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… 18/06/2018 – O melhor do quinto dia da Copa

Três pontos sobre…
… 18/06/2018 – O melhor do quinto dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

A “ótima geração belga” atropelou o estreante Panamá.
A Inglaterra sofreu, mas venceu.
Os suecos, pragmáticos, venceram com um gol de pênalti apontado pelo VAR.

… Suécia 1 x 0 Coreia do Sul


(Imagem: FIFA.com)

Suécia e Coreia do Sul fizeram um jogo fraco tecnicamente. As melhores chances foram desperdiçados pelos suecos. E como eles erraram gols…

Aos vinte minutos de partida, Lustig chuta cruzado Toivonen toca para a pequena área e Marcus Berg conseguiu chutar em cima do goleiro Cho Hyun-woo.

Aos 29′, Larsson cobrou escanteio e a bola sobrou para Berg, mas ele chutou fraco em cima da zaga.

No fim da primeira etapa, Lusting cruzou bem, mas Claesson cabeceou para fora.

A melhor chance dos asiáticos foi aos sete minutos do segundo tempo, em um cruzamento que Koo Ja-cheol desviou com perigo, mas a bola saiu à direita do goleiro Olsen.

Quatro minutos depois, Larsson cobrou falta para o meio da área, Toivonen desviou para boa defesa do goleiro sul-coreano.

Aos 17′, após cruzamento na área, Kim Min-woo derrubou Claesson na área. O árbitro Joel Aguilar ficou na dúvida, mas recorreu ao VAR para marcar corretamente o pênalti. O brasileiro Sandro Meira Ricci era o principal árbitro de vídeo da partida.

O capitão Andreas Granqvist assumiu a responsabilidade e cobrou bem, batendo com frieza no canto esquerdo, deslocando o goleiro.

Já nos acréscimos, após cruzamento para a área sueca, Lee Jae-sung escora para o meio da área e Hwang Hee-chan cabeceia com perigo, mas a bola vai para fora.

Mesmo pragmática, a Suécia buscou mais o gol e mereceu vencer. Mas nenhuma dessas duas seleções devem dar trabalho para México e Alemanha se garantirem nas oitavas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Suécia 1 x 0 Coreia do Sul
Data: 18/06/2018 — Horário: 15h00 locais
Estádio: Nizhny Novgorod Stadium — Nizhny Novgorod (Rússia)
Público: 42.300
Árbitro: Joel Aguilar (El Salvador)
Gol: 65′ Andreas Granqvist (SUE)(pen)
Cartões Amarelos: 13′ Kim Shin-wook (COR); 55′ Hwang Hee-chan (COR); 61′ Viktor Claesson (SUE)
Suécia (4-4-2): 1.Robin Olsen; 2.Mikael Lustig, 18.Pontus Jansson, 4.Andreas Granqvist (C) e 6.Ludwig Augustinsson; 7.Sebastian Larsson (13.Gustav Svensson ↑81′), 8.Albin Ekdal (15.Oscar Hiljemark ↑71′), 17.Viktor Claesson e 10.Emil Forsberg; 20.Ola Toivonen (22.Isaak Kiese Thelin ↑77′) e 9.Marcus Berg. Técnico: Janne Andersson
Coreia do Sul (4-1-4-1): 23.Cho Hyun-woo; 2.Lee Yong, 20.Jang Hyun-soo, 19.Kim Yong-gwon e 6.Park Joo-ho (12.Kim Min-woo ↑28′); 16.Ki Sung-yueng (C); 17.Lee Jae-sung, 13.Koo Ja-cheol (10.Lee Seung-woo ↑73′), 11.Hwang Hee-chan e 7.Son Heung-min; 9.Kim Shin-wook (15.Jung Woo-young ↑66′). Técnico: Shin Tae-yong

 

… Bélgica 3 x 0 Panamá


(Imagem: FIFA.com)

Para o Panamá, o sonho já está realizado. Levou o nome de seu país para o mundo, mostrando a todos que não é só um canal que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. E foi lindo ver a emoção dos atletas ao ouvirem e cantarem o hino nacional. Especialmente o capitão Román Torres, o herói, autor do gol que classificou sua seleção para o Mundial. Sua voz embargada pelo sentimento e uma lágrima caindo no rosto. Ah, eu te amo, Copa do Mundo! Só você para nos trazer histórias como essa!

