Não tem muito a se dizer sobre essa partida. Foi a comprovação do fim de um ciclo. O último prego no caixão de uma temporada malfadada ao fracasso desde o início. Todo ciclo tem que ser encerrado – é normal.
Do outro lado, os ótimos garotos do Ajax, liderados por um exuberante Dušan Tadić – esse habilidoso sérvio, que já fazia proezas em seus tempos de Southampton, ao lado de Sadio Mané e Graziano Pellè.
Nada a reclamar do VAR. Ele tiraria um gol do Ajax e devolveria a esperança ao Madrid. É a prova de que as máquinas não falham, mas são operadas por humanos. E esses, sim, falham e muito.
Então, já que a temporada acabou, vamos fazer algumas considerações sobre o elenco.
● 25 Thibaut Courtois — Pode até ser um dos melhores goleiros do mundo. Mas que vá provar isso longe do Real Madrid. A camisa pesou para ele. Falha muito, para alguém com sua fama.
● 1 Keylor Navas — Só não tem grife. É muito mais seguro que Courtois. Tem que ser o titular até que venha outro melhor. #ForaCourtois
● Andrii Lunin — Goleiro de futuro. Na volta de empréstimo, tem que ter alguma chance.
● Luca Zidane — Bom para terceiro goleiro.
● 5 Raphaël Varane — Não está em seus melhores tempos. Mas, tecnicamente, é o melhor zagueiro do mundo. Deve continuar como titular.
● 4 Sergio Ramos — Tirando sua estupidez de lado, é um dos melhores defensores de todos os tempos. Enquanto ainda estiver andando, deve ser titular e capitão.
● 6 Nacho — Um bom reserva.
● 3 Jesús Vallejo — Zagueiro de potencial, mas se machuca muito. Quando é preciso jogar, está machucado e deixa o time na mão. Um empréstimo ou venda cairia bem.
● Theo Hernández — Está emprestado à Real Sociedad. Deve voltar e permanecer no time, para rotação.
● 23 Sergio Reguilón — Uma baita surpresa. Mas não está pronto. Necessita de mais rodagem e experiência, ou no Real ou em algum empréstimo.
● 12 Marcelo — É um dos melhores de todos os tempos na posição. Mas parece ser fim de ciclo. Se está forçando a barra para ir para a Juventus, que vá para lá ganhar alguns Scudetto e passar vergonha na Champions.
● 2 Dani Carvajal — Indiscutível. Mas tem que sentir mais a sombra do bom Odriozola.
● 19 Álvaro Odriozola — É um excelente lateral. Tem que jogar mais.
● 14 Casemiro — Foi indiscutível por três anos e isso o fez mal. Parece estar voltando àquela fase sua no São Paulo, quando ganhou o apelido de “Case-marra”. Ou evolui, ou vai pro banco. Ou então para a prateleira de “vende-se”.
● 18 Marcos Llorente — Se parar de se lesionar dia sim, dia não, merece mais chances no onze titular.
● 8 Toni Kroos — Tchau, Kroos! Involuiu junto a (quase) todo o time alemão que conquistou a Copa de 2014. #ForaKroos
● Mateo Kovačić — Vai voltar e jogar mais (em quantidade e qualidade) do que está jogando no Chelsea.
● 10 Luka Modrić — Fim de ciclo. Vá ser melhor do mundo em outro lugar.
● 24 Dani Ceballos — Tem que ser titular. Dá mais volume ao time do que Kroos e Modrić.
● 15 Federico Valverde — Fica, para rotação da equipe.
● Lucas Silva — Lista de dispensa.
● James Rodríguez — Está melhor do que vários do elenco atual. Se voltar, tem que ter chances.
● 22 Isco — Meu time é Isco + 10. Mesmo em péssima fase, é o jogador mais técnico do time. Em boa fase, faz o time jogar.
● 21 Brahim Díaz — Ou joga, ou empresta. Não pode comprar o cara para não deixar nem no banco. Isso ele já estava fazendo no Manchester City.
● 20 Marco Asensio — Deve ser titular. É dos poucos que consegue acertar a bola no fundo das redes de vez em quando.
● 28 Vinícius Júnior — É muito bom para sua idade. Mas deve ficar no time B até aprender a finalizar. Quando (e se) aprender, volta para ser titular. Ainda não é o jogador que promete ser.
● 7 Mariano Díaz — Dinheiro jogado fora. Florentino Pérez deve pagar outros 30 milhões para quem o quiser.
● 17 Lucas Vázquez — Não tem nível para ser titular. Deve ficar e compor elenco.
● 11 Gareth Bale — Foi decisivo em vários momentos. Não quero ser ingrato, mas… já deu. Ficou além da conta. #ForaBale
● 9 Karim Benzema — Não é tão ruim quanto parece e nem tão bom quanto diz ser. Se aceitar a rotação ou o banco, que fique. Senão, faça companhia ao Bale longe de Madrid.
Urgentemente, devem ser contratados um zagueiro, um volante, um meia, dois pontas, um centroavante e um técnico. Os sonhos são: Matthijs de Ligt (Ajax), N’Golo Kanté (Chelsea), Christian Eriksen (Tottenham), Eden Hazard (Chelsea), Mohamed Salah (Liverpool), Harry Keane (Tottenham) e Mauricio Pochettino (Tottenham).
É possível um time ser bastante superior ao outro durante 90 minutos e ser goleado por 3 a 0? Pois foi isso que aconteceu no jogo de volta das semifinais da Copa do Rei.
O Madrid teve o time bem encaixado na marcação, com Lucas Vázquez fechando totalmente os espaços na direita e impedindo os avanços do ótimo Jordi Alba. Os culés não assustavam.
Enquanto isso, os merengues criaram várias oportunidades, principalmente com Vinícius Júnior entrando em diagonal da esquerda pelo meio e os avanços constantes de Sergio Reguilón (que deixou Marcelo no banco novamente – e parece ser sem volta). Vázquez também avançava bem na outra ponta. Karim Benzema aparecia bem fazendo o pivô e tabelando pelo meio. Luka Modrić e Toni Kroos orquestravam pelo meio. Keylor Navas (melhor que Thibaut Courtois) não teve trabalho algum.
(Imagem: Javier Soriano / AFP / UOL)
Porém, todas as chances foram desperdiçadas e o Madrid não teve competência para marcar nenhum gol. Se Vinícius Júnior cria muito, ele também erra muito. Assustadoramente! Mas é um menino de 18 anos, com muita habilidade e velocidade. É uma pedra bruta, que precisa ser lapidada. Não deveria ser titular. Mas a culpa não é dele.
