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… 14/06/2014 – Costa Rica 3 x 1 Uruguai

Três pontos sobre…
… 14/06/2014 – Costa Rica 3 x 1 Uruguai


(Imagem: Getty Images / FIFA)

● Em sua quarta Copa do Mundo (já havia disputado 1990, 2002 e 2006), a seleção da Costa Rica chegou totalmente sem expectativas. O único objetivo era não passar vergonha. Afinal, o que mais poderia esperar no “grupo da morte” – o único da história formado por três campeões mundiais: Uruguai, Inglaterra e Itália? A Costa Rica certamente serviria de sparring no Grupo D. E justamente por não ter nada a perder, daria tudo de si.

O técnico colombiano Jorge Luis Pinto montou um esquema tático teoricamente retranqueiro (5-4-1) e acabou forjando mesmo um sistema defensivo muito forte, liderado pelo goleiro Keylor Navas. Mas os Ticos sabiam como agredir o adversário, seja na técnica e no toque de bola, na bola parada, na velocidade contra-ataque ou nos chutes de longa distância.

Com muita velocidade e movimentação, o trio de ataque era muito perigoso, com os habilidosos Joel Campbell, Christian Bolaños e o capitão Bryan Ruiz. Os principais desfalques eram o lateral Bryan Oviedo e o atacante Álvaro Saborío, artilheiro do time nas eliminatórias da CONCACAF, com oito gols.


(Imagem: Getty Images / FIFA)

● No Mundial anterior, o Uruguai havia sido a melhor seleção sul-americana, com o quarto lugar. A evolução se seguiu e os charruas conquistaram a Copa América de 2011, quebrando um jejum de 16 anos.

Bem treinados pelo Maestro Óscar Tabárez, os charruas mantinham praticamente o mesmo elenco, com apenas seis modificações.

O forte dos uruguaios era o conjunto, mas alguns jogadores se destacavam pela qualidade técnica individual. A defesa era consistente, com os Diegos Godín e Lugano. O ataque estava em seu ápice, com Edison Cavani e Luis Suárez. Porém, nem tudo era maravilha. Faltava criatividade no meio e o goleiro Muslera nunca inspirou confiança.

E, se em 2014 estava quatro anos mais experiente e maduro (principalmente nos casos de Suárez e Cavani), também estava quatro anos mais envelhecido (casos de Lugano e Forlán – eleito o melhor jogador do Mundial de 2010).


O técnico colombiano Jorge Luis Pinto conseguiu armar uma defesa consistente, com cinco homens. No meio, se fechava com outra linha de quatro. E, quando esse paredão era vazado, ainda tinha outra muralha: o goleiro Keylor Navas.


Maestro Tabárez armou o Uruguai no sistema tático 4-4-2, com duas linha de quatro.

● Há uma ligação quase umbilical entre o futebol brasileiro e o uruguaio. Vários jogadores charruas são ídolos de clubes brasileiros. Até por isso, o ambiente no estádio Castelão era praticamente todo favorável ao Uruguai, com ampla maioria nas arquibancadas.

Mas, com o nível competitivo do futebol apresentado, a seleção da Costa Rica conquistou os brasileiros presentes – que costuma ter tendência a torcer para os mais fracos. Desde então a torcida brasileira passou a adotar a Costa Rica como segundo time.

O Uruguai tinha uma qualidade técnica muito superior ao seu adversário, mas não conseguiu transformar essa diferença em superioridade.

A principal estrela do duelo estava ausente. Luis Suárez estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e não foi pro jogo. Ele foi poupado para os duelos teoricamente mais difíceis, contra Inglaterra e Itália. O time sentiu muito a ausência de seu camisa 9, pois faltou criatividade e poder de fogo.

Mas ainda assim conseguiu abrir o placar. Aos 23 minutos do primeiro tempo, Diego Forlán cobrou falta da esquerda e Diego Lugano foi agarrado por Júnior Díaz dentro da área e o árbitro alemão Felix Brych marcou a penalidade. Edinson Cavani bateu com segurança no canto esquerdo de Navas. O goleiro até acertou o canto, mas não conseguiu pegar.


(Imagem: Getty Images / FIFA)

Minutos depois, um atacante costarriquenho também foi agarrado na área uruguaia em um lance muito parecido, mas o juiz não marcou nada. Dois pesos, duas medidas.

O Uruguai seguiu um pouco melhor em campo. Cebolla Rodríguez arrancou pelo meio, passou por dois costarriquenhos e abriu na esquerda para Forlán. O camisa 10 bateu de canhota do bico da grande área, a bola desviou em Duarte e tinha o caminho das redes. Mas Navas deu um tapa por cima e evitou o gol. Uma defesa de alto grau de dificuldade.

O ataque dos Ticos sofria com a falta de inspiração no primeiro tempo. Mas voltou aceso para a etapa final e virou o jogo na bola aérea.

Mesmo tendo jogadores altos e fortes, como Lugano e Godín, a defesa celeste sofreu muito nas bolas altas. Qualquer levantamento para a área uruguaia era um “Deus nos acuda”. Os dois gols da virada vieram de erros de posicionamento dos defensores celestes.

O primeiro foi aos nove minutos. Bryan Ruiz deu um passe vertical na direita para Bolaños, que escorou de primeira para Cristian Gamboa cruzar da linha de fundo. Celso Borges dividiu no alto com Lugano e a bola sobrou dentro da área para Joel Campbell dominar no peito e chutar forte, sem chances para Muslera.

Apenas três minutos depois ocorreu a surpreendente virada. Bolaños bateu falta da intermediária central. Óscar Duarte se livrou da marcação de Cristhian Stuani e apareceu na segunda trave para cabecear de peixinho. A bola entrou no canto esquerdo do goleiro uruguaio.

O meio campo uruguaio errava muitos passes, especialmente Walter Gargano. Ele cometeu várias faltas e não conseguiu marcar Bryan Ruiz, o articulador das jogadas costarriquenhas.

Com pouca criatividade e muito desespero, o Uruguai se atirou ao ataque, mas parou no bloqueio defensivo do adversário.

O golpe fatal veio a seis minutos do fim, em um contra-ataque. Campbell recebeu na direita e lançou rasteiro para Marco Ureña dentro da área. O atacante, que tinha acabado de entrar, deu apenas um toque para tirar de Muslera e marcar o terceiro gol dos Ticos.

No minuto final, Campbell (o melhor em campo) dominou na ponta esquerda e prendeu a bola para ganhar tempo. Impaciente, Maxi Pereira lhe deu uma rasteira e foi corretamente expulso de campo.

A vitória costarriquenha por 3 x 1 acabou surpreendendo a todos.


(Imagem: Getty Images / FIFA)

● Na segunda partida, o Uruguai venceu a Inglaterra por 2 x 1, com dois gols de Luisito Suárez. No terceiro jogo, vitória sobre a Itália por 1 x 0 (gol de Godín), quando houve a famosa mordida de Suárez em Giorgio Chiellini. Nas oitavas de final, já sem poder contar com Suárez – suspenso pela FIFA –, o Uruguai perdeu para a Colômbia por 2 x 0, com dois gols de James Rodríguez.

A Costa Rica levou seu sonho mais adiante. Ficou em primeiro de seu grupo, vencendo a Itália por 1 x 0 e empatando por 0 x 0 com a Inglaterra. Nas oitavas, empatou por 1 x 1 com a Grécia e venceu nos pênaltis por 5 x 3. Nas quartas, empatou sem gols com a Holanda. E acordou para a realidade após ser eliminada nas penalidades por 5 x 3. No fim, terminou em um honroso oitavo lugar e a melhor defesa do torneio, com apenas dois gols sofridos. Acabou sendo muito mais do que os mais otimistas e ferrenhos torcedores esperavam. E o time de Keylor Navas, Bryan Ruiz e Joel Campbell entrou positivamente para os almanaques das Copas.


