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… 26/05/1999 – Manchester United 2 x 1 Bayern de Munique

Três pontos sobre…
… 26/05/1999 – Manchester United 2 x 1 Bayern de Munique


(Imagem: Getty Images)

● Essa partida é histórica e conhecida até mesmo por quem não assistiu. É um enredo que aparece em qualquer lista dos grandes épicos da história esportiva. Os três minutos finais desse jogo talvez sejam os mais fantásticos da história da UEFA Champions League.

O Bayern de Munique voltava à uma final após doze anos. Com um esquadrão liderado por Franz Beckenbauer, havia vencido o tricampeonato consecutivo em 1973/74, 1974/75 e 1975/76. Com um time mais limitado, foi vice em 1981/82 e 1987/88.

O Manchester United tinha uma história menor e um jejum muito maior no torneio. Havia conquistado a única final que disputou, em 1967/68, impulsionado pela “trindade” George Best, Bobby Charlton e Denis Law. Esse foi o primeiro título inglês e o segundo britânico na competição. Mas o incômodo jejum mancuniano já durava 31 anos. Pior ainda, os ingleses estavam ausentes da decisão desde 1984/85, quando ocorreu a “Tragédia de Heysel”.

O Bayern era comandado por Ottmar Hitzfeld, campeão pelo Borussia Dortmund em 1996/97. O United era dirigido pelo escocês Alex Ferguson, que já era e se tornaria ainda mais uma verdadeira lenda em Old Trafford.

Ambos os times atuaram desfalcados de jogadores fundamentais. O Manchester United não pôde contar com seus meio campistas centrais, Paul Scholes e o capitão Roy Keane. David Beckham atuou centralizado, ao lado de Nicky Butt. Com isso, Ryan Giggs foi deslocado para a direita e Jesper Blonqvist jogou na esquerda. O norueguês Henning Berg também foi ausência na zaga, substituído pelo seu compatriota Ronny Johnsen.

O Bayern sofreu a ausência do ótimo lateral esquerdo Bixente Lizarazu e de seu grande artilheiro, o brasileiro Giovane Élber. Foram substituídos por Michael Tarnat e Alexander Zickler, respectivamente.

Guardando as metas de ambos os times, dois dos maiores goleiros da história. Ambos capitães de seus clubes naquele dia. De um lado, o dinamarquês Peter Schmeichel. Do outro, Oliver Kahn.

Assim, dia 26 de maio de 1999, ambos se enfrentaram no estádio Camp Nou, em Barcelona.


O Manchester United de Alex Ferguson jogava no 4-4-2. Como não pôde contar com Keane e Scholes, escalou Beckham para o meio e deslocou Giggs para a direita, colocando Blomqvist na esquerda. No ataque, a dupla Yorke e Cole era infernal.


Ottmar Hitzfeld era um adepto do sistema com três zagueiros centrais, sendo um líbero. Sem Élber, preferiu a experiência de Basler e Zickler para fazerem companhia a Jancker. No meio, Effenberg era o dínamo da equipe.

● O primeiro tempo foi fraco. O placar foi inaugurado pelos alemães logo aos seis minutos. Johnsen derrubou Carsten Jancker quase na entrada da área. Mario Basler cobrou a falta e Markus Babbel fez o corta luz, para a bola que morreu rasteira, no canto esquerdo do goleiro. Um péssimo início para o Manchester, que tinha vários jogadores brilhando na Premier League, mas não conseguiam se afirmar em nível continental.

Embora até tivessem ímpeto ofensivo, os times não conseguiam criar chances de gols.

Na segunda etapa, Blomqvist se antecipou à marcação e perdeu uma clara oportunidade na pequena área, aos dez minutos. Era a chance do empate.

Mas foi o Bayern quem voltou melhor do intervalo e passou a exercer uma pressão enorme e quase anotou alguns dos maiores golaços das finais da Champions.

Basler arriscou do meio campo e quase encobriu Schmeichel, que sempre jogava adiantado. Seria um gol antológico.

Depois, Stefan Effenberg finalizou com um belo voleio, mas o goleiro dinamarquês espalmou por cima, com a ponta dos dedos.

Aos 33′, Mehmet Scholl tentou uma linda cavadinha, mas a bola bateu na trave e não entrou.

