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… 15/06/2018 – O melhor do segundo dia da Copa

Três pontos sobre…
… 15/06/2018 – O melhor do segundo dia da Copa


(Imagem: O Jogo)

Duas partidas que tiveram seus respectivos vencedores conhecidos praticamente no último lance. Um jogaço, no qual ninguém perdeu e quem ganhou foi o espectador. Veja como foi o “Dia de Copa”.


… Egito 0 x 1 Uruguai


(Imagem: FIFA.com)

Houve uma evolução clara no nível técnico do meio campo uruguaio. Bentacur, Vecino, Nández e De Arrascaeta, além de jovens, possuem uma característica diferente, de mais qualidade na criação de jogadas, se comparados aos colegas que ocuparam a mesma posição em Mundiais anteriores (Diego Pérez, Arévalo Ríos, Walter Gargano, Álvaro González e outros).

Mas, embora tenham mantido a posse de bola com boas trocas de passes, esses meias não foram criativos o suficiente para levar os charruas à vitória. Tudo dependia da ótima dupla de frente: Luis Suárez e Edinson Cavani. Mas enquanto Luisito errou tudo o que tentou, o atacante do PSG parou nas mãos do goleiro El-Shenawy e, especialmente, na trave em cobrança de falta, na etapa final.

Quando parecia que persistiria o empate sem gols, a Celeste precisou se valer do que tem de melhor: a bola aérea. Foi na raça, na vontade e no bom cruzamento em cobrança de falta de Carlos Sánchez, que o zagueiro José Giménez subiu no terceiro andar e cabeceou no ângulo do goleiro egípcio, marcando o único gol do jogo.

O Egito foi valente e até tentou mostrar suas armas, principalmente a boa transição da defesa para o ataque, mas ficou nítido o quanto é dependente do talento e da ótima fase de Mohamed Salah. Ainda se recuperando de lesão sofrida na final da UEFA Champions League, o craque do Liverpool fez muita falta à sua seleção. Mas os Faraós mostraram um bom futebol. Tanto, que vamos profetizar: o Egito vencerá Rússia e Arábia Saudita, e se classificará para as oitavas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Egito 0 x 1 Uruguai
Data: 15/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Estádio Central (Ekaterinburg Arena) — Cidade: Ecaterimburgo (Rússia)
Público: 27.015
Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)
Gol: 89′ José Giménez (URU)
Cartões Amarelos: 90+6′ Ahmed Hegazy (EGI)
Egito (4-2-3-1): 23.Mohamed El-Shenawy; 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed (5.Sam Morsy ↑50′) e 17.Mohamed Elneny; 22.Amr Warda (14.Ramadan Soby ↑82′), 19.Abdalla Said e 21.Trezeguet; 9.Marwan Mohsen (11.Kahraba ↑63′). Técnico: Héctor Cúper
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 4.Guillermo Varela, 3.Diego Godín (C), 2.José Giménez e 22.Martín Cáceres; 6.Rodrigo Bentancur, 15.Matías Vecino (14.Lucas Torreira ↑87′), 8.Nahitan Nández (5.Carlos Sánchez ↑58′) e 10.Giorgian De Arrascaeta (7.Cristian Rodríguez ↑59′); 21.Edinson Cavani e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez

 

… Marrocos 0 x 1 Irã


(Imagem: FIFA.com)

Possuir melhores jogadores nem sempre significa ter a melhor equipe e muito menos é garantia de vitória. Comparados aos iranianos, os atletas marroquinos são mais técnicos e possuem mais experiência no futebol europeu. E começaram a partida mostrando isso, dominando as ações e pressionando o adversário, mas sem conseguir chegar ao gol. E a melhor chance no primeiro tempo foi dos persas, em um belo contragolpe, quando Azmoun finalizou para uma grande defesa de El Kajoui – que ainda pegou o rebote de Jahanbakhsh.

Depois, o jogo esfriou até Belhanda preparar de cabeça para o chute de Ziyech de fora da área, mas o goleiro Beiranvand voou no canto direito para espalmar a bola.