(Imagem: Getty Images / FIFA)

FICHA TÉCNICA:

 

COSTA RICA 3 x 1 URUGUAI

 

Data: 14/06/2014

Horário: 16h00 locais

Estádio: Castelão

Público: 58.679

Cidade: Fortaleza (Brasil)

Árbitro: Felix Brych (Alemanha)

 

COSTA RICA (5-4-1):

URUGUAI (4-4-2):

1  Keylor Navas (G)

1  Fernando Muslera (G)

16 Cristian Gamboa

16 Maxi Pereira

6  Óscar Duarte

2  Diego Lugano (C)

3  Giancarlo González

3  Diego Godín

4  Michael Umaña

22 Martín Cáceres

15 Júnior Díaz

17 Egidio Arévalo Ríos

17 Yeltsin Tejeda

5  Walter Gargano

5  Celso Borges

7  Cristian Rodríguez

7  Christian Bolaños

11 Cristhian Stuani

10 Bryan Ruiz (C)

10 Diego Forlán

9  Joel Campbell

21 Edinson Cavani

 

Técnico: Jorge Luis Pinto

Técnico: Óscar Tabárez

 

SUPLENTES:

 

 

18 Patrick Pemberton (G)

23 Martín Silva (G)

23 Daniel Cambronero (G)

12 Rodrigo Muñoz (G)

2  Johnny Acosta

4  Jorge Fucile

8  David Myrie

13 José Giménez

19 Roy Miller

19 Sebastián Coates

12 Waylon Francis

6  Álvaro Pereira

13 Óscar Granados

15 Diego Pérez

22 José Miguel Cubero

20 Álvaro González

11 Michael Barrantes

14 Nicolás Lodeiro

20 Diego Calvo

18 Gastón Ramírez

14 Randall Brenes

8  Abel Hernández

21 Marco Ureña

9  Luis Suárez

 

GOLS:

24′ Edinson Cavani (URU) (pen)

54′ Joel Campbell (COS)

57′ Óscar Duarte (COS)

84′ Marco Ureña (COS)

 

CARTÕES AMARELOS:

50′ Diego Lugano (URU)

56′ Walter Gargano (URU)

81′ Martín Cáceres (URU)

 

CARTÃO VERMELHO:
90+4′ Maxi Pereira (URU)

 

SUBSTITUIÇÕES:

60′ Walter Gargano (URU) ↓

Álvaro González (URU) ↑

 

60′ Diego Forlán (URU) ↓

Nicolás Lodeiro (URU) ↑

 

75′ Yeltsin Tejeda (COS) ↓

José Miguel Cubero (COS) ↑

 

76′ Cristian Rodríguez (URU) ↓

Abel Hernández (URU) ↑

 

83′ Bryan Ruiz (COS) ↓

Marco Ureña (COS) ↑

 

89′ Christian Bolaños (COS) ↓

Michael Barrantes (COS) ↑

Melhores momentos da partida:

… 05/07/2014 – Holanda 0 x 0 Costa Rica

Três pontos sobre…
… 05/07/2014 – Holanda 0 x 0 Costa Rica


(Imagem: Reuters)

● A Costa Rica viajou ao Brasil para disputar a sua quarta Copa do Mundo com a intenção de não passar vergonha. Afinal, teoricamente teria poucas chances em um grupo com três campeões mundiais: Uruguai, Itália e Inglaterra.

E justamente por terem nada a perder, surpreendeu o mundo a o se classificar em primeiro lugar do grupo. Primeiro venceu o Uruguai por 3 x 1. Depois foi a vez da Itália: 1 x 0. Assegurou a liderança ao empatar sem gols com a Inglaterra. Nas oitavas de final, enfrentou a Grécia. Vencia por 1 x 1 até o último minuto de jogo, mas sofreu o empate. E garantiu a vitória nos pênaltis por 5 x 3. A Costa Rica era a sensação do campeonato e foi adotada pela torcida brasileira como seu segundo time.

A Holanda vinha com 100% de aproveitamento. Na primeira fase, goleou a campeã do mundo Espanha por 5 x 1 e se vingou da final de 2010. Na sequência, bateu a Austrália por 3 x 2 e o Chile por 2 x 0. Nas oitavas, de forma polêmica, venceu o México de virada por 2 x 1 nos acréscimos.


A Holanda se defendia no 5-2-3 e atacava no 3-4-3.


A Costa Rica jogava no sistema 5-4-1. Johnny Acosta entrou na zaga, substituindo Óscar Duarte, que foi expulso contra a Grécia.

● A Arena Fonte Nova tinha se acostumado às goleadas (especialmente “Holanda 5 x 1 Espanha” e “Alemanha 4 x 0 Portugal”) e ótimas partidas (como “Bélgica 2 x 1 Estados Unidos”). Mas assistiu ao melhor ataque da Copa até então, a Holanda, com 12 gols marcados, parar na melhor defesa, da Costa Rica, que só sofreu dois. E só foi ver a rede balançar na disputa das penalidades máximas.

Os primeiros 45 minutos foram todos da Holanda, que trocava passes com paciência. No jogo todo, foram 64% de posse de bola da Oranje, com 20 finalizações a gol, contra apenas seis dos Ticos.

O técnico Louis van Gaal escalou um time muito técnico, sem nenhum volante. Georginio Wijnaldum e Wesley Sneijder eram os meias centrais. O atacante Dirk Kuyt foi escalado na ala direita. No ataque, Memphis Depay fez companhia a Arjen Robben e Robin van Persie.

A Costa Rica se defendia com uma linha de cinco homens na defesa e outros quatro no meio campo. Apenas o capitão Bryan Ruiz ficava no ataque.

Aos 20′, após troca de passes em velocidade pela direita, Robben deixou com Kuyt, que achou Van Persie livre na área pela esquerda. O camisa 9 bateu cruzado e Navas pegou. No rebote, Sneijder chutou e Navas defendeu de novo.

Sete minutos depois, Bryan Ruiz saiu jogando errado e o contragolpe dos laranjas pegou a defesa costarriquenha desprevenida. Van Persie abriu com Depay na ponta esquerda e ele chutou de primeira, forte e rasteiro, mas Navas defendeu bem com o pé direito.

A Costa Rica estava acuada e não conseguia nem contra-atacar. A melhor chance foi no minuto 33, quando Christian Bolaños cobrou falta da direita, Celso Borges tocou para o meio e Johnny Acosta tentou de meia bicicleta. Van Persie ajudava a defesa e tirou em cima da linha.

Aos 39 min, Sneijder cobrou falta com perfeição por cima da barreira, mas Navas foi buscar no ângulo.


(Imagem: Goal)

O segundo tempo começou em um ritmo mais lento, mas logo a Holanda retomou a pressão.

Nos dez minutos finais, Robben sofreu falta no bico esquerdo da grande área. Sneijder bateu com categoria e a bola explodiu na trave direita de Navas.

Aos 38′, Van Persie obrigou Navas a fazer uma excelente defesa em um chute à queima-roupa.

Dois minutos depois, Sneijder cruzou, mas Van Persie furou de forma bisonha na pequena área.

Já nos acréscimos, após cruzamento da esquerda, a bola passou por três holandeses e Van Persie finalizou. A bola passou por Navas, mas o volante Yeltsin Tejeda salvou em cima da linha e a bola ainda tocou no travessão.

No tempo extra, o bombardeio holandês continuou e a Costa Rica se safou de sofrer o gol.

Os Ticos apostavam no contra-ataque e reclamaram de pênalti em jogada que Ureña foi derrubado por Vlaar, mas não havia VAR e o árbitro Ravshan Irmatov do Uzbequistão mandou o jogo seguir.

Na prorrogação, a Holanda tentou encurralar a Costa Rica. Para os últimos 15 minutos, Van Gaal trocou o zagueiro Bruno Martins Indi pelo centroavante Klaas-Jan Huntelaar. Mas o time ficou meio bagunçado e acabou dando um contragolpe que quase resultou na vitória da Costa Rica.

Aos 11′ do segundo tempo da prorrogação, Ureña fez boa jogada individual e chutou rasteiro, mas Cillessen defendeu com os pés.

Dois minutos depois, Sneijder bateu de fora da área e acertou o travessão de Navas.

E faltando 30 segundos para o fim da prorrogação veio o momento mais marcante dessa partida. O técnico Louis van Gaal fez uma alteração inédita até hoje em Copas do Mundo: trocou o goleiro titular Jasper Cillessen por Tim Krul. Cillessen é um bom goleiro e foi o titular durante todo o tempo, mas era conhecido por nunca ter defendido um pênalti em sua carreira até então. Mais alto, com 1,96 m, Tim Krul também não era famoso por pegar penalidades, mas era melhor nos treinamentos desse fundamento. O camisa 1 deixou o gramado revoltado com a decisão do treinador.