A culpa é de Florentino Pérez que não contratou reposição para Cristiano Ronaldo. Parece simples e idiota comparar Vini e CR7 – uma pérola bruta e um dos melhores da história. Mas, quando o português foi vendido à Juventus, era nítida a necessidade de novas contratações. Deveria ter quebrado a banca e contratado Eden Hazard e mais um entre Harry Keane, Edinson Cavani, Robert Lewandowski ou Sergio Agüero. Dinheiro nunca faltou. Falta poder de fogo. Falta alguém com aquele “instinto assassino” de Cristiano, de querer o gol a qualquer custo.
(Imagem: FC Barcelona)
Mas, voltando para a realidade atual, o time cansou de perder gols. E, no intervalo, Ernesto Valverde corrigiu alguns detalhes e o Barça voltou com tudo – embora o Real continuasse melhor.
Se há três semanas Lionel Messi entrou no segundo tempo e pouco conseguiu fazer, hoje ele atuou durante os 90 minutos, mas apareceu ainda menos. Foi muito bem marcado e teve pouco espaço. Espaço esse que surgiu para Ousmane Dembélé, sempre caindo pelas pontas.
Aos 5′, Carvajal deu espaço e o atacante francês cruzou rasteiro da esquerda na medida para Luisito Suárez emendar de primeira. Placar parcial injusto até então. Mas piorou.
Aos 23′, Gareth Bale entrou no lugar de Vázquez. No minuto seguinte o Barça ampliou. Dembélé cruzou novamente para Suárez completar. Varane chegou antes do uruguaio e tocou contra o próprio gol. O zagueiro se machucou feio no lance. Veja nesse link como ficou sua perna. Não tenho coragem de colocar a foto aqui.
O que já era catastrófico para os madridistas terminou quatro minutos depois. Suárez sofreu pênalti e cobrou com cavadinha, estilo Panenka. 3 a 0.
E aí o jogo acabou. O Real continuou atacando, mas sem poder de fogo algum. O Barça não quis jogar mais. Nem precisou.
Barcelona é (novamente) finalista da Copa do Rei. Será o campeão.
Após a catastrófica goleada sofrida pelo Real Madrid em visita ao Camp Nou (5 a 1 para o Barcelona), dessa vez ninguém acha que o técnico madridista Julen Lopetegui escapa da demissão.
Na verdade, ele não deveria nem ter sido contratado. E nem me refiro à polêmica de ser anunciado no Madrid dois dias antes da estreia da seleção espanhola na Copa do Mundo de 2018 (o que ocasionou sua demissão pela Real Federação Espanhola de Futebol).
Lopetegui nunca se provou como técnico em alto nível. Teve sucesso apenas com as seleções de base e só porque tinha realmente uma geração incrível.
Passou duas temporadas no Porto (2014 a 2016) e não conseguiu quebrar a então hegemonia do Benfica. Dois fiascos.
Na seleção principal da Espanha, não teve tempo de ser mensurado, já que fez a bobagem de assinar com o Madrid antes do Mundial.
E, atualmente, é o técnico do pior Real Madrid do Século XXI (quiçá o pior da história). O time ficou mais de 400 minutos sem marcar gols e quebrou seu recorde negativo. Atualmente, é o nono colocado em uma liga que não costuma ser muito equilibrada.
A culpa não é apenas do técnico. O time está completamente desordenado e desmotivado, mas individualmente os jogadores estão muito abaixo do que costumam apresentar.
Também pesa a falta de um substituto de alto nível para Cristiano Ronaldo. O elenco ainda é um dos melhores do mundo, mas falta aquele atleta “world class” que decide as partidas. Gareth Bale foi esse cara na final da última Champions, mas desde então não repete a atuação de gala.
Se o Real Madrid ainda quiser salvar algo na temporada (traduzindo: Champions), precisa abrir os cofres já em janeiro. Se contratado, Eden Hazard estaria apto a jogar a UCL. É só um exemplo. Mas esse e/ou outros craques devem ser contratados imediatamente.
Há a expectativa de que Antonio Conte seja anunciado como técnico a qualquer tempo, com a concomitante demissão de Lopetegui. Não acreditamos que o comandante italiano seja o remédio para esse Madrid.
Tentando repetir a temporada 2015/2016, quando um técnico espanhol medíocre foi demitido no meio da temporada (na ocasião, Rafa Benítez) e um treinador do Castilla foi chamado para apagar o incêndio (Zinedine Zidane), acreditamos que as soluções caseiras sejam as melhores.
Santiago Solari atualmente treina o Castilla. Guti treina o time sub-20. Talvez eles consigam repetir o “efeito Zidane”. Mas para isso, primeiro o Madrid deve se livrar de quem nunca devia ter sido contratado. #ForaLopetegui
Atualizado às 18h00 de 29/10/2018: Enfim, Julen Lopetegui foi demitido do Real Madrid. Santiago Solari assume interinamente.
Três pontos sobre… … Atlético de Madrid 4 x 2 Real Madrid
(Imagem: Getty Images / UEFA)
● Mesmo em apenas uma partida, a Supercopa da Europa é um título continental. E foi isso que o Atlético de Madrid foi disputar. O Real não. Entrou achando que ainda era um torneio amistoso, daqueles caça-niqueis, que acontecem nos Estados Unidos durante a pré-temporada.
O Real ainda estava na cerimônia de abertura, enquanto Diego Costa abria o placar aos 49 segundos. Foi o gol mais rápido da história das finais europeias. O agora capitão Diego Godín fez um lançamento despretensioso. Diego Costa ganhou no alto de Sergio Ramos, passou fácil por Varane e, mesmo sem ângulo, encheu o pé. Keylor Navas se ajoelhou e mostrou o por quê Thibaut Courtois precisou ser contratado. A bola passou entre o goleiro costarriquenho e a trave.
Depois, o Atlético foi mais do mesmo, ao se fechar e esperar os contra-ataques que não vieram. O Real se criava pelo lado esquerdo, com Marcelo, Asensio e Isco. Até que em um lance isolado, aos 27′, Gareth Bale arrancou na ponta direita e cruzou. Karim Benzema apareceu nas costas de Savić, cabeceou bem e tirou do goleiro Oblak.
A virada merengue veio em um pênalti gratuito, aos 18′ do segundo tempo. Em uma cobrança de escanteio, Juanfran meteu a mão na bola. Sergio Ramos bateu bem e converteu a penalidade.