Cinco minutos depois, Carsten Jancker deu uma bicicleta, mas a bola explodiu no travessão.

O Bayern perdia chances de matar o jogo. O placar poderia estar elástico a favor dos alemães. Mas o destino tinha outros planos.


(Imagem: Getty Images)

● O Bayern tinha uma consistência defensiva muito grande, liderada pelo veterano líbero Lothar Matthäus. Já perto do fim, tentando dar fôlego para o time suportar a pressão, Hitzfeld trocou Matthäus por Thorsten Fink e Basler por Hasan Salihamidžić. O Bayern perdeu entrosamento na defesa e o Manchester soube se aproveitar dessa falta de organização.

Em busca do empate, Ferguson já tinha feito duas alterações. No meio do segundo tempo, havia trocado Blonqvist por Teddy Sheringham – um típico centroavante inglês: forte, ótimo nas jogadas aéreas (embora não fosse um gigante, com 1,83 m), experiente e goleador. Aos 36′, uma troca simples de atacantes: saiu Andy Cole e entrou o norueguês Ole Gunnar Solskjær. Ambos seriam os personagens principais do milagre.

Aos 45 minutos do segundo tempo, o United já estava no desespero. Mestre das bolas paradas, David Beckham cobrou um escanteio da esquerda ao seu estilo. O goleirão Schmeichel (que marcou 13 gols durante toda sua carreira e estava na área rival) subiu para cabecear. A defesa alemã tentou afastar, mas Ryan Giggs bateu de primeira. A bola sobrou macia para Sheringham só completar para as redes. Fatal! Dramático! Esse gol levaria a partida para a prorrogação.

Levaria. O Bayern sentia os efeitos de estar deixando escapar o título que esteve em suas mãos por quase todos os 90 minutos. E o Manchester, depois de estar nas cordas, agora estava de novo no jogo. A vitória psicológica já era dos Red Devils. Faltava o placar.

Dois minutos depois, quando todos ainda estavam sob os efeitos do gol, surgiu outro escanteio para o United. Parecia replay. Outra vez cobrado por David Beckham, de forma magistral. Sheringham desviou na primeira trave e a bola sairia. Mas Solskjær “honrou” o apelido. O “Baby-faced Assassin” (“Assassino com cara de bebê”) destruiu os sonhos dos bávaros, completando para o gol.

Nem o mais otimista dos torcedores mancunianos poderiam imaginar um final mais épico. Todos estavam incrédulos, desde os 90.245 presentes no Camp Nou, até os expectadores amantes de futebol de todo o mundo, independente de para qual time torcem.


(Imagem: UOL)

● E essa final de 1998/99 ganhou um capítulo emocionante e eternamente especial na história da UEFA Champions League.

Foi o auge do “Fergie Time”, fama que já corria há alguns anos, desde o início da Premier League, pelo fato de o Manchester United marcar constantemente muitos gols nos acréscimos.

O Manchester United é até hoje o único clube inglês a conquistar a “Tríplice Coroa”, vencendo a Champions, o Campeonato Inglês e a Copa da Inglaterra na mesma temporada.

No fim, uma bela cena foi a atitude do árbitro italiano Pierluigi Collina tentando levantar os jogadores do Bayern do gramado, derrotados no placar, física e psicologicamente. Certamente essa derrota foi importante para moldar o gigante de Munique para as temporadas seguintes, quando conquistou a Liga dos Campeões de 2000/01 ao derrotar o Valencia nos pênaltis.


(Imagem: UOL)

FICHA TÉCNICA:

 

MANCHESTER UNITED 2 x 1 BAYERN DE MUNIQUE

 

Data: 26/05/1999

Horário: 20h45 locais

Estádio: Camp Nou

Público: 90.245

Cidade: Barcelona (Espanha)

Árbitro: Pierluigi Collina (Itália)

 

MANCHESTER UNITED (4-4-2):

BAYERN DE MUNIQUE (5-3-2):

1  Peter Schmeichel (G)(C)

1  Oliver Kahn (G)(C)

2  Gary Neville

2  Markus Babbel

5  Ronny Johnsen

25 Thomas Linke

6  Jaap Stam

10 Lothar Matthäus

3  Denis Irwin

4  Samuel Kuffour

8  Nicky Butt

18 Michael Tarnat

15 Jesper Blomqvist

11 Stefan Effenberg

7  David Beckham

16 Jens Jeremies

11 Ryan Giggs

14 Mario Basler

19 Dwight Yorke

19 Carsten Jancker

9  Andy Cole

21 Alexander Zickler

 