Mas, conhecendo Van Gaal, essa mudança foi mais psicológica, para encher seu time de confiança e abalar a moral do adversário. O técnico foi ousado, fez uma aposta arriscada, mas que se mostraria acertada.


(Imagem: Reuters)

● Nas cobrança de pênaltis, Celso Borges abriu a contagem, batendo com categoria à esquerda. Costa Rica, 1 a 0.

Robin van Persie bateu da mesma forma e empatou.

Bryan Ruiz bateu no canto esquerdo e Tim Krul fez a defesa.

Arjen Robben bateu no ângulo direito de Navas. Holanda, 2 a 1.

Krul provocou Giancarlo González antes da batida, mas o zagueiro converteu, batendo à meia altura, no canto esquerdo: 2 a 2.

Wesley Sneijder bateu no canto direito e converteu. Holanda, 3 a 2.

Christian Bolaños bateu com categoria e colocou no alto à direita: 3 a 3.

Dirk Kuyt tinha a experiência a seu favor e bateu à direita. Holanda 4 a 3.

O zagueiro Michael Umaña bateu no canto esquerdo e Tim Krul voou para pegar e decidir a partida.

Final: Holanda 4 x 3 Costa Rica.

Tim Krul acertou o lado de todas as cobranças e pegou duas. Afinal, ele entrou para isso: para decidir.


(Imagem: Reuters)

● A Costa Rica foi eliminada, mas caiu de cabeça em pé, chegando pela primeira vez até as quartas de final da Copa do Mundo. Se despediu de forma invicta, com três empates e duas vitórias. Terminou com a melhor defesa do torneio e a honrosa oitava colocação no geral.

Com todos os méritos, a Holanda se classificou para a semifinal, onde enfrentou a Argentina. A partida também não teve gols e foi decidida nos pênaltis. Mas, dessa vez, não teve Tim Krul e a Argentina se classificou para a final ao vencer por 4 x 2. Na decisão do 3º lugar, a Holanda aproveitou a decadência e falta de estímulo da Seleção Brasileira e venceu fácil por 3 x 0.

(Imagem: Goal)

FICHA TÉCNICA:

 

HOLANDA 0 x 0 COSTA RICA

 

Data: 05/07/2014

Horário: 17h00 locais

Estádio: Arena Fonte Nova

Público: 51.179

Cidade: Salvador (Brasil)

Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)

 

HOLANDA (5-2-3):

COSTA RICA (5-4-1):

1  Jasper Cillessen (G)

1  Keylor Navas (G)

15 Dirk Kuyt

16 Cristian Gamboa

2  Ron Vlaar

2  Johnny Acosta

3  Stefan de Vrij

3  Giancarlo González

4  Bruno Martins Indi

4  Michael Umaña

5  Daley Blind

15 Júnior Díaz

20 Georginio Wijnaldum

17 Yeltsin Tejeda

10 Wesley Sneijder

5  Celso Borges

21 Memphis Depay

7  Christian Bolaños

11 Arjen Robben

10 Bryan Ruiz (C)

9  Robin van Persie (C)

9  Joel Campbell

 

Técnico: Louis van Gaal

Técnico: Jorge Luis Pinto

 

SUPLENTES:

 

 

23 Tim Krul (G)

18 Patrick Pemberton (G)

22 Michel Vorm (G)

23 Daniel Cambronero (G)

12 Paul Verhaegh

6  Óscar Duarte (suspenso)

13 Joël Veltman

8  David Myrie

14 Terence Kongolo

19 Roy Miller (lesionado)

7  Daryl Janmaat

12 Waylon Francis

6  Nigel de Jong (lesionado)

13 Óscar Granados

8  Jonathan de Guzmán

22 José Miguel Cubero

16 Jordy Clasie

11 Michael Barrantes

18 Leroy Fer (lesionado)

20 Diego Calvo

17 Jeremain Lens

14 Randall Brenes

19 Klaas-Jan Huntelaar

21 Marco Ureña

 

CARTÕES AMARELOS:

37′ Júnior Díaz (COS)

52′ Michael Umaña (COS)

64′ Bruno Martins Indi (HOL)

81′ Giancarlo González (COS)

107′ Johnny Acosta (COS)

111′ Klaas-Jan Huntelaar (HOL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

66′ Joel Campbell (COS) ↓

Marco Ureña (COS) ↑

 

76′ Memphis Depay (HOL) ↓

Jeremain Lens (HOL) ↑

 

79′ Cristian Gamboa (COS) ↓

David Myrie (COS) ↑

 

97′ Yeltsin Tejeda (COS) ↓

José Miguel Cubero (COS) ↑

 

106′ Bruno Martins Indi (HOL) ↓

Klaas-Jan Huntelaar (HOL) ↑

 

120+1′ Jasper Cillessen (HOL) ↓

Tim Krul (HOL) ↑

 

DECISÃO POR PÊNALTIS:

HOLANDA 4

COSTA RICA 3

Robin van Persie (gol, à esquerda)

Celso Borges (gol, à esquerda)

Arjen Robben (gol, no ângulo direito)

Bryan Ruiz (perdeu, à esquerda, defendido por Tim Krul)

Wesley Sneijder (gol, à meia altura, à direita)

Giancarlo González (gol, à meia altura, à esquerda)

Dirk Kuyt (gol, à direita)

Christian Bolaños (gol, alta, à direita)

 

Michael Umaña (perdeu, à esquerda, defendido por Tim Krul)

Melhores momentos da partida:

… 27/06/2018 – O melhor do 14º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 27/06/2018 – O melhor do 14º dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

A tetracampeã mundial Alemanha sucumbe e é eliminada na primeira fase.
Suécia mostra força ao golear o México.
Costa Rica marca seus primeiros gols na Copa.
Brasil vence Sérvia sem sustos.


… Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha


(Imagem: FIFA.com)

Provavelmente aqueles foram os minutos mais desastrosos da história da vitoriosa seleção alemã. Nem vamos relembrar a derrota para o México e nem a vitória na bacia das almas sobre a Suécia. Bastava a Alemanha vencer a Coreia do Sul para se classificar. Uma tarefa claramente possível para os atuais campeões do mundo.

Como uma pequena mostra do que veríamos, a primeira chance foi sul-coreana, aos dezenove minutos. Jung Woo-young cobrou falta da intermediária, no meio do gol. Neuer espalmou para o meio da área e precisou dividir com Son Heung-min para evitar o gol.

Seis minutos depois, Lee Yong cruzou da direita, a zaga desviou e a bola sobrou para Son chutar por cima, muito perto da trave. A Alemanha precisava vencer, mas as duas primeiras chances foram dos asiáticos.

Somente aos 39′, os germânicos assustaram. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Mats Hummels, mas o goleiro Cho Hyun-woo foi mais esperto e ficou com ela.

No início do segundo tempo, Kimmich levantou a bola para boa cabeçada de Goretzka, mas o goleiro foi buscar. Chance clara, que não deve ser desperdiçada em uma partida dessa importância.

Aos 6′, Özil tabelou com Reus, foi à linha de fundo e cruzou para trás. Timo Werner emendou um sem-pulo e a bola passou tirando tinta da trave.

A Alemanha tentava, mas não conseguia pressionar. Aos 42′ min, Özil cruzou e Hummels cabeceou por cima.

Aos 47 minutos do segundo tempo, Son cobrou escanteio rasteiro. Toni Kroos tentou afastar, mas deu a bola de presente para o zagueiro Kim Yong-gwon fazer o primeiro gol do jogo.

A incredulidade tomou conta de todos, mas ficaria ainda pior aos 51′. O goleiro, capitão e irresponsável Manuel Neuer tentou driblar na meia esquerda e perdeu a bola. Ju Se-jong chutou de esquerda, tentando marcar o gol de muito longe. Son Heung-min partiu em corrida de seu próprio campo, alcançou a bola e a conduziu ao gol.