A vitória do Real seria questão de tempo. Mas a grande bobeada de Marcelo trouxe os colchoneros para o jogo. Aos 33′, a bola iria saindo pela lateral, mas Marcelo tentou trazê-la novamente para o jogo com um chapéu sobre Juanfran. O lateral espanhol ganhou a jogada e passou para Ángel Correa. Já dentro da área, o camisa 10 foi até a linha de fundo e tocou para trás. Navas estava (de novo) mal posicionado e Diego Costa completou para o gol. O Real perdeu ali.
Marcelo ainda teve chances de completar um belo contra-ataque no último lance do tempo regulamentar, mas passou vergonha ao errar o voleio e acertar a si próprio.
Na prorrogação, só um time jogou. O Atlético virou o jogo novamente em mais uma bobeira da defesa adversária aos 7′ do primeiro tempo complementar. Sergio Ramos, ao invés de chutar uma bola vadia para frente, tocou na fogueira para Varane dentro da área. O beque francês estava marcado e perdeu a bola para Thomas Partey, que cruzou da esquerda para Saúl encher o pé da entrada da área. Um golaço.
O Real ficou desnorteado e o Atleti matou o jogo. No último minuto antes do intervalo do tempo extra, Diego Costa roubou a bola no campo de ataque e Vitolo encontrou Correa livre, de frente para o gol. O argentino emendou bonito e fez o quarto gol.
O Real não jogou mais e o Atlético venceu o rival pela primeira vez em uma partida decisiva por torneios continentais.
(Imagem: Lukas Schulze / Getty Images / UEFA)
● Para o Real, seria um título a mais, que pouco valeria. Para o Atleti, foi uma prova de seu novo status. O time cresceu. Hoje, está mais pronto que o rival.
Contratações pontuais tornaram os colchoneros mais fortes. Thomas Lemar custou 70 milhões de euros. Rodri custou 20. Gélson Martins veio de graça. Nikola Kalinić, Santiago Arias e Adán custaram pouco nesse mercado maluco. E elevam muito o nível do elenco.
O Real Madrid, sem comando após a saída de Zidane, ainda está no início do trabalho de Julen Lopetegui (que nem deveria ter sido contratado, pois é muito ruim). O elenco é praticamente o mesmo, mas sentiu a falta de seu melhor jogador nos últimos anos. Cristiano Ronaldo nunca foi qualquer um. E fez muita falta ao Real hoje.
Raphaël Varane fez uma partida desastrosa. Casemiro e Marcelo atuaram muito abaixo do que podem. Mas faltou criação e poder de fogo. O clube precisa urgentemente de um bom volante para fazer sombra a Casemiro. E precisa de um centroavante de classe mundial. Quem? Romelu Lukaku, Harry Keane, Edinson Cavani, Robert Lewandowski, Sergio Agüero… Emergencialmente, até Falcao García e Mario Mandžukić servem.
Foi apenas a primeira partida, mas já começa preocupando seus torcedores. Para o Real, o Campeonato Espanhol será o mais difícil dos últimos tempos. Além das grandes contratações do Atlético, o Barcelona está ainda melhor com Arturo Vidal, Malcolm, Arthur e Clément Lenglet. Até o Valencia evoluiu com Michy Batshuayi e Kevin Gameiro. La Liga ainda tem os bons times de Sevilla, Real Bétis, Real Sociedad e outras eventuais surpresas.
Em nível continental, hoje o Real parece um pouco atrás de Barcelona, Juventus, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain e Manchester City. Talvez no mesmo nível de Liverpool, Tottenham, Roma e Manchester United. Mas com um centroavante “World Class”, tudo muda e passa a ter chances de conquistar a quarta Champions consecutiva.
Essa derrota “humilhante” para o rival “menor”, o Atlético, trouxe ao Real Madrid um choque de realidade. Agora não há mais Cristiano Ronaldo para tirar seus coelhos da cartola e “achar” os gols. É preciso que Florentino Pérez abra a carteira e fortaleça seu ataque. Caso contrário, seu time será coadjuvante esse ano.
Três pontos sobre… … Zidane anuncia saída do Real Madrid
(Imagem: The 18)
Zinédine Yazid Zidane é um dos maiores jogadores de todos os tempos. Para alguns, ele é o maior de sua posição. Conquistou Copa do Mundo, Eurocopa, UEFA Champions League, Copa Intercontinental e vários outros títulos como jogador. Se ele quisesse ficar sentado em cima de suas glórias dentro de campo, poderia tê-lo feito. Mas encerrou a carreira no auge de seus 34 anos recém completados.
E ele queria mais. Em 2013 passou a ser auxiliar técnico de Carlo Ancelotti no Real Madrid. O clube tinha passado a ser a sua casa havia doze anos. Em 2014, se tornou o técnico do Castilla, time B dos merengues. Mas era muito pouco.
Nos primeiros dias de 2016, após a demissão de Rafa Benítez, Zizou assumiu como treinador do time principal do Real. Desde então, em dois anos e meio, conquistou “apenas” 03 (TRÊS) UEFA Champions League consecutivas (2015/16, 2016/17 e 2017/18), dois Campeonatos Mundiais Interclubes (2016 e 2017), um Campeonato Espanhol (2016/17), duas Supercopas da UEFA (2016 e 2017) e uma Supercopa da Espanha (2017).
(Imagem: David Ramos / Getty Images)
Seria natural que ele se acomodasse em seu cargo e seguisse conquistando mais títulos. Mas novamente surpreendeu ao anunciar no dia de hoje, 31/05/2018, a sua saída do comando do clube blanco.
“Eu tomei a decisão de não continuar como técnico do Real Madrid, é um momento raro, mas esse time precisa de uma mudança para continuar ganhando, precisa de outro discurso, outra metodologia de trabalho e é por isso que tomei essa decisão.”
Como discordar? Mesmo vencendo, algumas de suas decisões eram questionadas e os atletas pareciam mesmo acomodados em alguns momentos. Realmente essa mudança pode dar um novo fôlego ao Madrid.
O presidente do clube, Florentino Pérez, ficou surpreso com a decisão, mas respeitou e disse não ser um “adeus”, mas sim um “até breve”. Em seus 15 anos de presidência, Pérez viu pela primeira vez um técnico pedir para sair do clube (foram 13 demitidos pelo mandatário).
(Imagem: Made in Foot / IconSport)
A expectativa é que se anuncie o novo técnico nas próximas horas. A imprensa espanhola cita alguns nomes como favoritos, como Mauricio Pochettino (Tottenham), Joachim Löw (da seleção alemã), Massimiliano Alegri (Juventus), Jurgen Klopp (Liverpool), Antonio Conte (Chelsea), Maurizio Sarri (ex-Napoli), Arsène Wenger (ex-Arsenal), Santiago Solari (Real Madrid Castilla) e Guti Hernández (Real Madrid Sub-20).
