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… 30/06/2018 – Uruguai 2 x 1 Portugal

Três pontos sobre…
… 30/06/2018 – Uruguai 2 x 1 Portugal


(Imagem: Twitter do SporTV)

● Não foi uma partida estupenda como foi o duelo entre França e Argentina. Mas “Uruguai x Portugal” teve suas emoções e acabou sendo um bom jogo.

O Uruguai era o favorito para essa partida. Terminou o Grupo A com 100% de aproveitamento e encontrou uma maneira de jogar, privilegiando a marcação no meio campo e distribuindo bola para a dupla de ataque mortal: Luisito Suárez e Edinson Cavani.

Nas três partidas anteriores, Portugal mudou muito suas escalações. No ataque, ninguém funcionou como companheiro de Cristiano Ronaldo. E hoje, novamente, também não deu certo com Gonçalo Guedes. Em nenhum momento os lusos ofereceram real perigo aos charruas. Os uruguaios são acostumados a sofrer, mas hoje não foi preciso.


O Uruguai jogou no tradicional 4-4-2, com Cavani ajudando na recomposição.


Portugal também jogou no 4-4-2. Sem a bola, era um 4-2-3-1.

● No início do jogo, Portugal começou tentando o gol. Embora não criasse nenhuma chance clara e nem colocasse pressão, pelo menos tentou mais.

João Mário avançou na esquerda, foi até a linha de fundo e cruzou para que Bernardo Silva cabeceasse por cima.

Depois aos 6′, Cristiano Ronaldo abriu na direita para Bernardo, que avançou e devolveu para Ronaldo chutar de longo, no meio do gol, para a defesa de Muslera.

No minuto seguinte, Cavani vira o jogo da direita e acha Suárez na esquerda. O camisa 9 domina no peito ajeita e cruza na segunda trave, na medida para Cavani completar de cabeça para o gol. Foi um cruzamento muito forte, que Cavani teve que atacar a bola e cabecear do jeito que dava, meio de rosto. Mas o que importava era a vantagem no placar.

Portugal tentou responder, quando Bernardo Silva cruzou da direita e José Fonte cabeceou, mas a bola foi para fora, chegando a assustar o goleiro uruguaio.

Aos 22′, Luisito Suárez cobrou falta da intermediária. A bola foi forte e rasteira, mas Rui Patrício pulou no canto esquerdo e espalmou para fora da área.

Aos 10 minutos do segundo tempo, após um escanteio curto, Bernardo Silva cruzou para a área e Pepe subiu sozinho e cabeceou forte para o gol. Foi o primeiro gol sofrido pelo Uruguai no Mundial de 2018. E foi também o primeiro gol de Pepe em Copas do Mundo.

Sete minutos depois, Muslera chutou para frente e Pepe escorou mal. Nández ficou com a bola e abriu na esquerda para Cavani. O artilheiro do jogo ajeitou o corpo e bateu de primeira, no canto esquerdo de Rui Patrício. Um golaço.

Aos 25′, Raphaël Guerreiro cruzou para a área a Muslera saiu mal do gol. Bernardo Silva tirou a bola das mãos do goleiro e chutou para fora. A bola caiu no “pé ruim” de Bernardo e não teve direção. Muslera reclamou de falta, mas o árbitro não marcou.

Pouco depois, Cavani, o herói charrua na partida teve que deixar o campo lesionado. Ele sentiu uma fisgada na panturrilha esquerda e não conseguiu seguir no jogo. Foi amparado e ajudado a sair de campo por Cristiano Ronaldo. Muitos viram uma cena belíssima do gajo ajudando um adversário. Eu vi o capitão de uma equipe que estava perdendo o jogo, tentando evitar que o adversário contundido ganhasse mais tempo. O que também é correto.

O Uruguai teve a chance de matar o jogo em um contra-ataque, já nos acréscimos. Suárez cruzou rasteiro no segundo pau para Cebolla Rodríguez mas ele não dominou e não chutou. Só tocou na bola e ela foi para fora.

Depois, Guerreiro cruzou, a bola passou por tudo mundo e Quaresma ajeitou e chutou onde Muslera estava posicionado para defender.

No último lance da partida, Portugal tentou esboçar uma pressão com bola aérea, inclusive com o goleiro Rui Patrício indo para a área. Em vão. Não havia mais tempo.


(Imagem: FIFA.com)

● O Maestro Óscar Tabárez, técnico uruguaio, começou a Copa com De Arrascaeta como titular na meia esquerda, mas ele não foi bem. Depois, tentou Cebolla Rodríguez. Na terceira partida, tentou uma espécie de losango no meio campo, com Torreira como vértice mais defensivo, Nández na direita, Vecino na esquerda e Bentancur mais avançado. Essa escalação privilegia a marcação, mas perde muito na criação. São quatro jogadores mais marcadores do que armadores. Mesmo eles aparecendo como elementos surpresas, acaba que ninguém cria e o time fica dependendo da dupla de ataque.

Cavani e Suárez se procuravam em campo a todo momento. Um recebia a bola e já buscava o outro. O lance do gol foi emblemático. Embora estivessem a mais de 40 metros de distância, eles trocaram lançamentos e acabou saindo o gol. Mas para uma equipe que quer ir mais longe no Mundial, isso é muito pouco. Vamos ver quais as variações que Tabárez vai criar. Especialmente se Cavani não se recuperar a tempo da próxima partida.

Portugal se despede mostrando um futebol aquém do prometido. Empatou com a Espanha por 3 a 3 na estreia, com três gols de CR7. Depois, suou para ganhar do Marrocos por 1 a 0 (embora não tenha merecido). E empatou com o Irã por 1 a 1, levando muito sufoco até nos segundo finais. Contra o Uruguai, não mostrou sua força de campeão europeu.

Com dificuldades para penetrar nA defesa uruguaia, Portugal tentou vários chutes de fora da área. Foram três de Raphaël Guerreiro, um de Cristiano Ronaldo e dois de Manuel Fernandes, que entrou finalzinho do jogo para isso mesmo. Muito pouco para quem era tido como um dos possíveis candidatos a título. Portugal carece de um bom centroavante para fazer companhia a Cristiano Ronaldo no ataque, que possa deixar CR7 mais livre no ataque.

Ainda não sabemos nada sobre o desfecho dos eliminados do Mundial. Mas hoje pode ter sido um dia histórico. Pode ter sido o último dia de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo em Copas do Mundo. Vamos torcer para ambos estarem liderando suas respectivas seleções daqui a quatro anos no Qatar.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

URUGUAI 2 x 1 PORTUGAL

 

Data: 30/06/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium)

Público: 44.287

Cidade: Sóchi (Rússia)

Árbitro: César Arturo Ramos (México)

 

URUGUAI (4-4-2):

PORTUGAL (4-4-2):

1  Fernando Muslera (G)

1  Rui Patrício (G)

22 Martín Cáceres

15 Ricardo

2  José Giménez

3  Pepe

3  Diego Godín (C)

6  José Fonte

17 Diego Laxalt

5  Raphaël Guerreiro

14 Lucas Torreira

14 William Carvalho

15 Matías Vecino

23 Adrien Silva

8  Nahitan Nández

10 João Mário

6  Rodrigo Bentancur

11 Bernardo Silva

21 Edinson Cavani

17 Gonçalo Guedes

9  Luis Suárez

7  Cristiano Ronaldo (C)

 

Técnico: Óscar Tabárez

Técnico: Fernando Santos

 

SUPLENTES:

 

 

23 Martín Silva (G)

22 Beto (G)

12 Martín Campaña (G)

12 Anthony Lopes (G)

19 Sebastián Coates

21 Cédric

16 Maxi Pereira

13 Rúben Dias

4  Guillermo Varela

2  Bruno Alves

5  Carlos Sánchez

19 Mário Rui

7  Cristian Rodríguez

4  Manuel Fernandes

10 Giorgian De Arrascaeta

8  João Moutinho

20 Jonathan Urretaviscaya

16 Bruno Fernandes

11 Cristhian Stuani

20 Ricardo Quaresma

13 Gastón Silva

18 Gelson Martins

18 Maxi Gómez

9  André Silva

 

GOLS:

7′ Edinson Cavani (URU)

55′ Pepe (POR)

62′ Edinson Cavani (URU)

 

CARTÃO AMARELO:

90+3′ Cristiano Ronaldo (POR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

63′ Rodrigo Bentancur (URU) ↓

Cristian Rodríguez (URU) ↑

 

65′ Adrien Silva (POR) ↓

Ricardo Quaresma (POR) ↑

 

74′ Gonçalo Guedes (POR) ↓

André Silva (POR) ↑

 

74′ Edinson Cavani (URU) ↓

Cristhian Stuani (URU) ↑

 

81′ Nahitan Nández (URU) ↓

Carlos Sánchez (URU) ↑

 

84′ João Mário (POR) ↓

Manuel Fernandes (POR) ↑

Melhores momentos da partida:

… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

O choro iraniano pela eliminação precoce diante do empate com Portugal.
O sufoco espanhol com a correria dos marroquinos.
O show do Uruguai contra a Rússia.
O recorde de jogador mais velho de todas as Copas, quebrado pelo goleiro egípcio Essam El-Hadary (que ainda defendeu pênalti).


… Uruguai 3 x 0 Rússia


(Imagem: FIFA.com)

Desde o apito inicial, o Uruguai se impôs como um campeão mundial deve fazer. Mesmo atuando contra os donos da casa, não passou sufoco em momento algum e se classificou em primeiro lugar do Grupo A, com 100% de aproveitamento.

A esperança da torcida russa por um bom resultado se foi logo aos dez minutos, quando Betancur sofreu uma falta quase na linha da grande área. Luisito Suárez cobrou com muita força, no canto do goleiro. Podemos colocar um pouquinho da culpa em Akinfeev, já que um goleiro não deveria sofrer um gol de falta no canto que ele próprio está cobrindo, do outro lado da barreira. Como atenuantes, a proximidade da bola e a força do chute.

Logo na sequência, Akinfeev fez um lançamento quase de área a área. Dzyuba fez o pivô escorando de cabeça e Cheryshev chutou de direita (o pé ruim) da entrada da área, mas o goleiro Muslera defendeu e Godín chutou o rebote para longe.

O segundo gol foi aos 23′. Diego Laxalt pegou a sobra de um escanteio e chutou de esquerda. No meio do caminho a bola desviou em Cheryshev e tirou qualquer chance do goleiro Akinfeev.

Cinco minuto depois, Suárez deixou Bentancur na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro russo. Na sobra, Zobnin chegou antes de Cavani para aliviar o perigo.

