delegação antes de chegarem à Alemanha. “É muita pressão para mim, para meu pai e meus companheiros”, afirmou Dušan. Sua seleção acabou disputando a Copa com um jogador a menos.
No início das partidas, novo momento de constrangimento para os jogadores sérvio-montenegrinos. O hino tocado era o da fase comunista da antiga Iugoslávia, que não era cantado pelos jogadores e vaiado pela torcida.
Muito bem treinada por José Pekerman, a Argentina jogou no sistema 4-4-2 em losango, com Riquelme jogando como “enganche”.
A Sérvia e Montenego foi escalada no esquema 4-4-2, com duas linhas de quatro.
● Em Gelsenkirchen, a Argentina apresentou um espetáculo que ficou na memória.
O ataque argentino descobriu logo cedo a fórmula para se sobressair diante da defesa sérvia. Sem deixar o adversário respirar, abusou dos passes rápidos e movimentação constante, especialmente de Javier Saviola.
Logo aos seis minutos, o próprio Saviola avançou pela esquerda e rolou para o meio da área. Maxi Rodríguez bateu deslocando o goleiro Dragoslav Jevrić e abriu o placar.
O segundo gol saiu apenas aos 31′, em uma troca de passes envolvente que se tornou uma verdadeira obra de arte. A jogada começou com Maxi Rodríguez roubando a bola no campo defensivo. A bola passou por Cambiasso, Riquelme, Sorín, girou da direita para a esquerda e voltou da esquerda para a direita, até que Saviola tocou para Cambiasso, que deu de primeira para Hernán Crespo, que devolveu de calcanhar. Esteban Cambiasso mandou para o gol. Desde a roubada de bola até a conclusão, foram 26 passes precisos – um símbolo do estilo de jogo argentino. Foi um gol que, pela dinâmica e pela finalização, lembrou um pouco o último gol de Maradona em Copas, diante da Grécia, em 1994. 2 a 0.
Com uma marcação frágil no meio e uma defesa pesada, os sérvios foram colocados literalmente na roda pelas tabelas envolventes dos albicelestes.
Dez minutos depois, o terceiro. Com uma falta não marcada pelo árbitro italiano Roberto Rosetti, Saviola roubou a bola de Mladen Krstajić, entrou na área e chutou cruzado. Jevrić espalmou para o canto, mas Maxi Rodríguez apareceu na segunda trave e completou para o gol. A bola ainda bateu na trave e no pé do zagueiro Goran Gavrančić antes de entrar. 3 a 0.
Após virar o intervalo vencendo por 3 a 0, os hermanos tiraram o pé e diminuíram o ritmo na etapa final.
Mateja Kežman foi expulso aos 20′ da segunda etapa, facilitando mais ainda o controle de jogo argentino.
(Imagem: 90 min)
Aos 29 minutos do segundo tempo, pouca gente se deu conta de que estava ocorrendo um momento histórico no futebol. Com a camisa 19, foi esse o momento que Lionel Messi pisou no gramado da Arena AufSchalke, em Gelsenkirchen. Era sua estreia em Copas do Mundo. Com 18 anos, Messi já começava a ganhar espaço no excelente time titular do Barcelona, que havia conquistado a UEFA Champions League da temporada 2005/06. No ano seguinte já se tornaria protagonista e três anos mais tarde seria eleito o melhor jogador do mundo.
Três minutos depois de entrar, em sua primeira jogada, Messi driblou um adversário, foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro da ponta esquerda. Crespo apareceu na segunda trave, se antecipou a um adversário e marcou. 4 a 0.
O quinto tento veio seis minutos depois. Riquelme lançou Carlitos Tévez, que passou a bola entre as pernas de Gavrančić, cortou a marcação de Igor Duljaj e tocou rasteiro na saída do goleiro Jevrić. 5 a 0.
O último prego no caixão servo-montenegrino foi aos 43′. Juan Román Riquelme tocou para Tévez, que tabelou com Crespo e recebeu de volta. Ele enxergou a infiltração de Messi e deu o passe na medida. Messi dominou e bateu cruzado de pé direito, marcando seu primeiro gol em Copas do Mundo.
Com esse placar esmagador, o status de favorito ficou ainda mais estampado na albiceleste.
Essa vitória igualou a maior goleada aplicada pela Argentina em Copas do Mundo (a maior até então havia sido o “famoso” 6 a 0 sobre o Peru na Copa de 1978).
(Imagem: Goal)
● Na sequência, a Argentina empatou sem gols com a Holanda e assegurou a liderança do Grupo C no saldo de gols. Nas oitavas de final, precisou de um golaço ouro de Maxi Rodríguez para eliminar o México na prorrogação de virada por 2 x 1. Nas quartas de final, depois de um jogo duríssimo diante da anfitriã Alemanha, acabou caindo na decisão por pênaltis por 4 x 2, após empate por 1 x 1 no tempo normal.
Por sua vez, a Sérvia e Montenegro perdeu para a Costa do Marfim por 3 x 2 e terminou com três derrotas em três jogos. Na classificação geral, foi a última dentre as 32º seleções do Mundial.
Após a Copa, cinco jogadores sérvios foram punidos pela federação do país por terem cometido alguma indisciplina durante a competição: Mateja Kežman, Ognjen Koroman, Danijel Ljuboja, Zvonimir Vukić e Albert Nađ. Este último até jogou contra a Costa do Marfim, mas os outros quatro foram criticados por terem deixado a Alemanha antes do restante da delegação.
Embora Dušan Petković nem tenha jogado, o caso dele é um dos raros em que um pai atuou por uma seleção e o filho por outra, já que Ilija Petković havia jogado pela Iugoslávia em 1974. Outro caso que envolve dissolução de países foi o de Vladimír Weiss, que jogou pela Tchecoslováquia em 1990 e seu filho, de mesmo nome, atuou pela Eslováquia em 2010. O último caso envolve imigração: Martín Ventolrá jogou a Copa de 1934 pela Espanha e seu filho, José Vantolrá, atuou pelo México em 1970.
O meia Dejan Stanković disputou três Copas do Mundo, por três países diferentes. Ele representou a Iugoslávia em 1998, a Sérvia e Montenegro em 2006 e a Sérvia em 2010.
