… Sissi: a melhor jogadora de futebol do Brasil pré-Marta

Três pontos sobre…
… Sissi: a melhor jogadora de futebol do Brasil pré-Marta ¹*


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● Na década de 1990, se nas brincadeiras todos os meninos queriam ser “Romário” ou “Ronaldo”, todas as meninas que chutavam uma bola queriam ser “Sissi”. Ela era o nome que inspirava as garotas a jogarem futebol pelo país.

Em tempos anteriores à “Rainha Marta”, a camisa 10 da Seleção Brasileira de futebol feminina esteve muito bem servida. Sissi foi o principal nome da geração pioneira, que desbravou o futebol feminino no país, enfrentando muitas barreiras e preconceitos, mas abrindo as portas do esporte para as gerações seguintes. Ela era unanimidade e ocupará para sempre lugar de destaque no esporte nacional.

Baixinha (com 1,65 m), impressionava com lances de técnica e inteligência. Dotada de habilidade e grande visão de jogo, ela era uma meia clássica, que fazia jus à camisa 10 que ostentava nas suas costas. Era uma jogadora completa, fazendo o estilo do “falso lento”. Afinal, quem tem que correr é a bola.

Era a maior craque de um país em um esporte incipiente, mas com destaques como as goleiras Meg, Maravilha e Andréia, as volantes Márcia Taffarel e Formiga, além das atacantes Pretinha, Kátia Cilene, Roseli e Michael Jackson.

● Sisleide do Amor Lima nasceu em 02/06/1967, na cidade de Esplanada, no litoral norte da Bahia. Logo aos seis anos, a menina já brincava de chutar qualquer objeto esférico na sua frente. Essa paixão pela bola nasceu no quintal de casa, vendo seu pai e irmão jogando. Escolhia suas bonecas de acordo com o formato e tamanho de suas cabeças, afinal, era com elas que praticava seu esporte preferido. “Para jogar eu usei as cabeças das minhas bonecas, tampinhas de garrafa, bolas de meias, papel higiênico etc… Acho que já estava no sangue”, afirmou certa vez em uma entrevista. Ainda criança, começou jogando no futebol de rua, no meio dos garotos, onde desenvolveu sua técnica.

Aos 14 anos, já jogava por times menores, como Campo Formoso e Senhor do Bonfim. Com 16 anos saiu de casa para jogar pelo Flamengo de Feira de Santana e morou em um alojamento com outras dez garotas que viviam o mesmo sonho. Sob a orientação de seu primeiro treinador, Sissi estudava pela manhã, treinava à tarde e participava frequentemente de torneios. Aos 18 anos, chegou na capital, para defender o Bahia. No Tricolor de Aço ela jogou futebol de salão e de campo. Já nos anos 1990, foi atuar em São Paulo, onde defendeu o Corinthians no futsal e nos gramados.

A partir de 1997, aos 30 anos, Sissi passou a viver o auge da carreira. Jogando no São Paulo, deu um show e liderou a equipe na conquista do 1º Campeonato Paulista (chamado popularmente de “Paulistana”). Além do destaque natural, os torcedores tricolores gritavam nas arquibancadas: “Sissi melhor do que Valdir”, comparando-a com o atacante Valdir Bigode, que atuava no SPFC na época. Outro canto ouvido na torcida era: “Muricy, coloca a Sissi”, pedindo ao técnico Muricy Ramalho para escalá-la em seu time. No tempo em que Sissi esteve no São Paulo, o clube conquistou todos os títulos possíveis nos torneios femininos.

“Não sei se encontrarei palavras para descrever o que senti, foi arrepiante e um momento que nunca irei esquecer. O São Paulo sempre terá um lugar especial no meu coração”, diz a craque.

Sissi defendeu, entre outros clubes, o Radar (1988-?), Euroexport (?), Saad (1995-1996 e 2005), São Paulo (1997-1998), Palmeiras (1999), Vasco da Gama (2000), San Jose CyberRays (2001-2003), California Storm (2004-2014), FC Gold Pride (2009).

Em 2001, se mudou para os Estados Unidos, onde é venerada pela torcida local. Jogou por três temporadas no San Jose CyberRays, na primeira liga profissional feminina (WUSA – Women’s United Soccer Association). Com o fim da liga, foi jogar no amador California Storms, da cidade de Sacramento, onde joga até hoje. Nos EUA, foi técnica e auxiliar dos times: FC Gold Pride, Las Positas College, Solamo Community College, Diablo Valley Soccer Club, Clayton Valley Charter High School e Walnut Creek Soccer Club, onde trabalha com jovens entre 13 e 17 anos.

● Jogou pela seleção entre 1988 e 2000. Com pouco mais de 20 anos, recebeu a primeira convocação para a seleção brasileira, estreando em 1988, em uma competição não oficial organizado pela FIFA, semelhante a um Mundial. Nesse torneio disputado na China, o Brasil ficou em 3º lugar. Mesmo com 24 anos, Sissi não foi nem cotada para defender o Brasil na primeira Copa do Mundo feminina, onde a base da seleção foram o times do Radar-RJ e Saad-SP. Já em 1995, a seleção foi convocada com base em um seletiva realizada pela CBF e Sissi tomou de vez para si a famosa camisa 10 canarinho.

Em 1996, na primeira participação do futebol feminino nos Jogos Olímpicos, o Brasil ficou com o 4º lugar. Sob a batuta da “maestra”, o Brasil foi 3º lugar na Copa do Mundo de 1999, quando ela foi a artilheira do torneio com sete gols (empatada com Sun Wen, da China) e eleita a segunda melhor jogadora da competição. Era realmente seu auge técnico. Nas Olimpíadas de 2000, novamente o Brasil perdeu na decisão do 3º lugar.

Pena que ela nunca tenha conquistado uma grande competição com a camisa da Seleção. Seu grande momento, além do Mundial de 1999, foi no dia 14/01/1995, quando ela comandou o Brasil em uma goleada história sobre a Argentina, por 8 x 0.

Infelizmente para o esporte, Sissi e Marta nunca atuaram lado a lado. É impossível comparar as duas, pois são de épocas diferentes e estilos diferentes. Apesar de ambas serem “camisa 10” e canhotas, Sissi era o “arco” e Marta é a “flecha”. Quando Marta começou ainda adolescente, no Vasco, Sissi era a craque do time: “Naquela época eu vi que ela era especial e tinha um futuro brilhante pela frente”.