Aos 36′, Igor Smolnikov foi expulso ao receber o segundo cartão amarelo, dessa vez por um duro carrinho por trás em Laxalt. Se o jogo já estáva fácil para os uruguaios, agora a vitória seria questão de tempo.

Aos 45 min do segundo tempo, Cristian “Cebolla” Rodríguez chutou forte de fora da área, mas Akinfeev estava atento para espalmar por cima.

Na cobrança desse escanteio, Godín subiu mais alto que os adversários e cabeceou firme no canto, mas o arqueiro foi buscar. Mas na sobra, Cavani foi mais esperto e completou para o gol.

Um placar de 3 a 0 com muita autoridade, que deixa o Uruguai com um leve favoritismo contra Portugal nas oitavas de final.

Em seu primeiro teste de respeito, a Rússia foi reprovada. Agora, enfrentará a Espanha, uma das favoritas à conquista do título. Os anfitriões terão que jogar mais do que hoje, se quiserem sonhar com as quartas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Uruguai 3 x 0 Rússia
Data: 25/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara) — Cidade: Samara (Rússia)
Público: 41.970
Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)
Gols: 10′ Luis Suárez (URU); 23′ Denis Cheryshev (URU)(contra); 90′ Edinson Cavani (URU)
Cartões Amarelos: 9′ Yury Gazinsky (RUS); 27′ Igor Smolnikov (RUS); 59′ Rodrigo Bentancur (URU)
Cartão Vermelho: 36′ Igor Smolnikov (RUS)
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 22.Martín Cáceres, 19.Sebastián Coates, 3.Diego Godín (C) e 17.Diego Laxalt; 8.Nahitan Nández (7.Cristian Rodríguez ↑73′), 15.Matías Vecino, 14.Lucas Torreira e 6.Rodrigo Bentancur (10.Giorgian De Arrascaeta ↑63′); 21.Edinson Cavani (18.Maxi Gómez ↑90+3′) e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez
Rússia (4-2-3-1): 1.Igor Akinfeev (C); 23.Igor Smolnikov, 3.Ilya Kutepov, 4.Sergei Ignashevich e 13.Fyodor Kudryashov; 8.Yury Gazinsky (7.Daler Kuzyayev ↑INTERVALO) e 11.Roman Zobnin; 19.Aleksandr Samedov, 15.Aleksei Miranchuk (10.Fyodor Smolov ↑60′) e 6.Denis Cheryshev (2.Mário Fernandes ↑38′); 22.Artem Dzyuba. Técnico: Stanislav Cherchesov

 

… Arábia Saudita 2 x 1 Egito


(Imagem: UOL)

Essa partida ficou marcada na história das Copas. Aos 45 anos e 5 meses, o goleiro egípcio Essam El-Hadary se tornou o jogador mais velho a disputar um Mundial. E, como veremos, ele não se limitou a ser coadjuvante no jogo. Ele não entrou em campo apenas para bater o recorde. Ele, que estreou na seleção em 1996, ainda mantém um bom nível técnico, que o faz ser um dos melhores de seu país e, merecidamente, ser convocado. Inclusive, tinha sido titular em cinco dos oito jogos do Egito nas eliminatórias no ano passado.

Seu time começou vencendo. Aos 22 minutos de jogo, Abdalla Said fez um lindo lançamento para Mohamed Salah. O atacante do Liverpool dominou e tocou por cobertura sobre o goleiro saudita. Um lindo gol, no estilo Mo Salah que nos acostumamos a ver na temporada recém terminada.

A partida começava com “cheiro” de goleada egípcia, porque a jogada se repetiu logo no minuto seguinte. Salah recebeu passe ao se deslocar por trás da zaga e fez uma linda enfiada para o camisa 10. Sozinho, ele novamente tocou por cima do goleiro Yasser Al-Mosailem, mas a bola caprichosamente foi para fora. Um pecado!

Aos 39′, Yasser Al-Shahrani tentou cruzar na área e Ahmed Fathi tocou com a mão na bola. Pênalti para a Arábia Saudita. Fahad Al-Muwallad bateu forte no canto direito, mas a bola foi à meia altura, possibilitando a defesa de El Hadary. A bola ainda explodiu no travessão antes de ser tirada pela defesa.

Já nos acréscimos, uma nova penalidade para “Os Falcões Verdes”. Ali Gabr segurou Al-Muwallad na área. O VAR ratificou a marcação do árbitro colombiano Wilmar Roldán. Dessa vez a cobrança ficou a cargo de Salman Al-Faraj, que bateu rasteiro no canto esquerdo, deslocou o goleiro e empatou a partida.

No segundo tempo, aos 25 min, Al-Faraj fez um belo lançamento da intermediária e Al-Mogahwi cabeceou bem, à queima roupa, mas El Hadary fez um novo milagre.

Nos acréscimos, a Arábia Saudita tocava a bola esperando o apito final. E foi tocando a bola, trabalhando até a área, quando Abdullah Otayf tocou para Salem Al-Dawsari chutar cruzado, quase sem ângulo. A bola tocou no pé da trave e entrou. Era a virada saudita no último ato da partida!

O Egito era cotado para ser uma das surpresas do Mundial. Possui um técnico experiente (Héctor Cúper), um dos melhores jogadores do mundo atualmente (Mo Salah), além de bons coadjuvantes. Mas foi uma decepção. Cair na primeira fase era possível e até provável. Mas não da forma como foi, sem conseguir somar pontos nem contra a frágil rival de hoje.

Na Arábia Saudita, os méritos totais dessa vitória podem recair sobre o técnico argentino/espanhol Juan Antonio Pizzi. Foi ele quem introduziu no time a paciência e o toque de bola, que envolveu os egípcios hoje.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Arábia Saudita 2 x 1 Egito
Data: 25/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Arena Volgogrado — Cidade: Volgogrado (Rússia)
Público: 36.823
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Gols: 22′ Mohamed Salah (EGI); 45+6′ Salman Al-Faraj (ARA)(pen); 90+5′ Salem Al-Dawsari (ARA)
Cartões Amarelos: 45+5′ Ali Gabr (EGI); 86′ Ahmed Fathi (EGI)
Arábia Saudita (4-5-1): 21.Yasser Al-Mosailem; 6.Mohammed Al-Breik, 3.Osama Hawsawi (C), 23.Motaz Hawsawi e 13.Yasser Al-Shahrani; 14.Abdullah Otayf, 7.Salman Al-Faraj, 16.Housain Al-Mogahwi, 18.Salem Al-Dawsari e 9.Hattan Bahebri (20.Muhannad Assiri ↑65′); 19.Fahad Al-Muwallad (8.Yahya Al-Shehri ↑79′). Técnico: Juan Antonio Pizzi
Egito (4-2-3-1): 1.Essam El Hadary (C); 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed e 17.Mohamed Elneny; 19.Abdalla Said (22.Amr Ward ↑45+7′), 21.Trezeguet (11.Kahraba ↑81′) e 10.Mohamed Salah; 9.Marwan Mohsen (14.Ramadan Sobhi ↑64′). Técnico: Héctor Cúper

 

… Espanha 2 x 2 Marrocos


(Imagem: FIFA.com)

Não sei se é só a mudança de treinadores ou se é mérito dos adversários. Mas a Espanha não vem confirmando seu favoritismo em campo. Fez um ótimo jogo e mereceu vencer Portugal. Depois, contou com a sorte contra o Irã e sofreu para empatar com Marrocos. Mesmo assim, terminou como líder do Grupo B.

Aos 14 minutos de jogo, a Espanha fazia sua troca de passes característica, quando Iniesta e Sergio Ramos “esqueceram da bola”. O centroavante marroquino Khalid Boutaïb ficou com ela, correu a metade do campo em alta velocidade e tocou de esquerda, no meio das pernas de De Gea.

Cinco minuto depois, Isco começa a jogada na intermediária ofensiva e Diego Costa abre com Iniesta na ponta esquerda. O ídolo espanhol avança e toca para trás. Dentro da pequena área, Isco domina e fuzila, sem chances para o goleiro Munir El Kajoui. Um gol no melhor estilo espanhol.

Aos 25′, em cobrança de lateral rápida, Boutaïb correu sozinho e ficou cara a cara gol o goleiro (de novo), mas adiantou demais e chutou em cima de De Gea.

Aos dez minutos do segundo tempo, Nordin Amrabat chutou forte quase do bico direito da área. A bola fez uma curva, tocou no travessão e quicou sobre a linha, mas não entrou no gol.

Aos 36′, após cobrança de escanteio, Youssef En-Nesyri subiu mais que todo mundo, ganhou de Sergio Ramos e testou forte para dentro do gol.

Aos 46 minutos da etapa final, Carvajal bateu cruzado e Iago Aspas mandou de letra para o gol. O bandeirinha levantou seu instrumento no mesmo instante e o árbitro uzbeque Ravshan Irmatov assinalou o impedimento. Mas o VAR entrou em ação e confirmou a legalidade do gol. No momento do passe, Aspas estava na mesma linha de Boussoufa, o penúltimo defensor.

A Espanha precisa jogar mais bola. E tem um potencial enorme para isso, talvez o maior da competição. Só que o que vale são os gols e as vitórias. Contra uma Rússia empurrada pela torcida, vai ter que provar que a primeira fase foi um ponto fora da curva e que essa curva é ascendente.

Marrocos sai com a cabeça erguida. O técnico Hervé Renard tinha prometido que iria dificultar as coisas para a Fúria. Prometeu e cumpriu. E quase venceu a partida. Ameaçou mais e esteve mais perto da vitória do que os espanhóis. Talvez tenha merecido.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Espanha 2 x 2 Marrocos
Data: 25/06/2018 — Horário: 20h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 33.973
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Gols: 14′ Khalid Boutaïb (MAR); 19′ Isco (ESP); 81′ Youssef En-Nesyri (MAR); 90+1′ Iago Aspas (ESP)
Cartões Amarelos: 21′ Karim El Ahmadi (MAR); 29′ Nordin Amrabat (MAR); 31′ Manuel da Costa (MAR); 31′ Mbark Boussoufa (MAR); 88′ Munir El Kajoui (MAR); 90+3′ Achraf Hakimi (MAR)
Espanha (4-2-3-1): 1.David de Gea; 2.Dani Carvajal, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets e 10.Thiago (20.Marco Asensio ↑74′); 21.David Silva (9.Rodrigo Moreno ↑84′), 22.Isco e 6.Andrés Iniesta; 19.Diego Costa (17.Iago Aspas ↑74′). Técnico: Fernando Hierro
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 17.Nabil Dirar, 4.Manuel da Costa, 6.Romain Saïss e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi; 14.Mbark Boussoufa, 16.Nordin Amrabat, 10.Younès Belhanda (11.Fayçal Fajr ↑63′) e 7.Hakim Ziyech (20.Aziz Bouhaddouz ↑85′); 13.Khalid Boutaïb (19.Youssef En-Nesyri ↑72′). Técnico: Hervé Renard

 

… Irã 1 x 1 Portugal


(Imagem: UOL)

Foi um sufoco, mas Portugal está classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2018. O Irã teve sua melhor atuação na competição e poderia ter vencido.

Portugal passou toda a etapa inicial trocando passes, tentando ultrapassar a barreira defensiva iraniana.

E só conseguiu no último minuto da etapa inicial. Ricardo Quaresma tabelou com Adrien Silva e chutou de trivela, uma jogada muito característica dele. A bola encobriu o goleiro Beiranvand e morreu no fundo das redes.

Aos cinco minutos do segundo tempo, Cristiano Ronaldo invade a área e é derrubado. O árbitro Enrique Cáceres esperou a confirmação do VAR para apitar o pênalti. CR7 bateu mal, à meia altura, facilitando para a defesa goleiro iraniano em dois tempos. Cristiano repetia Messi e também perdia um pênalti na Copa 2018.

Para piorar, aos 38′, Cristiano Ronaldo revidou uma provocação e poderia ter sido expulso, mas o juiz paraguaio “amarelou” e só mostrou mesmo o cartão amarelo ao craque.

Já nos acréscimos, em bola na área portuguesa, o árbitro á avisado pelo VAR que uma bola cabeceada por Azmoun tocou no braço aberto de Cédric dentro da área. O experiente Ansarifard bateu no ângulo esquerdo, sem chances de defesa para Rui Patrício.

Depois, o Irã ainda perdeu uma chance clara de virar o jogo e se classificar. Após lançamento longo, Azmoun desviou de cabeça, Ghoddos teve o chute desviado e a bola cobrou limpa para Mehdi Taremi. O camisa 17 finalizou de esquerda e a bola balançou as redes pelo lado de fora. Uma oportunidade claríssima, que não pode ser desperdiçada em uma Copa do Mundo.

Com o gol de empate da Espanha diante de Marrocos saindo quase simultaneamente ao gol do Irã contra Portugal, a classificação mudou. A Espanha ficou com o primeiro lugar do grupo, para enfrentar a Rússia. Com isso, Portugal vai enfrentar o Uruguai, em um duelo imprevisível.

Todos os méritos da boa competição do Irã devem ir para o técnico português Carlos Queiroz. Já são sete anos treinando os persas. Ele conseguiu estruturar um sistema defensivo muito consistente, um time participativo e até criativo, com muitas opções de ataque. É a melhor seleção da Ásia atualmente e, talvez, uma das melhores de todos os tempos no continente.

No fim, o choro. O choro de Taremi que errou o gol da classificação. O choro emblemático de vários jogadores e torcedores – em especial o da foto de capa dessa matéria. O choro de quem sabe que podia ir mais longe, impedido por detalhes.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Irã 1 x 1 Portugal
Data: 25/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Mordovia — Cidade: Saransk (Rússia)
Público: 41.685
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai)
Gols: 45′ Ricardo Quaresma (POR); 90+3′ Karim Ansarifard (IRA)(pen)
Cartões Amarelos: 33′ Raphaël Guerreiro (POR); 52′ Ehsan Haj Safi (IRA); 54′ Sardar Azmoun (IRA); 64′ Ricardo Quaresma (POR); 83′ Cristiano Ronaldo (POR); PÓS-JOGO Cédric (POR)
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 19.Majid Hosseini, 8.Morteza Pouraliganji e 3.Ehsan Haj Safi (C) (5.Milad Mohammadi ↑56′); 6.Saeid Ezatolahi (10.Karim Ansarifard ↑76′); 17.Mehdi Taremi, 18.Alireza Jahanbakhsh (14.Saman Ghoddos ↑70′), 9.Omid Ebrahimi e 11.Vahid Amiri; 20.Sardar Técnico: Carlos Queiroz
Portugal (4-4-2): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho, 23.Adrien Silva, 10.João Mário (8.João Moutinho ↑84′) e 20.Ricardo Quaresma (11.Bernardo Silva ↑70′); 9.André Silva (17.Gonçalo Guedes ↑90+6′) e 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos

… 20/06/2018 – O melhor do sétimo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 20/06/2018 – O melhor do sétimo dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

Cristiano Ronaldo marca seu quarto gol na Copa e Portugal vence a brava seleção do Marrocos.
Luis Suárez aproveita o vacilo do goleiro e marca o Uruguai vence a Arábia Saudita em um jogo burocrático.
Diego Costa conta com a sorte e a Espanha derrota o bom time do Irã.
Três partidas que terminaram 1 x 0, mas o futebol é muito mais do que o gol.

… Portugal 1 x 0 Marrocos


(Imagem: UOL)

No começo, parecia que seria um massacre e, quiçá, um novo “hat-trick” de Cristiano Ronaldo. Logo aos quatro minutos, após escanteio curto, João Moutinho cruzou a bola para a área e CR7 apareceu como um foguete para fuzilar o goleiro Munir El Kajoui. Foi uma cabeçada fulminante e o quarto gol do capitão português na Copa – artilheiro isolado até agora.

Cinco minutos depois, Guerreiro avançou pelo meio e tocou para CR7 dentro da área. Ele puxou para o pé direito e chutou mascado à esquerda do gol.

Logo depois, Ziyech cobrou escanteio e Benatia cabeceou no chão com perigo para boa defesa de Rui Patrício.

Aos 39′, Ronaldo deixou Gonçalo Guedes na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro marroquino. Gonçalo está se destacando por perder esse tipo de gol. Já tinham sido duas ocasiões desperdiçadas contra a Espanha. Por tudo que fez nas eliminatórias, André Silva deveria ser o titular.

No segundo tempo, aos 10′, Belhanda chutou forte da entrada da área, mas Rui Patrício segurou firme.

Dois minutos depois, Ziyech cobrou falta, Belhanda cabeceou e a bola ainda desviou em Cristiano Ronaldo. Rui Patrício voou como um gato (como diria Tadeu Schmidt no “Fantástico”) e buscou a bola no cantinho. Espetacular defesa! Talvez a mais difícil da Copa até agora.

Na sequência, foram dois lances muito parecidos. Duas faltas cobradas da intermediária para a área, com o capitão Benatia dominando bem e enchendo o pé, mandando a bola por cima do gol. Parecia replay, mas não era. Marrocos estava pressionando bastante nessas cobranças de falta.

Após um início promissor, Portugal foi completamente dominado por Marrocos. Não existe justiça em futebol, mas o placar mais justo seria (pelo menos) o empate. Se os lusos jogarem como hoje, talvez tenham dificuldade para se classificar diante do bravo Irã, treinado pelo patrício Carlos Queiroz.

Assim como na partida diante dos iranianos, Marrocos foi melhor que o adversário, mas pecou na bola parada defensiva e não conseguiu concretizar as oportunidades. Mesmo sendo o primeiro eliminado por antecipação, sai do Mundial de cabeça erguida após vinte anos da última participação.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Portugal 1 x 0 Marrocos
Data: 20/06/2018 — Horário: 15h00 locais
Estádio: Olímpico Luzhniki — Cidade: Moscou (Rússia)
Público: 78.011
Árbitro: Mark Geiger (Estados Unidos)
Gol: 4′ Cristiano Ronaldo (POR)
Cartões Amarelos: 40′ Mehdi Benatia (MAR); 90+2′ Adrien Silva (POR)
Portugal (4-2-3-1): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho e 8.João Moutinho (23.Adrien Silva ↑89′); 10.João Mário (16.Bruno Fernandes ↑70′), 11.Bernardo Silva (18.Gelson Martins ↑59′) e 17.Gonçalo Guedes; 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 17.Nabil Dirar, 5.Medhi Benatia (C), 4.Manuel da Costa e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi (11.Fayçal Fajr ↑86′); 14.Mbark Boussoufa, 16.Nordin Amrabat, 10.Younès Belhanda (23.Mehdi Carcela ↑75′) e 7.Hakim Ziyech; 13.Khalid Boutaïb (9.Ayoub El Kaabi ↑70′). Técnico: Hervé Renard

 

… Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita


(Imagem: FIFA.com)

O Uruguai foi protocolar em seu compromisso contra a Arábia Saudita. Fez o básico, venceu e se classificou para as oitavas de final. Mas em momento algum empolgou ninguém. Aliás, em duas partidas, foram duas vitórias por 1 x 0 e dois jogos chatos. O que se prometia, não está se cumprindo. É uma equipe chata, entediante, enfadonho…

O único gol do jogo saiu aos 23 minutos do primeiro tempo. Carlos Sánchez cobrou o escanteio e o goleiro Al-Owais saiu de soco, mas não conseguiu acertar a bola. E ela caiu justamente no pé esquerdo de um dos maiores artilheiros do mundo, “El Pistolero”, Luisito Suárez. O camisa 9 só completou para o gol.

Depois, o Uruguai diminuiu o ritmo. Ficou devagar, quase parando, só esperando o jogo acabar.

A Arábia Saudita mostrou que também sabe atacar, mesmo com suas muitas limitações. O lateral esquerdo Al-Shahrani foi à linha de fundo e cruzou para a área. Bahebri apareceu na pequena área, mas chutou por cima.

O restante do jogo foi ruim.

Aos seis minutos do segundo tempo, Luis Suárez cobrou falta da intermediária, a bola veio quicando, mas Al-Owais espalmou bem.

Aos 23′, Sánchez cruzou uma falta na área e Martín Cáceres cabeceou por cima.

A dez minutos do fim, Torreira chutou da intermediária, a bola desviou em Edinson Cavani e quase matou o goleiro saudita, mas foi para fora.

Pouco depois, Cavani arrancou, mas perdeu a bola para a zaga. Como o atacante mostrou sua garra ao insistir na jogada, roubar a bola e chutar cruzado. Mas o goleiro saiu bem e fechou o ângulo, defendendo com os pés.

Foi o sexto gol de Suárez em Copas, se tornando também o primeiro uruguaio a marcar em três Copas diferentes (2010, 2014 e 2018). Em 100 partidas, marcou 52 vezes e é o maior goleador da história da Celeste. Além disso, com 423 gols, se igualou a Fernando Morena como o maior artilheiro do futebol uruguaio em todos os tempos.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Uruguai 1 x 0 Arábia Saudita
Data: 20/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Arena Rostov — Rostov-on-Don (Rússia)
Público: 42.678
Árbitro: Clément Turpin (França)
Gol: 23′ Luis Suárez (URU)
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 4.Guillermo Varela, 2.José Giménez, 3.Diego Godín (C) e 22.Martín Cáceres; 6.Rodrigo Bentancur, 15.Matías Vecino (14.Lucas Torreira ↑59′), 5.Carlos Sánchez (8.Nahitan Nández ↑82′) e 7.Cristian Rodríguez (17.Diego Laxalt ↑59′); 21.Edinson Cavani e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez
Arábia Saudita (4-5-1): 22.Mohammed Al-Owais; 6.Mohammed Al-Breik, 3.Osama Hawsawi (C), 4.Ali Al-Bulaihi e 13.Yasser Al-Shahrani; 14.Abdullah Otayf, 7.Salman Al-Faraj, 17.Taisir Al-Jassim (16.Housain Al-Mogahwi ↑44′), 18.Salem Al-Dawsari e 9.Hattan Bahebri (12.Mohamed Kanno ↑75′); 19.Fahad Al-Muwallad (10.Mohammad Al-Sahlawi ↑78′). Técnico: Juan Antonio Pizzi

 

… Irã 0 x 1 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

Era sabido que o Irã tem uma defesa muito bem postada e seria muito difícil de ser vazada. Mas, do outro lado havia a seleção espanhola, uma das melhores do mundo em furar retrancas, sempre com muita paciência.

O mesmo roteiro foi repetido durante todo a primeira etapa: os espanhóis tocavam a bola e os iranianos fechavam os espaços.

A primeira chance da Fúria só apareceu nos acréscimos do primeiro tempo, quando David Silva chutou de fora da área, mas a bola foi desviada pela zaga.

Aos 3′ da etapa final, Isco foi à linha de fundo e cruzou. A defesa afastou mal, Busquets chutou forte e o goleiro Beiranvand defendeu. Na sobra, Lucas Vázquez dividiu com o goleiro de forma faltosa.

Pouco depois, Amiri cobrou o lateral na área e a bola sobrou para Ansarifard chutar forte, na rede pelo lado de fora. Passou muito perto.

Aos nove minutos, o magistral Andrés Iniesta encontrou Diego Costa na área. O brasileiro se enrolou, mas teve sorte em uma dividida na qual a bola bateu nele e foi para o gol. Um gol chorado, que retrata bem como foi a partida.

Aos 17′, após cobrança de falta para a área, Ezatolahi recebe sozinho e empata para o Irã. Porém, o árbitro de vídeo participou bem ao anular o tento dos persas. Realmente, Ezatolahi estava impedido tanto no lançamento, quanto no desvio do companheiro de equipe dentro da área.

No minuto 25′, Isco cobrou o escanteio rasteiro para dentro da área, David Silva rolou para trás, mas Sergio Ramos não pegou em cheio na finalização.

A oito minutos do fim, Amiri passou a bola por baixo das pernas de Piqué e cruzou na segunda trave, mas Taremi cabeceou por cima, perdendo a chance mais clara do jogo.

O empate realmente seria mais justo, pelo que os iranianos jogaram. Agora, para se classificarem, jogam por uma vitória contra Portugal. Não é impossível.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Irã 0 x 1 Espanha
Data: 20/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Kazan — Cidade: Kazan (Rússia)
Público: 42.718
Árbitro: Andrés Cunha (Uruguai)
Gol: 54′ Diego Costa (ESP)
Cartões Amarelos: 79′ Vahid Amiri (IRA); 90+2′ Omid Ebrahimi (IRA)
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 19.Majid Hosseini, 8.Morteza Pouraliganji e 3.Ehsan Haj Safi (C) (5.Milad Mohammadi ↑69′); 6.Saeid Ezatolahi; 9.Omid Ebrahimi, 11.Vahid Amiri, 10.Karim Ansarifard (18.Alireza Jahanbakhsh ↑74′) e 17.Mehdi Taremi (14.Saman Ghoddos ↑86′); 20.Sardar Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz
Espanha (4-1-4-1): 1.David de Gea; 2.Dani Carvajal, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets; 11.Lucas Vázquez (20.Marco Asensio ↑79′), 6.Andrés Iniesta (8.Koke ↑71′), 21.David Silva e 22.Isco; 19.Diego Costa (9.Rodrigo Moreno ↑89′). Técnico: Fernando Hierro

… 15/06/2018 – O melhor do segundo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 15/06/2018 – O melhor do segundo dia da Copa


(Imagem: O Jogo)

Duas partidas que tiveram seus respectivos vencedores conhecidos praticamente no último lance. Um jogaço, no qual ninguém perdeu e quem ganhou foi o espectador. Veja como foi o “Dia de Copa”.


… Egito 0 x 1 Uruguai


(Imagem: FIFA.com)

Houve uma evolução clara no nível técnico do meio campo uruguaio. Bentacur, Vecino, Nández e De Arrascaeta, além de jovens, possuem uma característica diferente, de mais qualidade na criação de jogadas, se comparados aos colegas que ocuparam a mesma posição em Mundiais anteriores (Diego Pérez, Arévalo Ríos, Walter Gargano, Álvaro González e outros).

Mas, embora tenham mantido a posse de bola com boas trocas de passes, esses meias não foram criativos o suficiente para levar os charruas à vitória. Tudo dependia da ótima dupla de frente: Luis Suárez e Edinson Cavani. Mas enquanto Luisito errou tudo o que tentou, o atacante do PSG parou nas mãos do goleiro El-Shenawy e, especialmente, na trave em cobrança de falta, na etapa final.

Quando parecia que persistiria o empate sem gols, a Celeste precisou se valer do que tem de melhor: a bola aérea. Foi na raça, na vontade e no bom cruzamento em cobrança de falta de Carlos Sánchez, que o zagueiro José Giménez subiu no terceiro andar e cabeceou no ângulo do goleiro egípcio, marcando o único gol do jogo.

O Egito foi valente e até tentou mostrar suas armas, principalmente a boa transição da defesa para o ataque, mas ficou nítido o quanto é dependente do talento e da ótima fase de Mohamed Salah. Ainda se recuperando de lesão sofrida na final da UEFA Champions League, o craque do Liverpool fez muita falta à sua seleção. Mas os Faraós mostraram um bom futebol. Tanto, que vamos profetizar: o Egito vencerá Rússia e Arábia Saudita, e se classificará para as oitavas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Egito 0 x 1 Uruguai
Data: 15/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Estádio Central (Ekaterinburg Arena) — Cidade: Ecaterimburgo (Rússia)
Público: 27.015
Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)
Gol: 89′ José Giménez (URU)
Cartões Amarelos: 90+6′ Ahmed Hegazy (EGI)
Egito (4-2-3-1): 23.Mohamed El-Shenawy; 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed (5.Sam Morsy ↑50′) e 17.Mohamed Elneny; 22.Amr Warda (14.Ramadan Soby ↑82′), 19.Abdalla Said e 21.Trezeguet; 9.Marwan Mohsen (11.Kahraba ↑63′). Técnico: Héctor Cúper
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 4.Guillermo Varela, 3.Diego Godín (C), 2.José Giménez e 22.Martín Cáceres; 6.Rodrigo Bentancur, 15.Matías Vecino (14.Lucas Torreira ↑87′), 8.Nahitan Nández (5.Carlos Sánchez ↑58′) e 10.Giorgian De Arrascaeta (7.Cristian Rodríguez ↑59′); 21.Edinson Cavani e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez

 

… Marrocos 0 x 1 Irã


(Imagem: FIFA.com)

Possuir melhores jogadores nem sempre significa ter a melhor equipe e muito menos é garantia de vitória. Comparados aos iranianos, os atletas marroquinos são mais técnicos e possuem mais experiência no futebol europeu. E começaram a partida mostrando isso, dominando as ações e pressionando o adversário, mas sem conseguir chegar ao gol. E a melhor chance no primeiro tempo foi dos persas, em um belo contragolpe, quando Azmoun finalizou para uma grande defesa de El Kajoui – que ainda pegou o rebote de Jahanbakhsh.

Depois, o jogo esfriou até Belhanda preparar de cabeça para o chute de Ziyech de fora da área, mas o goleiro Beiranvand voou no canto direito para espalmar a bola.

Aos 49 minutos do segundo tempo, Haj Safi cobrou falta pela esquerda e Bouhaddouz foi infeliz ao cabecear para o próprio gol. No fim, não existe gol feio. Lindo, foi ver o Irã comemorar como um título mundial a sua segunda vitória na história das Copas. Em nove partidas até então, tinha vencido apenas o arqui-inimigo Estados Unidos, por 2 a 1, em 1998.

O Irã venceu a “sua Copa” paralela. Nenhuma dessas duas seleções devem ser páreo para Portugal e Espanha na sequência do grupo.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Marrocos 0 x 1 Irã
Data: 15/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium) — Cidade: São Petesburgo (Rússia)
Público: 62.548
Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)
Gol: 90+5′ Aziz Bouhaddouz (IRA)(gol contra)
Cartões Amarelos: 10′ Masoud Shojaei (IRA); 34′ Karim El Ahmadi (MAR); 47′ Alireza Jahanbakhsh (IRA); 90+2′ Karim Ansarifard (IRA)
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 16.Nordin Amrabat (21.Sofyan Amrabat ↑76′), 5.Medhi Benatia (C), 6. Romain Saïss e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi; 14.Mbark Boussoufa, 10.Younès Belhanda, 7.Hakim Ziyech e 18.Amine Harit (4.Manuel da Costa ↑82′); 9.Ayoub El Kaabi (20.Aziz Bouhaddouz ↑77′). Técnico: Hervé Renard
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 8.Morteza Pouraliganji, 4.Rouzbeh Cheshmi e 3.Ehsan Haj Safi; 9.Omid Ebrahimi (19.Majid Hosseini ↑81′); 7.Masoud Shojaei (C) (17.Mehdi Taremi ↑68′), 11.Vahid Amiri, 10.Karim Ansarifard e 18.Alireza Jahanbakhsh (14.Saman Ghoddos ↑85′); 20.Sardar Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz

… Portugal 3 x 3 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

Desde o sorteio, as expectativas eram altíssimas para essa partida. E a espera se pagou, com um dos melhores jogos das últimas Copas.

A Espanha nem teve tempo para impor seu ritmo, quando Cristiano Ronaldo pedalou para cima de Nacho dentro da área e sofreu pênalti discutível. Ele mesmo cobrou e converteu, após quatro minutos do apito inicial.

Depois, Gonçalo Guedes jogou fora duas chances claras para ampliar o marcador. Mas quem não faz…

Aos 24′, Diego Costa foi “Diego Costa”: em uma bola longa, foi sujo ao meter o braço na cara de Pepe (não é disputa por espaço, é agressão mesmo – normal, nas características de Diego). Na sequência, mostrou o que tem de melhor, chamando José Fonte para dançar, com dois belos cortes e o chute forte no cantinho direito de Rui Patrício. Um lindo gol, que não deveria ter sido validado pela equipe de arbitragem (e pelo VAR), já que houve a falta no início do lance.

A Espanha passou a jogar melhor e a controlar as ações. Mas, em um lance isolado, a bola sobrou para CR7 na meia lua. Do jeito que ela veio, ele chutou forte de esquerda, no meio do gol. Era uma defesa fácil para De Gea, mas ele se desconcentrou, preferindo reclamar com o bandeirinha ao pedir um impedimento inexistente. Acabou engolindo um frango, inaceitável para um dos melhores goleiros do mundo.

A Fúria voltou melhor também no segundo tempo e empatou o jogo aos 10′, após uma cobrança de falta ensaiada. David Silva cobrou no segundo pau, Busquets escorou para o meio e Diego Costa completou para o gol em cima da linha.

A merecida virada veio três minutos depois, quando uma bola rebatida pela defesa lusa sobrou para Nacho. O zagueiro/lateral do Real Madrid emendou de primeira, na veia, mandando um torpedo com efeito para o gol. A bola ainda bateu nas duas traves antes de entrar. Discutivelmente o mais bonito dos belos gols dessa partida.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, a Espanha continuava tendo a posse de bola e chances para ampliar, quando CR7 dominou uma bola na meia lua e sofreu falta tola de Piqué. O capitão português cobrou com maestria, colocando a bola por cima da barreira e tirando do alcance de De Gea. Uma cobrança perfeita, com alto grau de dificuldade, por causa da proximidade do gol. Cristiano tem seus truques e mostrou isso ao fugir de suas características para marcar seu “hat-trick”.

Ele chegou em seu melhor nível, descansando em vários jogos da temporada pelo Real Madrid. Com isso, entrou para a história dentre os jogadores que fizeram gols em quatro Copas do Mundo diferentes, igualando Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose. O português havia marcado um gol em cada Copa que havia disputado (2006, 2010 e 2014). Agora, em uma partida já marca três e segue firme em busca da artilharia do Mundial. Outro feito importante foi ele ter marcado seu 84º gol pela seleção, se igualando ao húngaro Ferenc Puskás como o maior artilheiro de uma seleção européia em todos os tempos. Ambos perdem apenas para o iraniano Ali Daei e seus 109 gols.

Enquanto Portugal deixa claro que depende muito de seu maior craque, a Espanha mostra variações que não tinha mostrado até então, com um gol oriundo de lançamento longo, um de cobrança de falta ensaiada e um em chute de fora da área. Será que podemos falar em méritos de Fernando Hierro, estreando como técnico pela seleção? Muito cedo para isso, mas, se controlar o caldeirão dos vestiários, a Fúria deve seguir como uma das favoritas ao título da Copa de 2018.

Gols da partida:

● Ficha Técnica — Portugal 3 x 3 Espanha
Data: 15/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium) — Cidade: Sóchi (Rússia)
Público: 43.866
Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)
Gols: 4′ Cristiano Ronaldo (POR)(pen); 24′ Diego Costa (ESP); 44′ Cristiano Ronaldo (POR); 55′ Diego Costa (ESP); 58′ Nacho (ESP); 88′ Cristiano Ronaldo (POR)
Cartões Amarelos: 17′ Sergio Busquets (ESP); 28′ Bruno Fernandes (POR)
Portugal (4-2-3-1): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho e 8.João Moutinho; 16.Bruno Fernandes (10.João Mário), 11.Bernardo Silva (20.Ricardo Quaresma) e 17.Gonçalo Guedes (9.André Silva); 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos
Espanha (4-2-3-1): 1.David de Gea; 4.Nacho, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets e 8.Koke; 6.Andrés Iniesta (10.Thiago), 21.David Silva (11.Lucas Vázquez) e 22.Isco; 19.Diego Costa (17.Iago Aspas). Técnico: Fernando Hierro

… 11/06/2002 – Senegal 3 x 3 Uruguai

Três pontos sobre…
… 11/06/2002 – Senegal 3 x 3 Uruguai


Partida foi bastante disputada, do início ao fim (Imagem: Pinterest)

● Uruguai e Senegal travaram uma disputa direta pelo segundo lugar do grupo A. A Celeste precisaria vencer, enquanto o empate bastaria aos “Leões da Teranga” (“hospitalidade”, lema nacional, em wolof, idioma africano).

Enquanto a surpresa da Copa mantinha o mesmo time-base, os sul-americanos mudaram a estrutura tática, avançando a equipe, que partiu para cima desde o início. O grande problema era o contra-ataque do adversário, sua especialidade.


Senegal era quase um “futebol total”, em que os jogadores largavam suas posições em busca do contra-ataque. No papel, era um 4-5-1.


O Uruguai era um 4-4-2 quando se defendia e um 3-3-4 quando acatava, com o apoio de Darío Rodríguez pela esquerda e os avanços constantes de Varela e Recoba.

● Aos 20 minutos da primeira etapa, Paolo Montero atrasou mal, Diouf lhe roubou a bola e caiu na área antes de ser tocado pelo goleiro Carini. Pênalti inexistente, convertido por Fadiga, que bateu à meia altura do canto direito.

Precisando atacar, o Uruguai foi duramente castigado. Seis minutos depois, Henri Camara se impõe na velocidade pelo lado esquerdo, em um contra-ataque, e rola para Papa Bouba Diop, que chuta de primeira, da entrada da área e a bola vai no ângulo.

Veja mais:
… 31/05/2002 – França 0 x 1 Senegal
… 01/06/2002 – Dinamarca 2 x 1 Uruguai

Aos 38, Camara ergue a bola na área e Bouba Diop, de novo, surge nas costas da zaga e encobre o goleiro Carini. A bola ainda bate na trave, mas cai dentro do gol. Os uruguaios reclamaram de impedimento, mas o lance foi legal.

O segundo tempo parecia outra partida. Vencendo por 3 a 0, os africanos esbanjavam firulas, toques para o lado e jogadas de efeito. Enquanto isso, a Celeste foi muito mais efetiva, mais na base da raça do que na técnica. E raça nunca faltou aos Charruas.

Logo no primeiro minuto, Darío Silva recebeu na área e chutou cruzado. O goleiro Sylva deu rebote e Richard Morales diminuiu o placar para 3 a 1.

Aos 24, Álvaro Recoba cobrou falta, a zaga afastou o perigo e Diego Forlán dominou no peito e chutou com efeito antes da bola cair, de fora da área, fazendo um lindo gol, encobrindo o goleiro. 3 a 2.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, Morales dominou a bola na esquerda, protegeu com o corpo, ganhou da zaga, entrou na área e é derrubado por Habib Beye. Outro pênalti “mandrake”. Recoba cobrou no canto direito e igualou o marcador. Empate heroico.

A virada que parecia impossível quase aconteceu no último lance do jogo, em uma bola que rebateu na defesa e sobrou para o grandalhão Richard Morales dentro da pequena área, já sem goleiro. Era um lance fácil, mas ele cabeceou para fora, jogando um balde de água fria nos ânimos de todos uruguaios.


Richard Morales marca o primeiro do Uruguai (Imagem: Pinterest)

● Assim, o Uruguai encerrou sua participação sem vencer nenhuma partida no torneio. Já havia perdido para a Dinamarca por 2 a 1 e empatado sem gols com a França.

Já o Senegal continuou fazendo bonito. Após vencerem os franceses na estreia (1 x 0) e empatarem com Dinamarca (1 x 1) e Uruguai (3 x 3), os senegaleses venceram a Suécia (que havia sido a primeira colocada no “grupo da morte”, inclusive eliminando a Argentina) por 2 a 1, na prorrogação. Já nas quartas de final, mesmo fazendo um jogo parelho com a Turquia, caiu no início da prorrogação, com um gol de Ilhan Mansiz.


Morales e Diouf discutem durante a partida (Imagem: Tenfield)

FICHA TÉCNICA:

 

SENEGAL 3 x 3 URUGUAI

 

Data: 11/06/2002

Horário: 15h30 locais

Estádio: Suwon World Cup Stadium

Público: 33.681

Cidade: Suwon (Coreia do Sul)

Árbitro: Jan Wegereef (Holanda)

 

SENEGAL (4-1-4-1):

URUGUAI (4-4-2):

1  Tony Sylva (G)

1 Fabián Carini (G)

17 Ferdinand Coly

3 Alejandro Lembo

13 Lamine Diatta

14 Gonzalo Sorondo

4  Pape Malick Diop

4  Paolo Montero (C)

2  Omar Daf

6  Darío Rodríguez

6  Aliou Cissé (C)

5  Pablo García

5  Alassane N’Dour

16 Marcelo Romero

19 Papa Bouba Diop

8  Gustavo Varela

10 Khalilou Fadiga

20 Álvaro Recoba

7  Henri Camara

9  Darío Silva

11 El Hadji Diouf

13 Sebastián “Loco” Abreu

 

Técnico: Bruno Metsu

Técnico: Víctor Púa

 

SUPLENTES:

 

 

16 Omar Diallo (G)

12 Gustavo Munúa (G)

22 Kalidou Cissokho (G)

23 Federico Elduayen (G)

21 Habib Beye

2  Gustavo Méndez

3  Pape Sarr

19 Joe Bizera

20 Sylvain N’Diaye

22 Gonzalo de los Santos

12 Amdy Faye

7  Gianni Guigou

15 Salif Diao

10 Fabián O’Neill

23 Makhtar N’Diaye

17 Mario Regueiro

14 Moussa N’Diaye

15 Nicolás Olivera

18 Pape Thiaw

21 Diego Forlán

8  Amara Traoré

11 Federico Magallanes

9  Souleymane Camara

18 Richard Morales

 

GOLS:

20′ Khalilou Fadiga (SEN) (pen)

26′ Papa Bouba Diop (SEN)

38′ Papa Bouba Diop (SEN)

46′ Richard Morales (URU)

69′ Diego Forlán (URU)

88′ Álvaro Recoba (URU) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

2′ Henri Camara (SEN)

4′ Omar Daf (SEN)

8′ Marcelo Romero (URU)

19′ Fabián Carini (URU)

35′ Pablo García (URU)

39′ Ferdinand Coly (SEN)

40′ Darío Rodríguez (URU)

69′ Papa Bouba Diop (SEN)

82′ Paolo Montero (URU)

82′ El Hadji Diouf (SEN)

87′ Habib Beye (SEN)

87′ Khalilou Fadiga (SEN)

 

SUBSTITUIÇÕES:

32′ Gonzalo Sorondo (URU) ↓

Mario Regueiro (URU) ↑

 

INTERVALO Marcelo Romero (URU) ↓

Diego Forlán (URU) ↑

 

INTERVALO Sebastián “Loco” Abreu (URU) ↓

Richard Morales (URU) ↑

 

63′ Ferdinand Coly (SEN) ↓

Habib Beye (SEN) ↑

 

67′ Henri Camara (SEN) ↓

Moussa N’Diaye (SEN) ↑

 

76′ Alassane N’Dour (SEN) ↓

Amdy Faye (SEN) ↑ 

Gols da partida:

Gol perdido por Richard Morales:

… 08/06/1986 – Dinamarca 6 x 1 Uruguai

Três pontos sobre…
… 08/06/1986 – Dinamarca 6 x 1 Uruguai


Elkjær, Laudrup e Andersen comemoram um dos gols (Imagem: Futebol Marketing)

● A Dinamarca já havia encantado o mundo dois anos antes durante a Eurocopa, quando chegou às semifinais e perdeu para a Espanha apenas nos pênaltis.

O técnico Sepp Piontek revolucionou, montando sua equipe no sistema 3-5-2. Era um tempo em que quase todos os times do mundo jogavam com quatro homens no meio e apenas dois atacantes. Se era necessário um zagueiro para marcar cada atacante e outro na sobra, então era desnecessária a escalação do quarto defensor. Assim, ele daria lugar a um jogador de meio. O futebol sempre foi decidido no jogo de meio de campo. Se uma equipe tem um homem a mais nessa área do gramado, a tendência é estar sempre em superioridade numérica, vencendo a maior parte dos duelos. É a teoria.

Veja mais:
… 04/06/1986 – Dinamarca 1 x 0 Escócia
… 13/06/1986 – Dinamarca 2 x 0 Alemanha Ocidental
… 18/06/1986 – Espanha 5 x 1 Dinamarca
… 04/06/1986 – Alemanha Ocidental 1 x 1 Uruguai

Mas o auge do estilo de jogo dos dinamarqueses foi no dia 8 de junho de 1986. Nunca se viu um jogo igual àquele. Justificou o apelido de “Dinamáquina”.

No papel, o time uruguaio não era tão fraco, pois contava com Darío Pereyra (do São Paulo, que não atuou nessa partida), Rubén Paz (do Inter, que também não jogou), Víctor Diogo (do Palmeiras) e, principalmente, Enzo Francescoli (do River Plate).

Mas, por outro lado, a Dinamarca não era só o sistema tático. Tinha seus craques, como o jovem Michael Laudrup, que aos 22 anos já vestia a camisa da Juventus. Havia também Preben Elkjær Larsen, que havia liderado o surpreendente Verona campeão italiano da temporada 1984/85. Elkjær era um fumante inveterado, que chegava a consumir de 20 a 30 cigarros por dia, muitas vezes escondido do treinador no vestiário.


A Dinamarca jogava em um inédito 3-5-2, com muita movimentação de todos seus jogadores, quase como um “futebol total”.


O Uruguai atuava no 4-4-2, com um jogador na sobra na defesa (como era mania na época).

● Aos 11 minutos de partida, Laudrup dribla dois uruguaios e serve Elkjær, que chuta na saída do goleiro Álvez.

Oito minutos depois, o volante uruguaio Miguel Bossio (que já tinha recebido cartão amarelo seis minutos antes) foi expulso de campo. O Uruguai ficou escancarado e virou presa fácil para tomar a goleada, que tinha apenas começado.

Aos 41, Elkjær cruza da direita e Lerby aproveita-se de indecisão da defesa e manda para dentro.

No último instante da etapa inicial, Francescoli cobra pênalti no canto esquerdo, deslocando o goleiro Rasmussen.

Aos 7 da etapa complementar, o gol mais bonito do jogo. Laudrup recebe na entrada da área, dribla dois uruguaios, passa pelo goleiro e marca.

Aos 22, Laudrup (sempre ele) entra na área, ganha duas divididas com os zagueiros, fica na cara do gol e tenta encobrir Álvez. Ele defende parcialmente e Elkjær (de novo) dá o último toque antes de a bola entrar.

Aos 35, os uruguaios vão para cima e estão todos no campo de ataque. Molby toma a bola e lança Elkjær, que parte sem marcação ainda em seu campo, invade a área, dribla o goleiro e toca para o gol.

A dois minutos do fim, Elkjær avança pela direita e cruza para Jesper Olsen, que bate por baixo do goleiro, concluindo o massacre na cidade de Nezahualcóyotl.


Laudrup dribla Diogo (Imagem: Peter Robinson/EMPICS Sport)

● Foi a maior goleada sofrida pelo Uruguai em Copas. A Celeste (que nesse dia jogou de branco) ainda passaria à segunda fase graças aos empates com Alemanha (que seria vice-campeã da Copa) e Escócia (treinada por Alex Ferguson). Mas cairia nas oitavas de final, em derrota por 1 a 0 para a futura campeã Argentina, no clássico sul-americano.

Assim, revolucionando e encantando, a Dinamarca terminou a primeira fase como líder do “grupo da morte”, com 100% de aproveitamento, três vitórias em três jogos, sobre Escócia (1 x 0), Uruguai (6 x 1) e Alemanha Ocidental (2 x 0); anotou nove gols e sofreu apenas um, de pênalti.

Nas oitavas de final, perdeu-se o encanto e a Dinamarca foi goleada pela Espanha por 5 a 1 (com quatro gols de Emilio Butragueño) e deu adeus à Copa.

FICHA TÉCNICA:

 

DINAMARCA 6 x 1 URUGUAI

 

Data: 08/06/1986

Horário: 16h00 locais

Estádio: Neza 86

Público: 26.500

Cidade: Nezahualcóyotl (México)

Árbitro: Antonio Márquez Ramírez (Mexico)

 

DINAMARCA (3-5-2):

URUGUAI (4-3-3):

1  Troels Rasmussen (G)

12 Fernando Álvez (G)

3  Søren Busk

4  Víctor Diogo

4 Morten Olsen (C)

2  Nelson Gutiérrez

5  Ivan Nielsen

3  Eduardo Mario Acevedo (C)

12 Jens Jørn Bertelsen

6  José Batista

15 Frank Arnesen

5  Miguel Bossio

6  Søren Lerby

16 Mario Saralegui

9  Klaus Berggreen

11 Sergio Santín

21 Henrik Andersen

10 Enzo Francescoli

11 Michael Laudrup

9  Jorge Orosmán da Silva

10 Preben Elkjær Larsen

7  Antonio Alzamendi

 

Técnico: Sepp Piontek

Técnico: Omar Borrás

 

SUPLENTES:

 

 

16 Ole Qvist (G)

1  Rodolfo Rodríguez (G)

22 Lars Høgh (G)

22 Celso Otero (G)

2  John Sivebæk

13 César Veja

17 Kent Nielsen

14 Darío Pereyra

7  Jan Mølby

15 Eliseo Rivero

13 Per Frimann

8  Jorge Barrios

20 Jan Bartram

17 José Zalazar

8  Jesper Olsen

18 Rubén Paz

14 Allan Simonsen

19 Venancio Ramos

18 Flemming Christensen

20 Carlos Aguilera

19 John Eriksen

21 Wilmar Cabrera

 

GOLS:

11′ Preben Elkjær Larsen (DIN)

41′ Søren Lerby (DIN)

45′ Enzo Francescoli (URU) (pen)

52′ Michael Laudrup (DIN)

67′ Preben Elkjær Larsen (DIN)

80′ Preben Elkjær Larsen (DIN)

88′ Jesper Olsen (DIN)

 

CARTÕES AMARELOS:

7′ Ivan Nielsen (DIN)

35′ Jorge Orosmán da Silva (URU)

13′ Miguel Bossio (URU)

 

CARTÃO VERMELHO: 19′ Miguel Bossio (URU)

 

SUBSTITUIÇÕES:

57′ Sergio Santín (URU) ↓

José Zalazar (URU) ↑

 

57′ Antonio Alzamendi (URU) ↓

Venancio Ramos (URU) ↑

 

57′ Jens Jørn Bertelsen (DIN) ↓

Jan Mølby (DIN) ↑

 

81′ Michael Laudrup (DIN) ↓

Jesper Olsen (DIN) ↑ 

Melhores momentos da partida:

… Uruguai 1 x 4 Brasil

Três pontos sobre…
… Uruguai 1 x 4 Brasil

● A Seleção Brasileira hoje passou em um excelente teste de fogo. Jogou no temível estádio Centenário, em Montevidéu, onde a “Celeste Olímpica” havia vencido todos os seis jogos nessas Eliminatórias. Mesmo sendo a primeira vez que o Brasil de Tite saiu atrás no marcador, a equipe mostrou poder de reação, com boa postura e aproveitando os espaços deixados pelos adversários entre as linhas. Todos os méritos para os brasileiros, que praticamente se garantem na Copa do Mundo da Rússia em 2018. Merecidamente.

Uruguai

– Martín Silva – Nota 5 – Não comprometeu, mas também não fez nenhuma defesa. Engraçados eram seus olhos de medo a cada ataque “canarinho”.

– Maxi Pereira – Nota 3 – Bateu como nunca e não jogou como sempre. Neymar deitou e rolou em cima de sua marcação.

– Sebastián Coates – Nota 3 – Lento, fraco e rústico. É jogador para compor elenco, mas não para ser titular de uma seleção do porte da “Celeste”.

– Diego Godín – Nota 5 – Nem um dos melhores zagueiros do mundo dá conta de jogar sozinho na defesa.

– Gastón Silva – Nota 4 – Defende e ataca com a mesma qualidade: nenhuma.

– Arévalo Ríos – Nota 4 – Cão de guarda não mordeu hoje.

– Matías Vecino – Nota 4 – Nem foi notado em campo.

– Carlos Sánchez – Nota 5,5 – É um bom jogador, mas em alguns momentos achou que era o árbitro e quis “apitar”. Reclamão! Mas deu algum trabalho para a defesa brasileira no início da partida.

– (Abel Hernández) – Sem nota – Entrou no fim para uma possível pressão uruguaia e bombardeio aéreo, que não aconteceu.

– Cristian Rodríguez – Nota 4 – Idem ao Vecino. Nem foi notado em campo.

– Diego Rolán – Nota 5 – Ajudou na pressão nos primeiros minutos, depois foi engolido pela marcação.

– Cristhian Stuani – Sem nota – Entrou no fim e não fez nada notável.

– Edinson Cavani – Nota 6 – Tentou, lutou e foi premiado com um pênalti e o gol. Depois, foi anulado pela zaga brasileira. Faltou o companheiro Luisito Suárez.

– Maestro Óscar Tabárez – Nota 6 – Sempre “tira leite de pedra” com uma população pequena em um país pequeno. Escalou sua seleção do jeito que deu, mas poderia ter mexido mais no time, pois terminou o jogo com uma alteração a fazer.


(Imagem: Globo Esporte)

Brasil

– Alisson – Nota 5 – Só eu que acho que esse lugar deveria ser do Diego Alves? Alisson não fez nenhuma defesa e fez o que deu no gol sofrido. Não sai como se deve nas bolas cruzadas, mas é reflexo da falta de ritmo de jogo do reserva da Roma.

– Daniel Alves – Nota 6 – Marcou mais do que apoiou o ataque mas, quando subiu, deu uma assistência no quarto gol brasileiro.

– Marquinhos – Nota 6 – Se comportou bem nesse teste de fogo.

– Miranda – Nota 6 – Idem ao colega de zaga.

– Marcelo – Nota 4 – O melhor lateral (e um dos melhores jogadores) do mundo deu uma “pixotada” ridícula ao atrasar a bola de peito para seu goleiro logo no início do jogo, que acarretou no pênalti e no gol sofrido. Depois, só marcou e não subiu com frequência como costuma fazer e se destacar.

– Casemiro – Nota 7 – O dono do time. Precisa pagar aluguel para o Estádio Centenário, pois “alugou” o meio campo e tomou conta do jogo. (Mas ainda não está jogando no mesmo nível desde que teve uma séria lesão no início da temporada europeia. Mesmo sendo esse “monstro”, ainda precisa de evolução para voltar ao nível da temporada passada.)

– Philippe Coutinho – Nota 5 – Hoje jogou menos do que tem jogado ultimamente pela seleção. É outro que não é mais o mesmo desde uma grave lesão no tornozelo, em novembro.

– Willian – Sem nota – Entrou no fim e não fez nada a não ser prender bola e gastar tempo.

– Paulinho – Nota 8 – Calou minha boca. Inacreditável que Paulinho tenha feito três gols, sendo o primeiro um golaço. Tem jogado bem em todas as partidas do Brasil, mesmo jogando atualmente na China! Paulinho na seleção é como um elefante em cima de um poste: ninguém sabe o porque está lá, mas sabe que um dia vai cair. Mas hoje fez três gols, jogou bem e merece todo o destaque.

– Renato Augusto – Nota 6 – Fechou bem os espaços e ajudou a trocar passes no meio. Seu futebol está muito aquém do seu potencial, mas… o cara joga na China! Por isso não consegue ter um ritmo forte de jogo e sempre “morre” no segundo tempo.

– Fernandinho – Sem nota – Entrou no final e ainda deu prazo de dar uma pancada em um adversário.

– Neymar – Nota 7 – Tem se destacado nos últimos jogos e está em seu melhor momento. Atualmente, talvez seja o melhor jogador do mundo. Está cada vez mais maduro, mas ainda tem um grande potencial de evolução. Hoje fez um golaço, que há tempos seria impossível: ele levou uma pancada no joelho e prosseguiu. Se fosse em outra época, teria dado um “duplo twist carpado” e estaria se contorcendo no chão até agora.

– Roberto Firmino – Nota 5,5 – Perdeu um gol feito logo no início, mas tem seus méritos no segundo gol brasileiro. Lutou o jogo todo. Não é centroavante, para brigar de costas para os zagueiros adversários, como um pivô. Mas é muito bom jogador.

– Diego Souza – Sem nota – Entrou no fim e quase deu uma assistência para Neymar.

– Tite – Nota 7 – Os resultados dizem que é o melhor técnico da história da Seleção. Tem todos os méritos do mundo por ter feito uma equipe desacreditada se tornar o fenômeno atual. Mas juro que toda vez que eu vejo uma convocação, eu tenho a certeza que ele convocará os “parça” (sic) para sempre, mesmo se eles estiverem jogando na Antártida! Todos sabemos que existem opções melhores e em melhor momento do que os “amigos” de Tite, mas ele parece ter uma dívida de gratidão com essa galera. Enquanto tiver dando resultados, está tudo certo. Creio que já assistimos esse mesmo filme antes, com Dunga e com Scolari. Só espero que não tenha o mesmo final.

… Héctor “Manco” Castro: primeiro craque aleijado

Três pontos sobre…
… Héctor “Manco” Castro: primeiro craque aleijado


(Imagem localizada no Google)

● Héctor Castro nasceu em Montevidéu em 29/11/1904 e faleceu na mesma cidade em 15/09/1960. Era filho de pais galegos e começou a jogar futebol nas ruas da capital uruguaia, como a maioria dos jogadores sul-americanos. Começou a trabalhar aos dez anos de idade. Quando tinha treze anos, ele cortou seu antebraço direito com uma serra elétrica em um acidente de trabalho, o que lhe rendeu o apelido de “El Divino Manco“.

Em condições normais, seu sonho no futebol acabaria ali. Mas o jovem não aceitou o destino e seguiu adiante. Com 1,69 m e 69 quilos, era um jogador muito útil por mostrar bom rendimento nas cinco posições do ataque, graças a força, a velocidade e habilidade que possuía. Castro se tornou famoso não só por suas façanhas futebolísticas, mas também por causa de sua deficiência. Em vez de considerar uma desvantagem, ele fazia de sua deficiência uma vantagem, usando seu braço mutilado com frequência no rosto dos rivais.

Assim, em 1921, antes de completar os 17 anos já jogava no atualmente desaparecido Club Atlético Lito e se tornava o primeiro aleijado a atuar no país. Bastaram dois anos para chamar a atenção de um grande clube. Aos 20 anos, na temporada 1923/24, iniciou sua aventura no Club Nacional de Football e foi campeão da liga logo de cara. Suas grandes atuações lhe valeram a convocação para a seleção uruguaia que venceu a Copa América de 1926. Ele passou a fazer parte de um grupo com verdadeiras lendas vivas, que haviam sido campeões olímpicos dois anos antes. Voltou a vencer o Campeonato Uruguaio em 1933 e 1934, antes de se aposentar, em 1936. Foram 145 gols em 231 jogos pelos “Bolsos”. Em 1932, foi jogar no Estudiantes de La Plata, da Argentina, mas voltou uma temporada depois ao Nacional.


(Imagem: Extracampo)

● Na estreia do país anfitrião na Copa do Mundo de 1930, contra o Peru, Castro anotou o único tento, aos 20 minutos do segundo tempo, com um chute forte a 16 metros do gol. Foi o primeiro gol marcado no mítico Estádio Centenário, de Montevidéu. Mesmo com a marca histórica, não jogou bem e foi sacado do time nas duas partidas seguintes. Mas pela influência do capitão José Nasazzi, que apostava na dedicação total de Castro no jogo, o “Manco” voltou na final, substituindo Peregrino Anselmo. No dia da final, Castro recebeu um telefonema anônimo, que dizia que se o Uruguai perdesse, ele receberia 50 mil pesos; se ganhasse, ele seria morto. Ele não se fez de rogado. Assim, foi dele o último gol do torneio. Faltava um minuto para o fim da grande final, em que o seu Uruguai vencia a Argentina por 3 a 2, quando Castro finalizou de cabeça um cruzamento do ponta Pablo Dorado. Sua seleção se tornou a primeira campeã do mundo.

Atuou pela seleção do Uruguai entre 1923 e 1935, disputando 25 partidas e anotando 18 gols (30 gols em 54 jogos, contando também partidas extra-oficiais). Além da Copa de 1930, Castro conquistou também a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1928, em Amsterdã, quando seu país venceu a mesma Argentina por 2 a 1 na partida desempate da final. Venceu também a Copa América em duas oportunidades, em 1926 e 1935.

Em 1939, Castro foi trabalhar na comissão técnica do Nacional, conquistar o único pentacampeonato consecutivo do clube: 1939 (como auxiliar técnico), 1940, 1941, 1942 e 1943 (já como treinador). Ficou alguns anos sem trabalhar na área, mas voltou em 1952 para dar outro título ao Nacional.

Em 1959 se tornou técnico da seleção de seu país e tinha total apoio da imprensa e da torcida mas, misteriosamente, renunciou ao cargo meses depois.

Em 15/09/1960, com 55 anos de idade, um infarto do miocárdio tirou a vida de um menino de Montevidéu, que nem uma serra elétrica impediu de se tornar uma lenda do futebol.

VEJA TAMBÉM:
… 30/07/1930 – Uruguai 4 x 2 Argentina – Manco Castro anotou o gol do título

Feitos e premiações de Héctor Castro:

Como jogador, pela Seleção do Uruguai:
– Campeão da Copa do Mundo de 1930.
– Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 1928.
– Campeão da Copa América em 1926 e 1935.
– Vice-campeão da Copa América em 1927.
– 3º lugar na Copa América em 1929.

Como jogador, pelo Nacional:
– Campeão do Campeonato Uruguaio em 1924, 1933 e 1934.
– Campeão do Torneio Competencia em 1934.
– Campeão do Torneio de Honor em 1935.
– Campeão do Campeonato Ingeniero José Serrato em 1928.

Como técnico, pelo Nacional:
– Campeão do Campeonato Uruguaio em 1940, 1941, 1942, 1943 e 1952.
– Tetracampeão do Torneio de Honor em 1940, 1941, 1942 e 1943.
– Copa Río de La Plata (Copa Dr. Ricardo C. Aldao) em 1940 e 1942.

Distinções e premiações individuais:
– Eleito para a Seleção da Copa do Mundo de 1930.
– 7º maior artilheiro da história da primeira divisão do Campeonato Uruguaio com 107 gols em 181 jogos.


(Imagem localizada no Google)

… Héctor Scarone: lenda olímpica e campeão do mundo

Três pontos sobre…
… Héctor Scarone: lenda olímpica e campeão do mundo


(Imagem: UOL)

● Héctor Pedro Scarone Beretta nasceu em Montevidéu em 24/11/1898 e faleceu na mesma cidade em 04/04/1967. Tinha um irmão atacante, dez anos mais velho, também muito famoso na mesma época, chamado Carlos “Rasqueta” Scarone, que também jogava no Nacional e na seleção uruguaia.

Era conhecido como “El Mago”, pelas maravilhas que fazia em campo. Tinha também o apelido de “La Borelli” (uma artista do cinema italiano), por ser muito caprichoso e exigente fora de campo – era genial em campo e genioso fora dele. Também era chamado de “Gardel do Futebol”, pois jogava como se tivesse cantando em um show. Era um jogador completo, considerado o melhor jogador do mundo em seu tempo (décadas de 1920 e 1930) e por vezes considerado o melhor jogador da história do futebol uruguaio. Tinha uma excelente finalização, bom passe, exímio em lançamentos longos e cobranças de faltas. Batia escanteios dos dois lados, com qualquer das pernas (era ambidestro). Tinha agilidade e bom drible. Com apenas 1,70 m de altura, fazia muitos gols de cabeça. Era praticamente imparável em cobrança de pênaltis, sendo que cobrou 117 e errou apenas um. Criou a chamada “tabelinha” (um-dois, chamada no Uruguai de “pared”), com seu colega Pedro Petrone. Sua grande qualidade era reconhecida também por adversários. O italiano Giuseppe Meazza dizia que Scarone era o jogador mais fantástico que já viu. O goleiro espanhol Ricardo Zamora se referiu a ele como “o símbolo do futebol”. Por sua vez, a imprensa argentina dizia que era o rival mais temido pela sua seleção.

Jogou a maior parte de sua carreira no Nacional, se tornando uma lenda do clube. Estreou na equipe em 1916 e se despediu em 1939, jogando depois uma temporada no Montevideo Wanderers para encerrar de vez sua carreira. Antes disso, jogou por três temporadas no futebol europeu: em 1926, jogando pelo Barcelona; entre 1931 e 1932, pela Società Sportiva Ambrosiana (atual Internazionale de Milão – foi o primeiro estrangeiro da Inter e o segundo uruguaio a jogar na Europa, depois de Julio Bavasto, que passou pelo Milan em 1910) e entre 1932 e 1934, pelo Palermo, também da Itália. Seu compromisso com os Bolsos (apelido do Nacional) e com sua pátria, refletiu em suas atitudes enquanto jogava pelo Barcelona em 1926. Com o advento do profissionalismo na Espanha, Scarone decidiu abandonar o clube catalão porque, se assinasse um contrato profissional, complicaria sua situação na preparação junto a seleção para os Jogos Olímpicos de 1928 e também nunca voltaria a jogar no seu Nacional.

“Eu pensei em meu país, que logo viriam as Olimpíadas de 1928, na qual eu devia vestir a camisa celeste, pensei no Nacional também, no qual eu não voltaria a jogar, e não quis assinar. Poucos dias antes de embarcar, me fizeram a última proposta: 30 mil pesos em dinheiro por um contrato de cinco anos e também não aceitei. Eu voltei para jogar de novo pela Celeste e pelo meu Nacional.” — Héctor Scarone, sobre sua saída do Barcelona.

Decisões como essa ganharam para sempre o coração da torcida uruguaia, que ainda se lembra dele como um dos maiores expoentes da história do futebol local. Em sua homenagem, uma das tribunas populares do Estádio Parque Central leva o seu nome.

● Teve uma extensa trajetória profissional, com 24 anos jogando. No Nacional, possui o recorde de maior quantidade de anos jogando pelo clube (20 anos) e é o terceiro maior artilheiro do Campeonato Uruguaio, com 163 gols. Ainda é o segundo maior goleador da história do Club Nacional de Football, com 301 gols em 369 jogos, incluindo amistosos (atrás apenas de Atilio García, com 468 gols).

Pela seleção do Uruguai, com 19 anos e apenas na quarta partida com a camisa celeste, fez o gol do título da Copa América de 1917, na final contra a Argentina. Venceu a Copa América em 1917, 1923, 1924 e 1926. Ainda foi vice em 1919 e 1927. Conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928 e a Copa do Mundo de 1930. Disputou 51 partidas oficiais e anotou 31 gols. Se contar amistosos não reconhecidos pela FIFA, fez 52 gols em 70 jogos. Era o maior artilheiro da história da seleção até 11/10/2011, quando foi superado por Diego Forlán (e posteriormente, por Luis Suárez e Edinson Cavani). Na Copa América de 1926, fez cinco gols na Bolívia, na vitória por 6 x 0 e se tornou o único jogador a anotar cinco gols pela seleção uruguaia. Foi eleito o melhor jogador da Copa América de 1917 e foi o artilheiro da Copa América de 1927, com três gols. É o quinto maior artilheiro da história da competição, com 13 gols em 21 jogos.

Héctor Scarone é um dos cinco campeões da Copa do Mundo que nasceram no século XIX, mas ele é o mais velho, nascido em 1898 (Domingo Tejera veio ao mundo em 1899, enquanto Lorenzo Fernández, Pedro Cea e Santos Urdinarán somente em 1900).

Depois de se retirar dos gramados, Scarone se tornou treinador. Foi o segundo técnico da história do Millonarios (Colômbia) desde sua fundação, entre 1946 e 1947, enquanto o clube ainda era amador. Dentre outros, treinou o próprio Nacional (1954), o Deportivo Quito (Equador) e o Real Madrid. Na temporada 1951/52, os merengues estavam a ponto de cair para a segunda divisão espanhola, mas Héctor a salvou. Posteriormente, o presidente Santiago Bernabéu lhe presenteou com um anel de ouro muito valioso, pela sua façanha de evitar a queda do Real Madrid.

(Imagem: Pinterest)

Feitos e premiações de Héctor Scarone:

Pela Seleção do Uruguai:
– Campeão da Copa do Mundo de 1930.
– Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928.
– Campeão da Copa América em 1917, 1923, 1924 e 1926.
– Vice-campeão da Copa América em 1919 e 1927.
– 3º lugar na Copa América em 1921, 1922 e 1929.

Pelo Nacional:
– Campeão do Campeonato Uruguaio em 1916, 1917, 1919,1920, 1922, 1923, 1924 e 1934.
– Copa Río de La Plata (Copa Dr. Ricardo C. Aldao) em 1916, 1919 e 1920.
– Campeão da Copa Competencia em 1919, 1921 e 1923.
– Campeão do Torneio Competencia em 1934.
– Campeão da Copa de Honor em 1916 e 1917.
– Campeão da Copa de Honor Cousenier em 1916 e 1917.
– Campeão do Torneio de Honor em 1935, 1938 e 1939.
– Campeão da Copa León Peyrou em 1920, 1921 e 1922.
– Campeão do Campeonato Ingeniero José Serrato em 1928.

Pelo Barcelona:
– Campeão da Copa do Rei em 1926.
– Campeão da Copa da Catalunha em 1926.

Distinções e premiações individuais:
– Melhor jogador da Copa América de 1917.
– Artilheiro da Copa América de 1927 (3 gols).
– Maior artilheiro histórico da seleção do Uruguai em partidas oficiais entre 1931 e 2011.
– Eleito para a Seleção da Copa do Mundo de 1930.
– 40º lugar na lista dos melhores jogadores do século XX pela IFFHS.
– 21º lugar na lista dos melhores jogadores sul-americanos do século XX pela IFFHS.
– 4º lugar na lista dos melhores jogadores uruguaios do século XX pela IFFHS.

… Rei Pelé: famoso também pelos gols não feitos

Três pontos sobre…
… Rei Pelé: famoso também pelos gols não feitos

● Comumente os jogadores de futebol são conhecidos e reconhecidos na história pelos dribles, passes, defesas, mas principalmente pelos gols que fazem. Mas o Rei Pelé também se tornou imortal pelos gols que não fez na Copa do Mundo de 1970, no México. Aos 29 anos, provou que estava em seu auge físico, técnico e emocional. Logo na estreia, contra a Tchecoslováquia, que o Brasil venceu por 4 x 1, aos 41 minutos do primeiro tempo, quando o jogo ainda estava empatado por 1 x 1, Pelé observou que o goleiro Ivo Viktor não estava muito bem posicionado no gol e chutou de trás da linha do meio-campo. A bola incrivelmente e infelizmente passou raspando a trave esquerda. Segundo o jornal inglês Daily Mirror, “havia 70 mil pessoas no estádio, mas só Pelé viu Viktor adiantado”.

● O segundo lance é considerado a maior defesa de todos os tempos, mas todo o lance é genial. Jogaram na segunda rodada da primeira fase os dois últimos campeões mundiais. Era o tira-teima. O Brasil venceu a Inglaterra por 1 x 0, mas o goleiro Gordon Banks fez de tudo pra dificultar. Aos 10 minutos do primeiro tempo houve A jogada. O único jogador em campo capaz de um corte em altíssima velocidade pela direita e fazer o cruzamento antes da bola sair era o Furacão Jairzinho. A única pessoa do mundo que poderia cabecear a bola daquele jeito, impulsionando-a com ainda mais força, era Pelé. Direcionou o tiro certeiro no chão. Na certa seria gol! Mas não!!! O único goleiro do universo que poderia parar Pelé naquele momento era Banks. Foi um lance maravilhoso, em todo o contexto. Em uma entrevista, Banks disse que as pessoas se esquecem que ele venceu uma Copa do Mundo; todos só querem falar sobre como parou Pelé.

Nas semifinais diante do rival Uruguai, vencido por 3 x 1, aconteceram dois “quase-gols” incríveis. E quem sofreu foi o grande goleiro Ladislao Mazurkiewicz (que depois viria a jogar no Clube Atlético Mineiro, entre 1972 e 1974). Em uma reposição de bola mal feita por “Marzuka”, Pelé chutou de primeira da intermediária, obrigando-o a fazer grande defesa, quase no contrapé. Depois viria a cereja do bolo. Em um magistral lançamento de Tostão pela esquerda, Mazurkiewicz saiu para interceptação e, sem tocar na bola, Pelé lhe deu um fantástico drible de corpo, enganando-o apenas na corrida em direção ao gol. Só com a força do passe de Tostão, Pelé deixou a bola passar pelo lado esquerdo do goleiro, enquanto correu pelo direito, chutando cruzado rapidamente e quase sem ângulo no contrapé do zagueiro Atilio Ancheta (ídolo do Grêmio entre 1971 e 1979). Infelizmente a bola passou rente a trave uruguaia e foi para fora. Certamente é o drible mais lindo da história do futebol.

P.S.: Hoje o Rei completa 76 anos. Parabéns!