(Imagem: Twitter @OptaJoe)
● FICHA TÉCNICA: |
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ARGENTINA 6 x 0 SÉRVIA E MONTENEGRO |
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Data: 16/06/2006 Horário: 15h00 locais Estádio: Arena AufSchalke (atual Veltins-Arena) Público: 52.000 Cidade: Gelsenkirchen (Alemanha) Árbitro: Roberto Rosetti (Itália) |
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ARGENTINA (4-3-1-2): |
SÉRVIA E MONTENEGRO (4-4-2): |
1 Roberto Abbondanzieri (G) |
1 Dragoslav Jevrić (G) |
21 Nicolás Burdisso |
4 Igor Duljaj |
2 Roberto Ayala |
6 Goran Gavrančić |
6 Gabriel Heinze |
20 Mladen Krstajić |
3 Juan Pablo Sorín (C) |
15 Milan Dudić |
8 Javier Mascherano |
7 Ognjen Koroman |
22 Lucho González |
17 Albert Nađ |
18 Maxi Rodríguez |
10 Dejan Stanković |
10 Juan Román Riquelme |
11 Predrag Đorđević |
7 Javier Saviola |
9 Savo Milošević (C) |
9 Hernán Crespo |
8 Mateja Kežman |
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Técnico: José Pékerman |
Técnico: Ilija Petković |
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SUPLENTES: |
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12 Leo Franco (G) |
23 Vladimir Stojković (G) |
23 Óscar Ustari (G) |
12 Oliver Kovačević (G) |
4 Fabricio Coloccini |
14 Nenad Đorđević |
17 Leandro Cufré |
5 Nemanja Vidić |
15 Gabriel Milito |
16 Dušan Petković (cortado da |
13 Lionel Scaloni |
3 Ivica Dragutinović |
5 Esteban Cambiasso |
13 Dušan Basta |
16 Pablo Aimar |
2 Ivan Ergić |
19 Lionel Messi |
18 Zvonimir Vukić |
14 Rodrigo Palacio |
22 Saša Ilić |
11 Carlos Tevez |
21 Danijel Ljuboja |
20 Julio Cruz |
19 Nikola Žigić |
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GOLS: |
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6′ Maxi Rodríguez (ARG) |
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31′ Esteban Cambiasso (ARG) |
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41′ Maxi Rodríguez (ARG) |
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78′ Hernán Crespo (ARG) |
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84′ Carlos Tevez (ARG) |
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88′ Lionel Messi (ARG) |
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CARTÕES AMARELOS: |
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7′ Ognjen Koroman (SER) |
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27′ Albert Nađ (SER) |
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36′ Hernán Crespo (ARG) |
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42′ Mladen Krstajić (SER) |
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CARTÃO VERMELHO: |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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17′ Lucho González (ARG) ↓ |
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Esteban Cambiasso (ARG) ↑ |
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INTERVALO Albert Nađ (SER) ↓ |
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Ivan Ergić (SER) ↑ |
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50′ Ognjen Koroman (SER) ↓ |
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Danijel Ljuboja (SER) ↑ |
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59′ Javier Saviola (ARG) ↓ |
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Carlos Tevez (ARG) ↑ |
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70′ Savo Milošević (SER) ↓ |
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Zvonimir Vukić (SER) ↑ |
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75′ Maxi Rodríguez (ARG) ↓ |
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Lionel Messi (ARG) ↑ |
Gols da partida:
Três pontos sobre…
… Um Messi sozinho não faz verão
(Imagem: Albert Gea / Reuters)
● Juro que tenho pena de Lionel Messi. Um dos maiores jogadores da história do futebol não merecia passar pelas humilhações que o clube tem sofrido sistematicamente nas últimas temporadas – falando especificamente da UEFA Champions League, claro.
Pouco adiantou a arbitragem marcar um pênalti mandraque a favor dos culés. Serviu apenas para Messi marcar aquele que pode ser seu último gol com a camisa do Barça no Camp Nou pela Champions.
Mas, rapidamente, Kylian Mbappé anotou o seu primeiro, em uma bela jogada coletiva. Marquinhos fez o lançamento para a esquerda, Kurzawa cruzou de primeira para o meio, Verratti deu um toque mágico e Mbappé tirou a marcação e encheu o pé esquerdo. Um golaço.
Depois disso, só deu PSG. Enquanto a estrela de Messi se apagava, a de Mbappé estava “on fire”.
Em outro lançamento longo, Florenzi cruzou da direita e o jovem francês mandou para as redes.
O terceiro foi de Moise Kean, que aproveitou cobrança de falta de Paredes pela esquerda e apareceu para cabecear sozinho para o gol, em outra bobeira da zaga blaugrana.
O golpe de misericórdia foi a cinco minutos do fim. Draxler puxou um contra-ataque de manual e deixou na medida para Mbappé marcar seu “hat trick” e levar a nova bola da Champions para casa. Mais que merecido.
(Sinceramente, não sei onde Neymar se encaixaria como titular nesse time do PSG hoje…)
(Imagem: Getty Images)
● Tendo que reverter no Parc de Princes o resultado adverso de 4 x 1, é bem provável que essa seja mais uma vergonha culé nas últimas Champions.
E, se o gênio Lionel Messi quiser jogar em um time competitivo em nível continental, deverá sair do Barcelona. PSG, Manchester City e vários outros, estão mais perto do protagonismo do que seu time atual.
Pobre Barcelona… sem Messi pra salvar o time, afundado em uma crise econômica, política, técnica, tática e de identidade, provavelmente se tornará um clube como é o Milan: pode até fazer uma ou outra boa campanha… pode até ter o respeito pelo passado… mas será visto como um time inofensivo.
É incrível como uma malfadada administração consegue destruir um clube (alô São Paulo, Cruzeiro e Cia.). Josep Maria Bartomeu deveria ter vergonha por ter conseguido apequenar um clube com a estrutura do Barcelona, uma das mais pesadas camisas do mundo.
● Na outra partida do dia, jogando em Budapeste, mas com mando do RB Leipzig, o Liverpool venceu por 2 a 0 (gols de Mohamed Salah e Sadio Mané) e abriu boa vantagem.
Três pontos sobre…
… 13/07/2014 – Alemanha 1 x 0 Argentina
(Imagem: ESPN)
● Quase 35 milhões de telespectadores assistiram à partida na Alemanha, no recorde histórico de audiência na TV do país.
Era um jogo imprevisível. Os alemães tinham um elenco mais homogêneo, maduro e pronto para vencer. A Argentina tinha Lionel Messi e bons coadjuvantes.
Na estreia, a Nationalmannschaft goleou Portugal de Cristiano Ronaldo por 4 x 0. Nos jogos seguintes, empatou com Gana (2 x 2) e venceu os EUA (1 x 0). Nas oitavas de final, precisou da prorrogação para eliminar a ardilosa Argélia (2 x 1). Nas quartas, venceu a França por 1 x 0 em um duelo muito equilibrado. Na semifinal, não houve equilíbrio algum ao massacrar a Seleção Brasileira, dona da casa, nos famosos 7 a 1. Na decisão, enfrentaria uma velha conhecida: a Argentina.
