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… Times “fracos” na final do Campeonato Mundial de Clubes

Três pontos sobre…
… Times “fracos” na final do Campeonato Mundial de Clubes


(Imagem: goleiro do TP Mazembe em 2010, Robert Kidiaba, do Goal.com)

O jogo de hoje entre Kashima Antlers (JAP) x Real Madrid mostrou algo comum no futebol: vencendo ou não, um time considerado inferior, sem grandes nomes individuais, mas organizado taticamente e com uma boa proposta de jogo pode suportar a pressão de jogar contra um time cheio de craques.

Embora uma equipe nessas circunstâncias nunca tenha vencido um clube de camisa mais “pesada”, algumas finais de Campeonato Mundial (incluindo a Copa Intercontinental) tiveram uma partida equilibrada.

2016 – Real Madrid 4 x 2 Kashima Antlers
Foi a terceira vez que o time da casa chega à final e a primeira vez de um asiático. Com uma boa estrutura tática, mesmo dependendo de poucos jogadores razoáveis, o time japonês soube segurar o Real Madrid e foi campeão mundial por oito minutos. Mas a “camisa branca que enverga varal” e a precisão das conclusões de Cristiano Ronaldo deram o título aos merengues. Mas fica aquela pontinha de injustiça. A arbitragem (de novo) interferiu diretamente na partida, ao não apresentar o segundo cartão amarelo e, consequentemente o vermelho, ao capitão blanco Sergio Ramos. O Antlers estiveram melhor na maior parte do tempo e poderiam ser o primeiro campeão mundial do continente, mas deixa na história a excelente forma que se apresentou no campeonato, inclusive batendo por 3 a 0 nas semifinais o Atlético Nacional de Medellín.

2013 – Bayern de Munique 2 x 0 Raja Casablanca
O Raja surpreendeu a todos como o primeiro time anfitrião a chegar na final (o primeiro foi o Corinthians em 2000), inclusive vencendo o Atlético Mineiro por 3 a 1 (o que se torna motivo de chacotas contra os torcedores do Galo, especialmente dos cruzeirenses). Tá certo que o Bayern tirou o pé na final, mas não podemos tirar os méritos do clube marroquino pelo placar relativamente magro.

2010 – Internazionale 3 x 0 TP Mazembe
Essa foi a primeira final de um clube fora do eixo Europa / América do Sul. E não foi por acaso. O time congolês, cheio de jogadores rápidos do meio pra frente, venceu o bom time do Pachuca nas quartas de final e o Internacional de Porto Alegre na semifinal. Contra a Inter de Milão, não teve chances. Mas Mazembe é piada eterna dos gremistas contra os colorados.

2008 – Manchester United 1 x 0 LDU Quito
Mesmo sendo o time mais forte da história do Equador e tendo vencido a Libertadores, a LDU era uma equipe fraca e estava sem seu principal aliado (a altitude de 2.800 metros de Quito). Ainda assim, não passou vergonha ao vencer o mexicano Pachuca na semifinal. Na decisão, suportou a pressão do United até 28 minutos do segundo tempo, quando Wayne Rooney fez o gol do título.

2004 – Porto 0(8) x 0(7) Once Caldas
Uma final com duas zebras. Dois times que, se não eram ruins, estavam longe de ser bons. Uma final xoxa, em que o placar zerado refletia bem a nota dos dois times. Nenhum merecia ser campeão, mas a história do Porto obrigava o time a vencer o (até pouco tempo antes) inexpressivo clube colombiano, o que ocorreu apenas nos pênaltis.

1989 – Milan 1 x 0 Atlético Nacional
O querido time de Medellín venceu a Libertadores pela primeira vez em 1989 e era um grande esquadrão colombiano. Entra nessa lista por ter enfrentado o excepcional Milan, uma das melhores equipes da história (a última bicampeã europeia, inclusive). Aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando todos já confiavam nos pênaltis e no folclórico goleiro René Higuita, o meia Alberigo Evani fez o único gol.

1986 – River Plate 1 x 0 Steaua Bucareste
Caso raro de o sul-americano ser mais forte que o europeu. O Steaua tinha seus méritos e um time muito organizado e bom, mas o River sempre foi um gigante do continente e do mundo. Com obrigação de vencer pela sua história, o time argentino não deu chances à zebra.