Um verdadeiro fiasco da seleção alemã. De maior favorita a eliminada ainda na primeira fase, em um grupo que não parecia ser dos mais difíceis. É a primeira vez em toda a história que a Alemanha é eliminada na fase de grupos do Mundial.

A culpa pode e deve ser creditada ao técnico Joachin Löw. Ele se apegou à gratidão aos jogadores que lhe deram o título quatro anos atrás. Não adianta ter nome. Pra jogar em uma seleção de nível mundial, precisa estar na melhor forma física, técnica e psicológica. [Ouviu essa, Tite?!] Löw deu repetidas e infundadas chances a Sami Khedira, Mesut Özil e Thomas Müller. Enquanto isso, Leroy Sané ficou assistindo o Mundial do sofá de casa.

Mas isso não é exclusividade da Alemanha. Ele não é o primeiro técnico agarrado a medalhões campeões do mundo, que caíram na primeira fase da Copa seguinte. Isso aconteceu com a França em 2002, a Itália em 2010 e a Espanha em 2014.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha
Data: 27/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Arena Kazan — Cidade: Kazan (Rússia)
Público: 41.835
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
Gols: 90+3′ Kim Yong-gwon (COR); 90+6′ Son Heung-min (COR)
Cartões Amarelos: 9′ Jung Woo-young (COR); 23′ Lee Jae-sung (COR); 48′ Moon Seon-min (COR); 65′ Son Heung-min (COR)
Coreia do Sul (4-2-3-1): 23.Cho Hyun-woo; 2.Lee Yong, 5.Yun Young-sun, 19.Kim Yong-gwon e 14.Hong Chul; 15.Jung Woo-young, 20.Jang Hyun-soo, 18.Moon Seon-min (8.Ju Se-jong ↑69′) e 17.Lee Jae-sung; 13.Koo Ja-cheol (11.Hwang Hee-chan ↑56′) (22.Go Yo-han ↑79′) e 7.Son Heung-min. Técnico: Shin Tae-yong
Alemanha (4-2-3-1): 1.Manuel Neuer (C); 18.Joshua Kimmich, 5.Mats Hummels, 15.Niklas Süle e 3.Jonas Hector (20.Julian Brandt ↑78′); 6.Sami Khedira (23.Mario Gómez ↑58′) e 8.Toni Kroos; 14.Leon Goretzka (13.Thomas Müller ↑63′), 10.Mesut Özil e 11.Marco Reus; 9.Timo Werner. Técnico: Joachim Löw

 

… México 0 x 3 Suécia


(Imagem: FIFA.com)

Com seis pontos nas duas primeiras rodadas e pelo bom futebol que havia apresentado, o México era favorito contra a Suécia. Só uma catástrofe tirava La Tri das oitavas de final. E ela quase aconteceu. De quase classificados, os mexicanos foram salvos pela incompetência da Alemanha.

Aos 17′, a Suécia errou a saída de bola e Lozano tocou para Vela chutar no canto esquerdo, mas a bola foi para fora, assustando o goleiro Olsen.

Aos 31′, após cobrança de escanteio, Lustig cruzou de voleio e Berg finalizou para boa intervenção do goleiro Ochoa.

A Suécia abriu o placar aos cinco minutos da etapa complementar. Larsson abriu na direita com Berg, que chutou cruzado. Claesson furou e Augustinsson emendou de esquerda, fuzilando Ochoa, que chegou a tocar na bola.

Cinco minutos depois, Berg avançou em contra-ataque e foi derrubado dentro da área. O capitão Granqvist cobrou o pênalti forte, no ângulo direito do goleiro mexicano.

Com 2 a 0 contra, o México seria eliminado caso a Alemanha vencesse a Coreia do Sul.

E tudo ficou pior aos 29′. Lustig arremessou o lateral dentro da área, Thelin desviou para trás e Toivonen tentou alcançar sem conseguir. Mas a bola bateu no braço do lateral Edson Álvarez e entrou no gol. Outro gol contra, na Copa dos gols contra.

Nos acréscimos, mesmo perdendo de 3 a 0, a torcida mexicana era só festa em Ecaterimburgo, comemorando os gols da Coreia do Sul contra a Alemanha.

Com esse resultado, a Suécia se classifica em primeiro lugar do grupo e enfrentará a Suíça. Com essa derrota, o México ficou no caminho do Brasil.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — México 0 x 3 Suécia
Data: 27/06/2018 — Horário: 19h00 locais
Estádio: Estádio Central (Ekaterinburg Arena) — Cidade: Ecaterimburgo (Rússia)
Público: 33.061
Árbitro: Néstor Pitana (Argentina)
Gols: 50′ Ludwig Augustinsson (SUE); 62′ Andreas Granqvist (SUE)(pen); 74′ Edson Álvarez (SUE)(contra)
Cartões Amarelos: 16” Jesús Gallardo (MEX); 26′ Sebastian Larsson (SUE); 61′ Héctor Moreno (MEX); 86′ Miguel Layún (MEX); 88′ Mikael Lustig (SUE)
México (4-2-3-1): 13.Guillermo Ochoa; 21.Edson Álvarez, 3.Carlos Salcedo, 15.Héctor Moreno e 23.Jesús Gallardo (8.Marco Fabián ↑65′); 16.Héctor Herrera e 18.Andrés Guardado (C) (17.Jesús Manuel Corona ↑75′); 7.Miguel Layún (19.Oribe Peralta ↑89′), 11.Carlos Vela e 22.Hirving Lozano; 14.Javier “Chicharito” Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio
Suécia (4-4-2): 1.Robin Olsen; 2.Mikael Lustig, 3.Victor Lindelöf, 4.Andreas Granqvist (C) e 6.Ludwig Augustinsson; 7.Sebastian Larsson (13.Gustav Svensson ↑57′), 8.Albin Ekdal (15.Oscar Hiljemark ↑80′), 17.Viktor Claesson e 10.Emil Forsberg; 20.Ola Toivonen e 9.Marcus Berg (22.Isaak Kiese Thelin ↑68′). Técnico: Janne Andersson

 

… Suíça 2 x 2 Costa Rica


(Imagem: FIFA.com)

A Suíça estava praticamente classificada. A chance de ficar fora era meramente matemática. Por isso entrou em campo em ritmo lento, ao contrário dos costarriquenhos, que até então era a única seleção que não havia marcado gols nesse Mundial.

Aos seis minutos de jogo, Oviedo cruza da esquerda e Celso Borges cabeceia forte e rasteiro, no canto direito. Mas o goleiro suíço Yann Sommer faz um milagre para evitar o gol e a bola ainda toca na trave.

Quatro minutos depois, Colindres ganha disputa de bola com Shaqiri, entra na área e chuta bem, mas a bola toca no travessão e não entra.

A Costa Rica começou o jogo com tudo, querendo se despedir de forma honrosa. E o técnico da Suíça, Vladimir Petković, pedia calma para sua equipe, que não parecia ser a mesma das duas partidas anteriores, tamanha desconcentração.

Mas em seu primeiro ataque, a Suíça abriu o placar, aos 19 min. Lichtsteiner cruzou da direita, Embolo escorou de cabeça para o meio da área e Džemaili chutou forte para o fundo do gol.

Aos onze minutos do segundo tempo, Campbell cobrou escanteio na cabeça de Waston, que mandou para o gol.

Aos 33′, Embolo cruzou da ponta direita e Drmić cabeceou na trave.

A três minutos do fim, Zakaria cruzou rasteiro da direita e Drmić chegou chutando para o gol, no cantinho esquerdo de Keylor Navas.

Já nos acréscimos, aos 47′, Campbell avançou pela esquerda, entrou na área e foi derrubado por Zakaria. Pênalti claro. O capitão Bryan Ruiz cobrou, a bola foi no travessão, voltou nas costas do goleiro Sommer e entrou no gol. Gol contra.