¹* Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Parabéns Mulheres!!!

… Dadá Maravilha: goleador, filósofo e campeão

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… Dadá Maravilha: goleador, filósofo e campeão


(Imagem: R7)

● Quem vê Dadá Maravilha sempre sorrindo não imagina quão sofrida foi sua infância. Dario José dos Santos nasceu no Rio de Janeiro, em 04/03/1946. Aos cinco anos de idade, viu sua mãe, Dona Metropolitana, que sofria alucinações, jogar querosene em todo o próprio corpo, tocar fogo e sair pelas ruas em chamas. O menino Dario, em desespero, foi abraçar a mãe, que, em um último ato, o afastou e o jogou em uma vala a céu aberto. Foi de lá, de dentro do esgoto, que o garoto viu sua mãe ser completamente carbonizada.

Sem condições de cuidar dos filhos, seu pai separou toda a família, internando os três filhos na antiga Febem (que servia também como um orfanato). A partir daí, convivendo com crianças a adolescentes que viviam no mundo do crime, Dario se tornou um garoto rebelde e passou a fugir constantemente para praticar assaltos com sua inseparável faca, “espetando” quem ousasse lhe desafiar. Certa vez tentou cortar os próprios pulsos, mas foi socorrido a tempo. Por tudo que tinha vivido, não acreditava em Deus.

Depois de um assalto, ele e um comparsa estavam fugindo da polícia, quando um tiro acertou seu colega, que já caiu sem vida. A partir daí, Dario teve certeza de que não queria isso para ele. A esperança era a bola, mas ele não era bom nisso também. Porém, a experiência em correr da polícia e em pular muros, o preparou para ser um atacante veloz e de impulsão única.

Começou tarde no futebol, aos 19 anos, no Campo Grande, do Rio. Aos 22 anos, chamou a atenção do Clube Atlético Mineiro, onde já chegou sendo campeão, marcando época e escrevendo a história que todos amantes de futebol conhecem. Ele foi um itinerante, um cigano do futebol, atuando por 17 clubes em 20 anos de carreira: Campo Grande-RJ (1966-1968), Atlético Mineiro (1968-72, 1974, 1978-1979 e 1983), Flamengo (1973-1974), Sport (1974-1975), Internacional (1976-1977), Ponte Preta (1977-1978), Paysandu (1979), Náutico (1980), Santa Cruz (1981), Bahia (1981), Goiás (1981), Coritiba (1982), Bahia (1983), Nacional-AM (1984), XV de Piracicaba (1984-1985), Douradense-MS (1985) e Comercial de Registro-SP (1986).

Em suas contas, o Rei Dadá tem 926 gols, mas nas súmulas foram “apenas” 539 gols, número que já é formidável.

Pela Seleção Brasileira, disputou 11 partidas, anotando dois gols.

Pelo seu carisma a pela forma única de contar histórias, passou a trabalhar na imprensa, inicialmente na Bancada Democrática, do Alterosa Esportes. Pelo enorme sucesso, passou pela Rede Globo, pelo SporTV e pela Rede Minas, voltando ao Alterosa Esporte.

● Dadá “Peito de Aço” é um daqueles personagens que poderíamos ficar falando por horas e horas, mas vamos resumir no que já dissemos e nas próprias frases dele, do Rei Dadá:

“Não me venham com a problemática que eu tenho a solucionática.”

“Somente três coisas param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha.”

“Não existe gol feio; feio é não fazer gol.”

“Com Dadá em campo, não tem placar em branco.”

“Um rei tem que ser sempre recebido por bandas de música.”

“Pelé, Garrincha e Dadá tinham que ser curriculum escolar.”

“Nunca aprendi a jogar futebol pois perdi muito tempo fazendo gols.”

“São duas coisas que eu não aprendi: Jogar futebol e perder gol!”

“Isso é mamão com açúcar.”

“Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área.”

“Melhor do que Dadá, só Jesus Cristo!”

“A área é o habitat natural do goleador, nela ele está protegido pela constituição, se for derrubado é pênalti.”

“Num time de futebol existem nove posições e duas profissões: o goleiro e o centroavante.”

“Pra fazer gol de cabeça era queixo no peito ou queixo no ombro.”

“Fiz mais de 500 gols, só correndo e pulando.”

“Quando eu saltava o zagueiro conseguia ver o número da minha chuteira.”

“Bola, flor e mulher, só com carinho.”

“Faço tudo com amor, inclusive o amor.”

“Futebol não pode ficar acima da educação, não!”

“Chuto tão mal que no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol.”

“Se minha estrela não brilhar, vou lá e passo lustrador nela.”

“Deixando a modéstia de lado, falando de futebol, eu falo o que eu sei, sou um expert, com doutorado nessa matéria. No futebol, eu sou o máximo, conheço tudo e sou atleticano.”

“Se o gol é a maior alegria do futebol, foi Deus quem inventou Dadá, porque Dadá é a alegria do povo.”

“O divino mestre é o fã mais poderoso de Dadá. Ele sempre esteve ao meu lado.”

“Futebol é um universo maravilhoso, que faz as pessoas se aproximarem, que faz multiplicar os amigos, que ensina a gente a amar e a respeitar o próximo.”

“Eu sofri muito, minha tristeza exorbitou, meu sofrimento passou dos limites para um ser humano. Mas eu tive um auge violento, tive o mundo aos meus pés, bati recordes, fui falado em todos campos. Hoje vivo na imaginação do povo. Sou personagem do planeta bola.”

“Praga de urubu magro, não pega em cavalo gordo.”

“Me empolgo pelas palavras, me realizo nos atos.”

“A lei do menor esforço é usar a inteligência.”

“Quando vou para o trabalho só penso em vitória.”

“O gol é o orgasmo do futebol.”

“Dadá não é eterno. Sua história será eterna.”


(Imagem localizada no Google)

Feitos e premiações de Dario:

Pela Seleção Brasileira:
– Campeão da Copa do Mundo de 1970.
– Campeão da Taça Independência de 1972.

Pelo Atlético Mineiro:
– Campeão do Campeonato Brasileiro em 1971.
– Campeão do Campeonato Mineiro Módulo 1 em 1970 e 1978.
– Campeão da Taça Minas Gerais em 1979.
– Tricampeão da Taça Belo Horizonte em 1970, 1971 e 1972.
– Campeão da Taça Inconfidência (MG) em 1970.
– Campeão da Taça Independência (MG) em 1970.
– Campeão da Taça Cidade de Goiânia (MG x GO) em 1970.
– Campeão da Taça do Trabalho (MG x RJ) em 1972.
– Campeão da Taça Gil César Moreira de Abreu (MG) em 1970.
– Campeão do Torneio de León (México) em 1972.
– Campeão do Torneio dos Grandes de Minas Gerais (Federação Mineira de Futebol) em 1974.

Pelo Internacional:
– Campeão do Campeonato Brasileiro em 1976.
– Campeão do Campeonato Gaúcho em 1976.

Pelo Flamengo:
– Campeão do Campeonato Carioca em 1974.
– Campeão da Taça Guanabara em 1973.
– Campeão da Taça Pedro Magalhães Corrêa em 1974.

Pelo Bahia:
– Bicampeão do Campeonato Baiano em 1981 e 1982.

Pelo Goiás:
– Campeão do Campeonato Goiano em 1983.

Pelo Sport:
– Campeão do Campeonato Pernambucano em 1975.

Pelo Náutico:
– Campeão do Torneio Início de Pernambuco em 1980.

Pelo Nacional-AM:
– Campeão do Campeonato Amazonense em 1984.

Pelo Campo Grande:
– Campeão do Torneio José Trócoli (Campo Grande) em 1967.

Como técnico, pelo Ypiranga Clube-AP:
– Campeão do Campeonato Amapaense em 1994.

Distinções e premiações individuais:
– Artilheiro do Campeonato Brasileiro em 1971 (15 gols), 1972 (17 gols), 1976 (16 gols)
– Artilheiro do Campeonato Mineiro em 1969 (29 gols), 1970 (16 gols), 1972 (22 gols) e 1974 (24 gols).
– Artilheiro do Campeonato Carioca em 1973 (15 gols).
– Artilheiro do Campeonato Pernambucano em 1975 (32 gols) e 1976 (30 gols).
– Artilheiro do Campeonato Amazonense em 1984 (14 gols).
– Anotou 10 gols no mesmo jogo, no Campeonato Pernambucano de 1976, na vitória do seu Sport sobre o Santo Amaro por 14 a 0, em 06/04/1976.

Portela, campeã 2017

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… Portela, campeã 2017


(Imagem: http://sambarazzo.com.br)

Depois de 33 anos, a minha querida Portela se sagrou campeã do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Sob a liderança de Paulo Barros, melhor (e mais caro) carnavalesco da história recente, deu um show na Marquês de Sapucaí e conquistou o 22º título, se mantendo com sobras como a maior campeã do Carnaval carioca (a Mangueira tem 17 conquistas).

… Gheorghe Popescu: das páginas esportivas para as páginas policiais

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… Gheorghe Popescu: das páginas esportivas para as páginas policiais


(Imagem: Alchetron)

● Ídolo de várias camisas, jogador moderno, multifuncional e um líder nato, mas acusado de diversos crimes fiscais e financeiros em seu país. Como a história o julgará?

Gheorghe “Gica” Popescu, nasceu em Calafat, sul da Romênia, em 09/10/1967. Forte fisicamente (1,88 m e 83 kg), podia jogar de zagueiro ou volante. Marcou época pelo seu futebol elegante e sua forte personalidade e liderança. Na Romênia, é conhecido como “Baciul” (“O Pastor”).

Se tornou profissional aos 16 anos, no Universitatea Craiova, onde jogou até 1990. Em 1988, foi emprestado ao gigante de seu país, o Steaua Bucareşti, onde chegou às semifinais da UEFA Champions League de 1987/88, empatando sem gols com o Benfica em casa e perdendo por 2 a 0 em Lisboa. Em 1990, foi jogar no PSV, da Holanda, a pedido do técnico Sir Bobby Robson. Em 1994, após uma Copa do Mundo estupenda, foi atuar no inglês Tottenham Hotspur.

Apenas uma temporada lhe valeu uma transferência para o gigante Barcelona, onde sucedeu Ronald Koeman na equipe. Pela enorme influência positiva sobre seus colegas, se tornou capitão da equipe, levantando as taças da Copa do Rei e da Recopa Europeia em 1996/97. Sua camisa nº 5 era sinônimo de raça e qualidade técnica.

Depois do Barça, foi se aventurar no turco Galatasaray, onde passou quatro anos e venceu diversos troféus importantes, com destaque para o título da Copa da UEFA 1999/2000, vencendo o Arsenal nos pênaltis após um placar zerado (Popescu converteu o pênalti decisivo na disputa). Disputou ainda a temporada 2001/02 na Lecce, na Serie A da Itália e voltou ao seu país, atuando por um breve período no Dinamo Bucareşti. Encerrou a carreira pouco depois, em 2003, jogando pelo Hannover 96, da Alemanha.

(Imagem: Pinterest)

● Vestiu a marcante camisa amarela da seleção de seu país entre 1988 e 2003, com 115 partidas jogadas e 16 gols marcados. Tornou histórica a camisa nº 6. Era o capitão na ausência Gheorghe Hagi, seu cunhado. Isso mesmo: a amizade entre ambos transcendeu os gramados e Popescu se casou em 1999 com a irmã de Hagi, Luminița.

Disputou três Copas do Mundo com a seleção da Romênia, em sua melhor fase histórica: em 1990, 1994 e 1998. Esteve também nas Eurocopas de 1996 e 2000. Era peça fundamental da seleção “Tricolorii” e marcou época em uma ótica geração com companheiros como Hagi, Marius Lăcătuş, Florin Răducioiu, Ilie Dumitrescu, Dan Petrescu e outros.

Por 13 anos consecutivos, entre 1989 e 2001, Gica Popescu nunca esteve fora dos quatro primeiros no prêmio de “Jogador Romeno do Ano”, vencendo em seis oportunidades. Está também na “Seleção Romena de Todos os Tempos”.

Após se retirar dos gramados, abriu sua própria escolinha (Escola de Futebol Gica Popescu) na cidade de Craiova. Mas definitivamente não teve muita sorte nos negócios. Sua escola de futebol não deu certo, assim como os demais investimentos em uma rede hoteleira, uma incorporadora, um bazar e até no mercado de energia eólica. Foi técnico e presidente de honra do FC Chindia Targoviste. Em 21/11/2005, concorreu para a presidência da Federação Romena de Futebol, contra o então presidente Mircea Sandu, mas conquistou apenas 102 votos, enquanto seu adversário recebeu 187.

(Imagem: Telekom Sport)

● Desde janeiro de 2008, Popescu era investigado pelo Departamento Nacional Anticorrupção. Enquanto se preparava para concorrer novamente ao cargo de presidente da federação, foi indiciado juntamente com outras sete pessoas ligadas ao futebol local: George Netoiu, Victor Becali, Ioan Becali, Mihai Stoica, Gheorghe Copos, Jean Pădureanu e Cristian Borcea.

Foram todos condenados pelo tribunal romeno em 04/03/2014 por extorsão, fraude, lavagem de dinheiro e evasão fiscal, em conexão com doze transferências de jogadores de futebol de seu país para o exterior entre 1999 e 2005, incluindo as de Nicolae Mitea para o Ajax, Cosmim Contra para o Alavés, Ionel Ganea para o Stuttgart e Florin Bratu para o Galatasaray. Os prejuízos estariam avaliados em € 1,7 milhão aos cofres públicos, € 10 milhões a (pelo menos) quatro clubes e € 470 mil à Federação Romena de Futebol. Gica Popescu foi condenado a três anos e um mês de reclusão, acusado de utilizar dessas vendas de jogadores para encobertar um suposto enriquecimento ilícito. Ele e os demais empresários declararam valores para os negócios menores do que realmente eram.

Ele foi colocado em liberdade condicional em novembro de 2015, após cumprir um ano e oito meses de pena, por ter bom comportamento na prisão e realizar atividades produtivas. Escreveu diversos artigos enquanto esteve preso, dentre eles as obras: “A abordagem teórica e metodológica para o ensino do jogo de futebol nos centros de crianças e jovens a partir de uma perspectiva interdisciplinar”, “Considerações sobre a estratégia de otimização para promover o jogo de futebol ao nível da escola” e “O futuro dos jogadores do futebol profissional”, todas publicadas em 2014.

É uma pena que um jogador de tão alto nível dentro dos campos tenha manchado sua história dessa forma.

Feitos e premiações de Gheorghe Popescu:

Pela seleção da Romênia:
– Quadrifinalista da Copa do Mundo de 1994.
– Quadrifinalista da Eurocopa de 2000.

Pelo Steaua Bucareşti:
– Campeão do Campeonato Romeno em 1987/88.
– Campeão da Copa da Romênia em 1987/88.

Pelo PSV Eindhoven:
– Bicampeão Holandês em 1990/91 e 1991/92.
– Campeão da Supercopa da Holanda em 1992.

Pelo Barcelona:
– Campeão da Recopa Europeia em 1996/97.
– Campeão da Copa do Rei em 1996/97.
– Campeão da Supercopa da Espanha em 1996.
– Vice-campeão do Campeonato Espanhol em 1997.

Pelo Galatasaray:
– Campeão da Copa da UEFA em 1999/2000.
– Campeão da Supercopa Europeia em 2000.
– Tricampeão do Campeonato Turco em 1997/98, 1998/99 e 1999/2000.
– Bicampeão da Copa da Turquia em 1998/99 e 1999/2000.

Distinções e premiações individuais:
– Jogador Romeno do Ano em 1989, 1990, 1991, 1992, 1995 e 1996.

… Roberto Baggio: muito mais do que um pênalti perdido, “um fantástico 9 e meio”

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… Roberto Baggio: muito mais do que um pênalti perdido, “um fantástico 9 e meio”


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● Incrível como um único fato pode mudar a história e a forma como ela se propaga. Um dos recordistas mundiais em aproveitamento de cobranças de pênalti ¹* perdeu o pênalti decisivo de sua seleção em plena final de Copa do Mundo.

Baggio ficou marcado como um “amarelão”, que arregou em plena final. Justo Ele!

Me lembro como se fosse hoje. Eu era uma criança de oito anos, assistindo a minha primeira Copa do Mundo (Copa essa que me fez apaixonar pelo futebol e acabou moldando toda minha vida). Essa Copa foi prolífica em craques, como Diego Armando Maradona, Gabriel Batistuta, Romário, Lothar Matthäus, Gheorghe Hagi, Hristo Stoichkov, Carlos Valderrama, Dennis Bergkamp e outros. Mas Ele se destacava.

Roberto Baggio chegou para a Copa como o melhor jogador do mundo eleito pela FIFA e Bola de Ouro no ano de 1993. Em gramados americanos, “comeu” a bola. Estava no seu auge técnico.

Começou o torneio não muito bem, assim como toda sua seleção. Mas valeu a pena esperar as oitavas de final. A dois minutos do fim, a Nigéria vencia a Itália por 1 a 0, mas Roberto empatou e, na prorrogação, virou o jogo. Nas quartas de final, também aos 43 minutos do segundo tempo, anotou o tento decisivo para eliminar a Espanha. Nas semifinais, foi o dono do jogo, com dois gols entre os 21 e 25 minutos de jogo, que deram a vitória sobre a forte Bulgária por 2 a 1, mas saiu de campo lesionado aos 26 minutos do segundo tempo.

● Assim, o que poucos sabem é que ele foi jogar a final no sacrifício, sempre precisando tirar o pé e não conseguindo dar seus dribles e suas arrancadas características.

Na final, o Brasil jogou melhor, mas eram dois times muito equilibrados e mereceram estar na decisão.

A cada vez que Ele pegava na bola e o Galvão Bueno falava o nome Dele, eu tremia. “Roberto Baggio” era o que a Azzurra podia ter de melhor e ele me dava medo. Já tínhamos visto ele fazer de tudo nessa Copa. Já no fim da prorrogação, em uma tabela com Massaro, Baggio teve sua única chance clara de gol, mas chutou em cima de Taffarel.

Após 120 minutos sem gols, tivemos a primeira decisão por pênaltis na história das Copas. Na primeira cobrança, outro gênio da bola atormentado por uma contusão chutou nos céus: o capitão Franco Baresi. No primeiro jogo da Itália, Baresi lesionou seriamente o joelho e teve que passar por artroscopia. Estava fora da Copa? Não! Se recuperou em tempo recorde para disputar a final, se destacando em marcação duríssima sobre Romário. Pena que justo Baresi tenha errado a cobrança inaugural.

Márcio Santos também errou. Depois, todos marcaram: Demetrio Albertini, Romário, Alberigo Evani e Branco. Daniele Massaro parou nas mãos de Taffarel. Dunga marcou.

Caberia a Roberto Baggio, marcar e deixar a Itália ainda viva na final. Se ele marcasse, o Brasil teria ainda outra chance de ser campeão, com a cobrança de Bebeto.

LEIA MAIS:
… Roberto Baggio: 50 anos de um gênio
… 17/07/1994 – Brasil 0 x 0 Itália

● Em 21 anos de carreira, Baggio bateu 159 pênaltis, convertendo 141 e falhando em apenas 18, ou seja, tem aproveitamento de quase 89% ¹*. Todos tinham certeza de que “Il Codino Divino” (seu apelido, algo como “O Rabo de Cavalo Divino”) converteria o pênalti. Até eu, no alto dos meus oito anos de experiência de vida tinha certeza de que o gol sairia. Mas um somatório de coisas o fizeram errar: a lesão na partida anterior, os 120 minutos jogando no sacrifício no sol de Pasadena, a pressão de ser um pênalti decisivo e, talvez, até a autoconfiança excessiva. Qualquer um poderia perder, menos Ele. É uma das maiores injustiças da história da bola.

Perdeu o pênalti e o Brasil foi campeão. Mas isso não é nada perto de sua brilhante carreira. venceu pouquíssimos títulos como jogador, mas será sempre lembrado pela incrível habilidade, pelas jogadas de efeito e pelos muitos gols marcados, sendo ídolo por onde passou e um mito no futebol mundial. Certamente se não fossem as lesões, Baggio seria ainda maior do que é. Era brilhante tanto como meia (camisa 10), quanto como atacante (camisa 9), que certa vez o craque francês Michel Platini disse que “Baggio é um fantástico ‘9 e meio’.

Era um fantasista e rebelde ao mesmo tempo. Se tornou inimigo público de técnicos vencedores como Arrigo Sacchi, Fabio Capello e Marcelo Lippi, pois enquanto esses eram obcecados pela disciplina tática e marcação sob pressão por todo o campo, Baggio queria apenas jogar. Dizia que o talento se sobrepõe a qualquer obediência tática.

Talento nunca o faltou.

¹* Estatísticas segundo o site “http://www.robertobaggio.org/english/statistics.html

… Roberto Baggio: 50 anos de um gênio

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… Roberto Baggio: 50 anos de um gênio


(Imagem localizada no Google)

● Nascido em Caldogno, na região de Vicenza, no norte da Itália, era um dos oito filhos de Matilde e Fiorindo Baggio. Todos os dias, quando Roberto saía da escola, ia jogar bola. Seus amigos sempre lhe avisavam quando avistavam o Sr. Fiorindo, e o “bambino” saía correndo e se escondia no meio do mato ou em cima das árvores. Desde sempre ele preferiu pedir perdão do que permissão. Se enveredou de vez pelo futebol logo aos 13 anos, no clube de mesmo nome da sua cidade natal. Na temporada 1982/83, estreou como profissional com apenas 15 anos, jogando pelo Vicenza na Serie C1 italiana, onde já se destacava.

Após três temporadas, aportou na Fiorentina, para jogar a Serie A, bem no auge histórico da competição na “Velha Bota”. Chegou como uma pedra preciosa bruta, pronta para ser lapidada, e alcançou a equipe principal na temporada 1987/88. Diversas graves lesões o atrapalharam em seu início, incluindo uma cirurgia delicada no joelho esquerdo, em que foram necessários mais de 200 pontos para costurar a região. Ele era católico desde sempre, mas nesse período difícil de sua vida, conheceu, ficou encantado e se converteu ao budismo. Sua mãe chegou a dizer, em vão, que preferia que ele parasse de jogar do que se tornasse budista. Roberto virou ídolo da “Viola”, onde esteve por cinco temporadas. Chegou à final da Copa da UEFA de 1990, mas foi derrotado pela forte Juventus.

Após perder essa final, Baggio foi vendido para a própria Juventus, mesmo contra a sua vontade, pelo valor recorde na época US$ 13,6 milhões. Mas seu carinho pela Fiorentina era tão grande que no primeiro jogo pela Juve contra a Viola, ainda em 1990, se recusou a bater um pênalti e explicou: “Meu coração sempre será violeta”, beijando em lágrimas um cachecol jogado por um torcedor da Fiorentina.

Mas sua genialidade logo o fez se virar lenda também em Turim. Depois de dois anos bons, mas sem resultados significativos, Baggio se tornou capitão da “Vecchia Signora” na temporada 1992/93. Foi uma temporada estupenda, em que conquistou a Copa da UEFA, além de ter sido eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA e a Bola de Ouro do ano de 1993.

Após a fatídica final da Copa de 1994, Baggio continuou brilhando, sendo destaque na conquista da dobradinha em 1994/95, com o título da Coppa Italia e o Scudetto. Perdeu a final da Copa da UEFA para um ótimo time do Parma, mas nada que desfizesse a temporada perfeita.

Por intervenção do poderoso Silvio Berlusconi, o Milan contratou o craque para a temporada seguinte. Ele perdeu a chance de conquistar a UEFA Champions League pela Juve (que venceu justamente no ano da sua saída), mas ganhou o Campeonato Italiano pelo Milan, chegando ao feito raro de ser bicampeão nacional por duas equipes diferentes (dois grandes rivais). No ano seguinte, por implicância do técnico Arrigo Sacchi, passou a ser reserva e logo saiu do time.

Foi brilhar no pequeno Bologna em 1997/98, marcando incríveis 22 gols na temporada, o que lhe valeu a convocação para a Copa de 1998 e a transferência para a Internazionale. Novamente em Milão, Baggio completou a “tríade”, atuando pelos três gigantes italianos (outro feito raro), mas não teve grande destaque, sendo constantemente atrapalhado por contusões, além de atritos com o técnico Marcelo Lippi.

Na temporada 2000/2001, ele se transferiu para seu último clube, o pequeno Brescia. Novamente ele brilhou, fazendo sua equipe terminar na sétima posição do Calcio. No Brescia, Baggio chegou a 300 gols na carreira (é o terceiro italiano a atingir essa marca, após Silvio Piola, com 364, e Giuseppe Meazza, com 338 – ambos mais de 50 anos antes). Em 2004, seu último ano, marcou o 200º gol na Serie A, ajudando seu time a escapar do rebaixamento. Sua despedida foi no estádio San Siro, contra o Milan, sendo aplaudido de pé por 80 mil torcedores quando foi substituído a dois minutos do fim. É considerado o maior ídolo da história do Brescia, que aposentou a camisa 10 em sua homenagem. Encerrou a carreira com 205 gols em 452 jogos pelo Campeonato Italiano.

● Foi convocado para a seleção italiana pela primeira vez em 1988, em sua primeira grande temporada pela Fiorentina.

Começou no banco de reservas na sua primeira Copa do Mundo, em casa, em 1990. Marcou o gol mais lindo do torneio, ao driblar meio time da Tchecoslováquia, na vitória por 2 a 0. Mesmo com Baggio começando a encantar o mundo, o favoritismo italiano parou nos pênaltis, nas mãos do goleiro argentino Sergio Goycoechea. A Itália terminaria em terceiro, vencendo a Inglaterra por 2 a 1, com um gol do craque.

Não conseguiu ajudar seu país a se classificar para a Eurocopa de 1992, caindo para a União Soviética.

Chegou como melhor jogador do mundo na Copa de 1994 e era o líder técnico de uma Itália talentosa, com ícones como Gianluca Pagliuca, Paolo Maldini, Franco Baresi, Dino Baggio, Roberto Donadoni, dentre outros. Após uma primeira fase bastante criticada (uma vitória, um empate e uma derrota, se classificando como terceira colocada no grupo), a Azzurra e o próprio “RB10” começou a desencantar, ao despachar a Nigéria por 2 a 1 na prorrogação, com dois gols dele. Já nas quartas de final, ele fez o gol decisivo de um 2 x 1 em cima da Espanha. Nas semifinais, logo no primeiro tempo Baggio destruiu os sonhos da Bulgária com dois gols, venceu por 2 a 1, se classificando para a final. O problema foi que ele sentiu uma contusão, sendo substituído aos 26 minutos do segundo tempo.

Na decisão, Baggio jogou no sacrifício (falaremos amanhã sobre isso). Após um 0 x 0 persistente nos 90 minutos e na prorrogação, nos pênaltis a Itália perdeu para o Brasil por 3 a 2, com Roberto isolando a bola na cobrança decisiva.

Não foi convocado para a Euro 1996 e chegou como reserva na Copa de 1998. Perdeu a camisa 10 para o novo xodó, Alessandro Del Piero, mas permaneceu importante para sua seleção. Fez dois gols na competição, se tornando o primeiro e único jogador italiano a marcar gols em três edições de Copa do Mundo diferentes. Nas quartas de final, a Itália foi eliminada para a anfitriã França nos pênaltis (mas dessa vez Roberto converteu). Foi a terceira Copa do craque e em todas viu seu país ser eliminado nos pênaltis.

Não foi convocado para a Eurocopa de 2000. Na época da convocação para a Copa de 2002, seu nome era especulado, mas uma lesão o impediu de sequer ter seu nome lembrado na lista. Nova especulação houve nas convocações para a Euro e até para os Jogos Olímpicos de 2004, mas não foi lembrado. Se despediu da Azzurra em um amistoso contra a Espanha em abril de 2004.

Feitos e premiações de Roberto Baggio:

Pela seleção da Itália:
– Vice-campeão da Copa do Mundo de 1994.
– 3º lugar na Copa do Mundo de 1990.

Pela Juventus:
– Campeão da Copa da UEFA em 1992/93.
– Vice-campeão da Copa da UEFA em 1994/95.
– Campeão do Campeonato Italiano Serie A em 1994/95.
– Campeão da Coppa Italia em 1994/95.

Pelo Milan:
– Campeão do Campeonato Italiano Serie A em 1995/96.
– Vice-campeão da Supercopa Italiana em 1996.

Pela Fiorentina:
– Vice-campeão da Copa da UEFA em 1989/90.

Distinções e premiações individuais:
– Artilheiro da Recopa Europeia em 1990/91 (9 gols).
– Bola de Ouro da revista France Football como melhor jogador do ano de 1993 (foi também o 2º mais votado em 1994 e o 8º em 1990).
– Melhor jogador do mundo pela FIFA no ano de 1993 (foi também o 3º mais votado em 1994 e o 5º em 1995).
– Onze d’Or como melhor jogador do mundo pela revista francesa Onze Mondial no ano de 1993 (foi também o 3º mais votado em 1994 e o 2º em 1995).
– Melhor jogador do mundo pela revista inglesa World Soccer no ano de 1993.
– Melhor jogador do mundo pela revista espanhola Don Balón no ano de 1994.
– Eleito para a seleção da Copa do Mundo de 1994.
– Bola de Prata (2º melhor jogador) da Copa do Mundo de 1994.
– Eleito pela FIFA para o Dream Team das Copas do Mundo em 2002.
– Nomeado para a lista “FIFA 100” (feita por Pelé, onde constam os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004).
– Eleito o 24º melhor jogador no Jubileu de Ouro da UEFA em 2004.
– Eleito o 16º melhor jogador do mundo no Século XX pela revista inglesa World Soccer em 1999.
– Eleito o 24º melhor jogador do mundo no Século XX pela revista Placar em 2005.
– Eleito o 27º melhor entre os 50 melhores jogadores do mundo no Século XX pela revista italiana Guerin Sportivo em 1999.
– Eleito o 53º melhor jogador europeu do Século XX pela IFFHS em 1999.
– Eleito o 9º melhor jogador italiano do Século XX pela IFFHS em 1999.
– Eleito o 4º melhor jogador no Super Onze d’Or em 1995.
– Eleito para a Seleção Italiana do Século XX (Azzuri Team of The Century) em 2000.
– Eleito jogador italiano do Século XX em 2000.
– Eleito para o Top-100 dos jogadores de todos os tempos pela Associação dos Estatísticos do Futebol em 2007.
– Prêmio Planète Foot’s dos 50 melhores jogadores do mundo em 1996.
– Nomeado para o Hall da Fama do futebol italiano na categoria jogador nacional em 2011.
– Nomeado para o Hall da Fama do esporte italiano na categoria de lenda em 2015.
– Prêmio Golden Foot em 2003.
– Trofeo Bravo como melhor jogador europeu sub-23 de 1990.
– Prêmio Guerin d’oro como melhor jogador da Serie A de 2001.
– Prêmio Guerin d’oro como melhor jogador da Serie C1 de 1985.
– Prêmio Guerin d’oro eleito pelos torcedores como melhor jogador do Milan em 1996.
– Prêmio Guerin d’oro eleito pelos torcedores como melhor jogador do Brescia em 2001.
– Prêmio Giuseppe Prisco em 2004.
– Prêmio Nacional de Carreira Exemplar Gaetano Scirea em 2001.
– Oscar do Calcio como jogador mais amado pelos torcedores em 2002.
– Prêmio Oscar do Calcio em 2001.
– Eleito para o FIFA XI em 2000 e 2002.
– Nomeado para o Hall da Fama do Milan.
– Eleito para a Fiorentina de todos os tempos.
– Nomeado para Top-50 da Juventus.
– Prêmio Gentleman di Platino em 2015.
– Ordem do Mérito da República Italiana por iniciativa do Presidente da República em 30/09/1991.
– Prêmio pela Paz Mundial em 12/11/2010.
– Embaixador da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) desde 2002.

(Imagem: Calciopédia)

… Quarentinha: o artilheiro que não sorria

Três pontos sobre…
… Quarentinha: o artilheiro que não sorria


(Imagem localizada no Google)

● Quarentinha ainda hoje é maior artilheiro da história do Botafogo, com 313 gols em 447 jogos.

Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, nasceu em Belém, capital do Pará, em 15/09/1933. Era filho do ex-jogador do Paysandu, Luís Gonzaga Lebrêgo, que nasceu em Barbados, no Caribe, e veio para Belém ainda criança. “El Tigre” (outro apelido do pai) marcou 208 gols com a camisa do Papão da Curuzu e se tornou o terceiro maior artilheiro da história do clube. Seu apelido era “Quarenta”. Daí vem o apelido de nosso homenageado de hoje: o filho do Quarenta, é “Quarentinha”.

O filho começou no mesmo Paysandu e logo aos 16 anos era titular do time. Aos 20 foi para o Vitória, onde foi campeão baiano e artilheiro do torneio de 1953, com 31 gols, logo em seu primeiro ano no clube.

No ano seguinte, passou a fazer parte do grande e glorioso Botafogo, onde atuou de 1954 a 1964. O ataque com Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo marcou época no futebol brasileiro e, ao lado de outros craques como Garrincha, Nilton Santos, Paulo Valentim, Rildo, o goleiro Manga, dentre outros, é considerado o melhor time que vestiu a camisa do Glorioso. O esquadrão conquistou Campeonato Carioca em 1957, 1961 e 1962, o Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964, além outros títulos de torneios amistosos.

O chute potente da perna esquerda de Quarentinha só era comparado ao de Pepe, na época. Nas bolas paradas, o adversário que estava na barreira torcia para a bola passar direto por eles senão, era nocaute na certa. Ao todo, além de ser o maior goleador, também é o quarto jogador que mais disputou partidas com o manto alvinegro, com 447 jogos. Foi artilheiro do Campeonato Carioca por três anos seguidos: em 1958 com 19 gols; em 1959 com 25 gols e em 1960 com 25 gols.

Tem uma das melhores médias de gols da história da seleção brasileira, com 17 gols em 17 partidas (um gol por jogo), entre 1959 e 1963. As lesões nos meniscos o tirou da Copa do Mundo de 1962. Na convocação final, Quarentinha foi cortado e em seu lugar foi relacionado o centroavante Coutinho do Santos.

Passou por empréstimo pelo Bonsucesso-RJ em 1956, onde foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca, com 21 gols (um a menos do que o artilheiro Valdo, do Vasco). Após o Botafogo, voltou ao Vitória, onde foi bicampeão baiano em 1964 e 1965. Depois, fez uma peregrinação na Colômbia, atuando por Unión Magdalena (1965-1966), Deportivo Cali (1966), Junior Barranquilla (1967) e América de Cali (1967). Encerrou a carreira em 1968 pelo Clube Náutico Almirante Barroso, da cidade de Itajaí, no litoral do Estado de Santa Catarina.

● Em 2008 foi publicada a biografia do craque: “Quarentinha: o artilheiro que não sorria”, por Rafael Casé, pela editora Livros de Futebol.

O motivo do título era uma das maiores características do ponta de lança: os gols não eram motivos para comemoração, pois ele estava apenas cumprindo sua obrigação, já que estava sendo pago para isso. Seu jeito introvertido fizeram muita gente o rotular como indolente. A falta de comemoração irritava a torcida botafoguense, mas não importa… ela comemorava por ele. O importante era que os gols continuassem.

Segundo relatos de seus familiares, apesar de ter sido lesado sucessivamente em seus contratos assinados em branco (assim como acontecia também com outros jogadores, como Garrincha), teve um fim de vida digno, com dois imóveis e dinheiro para se manter. Faleceu de insuficiência cardíaca aos 62 anos, no Rio de Janeiro, em 11/02/1996.

(Imagem: CBF)

Feitos e premiações de Quarentinha:

Pela Seleção Brasileira:
– 17 gols em 17 jogos.

Pelo Botafogo:
– Campeão do Campeonato Carioca em 1957, 1961 e 1962.
– Campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964.
– Artilheiro do Campeonato Carioca em 1958 (19 gols), 1959 (25 gols) e 1960 (25 gols).
– Campeão do Torneio de Paris em 1963.
– Campeão do Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro em 1954.
– Campeão do Torneio João Teixeira de Carvalho em 1958.
– Campeão do Pentagonal Interclubes do México em 1958 e 1962.
– Campeão do Torneio Internacional de Clubes da Colômbia em 1960.
– Campeão do Torneio Jubileu de Ouro da Bolívia em 1964.
– Campeão do Quadrangular Interclubes de Buenos Aires em 1964.
– Campeão do Torneio do Suriname em 1964.

Pelo Vitória:
– Campeão do Campeonato Baiano em 1953, 1964 e 1965.
– Artilheiro do Campeonato Baiano em 1953 (31 gols).

… Super Bowl LI

Três pontos sobre…
… Super Bowl LI

Acabamos de ver a história sendo feita.

A 3 minutos do fim do terceiro quarto, era a maior “surra” da história do Super Bowl (a final da NFL, liga de futebol americano), quando o Atlanta Falcons vencia o New England Patriots por 28 a 3.

Mas Tom Brady mostrou que não é “apenas” o marido da bela Gisele Bündchen: é também o maior quarterback da história da liga e talvez seja o maior jogador.

Os Patriots pontuaram sucessivamente, resultando na maior virada e também na primeira prorrogação da história do Super Bowl, quando anotaram um touchdown logo na primeira campanha.

Com o placar final de 34 a 28, assistimos a história sendo feita. E quem não viu esse espetáculo? Perdeu. Agora é só daqui a um ano…


(Imagem localizada no Google)

Para saber mais sobre o Super Bowl LI, clique aqui.

… Dia 05 de fevereiro: círculo virtuoso de craques

Três pontos sobre…
… Dia 05 de fevereiro: círculo virtuoso de craques


No sentido horário: Neymar Jr, Gheorghe Hagi, Cristiano Ronaldo e Carlitos Tévez (Imagens localizadas no Google)

Neymar da Silva Santos Júnior, mais destacado jogador de futebol brasileiro da atualidade, nasceu em 05/02/1992 e desde os treze anos de idade já demonstrava seu enorme talento. Começou no Santos e foi para o Velho Continente em 2013, para jogar no Barcelona

Barcelona, onde também jogou Gheorghe Hagi, antes de se tornar lenda no Galatasaray. Também nascido em 05/02, mas em 1965, ele começou a mostrar seu potencial logo jovem, no Steaua Bucaresti, mas também passou, entre outros clubes, por Brescia e Real Madrid

Real Madrid, cujo maior artilheiro da história nasceu em 05/02/1985: Cristiano Ronaldo. O CR7 despontou aos 16 anos no Sporting e aos 18 já estava com a mítica camisa 7 do Manchester United

Manchester United, campeão da UEFA Champions League em 2007/2009, tendo no ataque também Carlitos Tévez, outro nascido em 05/02, no ano de 1984. Na final da UCL seguinte, o United perdeu para o Barcelona, clube onde atuou recentemente Neymar Jr.

… Tospericargerja: uma homenagem sem igual

Três pontos sobre…
… Tospericargerja: uma homenagem sem igual

● Ao ouvir seu nome, muitos pensam que se trata de um estrangeiro. Indiano, talvez. Ou de algum dialeto local da África, Ásia ou até indígena.

“— Qual seu nome?”

“— Meu nome é Tospericargerja.”

“— Não entendi… pode repetir e soletrar?”

“— TOS-PE-RI-CAR-GER-JA.

Na verdade, é uma das homenagens mais originais já feitas. Uma das coisas mais estranhas e absurdas que alguém pode fazer, mas uma baita sacanagem com a pobre criança. Imaginem na escola?! Ou quando ia se apresentar às garotas?! Ou procurando emprego?! Será que o professor acertava logo de cara na hora da chamada?

● Esse nome existe! É o resultado da criatividade de um pai doente por futebol e apaixonado pela Seleção Brasileira. Quando a criança nasceu em 19/07/1971, exato um ano após a conquista do tricampeonato mundial, no México, seu pai resolveu homenagear os destaques daquele esquadrão. Vendo e revendo alguns lances, o pai ficou fascinado cum uma sequência de passes: “Bola com Tostão, que passa para Pelé, que enfia para Rivelino, que abre para Carlos Alberto, que enfia para Gérson, que dá um passe esplêndido para Jairzinho e…gooooool!” Nasceu o Tospericargerja:

TOS, de Tostão;
PE, de Pelé;
RI, de Rivellino;
CAR, de Carlos Alberto;
GER, de Gérson; e
JA, de Jairzinho.

O pai do menino queria até que o nome fosse registrado na antiga CBD, Confederação Brasileira de Desportos, a atual CBF. Ele enviou uma carta comunicando a homenagem, mas o presidente da Confederação na época, Silvio Pacheco, não deu moral e inclusive aconselhou o pai a escolher apenas um dos nomes para batizar o filho. Se fossem sêxtuplos, tudo bem; seria um nome pra cada. Mas como era um só, foi tudo junto e misturado mesmo. Algumas fontes citam que ele nasceu em Belém-PA, enquanto outras afirmam que foi em Tefé-AM. Mas o certo é que o titular do Oficio do Registro Civil não impugnou o registro e a certidão de nascimento saiu assim mesmo. Tospericargerja da Silva Torres é filho de Odilia da Silva Torres e Oder Nunes Torres, já falecido. Incrível é que o Sr. Oder tinha o sobrenome de dois desses seus ídolos: Nunes, de Gérson e Torres, de Carlos Alberto. O filho herdou apenas o Torres.

Atualmente, Tospericargerja é técnico de laboratório em Manaus e nem os colegas de trabalho conseguem acertar seu nome. Eles o chamam simplesmente de ““, enquanto seus amigos mais íntimos o chamam de “Peri“.


(Imagens localizadas no Google)

● E a paixão do brasileiro pelo futebol não para por aí. Tão corajoso quanto o Sr. Oder, mas menos criativo, o Sr. Petrúcio Santos também resolveu homenagear os seus ídolos, principalmente craques franceses, ao dar o nome a seu filho. Tudo começou quando ele foi visitar duas filhas que moram na França e se encantou com a gentileza do povo francês. Morador da periferia de Maceió-AL, o menino hoje tem nove anos e ainda tenta não esquecer seu nome completo: Zinedine Yazid Zidane Thierry Henry Barthez Eric Felipe Silva Santos.

Zinedine Yazid Zidane, é o nome completo do atual técnico do Real Madrid;

Thierry Henry, em homenagem ao craque francês;

Barthez, devido ao histórico goleiro Fabien Barthez;

Eric, por causa do craque Eric Cantona;

Felipe, em homenagem ao técnico Luiz Felipe Scolari;

Silva Santos, sobrenomes que herdou da família.

Chamado pela família apenas de Zidane, o menino diz que preferia ter um nome mais “normal”.