Arquivo da categoria: Biografias

… Carlos Bianchi

Três pontos sobre…
… Carlos Bianchi


(Imagem: “Meridiano.com.ve”)

● Nascido em 26/04/1949 em Buenos Aires, Carlos Arcecio Bianchi iniciou sua carreira profissional em 1967 no Vélez Sársfield (ARG), sendo campeão argentino em 1968. Em 1973, iniciou uma grande trajetória de sucesso também na França, primeiro no Stade de Reims (onde foi três vezes artilheiro do campeonato francês), depois no Paris Saint-Germain (mais duas vezes sendo maior goleador da liga) e finalmente no Racing Strasbourg. Teve uma nova passagem pelo Vélez entre 1980 e 1984 e voltou ao Stade de Reims para encerrar a carreira em 1985. Atuou em 14 partidas e anotou 7 gols pela seleção argentina. Ainda é o maior artilheiro da história do Vélez, com 206 gols.

● Mesmo sendo um atacante com enorme faro de gol, ganhou notoriedade muito maior como técnico. Seu início na França não merece grande destaque. Voltou ao seu querido Vélez Sársfield, em 1993 e em um ano se tornou campeão mundial. Em um rígido 4-3-1-2, com sistema defensivo bem postado e atacantes velozes, venceu o Campeonato Clausura Argentino de 1993 e derrotou na final da Libertadores de 1994 o valente São Paulo, então bicampeão sul-americano e mundial. Venceu em casa e perdeu fora por 1 a 0. Nos pênaltis brilhou a estrela do goleiro Chilavert, defendendo o pênalti de Palhinha e convertendo o seu. No fim do ano, derrotou o fantástico Milan, que tinha vencido o “Dream Team” do Barcelona na final da UCL por 4 x 0. “El Virrey” (como Bianchi é chamado) ainda conquistou pelo clube a Copa Interamericana e mais duas ligas argentinas.


(Imagem: “Infobae.com”)

● Tendo passagens discretas pela Roma (ITA) e pelo Atlético de Madrid (ESP), Bianchi moldou o maior Boca Juniors da história. Foi campeão argentino por quatro vezes. O time não vencia a Libertadores desde 1978 e logo no ano 2000, seu segundo no clube, venceu o Palmeiras nos pênaltis, conquistando o título. Montou um Boca terrível para os adversários, também em um 4-3-1-2, tendo o maestro Juán Roman Riquelme como o “enganche”, jogando com liberdade para criar as jogadas de ataque. Também apostou no centroavante Martín Palermo como seu homem-gol. O time venceu o poderoso Real Madrid na final intercontinental de 2000, tendo os dois como destaque. Venceu também a Libertadores em 2001 e 2003, respectivamente contra o Cruz Azul (MEX) e o Santos de Diego e Robinho. No fim de 2003, venceu o Milan no mundial de 2003. Apesar da demissão difícil na última passagem pelo time, em 2014, Carlos Bianchi ganhou uma estátua no mítico estádio La Bombonera, inaugurada dia 07/10/2016. Uma homenagem mais do que justa a um dos maiores técnicos da história do futebol mundial.

… Zvonimir Boban: o guerreiro croata

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… Zvonimir Boban: o guerreiro croata

● Está fazendo aniversário hoje um dos maiores craques recentes do Leste Europeu, o croata Zvonimir Boban. Nascido na antiga Iugoslávia, começou sua carreira no Dinamo Zagreb (IUG), passando pelo Bari (ITA), Milan (ITA) e encerrando no Celta de Vigo (ESP). No Milan, venceu, dentre outros títulos, quatro scudetti (campeonatos italianos) e a UEFA Champions League de 1994. Boban foi titular na final da UCL contra o Barcelona de Romário e Hristo Stoichkov, na qual o Milan venceu os catalães por incisivos 4 x 0.

● Por seleções, Boban foi campeão mundial sub-20 com a Iugoslávia, em um time que tinha, dentre outros destaques, Robert Jarni, Igor Stimac, Robert Prosinecki, Davor Suker e Pedrag Mijatovic, inclusive eliminando o Brasil nas quartas de final. Pela seleção principal, jogou 7 jogos pela Iugoslávia e 51 pela Croácia, após a independência desta. Com a camisa quadriculada, disputou a Euro de 1996 e a Copa de 1998, na qual a Croácia foi 3º lugar e Boban foi um dos destaques individuais.

● No meio do confronto separatista, em 1990, em um jogo em casa entre o poderoso Estrela Vermelha (sérvio) e o seu Dinamo Zagreb (croata), os ultras dos dois lados começaram a se atacar fora do estádio e a rixa continuou na hora do jogo. Os sérvios, conduzidos pelo ultranacionalista Arkan, começou a provocar os croatas, ameaçando-os de morte e atirando bancos e facas nos adversários. os torcedores locais também protestavam, clamando inflamados pela independência de sua nação. Parte da torcida, mais rebelde, derreteu com ácido as grades do alambrado e começou uma batalha campal entre os ultras dos dois lados. A polícia, para variar, partiu para uma violência sem igual apenas contra os croatas, praticamente auxiliando aos sérvios no massacre. Boban, vendo um torcedor croata sendo agredido, deu uma voadora em um policial. Apanhou bastante, mas foi protegido por sua torcida. Esse episódio o fez perder a Copa de 1990 pela Iugoslávia, pois foi suspenso por seis meses pela federação. Boban virou um dos heróis da independência croata. Certa vez, declarou sobre o eposódio: “Aqui estava eu, um cara público, preparado para arriscar minha vida, minha carreira, e tudo o que a fama poderia ter trazido, por causa de um ideal”.