1985 – Juventus 2(4) x 2(2) Argentinos Juniors
O Argentinos Juniors tinha o melhor time de sua história e era muito bom. Mas enfrentou a Juventus de Platini, Michael Laudrup e recheada de italianos campeões da Copa do Mundo de 1982. Mesmo muito mais cotada para ser campeã, a Juve precisou dos pênaltis para conquistar o primeiro título mundial.

… Luís Figo

Três pontos sobre…
… Luís Figo


(Imagem localizada no Google)

● No dia 04/11/1972 nascia em Lisboa o craque Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, ou, simplesmente, Luís Figo. Vindo de uma família pobre, começou a dar seus primeiros passos no União Futebol Clube “Os Pastilhas”, um time do bairro da freguesia da Cova da Piedade. Logo depois, se mudou para a freguesia do Laranjeiro e chamou a atenção de olheiros do Sporting Clube de Portugal, que o contratou. Começou a jogar nos “leões” aos 17 anos, em 1989 e venceu apenas a Taça e a Supertaça em 1995. Nesse ano, Figo decidiu sair do Sporting por problemas na renovação contratual. o Campeonato Italiano ainda estava no auge e vários clubes estavam atrás do português. Mas enquanto o clube o vendeu para a Juventus, ele já tinha assinado com o Parma. Foi punido pela Federação Italiana de Futebol e proibido de jogar no futebol do país por dois anos. Assim, o Barcelona entrou no negócio e contratou o meia. Na Catalunha, chegou com a responsabilidade de substituir Michael Laudrup e cativou a exigente torcida do Barça e foi bicampeão espanhol (1997/98 e 1998/99), venceu a Supercopa da Espanha em 1996 e a Recopa Europeia em 1996/97. Curiosamente, sua formação no Sporting foi como meio-campista e só passou a jogar pelos lados no Barcelona.

Em 2000 foi protagonista de uma das transferências mais controversas da história, trocando o Barcelona onde era o craque (ao lado de Rivaldo), líder, capitão e ídolo, pelo maior rival, o Real Madrid. Dizia se sentir desvalorizado pelos dirigentes do Barça e o presidente merengue Florentino Pérez pagou a cláusula de rescisão de Figo, com 60 milhões de euros, recorde de valor mais alto pago por um jogador naquela época. A torcida do Barça se sentiu traída e alguns meses depois (23/10/2000), em visita do Real Madrid ao estádio Camp Nou, a cada escanteio batido pelo ex-ídolo (foram cinco), a torcida blaugrana atirava objetos em campo, como: moedas, celulares, bolas de golfe e até mesmo cabeças assadas de um galo e de um porco. Posteriormente, o craque disse: “Talvez eu tenha sido o único jogador do mundo que jogou com mais de 100 mil pessoas contra. Senti medo em vários momentos da partida, pois estava assustado e com medo de que algum louco perdesse a cabeça”.

Com a camisa 10 dos “blancos”, enfim conquistou a UEFA Champions League em 2001/02, além da Copa Intercontinental e da Supercopa Europeia em 2002, do Campeonato Espanhol em 1997/98 e 2002/03 e da Supercopa da Espanha em 2001 e 2003. Figo foi o primeiro dos “Galacticos”, apelido dado à equipe na época em que jogavam juntos estrelas como o próprio Figo, Zinedine Zidane, Ronaldo, David Beckham, Roberto Carlos e Raúl. Essa equipe ficou marcada na história pelos craques, mas infelizmente não conquistou nenhum título relevante com todas as feras juntas.

Deixou o Real após pequenas desavenças com o então técnico, o brasileiro Vanderlei Luxemburgo. Em 2005 foi para a Internazionale de Milão, onde voltou a usar a camisa nº 7. Mesmo não atuando em um grande número de jogos, foi importante para a equipe. No clube “nerazzurri” foi tetracampeão italiano (2005/06 a 2008/09), campeão da Coppa Italia de 2006 e da Supercopa Italiana em 2005, 2006 e 2008. Se aposentou em 31/05/2009, jogando no estádio Giuseppe Meazza contra a Atalanta, com a Inter já campeã italiana. Nesse jogo, Javier Zanetti entregou a braçadeira de capitão a Luís Figo, como homenagem.

● Foi o líder de uma geração dourada da seleção de Portugal, campeã do Europeu Sub-17 em 1989, campeã do Mundial Sub-20 em 1991 e vice-campeão do Europeu Sub-21 em 1994, ao lado dos parceiros Rui Costa e João Pinto. Ainda em 1991, estreou pela seleção principal em um amistoso empatado em 1 a 1 com Luxemburgo. Jogou pelo seu país nas Eurocopas de 1996, 2000 (3º lugar) e 2004 (vice) e nas Copas do Mundo de 2002 e 2006 (4º lugar). Após a Euro 2004, na qual Portugal perdeu a final por 1 a 0 para a Grécia, Figo chegou a anunciar que não mais jogaria pela seleção. Mas quando a nação lusa precisou dele, nas rodadas finais das eliminatórias para a Copa de 2006, ele voltou e ajudou sua equipe na qualificação para o torneio. Foi o capitão de Portugal nessa Copa, levando a equipe às semifinais (algo que eles não conseguiam desde 1966), mas perderam para a França por 1 x . Na decisão do terceiro lugar, foi poupado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, mas entrou aos 32 minutos do segundo tempo e ainda deu a assistência para o gol de honra do seu time, na derrota para a Alemanha por 3 x 1. Fez 125 jogos pela seleção de Portugal (por enquanto perde apenas para Cristiano Ronaldo) e marcou 32 gols (quarto maior artilheiro).

● Jogou profissionalmente por 20 anos (1989 a 2009) e se aposentou em 31/05/2009. Em 19 anos atuando nas equipes principais de seus clubes, a pior classificação final jogando nas ligas foi o 4º lugar (apenas 2 vezes). Conquistou a Bola de Ouro da revista France Football em 2000 e foi eleito o Melhor do Mundo pela FIFA em 2001. Pelé o nomeou para a polêmica lista FIFA 100 (os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004). Foi eleito o jogador português do ano em 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000 e só não foi mais porque esse prêmio deixou de existir em 2000. Ficou em 30º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de todos os tempos, feita no programa “Os Grandes Portugueses”. Seus ídolos são Diego Maradona, Zico, Fernando Chalana e Paulo Futre. Seus marcadores mais difíceis, segundo ele, foram Roberto Carlos e Bixente Lizarazu.

É embaixador da UNICEF e em 05/07/2004 se tornou “Oficial da Ordem do Infante D. Henrique”, por prestação de serviços relevantes a Portugal, no país ou no exterior, com a expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores. Na curiosa modalidade automobilística “A1 Grand Prix” (que ocorria nas férias da Fórmula 1 e durou de 2005 a 2009), em que cada país tinha uma equipe com “padrinhos”, os padrinhos da equipe portuguesa “A1 Team Portugal” eram Luís Figo e o técnico Carlos Queiroz. Uma de suas grandes paixões é colecionar relógios. É embaixador dos relógios IWC, uma das marcas mais exclusivas de relógios de luxo do mundo. Fez uma participação especial como ator no filme português “Second Life” (2009), de Miguel Gaudêncio e Alexandre Valente. Após se aposentar, o ex-craque cuida de sua fundação para crianças carentes e faz alguns trabalhos como modelo. Em janeiro de 2015, Figo anunciou sua intenção de se candidatar a presidente da FIFA, mas desistiu e nem se inscreveu na disputa.

Certa vez Figo confessou que aprendeu a falar inglês para conquistar sua atual esposa. Apesar de nunca ter morado em um país de língua inglesa, quando jogava no Barcelona ele fez aulas do idioma para aprender a seduzir a linda modelo sueca Helen Svedin, com quem é casado desde 2001 e tem três filhas: Daniela (nascida em 29/03/1999), Martina (23/02/2002) e Stella (09/12/2004). Pep Guardiola é padrinho de uma delas, devido à grande amizade que se formou entre ele e Figo na época do Barça.