Aos 49 minutos do segundo tempo, Haj Safi cobrou falta pela esquerda e Bouhaddouz foi infeliz ao cabecear para o próprio gol. No fim, não existe gol feio. Lindo, foi ver o Irã comemorar como um título mundial a sua segunda vitória na história das Copas. Em nove partidas até então, tinha vencido apenas o arqui-inimigo Estados Unidos, por 2 a 1, em 1998.

O Irã venceu a “sua Copa” paralela. Nenhuma dessas duas seleções devem ser páreo para Portugal e Espanha na sequência do grupo.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Marrocos 0 x 1 Irã
Data: 15/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Krestovsky Stadium (Saint Petesburg Stadium) — Cidade: São Petesburgo (Rússia)
Público: 62.548
Árbitro: Cüneyt Çakır (Turquia)
Gol: 90+5′ Aziz Bouhaddouz (IRA)(gol contra)
Cartões Amarelos: 10′ Masoud Shojaei (IRA); 34′ Karim El Ahmadi (MAR); 47′ Alireza Jahanbakhsh (IRA); 90+2′ Karim Ansarifard (IRA)
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 16.Nordin Amrabat (21.Sofyan Amrabat ↑76′), 5.Medhi Benatia (C), 6. Romain Saïss e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi; 14.Mbark Boussoufa, 10.Younès Belhanda, 7.Hakim Ziyech e 18.Amine Harit (4.Manuel da Costa ↑82′); 9.Ayoub El Kaabi (20.Aziz Bouhaddouz ↑77′). Técnico: Hervé Renard
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 8.Morteza Pouraliganji, 4.Rouzbeh Cheshmi e 3.Ehsan Haj Safi; 9.Omid Ebrahimi (19.Majid Hosseini ↑81′); 7.Masoud Shojaei (C) (17.Mehdi Taremi ↑68′), 11.Vahid Amiri, 10.Karim Ansarifard e 18.Alireza Jahanbakhsh (14.Saman Ghoddos ↑85′); 20.Sardar Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz

… Portugal 3 x 3 Espanha


(Imagem: FIFA.com)

Desde o sorteio, as expectativas eram altíssimas para essa partida. E a espera se pagou, com um dos melhores jogos das últimas Copas.

A Espanha nem teve tempo para impor seu ritmo, quando Cristiano Ronaldo pedalou para cima de Nacho dentro da área e sofreu pênalti discutível. Ele mesmo cobrou e converteu, após quatro minutos do apito inicial.

Depois, Gonçalo Guedes jogou fora duas chances claras para ampliar o marcador. Mas quem não faz…

Aos 24′, Diego Costa foi “Diego Costa”: em uma bola longa, foi sujo ao meter o braço na cara de Pepe (não é disputa por espaço, é agressão mesmo – normal, nas características de Diego). Na sequência, mostrou o que tem de melhor, chamando José Fonte para dançar, com dois belos cortes e o chute forte no cantinho direito de Rui Patrício. Um lindo gol, que não deveria ter sido validado pela equipe de arbitragem (e pelo VAR), já que houve a falta no início do lance.

A Espanha passou a jogar melhor e a controlar as ações. Mas, em um lance isolado, a bola sobrou para CR7 na meia lua. Do jeito que ela veio, ele chutou forte de esquerda, no meio do gol. Era uma defesa fácil para De Gea, mas ele se desconcentrou, preferindo reclamar com o bandeirinha ao pedir um impedimento inexistente. Acabou engolindo um frango, inaceitável para um dos melhores goleiros do mundo.

A Fúria voltou melhor também no segundo tempo e empatou o jogo aos 10′, após uma cobrança de falta ensaiada. David Silva cobrou no segundo pau, Busquets escorou para o meio e Diego Costa completou para o gol em cima da linha.

A merecida virada veio três minutos depois, quando uma bola rebatida pela defesa lusa sobrou para Nacho. O zagueiro/lateral do Real Madrid emendou de primeira, na veia, mandando um torpedo com efeito para o gol. A bola ainda bateu nas duas traves antes de entrar. Discutivelmente o mais bonito dos belos gols dessa partida.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, a Espanha continuava tendo a posse de bola e chances para ampliar, quando CR7 dominou uma bola na meia lua e sofreu falta tola de Piqué. O capitão português cobrou com maestria, colocando a bola por cima da barreira e tirando do alcance de De Gea. Uma cobrança perfeita, com alto grau de dificuldade, por causa da proximidade do gol. Cristiano tem seus truques e mostrou isso ao fugir de suas características para marcar seu “hat-trick”.

Ele chegou em seu melhor nível, descansando em vários jogos da temporada pelo Real Madrid. Com isso, entrou para a história dentre os jogadores que fizeram gols em quatro Copas do Mundo diferentes, igualando Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose. O português havia marcado um gol em cada Copa que havia disputado (2006, 2010 e 2014). Agora, em uma partida já marca três e segue firme em busca da artilharia do Mundial. Outro feito importante foi ele ter marcado seu 84º gol pela seleção, se igualando ao húngaro Ferenc Puskás como o maior artilheiro de uma seleção européia em todos os tempos. Ambos perdem apenas para o iraniano Ali Daei e seus 109 gols.

Enquanto Portugal deixa claro que depende muito de seu maior craque, a Espanha mostra variações que não tinha mostrado até então, com um gol oriundo de lançamento longo, um de cobrança de falta ensaiada e um em chute de fora da área. Será que podemos falar em méritos de Fernando Hierro, estreando como técnico pela seleção? Muito cedo para isso, mas, se controlar o caldeirão dos vestiários, a Fúria deve seguir como uma das favoritas ao título da Copa de 2018.

Gols da partida:

● Ficha Técnica — Portugal 3 x 3 Espanha
Data: 15/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium) — Cidade: Sóchi (Rússia)
Público: 43.866
Árbitro: Gianluca Rocchi (Itália)
Gols: 4′ Cristiano Ronaldo (POR)(pen); 24′ Diego Costa (ESP); 44′ Cristiano Ronaldo (POR); 55′ Diego Costa (ESP); 58′ Nacho (ESP); 88′ Cristiano Ronaldo (POR)
Cartões Amarelos: 17′ Sergio Busquets (ESP); 28′ Bruno Fernandes (POR)
Portugal (4-2-3-1): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho e 8.João Moutinho; 16.Bruno Fernandes (10.João Mário), 11.Bernardo Silva (20.Ricardo Quaresma) e 17.Gonçalo Guedes (9.André Silva); 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos
Espanha (4-2-3-1): 1.David de Gea; 4.Nacho, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets e 8.Koke; 6.Andrés Iniesta (10.Thiago), 21.David Silva (11.Lucas Vázquez) e 22.Isco; 19.Diego Costa (17.Iago Aspas). Técnico: Fernando Hierro

… 05/06/2002 – Estados Unidos 3 x 2 Portugal

Três pontos sobre…
… 05/06/2002 – Estados Unidos 3 x 2 Portugal


Luís Figo em disputa de bola com Brian McBride (Imagem: Pinterest)

● Portugal voltava a disputar a Copa após 16 anos, com status de grande sensação. Tinha uma equipe de nível mundial, bastante qualificada. Foi semifinalista da Eurocopa dois anos antes e agora queria dar um passo além, no maior palco do mundo.

Onze anos depois de faturar pela segunda vez seguida o Mundial Sub-20, os lusos chegavam à Copa de 2002 tendo em sua constelação várias estrelas daquela geração vencedora: Luís Figo (melhor jogador do planeta em 2001), Rui Costa, João Vieira Pinto, Jorge Costa, Abel Xavier e Nuno Capucho. Além deles, haviam outros jogadores experientes e vencedores, como: Vítor Baía, Fernando Couto, Paulo Sousa, Pauleta, Sérgio Conceição, e os jovens Jorge Andrade e Nuno Gomes. Eram atletas que tinham potencial para surpreender e até sonhar com o título mundial. Mas para muitos, seria a última Copa, devido à idade.

Os acontecimentos de 11 de setembro do ano anterior deixaram os Estados Unidos e seus cidadãos em alerta máximo. Os jogadores de futebol não eram exceção e medidas de segurança foram ainda mais intensificadas para a chegada da seleção americana à Coreia do Sul. Um pequeno exército cuidou de Bruce Arena e seus comandados durante toda sua estadia.

Após uma campanha digna em 1994, quando sediou o torneio, os Estados Unidos tinham decepcionado e terminado em último entre os 32 participantes na Copa de 1998. Agora, a missão dos americanos era fazer uma campanha digna e, com uma grande dose de sorte, passar de fase. Mas eles quase não nutriam esperanças em uma chave com o favorito Portugal, a co-anfitriã Coreia do Sul e a historicamente forte Polônia. Assim, ninguém esperava que os Estados Unidos fossem oferecer resistência.

Bruce Arena escalou os Estados Unidos em um 4-4-2, com duas linhas de quatro.


Portugal jogava também jogava em uma espécie 4-4-2 que se alternava. Quando se defendia, era um 4-1-4-1, com Petit fechando no meio e João Pinto recuando. Quando atacava, se tornava um 4-1-3-2, com Sérgio Conceição e Luís Figo avançando pelas pontas, Rui Costa armando pelo meio e João Pinto se tornando atacante.

● Os 37.306 presentes no estádio de Suwon viram um dos melhores confrontos do campeonato.

A verdade é que Portugal estreou contra os Estados Unidos pensando no primeiro lugar do grupo D. Mas enquanto os lusos pensavam, os americanos jogavam.

Quatro minutos depois que o árbitro equatoriano Byron Moreno deu o apito inicial, os Estados Unidos já anotavam o primeiro gol. O capitão Earnie Stewart cobra escanteio para a área. Brian McBride tenta de cabeça, o goleiro Vítor Baía faz boa defesa, mas dá rebote. A zaga fica parada e John O’Brien aproveita a sobra e completa para o gol.

O início desastroso dos tugas começava na incapacidade de segurar a bola, continuava nos erros de posicionamento da defesa e na falta de aproximação entre o meio campo e o atacante Pauleta. Figo e Rui Costa foram nulos durante todo o jogo.

Aos 29′, Jorge Costa faz tudo que não deveria fazer. Ele erra o passe ao sair jogando pela esquerda e dá a bola aos norte-americanos. O garoto Landon Donovan fica com ela e cruza. A bola bate na nuca do próprio Jorge Costa e entra no gol. Os Estados Unidos já tinham feito mais gols nesse jogo do que em toda a Copa passada.

Aos 36 minutos, Tony Sanneh cruza da direita e McBride mergulha e cabeceia para o gol, sem ser incomodado.


Brian McBride mergulha para fazer o segundo gol dos EUA (Imagem: Pinterest)

Para os lusos, a derrota ganhava ares de vexame. A defesa se esforçou muito em falhar e deu três gols de presente aos estadunidenses, que passaram a se fechar mais, dificultando a criação dos patrícios.

Mas apenas três minutos depois, Figo cobra o escanteio, Beto tenta de cabeça, Pablo Mastroeni afasta mal e Beto manda a sobra no ângulo do ótimo Brad Friedel.

Na sequência, Portugal teve inúmeras chances perdidas, principalmente pelo centroavante Pauleta.

Conseguiria diminuir só aos 26′ do segundo tempo. Pauleta ergue a bola na área. Jeff Agoos tenta cortar e joga a bola contra seu próprio patrimônio, mas isso não evitou o naufrágio português na estreia.

Foi a primeira (e, por enquanto, única) vez na história das Copas em que houveram dois gols contra na mesma partida, um para cada seleção.

Portugal teve mais posse de bola (57%, contra 43% dos adversários), mais chutes a gol (12 a 10) e mais oportunidades criadas. Um empate talvez deixasse o placar mais justo, mas quem joga tão mal e comete erros tão graves com os lusos fizeram no primeiro tempo, não merece um resultado melhor. A valentia dos ianques foi recompensada com a vitória.


O garoto Landon Donovan foi decisivo para a vitória de sua seleção, ao contrário do badalado Luís Figo (Imagem: EPA / Telegraph)

● “Entramos para o segundo tempo meio desanimados. Sofremos um gol logo antes do intervalo, depois de um escanteio, e ficou 3 a 1, mas achamos que a vantagem era boa, estando dois gols à frente. Eles não iam desistir facilmente.” ― Bruce Arena, técnico americano

“Foi inacreditável, uma noite confusa, nevoeiro asiático. Em 20 minutos, já estava 3 a 0 para nós. Nem parecia verdade, parecia um sonho. Só sei que vencemos por 3 a 2 e acho que isso vai nos trazer mais resultados bons nesta Copa.” ― John O’Brien.

E realmente aconteceram boas coisas para os EUA na sequência da competição. Após baterem os lusos, empataram com a Coreia do Sul por 1 x 1 e perderam para a Polônia por 3 x 1. Nas oitavas de final, venceram os arquirrivais mexicanos por 2 x 0. Nas quartas, jogaram bem e venderam caro a derrota para a Alemanha por 1 x 0, perdendo muitas chances de vencer, com um grande jogo e grandes defesas do goleiro alemão Oliver Kahn. Mas saíram de cabeça erguida, ao contrário dos portugueses.

Portugal caiu ainda na primeira fase. Após essa derrota para os EUA, goleou a Polônia por 4 a 0. Na última rodada, com a vitória dos poloneses sobre os americanos, Portugal jogava pelo empate com a co-anfitriã Coreia do Sul. Com dois jogadores a menos (João Pinto e Beto foram expulsos), os portugueses tentaram sinalizar para os sul-coreanos para que mantivessem o placar zerado, garantindo as duas equipes na próxima fase. Mas os asiáticos não entenderam ou não quiseram saber do empate, seguiram atacando e venceram por 1 a 0, eliminando os tugas e classificando os americanos.

John O’Brien aproveita a sobra e abre o placar (Imagem: Getty Images)

FICHA TÉCNICA:

 

ESTADOS UNIDOS 3 x 2 PORTUGAL

 

Data: 05/06/2002

Horário: 18h00 locais

Estádio: Suwon World Cup Stadium

Público: 37.306

Cidade: Suwon (Coreia do Sul)

Árbitro: Byron Moreno (Equador)

 

ESTADOS UNIDOS (4-4-2):

PORTUGAL (4-4-2):

1  Brad Friedel (G)

1  Vítor Baía (G)

22 Tony Sanneh

22 Beto

23 Eddie Pope

5  Fernando Couto (C)

12 Jeff Agoos

2  Jorge Costa

2  Frankie Hejduk

23 Rui Jorge

8  Earnie Stewart (C)

20 Petit

5  John O’Brien

10 Rui Costa

4  Pablo Mastroeni

11 Sérgio Conceição

17 DaMarcus Beasley

7  Luís Figo

21 Landon Donovan

8  João Pinto

20 Brian McBride

9  Pauleta

 

Técnico: Bruce Arena

Técnico: António Oliveira

 

SUPLENTES:

 

 

18 Kasey Keller (G)

16 Ricardo (G)

19 Tony Meola (G)

15 Nélson (G)

3  Gregg Berhalter

3  Abel Xavier

6  David Regis

13 Jorge Andrade

14 Steve Cherundolo

4  Marco Caneira

16 Carlos Llamosa

18 Nuno Frechaut

10 Claudio Reyna

6  Paulo Sousa

13 Cobi Jones

17 Paulo Bento

7  Eddie Lewis

14 Pedro Barbosa

11 Clint Mathis

12 Hugo Viana

15 Josh Wolff

19 Capucho

9  Joe-Max Moore

21 Nuno Gomes

 

GOLS:

4′ John O’Brien (EUA)

29′ Jorge Costa (EUA) (gol contra)

36′ Brian McBride (EUA)

39′ Beto (POR)

71′ Jeff Agoos (POR) (gol contra)

 

CARTÕES AMARELOS:

34′ Beto (POR)

52′ Petit (POR)

90’+ 2′ DaMarcus Beasley (EUA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Earnie Stewart (EUA) ↓

Cobi Jones (EUA) ↑

 

69′ Rui Jorge (POR) ↓

Paulo Bento (POR) ↑

 

74′ Jorge Costa (POR) ↓

Jorge Andrade (POR) ↑

 

75′ Landon Donovan (EUA) ↓

Joe-Max Moore (EUA) ↑

 

80′ Eddie Pope (EUA) ↓

Carlos Llamosa (EUA) ↑

 

80′ Rui Costa (POR) ↓

Nuno Gomes (POR) ↑

Gols da partida:

… Luís Figo

Três pontos sobre…
… Luís Figo


(Imagem localizada no Google)

● No dia 04/11/1972 nascia em Lisboa o craque Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, ou, simplesmente, Luís Figo. Vindo de uma família pobre, começou a dar seus primeiros passos no União Futebol Clube “Os Pastilhas”, um time do bairro da freguesia da Cova da Piedade. Logo depois, se mudou para a freguesia do Laranjeiro e chamou a atenção de olheiros do Sporting Clube de Portugal, que o contratou. Começou a jogar nos “leões” aos 17 anos, em 1989 e venceu apenas a Taça e a Supertaça em 1995. Nesse ano, Figo decidiu sair do Sporting por problemas na renovação contratual. o Campeonato Italiano ainda estava no auge e vários clubes estavam atrás do português. Mas enquanto o clube o vendeu para a Juventus, ele já tinha assinado com o Parma. Foi punido pela Federação Italiana de Futebol e proibido de jogar no futebol do país por dois anos. Assim, o Barcelona entrou no negócio e contratou o meia. Na Catalunha, chegou com a responsabilidade de substituir Michael Laudrup e cativou a exigente torcida do Barça e foi bicampeão espanhol (1997/98 e 1998/99), venceu a Supercopa da Espanha em 1996 e a Recopa Europeia em 1996/97. Curiosamente, sua formação no Sporting foi como meio-campista e só passou a jogar pelos lados no Barcelona.

Em 2000 foi protagonista de uma das transferências mais controversas da história, trocando o Barcelona onde era o craque (ao lado de Rivaldo), líder, capitão e ídolo, pelo maior rival, o Real Madrid. Dizia se sentir desvalorizado pelos dirigentes do Barça e o presidente merengue Florentino Pérez pagou a cláusula de rescisão de Figo, com 60 milhões de euros, recorde de valor mais alto pago por um jogador naquela época. A torcida do Barça se sentiu traída e alguns meses depois (23/10/2000), em visita do Real Madrid ao estádio Camp Nou, a cada escanteio batido pelo ex-ídolo (foram cinco), a torcida blaugrana atirava objetos em campo, como: moedas, celulares, bolas de golfe e até mesmo cabeças assadas de um galo e de um porco. Posteriormente, o craque disse: “Talvez eu tenha sido o único jogador do mundo que jogou com mais de 100 mil pessoas contra. Senti medo em vários momentos da partida, pois estava assustado e com medo de que algum louco perdesse a cabeça”.

Com a camisa 10 dos “blancos”, enfim conquistou a UEFA Champions League em 2001/02, além da Copa Intercontinental e da Supercopa Europeia em 2002, do Campeonato Espanhol em 1997/98 e 2002/03 e da Supercopa da Espanha em 2001 e 2003. Figo foi o primeiro dos “Galacticos”, apelido dado à equipe na época em que jogavam juntos estrelas como o próprio Figo, Zinedine Zidane, Ronaldo, David Beckham, Roberto Carlos e Raúl. Essa equipe ficou marcada na história pelos craques, mas infelizmente não conquistou nenhum título relevante com todas as feras juntas.

Deixou o Real após pequenas desavenças com o então técnico, o brasileiro Vanderlei Luxemburgo. Em 2005 foi para a Internazionale de Milão, onde voltou a usar a camisa nº 7. Mesmo não atuando em um grande número de jogos, foi importante para a equipe. No clube “nerazzurri” foi tetracampeão italiano (2005/06 a 2008/09), campeão da Coppa Italia de 2006 e da Supercopa Italiana em 2005, 2006 e 2008. Se aposentou em 31/05/2009, jogando no estádio Giuseppe Meazza contra a Atalanta, com a Inter já campeã italiana. Nesse jogo, Javier Zanetti entregou a braçadeira de capitão a Luís Figo, como homenagem.

● Foi o líder de uma geração dourada da seleção de Portugal, campeã do Europeu Sub-17 em 1989, campeã do Mundial Sub-20 em 1991 e vice-campeão do Europeu Sub-21 em 1994, ao lado dos parceiros Rui Costa e João Pinto. Ainda em 1991, estreou pela seleção principal em um amistoso empatado em 1 a 1 com Luxemburgo. Jogou pelo seu país nas Eurocopas de 1996, 2000 (3º lugar) e 2004 (vice) e nas Copas do Mundo de 2002 e 2006 (4º lugar). Após a Euro 2004, na qual Portugal perdeu a final por 1 a 0 para a Grécia, Figo chegou a anunciar que não mais jogaria pela seleção. Mas quando a nação lusa precisou dele, nas rodadas finais das eliminatórias para a Copa de 2006, ele voltou e ajudou sua equipe na qualificação para o torneio. Foi o capitão de Portugal nessa Copa, levando a equipe às semifinais (algo que eles não conseguiam desde 1966), mas perderam para a França por 1 x . Na decisão do terceiro lugar, foi poupado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, mas entrou aos 32 minutos do segundo tempo e ainda deu a assistência para o gol de honra do seu time, na derrota para a Alemanha por 3 x 1. Fez 125 jogos pela seleção de Portugal (por enquanto perde apenas para Cristiano Ronaldo) e marcou 32 gols (quarto maior artilheiro).

● Jogou profissionalmente por 20 anos (1989 a 2009) e se aposentou em 31/05/2009. Em 19 anos atuando nas equipes principais de seus clubes, a pior classificação final jogando nas ligas foi o 4º lugar (apenas 2 vezes). Conquistou a Bola de Ouro da revista France Football em 2000 e foi eleito o Melhor do Mundo pela FIFA em 2001. Pelé o nomeou para a polêmica lista FIFA 100 (os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004). Foi eleito o jogador português do ano em 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000 e só não foi mais porque esse prêmio deixou de existir em 2000. Ficou em 30º lugar na lista dos 100 maiores portugueses de todos os tempos, feita no programa “Os Grandes Portugueses”. Seus ídolos são Diego Maradona, Zico, Fernando Chalana e Paulo Futre. Seus marcadores mais difíceis, segundo ele, foram Roberto Carlos e Bixente Lizarazu.

É embaixador da UNICEF e em 05/07/2004 se tornou “Oficial da Ordem do Infante D. Henrique”, por prestação de serviços relevantes a Portugal, no país ou no exterior, com a expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores. Na curiosa modalidade automobilística “A1 Grand Prix” (que ocorria nas férias da Fórmula 1 e durou de 2005 a 2009), em que cada país tinha uma equipe com “padrinhos”, os padrinhos da equipe portuguesa “A1 Team Portugal” eram Luís Figo e o técnico Carlos Queiroz. Uma de suas grandes paixões é colecionar relógios. É embaixador dos relógios IWC, uma das marcas mais exclusivas de relógios de luxo do mundo. Fez uma participação especial como ator no filme português “Second Life” (2009), de Miguel Gaudêncio e Alexandre Valente. Após se aposentar, o ex-craque cuida de sua fundação para crianças carentes e faz alguns trabalhos como modelo. Em janeiro de 2015, Figo anunciou sua intenção de se candidatar a presidente da FIFA, mas desistiu e nem se inscreveu na disputa.

Certa vez Figo confessou que aprendeu a falar inglês para conquistar sua atual esposa. Apesar de nunca ter morado em um país de língua inglesa, quando jogava no Barcelona ele fez aulas do idioma para aprender a seduzir a linda modelo sueca Helen Svedin, com quem é casado desde 2001 e tem três filhas: Daniela (nascida em 29/03/1999), Martina (23/02/2002) e Stella (09/12/2004). Pep Guardiola é padrinho de uma delas, devido à grande amizade que se formou entre ele e Figo na época do Barça.