Três pontos sobre…
… Real Madrid 0 x 4 Barcelona
O Real Madrid sofreu com o excesso de erros defensivos e o ataque inoperante. O Barcelona entrou ligado no 220 e aproveitou para massacrar o maior rival.
Veja os detalhes no vídeo.
Três pontos sobre…
… Real Madrid 0 x 4 Barcelona
O Real Madrid sofreu com o excesso de erros defensivos e o ataque inoperante. O Barcelona entrou ligado no 220 e aproveitou para massacrar o maior rival.
Veja os detalhes no vídeo.
Três pontos sobre…
… Messi fora do Barcelona
(Imagem: Marc González Aloma / Imago / One Football)
O fim de uma das histórias mais vitoriosas do futebol.
Lionel Messi, um dos maiores jogadores da história, mudaria qualquer clube de patamar. E ele conseguiu elevar um clube gigante, o F.C. Barcelona.
Messi sai do Barça como o maior jogador do clube em todos os tempos, o maior artilheiro, o que mais jogou e o que mais venceu.
O pequeno Messi é gigante e só saberemos o tamanho dessa grandeza no fim de sua carreira.
Particularmente, eu nunca imaginei vê-lo com outra camisa. Mas agora ele deve se provar em outra liga, com outros parceiros – como se precisasse.
Já seu ex-clube, sofrerá como nunca a falta de seu maior ícone.
“Bar-sem-lona”?
Três pontos sobre…
… Real Madrid 2 x 1 Barcelona
Com uma defesa consistente e aproveitando os contra-ataques, o Real Madrid venceu o Barcelona e entrou de vez na briga pelo título de La Liga.
Três pontos sobre…
… Um Messi sozinho não faz verão
(Imagem: Albert Gea / Reuters)
● Juro que tenho pena de Lionel Messi. Um dos maiores jogadores da história do futebol não merecia passar pelas humilhações que o clube tem sofrido sistematicamente nas últimas temporadas – falando especificamente da UEFA Champions League, claro.
Pouco adiantou a arbitragem marcar um pênalti mandraque a favor dos culés. Serviu apenas para Messi marcar aquele que pode ser seu último gol com a camisa do Barça no Camp Nou pela Champions.
Mas, rapidamente, Kylian Mbappé anotou o seu primeiro, em uma bela jogada coletiva. Marquinhos fez o lançamento para a esquerda, Kurzawa cruzou de primeira para o meio, Verratti deu um toque mágico e Mbappé tirou a marcação e encheu o pé esquerdo. Um golaço.
Depois disso, só deu PSG. Enquanto a estrela de Messi se apagava, a de Mbappé estava “on fire”.
Em outro lançamento longo, Florenzi cruzou da direita e o jovem francês mandou para as redes.
O terceiro foi de Moise Kean, que aproveitou cobrança de falta de Paredes pela esquerda e apareceu para cabecear sozinho para o gol, em outra bobeira da zaga blaugrana.
O golpe de misericórdia foi a cinco minutos do fim. Draxler puxou um contra-ataque de manual e deixou na medida para Mbappé marcar seu “hat trick” e levar a nova bola da Champions para casa. Mais que merecido.
(Sinceramente, não sei onde Neymar se encaixaria como titular nesse time do PSG hoje…)
(Imagem: Getty Images)
● Tendo que reverter no Parc de Princes o resultado adverso de 4 x 1, é bem provável que essa seja mais uma vergonha culé nas últimas Champions.
E, se o gênio Lionel Messi quiser jogar em um time competitivo em nível continental, deverá sair do Barcelona. PSG, Manchester City e vários outros, estão mais perto do protagonismo do que seu time atual.
Pobre Barcelona… sem Messi pra salvar o time, afundado em uma crise econômica, política, técnica, tática e de identidade, provavelmente se tornará um clube como é o Milan: pode até fazer uma ou outra boa campanha… pode até ter o respeito pelo passado… mas será visto como um time inofensivo.
É incrível como uma malfadada administração consegue destruir um clube (alô São Paulo, Cruzeiro e Cia.). Josep Maria Bartomeu deveria ter vergonha por ter conseguido apequenar um clube com a estrutura do Barcelona, uma das mais pesadas camisas do mundo.
● Na outra partida do dia, jogando em Budapeste, mas com mando do RB Leipzig, o Liverpool venceu por 2 a 0 (gols de Mohamed Salah e Sadio Mané) e abriu boa vantagem.
Três pontos sobre…
… Real Madrid 0 x 3 Barcelona
(Imagem: Juan Medina / Reuters / UOL)
É possível um time ser bastante superior ao outro durante 90 minutos e ser goleado por 3 a 0? Pois foi isso que aconteceu no jogo de volta das semifinais da Copa do Rei.
Na primeira partida, o Real Madrid já havia sido melhor no primeiro tempo, mas o Barcelona igualou na etapa final. Agora, no Santiago Bernabéu, o roteiro se repetiu. Mas, dessa vez, com mais requintes de crueldade.
O Madrid teve o time bem encaixado na marcação, com Lucas Vázquez fechando totalmente os espaços na direita e impedindo os avanços do ótimo Jordi Alba. Os culés não assustavam.
Enquanto isso, os merengues criaram várias oportunidades, principalmente com Vinícius Júnior entrando em diagonal da esquerda pelo meio e os avanços constantes de Sergio Reguilón (que deixou Marcelo no banco novamente – e parece ser sem volta). Vázquez também avançava bem na outra ponta. Karim Benzema aparecia bem fazendo o pivô e tabelando pelo meio. Luka Modrić e Toni Kroos orquestravam pelo meio. Keylor Navas (melhor que Thibaut Courtois) não teve trabalho algum.
(Imagem: Javier Soriano / AFP / UOL)
Porém, todas as chances foram desperdiçadas e o Madrid não teve competência para marcar nenhum gol. Se Vinícius Júnior cria muito, ele também erra muito. Assustadoramente! Mas é um menino de 18 anos, com muita habilidade e velocidade. É uma pedra bruta, que precisa ser lapidada. Não deveria ser titular. Mas a culpa não é dele.
A culpa é de Florentino Pérez que não contratou reposição para Cristiano Ronaldo. Parece simples e idiota comparar Vini e CR7 – uma pérola bruta e um dos melhores da história. Mas, quando o português foi vendido à Juventus, era nítida a necessidade de novas contratações. Deveria ter quebrado a banca e contratado Eden Hazard e mais um entre Harry Keane, Edinson Cavani, Robert Lewandowski ou Sergio Agüero. Dinheiro nunca faltou. Falta poder de fogo. Falta alguém com aquele “instinto assassino” de Cristiano, de querer o gol a qualquer custo.
(Imagem: FC Barcelona)
Mas, voltando para a realidade atual, o time cansou de perder gols. E, no intervalo, Ernesto Valverde corrigiu alguns detalhes e o Barça voltou com tudo – embora o Real continuasse melhor.
Se há três semanas Lionel Messi entrou no segundo tempo e pouco conseguiu fazer, hoje ele atuou durante os 90 minutos, mas apareceu ainda menos. Foi muito bem marcado e teve pouco espaço. Espaço esse que surgiu para Ousmane Dembélé, sempre caindo pelas pontas.
Aos 5′, Carvajal deu espaço e o atacante francês cruzou rasteiro da esquerda na medida para Luisito Suárez emendar de primeira. Placar parcial injusto até então. Mas piorou.
Aos 23′, Gareth Bale entrou no lugar de Vázquez. No minuto seguinte o Barça ampliou. Dembélé cruzou novamente para Suárez completar. Varane chegou antes do uruguaio e tocou contra o próprio gol. O zagueiro se machucou feio no lance. Veja nesse link como ficou sua perna. Não tenho coragem de colocar a foto aqui.
O que já era catastrófico para os madridistas terminou quatro minutos depois. Suárez sofreu pênalti e cobrou com cavadinha, estilo Panenka. 3 a 0.
E aí o jogo acabou. O Real continuou atacando, mas sem poder de fogo algum. O Barça não quis jogar mais. Nem precisou.
Barcelona é (novamente) finalista da Copa do Rei. Será o campeão.
Três pontos sobre…
… Barcelona 6 x 1 Paris Saint-Germain
(Imagem: UOL)
Sei que minhas opiniões sobre esse jogo são bastante ácidas, mas…
● Primeiramente, vamos recordar que no jogo da ida em Paris, o PSG humilhou o Barça e poderia ter vencido por muito mais que os 4 x 0, mas… o time francês tem um preciosismo tão grande nas finalizações, que não concretizou as chances criadas. Assim também foi no jogo de hoje, em que teve três oportunidades para liquidar de vez o confronto, duas com Cavani e uma com Di María, mas não o fez. De qualquer forma, exceto essas poucas chances (mas que foram claríssimas), o PSG nada criou, não só por demérito próprio e a estratégia traçada pelo técnico Unai Emery, que escalou e substituiu mal. Um gestor que possui recursos, mas não os utilizou da melhor forma possível. Emery já provou seu valor em equipes menores, mas prova também que ainda não tem o tamanho que o Paris Saint-Germain acha que possui em nível continental.
Mas foi também mérito do adversário. Foi um jogo espetacular do Barcelona, em que tudo deu certo. A alma que faltou em Paris sobrou na Catalunha. A alteração tática recente de Luis Enrique, escalando o time praticamente em um 3-3-4, tornou o time ainda mais ofensivo e ocupando todos os espaços. O Barcelona aproveitou as poucas oportunidades do primeiro tempo e após fazer o 3 x 0 no início do segundo, levou o gol. Seria um balde de água fria para qualquer time, mas não para esse Barça!
Neymar Jr acabou sendo o principal nome de um maravilhoso Barcelona. Quando tudo parecia perdido, Neymar cobrou uma falta com maestria, colocando o Barça no jogo de novo. Também converteu um pênalti em um momento de pressão, cavou um pênalti “mandrake” e, no último lance da partida, não se desesperou como faria um reles mortal e, com frieza extrema, colocou “com açúcar” a bola no pé salvador de Sergi Roberto. Neymar jogou como o melhor jogador do mundo. Hoje podemos dizer que “Neymar teve um dia de ‘Messi'”.
(Imagem: Goal)
● Mas a arbitragem apareceu novamente. É incrível que na Europa quase todos os lances duvidosos são favoráveis a Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique. Na dúvida, marcam a favor deles; se não tem o que marcar, inventam. Incrível. São os três melhores e mais consistentes times do mundo, tendo uma vaga cativa nas semifinais da UCL nos últimos anos. A diferença técnica e financeira entre esses clubes e os outros é absurda. Não precisam disso para serem os maiores do mundo.
Mas foi uma atuação para esquecer do árbitro alemão Denis Aytekin. Foram quatro lances capitais, interpretativos e muitos discutíveis, todos decididos em favor do Barcelona. O primeiro foi um cruzamento de Draxler que foi cortado por um carrinho de Mascherano, cuja bola parou no braço do argentino. O juiz interpretou como toque acidental e não marcou pênalti. No segundo lance polêmico, o lateral Meunier dançou e o belga caiu, derrubando o brasileiro com a cabeça. Dessa vez o árbitro marcou pênalti, convertido por Messi. O terceiro lance foi uma “botinada” por trás de Neymar no amigo Marquinhos. Na minha terra, isso é pra cartão vermelho direto e indiscutível. Creio que em todo lugar seria, menos para quem veste a camisa blaugrana. No quarto lance não tem nem discussão. Messi lançou Suárez, que foi suavemente tocado por Marquinhos. Lógico que Luisito se jogou, ao ver o braço do brasileiro à sua frente. O uruguaio parecia uma bailarina em ação e o juiz alemão marcou (outro) pênalti inexistente, convertido por Neymar.
● Mas não foi (só) isso que classificou o time catalão. Ao PSG e ao mundo do futebol, fica claro que a covardia nunca merece ser premiada e um time que deixa uma vantagem de quatro gols escapar não merece ser campeão da Champions. Ao Barça, parabéns pela entrega dentro de campo e por ter aproveitado as chances da melhor forma; parabéns pelo apoio dessa torcida única; parabéns pela atuação mágica de Neymar Jr. Mas agradeça também (um pouquinho) à arbitragem e (muito) ao acovardado Paris Saint-Germain.
Em 62 anos de UEFA Champions League, foi a primeira vez em que uma equipe conseguiu reverter um resultado negativo de quatro ou mais gols de diferença no jogo da ida de uma partida eliminatória. Foi algo sem precedentes no alto nível do futebol. Foi uma classificação épica e muito merecida. Por tudo que fez, o Barcelona segue como o principal favorito para conquistar a UCL 2016/17.
Três pontos sobre…
… Allan Simonsen: o pequeno gigante dinamarquês
(Imagem localizada no Google)
● Se hoje a Dinamarca é um país respeitado dentro do futebol, isso se deve a Allan Simonsen. Ele é sem sombra de dúvidas o jogador mais importante da história de seu país. Foi fundamental na formação da nova geração dinamarquesa vitoriosa nos anos 1980 e 1990, com sua atitude de humildade e dedicação, sempre colocando os objetivos da equipe acima dos seus, independentemente de seu status de um dos melhores jogadores do continente na época.
Allan Rodenkam Simonsen nasceu em Vejle, no dia 15/12/1952. Nascido na cidade de Vejle, era apenas um jovem nanico (1,65 m) quando começou a jogar no time menor de sua cidade, o Vejle FC, antes de passar para o maior em 1963, o Vejle BK, onde faria história. Aos 17 anos, participou de um torneio internacional em Dusseldorf (Alemanha), chamando a atenção de Hennes Weisweiler, então técnico do Borussia Mönchengladbach. Estreou profissionalmente em 24/03/1971, em vitória em casa contra o Karlskoga FF. Foi bicampeão da liga nacional em 1971 e 1972 e em 1972 conquistou também a Copa da Dinamarca. Depois de três gols em seis partidas com seu país nos Jogos Olímpicos de 1972, Simonsen foi defender o clube alemão Borussia Mönchengladbach.
Sofreu um bocado nas suas duas primeiras temporadas, com apenas 17 jogos e dois gols. Entretanto, fez parte da equipe que conquistou a Copa da Alemanha de 1972/73. Passou a ser titular na temporada 1974/75, disputando todos os 34 jogos da Bundesliga, marcando 18 gols e conquistando o título. Fez também 10 gols em 12 jogos na Copa da UEFA do mesmo ano, incluindo dois na final em que o Gladbach goleou o holandês FC Twente por 5 x 1. Já em 1975/76, seu time conquistou o bicampeonato nacional e ele marcou 16 gols. Na Copa da Europa, fez quatro gols em seis partidas e foi eliminado nas quartas de final pelo Real Madrid, apenas no critério do gol marcado fora de casa.
Mas seu auge foi mesmo a temporada 1976/77. Além do tricampeonato nacional, na Copa dos Campeões, Simonsen foi fundamental para que o Borussia Mönchengladbach chegasse na final contra o Liverpool. Na decisão, fez o gol de empate em 1 a 1, mas seu time acabou derrotado por 3 a 1. Mas no fim do ano, o craque acabou sendo condecorado com a Bola de Ouro da revista France Football, como o melhor jogador da Europa no ano de 1977. Foi o primeiro (e até hoje o único) atleta dinamarquês a conseguir o feito. A votação foi apertada e ele venceu o inglês Kevin Keegan por três pontos e o francês Michel Platini por quatro pontos.
Nas duas temporadas seguintes, Simonsen continuou brilhando, mas o Gladbach terminou em segundo e oitavo, respectivamente. Em sua última temporada no clube alemão, 1978/79, conquistou novamente a Copa da UEFA, anotando nove gols em nove jogos. Na final, fez o gol do título, em vitória por 2 a 1 contra o Estrela Vermelha, da Iugoslávia. No início da temporada, o Barcelona já queria Allan Simonsen, mas o Gladbach não o deixou ir. Assim, o pequeno craque deixou seu contrato chegar a fim e foi para os Blaugranas, rejeitando ofertas do Hamburgo, da Juventus e de vários times do mundo árabe.
No clube catalão, recebeu o apelido de “El pequeño gran danés” (o pequeno gigante dinamarquês). Foram três anos bem sucedidos. Na primeira temporada, foi o artilheiro de sua equipe com 10 gols em 32 jogos, mas o Barça terminou em 4º lugar na liga de 1979/80. No ano seguinte, com uma reestruturação na base, o clube conquistou a Copa do Rei e Simonsen foi o terceiro maior goleador de seu time, com 10 gols (atrás dos novatos Quini, com 20 e Bernd Schuster, com 11) e o Barça termina novamente no decepcionante 5º lugar em 1980/81. Já em 1981/82, foi o segundo artilheiro blaugrana, atrás de Quini, com 11 gols, e seu time foi vice-campeão nacional. Foi importante para seu time chegar à final da Recopa Europeia e marcou de cabeça o gol do título na vitória por 2 a 1 sobre o Standard Liège.
(Imagem: Cais da Memória)
Mas quando o Barcelona contratou Diego Armando Maradona, em 1982, a situação de Simonsen ficou mais difícil. Na época, La Liga restringia o número de jogadores estrangeiros e só dois poderiam ser titulares. Assim, ele deveria disputar essas vagas com Maradona e Bernd Schuster. Simonsen se sentiu humilhado e pediu a rescisão com o time espanhol. Forçou a barra para sair e rejeitou ofertas do Real Madrid e do Tottenham Hotspur, sendo vendido em outubro por 300 mil libras para o Charlton Athletic, que militava na 2ª divisão. O clube inglês teve dificuldade para pagar sua transferência e seu salário e Simonsen deixou o clube apenas três meses depois, com 9 gols em 16 partidas.
Com mais de 30 anos, Simonsen escolheu retornar ao seu clube de formação e de coração em 1983, o Vejle BK. Ele ficou fora de metade da temporada de 1984 devido a uma lesão sofrida na Euro84, mas o Vejle BK conseguiu conquistar o campeonato dinamarquês sem ele. Mesmo voltando ao seu país como uma estrela, infelizmente nunca mais conseguiu recuprar sua melhor forma. Se aposentou dos gramados em 1989, com 37 anos, disputando seu último jogo em novembro. Pelo Vejle BK, disputou 282 partidas, anotando 104 gols (sendo 89 gols em 208 jogos pela liga dinamarquesa).
● Allan Simonsen estreou na seleção da Dinamarca em julho de 1972, sob o comando do técnico Rudi Strittich e marcou logo dois gols, ajudando seu país a vencer a Islândia por 5 a 2. Foi convocado para os Jogos Olímpicos de 1972, marcando três gols nas três primeiras partidas. Depois, ele não manteve o nível e foi substituído no intervalo em dois dos últimos três jogos, e a Dinamarca foi eliminada na segunda fase.
Simonsen foi fundamental para a seleção sob o comando do técnico Sepp Piontek, na campanha nas eliminatórias da Euro84. A Dinamarca liderava seu grupo com um ponto de diferença sobre a Inglaterra, quando se enfrentaram em setembro de 1983, no mítico estádio Wembley. Simonsen marcou o gol mais importante da história de sua nação até então, convertendo um pênalti em cima do goleiro Peter Shilton. A vitória finalmente classificou o país para a primeira Eurocopa desde 1964. Ainda em 1983, ficou em 3º lugar na premiação da Bola de Ouro. Infelizmente Simonsen não guarda boas recordações da Euro84, pois quebrou a perna em uma dividida com o francês Yvon Le Roux logo na estreia. Mesmo sem o craque, a Dinamarca chegou às semifinais, caindo nos pênaltis para a Espanha.
Fez parte do elenco da Dinamáquina que encantou na Copa do Mundo de 1986, mas só jogou uma única partida, entrando no segundo tempo na vitória por 2 a 0 contra a Alemanha Ocidental. Naquele momento, ele percebeu que já tinha dado toda sua contribuição para seu país e estava sendo ultrapassado por outros jogadores, como, por exemplo, Michael Laudrup. Vestiu a camisa vermelha de seu país em 55 jogos, anotando 20 gols.
Após se retirar dos gramados, se tornou técnico do seu querido Vejle BK de 1991 a 1994, sendo rebaixado para a 2ª divisão nacional. Depois treinaria a seleção das Ilhas Faroe de 1994 a 2001 e de Luxemburgo de 2001 a 2004. Em 2011 se tornou diretor do FC Fredericia, de seu país. Em 08/04/2013, quando o técnico Thomas Thomasberg foi demitido, Simonsen e Steen Thychosen assumiram o comando técnico da equipe até o fim da temporada 2012/13.
É o único jogador a ter anotado gols na Copa dos Campeões Europeus (atual UEFA Champions League), na Copa UEFA (atual Liga Europa) e na extinta Recopa Europeia. Desde 2008 faz parte do Hall da Fama do Futebol Dinamarquês.
● Feitos e premiações de Allan Simonsen:
Pelo Vejle Boldklub:
– Campeão do Campeonato Dinamarquês em 1971, 1972 e 1984.
– Campeão da Copa da Dinamarca em 1972.
Pelo Borussia Mönchengladbach:
– Tricampeão da Bundesliga (Campeonato Alemão) em 1974/75, 1975/76 e 1976/77.
– Campeão da Copa da UEFA em 1974/75 e 1978/79.
– Campeão da Copa da Alemanha em 1972/73.
Pelo Barcelona:
– Campeão da Copa do Rei em 1980/81.
– Campeão da Recopa Europeia em 1981/82.
Distinções e premiações individuais:
– Bola de Ouro da revista France Football em 1977.
– Bola de Bronze da revista France Football em 1983 (3º lugar na Bola de Ouro).
– Artilheiro da UEFA Champions League em 1977/78 (5 gols).
– Artilheiro da Copa da UEFA em 1978/79 (9 gols).
– Eleito melhor ponta direita da história da Bundesliga.
– Membro do Hall da Fama do futebol da Dinamarca desde 2008.
Três pontos sobre…
… São Paulo campeão mundial de 1992
(Imagem: saopaulofc.net)
● O São Paulo já era um clube com bom histórico regional e até nacional. O time tinha sido vice-campeão brasileiro em 1989 e 1990 e, enfim, foi campeão em 1991 (tinha vencido antes, em 1977). Com uma base forte e vários jogadores que vestiram ou vestiriam a camisa da Seleção Brasileira, o Tricolor do Morumbi venceu uma difícil Copa Libertadores, batendo o argentino Newell’s Old Boys nos pênaltis, com um Zetti decisivo. Com poucas alterações no time (a mais importante foi a saída do zagueiro Antonio Carlos), partiu para o Japão.
O Barcelona era o chamado “Dream Team“, montado pelo gênio Johan Cruijff, expoente em pessoa do “Futebol Total”. Eram muitos craques mundiais em um só time, completado por outros bons jogadores, todos de alto nível. O time estava no meio do único tetracampeonato espanhol de sua história. Na final da UEFA Champions League de 1991/92, venceu na prorrogação o fortíssimo time da Sampdoria. Todos apostavam em uma vitória categórica do Barça sobre o São Paulo. Só faltou combinar antes.
(Imagem: Orlando Kissner / AE)
● O Barça aproveitou o início nervoso do adversário e começou mostrando a que veio, aos 12 minutos, com um golaço do craque búlgaro Stoichkov, em chute da intermediária, surpreendendo e encobrindo o goleiro Zetti. Todos tinham certeza que era o início de uma goleada. Mas estavam enganados. Aos 27 minutos, em um contra-ataque, Palhinha lançou na esquerda para Müller, que fez jogada individual e cruzou para a área. Raí se antecipou à defesa espanhola e completou de barriga para o gol de Zubizarreta. Raí começava a escrever a sua história a parte.
O Mestre Telê Santana tinha fama de pé frio, por não conseguir vencer a Copa do Mundo com duas ótimas Seleções Brasileiras, em 1982 e 1986. Ele era sempre ranzinza, como um avô velho. Sempre gritava muito na beira do gramado e se estressava com tudo. Mas especialmente nesse dia, Telê foi sereno todo o tempo, com consciência de todo o potencial de sua equipe.
Os dois times tiveram chances de marcar, mas não saía o gol. O lateral-esquerdo (anjo da guarda) Ronaldo Luís salvou em cima da linha uma bola chutada por Txiki Begiristain. No segundo tempo a partida continuava em extremo equilíbrio, com os dois times jogando em busca do gol, mas o placar não era alterado, mesmo com o time brasileiro já sendo muito superior na partida. Até os 34 minutos da etapa complementar, quando Palhinha sofreu falta no lado esquerdo da intermediária ofensiva. Em situações normais e para jogadores normais, seria um excelente e perigoso cruzamento para a área.
Então apareceu ele de novo, o capitão, o craque da camisa nº 10 (que ganharia o carro da Toyota ao ser eleito o melhor da partida). Em cobrança de falta ensaiada (que nunca dava certo nos treinamentos), Raí rolou para Cafu, que apenas escorou e assistiu ao meia colocar a bola no ângulo direito, como se fosse colocada com as mãos, um míssil teleguiado. Uma verdadeira obra prima feita por um artista.
Com pouco tempo para se recuperar, o Barça viu o São Paulo administrar a vantagem e se tornar campeão do mundo.
(Imagem: Lance!)
● Após o jogo, o técnico Johan Cruijff disse: “se é para ser atropelado, que seja uma Ferrari”. Além do placar, essa declaração era a prova definitiva da superioridade do novo campeão mundial.
Não tem como negar: esse foi o maior e melhor jogo da história do São Paulo Futebol Clube. É claro que os títulos de 1993 e 2005 são inesquecíveis, mas o de 1992 foi diferente. Além de ter sido o primeiro Mundial do clube, foi em cima de um time considerado imbatível, além de ser o único título mundial conquistado com (e por causa de) Raí.
FICHA TÉCNICA
São Paulo 2 x 1 Barcelona
SÃO PAULO (4-4-2)
Zetti; Vítor, Adílson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo (Dinho), Raí e Cafu; Müller e Palhinha. Técnico: Telê Santana.
BARCELONA (3-5-2)
Andoni Zubizarreta; Albert Ferrer, Ronald Koeman e Eusébio Sacristán; José Mari Bakero (Ion Andoni Goikoetxea), Pep Guardiola, Guillermo Amor, Michael Laudrup e Richard Witschge; Txiki Begiristain (Miguel Ángel Nadal) e Hristo Stoichkov. Técnico: Johan Cruijff.
Data: 13/12/1992
Local: Estádio Nacional (Tóquio, Japão)
Público: 60.000
Árbitro: Juan Carlos Loustau (Argentina)
Gols:
12′ Hristo Stoichkov (BAR)
27′ Raí (SPFC)
79′ Raí (SPFC)
Três pontos sobre…
… Luís Figo
(Imagem localizada no Google)
● No dia 04/11/1972 nascia em Lisboa o craque Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, ou, simplesmente, Luís Figo. Vindo de uma família pobre, começou a dar seus primeiros passos no União Futebol Clube “Os Pastilhas”, um time do bairro da freguesia da Cova da Piedade. Logo depois, se mudou para a freguesia do Laranjeiro e chamou a atenção de olheiros do Sporting Clube de Portugal, que o contratou. Começou a jogar nos “leões” aos 17 anos, em 1989 e venceu apenas a Taça e a Supertaça em 1995. Nesse ano, Figo decidiu sair do Sporting por problemas na renovação contratual. o Campeonato Italiano ainda estava no auge e vários clubes estavam atrás do português. Mas enquanto o clube o vendeu para a Juventus, ele já tinha assinado com o Parma. Foi punido pela Federação Italiana de Futebol e proibido de jogar no futebol do país por dois anos. Assim, o Barcelona entrou no negócio e contratou o meia. Na Catalunha, chegou com a responsabilidade de substituir Michael Laudrup e cativou a exigente torcida do Barça e foi bicampeão espanhol (1997/98 e 1998/99), venceu a Supercopa da Espanha em 1996 e a Recopa Europeia em 1996/97. Curiosamente, sua formação no Sporting foi como meio-campista e só passou a jogar pelos lados no Barcelona.
Em 2000 foi protagonista de uma das transferências mais controversas da história, trocando o Barcelona onde era o craque (ao lado de Rivaldo), líder, capitão e ídolo, pelo maior rival, o Real Madrid. Dizia se sentir desvalorizado pelos dirigentes do Barça e o presidente merengue Florentino Pérez pagou a cláusula de rescisão de Figo, com 60 milhões de euros, recorde de valor mais alto pago por um jogador naquela época. A torcida do Barça se sentiu traída e alguns meses depois (23/10/2000), em visita do Real Madrid ao estádio Camp Nou, a cada escanteio batido pelo ex-ídolo (foram cinco), a torcida blaugrana atirava objetos em campo, como: moedas, celulares, bolas de golfe e até mesmo cabeças assadas de um galo e de um porco. Posteriormente, o craque disse: “Talvez eu tenha sido o único jogador do mundo que jogou com mais de 100 mil pessoas contra. Senti medo em vários momentos da partida, pois estava assustado e com medo de que algum louco perdesse a cabeça”.
Com a camisa 10 dos “blancos”, enfim conquistou a UEFA Champions League em 2001/02, além da Copa Intercontinental e da Supercopa Europeia em 2002, do Campeonato Espanhol em 1997/98 e 2002/03 e da Supercopa da Espanha em 2001 e 2003. Figo foi o primeiro dos “Galacticos”, apelido dado à equipe na época em que jogavam juntos estrelas como o próprio Figo, Zinedine Zidane, Ronaldo, David Beckham, Roberto Carlos e Raúl. Essa equipe ficou marcada na história pelos craques, mas infelizmente não conquistou nenhum título relevante com todas as feras juntas.
Deixou o Real após pequenas desavenças com o então técnico, o brasileiro Vanderlei Luxemburgo. Em 2005 foi para a Internazionale de Milão, onde voltou a usar a camisa nº 7. Mesmo não atuando em um grande número de jogos, foi importante para a equipe. No clube “nerazzurri” foi tetracampeão italiano (2005/06 a 2008/09), campeão da Coppa Italia de 2006 e da Supercopa Italiana em 2005, 2006 e 2008. Se aposentou em 31/05/2009, jogando no estádio Giuseppe Meazza contra a Atalanta, com a Inter já campeã italiana. Nesse jogo, Javier Zanetti entregou a braçadeira de capitão a Luís Figo, como homenagem.
● Foi o líder de uma geração dourada da seleção de Portugal, campeã do Europeu Sub-17 em 1989, campeã do Mundial Sub-20 em 1991 e vice-campeão do Europeu Sub-21 em 1994, ao lado dos parceiros Rui Costa e João Pinto. Ainda em 1991, estreou pela seleção principal em um amistoso empatado em 1 a 1 com Luxemburgo. Jogou pelo seu país nas Eurocopas de 1996, 2000 (3º lugar) e 2004 (vice) e nas Copas do Mundo de 2002 e 2006 (4º lugar). Após a Euro 2004, na qual Portugal perdeu a final por 1 a 0 para a Grécia, Figo chegou a anunciar que não mais jogaria pela seleção. Mas quando a nação lusa precisou dele, nas rodadas finais das eliminatórias para a Copa de 2006, ele voltou e ajudou sua equipe na qualificação para o torneio. Foi o capitão de Portugal nessa Copa, levando a equipe às semifinais (algo que eles não conseguiam desde 1966), mas perderam para a França por 1 x . Na decisão do terceiro lugar, foi poupado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, mas entrou aos 32 minutos do segundo tempo e ainda deu a assistência para o gol de honra do seu time, na derrota para a Alemanha por 3 x 1. Fez 125 jogos pela seleção de Portugal (por enquanto perde apenas para Cristiano Ronaldo) e marcou 32 gols (quarto maior artilheiro).
● Jogou profissionalmente por 20 anos (1989 a 2009) e se aposentou em 31/05/2009. Em 19 anos atuando nas equipes principais de seus clubes, a pior classificação final jogando nas ligas foi o 4º lugar (apenas 2 vezes). Conquistou a Bola de Ouro da revista France Football em 2000 e foi eleito o Melhor do Mundo pela FIFA em 2001. Pelé o nomeou para a polêmica lista FIFA 100 (os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004). Foi eleito o jogador português do ano em 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000 e só não foi mais porque esse prêmio deixou de existir em 2000. Ficou em 30º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de todos os tempos, feita no programa “Os Grandes Portugueses”. Seus ídolos são Diego Maradona, Zico, Fernando Chalana e Paulo Futre. Seus marcadores mais difíceis, segundo ele, foram Roberto Carlos e Bixente Lizarazu.
É embaixador da UNICEF e em 05/07/2004 se tornou “Oficial da Ordem do Infante D. Henrique”, por prestação de serviços relevantes a Portugal, no país ou no exterior, com a expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores. Na curiosa modalidade automobilística “A1 Grand Prix” (que ocorria nas férias da Fórmula 1 e durou de 2005 a 2009), em que cada país tinha uma equipe com “padrinhos”, os padrinhos da equipe portuguesa “A1 Team Portugal” eram Luís Figo e o técnico Carlos Queiroz. Uma de suas grandes paixões é colecionar relógios. É embaixador dos relógios IWC, uma das marcas mais exclusivas de relógios de luxo do mundo. Fez uma participação especial como ator no filme português “Second Life” (2009), de Miguel Gaudêncio e Alexandre Valente. Após se aposentar, o ex-craque cuida de sua fundação para crianças carentes e faz alguns trabalhos como modelo. Em janeiro de 2015, Figo anunciou sua intenção de se candidatar a presidente da FIFA, mas desistiu e nem se inscreveu na disputa.
Certa vez Figo confessou que aprendeu a falar inglês para conquistar sua atual esposa. Apesar de nunca ter morado em um país de língua inglesa, quando jogava no Barcelona ele fez aulas do idioma para aprender a seduzir a linda modelo sueca Helen Svedin, com quem é casado desde 2001 e tem três filhas: Daniela (nascida em 29/03/1999), Martina (23/02/2002) e Stella (09/12/2004). Pep Guardiola é padrinho de uma delas, devido à grande amizade que se formou entre ele e Figo na época do Barça.