Bryan contou com uma alta dose de sorte para dar o único ponto da Costa Rica na Copa de 2018.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Suíça 2 x 2 Costa Rica
Data: 27/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Nizhny Novgorod Stadium — Nizhny Novgorod (Rússia)
Público: 43.319
Árbitro: Clément Turpin (França)
Gols: 31′ Blerim Džemaili (SUI); 56′ Kendall Waston (COS); 88′ Josip Drmić (SUI); 90+3′ Yann Sommer (COS)(contra)
Cartões Amarelos: 11′ Cristian Gamboa (COS); 29′ Joel Campbell (COS); 37′ Stephan Lichtsteiner (SUI); 75′ Denis Zakaria (SUI); 83′ Fabian Schär (SUI); 89′ Kendall Waston (COS)
Suíça (4-2-3-1): 1.Yann Sommer; 2.Stephan Lichtsteiner (C), 22.Fabian Schär, 5.Manuel Akanji e 13.Ricardo Rodríguez; 11.Valon Behrami (17.Denis Zakaria ↑60′) e 10.Granit Xhaka; 23.Xherdan Shaqiri (6.Michael Lang ↑81′), 15.Blerim Džemaili e 7.Breel Embolo; 18.Mario Gavranović (19.Josip Drmić ↑69′). Técnico: Vladimir Petković
Costa Rica (4-5-1): 1.Keylor Navas; 16.Cristian Gamboa (4.Ian Smith ↑90+3′), 2. Johnny Acosta, 3. Giancarlo González, 19.Kendall Waston e 8.Bryan Oviedo; 20.David Guzmán (14.Randall Azofeifa ↑90+1′), 5. Celso Borges, 10.Bryan Ruiz (C) e 9.Daniel Colindres (13.Rodney Wallace ↑81′); 12.Joel Campbell. Técnico: Óscar Ramírez

 

… Brasil 2 x 0 Sérvia


(Imagem: FIFA.com)

Falamos especialmente sobre essa partida neste outro texto.

… 22/06/2018 – O melhor do nono dia da Copa

Três pontos sobre…
… 22/06/2018 – O melhor do nono dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Suíça vence a Sérvia na primeira vidada da Copa.
Nigéria traz a Islândia de volta à realidade.
Brasil vence, mas não convence.


… Brasil 2 x 0 Costa Rica


(Imagem: FIFA.com)

Falamos especialmente sobre essa partida neste outro texto.

 

… Nigéria 2 x 0 Islândia


(Imagem: FIFA.com)

Foi um primeiro tempo difícil de assistir. A Islândia até tentava, mas claramente faltava qualidade. Só a vontade não bastava. A Nigéria ficava com a bola, mas não deu um chute a gol nos primeiros 45 minutos iniciais. A Islândia ao menos deu um chute a gol, logo aos três minutos, quando Gylfi Sigurðsson bateu uma falta perigosa buscando o ângulo, mas Francis Uzoho foi na bola para espalmar.

No fim do primeiro tempo, Finnbogason desviou uma cobrança de falta, que passou com perigo, próximo à trave.

Aos quatro minutos do segundo tempo, Victor Moses arranca pela direita e cruza para a área. Ahmed Musa consegue um domínio de craque, com a ponta do pé, já ajeitando para bater forte de primeira. Um golaço, sem chances para o goleiro Halldórsson.

A Islândia precisava sair para buscar o empate, mas é uma equipe que não tem essa característica criativa. Pelo contrário, atua de forma mais reativa.

Aos 29, Musa recebeu a bola pelo lado esquerdo da entrada da área e bateu colocado, mas a bola explodiu no travessão.

Logo na sequência, Musa (sempre ele!) recebeu um lançamento pela esquerda, passou na velocidade por Kári Árnason, driblou o goleiro Halldórsson e mandou para as redes. Dentre os belos gols do Mundial, esse se destaca por ser um misto de potência física e qualidade técnica.

A Islândia tentava atacar, mas não conseguia. Em um lance isolado, aos 33′, após nova tentativa frustrada, o zagueiro Omeruo se atrapalhou e perdeu a bola dentro de sua própria área e Ebuehi acabou derrubando Sigurðarson, que vinha em velocidade. Um pênalti sem necessidade, quase na linha de fundo, confirmado pelo VAR. A cobrança ficou a cargo de Gylfi Sigurðsson, o camisa 10 e craque do time. Mas ele bateu mal, por cima, isolando a bola.

Independente do sistema tático utilizado pelo técnico alemão Gernot Rohr (o 4-2-3-1 da derrota para os croatas ou o 3-5-2 da vitória hoje), a Nigéria funcionou mais com a velocidade dupla de ataque Ahmed Musa e Kelechi Iheanacho, do que com os lentos Odion Ighalo e Alex Iwobi.

Com três pontos, as Super Águias jogam por um empate contra a Argentina, para se classificar e eliminar os sul-americanos, desde que a Islândia não venca os croatas. A Islândia precisa vencer e torcer para que a Argentina não tire o saldo de gols negativo sobre os nigerianos. A Croácia já está classificada.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Nigéria 2 x 0 Islândia
Data: 22/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Nizhny Novgorod Stadium — Nizhny Novgorod (Rússia)
Público: 40.904
Árbitro: Matthew Conger (Nova Zelândia)
Gols: 49′ Ahmed Musa (NIG); 75′ Ahmed Musa (NIG)
Cartão Amarelo: 44′ Brian Idowu (NIG)
Nigéria (3-5-2): 23.Francis Uzoho; 22. Kenneth Omeruo, 5.William Troost-Ekong e 6.Leon Balogun; 11.Victor Moses, 8.Oghenekaro Etebo (18.Alex Iwobi ↑90′), 10.John Obi Mikel (C), 4.Wilfred Ndidi e 2.Brian Idowu (21.Tyronne Ebuehi ↑INTERVALO); 7.Ahmed Musa e Kelechi Iheanacho (9.Odion Ighalo ↑85′). Técnico: Gernot Rohr
Islândia (4-4-2): 1.Hannes Halldórsson; 2.Birkir Sævarsson, 14.Kári Árnason, 6.Ragnar Sigurðsson (5.Sverrir Ingi Ingason ↑65′) e 18.Hörður Magnússon; 17.Aron Gunnarsson (C) (23.Ari Freyr Skúlason ↑87′), 10.Gylfi Sigurðsson, 19.Rúrik Gíslason e 8.Birkir Bjarnason; 22.Jón Daði Böðvarsson (9.Björn Sigurðarson ↑71′) e 11.Alfreð Finnbogason. Técnico: Heimir Hallgrímsson

 

… Sérvia 1 x 2 Suíça


(Imagem: FIFA.com)

Logo aos cinco minutos, Tadić tocou da ponta direita para o meio e Milivojević cruzou para a cabeçada de Mitrović. O goleiro suíço Yann Sommer voou na bola para espalmar.

No minuto seguinte, Tadić driblou Ricardo Rodríguez e cruzou da direita. Dessa vez, Milivojević cabeceou sem chances para Sommer. A Sérvia estava na frente do placar, mas cometeu o grande pecado de quem começa vencendo: recuar a deixar de pressionar o adversário.

Aos 30, Xhaka toca para Zuber e o camisa 14 encontra Džemaili dentro da pequena área. Ele desvia, mas o experiente goleiro Stojković estava esperto para desviar para escanteio.

Quase no intervalo, Tadić cobrou escanteio para a área, mas Tošić não conseguiu acertar em cheio a cabeçada. A bola ainda tocou em um companheiro seu antes de sair.

Aos sete minutos do segundo tempo, Zuber avança em contra-ataque e abre na direita. Shaqiri tenta bater para o gol, mas a bola toca na zaga. Na volta, ela se oferece para Xhaka pegar de primeira e balancar a rede. Duas coisas chamaram muito a atenção nesse gol. A primeira foi a liberdade que tiveram para bater Shaqiri e Xhaka. A segunda foi a curva que a bola fez antes de chegar ao gol.

Aos 13′, Shaqiri faz um giro pela direita, se livra de dois adversários e chuta. A bola toca na trave e sai. Lindo lance.

No minuto final, em um contragolpe, a Suíça sai tocando de pé em pé, até que Gavranović lançou em profundidade para Shaqiri, que disparou, ganhou na velocidade de Tošić e tocou na saída do goleiro Stojković. Outro belo gol. No momento em que a defesa sérvia estava desarrumada, Shaqiri partiu de seu próprio campo na hora do passe e não tinha adversários à frente. A exibição do camisa 23 já estava merecendo esse gol. Ele já tinha sido um dos melhores em campo contra o Brasil.

Essa vitória da Suíça foi a primeira de virada da Copa do Mundo de 2018.

Na rodada final, Brasil e Sérvia se enfrentam diretamente por um duelo na próxima fase, sendo que os sul-americanos jogam por um empate. A Suíça tentará garantir o primeiro lugar contra a Costa Rica. Se tanto Brasil quanto Suíça empatarem ou vencerem seus jogos, a definição do primeiro colocado será no saldo de gols. Por mais que o Brasil seja favorito, a Sérvia mostrou que tem bola para vencer o Brasil. Não está fácil para ninguém. Só para a Rússia.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Sérvia 1 x 2 Suíça
Data: 22/06/2018 — Horário: 20h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 33.167
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)
Gols: 5′ Aleksandar Mitrović (SER); 52′ Granit Xhaka (SUI); 90′ Xherdan Shaqiri (SUI)
Cartões Amarelos: 34′ Sergej Milinković-Savić (SER); 39′ Luka Milivojević (SER); 42+2′ Nemanja Matić (SER); 87′ Aleksandar Mitrović (SER); 90+1′ Xherdan Shaqiri (SUI)
Sérvia (4-2-3-1): 1.Vladimir Stojković; 6.Branislav Ivanović, 15.Nikola Milenković, 3.Duško Tošić e 11.Aleksandar Kolarov (C); 4.Luka Milivojević (18.Nemanja Radonjić ↑81′) e 21.Nemanja Matić; 10.Dušan Tadić, 20.Sergej Milinković-Savić e 17.Filip Kostić (22.Adem Ljajić ↑64′); 9.Aleksandar Mitrović. Técnico: Mladen Krstajić
Suíça (4-2-3-1): 1.Yann Sommer; 2.Stephan Lichtsteiner (C), 22.Fabian Schär, 5.Manuel Akanji e 13.Ricardo Rodríguez; 11.Valon Behrami e 10.Granit Xhaka; 23.Xherdan Shaqiri, 15.Blerim Džemaili (7.Breel Embolo ↑73′) e 14.Steven Zuber (19.Josip Drmić ↑90+4′); 9.Haris Seferović (18.Mario Gavranović ↑INTERVALO). Técnico: Vladimir Petković

… 22/06/2018 – Brasil 2 x 0 Costa Rica

Três pontos sobre…
… 22/06/2018 – Brasil 2 x 0 Costa Rica


(Imagem: FIFA.com)

Venceu? Sim! Convenceu? Não.

Para não repetir o fisco de sua vizinha Argentina, o Brasil precisava ganhar da Costa Rica de qualquer jeito. E ganhou mesmo de “qualquer jeito”. Se não conseguiu na técnica, foi na raça mesmo.


O Brasil jogou no sistema preferido de Tite, o 4-1-4-1. Com a bola, era um 4-3-3.


A Costa Rica foi escalada no 5-4-1, que se tornou tradicional por lá há algum tempo e deu certo na Copa de 2014.

A “Titebilidade” mais uma vez não funcionou e, no primeiro tempo, o Brasil foi presa fácil para a marcação da Costa Rica. Méritos dos Ticos, que se fechavam com uma linha de cinco homens atrás e quatro no meio, deixando apenas um na frente para tentar importunar os zagueiros brasileiros. Deu certo até os acréscimos.

Mas em certos momentos foi muito feio o anti-jogo dos costarriquenhos. Jogadores caíam em profusão e a “obrigatoriedade” do fair play era um abuso naquele momento. O árbitro compensou com seis minutos de acréscimos (que eu achei até pouco).

Já no fim do jogo, Neymar até sofreu um pênalti marcado pelo árbitro. Mas, o VAR, maior inimigo do Brasil, anulou corretamente a penalidade.

No fim, quem não quis jogar acabou castigado.

Aos 46 minutos do segundo tempo, após lançamento na área, Roberto Firmino escorou de cabeça, Gabriel Jesus tentou dominar e Philippe Coutinho chegou com tudo para mandar a bola para o gol. Foi de bico mesmo, quase uma dividida. Valeu pelo gol.


(Imagem: FIFA.com)

No último lance do jogo, já aos 52′, com a defesa costarriquenha desmontada, Douglas Costa avançou pela direita e cruzou para Neymar completar para o gol.

Após o apito final, foi emblemática a cena de Neymar sozinho e sentado, chorando no meio do campo. O emocional da Seleção Brasileira ainda está abalado e não se recuperou daquele 7 a 1. Neymar ainda recupera sua forma física e seu ritmo de jogo, após ficar mais de três meses sem jogar por lesão. Ele precisava desse gol, para dar a confiança que ele precisa para liderar sua seleção.


(Imagem: FIFA.com)

Tite precisa fazer alguns ajustes. Paulinho não marca, não arma, não chuta e não está sendo o elemento surpresa. Eu não vejo como ele continuar no time titular – só Tite mesmo. Douglas Costa entrou melhor e com mais fome de jogo do que Willian. Creio que merece mais chances, talvez até no time titular.

No desespero, serviu até para colocar dois atacantes juntos, coisa que Tite não testou nenhuma vez nos amistosos.

Valeu pela vitória. Só isso. Ganhar é bom. Ganhar no sufoco, nem tanto…


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

BRASIL 2 x 0 COSTA RICA

 

Data: 22/06/2018

Horário: 15h00 locais

Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium)

Público: 64.468

Cidade: São Petesburgo (Rússia)

Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)

 

BRASIL (4-1-4-1):

COSTA RICA (5-4-1):

1  Alisson (G)

1  Keylor Navas (G)

22 Fagner

16 Cristian Gamboa

2  Thiago Silva

3  Giancarlo González

3  Miranda

2  Johnny Acosta

12 Marcelo (C)

6  Óscar Duarte

5  Casemiro

8  Bryan Oviedo

15 Paulinho

5  Celso Borges

19 Willian

20 David Guzmán

11 Philippe Coutinho

11 Johan Venegas

10 Neymar Jr

10 Bryan Ruiz (C)

9  Gabriel Jesus

21 Marco Ureña

 

Técnico: Tite

Técnico: Óscar Ramírez

 

SUPLENTES:

 

 

23 Ederson (G)

18 Patrick Pemberton (G)

16 Cássio (G)

23 Leonel Moreira (G)

14 Danilo (lesionado)

4  Ian Smith

13 Marquinhos

19 Kendall Waston

4  Pedro Geromel

15 Francisco Calvo

6  Filipe Luís

22 Rónald Matarrita

17 Fernandinho

17 Yeltsin Tejeda

18 Fred

14 Randall Azofeifa

8  Renato Augusto

7  Christian Bolaños

7  Douglas Costa

13 Rodney Wallace

21 Taison

12 Joel Campbell

20 Roberto Firmino

9  Daniel Colindres

 

GOLS:

90+1′ Philippe Coutinho (BRA)

90+7′ Neymar Jr (BRA)

 

CARTÕES AMARELOS:

81′ Neymar Jr (BRA)

81′ Philippe Coutinho (BRA)

84′ Johnny Acosta (COS)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Willian (BRA) ↓

Douglas Costa (BRA) ↑

 

54′ Marcos Ureña (COS) ↓

Christian Bolaños (COS) ↑

 

68′ Paulinho (BRA) ↓

Roberto Firmino (BRA) ↑

 

75′ Cristian Gamboa (COS) ↓

Francisco Calvo (COS) ↑

 

83′ David Gusmán (COS) ↓

Yeltsin Tejeda (COS) ↑

 

90+3′ Gabriel Jesus (BRA) ↓

Fernandinho (BRA) ↑

Melhores momentos da partida:

… 17/06/2018 – O melhor do quarto dia da Copa

Três pontos sobre…
… 17/06/2018 – O melhor do quarto dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Brasil e Alemanha decepcionam. Sérvia consegue sua primeira vitória.
Veja abaixo como foi o primeiro domingo da Copa do Mundo de 2018.

… Costa Rica 0 x 1 Sérvia


(Imagem: FIFA.com)

Foi uma partida sem muito brilho. Para falar a verdade, cumpriu as expectativas. E a Sérvia venceu uma estreia pela primeira vez com esse nome, após a separação das repúblicas da Iugoslávia. E a Costa Rica deixou claro que o espírito vencedor de 2014 não existe mais.