Na primeira fase, a seleção albiceleste venceu as três partidas válidas pelo Grupo F: 2 x 1 sobre a Bósnia e Herzegovina, 1 x 0 no Irã e 3 x 2 na Nigéria. Nas oitavas de final, precisou da prorrogação para vencer a Suíça por 1 x 0. Nas quartas, eliminou a “ótima geração belga” com uma vitória por 1 x 0. Na semifinal, venceu a Holanda nos pênaltis por 4 x 2, após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.
Do lado portenho, Ángel Di María foi uma ausência muito sentida, não se recuperando da contusão na coxa que sofreu nas quartas de final contra a Bélgica. O técnico Alejandro Sabella preferiu proteger mais o meio de campo com Enzo Pérez.
Sami Khedira se lesionou no aquecimento, minutos antes da decisão, e foi substituído por Christoph Kramer, que nunca havia sido titular da seleção antes.
A Alemanha jogou no 4-3-3. Com a bola, Lahm avançava e Höwedes recuava, formando um 3-4-3.
A Argentina atuou no 4-3-3. Sem a bola, Lavezzi recuava e o time formava um 4-4-2.
● A Alemanha dominou a posse de bola desde o começo. Sabella povoou o meio de campo e os alemães não encontravam tantos espaços quanto na partida contra o Brasil.
A Argentina parecia dar a bola aos alemães, na tentativa de roubar e avançar em contragolpes rápidos.
E a albiceleste foi a primeira a assustar o adversário. Ezequiel Lavezzi roubou a bola de Mats Hummels na direita do ataque argentino e a bola sobrou para Gonzalo Higuaín bater cruzado e sem ângulo, mas a bola saiu pela linha lateral.
Phillip Lahm cruzou da direita, mas Miroslav Klose estava marcado por Martín Demichelis e não conseguiu alcançar.
Após chutão de Manuel Neuer para o ataque, a bola ficou no alto sendo rebatida de um lado para o outro até que Toni Kroos tentou recuar para o seu goleiro quase da intermediária, errou na força da cabeçada e acabou colocando Higuaín cara a cara com o gol. O camisa 9 teve tempo para deixar a bola quicar, ajeitar o corpo e bater. Incrivelmente, a bola foi para fora. Ele desperdiçou o presente. Difícil um centroavante de alto nível perder um gol desses e Higuaín conseguiu.
Aos 29′, Messi abriu com Lavezzi, que cruzou para a área. Higuaín bateu de primeira e dessa vez acertou o gol, mas a arbitragem já havia parado o lance apontando impedimento depois do cruzamento de Ezequiel Lavezzi.
Dois minutos depois, o volante Kramer precisou ser substituído por causa de uma dividida com Ezequiel Garay logo no início da partida. O técnico Joachim Löw ousou e colocou o atacante André Schürrle em seu lugar, adiantando o time. Kroos passou a atuar mais recuado e Mesut Özil foi jogar no centro, com Shurrle na esquerda.
Thomas Müller ganhou de Pablo Zabaleta no corpo, entrou na área e cruzou rasteiro para trás. Schurrle chegou batendo forte, mas Sergio Romero espalmou pela linha de fundo.
O jogo era muito bom tecnicamente.
Messi era muito bem marcado, mas se apresentava e participava bem do jogo. Ele também teve sua oportunidade aos 39′, quando ganhou na velocidade de Hummels, mas Neuer saiu para fechar o espaço e Jérôme Boateng tirou o perigo da área alemã.
Apesar da Argentina ter assustado primeiro, a Nationalelf tratou de responder à altura, com envolventes trocas de passes e aproximação dos jogadores.
Pouco antes do intervalo, Kroos bateu escanteio da direita a Benedikt Höwedes cabeceou forte, mas a bola foi explodiu na trave. Na volta, Müller estava impedido.
(Imagem: Getty Images / FIFA)
● No intervalo, Sabella trocou Lavezzi por Kun Agüero.
Logo aos dois minutos, Messi teve uma grande chance de abrir o placar. Ele escapou nas costas da defesa, recebeu lançamento de Lucas Biglia, avançou e chutou cruzado, mas a bola foi para fora, tirando tinta da trave esquerda de Neuer. Um gol perdido nível 9 na “escala Higuaín”.
Depois, Messi recebeu na direita, cortou para o meio em sua jogada característica, mas bateu para fora.
Mas estranhamente a Argentina foi perdendo o ímpeto ofensivo.
Agüero não fazia a recomposição na marcação como Lavezzi e a Alemanha passou a ter superioridade no meio do campo.
Bastian Schweinsteiger abriu na ponta direita com Müller, que cortou a marcação e rolou para trás e Toni Kroos chutou para fora.
Os sul-americanos eram sólidos na defesa, mas não conseguiam levar perigo no ataque.
Messi buscava a bola e saía driblando, mas não conseguia passar por todo o exército alemão.
Cansado de ver Higuaín perder gols, o treinador argentino o trocou por Rodrigo Palacio e colocou Fernando Gago no lugar de Enzo Pérez.
Löw tirou o apagado veterano Miroslav Klose e colocou em campo o jovem Mario Götze.
Aos 36′, Javier Mascherano errou o passe no campo de defesa, Özil tabelou com Müller e rolou para trás para Kroos bater rasteiro, mas Romero pegou firme.
Sem gols durante os 90 minutos, a partida se encaminhou para a prorrogação.
(Imagem: Getty Images / FIFA)
● E as duas equipes foram muito mais cautelosas no tempo extra, parecendo que queriam levar a decisão para os pênaltis.
Logo aos 30 segundos, Götze fez o pivô e rolou para Schurrle bater do bico da pequena área. Romero espalmou para frente e Özil chutou o rebote em cima da marcação.
Rojo cruzou para a área, Hummels errou o tempo de bola e Palacio tentou encobrir Neuer e mandou para fora.
Mas, aos oito minutos do segundo tempo, Schurrle arrancou em ótima jogada pela esquerda, passou por três adversários e cruzou na primeira trave. No bico da pequena área, Mario Götze dominou no peito e, sem deixar a bola cair, chutou cruzado para estufar as redes. Um golaço.
Mario Götze foi o primeiro e até hoje único jogador a ter saído do banco de reservas e fazer o gol do título de uma Copa do Mundo.
No finalzinho, Marcos Rojo cruzou da linha de fundo e Messi cabeceou por cima.
Em toda a competição, a Argentina só ficou atrás no placar por sete minutos. Justamente os minutos derradeiros que lhe tiraram o título na decisão.
(Imagem: Getty Images / FIFA)
● Ao fim da partida, o estádio Maracanã estava em festa. Os alemães festejavam sua conquista e os brasileiros vibravam pela derrota da Argentina.
A Alemanha deu uma aula de futebol, consagrando uma geração brilhante e o trabalho sério e longevo do técnico Joachim Löw, no comando de sua equipe desde 2006. Um trabalho que pôde ser amadurecido nas derrotas das últimas Copas do Mundo e Eurocopas, mas que chegou à maturidade e rendeu louros no maior palco do futebol mundial.
O título premiou com justiça e deixou na história os personagens da velha guarda como Phillip Lahm, Bastian Schweinsteiger, Miroslav Klose, Łukas Podolski e Per Mertesacker, além de outros mais jovens como Manuel Neuer, Jérôme Boateng, Mats Hummels, Toni Kroos, Mesut Özil e Mario Götze.
Os alemães deixaram um legado dentro de campo. Mas esse legado se estendeu para fora do campo. O centro de treinamento onde os germânicos se prepararam para a disputa do Mundial, em Santa Cruz Cabrália, no litoral sul da Bahia, se tornou um lindo resort. Além disso, os alemães doaram €$ 10 mil para os índios da tribo pataxó e várias bicicletas para uma escola da região.
Neuer e Schweinsteiger cantaram o hino do Bahia e Podolski apareceu mais de uma vez com a camisa do Flamengo. A presença dos alemães foi também uma aula de simpatia e carisma.
(Imagem: Getty Images / FIFA)
● Assim como foi com Brasil e Itália, a Alemanha teve que esperar 24 anos entre o tri e o tetracampeonato.
Essa foi a terceira final de Copa do Mundo disputada entre alemães e argentinos – o confronto que mais se repetiu nas decisões. Em 1986, a Argentina de Diego Maradona venceu. Em 1990, a Alemanha de Lothar Matthäus deu o troco. Coincidentemente, os hermanos perderam as duas vezes em que jogaram de camisa azul (1990 e 2014).
Curiosamente, Gonzalo Higuaín tentou mais chutes a gol na final de 2014 do que o total de finalizações da seleção albiceleste na decisão da Copa de 1990 (uma só).
A Alemanha se tornou a primeira seleção europeia a vencer um Mundial no continente americano.
Ao conquistar o quarto título, a Alemanha se igualou à Itália como a seleção europeia com mais Copas do Mundo.
Discutivelmente, Lionel Messi foi eleito o melhor jogador da competição. Antes dele, apenas um argentino havia ganhado essa honraria: Diego Armando Maradona, em 1986.
Manuel Neuer ficou quatro partidas sem sofrer gols. Dentre todos os goleiros alemães, apenas Oliver Kahn, em 2002, conseguiu ficar mais jogos invicto (cinco).
Miroslav Klose se tornou o segundo jogador com mais partidas na história das Copas do Mundo, com 24. Só fica atrás de seu conterrâneo Lothar Matthäus, com 25. Além disso, Klose é o maior artilheiro da história das Copas, com 16 gols.
(Imagem: Getty Images / FIFA)
● FICHA TÉCNICA: |
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ALEMANHA 1 x 0 ARGENTINA |
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Data: 13/07/2014 Horário: 16h00 locais Estádio: Maracanã Público: 74.738 Cidade: Rio de Janeiro (Brasil) Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália) |
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ALEMANHA (4-3-3): |
ARGENTINA (4-3-3): |
1 Manuel Neuer (G) |
1 Sergio Romero (G) |
16 Phillip Lahm (C) |
4 Pablo Zabaleta |
20 Jérôme Boateng |
15 Martín Demichelis |
5 Mats Hummels |
2 Ezequiel Garay |
4 Benedikt Höwedes |
16 Marcos Rojo |
23 Christoph Kramer |
14 Javier Mascherano |
7 Bastian Schweinsteiger |
6 Lucas Biglia |
18 Toni Kroos |
8 Enzo Pérez |
8 Mesut Özil |
22 Ezequiel Lavezzi |
13 Thomas Müller |
10 Lionel Messi (C) |
11 Miroslav Klose |
9 Gonzalo Higuaín |
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Técnico: Joachim Löw |
Técnico: Alejandro Sabella |
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SUPLENTES: |
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22 Roman Weidenfeller (G) |
12 Agustín Orión (G) |
12 Ron-Robert Zieler (G) |
21 Mariano Andújar (G) |
3 Matthias Ginter |
3 Hugo Campagnaro |
17 Per Mertesacker |
17 Federico Fernández |
21 Shkodran Mustafi (lesionado) |
23 José María Basanta |
15 Erik Durm |
13 Augusto Fernández |
2 Kevin Großkreutz |
5 Fernando Gago |
6 Sami Khedira (lesionado) |
19 Ricky Álvarez |
14 Julian Draxler |
11 Maxi Rodríguez |
19 Mario Götze |
7 Ángel Di María |
9 André Schürrle |
18 Rodrigo Palacio |
10 Łukas Podolski |
20 Sergio Agüero |
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GOL: 113′ Mario Götze (ALE) |
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CARTÕES AMARELOS: |
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29′ Bastian Schweinsteiger (ALE) |
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34′ Benedikt Höwedes (ALE) |
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64′ Javier Mascherano (ARG) |
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65′ Sergio Agüero (ARG) |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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31′ Christoph Kramer (ALE) ↓ |
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André Schürrle (ALE) ↑ |
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INTERVALO Ezequiel Lavezzi (ARG) ↓ |
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Sergio Agüero (ARG) ↑ |
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78′ Gonzalo Higuaín (ARG) ↓ |
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Rodrigo Palacio (ARG) ↑ |
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86′ Enzo Pérez (ARG) ↓ |
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Fernando Gago (ARG) ↑ |
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88′ Miroslav Klose (ALE) ↓ |
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Mario Götze (ALE) ↑ |
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120′ Mesut Özil (ALE) ↓ |
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Per Mertesacker (ALE) ↑ |
Melhores momentos da partida:
Três pontos sobre…
… 03/07/2010 – Alemanha 4 x 0 Argentina
(Imagem: UOL)
● Alemanha e Argentina haviam se enfrentado nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006 e o jogo terminou em discussão e pancadaria, após a vitória germânica nos pênaltis. Na África do sul, se encontravam novamente nas quartas de final e vários personagens se repetiam, mas eram outros times em relação a quatro anos antes.
Em busca de encerrar a fila de 24 anos sem o título mundial, a Argentina juntou seus dois maiores nomes em todos os tempos: Lionel Messi em campo e Diego Armando Maradona como técnico. Treinando a seleção albiceleste desde outubro de 2008, Don Diego esperava transferir seu status de divindade a Messi, que ainda não havia feito uma grande competição com a camisa da seleção. Em 2009, Messi tinha sido eleito o melhor jogador do mundo pela primeira vez e estava chegando em seu auge técnico, treinado por Pep Guardiola no Barcelona.