Técnico: Sir Alex Ferguson

Técnico: Ottmar Hitzfeld

 

SUPLENTES:

 

 

17 Raimond van der Gouw (G)

22 Bernd Dreher (G)

4  David May

5  Thomas Helmer

12 Phil Neville

17 Thorsten Fink

30 Wes Brown

20 Hasan Salihamidžić

34 Jonathan Greening

7  Mehmet Scholl

10 Teddy Sheringham

8  Thomas Strunz

20 Ole Gunnar Solskjær

24 Ali Daei

 

GOLS:

6′ Mario Basler (BAY)

90+1′ Teddy Sheringham (MAN)

90+3′ Ole Gunnar Solskjær (MAN)

 

CARTÃO AMARELO: 60′ Stefan Effenberg (BAY)

 

SUBSTITUIÇÕES:

67′ Jesper Blomqvist (MAN) ↓

Teddy Sheringham (MAN) ↑

 

71′ Alexander Zickler (BAY) ↓

Mehmet Scholl (BAY) ↑

 

80′ Lothar Matthäus (BAY) ↓

Thorsten Fink (BAY) ↑

 

81′ Andy Cole (MAN) ↓

Ole Gunnar Solskjær (MAN) ↑

 

87′ Mario Basler (BAY) ↓

Hasan Salihamidžić (BAY) ↑

Melhores momentos da partida:

Últimos três minutos do jogo, filmados da beira do gramado:

Peter Schmeichel e Oliver Kahn assistiram à partida e cornetaram Ottmar Hitzfeld (em inglês):

… Sir Alex Ferguson: um centroavante de respeito

Três pontos sobre…
… Sir Alex Ferguson: um centroavante de respeito


(Imagem: Verminosos Por Futebol)

● O melhor técnico de futebol da história também foi um centroavante implacável.

Alexander Chapman Ferguson nasceu em Glasgow, mas cresceu na cidade de Govan, mais ao sudoeste. Iniciou sua carreira no Queen’s Park, clube de sua cidade natal. Jogando como atacante, fez sua estreia no time de cima aos 16 anos, jogando como atacante e inclusive fazendo um dos gols na vitória de sua equipe sobre o Stranraer por 2 a 1. Como o clube era amador, ele também trabalhou nos estaleiros de River Clyde, como aprendiz de ferramenteiro e depois como vendedor na loja do sindicato.

O jogo que mais o marcou pelo Queen’s Park foi a goleada sofrida para o Queen of the South por 7 a 1 fora de casa em 1959. Encerrou sua passagem pelo clube com 20 gols em 31 jogos, onde atuou de 1957 a 1960.

Se transferiu para o St. Johnstone em 1960, ficando até 1964 e, mesmo marcando gols regularmente, não conseguia manter a titularidade e teve sua transferência solicitada por várias vezes. Mesmo com o clube liberando sua saída (Fergusou cogitou até ir para o Canadá), o técnico o relacionou para uma partida contra o Rangers, na qual ele marcou um hat-trick em uma vitória surpreendente sobre o gigante.

● No verão de 1964, Ferguson se tornou jogador profissional em tempo integral, assinando com o Dunfermline. Seu novo clube lutou bravamente pelo título da Liga Escocesa da temporada 1964/65, mas ficou um ponto atrás do Kilmarnock. Na final da Copa da Escócia, perdeu pro Celtic por 3 a 2. Já na temporada seguinte, 1965/66, Ferguson terminou com 45 gols em 51 jogos, dividindo a artilharia da Liga com Joe McBride, do Celtic, com 31 gols. Deixou o Dunfermline com 66 tentos anotados em 89 partidas.

Foi contratado pelo gigante Rangers em 1967, por £ 65.000, um valor recorde para transferências entre dois clubes escoceses. Jogou no clube entre 1967 e 1969, com 41 jogos e 25 gols. Mas mesmo com esse bom número, Alex Ferguson foi um fracasso no clube de Glasgow. Foi considerado responsável pelo gol sofrido na final da Copa da Escócia de 1969, em um jogo no qual foi orientado a marcar Billy McNeill, capitão do rival Celtic. Assim, foi despromovido para jogar ao lado dos juniores até o fim de seu contrato. Mas ele afirma que não foi esse o motivo. O fato causador de discórdias teria sido seu casamento com uma católica, Cathy, em uma rivalidade religiosa que transcende o clássico entre Rangers (protestante) x Celtic (católico).