(Imagem localizada no Google)

… Jock Stein, o homem que teve o coração “reprovado” no teste

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… Jock Stein, o homem que teve o coração “reprovado” no teste


(Imagem: www.celticminded.com)

● Por que falar nessa figura tão desconhecida pelos amantes superficiais da bola? Hoje ele estaria fazendo 94 anos. Então quem foi ele? Sabiam que um time inglês demorou 13 anos para ganhar a então Taça dos Campeões Europeus (atual UEFA Champions League)? Sabiam que o primeiro britânico a vencê-la foi o escocês Celtic? Pois é… os católicos de Glasgow foram campeões da temporada 1966/67 sob o comando de Jock Stein, que ganhou uma estátua de bronze na entrada do Celtic Park. A equipe ainda foi vice-campeã europeia em 1969/70, perdendo apenas na prorrogação para o Feyenoord Rotterdam.

● Como jogador, era um zagueiro esforçado, mas uma lesão no tornozelo o obrigou a pendurar as chuteiras cedo demais. Após um bom início como treinador, foi contratado pelo gigante Celtic. Como técnico do time, ele venceu “apenas” 10 campeonatos nacionais, 08 Copas da Escócia, 06 Copas da Liga, além do título europeu já citado. Em 1978 foi contratado pela seleção da Escócia, levando a equipe para a Copa de 1982.

● Apesar de ser um técnico que sempre soube “tirar leite de pedras”, sua fama maior não é apenas por isso. Em 10/09/1985, a Escócia jogou contra o País de Gales na casa do adversário, valendo uma vaga na repescagem para a Copa de 1986. Um verdadeiro teste para cardíacos, no qual o coração de Jock foi reprovado. Ele teve um infarto fulminante ainda dentro de campo e caiu morto após a partida, aos 62 anos de idade. O empate em 1 a 1 foi suficiente para a Escócia seguir à repescagem e, posteriormente, para a Copa, abrindo caminho para ser treinada pelo então auxiliar técnico Alex Ferguson, um dos maiores gênios do banco que o futebol conheceu, mas este é assunto para outro dia.

… Zlatan Ibrahimović

Três pontos sobre…
… Zlatan Ibrahimović


(Imagem: Football365)

● Apesar de ter aposentado da seleção da Suécia após Eurocopa de 2016, Zlatan Ibrahimović não fez tanta falta na Copa do Mundo de 2018, quando seu país terminou em um honroso e inesperado 7º lugar.

Mas, falando de Zlatan, ele sempre se destacou em tudo. A começar pela habilidade incomum para um atleta de 1,96 m. É um dos jogadores no mundo que mais movimentou dinheiro em suas transferências (cerca de 170 milhões de euros). Desde o Campeonato Holandês 2003/04 pelo Ajax, até sua saída do Paris Saint-Germain em 2016, ele só não foi campeão nacional em campo apenas uma vez: na temporada 2011/12, quando jogava pelo Milan. O cara nasceu em 03/10/1981 para ser campeão.

● Assim como Pelé refere a si mesmo na terceira pessoa como Edson, Ibra também tem seu alter ego: Zlatan. Dentre diversas, minha frase predileta dele é quando questionado sobre o presente de noivado que daria para uma namorada: “Como assim presente? Ela ganhou O Zlatan”. Adora que todos o chamem de Zlatan, mas duas exceções: Maximilian e Vincent, seus filhos. “Zlatan. Essa não é a imagem que eu quero que eles tenham de mim. Mesmo quando eles brincam e me chamam de ‘Zlatan’, eu não gosto. Eles têm que me chamar de ‘Papai’. Para mim isso é um assunto muito sensível. Não quero que eles vejam seu pai como os torcedores me veem. Aonde quer que eu vá, as pessoas me reconhecem, querem tirar uma foto comigo. Mas, em casa, eu quero ser o ‘Papai’, não quero ser Zlatan. Quando saio, represento meu clube e eu mesmo, Zlatan Ibrahimovic, mas em casa sou uma pessoa 100% família”.

● Zlatan já ganhou o disco de ouro na Suécia cantando “Du Gamla”, o hino nacional sueco. Em 2012 o Swedish Language Council (Conselho da Língua Sueca) aceitou e catalogou a palavra “zlatanera” criada por um programa humorístico francês, que significa “ser Zlatan” ou, de forma metafórica, “dominar”. Para pesquisar sobre ele, existe um buscador próprio, semelhante ao google: “http://zlaaatan.com/“.

“Voltei ao Ajax como técnico e havia um garoto que me provocava. Você é o Van Basten, ele disse, e me passava a bola, mostre-me o que pode fazer. Por causa do meu tornozelo, eu não podia mais. Quem era o garoto? Tenho certeza que você o conhece. Ele se chama Zlatan e seu sobrenome era Ibrahimović”, disse Marco Van Basten, sobre as provocações de Zlatan no período em que o ex-jogador holandês passou como treinador do Ajax B, na temporada 2003/04.

“Eu vim, eu vi, eu venci. Obrigado, Los Angeles Galaxy, por fazer com que eu me sentisse vivo novamente. Aos torcedores do Galaxy, vocês queriam Zlatan, eu lhes dei Zlatan. De nada. A história continua. Podem voltar a ver beisebol agora.” ― disse Zlatan pelo seu Instagram, ao se despedir do Los Angeles Galaxy, onde atuou de 31/03/2018 a 13/11/2019, marcando 53 gols em 58 partidas.

Zlatan é ou não é “Zlatan”?