De todos esses nomes, o mais cotado e surpreendente é o de Guti, ídolo do clube como jogador (jogou com Zidane), que vem fazendo a equipe sub-20 encantar. Porém, seria uma escolha que viria seguida de muita pressão em um momento como esse. Talvez o ideal seria um nome mais tarimbado, como o de Arsène Wenger, deixando Guti como auxiliar técnico, em uma espécie de transição até o ídolo merengue assumir o comando.
Como escrevemos aqui, esse Real Madrid construiu uma dinastia. Mas toda dinastia acaba. Além da saída de Zizou, Cristiano Ronaldo falou em tom de despedida no último sábado e Gareth Bale já disse estar insatisfeito no clube. Será o fim desse Real como conhecemos? O time tem uma grande capacidade técnica e financeira para se reconstruir e continuar sendo dominante no continente. Resta saber se isso será feito com competência, como nos últimos anos, ou de forma atabalhoada, como nos anos anteriores.
Ao Míster Zidane, o madridismo só tem uma coisa a dizer: “Obrigado!”Zizou deixa o Real Madrid ainda maior do que era quando assumiu. Deixa um grande legado e sobe o nível de exigência da torcida. A enorme idolatria que tinha como jogador, conseguiu ser ainda maior como técnico.
O Liverpool começou jogando melhor, marcando pressão nos primeiro trinta minutos e trocando passes rápidos no campo de ataque. Foram alguns lances de perigo, mas nenhuma chance clara criada. Mohamed Salah era um dos que mais tentava. Mas esse não seria seu dia.
A história da partida mudou em um lance isolado aos 24 minutos do primeiro tempo. Sergio Ramos e Salah engancharam seus braços e o braço do egípcio ficou preso ao cair. A queda foi realmente muito feia e o atacante do Liverpool infelizmente não conseguiu continuar em campo, sendo substituído cinco minutos depois. No momento, pareceu um lance acidental, uma falta comum. Quem já jogou bola sabe: em um lance tão rápido, dificilmente o defensor teria tempo para pensar em causar uma queda que tirasse o rival de campo. São milésimos de segundos para pensar e agir ao mesmo tempo. Mas se tratando de Sergio Ramos e seu histórico nada limpo, fiquemos a vontade para julgar a ação do beque – subjetividade pura.
Zidane escalou inicialmente os mesmos atletas que venceram a Juventus na final do ano passado
Jürgen Klopp apostou na mesma escalação ofensiva que levou seu time à final
Logo depois foi a vez de Dani Carvajal se lesionar depois de uma queda. Outra grande perda para o espetáculo. Mas enquanto o Madrid repôs bem, com Nacho, o Liverpool trocou o intrépido Mo Salah por um Adam Lallana sem ritmo, que estava voltando aos poucos de lesão.
Devido à falta de peças ofensivas, Jürgen Klopp teve que desmontar seu 4-3-3 e o Liverpool passou a jogar no 4-4-2.
O Liverpool morreu e o Madrid passou a jogar. Benzema teve um gol justamente anulado aos 42′, após aproveitar uma defesa sensacional do goleiro Karius em cabeçada de Cristiano Ronaldo. Mas ambos estavam impedidos, tanto o português, quanto o francês.
No início do segundo tempo, Lallana errou um corte dentro da área e a bola sobrou para Isco, livre, mas ele chutou no travessão.
Karim Benzema e Loris Karius voltaram a ser protagonistas aos cinco minutos da etapa final. Toni Kroos fez um lançamento, mas Benzema não alcançou e a bola ficou com Karius. O goleiro foi sair rapidamente com as mãos e jogou a bola bem no instante em que Benzema esticou a perna. A bola bateu no pé do francês e tomou o rumo do gol. Um gol ridículo dava a vantagem no placar ao Real Madrid.
Mas a reação do Liverpool foi rápida. O time voltou a fazer a pressão alta e conseguiu o empate aos 10′. James Milner cobrou o escanteio, Dejan Lovren subiu bem de cabeça e desviou para o meio da pequena área. Sadio Mané foi mais rápido que Keylor Navas e esticou bem a perna para desviar do goleiro. Tudo igual em Kiev.
Com Nacho no lugar de Carvajal, os laterais passaram a não avançar tanto. Bale entrou para resolver a parada
Sem opções de ataque no banco, Klopp foi obrigado a mudar o sistema de jogo, perdendo força em suas ações ofensivas
O minuto 19 nos brindou com uma verdadeira obra prima. Marcelo cruzou de pé direito para a entrada da área e Gareth Bale, que tinha acabado de entrar, emenda de bicicleta para o gol. Um gol para ficar na história das finais da competição.
Os Reds quase empataram de novo, após uma troca de passes que Mané chutou de fora da área, mas a bola acertou na trave direita de Navas. Pura sorte. Sorte de (tri)campeão? Sim, conforme foi ratificado 14 minutos depois.
Aos 38′, Bale recebeu uma bola na direita, teve tempo de ajeitar e chutar da intermediária. Seria uma bola fácil para qualquer goleiro. Se ficasse parado, talvez a bola batesse em seu rosto e não fosse gol. Mas não era qualquer um. Era Loris Karius: um dos goleiros que mais comete falhas bisonhas. E cometeu mais uma. Ele estava pronto para socar a bola, mas resolveu de última hora segurá-la e abriu as mãos. Não fez nem uma coisa e nem outra: acabou empurrando a bola para o gol. Uma das piores partidas de um goleiro na história do futebol de alto nível.
O Liverpool perdeu o restante de sua pouca força que ainda restava. O Madrid ainda teve chances de sacramentar a goleada, mas não o fez. E conquistava, de novo, a Liga dos Campeões da Europa.
Cristiano Ronaldo pouco apareceu em campo. Deixou uma mensagem enigmática na entrevista após o jogo, dizendo que “foi muito bonito jogar no Real Madrid”. Benzema fez “só” o gol; se for embora, leva a gratidão dos madridistas, mas já vai tarde. Bale afirmou que precisa jogar mais e vai decidir seu futuro junto com seu empresário. Luka Modrić está ficando velho. Keylor Navas sempre está lá para salvar o time, mas às vezes falta confiança. Talvez esse seja o fim desse esquadrão como conhecemos.
Do outro lado, o Liverpool tem muita margem para melhorar. É um time promissor. A zaga não comprometeu. Milner está velho e lento. O capitão Jordan Henderson é um jogador de pura homogeneidade: não marca, não arma, não cruza, não chuta e não lidera. Roberto Firmino “dybalou” hoje. Se não fosse por Sadio Mané, o trio de ataque mais prolífico da história da Champions teria passado em branco. Karius não é goleiro para um time de alto nível. Karius nem é goleiro.
Mo Salah tem a torcida do universo para que se recupere e continue a brilhar na Copa do Mundo. Carvajal também.
Sergio Ramos é o eterno vilão. Há quatro anos, impediu o título do Atlético de Madrid aos 48 minutos do segundo tempo ao empatar o jogo. Hoje, “tirou” de campo o melhor jogador do mundo. Atualmente, é o cara mais odiado do mundo da bola. Mas tem o amor e o apoio da torcida do Real Madrid. Provavelmente, o torcedor madridista deve considerá-lo “meu malvado favorito”.
(Imagem: UOL)
Falando em malvado, quão malvado é esse Real Madrid?! Só nos últimos anos, tirou o título do coitadinho do Atlético, por duas vezes! Impediu Gianluigi Buffon de conquistar a Champions e se consagrar ainda mais! E agora tirou a chance de título do queridinho Mo Salah e desse lindo Liverpool! É o time a ser batido. É o mais odiado do mundo. Menos, claro, pelos que o ama – que são muitos.
Madrid Champions League. É uma dinastia. Assim como foi a dinastia do mesmo Real Madrid pentacampeão entre 1956 e 1960, o Ajax tricampeão (1971 a 1973) e o Bayern de Munique (1974 a 1976). Desde a fase moderna da UEFA Champions League, nenhum time tinha conseguido dois títulos consecutivos. Agora já são três. E contando…
Pra terminar: se CR7 fosse um clube, já seria o terceiro maior vencedor do torneio. Com cinco títulos, ele igualou Bayern, Liverpool e Barcelona.
Três pontos sobre… … Times “fracos” na final do Campeonato Mundial de Clubes
(Imagem: goleiro do TP Mazembe em 2010, Robert Kidiaba, do Goal.com)
O jogo de hoje entre Kashima Antlers (JAP) x Real Madrid mostrou algo comum no futebol: vencendo ou não, um time considerado inferior, sem grandes nomes individuais, mas organizado taticamente e com uma boa proposta de jogo pode suportar a pressão de jogar contra um time cheio de craques.
Embora uma equipe nessas circunstâncias nunca tenha vencido um clube de camisa mais “pesada”, algumas finais de Campeonato Mundial (incluindo a Copa Intercontinental) tiveram uma partida equilibrada.
● 2016 – Real Madrid 4 x 2 Kashima Antlers
Foi a terceira vez que o time da casa chega à final e a primeira vez de um asiático. Com uma boa estrutura tática, mesmo dependendo de poucos jogadores razoáveis, o time japonês soube segurar o Real Madrid e foi campeão mundial por oito minutos. Mas a “camisa branca que enverga varal” e a precisão das conclusões de Cristiano Ronaldo deram o título aos merengues. Mas fica aquela pontinha de injustiça. A arbitragem (de novo) interferiu diretamente na partida, ao não apresentar o segundo cartão amarelo e, consequentemente o vermelho, ao capitão blanco Sergio Ramos. O Antlers estiveram melhor na maior parte do tempo e poderiam ser o primeiro campeão mundial do continente, mas deixa na história a excelente forma que se apresentou no campeonato, inclusive batendo por 3 a 0 nas semifinais o Atlético Nacional de Medellín.
● 2013 – Bayern de Munique 2 x 0 Raja Casablanca
O Raja surpreendeu a todos como o primeiro time anfitrião a chegar na final (o primeiro foi o Corinthians em 2000), inclusive vencendo o Atlético Mineiro por 3 a 1 (o que se torna motivo de chacotas contra os torcedores do Galo, especialmente dos cruzeirenses). Tá certo que o Bayern tirou o pé na final, mas não podemos tirar os méritos do clube marroquino pelo placar relativamente magro.
● 2010 – Internazionale 3 x 0 TP Mazembe
Essa foi a primeira final de um clube fora do eixo Europa / América do Sul. E não foi por acaso. O time congolês, cheio de jogadores rápidos do meio pra frente, venceu o bom time do Pachuca nas quartas de final e o Internacional de Porto Alegre na semifinal. Contra a Inter de Milão, não teve chances. Mas Mazembe é piada eterna dos gremistas contra os colorados.
● 2008 – Manchester United 1 x 0 LDU Quito
Mesmo sendo o time mais forte da história do Equador e tendo vencido a Libertadores, a LDU era uma equipe fraca e estava sem seu principal aliado (a altitude de 2.800 metros de Quito). Ainda assim, não passou vergonha ao vencer o mexicano Pachuca na semifinal. Na decisão, suportou a pressão do United até 28 minutos do segundo tempo, quando Wayne Rooney fez o gol do título.
● 2004 – Porto 0(8) x 0(7) Once Caldas
Uma final com duas zebras. Dois times que, se não eram ruins, estavam longe de ser bons. Uma final xoxa, em que o placar zerado refletia bem a nota dos dois times. Nenhum merecia ser campeão, mas a história do Porto obrigava o time a vencer o (até pouco tempo antes) inexpressivo clube colombiano, o que ocorreu apenas nos pênaltis.
● 1989 – Milan 1 x 0 Atlético Nacional
O querido time de Medellín venceu a Libertadores pela primeira vez em 1989 e era um grande esquadrão colombiano. Entra nessa lista por ter enfrentado o excepcional Milan, uma das melhores equipes da história (a última bicampeã europeia, inclusive). Aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando todos já confiavam nos pênaltis e no folclórico goleiro René Higuita, o meia Alberigo Evani fez o único gol.
● 1986 – River Plate 1 x 0 Steaua Bucareste
Caso raro de o sul-americano ser mais forte que o europeu. O Steaua tinha seus méritos e um time muito organizado e bom, mas o River sempre foi um gigante do continente e do mundo. Com obrigação de vencer pela sua história, o time argentino não deu chances à zebra.
● 1985 – Juventus 2(4) x 2(2) Argentinos Juniors
O Argentinos Juniors tinha o melhor time de sua história e era muito bom. Mas enfrentou a Juventus de Platini, Michael Laudrup e recheada de italianos campeões da Copa do Mundo de 1982. Mesmo muito mais cotada para ser campeã, a Juve precisou dos pênaltis para conquistar o primeiro título mundial.
Três pontos sobre… … Ferenc Puskás: 10 anos sem a lenda
(Imagem: FIFA)
● Hoje completa dez anos da morte de Ferenc Puskás, um dos maiores jogadores da história do futebol. Seu nome de registro era Ferenc Purczeld Biró (Purczeld Biró Ferenc, no padrão húngaro), mas sua família alterou o nome de origem alemã em uma das muitas mudanças de “ânimos” políticos húngaros, em uma época em que o nacionalismo era extremo no país, forçando muitas famílias a adaptar o sobrenome. “Puskás”, em húngaro, significa revólver. Ou seja, Puskás era matador até no nome.
Era mais conhecido em sua terra como “Öcsi Puskás”. O apelido surgiu em um dia em que Puskás estava resfriado e de cama, enquanto seu pai foi trabalhar (jogava no Kispest) e sua mãe foi fazer compras. Ele fugiu pela janela e foi jogar bola com os amiguinhos em um terreno baldio. Quando sua mãe voltou e o viu, pegou o rolo de macarrão para lhe dar uma lição, mas os demais meninos fizeram uma barreira ao redor de Ferenc para protegê-lo, dizendo: “Não bate nele, dona Puskás, ele é nosso irmãozinho”. É que Puskás era o mais novo de todos e eles o chamavam de “Öcsi” (irmãozinho em húngaro).
Em janeiro de 1949, a Hungria se tornou um estado comunista e os clubes de futebol foram nacionalizados. O time de Puskás, Kispest FC, foi assumido pelo Ministério da Defesa e tornou-se o time do exército húngaro, chamado Honvéd (defensores da pátria, no idioma local). O técnico era Gusztáv Sebes, Vice-Ministro do Esporte húngaro, que teve a liberdade de juntar alguns dos melhores jogadores do país no mesmo time. Todos esses craques tinham suas patentes no exército nacional e Puskás era major. Aí se origina outro de seus apelidos: “Major Galopante”.
(Imagem: Lance!)
Pela seleção da Hungria, entre 1945 e 1956 disputou 85 partidas e marcou incríveis 84 gols. Ainda é o segundo maior artilheiro por uma seleção, perdendo apenas para o iraniano Ali Daei (109 gols em 150 jogos). Entre 1950 e 1956, a seleção da Hungria perdeu apenas uma partida: justamente a final da Copa do Mundo de 1954, para a Alemanha Ocidental, por 3 a 2.
No Real Madrid, fez uma parceria memorável com Alfredo Di Stéfano e conquistou três UEFA Champions League. Na final do torneio de 1959/60, os merengues venceram o Eintracht Frankfurt por 7 x 3, com 3 gols de Di Stéfano e 4 de Puskás. Na Espanha, ganhou os apelidos de “Pancho” (uma variante diminutiva em espanhol de Francisco – Ferenc em castelhano) e “Cañoncito Pum” (algo como “tiro de canhão”, em tradução livre). Esteve também na Copa do Mundo de 1962, atuando pela Espanha, que foi eliminada na primeira fase.
Como técnico, treinou equipes dos cinco continentes, mas teve raros sucessos em times pequenos. Conquistou títulos na Austrália, mas teve mais destaque com o Panathinaikos conquistando o bicampeonato grego em 1971 e 1972, além de ser vice-campeão da UEFA Champions League de 1970/71, perdendo para o forte Ajax, de Johan Cruijff e cia.
Só voltou a seu país em 1981 e em 1995 foi alçado à patente de coronel. Em 1997, em comemoração aos seus 70 anos, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Juan Antonio Samaranch, outorgou a Puskás a ordem de honra do COI, máxima condecoração olímpica. Desde o ano 2000, o craque sofria do Mal de Alzheimer e passou a ter dificuldades financeiras, no que foi prontamente amparado pelo Real Madrid. No ano seguinte, o Népstadion, de Budapeste, seria renomeado Estádio Puskás Ferenc. Faleceu há exatos dez anos, no hospital Kütvolgyi, na capital de seu país, depois de ficar internado com um pneumonia por dois meses. Desde 2009 a FIFA concede o Prêmio Puskás ao autor do gol mais bonito do ano. Homenagem justíssima a uma lenda do esporte.
(Imagem: O Gol)
● Feitos e premiações de Ferenc Puskás:
Pela Seleção da Hungria:
– Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 1952.
– Vice-campeão da Copa do Mundo de 1954.
Pelo Honvéd:
– Campeão do Campeonato Húngaro em 1949/50, 1950-especial, 1952, 1954 e 1955.
Pelo Real Madrid:
– Campeão da Copa dos Campeões da UEFA (atual UEFA Champions League) em 1958/59, 1959/60 e 1965/66.
– Campeão da Copa Intercontinental em 1960.
– Campeão do Campeonato Espanhol em 1960/61, 1961/62, 1962/63, 1963/64 e 1964/65.
– Campeão da Copa do Generalíssimo (atual Copa do Rei) em 1961-1962.
Como Técnico, pelo Panathinaikos (Grécia):
– Vice-campeão da UEFA Champions League em 1971.
– Campeão do Campeonato Grego em 1971 e 1972.
Como técnico, pelo South Melbourne (Austrália):
– Campeão do Campeonato Australiano em 1991.
– Campeão da Copa da Austrália em 1990.
– Campeão da Copa Dockerty em 1989 e 1991.
Distinções e premiações individuais:
– Artilheiro do Campeonato Húngaro em 1947/48 (50 gols), 1949/50 (31 gols), 1950 (25 gols) e 1953 (27 gols).
– Artilheiro do Campeonato Espanhol em 1959/60 (25 gols), 1960/61 (28 gols), 1962/63 (26 gols) e 1963/64 (21 gols).
– Artilheiro da UEFA Champions League em 1959/60 (12 gols) e 1963/64 (7 gols).
– Chuteira de Ouro do Mundo em 1948 (50 gols).
– Jogador Europeu do Ano em 1953.
– Bola de Ouro da Copa do Mundo de 1954.
– Eleito para a Seleção da Copa do Mundo de 1954.
– Nomeado para a lista “FIFA 100” (feita por Pelé, onde constam os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004).
– Prêmio Jogador de Ouro da Hungria no Jubileu da UEFA em 2004.
– Membro do Hall da Fama da FIFA desde 1998.
– Jogador Europeu do Século XX pelo jornal L´Equipe.
– Maior Artilheiro do Século XX pela IFFHS.
– 7º lugar na lista dos melhores jogadores do século XX pela revista World Soccer.
– 6º lugar na lista dos melhores jogadores do século XX pela IFFHS.
– 2º lugar na lista dos melhores jogadores europeus do século XX pela IFFHS.
– Melhor jogador húngaro do século XX pela IFFHS.
● Frases de Puskás e sobre Puskás:
“Os adversários podem jogar melhor, mas a bola é redonda para todos.” — Puskás.
“Futebol é muito simples: o time que tem a bola precisa jogar, o time que não tem a bola precisa marcar.” — Puskás, filosofando.
“Nós jogamos alegremente, eles disputaram o título.” — Puskás, sobre a derrota da Hungria para a Alemanha na final da Copa do Mundo de 1954.
“Deus disse: ao sétimo dia descansarás. Bom, homem, isso é o que deve fazer um técnico. O domingo é dos jogadores. Quando estão em campo, para que dar cambalhotas no banco ou gritar até ficar surdo, se eles são os únicos que podem virar um resultado ou ganhar uma partida? Eu, todavia, não vi ninguém que ganhou uma partida olhando.” — Puskás, em grande frase, reproduzida no segundo livro da coleção dos 90 anos da revista El Gráfico.
“O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stéfano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo.” — Puskás.
“Quando olho para trás, vejo que ao longo de minha vida uma única linha se desenvolveu – apenas o futebol. Foi uma linha simples, direta, sem ambições conflitantes. Desde aquele momento na minha infância quando ouvi o misterioso clamor da multidão no estádio Kispest, a apenas alguns metros de distância da janela da nossa cozinha, acho que já estava predestinado.” — o próprio craque, na biografia “Puskás – Uma lenda do futebol mundial.”
“Ele era um jogador especial do seu tempo, sem nenhuma dúvida. Como a Hungria não venceu a Copa do Mundo de 1954 está além da minha compreensão.” — Sir Alex Ferguson, sobre Puskás.
“De todos nós, ele era o melhor. Ele tinha um sétimo sentido para o futebol. Se havia 1000 soluções, ele pegaria a 1001ª.” — Nandor Hidegkuti, companheiro de Puskás na seleção da Hungria.
“Olhe aquele cara gordo. Vamos acabar com ele.” — Jogador inglês não identificado, antes da derrota por 6 a 3 em 1953, em pleno Wembley.
“No seu livro, Puskás disse que se eu não tivesse jogado bem eles teriam marcado 12 gols! Era um privilégio jogar contra aquele time, mesmo que tenham acabado com a gente. O Puskás não era apenas um grande jogador de futebol, mas também um homem adorável.” — Goleiro inglês Gil Merrick.
“Ferenc realmente era um jogador maravilhoso. Ele era rechonchudo, mas um maravilhoso canhoto e um finalizador brilhante. Eu colocaria Puskás em qualquer lista dos melhores de todos os tempos. Um jogador maravilhoso, uma pessoa maravilhosa e ele gostava de jogar.” Sir Tom Finney.
“Puskás era um inferno para os goleiros a 30-35 metros de distância. Ele não tinha apenas um chute poderoso, mas também muita precisão. Eu o considerava um gênio.” — Raymond Kopa, companheiro de Puskás no Real Madrid.
“O homem era um super-talento. Eu perdi um amigo e um jogador de qualidade. Era assim que Puskás era como pessoa e jogador de futebol. Ele era um dos maiores jogadores de todos os tempos. Mas a vida, meu amigo, chega ao final quando você menos espera.” — Alfredo Di Stéfano, companheiro de Puskás do Real Madrid.
“Ele se deu bem com todos e tinha um caráter muito jovial que o ajudou a jogar com uma quantidade impressionante de alegria e serenidade. Ele tinha um grande chute e ele poderia acelerar muito rapidamente, tinha qualidades diversificadas e, sobretudo, tinha explosão.” — Luis Suárez, companheiro de Puskás na seleção da Espanha.
“Não houve um húngaro que não tenha ficado tocado pela morte de Ferenc Puskás. O húngaro mais famoso do século 20 nos deixou, mas a lenda vai sempre estar entre nós.” — Ferenc Gyurcsany, ex-primeiro ministro húngaro.
“Todos nós nos apaixonamos por Puskás e pela seleção húngara nos anos 50. Ele só tinha a perna esquerda e fazia maravilhas com ela.” — Armando Nogueira, um dia após o falecimento de Puskás.
“Ferenc foi um gênio porque nasceu sabendo.” — Mauro Beting em “As melhores seleções estrangeiras de todos os tempos”.
“Eu estava com (Bobby) Charlton, (Denis) Law e Puskás, estávamos dando aula em uma academia de futebol na Austrália. Os jovens que estávamos treinando não o respeitavam, fazendo piadas com o seu peso e sua idade. Nós decidimos deixar os garotos desafiarem um técnico a acertar uma barra 10 vezes seguidas. Obviamente, ele escolheram o velho gordo. Law perguntou aos meninos quantas vezes em 10 o treinador velho e gordo acertaria. A maioria disse que menos de cinco. Era melhor ter dito 10. O treinador velho e gordo se adiantou e acertou nove em sequência. No décimo chute, ele levantou a bola no ar, tocou com os dois ombros e a cabeça, deixou ela cair para o calcanhar e chutou de voleio na barra. Todos ficaram em silêncio e um dos meninos perguntou quem ele era e eu respondi: ‘Pra você, o nome dele é Senhor Puskás'”. — George Best.
“É importante preservar a memória dos grandes nomes do futebol que deixaram sua marca na nossa história. Ferenc Puskás era não só um jogador com imenso talento que ganhou muitas honras, mas também um homem notável. É, portanto, um prazer para a FIFA lhe prestar homenagem e lhe dedicar este prémio à sua memória.” — Joseph Blatter, ex-presidente da FIFA, sobre o prêmio “Ferenc Puskás”.
● No dia 04/11/1972 nascia em Lisboa o craque Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, ou, simplesmente, Luís Figo. Vindo de uma família pobre, começou a dar seus primeiros passos no União Futebol Clube “Os Pastilhas”, um time do bairro da freguesia da Cova da Piedade. Logo depois, se mudou para a freguesia do Laranjeiro e chamou a atenção de olheiros do Sporting Clube de Portugal, que o contratou. Começou a jogar nos “leões” aos 17 anos, em 1989 e venceu apenas a Taça e a Supertaça em 1995. Nesse ano, Figo decidiu sair do Sporting por problemas na renovação contratual. o Campeonato Italiano ainda estava no auge e vários clubes estavam atrás do português. Mas enquanto o clube o vendeu para a Juventus, ele já tinha assinado com o Parma. Foi punido pela Federação Italiana de Futebol e proibido de jogar no futebol do país por dois anos. Assim, o Barcelona entrou no negócio e contratou o meia. Na Catalunha, chegou com a responsabilidade de substituir Michael Laudrup e cativou a exigente torcida do Barça e foi bicampeão espanhol (1997/98 e 1998/99), venceu a Supercopa da Espanha em 1996 e a Recopa Europeia em 1996/97. Curiosamente, sua formação no Sporting foi como meio-campista e só passou a jogar pelos lados no Barcelona.