Em outubro de 1969, o Nottingham Forest de interessa pelo seu futebol, mas a esposa Kathy não estava disposta a se mudar para a Inglaterra naquele momento. Assim, assinou com o Falkirk, onde se tornou jogador-treinador em por um tempo, no ano de 1973. Assim que contrataram o novo técnico, John Prentice, Ferguson voltou a ser apenas jogador e não gostou, pedindo para ser transferido. Saiu do clube com 36 gols em 95 jogos e foi para o Ayr United (9 gols em 24 partidas, em apenas uma temporada).

● Ferguson encerrou a carreira como jogador aos 32 anos de idade e 181 gols marcados em 326 jogos. Pela seleção da Escócia, fez 9 gols em apenas 7 partidas amistosas em 1967.

Começou a prodigiosa carreira de técnico ainda em 1974, no modestíssimo East Stirlingshire (que nem goleiro tinha). A evolução do time e a já existente fama de disciplinador, fez outros clubes querer contratá-lo. Apesar de ser fiel ao East Stirlingshire, aceitou a proposta do St. Mirren após conselhos da lenda Jock Stein, ainda em 1974. Ficou no clube até 1978, inclusive promovendo o time à primeira divisão em 1977. Mas desacordos com o presidente o levaram a perder o emprego. Foi o único clube do qual saiu demitido. Depois, se tornou treinador do Aberdeen (1978-1986), seleção da Escócia (1985-1986) e Manchester United (1986-2013), se consagrando como um mito, o maior técnico de futebol de todos os tempos. Em 1999 se tornou Cavaleiro do Império Britânico, Sir Alex Ferguson.


(Imagem: Daily Mail)

… Times “fracos” na final do Campeonato Mundial de Clubes

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… Times “fracos” na final do Campeonato Mundial de Clubes


(Imagem: goleiro do TP Mazembe em 2010, Robert Kidiaba, do Goal.com)

O jogo de hoje entre Kashima Antlers (JAP) x Real Madrid mostrou algo comum no futebol: vencendo ou não, um time considerado inferior, sem grandes nomes individuais, mas organizado taticamente e com uma boa proposta de jogo pode suportar a pressão de jogar contra um time cheio de craques.

Embora uma equipe nessas circunstâncias nunca tenha vencido um clube de camisa mais “pesada”, algumas finais de Campeonato Mundial (incluindo a Copa Intercontinental) tiveram uma partida equilibrada.

2016 – Real Madrid 4 x 2 Kashima Antlers
Foi a terceira vez que o time da casa chega à final e a primeira vez de um asiático. Com uma boa estrutura tática, mesmo dependendo de poucos jogadores razoáveis, o time japonês soube segurar o Real Madrid e foi campeão mundial por oito minutos. Mas a “camisa branca que enverga varal” e a precisão das conclusões de Cristiano Ronaldo deram o título aos merengues. Mas fica aquela pontinha de injustiça. A arbitragem (de novo) interferiu diretamente na partida, ao não apresentar o segundo cartão amarelo e, consequentemente o vermelho, ao capitão blanco Sergio Ramos. O Antlers estiveram melhor na maior parte do tempo e poderiam ser o primeiro campeão mundial do continente, mas deixa na história a excelente forma que se apresentou no campeonato, inclusive batendo por 3 a 0 nas semifinais o Atlético Nacional de Medellín.

2013 – Bayern de Munique 2 x 0 Raja Casablanca
O Raja surpreendeu a todos como o primeiro time anfitrião a chegar na final (o primeiro foi o Corinthians em 2000), inclusive vencendo o Atlético Mineiro por 3 a 1 (o que se torna motivo de chacotas contra os torcedores do Galo, especialmente dos cruzeirenses). Tá certo que o Bayern tirou o pé na final, mas não podemos tirar os méritos do clube marroquino pelo placar relativamente magro.

2010 – Internazionale 3 x 0 TP Mazembe
Essa foi a primeira final de um clube fora do eixo Europa / América do Sul. E não foi por acaso. O time congolês, cheio de jogadores rápidos do meio pra frente, venceu o bom time do Pachuca nas quartas de final e o Internacional de Porto Alegre na semifinal. Contra a Inter de Milão, não teve chances. Mas Mazembe é piada eterna dos gremistas contra os colorados.

2008 – Manchester United 1 x 0 LDU Quito
Mesmo sendo o time mais forte da história do Equador e tendo vencido a Libertadores, a LDU era uma equipe fraca e estava sem seu principal aliado (a altitude de 2.800 metros de Quito). Ainda assim, não passou vergonha ao vencer o mexicano Pachuca na semifinal. Na decisão, suportou a pressão do United até 28 minutos do segundo tempo, quando Wayne Rooney fez o gol do título.

2004 – Porto 0(8) x 0(7) Once Caldas
Uma final com duas zebras. Dois times que, se não eram ruins, estavam longe de ser bons. Uma final xoxa, em que o placar zerado refletia bem a nota dos dois times. Nenhum merecia ser campeão, mas a história do Porto obrigava o time a vencer o (até pouco tempo antes) inexpressivo clube colombiano, o que ocorreu apenas nos pênaltis.

1989 – Milan 1 x 0 Atlético Nacional
O querido time de Medellín venceu a Libertadores pela primeira vez em 1989 e era um grande esquadrão colombiano. Entra nessa lista por ter enfrentado o excepcional Milan, uma das melhores equipes da história (a última bicampeã europeia, inclusive). Aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando todos já confiavam nos pênaltis e no folclórico goleiro René Higuita, o meia Alberigo Evani fez o único gol.

1986 – River Plate 1 x 0 Steaua Bucareste
Caso raro de o sul-americano ser mais forte que o europeu. O Steaua tinha seus méritos e um time muito organizado e bom, mas o River sempre foi um gigante do continente e do mundo. Com obrigação de vencer pela sua história, o time argentino não deu chances à zebra.

1985 – Juventus 2(4) x 2(2) Argentinos Juniors
O Argentinos Juniors tinha o melhor time de sua história e era muito bom. Mas enfrentou a Juventus de Platini, Michael Laudrup e recheada de italianos campeões da Copa do Mundo de 1982. Mesmo muito mais cotada para ser campeã, a Juve precisou dos pênaltis para conquistar o primeiro título mundial.

… George Best: o destruidor (até de sua própria vida)

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… George Best: o destruidor (até de sua própria vida)


(Imagem: mountroyalsoccer.com)

● George Best nasceu em Belfast em 22/05/1946 e morreu em Londres em 25/11/2005, com apenas 59 anos. Havia passado por um transplante de fígado em 2002, devido ao altíssimo consumo de álcool em toda sua vida. É considerado o melhor jogador britânico da história. Os ingleses lamentam que ele tenha nascido na “ilha errada”, pois com certeza poderia elevar o jogo da Inglaterra a um nível acima, com conquista de títulos. Nunca disputou uma Copa do Mundo, pois em sua época a seleção da Irlanda do Norte era muito fraca. Era chamado de “Quinto Beatle“, não só pelo talento ímpar, mas também pelo “frisson” que causava onde estava, especialmente com as mulheres. É uma das poucas pessoas do mundo que se pode resumir sua biografia apenas com citações e frases.

● Frases de George Best e sobre George Best:

“Maradona Good. Pelé Better. George BEST.” (Maradona bom. Pelé melhor. George O MELHOR.) — ditado popular na Irlanda do Norte, fazendo um trocadilho do sobrenome de Best com o significado da palavra: o melhor.

“Em 1969, eu abandonei as mulheres e o álcool. Foram os piores 20 minutos da minha vida.”

“Eu gastei muito dinheiro com mulheres, bebidas e carros. O resto eu desperdicei.”

“Comprei uma casa na praia. Para ir até o mar tinha que cruzar uma rua onde havia um bar. Nunca vi o mar.”

“Eu parei de beber, mas somente quando estou dormindo.”

“Dizem que eu tentei dormir com sete Misses Mundo. Não é verdade. Foram apenas quatro. As outras três é que vieram atrás de mim.”

Um repórter que anotava o número de telefone de Best disse: “Você sabia que metade das mulheres do mundo pagaria muito dinheiro para ter esse número?” E Best respondeu: “Metade das mulheres do mundo tem esse número!”

“Há anos disse que se eu pudesse escolher entre marcar um golaço contra o Liverpool ou dormir com uma Miss Mundo, ia ter uma escolha difícil. Felizmente, tu tive a oportunidade de fazer as duas coisas.”

“Eu sou o cara que levou o futebol das páginas internas para a capa dos jornais.”

“Se eu tivesse nascido feio, vocês não ouviriam falar de Pelé. Me dou muito bem com as garotas, gosto de me divertir, de tirar prazer do dinheiro que ganho e por isso não me dedico inteiramente ao futebol. Eu não serei um monge do futebol apesar de treinar com vontade e de jogar com mais vontade ainda. Sinto que posso fazer o que quiser com a bola, não importa o adversário. Por isso, poderia ser melhor que Pelé, se quisesse.”


(Imagem: Papo de Homem)

“Odeio táticas, elas me aborrecem. O que me importa são os dribles, chego a sonhar com eles.”

“Eu costumava sonhar em driblar o goleiro, parar a bola na linha, agachar-me nas mãos e nos joelhos e empurrar para o gol. Na final da Liga dos Campeões de 1968, eu quase fiz isso, mas não tive coragem. O técnico teria um ataque cardíaco.”

“Eu podia jogar com as duas pernas, marcava gols, muitos deles de cabeça. Busby dizia que eu era o melhor na disputa da bola. Trabalhava duro em campo, voltava pra defender sem fazer falta. Se perdia a bola, era um insulto pessoal e a queria recuperar. Sim senhor, me irritava muito que a tomassem de mim, porque era minha bola.”

“Toda vez que entro nos lugares existem 60 pessoas que querem me convidar para beber, e eu não sei dizer não.”

“Nasci com um grande dom que algumas vezes tem um lado destrutivo. Queria superar todo mundo em campo quando jogava e, da mesma maneira, queria superar todo mundo nas minhas saídas noturnas.”

“Nunca saí de manhã com a intenção de ficar bêbado. Simplesmente acontecia.”

“Infelizmente não há antídoto contra o alcoolismo. A bebida foi o único adversário que não consegui superar.”

“Falam um monte de bobagens sobre defensores brutos e volantes grosseiros. Eu, simplesmente os chamo de filhos da puta.”

“De certo modo, Angie me salvou e, provavelmente, ela lamentará o resto de sua vida.” — falando do dia que tentou suicídio.

“Teria que ser o Superman para fazer algumas coisas que se supunha que eu havia feito. Dizem que eu estive em seis lugares diferentes em um mesmo momento.”

“Meu maior objetivo é que meu pai pense que eu fui o melhor, e ele pensa.”


(Imagem: Bob Thomas / Getty Images)

“Pelé me disse que eu era o melhor jogador do mundo. Essa foi a maior homenagem que recebi.”

“Pelé disse que pensava que eu era o melhor jogador da história. Sempre pensei que eu era o melhor, é como você tem que se ver. Nunca olhei para outro jogador e me senti inferior.”

“Ele não chuta de perna esquerda, não sabe cabecear, não sabe marcar e não faz muitos gols. Tirando isso ele é um bom jogador.” — Best sobre David Beckham.

“Ele usa a camisa 10. Eu achava que era por causa da sua posição, mas na verdade é o número do seu QI.” — Best sobre Paul Gascoigne.

“Uma vez eu disse ao Gazza (Paul Gascoigne) que o Q.I dele era menor que o número de sua camisa. Ele me perguntou o que era Q.I.”

“Não serve nem para amarrar os cadarços de minha chuteira.” — sobre Paul Gascoigne.

“Antes, Robert Redford era um tipo muito atraente. Agora, olhe, está flácido, tem a pele pendurada e uma cor muito estranha.”

“Se o futebol é uma arte, então sou um artista.”

“Se formas tua própria mente, só pode culpar a ti mesmo.”

“Sempre quis mais, mais de tudo.”

“Quando eu me for, as pessoas se esquecerão de todo o lixo e só recordarão o futebol.”

“O amor é respeito mútuo, além da atração.”

“O futebol é um jogo triste.”

“Talvez “solitário” seja uma palavra muito forte, mas sempre gostei de estar sozinho.”

“Definitivamente não penso que o dinheiro possa comprar amor. Pode comprar afeto, mas não amor.”

“Não se pode confiar em muitas pessoas.”

“- O que você acha sobre Cruyff?

– Um jogador de destaque.

– Melhor do que você?

– Porra você tá falando sério (Best olha para o jornalista e ri)? Você tá brincando, não tá? Eu te digo o que eu vou fazer hoje à noite… Eu vou dar uma caneta no Cruyff na primeira chance que eu tiver.” — em jogo da Irlanda do Norte contra a poderosa Holanda (Laranja Mecânica, Carrossel Holandês), em entrevista ao jornalista Bill Eliot. Logo aos cinco minutos de jogo, Best recebeu a bola na lateral esquerda e em vez de ir em direção ao gol, passou por pelo menos três jogadores holandeses até chegar na lateral esquerda, onde estava Cruyff, e aplicou uma caneta no holandês, comemorando com um soco no ar quando efetuou o drible, cumprindo sua promessa.

“Achei um gênio para você.” — Bob Bishop, olheiro consagrado do Manchester United, dizendo para o lendário técnico Matt Busby.

“Fique parado, garoto, para eu ver seu rosto, pois passei o jogo inteiro apenas vendo seu traseiro!” — zagueiro Willians, do West Bromwich, cumprimentando Best ao fim de um jogo em que correu o tempo todo atrás do ponta.

“Obviamente, você não ouviu as minhas instruções.” — Matt Busby, técnico do Manchester United na década de 1960, para George Best. Busby pediu para sua equipe apenas estudar o timaço do Benfica nos primeiros 15 minutos de jogo pelas quartas de final da Copa dos Campeões da UEFA. Best contrariou o técnico, pois com apenas 12 minutos, já tinha marcado dois gols.

“Ele nunca será como Best e ninguém será. George era único, o maior talento que o nosso futebol jamais produziu, sem sombra de dúvida.” — Alex Ferguson.

“Quando está bêbado, George é o mais deplorável, burro e ignorante pedaço de merda que já vi.” — disse sua mulher.

“Cada noite que ele bebe dois copos de champanhe com vodca, é impossível levantar na manhã seguinte para ir treinar.” — disse sua mulher.

“Do segundo melhor jogador de todos os tempos, Pelé.” — carta em envelope aberta pelo amigo Denis Law, entregue por Pelé com desejos de melhoras, quando foi visitar Best nos seus últimos dias de vida, no hospital Cromwell, em Londres.

“Esse foi o último brinde de minha vida.” — disse Best olhando para o teto do hospital, após ouvir o que Law leu da carta de Pelé.

“Não morram como eu.” — após deixar-se fotografar pela imprensa em estado lamentável, cinco dias antes de sua morte.


(Imagem: Papo de Homem)

Feitos e premiações de George Best:

Pelo Manchester United:
– Campeão da Copa dos Campeões Europeus (atual UEFA Champions League) em 1967/68.
– Campeão do Campeonato Inglês (atual Premier League) em 1964/65 e 1966/67.
– Campeão da Supercopa da Inglaterra em 1965 e 1967.

Distinções e premiações individuais:
– Artilheiro do Campeonato Inglês em 1967/68 (28 gols).
– Bola de Ouro pela revista France Football em 1968.
– Eleito jogador do ano pela FWA em 1967/68.
– Nomeado para a lista “FIFA 100” (feita por Pelé, onde constam os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004).
– Prêmio Jogador de Ouro da Irlanda do Norte no Jubileu da UEFA em 2004.
– Prêmio Tributo da FWA em 2007.
– Eleito para o Hall da Fama do futebol inglês em 2002.
– Eleito para o Hall da Fama do futebol europeu em 2008.
– 27º lugar na lista dos melhores jogadores do século XX pela revista Placar em 1999.
– 16º lugar na lista dos melhores jogadores do século XX pela IFFHS.
– 11º lugar na lista dos melhores jogadores europeus do século XX pela IFFHS.
– Melhor jogador britânico do século XX pela IFFHS.
– Melhor jogador norte-irlandês do século XX pela IFFHS.

Números de destaque:
– Disputou 370 partidas pelo Manchester United e marcou 179 gols (foi artilheiro da equipe na temporada por seis vezes consecutivas).
– Disputou 37 partidas pela seleção da Irlanda do Norte e marcou nove gols.