No primeiro tempo, embora os sérvios tenham ficado mais com a bola (62%) ninguém se arriscou. Foi morno.

Aos seis minutos da etapa final, Mitrović tabelou com Milinković-Savić, ficou na cara do gol e finalizou para excepcional defesa de Keylor Navas.

O goleiro do Real Madrid fechou o gol enquanto conseguiu, mas foi vazado aos 11′. O experiente Aleksandar Kolarov se valeu de sua especialidade: as cobranças de falta. Ele bateu no ângulo, sem chances para o arqueiro costarriquenho.

Depois, o técnico Ramírez até tentou deixar seu time mais ofensivo, lançando a campo os habilidosos Bolaños e Campbell, além do centroavante Colindres. Em vão. Embora equilibrasse e até passasse a ter mais posse de bola (53%), não conseguiu criar chances claras e muito menos empatar a partida.

Pelo que mostraram nesse confronto, nem Sérvia e nem Costa Rica serão páreos para Brasil e Suíça.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Costa Rica 0 x 1 Sérvia
Data: 17/06/2018 — Horário: 16h00 locais
Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara) — Cidade: Samara (Rússia)
Público: 41.432
Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)
Gol: 56′ Aleksandar Kolarov (SER)
Cartões Amarelos: 22′ Francisco Calvo (COS); 56′ David Guzmán (COS); 59′ Branislav Ivanović (SER); 90+8′ Aleksandar Prijović (SER)
Costa Rica (4-5-1): 1.Keylor Navas; 16.Cristian Gamboa, 2. Johnny Acosta, 3. Giancarlo González, 6. Óscar Duarte e 15.Francisco Calvo; 20.David Guzmán (9.Daniel Colindres ↑73′), 5. Celso Borges, 10.Bryan Ruiz (C) e 11.Johan Venegas (7.Christian Bolaños ↑60′); 21.Marco Ureña (12.Joel Campbell ↑66′). Técnico: Óscar Ramírez
Sérvia (4-2-3-1): 1.Vladimir Stojković; 6.Branislav Ivanović, 15.Nikola Milenković, 3.Duško Tošić e 11.Aleksandar Kolarov (C); 4.Luka Milivojević e 21.Nemanja Matić; 10.Dušan Tadić (2.Antonio Rukavina ↑83′), 20.Sergej Milinković-Savić e 22.Adem Ljajić (17.Filip Kostić ↑70′); 9.Aleksandar Mitrović (8.Aleksandar Prijović ↑90′). Técnico: Mladen Krstajić

 

… Alemanha 0 x 1 México


(Imagem: FIFA.com)

Quando a seleção campeã do mundo entra em campo, é sempre a favorita contra qualquer adversário. Segundo a imprensa europeia, a equipe alemã atual é ainda melhor que a de 2014 e tem tudo para conquistar a Copa de 2018. Só esqueceram de combinar com o México.

Apesar da posse de bola alemã, desde o início os mexicanos passaram a arriscar de fora da área e tiveram vários contra-ataques. Em um deles, aos 35′, Chicharito segurou a bola e passou para Hirving Lozano, que cortou para o meio tirando a marcação e chutou com força, sem chances para Manuel Neuer. Segundo o instituto geológico do México, a comemoração do gol causou um pequeno terremoto na capital do país.

A torcida mexicana no estádio Luzhniki foi um espetáculo à parte, fundamental para catapultar seu país à vitória. Quando o placar ainda estava zerado, já gritavam “olé” a cada troca de passes.

A Alemanha pressionava, o México marcava bem, contra-atacava e perdia chances claras de ampliar (principalmente com Chicharito). Foi esse o roteiro do restante do jogo. O México esteve mais próximo de marcar o segundo gol do que a Alemanha de igualar o placar.

Quanto mais Joachim Löw colocava atacantes em campo, mais Juan Carlos Osorio lançava mão de volantes marcadores, para suportar a pressão. A Alemanha desesperada e desorganizada lutando pelo empate lembrou muito a seleção de antigamente, que vencia mas não convencia.

Discutivelmente, é a maior vitória do México em Copas do Mundo. A primeira em partidas oficiais sobre a Alemanha, que encaminha a classificação para as oitavas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Alemanha 0 x 1 México
Data: 17/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Olímpico Luzhniki — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 78.011
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
Gol: 35′ Hirving Lozano (MEX)
Cartões Amarelos: 40′ Héctor Moreno (MEX); 83′ Thomas Müller (ALE); 84′ Mats Hummels (ALE); 90′ Héctor Herrera (MEX)
Alemanha (4-2-3-1): 1.Manuel Neuer (C); 18.Joshua Kimmich, 17.Jérôme Boateng, 5.Mats Hummels e 2.Marvin Plattenhardt (23.Mario Gómez ↑79′); 6.Sami Khedira (11.Marco Reus ↑60′) e 8.Toni Kroos; 13.Thomas Müller, 10.Mesut Özil e 7.Julian Draxler; 9.Timo Werner (20.Julian Brandt ↑86′). Técnico: Joachim Löw
México (4-2-3-1): 13.Guillermo Ochoa; 3.Carlos Salcedo, 2.Hugo Ayala, 15.Héctor Moreno e 23.Jesús Gallardo; 16.Héctor Herrera e 18.Andrés Guardado (C) (4.Rafael Márquez ↑74′); 7.Miguel Layún, 11.Carlos Vela (21.Edson Álvarez ↑58′) e 22.Hirving Lozano (9.Raúl Jiménez ↑66′); 14.Javier “Chicharito” Hernández. Técnico: Juan Carlos Osorio

 

… Brasil 1 x 1 Suíça


(Imagem: FIFA.com)

Falamos especialmente sobre essa partida neste outro texto.

… 09/06/2006 – Alemanha 4 x 2 Costa Rica

Três pontos sobre…
… 09/06/2006 – Alemanha 4 x 2 Costa Rica


A belíssima Allianz Arena, em Munique, foi inaugurada em maio de 2005, especialmente para abrigar jogos da Copa do Mundo de 2006, inclusive a abertura oficial da competição (Imagem: Foto-net / FIFA)

● Essa partida era o início do sonho alemão de repetir 1974 e conquistar a Copa do Mundo em casa. E Munique era o lugar certo para o jogo inaugural. Foi lá que Franz Beckenbauer tinha erguido a taça do mundo pela Alemanha Ocidental 32 anos antes.

O time treinado por Jürgen Klinsmann não suscitava grandes expectativas (leia mais abaixo). Os alemães vinham de resultados ruins. Caíram na primeira fase da Eurocopa de 2004 quando ainda era comandada por Rudi Völler. Depois, já dirigida por Klinsmann, tinha sido goleada pela Itália por 4 x 1 em um amistoso. Se já não bastasse tudo isso, Michael Ballack, o craque do time, estava lesionado e era dúvida para a competição – era certo que não jogaria na estreia.

A Costa Rica tinha uma equipe muito limitada. Mas apostava na famosa zebra que historicamente costumava aparecer no primeiro jogo dos Mundiais. Mas dessa vez, a seleção caribenha tinha chances mínimas de surpreender.


A Alemanha atuou no 4-4-2. As jogadas fluíam bem no meio de campo, com a  qualidade de Schneider, Frings, Borowski e Schweinsteiger, apoiados pelas constantes subidas de Lahm ao ataque.


O brasileiro naturalizado costarriquenho Alexandre Guimarães armou sua seleção no defensivo sistema 5-3-2, contando com as escapadas dos experientes atacantes Ronald Gómez e Paulo Wanchope.

● E as duas seleções contrariaram o histórico das partidas de abertura das Copas do Mundo, que geralmente têm placares econômicos.

A partida começou sem a típica cautela das estreias e com os donos da casa marcando pressão e criando diversas chances de gol a todo momento.

Com o apoio da torcida e os jogadores ligados, a Alemanha imprimiu um ritmo alucinante na partida.

Com apenas seis minutos, o placar foi aberto. Atuando na esquerda, o jovem lateral Philipp Lahm pegou a sobra da defesa, avançou pelo meio passando por dois adversários e chutou no ângulo.

Mas a vantagem que o ataque alemão produzia, a defesa ajudava a desfazer com erros de posicionamento. Aos 12′, a zaga falhou. Rónald Gómez lançou para Paulo Wanchope, que ficou cara a cara com o goleiro Lehmann e tocou no canto direito. Tudo igual no marcador.

Mas a pressão dos locais continuou e foi premiada cinco minutos depois. Bernd Schneider tentou a jogada pela direita e passou para Schweinsteiger, na área. O meia driblou um zagueiro e chutou cruzado. Miroslav Klose apareceu no meio do caminho e mandou para as redes. Festa e presente de aniversário para o camisa 11, que comemorava seus 28 anos naquele mesmo dia.

O ritmo foi menos intenso até os 16′ do segundo tempo, quando Lahm cruzou da esquerda, a zaga desviou mal e a bola ficou para Klose cabecear. O goleiro Porras salvou, mas o próprio atacante estava lá para aproveitar a sobra e fazer o gol.

Mas a defesa deu mole de novo para Wanchope aos 28′. Centeno tabelou com Gómez e deixou o camisa 9 na cara do gol, livre para tocar na saída de Lehmann. Os alemães pediram impedimento, em vão.

O placar se mexeu pela última vez aos 42′. Em uma falta na intermediária, Schweinsteiger rolou para Frings chutar de primeira no ângulo. Um verdadeiro golaço!


O jovem Philipp Lahm comemora o primeiro gol do torneio (Imagem: Kai Pfaffenbach / Reuters)

● A vitória memorável por 4 a 2, logo na abertura, é mais do que a Alemanha podia esperar e era um alerta aos futuros adversários, demonstrando a força da anfitriã.

Nas ruas, os torcedores foram à loucura. O desempenho alemão confundiu os críticos e deu um tom ao torneio. A febre da Copa do Mundo começava a contaminar todo o país.

Na segunda partida, o gol da vitória (1 x 0) da Alemanha sobre a rival Polônia foi arrancado aos 46 minutos do segundo tempo. No terceiro jogo, completou os 100% de aproveitamento ao atropelar o Equador por 3 a 0. Nas oitavas de final, ganhou tranquilamente da Suécia por 2 a 0. Nas quartas, uma verdadeira batalha no clássico contra a Argentina: após empate por 1 a 1, venceu nos pênaltis por 4 a 2, com uma grande confusão no final. Nas semifinais, perdeu para a Itália por 2 a 0, com gols nos dois últimos minutos da prorrogação. Na decisão do 3º lugar, venceu Portugal por 3 a 1 e saiu de cabeça erguida.

A Costa Rica foi a lanterna do grupo A, com três derrotas. Perdeu por 4 a 2 para a Alemanha, 3 a 0 para o Equador e 2 a 1 para a Polônia.


Paulo Wanchope deu trabalho para a defesa alemã (Imagem: Bongarts / Getty Images / Daily Mail)

● Pela sua importância naquela seleção da Alemanha, o técnico Jürgen Klinsmann merece um espaço a parte. E quem melhor escreveu sobre o tema foram Axel Torres e André Schön, no livro “Gol da Alemanha” (2016):

“Klinsmann [como técnico] não funcionou, mas é o símbolo da mudança. […] Fez todos entenderem que era preciso mudar, que era preciso procurar outra mentalidade.”

“Circulavam boatos pela internet de que o trabalho [em 2006] não fora de Klinsmann, mas daquele que seria seu sucessor, Joachim Löw. A tarefa de Klinsmann, diziam, consistia unicamente em motivar o time. Essas pessoas esqueciam o trabalho – sutil, porém colossal – que significava mudar tudo. Klinsmann desafiou o sistema e o ‘establishment’ do futebol alemão.”

“Ele morava na Califórnia… e apostava em um futebol ofensivo, confiando o futuro do país a garotos jovens; não era pragmático e dava pouca importância a valores tradicionais como a experiência, o trabalho e a ordem defensiva acima de tudo.”

“Quando o árbitro apitou o início de Alemanha x Costa Rica, jogo de abertura da Copa, a pressão sobre Klinsmann era máxima. […] O que aconteceu naquele jogo diante da seleção caribenha é digno de estudo. Nunca uma goleada tão previsível pela diferença de nível entre as duas seleções teve um impacto tão revolucionário. Jamais uma resultado tão normal ‘para quem era de fora’ mudou tanto a percepção das pessoas.”

“Dois meses antes do início da Copa, Klinsmann reuniu-se com [o goleiro Oliver] Kahn em um hotel […] para anunciar que ele seria convocado como reserva. Os jornais do dia seguinte publicaram a história e trataram-na quase como um sacrilégio. […] Mexer com uma ‘entidade’ como Kahn era inédito, mas Klinsmann bancou o risco. Inesperadamente e contra todos os prognósticos, seu time só parou aos catorze minutos do segundo tempo da prorrogação na semifinal contra a Itália, com um golaço do lateral esquerdo Fabio Grosso [e outro belo gol e Alessandro Del Piero, marcado em contra-ataque no último lance da partida].”

“Depois disso, a Alemanha não apenas fez as pazes com Jürgen Klinsmann, como o santificou. Na manhã seguinte àquela honrosa derrota, todo o país queria que ele continuasse no cargo. Até o ‘Bild’ elogiou. Mas Klinsmann deu por terminado seu ciclo na seleção, deixando toda a Alemanha com lágrimas nos olhos.”


Jürgen Klinsmann foi importantíssimo para quebra de paradigmas de um país conhecido pela sua rigidez nas tradições (Imagem: AFP)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA 4 x 2 COSTA RICA

 

Data: 09/06/2006

Horário: 18h00 locais

Estádio: Allianz Arena

Público: 66.000

Cidade: Munique (Alemanha)

Árbitro: Horacio Elizondo (Argentina)

 

ALEMANHA (4-4-2):

COSTA RICA (5-3-2):

1  Jens Lehmann (G)

18 José Porras (G)

3  Arne Friedrich

5  Gilberto Martínez

17 Per Mertesacker

4  Michael Umaña

21 Christoph Metzelder

20 Douglas Sequeira

16 Philipp Lahm

3  Luis Marín

19 Bernd Schneider (C)

12 Leonardo González

8  Torsten Frings

6  Danny Fonseca

18 Tim Borowski

10 Walter Centeno

7  Bastian Schweinsteiger

8  Mauricio Solís

20 Lukas Podolski

11 Rónald Gómez

11 Miroslav Klose

9  Paulo Wanchope

 

Técnico: Jürgen Klinsmann

Técnico: Alexandre Guimarães

 

SUPLENTES:

 

 

12 Oliver Kahn (G)

1  Álvaro Mesén (G)

23 Timo Hildebrand (G)

23 Wardy Alfaro (G)

4  Robert Huth

2  Jervis Drummond

6  Jens Nowotny

17 Gabriel Badilla

2  Marcell Jansen

22 Michael Rodríguez

5  Sebastian Kehl

15 Harold Wallace

15 Thomas Hitzlsperger

14 Randall Azofeifa

13 Michael Ballack

16 Carlos Hernández

22 David Odonkor

7  Christian Bolaños

14 Gerald Asamoah

13 Kurt Bernard

10 Oliver Neuville

21 Víctor Núñez

9  Mike Hanke

19 Álvaro Saborío

 

GOLS:

6′ Philipp Lahm (ALE)

12′ Paulo Wanchope (COS)

17′ Miroslav Klose (ALE)

61′ Miroslav Klose (ALE)

73′ Paulo Wanchope (COS)

87′ Torsten Frings (ALE)

 

CARTÃO AMARELO: 30′ Danny Fonseca (COS)

 

SUBSTITUIÇÕES:

66′ Gilberto Martínez (COS)

Jervis Drummond (COS)

 

72′ Tim Borowski (ALE)

Sebastian Kehl (ALE)

 

78′ Mauricio Solís (COS) ↓

Christian Bolaños (COS) 

 

79′ Miroslav Klose (ALE) ↓

Oliver Neuville (ALE) 

 

90+1′ Bernd Schneider (ALE) ↓

David Odonkor (ALE)

 

90+1′ Rónald Gómez (COS) ↓

Randall Azofeifa (COS) 


Philipp Lahm puxa a bola para o meio, de onde sairia o chute que inaugurou as redes da Copa da 2006 (Imagem: Coub)

Gols da partida: