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… Um Messi sozinho não faz verão

Três pontos sobre…
… Um Messi sozinho não faz verão

(Imagem: Albert Gea / Reuters)

● Juro que tenho pena de Lionel Messi. Um dos maiores jogadores da história do futebol não merecia passar pelas humilhações que o clube tem sofrido sistematicamente nas últimas temporadas – falando especificamente da UEFA Champions League, claro.

Pouco adiantou a arbitragem marcar um pênalti mandraque a favor dos culés. Serviu apenas para Messi marcar aquele que pode ser seu último gol com a camisa do Barça no Camp Nou pela Champions.

Mas, rapidamente, Kylian Mbappé anotou o seu primeiro, em uma bela jogada coletiva. Marquinhos fez o lançamento para a esquerda, Kurzawa cruzou de primeira para o meio, Verratti deu um toque mágico e Mbappé tirou a marcação e encheu o pé esquerdo. Um golaço.

Depois disso, só deu PSG. Enquanto a estrela de Messi se apagava, a de Mbappé estava “on fire”.

Em outro lançamento longo, Florenzi cruzou da direita e o jovem francês mandou para as redes.

O terceiro foi de Moise Kean, que aproveitou cobrança de falta de Paredes pela esquerda e apareceu para cabecear sozinho para o gol, em outra bobeira da zaga blaugrana.

O golpe de misericórdia foi a cinco minutos do fim. Draxler puxou um contra-ataque de manual e deixou na medida para Mbappé marcar seu “hat trick” e levar a nova bola da Champions para casa. Mais que merecido.

(Sinceramente, não sei onde Neymar se encaixaria como titular nesse time do PSG hoje…)

(Imagem: Getty Images)

● Tendo que reverter no Parc de Princes o resultado adverso de 4 x 1, é bem provável que essa seja mais uma vergonha culé nas últimas Champions.

E, se o gênio Lionel Messi quiser jogar em um time competitivo em nível continental, deverá sair do Barcelona. PSG, Manchester City e vários outros, estão mais perto do protagonismo do que seu time atual.

Pobre Barcelona… sem Messi pra salvar o time, afundado em uma crise econômica, política, técnica, tática e de identidade, provavelmente se tornará um clube como é o Milan: pode até fazer uma ou outra boa campanha… pode até ter o respeito pelo passado… mas será visto como um time inofensivo.

É incrível como uma malfadada administração consegue destruir um clube (alô São Paulo, Cruzeiro e Cia.). Josep Maria Bartomeu deveria ter vergonha por ter conseguido apequenar um clube com a estrutura do Barcelona, uma das mais pesadas camisas do mundo.

● Na outra partida do dia, jogando em Budapeste, mas com mando do RB Leipzig, o Liverpool venceu por 2 a 0 (gols de Mohamed Salah e Sadio Mané) e abriu boa vantagem.

… Barcelona 6 x 1 Paris Saint-Germain

Três pontos sobre…
… Barcelona 6 x 1 Paris Saint-Germain


(Imagem: UOL)

Sei que minhas opiniões sobre esse jogo são bastante ácidas, mas…

● Primeiramente, vamos recordar que no jogo da ida em Paris, o PSG humilhou o Barça e poderia ter vencido por muito mais que os 4 x 0, mas… o time francês tem um preciosismo tão grande nas finalizações, que não concretizou as chances criadas. Assim também foi no jogo de hoje, em que teve três oportunidades para liquidar de vez o confronto, duas com Cavani e uma com Di María, mas não o fez. De qualquer forma, exceto essas poucas chances (mas que foram claríssimas), o PSG nada criou, não só por demérito próprio e a estratégia traçada pelo técnico Unai Emery, que escalou e substituiu mal. Um gestor que possui recursos, mas não os utilizou da melhor forma possível. Emery já provou seu valor em equipes menores, mas prova também que ainda não tem o tamanho que o Paris Saint-Germain acha que possui em nível continental.

Mas foi também mérito do adversário. Foi um jogo espetacular do Barcelona, em que tudo deu certo. A alma que faltou em Paris sobrou na Catalunha. A alteração tática recente de Luis Enrique, escalando o time praticamente em um 3-3-4, tornou o time ainda mais ofensivo e ocupando todos os espaços. O Barcelona aproveitou as poucas oportunidades do primeiro tempo e após fazer o 3 x 0 no início do segundo, levou o gol. Seria um balde de água fria para qualquer time, mas não para esse Barça!

Neymar Jr acabou sendo o principal nome de um maravilhoso Barcelona. Quando tudo parecia perdido, Neymar cobrou uma falta com maestria, colocando o Barça no jogo de novo. Também converteu um pênalti em um momento de pressão, cavou um pênalti “mandrake” e, no último lance da partida, não se desesperou como faria um reles mortal e, com frieza extrema, colocou “com açúcar” a bola no pé salvador de Sergi Roberto. Neymar jogou como o melhor jogador do mundo. Hoje podemos dizer que “Neymar teve um dia de ‘Messi'”.

(Imagem: Goal)

● Mas a arbitragem apareceu novamente. É incrível que na Europa quase todos os lances duvidosos são favoráveis a Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique. Na dúvida, marcam a favor deles; se não tem o que marcar, inventam. Incrível. São os três melhores e mais consistentes times do mundo, tendo uma vaga cativa nas semifinais da UCL nos últimos anos. A diferença técnica e financeira entre esses clubes e os outros é absurda. Não precisam disso para serem os maiores do mundo.

Mas foi uma atuação para esquecer do árbitro alemão Denis Aytekin. Foram quatro lances capitais, interpretativos e muitos discutíveis, todos decididos em favor do Barcelona. O primeiro foi um cruzamento de Draxler que foi cortado por um carrinho de Mascherano, cuja bola parou no braço do argentino. O juiz interpretou como toque acidental e não marcou pênalti. No segundo lance polêmico, o lateral Meunier dançou e o belga caiu, derrubando o brasileiro com a cabeça. Dessa vez o árbitro marcou pênalti, convertido por Messi. O terceiro lance foi uma “botinada” por trás de Neymar no amigo Marquinhos. Na minha terra, isso é pra cartão vermelho direto e indiscutível. Creio que em todo lugar seria, menos para quem veste a camisa blaugrana. No quarto lance não tem nem discussão. Messi lançou Suárez, que foi suavemente tocado por Marquinhos. Lógico que Luisito se jogou, ao ver o braço do brasileiro à sua frente. O uruguaio parecia uma bailarina em ação e o juiz alemão marcou (outro) pênalti inexistente, convertido por Neymar.

● Mas não foi (só) isso que classificou o time catalão. Ao PSG e ao mundo do futebol, fica claro que a covardia nunca merece ser premiada e um time que deixa uma vantagem de quatro gols escapar não merece ser campeão da Champions. Ao Barça, parabéns pela entrega dentro de campo e por ter aproveitado as chances da melhor forma; parabéns pelo apoio dessa torcida única; parabéns pela atuação mágica de Neymar Jr. Mas agradeça também (um pouquinho) à arbitragem e (muito) ao acovardado Paris Saint-Germain.

Em 62 anos de UEFA Champions League, foi a primeira vez em que uma equipe conseguiu reverter um resultado negativo de quatro ou mais gols de diferença no jogo da ida de uma partida eliminatória. Foi algo sem precedentes no alto nível do futebol. Foi uma classificação épica e muito merecida. Por tudo que fez, o Barcelona segue como o principal favorito para conquistar a UCL 2016/17.