Entre os 23 nomes convocados, alguns nomes de confiança de Maradona, como os veteraníssimos Juan Sebastián Verón (35 anos) e Martín Palermo (38). Mas outros homes históricos foram deixados de fora, como Javier Zanetti, Esteban Cambiasso e Juan Román Riquelme.
A defesa do goleiro Sergio Romero jogava em linha e era composta por Nicolás Otamendi, Martín Demichelis, Nicolás Burdisso e Gabriel Heinze, sem os avanços dos laterais. No meio, o capitão Javier Mascherano fazia a proteção, enquanto Maxi Rodríguez era o meia pela direita e Ángel Di María era seu espelho pela esquerda. Lionel Messi era o enganche, responsável pela criação das jogadas para a dupla de ataque, composta por Carlos Tevez e Gonzalo Higuaín. No banco, contava com ótimas opções do meio para frente, especialmente Kun Agüero (genro do treinador) e Diego Milito (em fase esplendorosa na Inter de Milão).
Na primeira fase, a Argentina enfrentou a Nigéria (como sempre) e venceu por 1 x 0. Na segunda partida, goleada sobre a Coreia do Sul por 4 x 1, com direito a um “hat trick” de Huguaín. No terceiro jogo, bateu a Grécia por 2 x 0. Nas oitavas de final, sofreu um pouco, mas venceu o México por 3 x 1.
(Imagem: BBC)
● O técnico Joachim Löw substituiu Jürgen Klinsmann em 2006 e levou a Alemanha ao vice-campeonato da Eurocopa dois anos depois, ganhando prestígio no país. Mas o comandante tinha vários desfalques de última hora para a disputa do Mundial. O zagueiro Heiko Westermann era cotado como titular, mas se machucou em um amistoso pouco antes de o técnico definir a lista dos 23 convocados.
Löw também não pôde contar com seus dois goleiros principais. Robert Enke seria o número 1, mas foi acometido de uma depressão e cometeu suicídio em novembro do ano anterior. René Adler quebrou as costelas às vésperas da convocação. Com isso, fram convocados Manuel Neuer (então no Schalke 04), Tim Wiese (que se tornaria fisiculturista e lutador de Wrestling tempos depois) e o veterano Hans-Jörg Butt, de 36 anos.
Mas a pior perda foi a do capitão Michael Ballack. Ele se contundiu dia 16 de maio, ao sofrer uma pancada no tornozelo desferida por Kevin-Prince Boateng. Prince é nascido na Alemanha, mas optou por representar a seleção de Gana (país de origem de seus pais). Na final da Copa da Inglaterra, ele atuava no Portsmouth e havia levado um tapa na cara de Ballack, do Chelsea, resolvendo revidar com a entrada dura. Curiosamente, essa lesão que afastou Ballack abriu espaço para a convocação de seu irmão Jérôme Boateng. Ao contrário de Prince, Jérôme optou por defender a seleção alemã e eles se tornariam os primeiros irmãos a se enfrentarem em uma Copa do Mundo, na terceira partida da primeira fase de 2010.
A defesa contava com o capitão Philipp Lahm e Jérôme Boateng nas laterais e o miolo de zaga tinha os lentos e experientes Per Mertesacker e Arne Friedrich. Com a perda de Ballack, o renovado meio campo contava com Sami Khedira e Bastian Schweinsteiger fazendo o balanço defensivo para a criação de Mesut Özil. Thomas Müller e Łukas Podolski eram os pontas e o inoxidável Miroslav Klose era o principal responsável pelos gols. No banco, destaques para o ainda jovem Toni Kroos, o meia Piotr Trochowski (que sempre entrava durante os jogos), além dos atacantes Mario Gómez e Cacau (nascido no Brasil).
Na fase de grupos, a Alemanha goleou a Austrália por 4 x 0 na estreia. Depois, perdeu para a Sérvia por 1 x 0 e venceu Gana pelo mesmo placar. Nas oitavas, a Alemanha se vingou de 1966 e goleou a Inglaterra por 4 x 1.
Joachim Löw armou a Alemanha no sistema 4-2-3-1.
Maradona escalou a Argentina no 4-3-1-2, com Messi fazendo o papel de “enganche”.
● As duas equipes haviam se enfrentado quatro meses antes em um amistoso, com vitória argentina por 1 x 0, com gol de Higuaín em passe de Di María. Felizmente a troca de provocações na véspera do jogo não se refletiu em campo.
A Alemanha queria decidir logo a sua sorte e armou uma “blitzkrieg” (“guerra relâmpago”). E conseguiu ser recompensada ao abrir o placar logo aos três minutos de partida. Schweinsteiger cobrou falta do bico esquerdo da área e Thomas Müller se antecipou a marcação de Otamendi para cabecear para o fundo das redes, contando com o mau posicionamento do goleiro argentino Romero.
A partir daí, o que se viu foi os sul-americanos tentarem ir à frente na base do talento individual, mas não conseguindo passar pela barreira defensiva alemã.
Aos 22′, Messi criou a jogada para Tevez, mas Neuer se antecipou para ficar com a bola.
Dois minutos depois, os germânicos deram o troco. Müller avançou pela direita e tocou para a marca do pênalti, mas Klose finalizou por cima.
Aos 32 min, Tevez puxou contragolpe e tocou para Di María, que invadiu a área e chutou fraco para a defesa de Neuer.
Com 55% de posse de bola, a Argentina até tentava criar, mas não conseguia finalizar com perigo. A Alemanha recuou demais e chegou a temer pelo empate.
(Imagem: Globo Esporte)
Aos três minutos do segundo tempo, Di María chutou da intermediária e a bola passou raspando à trave direita do arqueiro alemão.
Pecando muito nas finalizações, a Argentina tentava atacar desordenadamente e cedia espaços em sua defesa. Bastian Schweinsteiger era um monstro no meio de campo e a marcação sob pressão dos europeus encurtava os espaços e não deixava Messi se criar. O time argentino não tinha comando e a Alemanha explorava a fragilidade da marcação adversária. Mascherano sozinho não conseguia parar o rápido ataque teutônico, que foi mais eficiente nas chances que teve.
Na metade da etapa final, Sami Khedira avançou pela esquerda e tocou para Thomas Müller. Mesmo caído, ele conseguiu fazer o passe para Podolski cruzar rasteiro para o implacável Miroslav Klose ampliar o marcador.
Seis minutos depois, Schweinsteiger passou por Di María, Higuaín e Pastore e cruzou rasteiro para o zagueiro Friedrich fazer o terceiro gol alemão.
No último minuto do tempo normal, Schweinsteiger puxou contra-ataque e passou para Özil cruzar da esquerda para Klose bater de primeira no contrapé do goleiro Romero e marcar seu 14º gol na história das Copas – ficando a um tento de igualar Ronaldo Fenômeno.
Thomas Müller, melhor jogador alemão no Mundial, recebeu o segundo cartão amarelo na fase final da competição e estava suspenso para a semifinal contra a Espanha. A Alemanha até tentou segurar o irresistível “tiki-taka” espanhol, mas perdeu por 1 x 0, com um gol de cabeça de Carles Puyol. Na decisão do 3º lugar, venceu o renascido Uruguai por 3 x 2.
(Imagem: Goal)
● FICHA TÉCNICA: |
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ALEMANHA 4 x 0 ARGENTINA |
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Data: 03/07/2010 Horário: 16h00 locais Estádio: Green Point Público: 64.100 Cidade: Cidade do Cabo (África do Sul) Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão) |
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ALEMANHA (4-2-3-1): |
ARGENTINA (4-3-1-2): |
1 Manuel Neuer (G) |
22 Sergio Romero (G) |
16 Philipp Lahm (C) |
15 Nicolás Otamendi |
17 Per Mertesacker |
2 Martín Demichelis |
3 Arne Friedrich |
4 Nicolás Burdisso |
20 Jérôme Boateng |
6 Gabriel Heinze |
6 Sami Khedira |
14 Javier Mascherano (C) |
7 Bastian Schweinsteiger |
20 Maxi Rodríguez |
13 Thomas Müller |
7 Ángel Di María |
8 Mesut Özil |
10 Lionel Messi |
10 Łukas Podolski |
11 Carlos Tevez |
11 Miroslav Klose |
9 Gonzalo Higuaín |
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Técnico: Joachim Löw |
Técnico: Diego Armando Maradona |
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SUPLENTES: |
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12 Tim Wiese (G) |
21 Mariano Andújar (G) |
22 Hans-Jörg Butt (G) |
1 Diego Pozo (G) |
5 Serdar Tasci |
12 Ariel Garcé |
4 Dennis Aogo |
13 Walter Samuel |
14 Holger Badstuber |
3 Clemente Rodríguez |
2 Marcell Jansen |
5 Mario Bolatti |
18 Toni Kroos |
17 Jonás Gutiérrez |
15 Piotr Trochowski |
8 Juan Sebastián Verón |
21 Marko Marin |
23 Javier Pastore |
19 Cacau |
16 Sergio Agüero |
9 Stefan Kießling |
19 Diego Milito |
23 Mario Gómez |
18 Martín Palermo |
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GOLS: |
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3′ Thomas Müller (ALE) |
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68′ Miroslav Klose (ALE) |
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74′ Arne Friedrich (ALE) |
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89′ Miroslav Klose (ALE) |
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CARTÕES AMARELOS: |
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11′ Nicolás Otamendi (ARG) |
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35′ Thomas Müller (ALE) |
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80′ Javier Mascherano (ARG) |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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70′ Nicolás Otamendi (ARG) ↓ |
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Javier Pastore (ARG) ↑ |
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72′ Jérôme Boateng (ALE) ↓ |
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Marcell Jansen (ALE) ↑ |
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75′ Ángel Di María (ARG) ↓ |
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Sergio Agüero (ARG) ↑ |
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77′ Sami Khedira (ALE) ↓ |
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Toni Kroos (ALE) ↑ |
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84′ Thomas Müller (ALE) ↓ |
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Piotr Trochowski (ALE) ↑ |
Gols da partida:
Gols do jogo (em português) e reportagem da Rede Globo:
Três pontos sobre…
… 30/06/2018 – França 4 x 3 Argentina
(Imagem: FIFA.com)
● Essa partida já entrou para a história das Copas do Mundo. Sete gols, sendo três golaços.
Foi o primeiro confronto entra campeões mundiais na Copa de 2018. E nas oitavas de final, quem perdesse cairia fora e embarcaria de volta para o seu país. Como esperado, a França venceu. Mas se enganou quem pensou que fosse fácil.
Foi uma prova de maturidade da seleção francesa. Se já era uma boa equipe, que foi vice-campeã da Eurocopa de 2016, agora subiu de nível. Com apenas 19 anos, Kylian Mbappé era o que faltava para subir essa França de nível. Um extra-classe. Um menino, que jogou como gente grande hoje.
Didier Deschamps escalou a França no 4-3-3. Sem a bola, Mbappé e Griezmann recuavam e o sistema se transformava no 4-2-3-1.
Jorge Sampaoli mandou sua equipe a campo com um 4-3-3 no papel. Na prática, tendo Messi como único atacante e com muita mobilidade, acabava sendo um 4-3-2-1.
● No comecinho do jogo, Griezmann cobrou uma falta no travessão. Era uma bela amostra do que queria a França.
Mas o favoritismo começou a se transformar em números aos onze minutos de jogo. Após uma roubada de bola, Mbappé avançou com a bola desde perto de sua área defensiva até a área adversária. Nesse trajeto de cerca de 70 metros, deixou quatro adversários para trás. Para evitar o gol certo, Rojo teve que pará-lo segurando-o dentro da área. Penalidade clara, que Griezmann cobrou no canto esquerdo, deslocando o goleiro Armani.
Pouco depois, Griezmann passou fácil por Rojo, foi à linha de fundo, bateu para o meio da área, mas Armani pegou. E isso seria uma das poucas coisas que Griezmann fez hoje com a bola rolando, ofuscado por Mbappé.
E a França não forçou o jogo para ampliar. Por muito tempo, deu a bola para a Argentina e esperou o contra-ataque que demorou a vir. E levou o empate.
Aos 41′, Pavón começou a jogada pela esquerda e Banega viu Di María sozinho na intermediária. Kanté deu um raro espaço no meio e o camisa 11 acertou um raro tiro, no canto esquerdo do e Lloris, sem chances para o goleiro. Um dentre os vários golaços desse jogo.
A virada albiceleste veio aos 3 min do segundo tempo. Banega cobrou falta para a área, Pogba desviou mal e a bola sobrou com Messi. Quando Ele pega a bola dentro da área, tende a sair algo bom. Ele girou sobre a marcação de Matuidi e chutou fraco, mas a bola desviou em Mercado no meio do caminho e tomou o rumo do gol. Agora, os hermanos estavam na frente!
Mas foi por pouco tempo, só por nove minutos. Para estragar o meu palpite no bolão, Matuidi lançou na ponta esquerda para Lucas Hernández que cruzou para a área. A bola passou por todo mundo e encontrou o outro lateral, Pavard, que emendou um chutaço de primeira e a bola foi rodopiando até ter seu caminho interrompido ao bater nas redes do ângulo esquerdo. Um dos mais belos gols da Copa.
Aos 19′, Hernández apareceu novamente bem no apoio cruzando rasteiro para o meio da área. Matuidi chutou em cima da zaga e a bola sobrou para Mbappé. O prodígio parisiense cortou para a esquerda, chutou a queima roupa e a bola passou por baixo de Armani. Era uma nova virada, dessa vez francesa.
(Imagem: FIFA.com)
E Les Bleus queriam mais. E conseguiram quatro minutos depois. Em um ataque muito veloz, a bola começou com o goleiro Lloris, passou com passes verticais por Kanté, Griezmann e Matuidi, até Giroud dar o último toque e deixar Mbappé em condições de chutar cruzado, fazendo o quarto gol francês. Em termos coletivos, foi o gol mais lindo desse mundial. Mbappé se tornou o segundo jogador mais jovem a fazer dois gols em um jogo de Copa. Só perde para um tal de Pelé, que tinha 17 anos em 1958.
Depois, Pogba limpou a marcação e abriu com Giroud na esquerda. O centroavante dominou, mas chutou na rede pelo lado de fora. Muita gente gritou gol no estádio.
Próximo ao fim do tempo regulamentar, Mascherano roubou a bola no campo de ataque e ela ficou com Messi. O camisa 10 arrancou do jeito que gosta, passou no meio de dois marcadores, mas finalizou fraco de direita, para a defesa fácil de Lloris.
Já nos acréscimos, aos 47′, Messi dominou na meia direita e cruzou na cabeça de Kun Agüero, que cabeceou forte no canto direito baixo, sem chances para o goleiro francês.
Mas era tarde demais. Ainda deu tempo de ter uma confusão entre os jogadores. Onde tem Argentina perdendo, costuma ter confusão. Mercado derrubou Pogba e Otamendi chutou a bola nas costas do francês, que estava caído no chão. Houve uma troca de empurrões dos dois lados e o árbitro iraniano Alireza Faghani conduziu bem a situação. Enquanto isso, o tempo foi se esgotando, junto com a chance dos argentinos.
No último lance do jogo, Pavón chutou cruzado para o meio da área, mas Di María desviou mal e perdeu a última chance de levar o jogo para a prorrogação.
(Imagem: FIFA.com)
● A cada erro dos colegas ou a cada gol sofrido por sua equipe, Messi só abaixava a cabeça. Nunca justificou o papel de liderança que a braçadeira de capitão lhe sugeria. É um dos maiores craques que o futebol já viu. É um dos grandes gênios dentre todos os segmentos na história da humanidade. Mas nunca foi líder. E se despede de uma Copa em que fez um golaço importante contra a Nigéria, mas é muito pouco perto do que ele é capaz de produzir. Culpa dele, que nos acostumou mal.
Mas Messi não é o culpado de tudo. A confusão na AFA (Associação de Futebol Argentina) existe desde sempre, mas ficou acentuada após a morte do ex-presidente Julio Grondona. Em 2015, uma eleição na entidade, que tinham 75 votantes, terminou empatada em 38 a 38. Nesse ciclo desde a última Copa, foram três técnicos e três rupturas de estilos de jogo: Gerardo “Tata” Martino, mais técnico; Edgardo Bauza, mais de marcação; e Jorge Sampaoli, um “bielsista” tão maluco quanto seu mestre.
É fato que Sampaoli não convocou bem e depositou confiança em quem não deveria. Com a lesão do goleiro Romero, deu chances a Caballero ao invés de escalar logo Armani. No meio, convocou Biglia machucado e manteve Mascherano como titular, mesmo que o “Jefecito” se mostrasse cada dia mais fora de forma. Levou a campo muitas vezes Mezza e Pavón, quando tinha Paulo Dybala no banco. Utilizou Messi de atacante, tendo no elenco Agüero e Higuaín – fora Mauri Icardi, que nem foi convocado.
Sem falar na mudança repentina dos sistemas táticos. Em quase todas as partidas das eliminatórias e em amistosos, Sampaoli escalou sua seleção no 3-4-3. Na Copa, optou pelo 4-4-2 na estreia, quando empatou com a Islândia por 1 a 1. Na segunda partida, voltou ao 3-4-3 e foi goleado pela Croácia por 3 a 0. Contra a Nigéria, regressou ao 4-4-2. Hoje, foi uma espécie de 4-3-2-1, com Messi isolado no ataque.
O universo todo sabe que a defesa argentina é frágil. E, desde a saída de Alejandro Sabella em 2014, nenhum técnico conseguiu dar consistência ao setor, independentemente dos jogadores. Esse conjunto de problemas levou a Argentina de volta para a casa precocemente. Pode ter sido o fim dessa geração talentosa, mas que não traduziu sua qualidade em títulos: Lionel Messi, Javier Mascherano, Ángel Di María, Kun Agüero, Gonzalo Higuaín e outros.
Como era esperado desde antes da Copa, a França segue firme nas quartas de final, onde vai enfrentar o Uruguai, que eliminou Portugal com uma vitória de 2 a 1 hoje.
(Imagem: FIFA.com)
● FICHA TÉCNICA: |
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FRANÇA 4 x 3 ARGENTINA |
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Data: 30/06/2018 Horário: 17h00 locais Estádio: Arena Kazan Público: 42.873 Cidade: Kazan (Rússia) Árbitro: Alireza Faghani (Irã) |
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FRANÇA (4-3-3): |
ARGENTINA (4-3-3): |
1 Hugo Lloris (G)(C) |
12 Franco Armani (G) |
2 Benjamin Pavard |
2 Gabriel Mercado |
4 Raphaël Varane |
17 Nicolás Otamendi |
5 Samuel Umtiti |
16 Marcos Rojo |
21 Lucas Hernández |
3 Nicolás Tagliafico |
13 N’Golo Kanté |
14 Javier Mascherano |
6 Paul Pogba |
15 Enzo Pérez |
14 Blaise Matuidi |
7 Éver Banega |
10 Kylian Mbappé |
11 Ángel Di María |
7 Antoine Griezmann |
22 Cristian Pavón |
9 Olivier Giroud |
10 Lionel Messi (C) |
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Técnico: Didier Deschamps |
Técnico: Jorge Sampaoli |
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SUPLENTES: |
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16 Steve Mandanda (G) |
23 Willy Caballero (G) |
23 Alphonse Areola (G) |
1 Nahuel Guzmán (G) |
19 Djibril Sidibé |
6 Federico Fazio |
3 Presnel Kimpembe |
4 Cristian Ansaldi |
17 Adil Rami |
8 Marcos Acuña |
22 Benjamin Mendy |
18 Eduardo Salvio |
15 Steven Nzonzi |
5 Lucas Biglia |
12 Corentin Tolisso |
20 Giovani Lo Celso |
8 Thomas Lemar |
13 Maximiliano Meza |
18 Nabil Fekir |
21 Paulo Dybala |
20 Florian Thauvin |
19 Sergio Agüero |
11 Ousmane Dembélé |
9 Gonzalo Higuaín |
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GOLS: |
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13′ Antoine Griezmann (FRA)(pen) |
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41′ Ángel Di María (ARG) |
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48′ Gabriel Mercado (ARG) |
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57′ Benjamin Pavard (FRA) |
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64′ Kylian Mbappé (FRA) |
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68′ Kylian Mbappé (FRA) |
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90+3′ Sergio Agüero (ARG) |
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CARTÕES AMARELOS: |
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11′ Marcos Rojo (ARG) |
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19′ Nicolás Tagliafico (ARG) |
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43′ Javier Mascherano (ARG) |
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50′ Éver Banega (ARG) |
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72′ Blaise Matuidi (FRA) |
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73′ Benjamin Pavard (FRA) |
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90+3′ Nicolás Otamendi (ARG) |
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90+3′ Olivier Giroud (FRA) |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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INTERVALO Marcos Rojo (ARG) ↓ |
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Federico Fazio ↑ |
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66′ Enzo Pérez (ARG) ↓ |
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Sergio Agüero (ARG) ↑ |
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75′ Cristian Pavón (ARG) ↓ |
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Maximiliano Meza (ARG) ↑ |
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75′ Blaise Matuidi (FRA) ↓ |
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Corentin Tolisso (FRA) ↑ |
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83′ Antoine Griezmann (FRA) ↓ |
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Nabil Fekir (FRA) ↑ |
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89′ Kylian Mbappé (FRA) ↓ |
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Florian Thauvin (FRA) ↑ |
Gols da partida:
Três pontos sobre…
… Barcelona 6 x 1 Paris Saint-Germain
(Imagem: UOL)
Sei que minhas opiniões sobre esse jogo são bastante ácidas, mas…
● Primeiramente, vamos recordar que no jogo da ida em Paris, o PSG humilhou o Barça e poderia ter vencido por muito mais que os 4 x 0, mas… o time francês tem um preciosismo tão grande nas finalizações, que não concretizou as chances criadas. Assim também foi no jogo de hoje, em que teve três oportunidades para liquidar de vez o confronto, duas com Cavani e uma com Di María, mas não o fez. De qualquer forma, exceto essas poucas chances (mas que foram claríssimas), o PSG nada criou, não só por demérito próprio e a estratégia traçada pelo técnico Unai Emery, que escalou e substituiu mal. Um gestor que possui recursos, mas não os utilizou da melhor forma possível. Emery já provou seu valor em equipes menores, mas prova também que ainda não tem o tamanho que o Paris Saint-Germain acha que possui em nível continental.
Mas foi também mérito do adversário. Foi um jogo espetacular do Barcelona, em que tudo deu certo. A alma que faltou em Paris sobrou na Catalunha. A alteração tática recente de Luis Enrique, escalando o time praticamente em um 3-3-4, tornou o time ainda mais ofensivo e ocupando todos os espaços. O Barcelona aproveitou as poucas oportunidades do primeiro tempo e após fazer o 3 x 0 no início do segundo, levou o gol. Seria um balde de água fria para qualquer time, mas não para esse Barça!
Neymar Jr acabou sendo o principal nome de um maravilhoso Barcelona. Quando tudo parecia perdido, Neymar cobrou uma falta com maestria, colocando o Barça no jogo de novo. Também converteu um pênalti em um momento de pressão, cavou um pênalti “mandrake” e, no último lance da partida, não se desesperou como faria um reles mortal e, com frieza extrema, colocou “com açúcar” a bola no pé salvador de Sergi Roberto. Neymar jogou como o melhor jogador do mundo. Hoje podemos dizer que “Neymar teve um dia de ‘Messi'”.
(Imagem: Goal)
● Mas a arbitragem apareceu novamente. É incrível que na Europa quase todos os lances duvidosos são favoráveis a Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique. Na dúvida, marcam a favor deles; se não tem o que marcar, inventam. Incrível. São os três melhores e mais consistentes times do mundo, tendo uma vaga cativa nas semifinais da UCL nos últimos anos. A diferença técnica e financeira entre esses clubes e os outros é absurda. Não precisam disso para serem os maiores do mundo.
Mas foi uma atuação para esquecer do árbitro alemão Denis Aytekin. Foram quatro lances capitais, interpretativos e muitos discutíveis, todos decididos em favor do Barcelona. O primeiro foi um cruzamento de Draxler que foi cortado por um carrinho de Mascherano, cuja bola parou no braço do argentino. O juiz interpretou como toque acidental e não marcou pênalti. No segundo lance polêmico, o lateral Meunier dançou e o belga caiu, derrubando o brasileiro com a cabeça. Dessa vez o árbitro marcou pênalti, convertido por Messi. O terceiro lance foi uma “botinada” por trás de Neymar no amigo Marquinhos. Na minha terra, isso é pra cartão vermelho direto e indiscutível. Creio que em todo lugar seria, menos para quem veste a camisa blaugrana. No quarto lance não tem nem discussão. Messi lançou Suárez, que foi suavemente tocado por Marquinhos. Lógico que Luisito se jogou, ao ver o braço do brasileiro à sua frente. O uruguaio parecia uma bailarina em ação e o juiz alemão marcou (outro) pênalti inexistente, convertido por Neymar.
● Mas não foi (só) isso que classificou o time catalão. Ao PSG e ao mundo do futebol, fica claro que a covardia nunca merece ser premiada e um time que deixa uma vantagem de quatro gols escapar não merece ser campeão da Champions. Ao Barça, parabéns pela entrega dentro de campo e por ter aproveitado as chances da melhor forma; parabéns pelo apoio dessa torcida única; parabéns pela atuação mágica de Neymar Jr. Mas agradeça também (um pouquinho) à arbitragem e (muito) ao acovardado Paris Saint-Germain.
Em 62 anos de UEFA Champions League, foi a primeira vez em que uma equipe conseguiu reverter um resultado negativo de quatro ou mais gols de diferença no jogo da ida de uma partida eliminatória. Foi algo sem precedentes no alto nível do futebol. Foi uma classificação épica e muito merecida. Por tudo que fez, o Barcelona segue como o principal favorito para conquistar a UCL 2016/17.