Em 2000 foi protagonista de uma das transferências mais controversas da história, trocando o Barcelona onde era o craque (ao lado de Rivaldo), líder, capitão e ídolo, pelo maior rival, o Real Madrid. Dizia se sentir desvalorizado pelos dirigentes do Barça e o presidente merengue Florentino Pérez pagou a cláusula de rescisão de Figo, com 60 milhões de euros, recorde de valor mais alto pago por um jogador naquela época. A torcida do Barça se sentiu traída e alguns meses depois (23/10/2000), em visita do Real Madrid ao estádio Camp Nou, a cada escanteio batido pelo ex-ídolo (foram cinco), a torcida blaugrana atirava objetos em campo, como: moedas, celulares, bolas de golfe e até mesmo cabeças assadas de um galo e de um porco. Posteriormente, o craque disse: “Talvez eu tenha sido o único jogador do mundo que jogou com mais de 100 mil pessoas contra. Senti medo em vários momentos da partida, pois estava assustado e com medo de que algum louco perdesse a cabeça”.
Com a camisa 10 dos “blancos”, enfim conquistou a UEFA Champions League em 2001/02, além da Copa Intercontinental e da Supercopa Europeia em 2002, do Campeonato Espanhol em 1997/98 e 2002/03 e da Supercopa da Espanha em 2001 e 2003. Figo foi o primeiro dos “Galacticos”, apelido dado à equipe na época em que jogavam juntos estrelas como o próprio Figo, Zinedine Zidane, Ronaldo, David Beckham, Roberto Carlos e Raúl. Essa equipe ficou marcada na história pelos craques, mas infelizmente não conquistou nenhum título relevante com todas as feras juntas.
Deixou o Real após pequenas desavenças com o então técnico, o brasileiro Vanderlei Luxemburgo. Em 2005 foi para a Internazionale de Milão, onde voltou a usar a camisa nº 7. Mesmo não atuando em um grande número de jogos, foi importante para a equipe. No clube “nerazzurri” foi tetracampeão italiano (2005/06 a 2008/09), campeão da Coppa Italia de 2006 e da Supercopa Italiana em 2005, 2006 e 2008. Se aposentou em 31/05/2009, jogando no estádio Giuseppe Meazza contra a Atalanta, com a Inter já campeã italiana. Nesse jogo, Javier Zanetti entregou a braçadeira de capitão a Luís Figo, como homenagem.
● Foi o líder de uma geração dourada da seleção de Portugal, campeã do Europeu Sub-17 em 1989, campeã do Mundial Sub-20 em 1991 e vice-campeão do Europeu Sub-21 em 1994, ao lado dos parceiros Rui Costa e João Pinto. Ainda em 1991, estreou pela seleção principal em um amistoso empatado em 1 a 1 com Luxemburgo. Jogou pelo seu país nas Eurocopas de 1996, 2000 (3º lugar) e 2004 (vice) e nas Copas do Mundo de 2002 e 2006 (4º lugar). Após a Euro 2004, na qual Portugal perdeu a final por 1 a 0 para a Grécia, Figo chegou a anunciar que não mais jogaria pela seleção. Mas quando a nação lusa precisou dele, nas rodadas finais das eliminatórias para a Copa de 2006, ele voltou e ajudou sua equipe na qualificação para o torneio. Foi o capitão de Portugal nessa Copa, levando a equipe às semifinais (algo que eles não conseguiam desde 1966), mas perderam para a França por 1 x . Na decisão do terceiro lugar, foi poupado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, mas entrou aos 32 minutos do segundo tempo e ainda deu a assistência para o gol de honra do seu time, na derrota para a Alemanha por 3 x 1. Fez 125 jogos pela seleção de Portugal (por enquanto perde apenas para Cristiano Ronaldo) e marcou 32 gols (quarto maior artilheiro).
● Jogou profissionalmente por 20 anos (1989 a 2009) e se aposentou em 31/05/2009. Em 19 anos atuando nas equipes principais de seus clubes, a pior classificação final jogando nas ligas foi o 4º lugar (apenas 2 vezes). Conquistou a Bola de Ouro da revista France Football em 2000 e foi eleito o Melhor do Mundo pela FIFA em 2001. Pelé o nomeou para a polêmica lista FIFA 100 (os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004). Foi eleito o jogador português do ano em 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000 e só não foi mais porque esse prêmio deixou de existir em 2000. Ficou em 30º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de todos os tempos, feita no programa “Os Grandes Portugueses”. Seus ídolos são Diego Maradona, Zico, Fernando Chalana e Paulo Futre. Seus marcadores mais difíceis, segundo ele, foram Roberto Carlos e Bixente Lizarazu.
É embaixador da UNICEF e em 05/07/2004 se tornou “Oficial da Ordem do Infante D. Henrique”, por prestação de serviços relevantes a Portugal, no país ou no exterior, com a expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores. Na curiosa modalidade automobilística “A1 Grand Prix” (que ocorria nas férias da Fórmula 1 e durou de 2005 a 2009), em que cada país tinha uma equipe com “padrinhos”, os padrinhos da equipe portuguesa “A1 Team Portugal” eram Luís Figo e o técnico Carlos Queiroz. Uma de suas grandes paixões é colecionar relógios. É embaixador dos relógios IWC, uma das marcas mais exclusivas de relógios de luxo do mundo. Fez uma participação especial como ator no filme português “Second Life” (2009), de Miguel Gaudêncio e Alexandre Valente. Após se aposentar, o ex-craque cuida de sua fundação para crianças carentes e faz alguns trabalhos como modelo. Em janeiro de 2015, Figo anunciou sua intenção de se candidatar a presidente da FIFA, mas desistiu e nem se inscreveu na disputa.
Certa vez Figo confessou que aprendeu a falar inglês para conquistar sua atual esposa. Apesar de nunca ter morado em um país de língua inglesa, quando jogava no Barcelona ele fez aulas do idioma para aprender a seduzir a linda modelo sueca Helen Svedin, com quem é casado desde 2001 e tem três filhas: Daniela (nascida em 29/03/1999), Martina (23/02/2002) e Stella (09/12/2004). Pep Guardiola é padrinho de uma delas, devido à grande amizade que se formou entre ele e Figo na época do Barça.