Mas também teve futebol. A badalada “ótima geração belga” começou mostrando a que veio, com muito volume de jogo e criando situações de perigo. Aos sete minutos, Mertens chutou firme, para grande defesa do goleiro Jaime Penedo. Aos 21′, De Bruyne foi à linha de fundo e cruzou, mas Torres cortou antes de a bola chegar em Lukaku. E os panamenhos conseguiram segurar o zero no placar na etapa inicial.

Mas logo no início do segundo tempo, o domínio se converteu em gols. Logo aos dois, Mertens pega o rebote e emenda do bico direito da grande área. A bola encobre o goleiro Penedo e morre nas redes. Mais um entre os lindos gols dessa Copa.

Na única chance dos centro-americanos, Bárcenas acha Murillo passando pela direita. Ele domina e chuta, mas o Courtois saiu para fechar o ângulo e defender com os pés.

Aos 24′, o trio mais talentoso em campo apareceu. Hazard escapou pela esquerda e deixou com De Bruyne na entrada da área. De trivela, ele colocou a bola na cabeça de Romelu Lukaku, que mergulhou para fazer o segundo tento dos belgas.

Seis minutos depois, Hazard puxou contra-ataque pelo meio, viu Lukaku escapar pela esquerda e lançou para o centroavante. Como todo bom artilheiro, ele tocou mansamente por cima só para tirar do goleiro.

O Panamá não serve de parâmetro. Mas as estrelas da Bélgica apareceram e decidiram a partida. Venceram e convenceram.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Bélgica 3 x 0 Panamá
Data: 18/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Olímpico de Fisht (Fisht Stadium) — Cidade: Sóchi (Rússia)
Público: 43.257
Árbitro: Janny Sikazwe (Zâmbia)
Gols: 47′ Dries Mertens (BEL); 69′ Romelu Lukaku (BEL); 75′ Romelu Lukaku (BEL)
Cartões Amarelos: 14′ Thomas Meunier (BEL); 18′ Erick Davis (PAN); 45+2′ Edgar Bárcenas (PAN); 49′ Armando Cooper (PAN); 51′ Michael Murillo (PAN); 57′ Aníbal Godoy (PAN); 59′ Jan Vertonghen (BEL); 88′ Kevin De Bruyne (BEL)
Bélgica (3-4-3): 1.Thibaut Courtois; 2.Toby Alderweireld, 20.Dedryck Boyata e 5.Jan Vertonghen; 15.Thomas Meunier, 6.Axel Witsel (22.Nacer Chadli ↑90′), 7.Kevin De Bruyne e 11.Yannick Ferreira Carrasco (19.Mousa Dembélé ↑74′); 14.Dries Mertens (16.Thorgan Hazard ↑83′), 10.Eden Hazard (C) e 9.Romelu Lukaku. Técnico: Roberto Martínez
Panamá (4-5-1): 1.Jaime Penedo; 2.Michael Murillo, 5.Román Torres (C), 4.Fidel Escobar e 15.Erick Davis; 6.Gabriel Gómez, 11.Armando Cooper, 20.Aníbal Godoy, 8.Edgar Bárcenas (9.Gabriel Torres ↑63′) e 21.José Luis Rodríguez (10.Ismael Díaz ↑63′); 7.Blas Pérez (18.Luis Tejada ↑73′). Técnico: Hernán Darío Gómez

 

… Tunísia 1 x 2 Inglaterra


(Imagem: FIFA.com)

Na primeira meia hora de jogo, talvez a Inglaterra tenha tido a melhor atuação de uma equipe no Mundial até agora. Depois, se complicou sozinha em um jogo fácil e só fez o gol da vitória nos acréscimos.

Os destaques foram o grande volume de jogo do English Team no início da partida, com várias chances criadas. Começando aos dois minutos, quando Dele Alli rouba uma bola dentro da área e Jesse Lingard finaliza para uma excepcional defesa do goleiro Mouez Hassen.

Aos 11′, o massacre técnico se resultou na mudança do placar. Após cobrança de escanteio, Stones cabeceou forte, mas o arqueiro Hassen foi no ângulo buscar. A bola sobrou justamente nos pés de quem não poderia: Harry Keane emendou para as redes, inaugurando o marcador.

Infelizmente, o goleiro tunisiano – melhor em campo até então – teve que ser substituído aos XX minutos, por ter caído de mal jeito em outra defesaça, feita ainda antes do gol sofrido. Uma pena. Mas depois foi a vez de seu substituto, Ben Mustapha, passar a fechar o gol. Aos 18′, segurou firme um chute de longe de Jordan Henderson.

Mas como os ingleses não gostam de jogo fácil, em um lance isolado em sua própria área, Kyle Walker foi estúpido ao abrir os braços e acertar Ben Youssef [8]. Pênalti, que Ferjani Sassi cobrou com maestria, no canto direito de Pickford, que acertou o canto, mas não conseguiu fazer a defesa.

Aos 44′, Lingard voltou a perder gol feito, tirando a bola por cima de Ben Mustapha, mas mandando à direita do gol.

Depois disso, o jogo foi esfriando, com a Tunísia se fechando toda, com uma linha de cinco atrás, em uma espécie de 5-4-1. A Inglaterra até tentou, mas não conseguiu criar tantas chances claras como no primeiro tempo.

Quando parecia que o castigo viria, eis que aparece ele. Quem? Keane! Sempre ele! De novo aproveitando um escanteio. Trippier bateu o córner, Maguire desviou no meio e Harry Keane completou de cabeça para o gol. Um gol que fez justiça ao que a Inglaterra (até surpreendentemente) jogou.

O técnico Gareth Southgate deve conhecer melhor seus atletas do que todos nós. Mas eu juro que não compreendo o fato de Marcus Rashford ser reserva de Raheem Sterling. Nada contra o jogador do City, mas o atacante do United é um dos maiores talentos ingleses dos últimos tempos.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Tunísia 1 x 2 Inglaterra
Data: 18/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Volgogrado — Cidade: Volgogrado (Rússia)
Público: 41.064
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Gols: 11′ Harry Kane (ING); 35′ Ferjani Sassi (SUE)(pen); 90+1′ Harry Kane (ING)
Cartão Amarelo: 33′ Kyle Walker (ING)
Tunísia (4-1-4-1): 22.Mouez Hassen (1.Farouk Ben Mustapha ↑16′); 11.Dylan Bronn, 2.Syam Ben Youssef, 4.Yassine Meriah e 12.Ali Maâloul; 17.Ellyes Skhiri; 13.Ferjani Sassi, 9.Anice Badri, 8.Fakhreddine Ben Youssef e 23.Naïm Sliti (14.Mohamed Amine Ben Amor ↑74′); 10.Wahbi Khazri (C) (19.Saber Khalifa ↑85′). Técnico: Nabil Maâloul
Inglaterra (3-5-2): 1.Jordan Pickford; 2.Kyle Walker, 5.John Stones e 6.Harry Maguire; 12.Kieran Trippier, 20.Dele Alli (21.Ruben Loftus-Cheek ↑80′), 8.Jordan Henderson, 7.Jesse Lingard (4.Eric Dier ↑90+3′) e 18.Ashley Young; 10.Raheem Sterling (19.Marcus Rashford ↑68′) e 9.Harry Kane (C). Técnico: Gareth Southgate

… 04/06/2002 – Japão 2 x 2 Bélgica

Três pontos sobre…
… 04/06/2002 – Japão 2 x 2 Bélgica


Marc Wilmots e Kazuyuki Toda em disputa de bola (Imagem: FIFA.com)

● Era a primeira Copa do Mundo disputada na Ásia e a primeira a ser co-organizada. Quase todos já haviam estreado e no dia 04/06 foi a vez dos donos da casa. A Coreia do Sul jogou às 20h30 e venceu a Polônia por 2 x 0.

Um pouco antes, às 18h00, foi a vez dos japoneses entrarem na festa. A animação da torcida era enorme para enfrentar a experiente Bélgica, em confronto válido pelo Grupo H.

Era apenas a segunda Copa do Mundo que a seleção japonesa disputava. Em 1998, terminou em último lugar de seu grupo, com três derrotas (Argentina e Croácia, por 1 x 0, e Jamaica, por 3 x 1 – o primeiro e, até então, único gol feito pelos orientais no torneio, anotado pelo veterano atacante Masashi Nakayama).

O Japão era o atual campeão da Copa da Ásia. O técnico francês Philipp Troussier estava entusiasmado e vislumbrava uma vaga nas próxima fase. Grande ambição para um país sem história no futebol, mas que não queria ser o primeiro anfitrião da história a cair na primeira fase.


O Japão atuou no sistema 3-5-2. Kazuyuki Toda fechava mais no meio, dando liberdade para os avanços de Junichi Inamoto e Hidetoshi Nakata.


Robert Waseige escalou a Bélgica em um 4-4-2, com duas linhas de 4. O veterano Marc Wilmots era o destaque.

● Apesar do apoio maciço de quase todos os 55 mil presentes no Saitama Stadium, a seleção japonesa só conseguiu jogar bem no segundo tempo.

Antes disso, os torcedores viram um espetáculo sofrível, sem emoção, decepcionante para ambos os lados. Foram apenas quatro chances criadas, sendo uma cabeçada de Wilmots bem defendida pelo goleiro Narazaki e três finalizações para fora.

A maior decepção ficou por conta do craque japonês Hidetoshi Nakata, que não conseguiu criar nenhuma perigosa para sua equipe durante toda a partida.

Mas o jogo ferveu na etapa final.

Aos 12 minutos, Johan Walem ergue a bola para á área. A defesa japonesa tenta tirar por duas vezes, mas não consegue. A bola cai com Van Meir, que a joga de volta para a área. O capitão Marc Wilmots, no costado da zaga, acerta uma linda bicicleta e inaugura o marcador. Não era o início esperado para a Terra do Sol Nascente. E os japoneses, que tanto usam bicicletas no seu dia a dia, de repente viram uma dentro de campo. Mas dessa bike, eles não gostaram.


O capitão belga Marc Wilmots acerta uma linda bicicleta e abre o placar (Imagem: Pinterest)

O gol despertou os donos da casa que foram buscar a virada, comandados por Junichi Inamoto, meia do Arsenal, da Inglaterra.

Aos 14′, Shinji Ono faz lançamento longo. O volante Timmy Simons e o goleiro Geert De Vlieger ficam parados, indecisos, e Suzuki, de olhos bem abertos, surge entre os dois e toca para o gol.

Nove minutos depois, os belgas vacilam e oferecem o contra-ataque para os japoneses. Inamoto toma a bola no meio campo, tabela com Yanagisawa, recebe perto da área, passa por Van Meir, entra na área e bate na saída do goleiro.

A velocidade japonesa deixa os belgas atordoados. Mas justamente quando o Japão mandava na partida, a Bélgica empata.

Aos 30′, quando a defesa japonesa estava saindo para o fazer a linha de impedimento, Van Meir faz um lançamento para Van der Heyden, em posição legal. Já dentro da área, o belga dá um toque sutiu e encobre o goleiro Narazaki. Era a água no saquê dos japoneses.

Logo em seguida, o árbitro anula um gol de Inamoto, alegando falta no goleiro. Depois, não assinala um pênalti para a Bélgica. E as duas equipes tiveram que se contentar com o empate, que ficou de bom tamanho principalmente para os anfitriões, que somavam seu primeiro ponto em Copas do Mundo e já sonhavam com a inédita classificação.


Junichi Inamoto fez um belo gol e virou o jogo para o Japão (Imagem: Getty Images)

● Segundo o técnico Philipp Troussier, o Japão mereceu a vitória: “Eu creio que, no balanço final da partida, é justo dizer que foram dois pontos perdidos. Ao mesmo tempo, senti como se fosse um ponto ganho. É um ganho importante. O empate em 2 a 2 foi importante porque nos deu o primeiro ponto numa Copa e gerou uma onda de otimismo que nos carregou no segundo jogo”.

No jogo seguinte, diante da Rússia, o Japão obteve sua primeira vitória, por 1 x 0. E no terceiro jogo do grupo H, a inédita classificação para a próxima fase. Mas a Turquia foi a algoz nas oitavas de final, vendendo os anfitriões por 1 x 0. Muitos culparam a chuva, que teria prejudicado o toque de bola e a correria japonesa e beneficiado a maior força física dos turcos. O máximo que o Japão conseguiu foi uma bola na trave, em falta cobrada pelo brasileiro naturalizado japonês, Alex Santos.

O segundo lugar do grupo ficou com a Bélgica, que empatou os dois primeiros jogos, batendo o recorde de empates consecutivos em Mundiais, com cinco. Já vinha de três empates seguidos em 1998 (0 x 0 com a Holanda, 2 x 2 com o México e 1 x 1 com a Coreia do Sul). Em 2002, empatou com o Japão (2 x 2) e com a Tunísia (1 x 1). Na última rodada, enfim, venceu a Rússia por 3 x 2, quando os russos se classificariam com um empate. Nas oitavas de final, fez um jogo duríssimo contra o futuro campeão Brasil, mas perdeu por 2 x 0, em uma arbitragem muito controversa, que anulou um gol de Wilmots quando a partida ainda estava empatada sem gols, alegando falta do belga (que claramente não aconteceu).


Bart Goor avançando entre Toda e Daisuke Ichikawa (Imagem: Getty Images)

FICHA TÉCNICA:

 

JAPÃO 2 x 2 BÉLGICA

 

Data: 04/06/2002

Horário: 18h00 locais

Estádio: Saitama Stadium

Público: 55.256

Cidade: Saitama (Japão)

Árbitro: William Mattus (Costa Rica)

 

JAPÃO (3-5-2):

BÉLGICA (4-4-2):

12 Seigo Narazaki (G)

1  Geert De Vlieger (G)

3  Naoki Matsuda

15 Jacky Peeters

4  Ryuzo Morioka (C)

16 Daniel Van Buyten

16 Kōji Nakata

4  Eric Van Meir

22 Daisuke Ichikawa

12 Peter Van der Heyden

21 Kazuyuki Toda

18 Yves Vanderhaeghe

7  Hidetoshi Nakata

6  Timmy Simons

5  Junichi Inamoto

10 Johan Walem

18 Shinji Ono

8  Bart Goor

11 Takayuki Suzuki

7  Marc Wilmots (C)

13 Atsushi Yanagisawa

11 Gert Verheyen

 

Técnico: Philippe Troussier

Técnico: Robert Waseige

 

SUPLENTES:

 

 

1  Yoshikatsu Kawaguchi (G)

13 Franky Vandendriessche (G)

23 Hitoshi Sogahata (G)

23 Frédéric Herpoel (G)

2  Yutaka Akita

2  Éric Deflandre

17 Tsuneyasu Miyamoto

3  Glen De Boeck

20 Tomokazu Myojin

5  Nico Van Kerckhoven

6  Toshihiro Hattori

14 Sven Vermant

19 Mitsuo Ogasawara

19 Bernd Thijs

15 Takashi Fukunishi

17 Gaëtan Englebert

14 Alex Santos

21 Danny Boffin

8  Hiroaki Morishima

20 Branko Strupar

9  Akinori Nishizawa

22 Mbo Mpenza

10 Masashi Nakayama

9  Wesley Sonck

 

GOLS:

57′ Marc Wilmots (BEL)

59′ Takayuki Suzuki (JAP)

67′ Junichi Inamoto (JAP)

75′ Peter Van der Heyden (BEL)

                                                             

CARTÕES AMARELOS:

21′ Peter Van der Heyden (BEL)

31′ Kazuyuki Toda (JAP)

54′ Junichi Inamoto (JAP)

62′ Gert Verheyen (BEL)

82′ Eric Van Meir (BEL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

64′ Shinji Ono (JAP) ↓

Alex Santos (JAP) ↑

 

68′ Takayuki Suzuki (JAP) ↓

Hiroaki Morishima (JAP) ↑

 

68′ Johan Walem (BEL) ↓

Wesley Sonck (BEL) ↑

 

71′ Ryuzo Morioka (JAP) ↓

Tsuneyasu Miyamoto (JAP) ↑

 

83′ Gert Verheyen (BEL) ↓

Branko Strupar (BEL) ↑

Gols da partida e lances duvidosos:

… 15/06/1986 – Bélgica 4 x 3 União Soviética

Três pontos sobre…
… 15/06/1986 – Bélgica 4 x 3 União Soviética


O capitão Jan Ceulemans é perseguido pela marcação soviética (Imagem: Pinterest)

● Era uma tarde de sol escaldante no estádio Nou Camp, em León, estado mexicano de Guanajuato. Mais quente ainda seria a partida das quartas de final entre Bélgica e União Soviética.

As duas seleções vinham cumprindo papéis distintos no Mundial. Na primeira fase, os belgas ficaram em terceiro lugar no grupo B, com uma derrota (2 a 0 para o México), uma vitória (2 a 1 sobre o Iraque) e um empate (2 a 2 com o Paraguai). Foi um desempenho fraco, para quem ainda tinha como base a equipe vice-campeã da Eurocopa em 1980. Não era o time dos sonhos, mas aquela foi a primeira “ótima geração belga”. Aliando experiência e juventude, os destaques eram Eric Gerets, Stéphane Demol, Jan Ceulemans, Jean-Marie Pfaff (eleito melhor goleiro da Copa) e o prodígio Enzo Scifo (então com 20 anos).

Veja mais:
… 02/06/1986 – União Soviética 6 x 0 Hungria
… 11/05/1988 – KV Mechelen 1 x 0 AFC Ajax

Por outro lado, a União Soviética sempre foi uma equipe dura de ser batida. Terminaram a primeira fase como líderes do grupo C, com vitórias sobre a Hungria (goleada por 6 a 0) e Canadá (2 a 0), além de um empate com a fortíssima França (1 a 1). Com a base do Dínamo de Kiev, campeão da Recopa Europeia, o técnico Valeriy Lobanovs’kyi tinha em seu time destaques como Igor Belanov, Aleksandr Zavarov, o ótimo goleiro Rinat Dasayev (que tinha completado 29 anos dois dias antes) e o veterano Oleg Blokhin (Bola de Ouro em 1975).

Esses resultados colocavam a URSS amplamente favorita a passar para as quartas de final. O retrospecto histórico ainda era favorável, com quatro vitórias soviéticas em quatro jogos disputados entre eles.


A Bélgica era escalada no 3-5-2, com Ceulemans coordenando as ações entre o meio e o ataque.


A URSS jogava no 4-5-1, com um líbero atrás da linha de três defensores. Os meias laterais tinham muita habilidade e apoiavam Belanov no ataque.

● A partida começou com belas e contínuas trocas de passes entre os soviéticos. Mesmo pressionando, eles demoraram 27 minutos a abrirem o placar. Com uma ótima jogada, Zavarov encontrou Belanov entre as linhas e ele chutou forte da entrada da área para inaugurar o marcador.

Os soviéticos tentaram ampliar, mas Pfaff estava exuberante no gol.

No começo do segundo tempo, aos 11 minutos, a Bélgica foi para cima e Scifo (em posição duvidosa) finalizou com muita tranquilidade um cruzamento de Vercauteren.

O empate se seguiu até os 25 minutos, quando Ceulemans perdeu a bola na intermediária defensiva e, novamente, o ótimo Zavarov deu uma excelente assistência para Belanov marcar o segundo, chutando cruzado na saída de Pfaff.

Sete minutos depois, Demol faz um longo lançamento e Ceulemans (em posição de impedimento) dominou no peito, girou e finalizou ao gol. Era o empate.

No minuto final do tempo regulamentar, Dasayev faz uma defesa monumental em cabeçada de Ceulemans.

No tempo normal, empate em 2 a 2. Em uma partida em que a Bélgica jogava no contra-ataque e a URSS esbarrava em Pfaff, a prorrogação se tornou um caminho natural.

Os soviéticos saíram de campo pregados e reclamando bastante dos lances irregulares. A verdade é que a URSS foi prejudicada pela arbitragem em dois lances vitais na partida.

Além do bom preparo físico, os belgas voltaram com outra mentalidade e passaram a ter mais posse de bola. E foi assim que os “Diabos Vermelhos” começaram a criar suas chances.

Aos 12 minutos do tempo extra, Vercauteren cobra um escanteio curto e Gerets fez um cruzamento precioso na cabeça do zagueiro Demol, que apareceu como um foguete e cabeceou no ângulo.

Aos 5 do segundo tempo, a Bélgica ampliou. Após ótima jogada de Ceulemans, Lei Clijsters (pai da tenista Kim Clijsters) e Claesen tabelam pelo miolo da área. A bola sobe e Claesen, de primeira, acerta o canto direito.

O resto da partida foi toda de Pfaff.

Um minuto depois, Belanov é empurrado por Gerets dentro da área. O próprio Belanov cobrou, chutando forte, alto e no meio do gol.

A URSS continuou em busca do empate, mas sem sucesso.

Apesar da quantidade de gols, os dois goleiros foram protagonistas na partida.


Sergey Aleynikov tenta driblar o menino Scifo (Imagem: Pinterest)

● Esse jogo contra os soviéticos provavelmente foi o momento mais importante da história do futebol belga, pois foi o início de uma campanha histórica, que colocou de vez a Bélgica no hall das grandes seleções mundiais.

Na sequência, os embalados “Diabos Vermelhos” eliminaram a Espanha nos pênaltis (5 a 4, após um empate por 1 a 1 no tempo normal e prorrogação). Nas semifinais, caíram de pé para a Argentina (2 a 0), com um inspirado Maradona, autor dos dois gols.

Na decisão do 3º lugar, ainda perderiam para a França de Michel Platini na prorrogação por 4 a 2. Não faz mal. Já havia feito história.

Como curiosidade, a seleção soviética tinha onze jogadores que atuavam no Dínamo de Kiev, cidade a pouco mais de 100 km de Chernobyl, que sofreu um gravíssimo acidente nuclear menos de dois meses antes do desembarque da equipe no México.

A delegação belga repetiu o que os ingleses fizeram em 1970 e levaram mantimentos próprios para evitar o “mal de Montezuma“, que causa intoxicação alimentar em alguns estrangeiros no México. Dessa vez, no entanto, os mexicanos não se sentiram ofendidos com essa atitude (diferentemente de 1970, em relação à Inglaterra).

Igor Belanov, destaque da URSS e do Dínamo de Kiev, foi o segundo jogador em Copas do Mundo a fazer um “hat trick” (três gols no mesmo jogo) e sua equipe perder. [Falaremos do primeiro caso no dia 26/06.] No fim do ano de 1986, Belanov seria eleito Bola de Ouro pela revista France Football.


Vladimir Bessonov rouba a bola de Ceulemans (Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

BÉLGICA 4 X 3 UNIÃO SOVIÉTICA

 

Data: 15/06/1986

Horário: 16h00 locais

Estádio: Nou Camp

Público: 32.277

Cidade: León (México)

Árbitro: Erik Fredriksson (Suécia)

 

BÉLGICA (4-4-2):

UNIÃO SOVIÉTICA (4-5-1):

1  Jean-Marie Pfaff (G)

1  Rinat Dasayev (G)

2  Eric Gerets

2  Vladimir Bessonov

13 Georges Grün

10 Oleg Kuznetsov

5  Michel Renquin

21 Vasiliy Rats

22 Patrick Vervoort

5  Anatoliy Dem’yanenko (C)

21 Stéphane Demol

12 Andriy Bal

11 Jan Ceulemans (C)

20 Sergey Aleynikov

8  Enzo Scifo

7  Ivan Yaremchuk

6  Franky Vercauteren

8  Pavel Yakovenko

16 Nico Claesen

9  Aleksandr Zavarov

18 Daniel Veyt

19 Igor Belanov

 

Técnico: Guy Thys

Técnico: Valeriy Lobanovs’kyi

 

SUPLENTES:

 

 

12 Jacky Munaron (G)

16 Viktor Chanov (G)

20 Gilbert Bodart (G)

22 Sergey Krakovs’kyi (G)

14 Lei Clijsters

3  Aleksandr Chivadze

19 Hugo Broos

4  Gennady Morozov

4  Michel De Wolf

6  Aleksandr Bubnov

3  Franky Van der Elst

15 Nikolay Larionov

15 Leo Van der Elst

13 Gennadiy Litovchenko

7  René Vandereycken

17 Vadim Yevtushenko

10 Philippe Desmet

14 Sergey Rodionov

17 Raymond Mommens

18 Oleg Protasov

9  Erwin Vandenbergh

11 Oleg Blokhin

 

GOLS:

27′ Igor Belanov (URSS)

56′ Enzo Scifo (BEL)

70′ Igor Belanov (URSS)

77′ Jan Ceulemans (BEL)

102′ Stéphane Demol (BEL)

110′ Nico Claesen (BEL)

111′ Igor Belanov (URSS) (pen)

 

CARTÃO AMARELO: 65′ Michel Renquin (BEL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

72′ Aleksandr Zavarov (URSS) ↓

Sergey Rodionov (URSS) ↑

 

79′ Pavel Yakovenko (URSS) ↓

Vadim Yevtushenko (URSS) ↑

 

99′ Georges Grün (BEL) ↓

Lei Clijsters (BEL) ↑

 

112′ Eric Gerets (BEL) ↓

Leo Van der Elst (BEL) ↑

 Seguem os gols da partida: