… Maradona: Um mago do futebol

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… Maradona: Um mago do futebol


Maradona comemora gol sobre a Inglaterra (Imagem localizada no Google)

Quem é o melhor jogador de futebol nascido em outubro? Muitos e muitos craques nasceram no 10º mês do ano. Só pra citar alguns: Pelé, Garrincha, Falcão, Careca, Didi e Lev Yashin.

Mas no dia 30/10/1960, na cidade argentina de Lanús, na região metropolitana de Buenos Aires, nasceu Diego Armando Maradona. Provavelmente o melhor jogador de todos os tempos (Pelé é “hors-concours“).

No aniversário de Diego, relembramos aqui algumas matérias nossas sobre esse gênio argentino.

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… Mané Garrincha: a alegria nunca morrerá!

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… Mané Garrincha: a alegria nunca morrerá!


(Imagem: R7)

Se estivesse vivo, Garrincha faria aniversário hoje.

Como um dos “deuses” do futebol, ele é imortal.

Relembramos aqui algumas matérias nossas em homenagem a esse ícone do futebol maroto e campeão.

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… Rei Pelé: primeiro e único!

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… Rei Pelé: primeiro e único!


Imagem: Placar

Hoje é aniversário de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé.

Relembramos aqui algumas matérias nossas destacando essa lenda.

Vida longa ao Rei!

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… Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018

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… Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 (panorama geral)


Chile será uma das  ausências mais marcantes na próxima Copa do Mundo (Imagem: UOL)

● Após mais uma rodada decisiva das Eliminatórias, a Copa do Mundo de 2018 começa a ganhar forma. Já conhecemos 23 das 32 seleções que disputarão o Mundial na Rússia no ano que vem.

Dentre os já classificados, parabéns para os estreantes Islândia e Panamá. São duas equipes que vêm demonstrando seu crescimento continental há alguns anos e essa qualificação vem como um prêmio a isso.

Os destaques negativos são, naturalmente, as ausências de Chile, Estados Unidos e Holanda.

Veja abaixo um panorama geral.

● Os classificados da Ásia já tinham sido decididos no mês passado. Com justiça, as melhores equipes estarão na Rússia: Irã, Coreia do Sul, Japão e Arábia Saudita. Na repescagem, a Austrália eliminou a Síria e agora enfrenta Honduras por uma vaga na Copa.

● Na Europa, França, Portugal, Alemanha, Sérvia, Polônia, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Islândia estão na Copa. A repescagem será entre Suíça, Itália, Croácia e Dinamarca (pote 1) e Grécia, Irlanda do Norte, Suécia e Irlanda (pote 2). O sorteio para a definição dos confrontos será no próximo dia 14.

Vice-campeã em 2010 e 3º lugar em 2014, a Holanda volta a ficar fora de um Mundial após 16 anos.

● Na América do Sul o sistema de liga (todos contra todos, em ida e volta) acaba sendo a forma de disputa mais justa. Ou seja, o Chile não foi eliminado por ter perdido de 3 a 0 para o Brasil, mas pela irregularidade em sua campanha no geral, especialmente nos jogos em casa. A geração bicampeã da Copa América pode estar chegando ao ocaso sem disputar um último Mundial. Jogadores talentosos como Arturo Vidal e Alexis Sánchez assistirão ao torneio pela TV.


(Imagem: Globo Esporte)

O mágico Lionel Messi tirou três coelhos da cartola e colocou a Argentina na Copa, virando sobre o Equador por 3 a 1. O Uruguai até tentou dificultar as coisas para si próprio, marcando dois gols contra, mas fizeram quatro a favor e bateram os bolivianos por 4 a 2. A Venezuela fez um favor para o futebol e impediu que o fraquíssimo Paraguai fosse para o Mundial. Vitória dos vinotintos por 1 a 0, em pleno Estádio Defensores del Chaco, em Assunção.

Liderado por Paolo Guerrero, o Peru mantém sua chama acesa ao empatar com a Colômbia em casa por 1 x 1 e disputará a repescagem contra a frágil Nova Zelândia. O resultado garantiu a Colômbia na Copa.

● Na CONCACAF (Confederação da América do Norte, Central e Caribe), o México já estava classificado anteriormente, assim como a Costa Rica. Em uma rodada para cardíacos, os Estados Unidos conseguiram perder para Trinidad e Tobago por 2 x 1 (primeira vitória dos trinitários sobre os ianques na história) e viram seus adversários diretos vencerem de virada. O Panamá ganhou da Costa Rica por 2 x 1 e Honduras bateu o México por 3 x 2. O Panamá consegue vaga direta na Copa, enquanto Honduras vai disputar a repescagem contra a Austrália. Os EUA disputaram todas as Copas desde 1990 e agora vêem essa sequência ser quebrada.


(Imagem: Globo Esporte)

● A última rodada qualificatória no continente africano será no dia 5 de novembro, mas algumas equipes já se garantiram.

A Nigéria sobreviveu ao “grupo da morte” e deixou para trás fortes concorrentes: Camarões, Argélia e Zâmbia.

O Egito volta a uma Copa depois de 28 anos de ausência. Em sua chave, Gana ficou para trás.

Na última rodada, a Tunísia só precisa de um empate em casa contra a lanterna Líbia. A República Democrática do Congo necessita vencer a Guiné e precisa de uma derrota da Tunísia (tirando dois gols de saldo dos tunisianos). Quase impossível.

A Costa do Marfim recebe o Marrocos em confronto direto. Os marroquinos têm vantagem do empate.

Senegal enfrenta a África do Sul mais duas vezes (um jogo foi anulado por suspeitas de manipulação de resultado). Com uma vitória, os Leões da Teranga se garantem na Rússia. Os Bafana Bafana precisam de uma combinação improvável, além de vencer os dois jogos. Burkina Faso e Cabo Verde estão um ponto atrás dos senegaleses. Para uma delas se qualificar, deve vencer o confronto direto entre elas e torcer para que Senegal empate uma e perca a outra. Quase impossível também.

● Independentemente dos demais classificados, os cabeças de chave da próxima Copa já estão definidos. Com base no ranking da FIFA de outubro, são, respectivamente: Rússia (país sede), Alemanha, Brasil, Portugal, Argentina, Bélgica, Polônia e França.

… Barcelona 1 x 3 Real Madrid

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… Barcelona 1 x 3 Real Madrid


(Imagens: Globo Esporte)

● É triste ter que falar da arbitragem em um jogo desse nível. Mas primeiro vamos falar do (que deveria ser) mais importante: a montagem das duas equipes para a temporada 2017/18.

A Supercopa da Espanha é um confronto que abre a temporada do futebol no país e é disputada em duas partidas entre o vencedor da Liga Espanhola e o campeão da Copa do Rei. Foi criada em 1982 e seu maior vencedor é o Barcelona com 12 títulos, seguido pelo Real Madrid, com 9.

Foram seis Supercopas decididas entre os arquirrivais, com cinco vitórias do Real (1988, 1990, 1993, 1997 e 2012) e uma do Barça (2011).

Apesar de ser um torneio oficial, na prática, não tem valor algum quando se ganha. Mas quando se perde… o time já começa a temporada pressionado.

● Na primeira partida da 34ª edição da Supercopa, o Real Madrid provou a si mesmo e a todos que tem o melhor time do mundo atualmente. Mesmo sem Luka Modrić (suspenso) e poupando Cristiano Ronaldo (no banco), era uma equipe pronta, mais entrosada, com um estilo de jogo definido e que conseguiu seguir as orientações de seu técnico.

Tem excelentes peças de reposição, como Mateo Kovačić, Nacho, Kiko Casilla, Lucas Vázquez e Marco Asensio. Tem uma categoria de base bastante frutífera, com destaques nas seleções de base, como Jesús Vallejo, Marcos Llorente e Borja Mayoral. Se não bastasse, ainda vai ao mercado e contrata bem e (relativamente) barato, trazendo Dani Ceballos e Theo Hernández. É um bom elenco para muitos anos, com peças jovens e maduras, além de entrosadas, bem armadas por Zinedine Zidane. É um momento de sonhos para a torcida madridista.

● Por outro lado, a torcida blaugrana deve estar preocupada. Não por perder um jogo que vale pouco (ou quase nada), mas pela forma como perdeu. Em alguns momentos, logo após ter sofrido o primeiro gol, deu a impressão de estar pressionando o Madrid, de estar próximo do gol. Mas foi pura ilusão.

Ninguém que assistiu ao jogo sabe definir com precisão qual foi o sistema tático utilizado pelo Barça. Foi o tradicional 4-3-3 ou o 4-4-2? E o que Gerard Deulofeu fazia em campo? Conseguiu enganar a todos em seis meses de Milan, mas em poucos minutos provou que não tem nível para ser titular de um grande clube. Até acho que serve para compor elenco, mas não para ser um dos titulares. Todos sabíamos que Neymar faria falta ao seu ex-clube, mas poucos esperavam que fosse tanta.

É melhor aos culés irem ao mercado urgente e gastarem toda a grana possível. Tão necessário quanto um atacante pelo lado esquerdo é um meio composta de classe mundial. Está claro que Andrés Iniesta já passou pelos seus melhores dias. Ivan Rakitić oscila muito até mesmo durante a partida. Sem armação, a equipe fica dependendo sempre do sempre genial Lionel Messi e de uma bola vadia para Luisito Suárez. Mas nem sempre isso acontece… E não acho que Paulinho seja a solução.

● Por fim, infelizmente temos que falar da melancólica arbitragem de Ricardo de Burgos Bengoetxea. Estava apitando bem até os 30 minutos do segundo tempo, quando (só ele) enxergou pênalti de Kelyor Navas em Luis Suárez. O uruguaio mergulhou (como quase sempre) e o juiz marcou penalidade máxima, bem convertida por Messi.

Quatro minutos depois, Cristiano Ronaldo (que tinha saído do banco pouco depois do intervalo) fez um golaço em um contra-ataque. Mas foi um idiota e tirou a camisa, para mostrar seus gominhos na barriga e seu bronzeado de Marbella. Recebeu um justíssimo cartão amarelo. Mas, dois minutos mais tarde, o próprio CR7 recebeu uma bola na entrada da área e perdeu a dividida contra o ótimo Samuel Umtiti. Era uma jogada polêmica, mas não foi pênalti, apesar do contato. Mas também não houve simulação. O “homem do apito” não entendeu assim e lhe apresentou o segundo cartão amarelo e, consequentemente, o vermelho. Dessa vez, muito injusto.

Resultado: Real Madrid bastante prejudicado, com um pênalti inexistente marcado contra si e a expulsão injusta de seu maior craque, tirando-o da partida final na próxima quarta-feira.

O Real Madrid é claramente muitas e muitas vezes beneficiado pela arbitragem. Mas o que me deixa mais encabulado é a quantidade de erros a favor do Barcelona, contra todo e qualquer time do mundo, até mesmo contra o Madrid. É absolutamente incrível, que toda partida tenha lances duvidosos apitados a favor do time blaugrana, que nunca precisou disso para vencer qualquer adversário.

Na Espanha, não importa de qual região você seja, ou se tem preferência pelo Barcelona ou pelo Real Madrid. A impressão que temos é que os árbitros que têm simpatia pelo Barça, na dúvida, apitam a favor do time. Os que preferem o Real ficam com medo dessa preferência ficar escancarada e, na dúvida, apitam também a favor do time da Catalunha. É essa a impressão que dá.

E tudo isso porque ainda estamos na primeira partida da temporada. Felizmente temos muitos meses pela frente para nos deleitarmos com os shows de duas das melhores equipes do mundo e acompanharmos os craques que serão destaques na Copa do Mundo da Rússia no ano que vem.

● Melhores momentos da partida:

… Alfred Bickel e Erik Nilsson: ídolos antes e depois da 2ª Guerra Mundial

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… Alfred Bickel e Erik Nilsson: ídolos antes e depois da 2ª Guerra Mundial


Alfred Bickel em ação na Copa do Mundo de 1938. (Imagens localizadas no Google)

● O suíço Alfred Bickel e o sueco Erik Nilsson estão na história do futebol. Embora um fosse atacante e o outro defensor, eles têm mais coisas entre si do que parece.

Ambos tiveram longas carreiras, eram destaques em seus clubes e seleções e enfrentaram o Brasil na Copa do Mundo de 1950.

Mas o que os difere dos demais mortais, é que são os únicos atletas a disputarem Copas do Mundo antes e depois da Segunda Guerra Mundial, em 1938 e 1950.


Erik Nilsson conquistou o ouro olímpico em 1948.

● Erik Nilsson nasceu em Limhamn, no dia 06/08/1916. Faleceu em 09/09/1995, com 79 anos, em Höllviken.

Começou no futebol com 17 anos, nas divisões de base da equipe de sua cidade natal, o Limhamns IF. No ano seguinte, em 1934, já estava no time principal do Malmö FF. Atuava como zagueiro e depois como defensor pelo lado esquerdo, no sistema WM.

Teve uma carreira bastante longeva, sempre pelo time do Malmö, no qual foi campeão sueco cinco vezes (1943/44, 1948/49, 1949/50, 1950/51 e 1952/53), bicampeão da segunda divisão sueca (1934/35 e 1935/36) e conquistou também cinco vezes a Copa da Suécia (1944, 1946, 1947, 1951 e 1953). Nesse ínterim, foi sondado pelo Milan, mas rejeitou a oferta, preferindo continuar ídolo em seu país. Entre 1934 e 1953 foram 326 partidas com a camisa azul clara do Malmö FF, anotando apenas dois gols.

Pela seleção da Suécia foram 57 partidas. Disputou duas Copas do Mundo e duas Olimpíadas. Na Copa de 1938, terminou em 4º lugar. Ficou em 3º em 1950 e foi eleito pela FIFA para a seleção do torneio. Nos Jogos Olímpicos de 1948, ajudou seu país a conquistar a medalha de ouro. Nas Olimpíadas seguintes, em 1952, conquistou a medalha de bronze.

Foi eleito o melhor jogador sueco no ano de 1950 (Guldbollen). Entrou para o Hall da Fama do futebol de seu país em 2003.


Alfred Bickel, um dos maiores ídolos da história do Grasshopper.

● Alfred Bickel nasceu no dia 12/05/1918, na cidade de Eppstein. Morreu na mesma cidade, em 18/08/1999, aos 81 anos de idade.

Fredy Bickel era atacante e jogou 21 anos como profissional (entre 1935 e 1956) sempre no Grasshopper. Marcou 202 vezes em 405 jogos pelo clube de Zurique. Conquistou sete títulos do Campeonato Suíço (1937, 1939, 1942, 1943, 1945, 1952 e 1956) e nove da Copa da Suíça (1937, 1938, 1940, 1941, 1942, 1943, 1946, 1952 e 1956).

Atuou pela seleção da Suíça entre 1936 e 1954, disputando 71 partidas e marcando 15 gols.

Disputou dois Mundiais. Em 1938, foi eleito informalmente o melhor jogador jovem do torneio, anotando um gol e ajudando sua seleção a vencer a Alemanha nazista na primeira fase, no jogo desempate. Na Copa de 1950, a Suíça caiu na primeira fase. Esteve na preparação para a disputa da Copa em casa, em 1954, mas já tinha 36 anos e foi cortado da convocação final.

Foi eleito o esportista suíço do ano em 1953.

Após se retirar dos gramados, foi técnico do Grasshopper por duas vezes: de 1958 a 1960 e de 1963 a 1964.

… 30/07/1930 – Uruguai 4 x 2 Argentina

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… 30/07/1930 – Uruguai 4 x 2 Argentina

● Como era esperado, os favoritos Uruguai e Argentina se encontravam na final da primeira Copa do Mundo de futebol, repetindo a decisão da medalha de ouro olímpica em Amsterdã, em 1928. Naquela ocasião, o Uruguai venceu por 2 a 1 na partida desempate (o primeiro jogo foi 1 x 1).

A rivalidade entre os dois vizinhos já era muito forte nessa época. Montevidéu e Buenos Aires são separadas apenas pelo estuário do Rio da Prata. Essa proximidade fez com que as seleções dos dois países se enfrentassem frequentemente no início do século XX. Desde primeiro duelo (em 16/05/1901) até a decisão da primeira Copa do Mundo, já tinham disputado 94 jogos entre si, com 38 vitórias argentinas, 26 empares e 30 vitórias uruguaias, com 139 gols da “albiceleste” e 120 dos “charruas“.


Seleções finalistas entrando em campo. (Imagem: Popperfoto / Getty Images / FIFA)

Eram duas das melhores seleções do mundo na época. Segundo relatos, a vantagem do Uruguai era manter a disciplina defensiva, enquanto o individualismo dos argentinos provocava eventuais momentos de desorganização. De acordo com o que o jornalista italiano Gianni Breda relatou na época, “a Argentina joga futebol com muita imaginação e elegância, mas a superioridade técnica não pode compensar o total abandono da tática. Entre as duas seleções nacionais rio-platenses, os uruguaios são as formigas e os argentinos as cigarras”.


Protocolos iniciais entre os capitães e o trio de arbitragem. (Imagem: Bob Thomas / Popperfoto / Getty Images / FIFA)

Na antevéspera da decisão, o famoso cantor de tango Carlos Gardel, apaixonado por futebol, visitou as concentrações primeiro do Uruguai e depois da Argentina. Esse simpático gesto causou revolta na Argentina, onde Gardel era o artista mais famoso do país na época e era considerado “patrimônio nacional”. Os uruguaios amaram a visita do artista, porque o tango também é música tradicional no país. Embora francês de nascimento, morava em Buenos Aires desde os dois anos de idade e sua mãe era uruguaia.

Naquele quarta-feira, dia 30/07/1930, os portões do Estádio Centenário foram abertos às oito da manhã. Ao meio dia, duas horas antes da partida, as arquibancadas já estavam lotadas. Embora o público oficial seja de 68.346 expectadores, calculam que entre 80 mil e 90 mil tenham visto a final, porque muita gente entrou sem pagar, burlando o policiamento. Por isso, embora tenha sido o jogo com o maior público, não foi o de maior renda. A bilheteria oficial foi US$ 30.200,00, enquanto a semifinal entre Uruguai x Iugoslávia rendeu US$ 35.207.

Ainda pela manhã, o argentino Francisco “Pancho” Varallo (o mais jovem de sua equipe, com 20 anos) procurou a comissão técnica para informar que seu tornozelo estava machucado (ainda resquícios de uma pancada recebida contra o Chile), sugerindo que ele fosse substituído na final por outro atleta em melhor forma. Como a delegação portenha não tinha médico, mandaram chamar às pressas o Dr. Julio Campistaguy, médico da seleção uruguaia (e filho do presidente do país). Após um exame pouco minucioso, ele recomendou que o atacante não atuasse, provocando suspeitas do adversário. E então, os argentinos não acreditaram e resolveram examinar Varallo “de outra maneira”, na prática, com chutes em uma parede. E decidiram que ele estava em condições de atuar. Segundo o jogador, ele não podia sequer se mexer.

Varallo foi o último sobrevivente da final de 1930. Nascido em 05/02/1910, faleceu seis meses depois de comemorar 100 anos, em 30/08/2010. Ele admitiu, muitos anos depois, que seu time sentiu medo na decisão de 1930. “No vestiário, no intervalo (quando a Argentina ganhava por 2 a 1), escutei coisas raras: ‘Se ganhamos aqui, nos matam’, disse um dos meus companheiros. ‘El Conejo’ Scopelli não queria jogar, tinha medo. E outros também”, relatou Varallo à revista El Gráfico em 1995.


Cumprimentos iniciais entre os capitães José Nasazzi e Manuel Ferreira. (Imagem: Popperfoto / Getty Images / FIFA)

Dez navios deveriam levar milhares de torcedores argentinos através do Rio da Prata, de Buenos Aires até Montevidéu, para assistir à final. Mas, por causa de uma pesada neblina, oito embarcações não conseguiram partir a tempo. Apenas cerca de 3.000 torcedores chegaram ao estádio, mas apenas quando o segundo tempo já estava em andamento. Eles chegavam aos gritos: “Victoria o muerte!” Contam alguns relatos que todos os argentinos que desembarcavam das barcas do rio da Prata eram revistados, e que a polícia chegou a encontrar gente armada.

A final foi apitada pelo árbitro belga Langenus. Ele era chefe de gabinete do governador da província de Antuérpia e veio à Montevidéu com uma dupla função: foi também o jornalista correspondente da revista alemã “Kicker“; após as partidas em que atuava, ele passava a crônica de cada jogo à revista por telefone. Langenus tinha 39 anos na época e um porte físico avantajado, com quase 1,90 m de altura. Temendo o sangue quente dos latinos, ele impôs três condições para arbitrar a tensa decisão: que fosse protegido por cem policiais, que a FIFA lhe fizesse um seguro de vida e que o navio “Duílio” tivesse a partida atrasada em duas horas para ele sair do estádio direto para embarcar rumo à Europa. Entretanto, a forte neblina adiou a viagem para a manhã seguinte. Langenus ainda apitou nas Copas de 1934 e 1938, completando 84 partidas internacionais. Faleceu em 1952, aos 61 anos.

Langenus era um árbitro discreto. Apitava de terno, gravata e uma boina em tom claro. Teve trabalho antes mesmo de a bola rolar. E o problema era exatamente esse: a bola! A partida começou com 15 minutos de atraso, porque nenhuma das duas equipes queria abrir mão de usar a “sua bola”. A argentina era mais leve; a uruguaia, mais pesada. A Comissão Organizadora, com uma sabedoria salomônica, resolveu que uma bola seria usada no primeiro tempo e outra no segundo. Houve um sorteio, vencido pelos visitantes. Eles usaram sua “pelota” na primeira etapa e os anfitriões jogaram com a sua no segundo tempo.


Nos anos 1930, todas as equipes atuavam no ofensivo sistema “clássico” ou “pirâmide”, o 2-3-5.

● Nenhum lance de grande perigo havia ocorrido quando, aos 12 minutos de jogo, o uruguaio Pedro Cea recebeu uma bola na meia direita, quase na linha da grande área. Mesmo perseguido pela marcação, o craque conduziu a bola para o centro e se preparou para chutar. Mas Manco Castro foi mais esperto, percebeu que Pablo Dorado escapava livre e deu um toque para o arisco ponta direita. Dorado recebeu e, mesmo sem ângulo, chutou cruzado. A bola passou entre as pernas do goleiro Juan Botasso.

Aos 20 minutos do primeiro tempo, o meia Manuel Ferreira, capitão da Argentina, recebeu a bola perto da área uruguaia e tocou de primeira para Carlos Peucelle, que corria de frente para o gol. Com um toque rápido, Paucelle driblou a marcação de Álvaro Gestido e acertou um chute alto e forte, no canto esquerdo do goleiro Enrique Ballesteros.

Aos 38′, o centromédio argentino Luisito Monti fez um ótimo lançamento da linha de meio campo até a área uruguaia. O artilheiro Guillermo Stábile ganhou dos zagueiros na corrida e chegou antes da cobertura de Andrade, tocando a bola na saída do goleiro Ballesteros. O capitão Nasazzi reclamou aos berros que tanto Stábile quanto Ferreira estavam impedidos, mas o árbitro confirmou o gol, após consultar o bandeirinha Henry Cristophe. No intervalo, Nasazzi foi ao vestiário do juiz e chegou a rabiscar um diagrama na parede para tentar provar seu ponto de vista, inutilmente.

No fim do primeiro tempo, quando a Argentina vencia por 2 x 1, o já lesionado Varallo tomou uma entrada ríspida do uruguaio Gestido e deixou o campo se arrastando. Como não havia substituições, o jovem passou a segunda etapa só fazendo número.

Na etapa final, com a superioridade numérica e a “sua bola”, os uruguaios cresceram.

Aos 13 minutos, Héctor Scarone dominou a bola de fora da área, pela meia esquerda, marcado por dois argentinos. Ao ver a aproximação de Pedro Cea pelo centro, Scarone rolou a bola e Cea mandou para o gol de carrinho, na saída do goleiro.


Segundo gol uruguaio, marcado por Pedro Cea. (Imagem: Popperfoto / Getty Images / FIFA)

Aos 23′, o ponta esquerda Santos Iriarte se deslocou para o meio, recebeu a bola de Ernesto Mascheroni e acertou um chute fortíssimo, da intermediária, que acertou o ângulo direito de Botasso.

A Argentina pressionava, chegou a mandar uma bola na trave e o gol de empate parecia questão de tempo. Aos 40′, Andrade salvou um gol certo dos argentinos, tirando de carrinho um chute de Francisco Varallo, quase em cima da linha de gol.

Mas, a dois minutos do fim, o Uruguai foi letal. Pelo lado direito, perto do bico da área, Dorado ergueu a bola na pequena área. Manco Castro subiu nas costas de Della Torre e cabeceou. A bola foi no meio do gol, rente à trave, encobrindo o goleiro Botasso. Castro tinha 1,69 m e era 10 cm mais baixo que o adversário, mas, como havia atuado no futebol argentino, sabia que Della Torre não tinha boa impulsão. Foi o gol que fechou o placar.


Comemoração dos uruguaios, campeões da primeira Copa do Mundo de futebol. (Imagem: Bob Thomas / Popperfoto / Getty Images / FIFA)

Héctor Castro era conhecido como “Manco” por não ter a mão direita. Quando era criança, ele trabalhava como auxiliar de carpinteiro e perdeu a mão em um acidente com uma serra elétrica. Era um jogador comum. Embora fosse regular, não tinha o brilho dos atacantes da época, como os próprios craques uruguaios Héctor Scarone, Pedro Petrone, Peregrino Anselmo e Pedro Cea. Embora atuasse pela “Celeste Olímpica” desde 1924, nada fazia crer que ele seria o grande personagem da final da primeira Copa do Mundo. Mesmo na reserva, Castro participou de dois jogos e fez os dois gols mais importantes de seu país na Copa: o da vitória por 1 x 0 sobre o Peru na estreia e o último gol da final, que assegurou o título. No dia da final, ele recebeu um telefonema anônimo, que dizia que se o Uruguai perdesse, ele receberia 50 mil pesos; se ele ganhasse, não veria o pôr do sol outra vez. Ele não seria titular, mas uma lesão de Alselmo abriu espaço para que Castro não aceitasse as ameaças, brilhasse e fizesse o gol do título da primeira Copa do Mundo de futebol.

Manco Castro foi o herói na final e José Leandro Andrade era a “Maravilha Negra“. Mas, sem dúvidas, o astro da Copa e de toda aquela geração uruguaia era Héctor Scarone, “El Mago“. Ele foi o melhor jogador do mundo no seu tempo, liderando a “Celeste” nos títulos olímpicos (1924 e 1928) e mundial (1930).

A Copa do Mundo de 1930 foi a única na história que não registrou nenhum empate. Foram marcados 70 gols em 18 partidas (média de 3,9). A Argentina teve o melhor ataque, com 18 gols marcados; o Uruguai terminou com a melhor defesa, sofrendo apenas três gols.

O centroavante argentino Guillermo Stábile foi o artilheiro do Mundial com oito gols em quatro partidas. Ele se tornou o primeiro jogador a marcar gols em todas as partidas em que disputou. Estreou por sua seleção no segundo jogo da Argentina na Copa, contra o México. Acabou anotando três gols (“hat trick“) e conquistou a vaga de titular para o restante da competição. Era conhecido como “El Infiltrador“, pela facilidade com que se infiltrava nas defesas adversárias. Sua velocidade era proveniente de sua experiência no atletismo, pois fazia os 100 m rasos em cerca de 11 segundos.

Ao contrário do que se tornaria tradição a partir da Copa seguinte, a taça não foi entregue ao capitão da equipe campeã no campo de jogo. Após a partida, o presidente da FIFA, Jules Rimet, a levou ao vestiário e a entregou a Raúl Jude, presidente da Associação Uruguaia de Futebol. O dia seguinte à final foi proclamado feriado no país de apenas 2 milhões de habitantes, que comemoravam freneticamente. Cada jogador campeão ganhou uma casa do governo como prêmio. Além disso, os onze vencedores foram agraciados pela FIFA com medalhas de ouro confeccionadas por Abel Lafleu, o mesmo escultor que produziu a taça.


Jules Rimet entrega a taça a Raúl Jude, presidente da AUF. (Imagem: Popperfoto / Getty Images / FIFA)

FICHA TÉCNICA:

 

URUGUAI 4 x 2 ARGENTINA

 

Data: 30/07/1930

Horário: 14h00 locais

Estádio: Centenário

Público: 68.346

Cidade: Montevidéu (Uruguai)

Árbitro: Jan Langenus (Bélgica)

 

URUGUAI (2-3-5):

ARGENTINA (2-3-5):

Enrique Ballesteros (G)

Juan Botasso (G)

Ernesto Mascheroni

José Della Torre

José Nasazzi (C)

Fernando Paternoster

José Leandro Andrade

Juan Evaristo

Lorenzo Fernández

Luis Monti

Álvaro Gestido

Pedro Suárez

Pablo Dorado

Carlos Peucelle

Héctor Scarone

Francisco Varallo

Héctor “Manco” Castro

Guillermo Stábile

Pedro Cea

Manuel Ferreira (C)

Santos Iriarte

Mario Evaristo

 

Técnico: Alberto Suppici

Técnicos: Francisco Olazar / Juan José Tramutola

 

SUPLENTES:

 

 

Miguel Capuccini (G)

Ángel Bossio (G)

Domingo Tejera

Alberto Chividini

Emilio Recoba

Ramón Muttis

Carlos Riolfo

Rodolfo Orlandini

Ángel Melogno

Edmundo Piaggio

Conduelo Píriz

Adolfo Zumelzú

Zoilo Saldombide

Carlos Spadaro

Juan Carlos Calvo

Natalio Perinetti

Santos Urdinarán

Roberto Cherro

Pedro Petrone

Attilio Demaría

Peregrino Anselmo

Alejandro Scopelli

 

GOLS:

12′ Pablo Dorado (URU)

20′ Carlos Peucelle (ARG)

37′ Guillermo Stábile (ARG)

57′ Pedro Cea (URU)

68′ Santos Iriarte (URU)

89′ Héctor Castro (URU)


(Imagem: Popperfoto / Getty Images / FIFA)


(Imagem localizada no Google)

Gols e outros momentos da partida:

… 28/07/1966 – Portugal 2 x 1 União Soviética

Três pontos sobre…
… 28/07/1966 – Portugal 2 x 1 União Soviética


Cumprimentos iniciais entre os capitães Mário Coluna e Lev Yashin. (Imagem: Pinterest)

● Embora tivesse uma ótima equipe, especialmente do meio para a frente, Portugal era estreante em Copas do Mundo e já tinha avançado muito além das expectativas. Agora, disputaria a decisão do 3º lugar com a União Soviética, que estava em seu terceiro Mundial e tinha chegado na sua primeira (e única) semifinal.

Na primeira fase, Portugal foi líder do Grupo 3 com seis pontos, vencendo os três jogos: 3 a 1 na Hungria, 3 a 0 na Bulgária e 3 a 1 no Brasil. Nas quartas de final, um épico: após 25 minutos de partida, os portugueses perdiam para a surpreendente Coreia do Norte por 3 a 0. Mas com quatro gols de Eusébio e um de José Augusto, a seleção lusa virou o jogo para um emocionante 5 a 3. Nas semifinais, derrota para a anfitriã Inglaterra por 2 a 1, com dois gols de Bobby Charlton e um de Eusébio, descontando.

A União Soviética também terminou a fase de grupos com 100% de aproveitamento, vencendo a Coreia do Norte (3 x 0), a Itália (1 x 0) e o Chile (2 x 1). Nas quartas, bateu a Hungria por 2 a 1. Mas nas semifinais não foi páreo para a ótima seleção da Alemanha Ocidental e perdeu por 2 a 1.


Portugal atuava no 4-2-4. Liderado por Eusébio, o ataque tinha muita força e mobilidade. O capitão Coluna era mesmo a coluna vertebral do time, aparecendo em todos os espaços.


A URSS Itália atuava no 4-2-4. Contra Portugal, jogou toda remendada, sem cinco titulares, e mesmo assim fez uma boa partida.

● Após a partida contra os ingleses, deu a leve impressão de que, se tivesse forçado um pouco mais, Portugal poderia ter chegado à final. Porém, a disputa pelo 3º lugar não deixava de ser um bom resultado, principalmente por ser uma seleção (até então) sem história e que não tinha uma camisa pesada.

Por sua vez, a União Soviética tinha equipes muito mais fortes nas duas Copas anteriores, mas nunca tinha chegado tão longe, pois era sempre prejudicada pelas arbitragens que geralmente odiavam os comunistas.

Nessa partida, jogou toda desfigurada contra Portugal, em relação ao jogo anterior. Yozhef Sabo estava machucado e Igor Chislenko estava suspenso. Mas, em cima da hora, mais três ausências: o artilheiro Valeriy Porkujan, o atacante Galimzyan Khusainov e o zagueiro Albert Shesternyov.

Sem metade da linha de frente, os soviéticos se fecharam na defesa, à espera dos contra-ataques. Portugal, que escalou o mesmo time da semifinal, dominou o meio campo e saiu na frente.

Aos 12 minutos de partida, após uma cobrança de falta, um zagueiro soviético toca a bola com a mão na área. Eusébio cobrou o pênalti na direita, com força, e vence o grande Lev Yashin. Foi o nono gol de Eusébio na Copa, sendo o quarto de pênalti. O camisa 13 da seleção lusa foi o artilheiro do Mundial de 1966 com 9 gols.

O sonhado contragolpe soviético veio aos 43 minutos do primeiro tempo. Depois de avançar em velocidade, Anatoliy Banishevskiy chuta. José Pereira tenta segurar, mas falha e a bola sobra para Eduard Malofeyev, que marca. Tudo empatado.

A etapa final não mostrava perspectiva de que o placar seria alterado. Até que aos 44 minutos do segundo tempo, o lateral Hilário cruzou da intermediária. O gigante Torres (1,91 m) ganhou no alto de Alexey Korneyev (que media 1,73 m e era o substituto de Shesternyov) e escorou para José Augusto, que devolveu também de cabeça. Torres finalizou de primeira, sem deixar a bola cair, e mandou à direita de Yashin, que disputava sua última partida em Copas do Mundo. Um belo gol da seleção das “Quinas“.

Assim, Portugal consegue alcançar o histórico 3º lugar logo em seu primeiro Mundial e consagra uma equipe batalhadora e (muito) talentosa, que tinha como base o Benfica multi-campeão dos anos 1960.


Eusébio foi o artilheiro e um dos grandes destaques do Mundial. (Imagem: Pinterest)

● Embora a expectativa antes da Copa estivesse toda em cima de Pelé, foi outro negro que se destacou. Eusébio é considerado o maior jogador da história do futebol português. Ele nasceu em Moçambique, na cidade de Lourenço Marques (atual Maputo), em 25 de janeiro de 1942. O país africano foi descoberto em 1498 pelo velejador Vasco da Gama e foi colônia portuguesa até 1974, quando conseguiu sua independência. O craque era parte de uma leva de africanos que invadiu Portugal nos anos 1960. Na seleção de 1966, outro exemplo era o capitão Mário Coluna, também moçambicano.

Em Portugal, Eusébio fez história no Benfica, onde foi campeão da Copa dos Campeões da Europa (atual UEFA Champions League) em 1961/62, desbancando o poderoso Real Madrid. Pela seleção portuguesa, marcou 41 gols em 64 partidas.

Com 1,75 e 73 kg, ele aliava inteligência, força física, chutes potentes, velocidade e técnica nos dribles. Fazia muitos gols, mas não só isso. Também recuava para armar o jogo e batia todos os escanteios. Uma verdadeira lenda do futebol.


Eusébio dava trabalho para qualquer defesa do mundo entre os anos 1960 e 1970. (Imagem: Globo Esporte)

FICHA TÉCNICA:

 

PORTUGAL 2 x 1 UNIÃO SOVIÉTICA

 

Data: 28/07/1966

Horário: 19h30 locais

Estádio: Wembley

Público: 87.696

Cidade: Londres (Inglaterra)

Árbitro: Ken Dagnall (Inglaterra)

 

PORTUGAL (4-2-4):

UNIÃO SOVIÉTICA (4-2-4):

3  José Pereira (G)

1  Lev Yashin (G) (C)

22 Alberto Festa

4  Vladimir Ponomaryov

20 Alexandre Baptista

13 Alexey Korneyev

21 José Carlos

7  Murtaz Khurtsilava

9  Hilário

10 Vasiliy Danilov

16 Jaime Graça

12 Valery Voronin

10 Mário Coluna (C)

14 Giorgi Sichinava

12 José Augusto

19 Eduard Malofeyev

13 Eusébio

18 Anatoliy Banishevskiy

18 José Torres

2  Viktor Serebryanikov

11 António Simões

16 Slava Metreveli

 

Técnico: Otto Glória

Técnico: Nikolai Petrovich Morozov

 

SUPLENTES:

 

 

1  Américo (G)

21 Anzor Kavazashvili (G)

2  Joaquim Carvalho (G)

22 Viktor Bannikov (G)

17 João Morais

6  Albert Shesternyov

4  Vicente

3  Leonīds Ostrovskis

5  Germano

5  Valentin Afonin

14 Fernando Cruz

9  Viktor Getmanov

19 Custódio Pinto

8  Yozhef Sabo

6  Fernando Peres

11 Igor Chislenko

7  Ernesto Figueiredo

17 Valeriy Porkujan

8  João Lourenço

15 Galimzyan Khusainov

15 Manuel Duarte

20 Eduard Markarov

 

GOLS:

12′ Eusébio (POR) (pen)

43′ Eduard Malofeyev (URSS)

89′ José Torres (POR)


Seleções entrando em campo. (Imagem localizada no Google)

Melhores momentos da partida:

Gols da partida e entrevista com jogadores da seleção portuguesa de 1966:

Jogo completo:

… 27/07/1930 – Uruguai 6 x 1 Iugoslávia

Três pontos sobre…
… 27/07/1930 – Uruguai 6 x 1 Iugoslávia


Protocolos iniciais da partida. O capitão uruguaio José Nasazzi entrega flores para mulheres uruguaias. (Imagem: FIFA)

● Na primeira fase, o Uruguai foi líder do Grupo 3 com seis pontos. Bateu o Peru na estreia por 1 a 0 e goleou a Romênia por 4 a 0 na segunda rodada. Já a Iugoslávia, venceu o Brasil no primeiro jogo por 2 a 1 e depois bateu a Bolívia por 4 a 0.

Na quarta-feira, dia 23 de julho, a FIFA promoveu um sorteio para definir os adversários das semifinais. Havia 33% de chances de a sonhada decisão entre Uruguai e Argentina ocorrer nas semifinais. Era um risco enorme.

As bolinhas foram numeradas da seguinte forma: 1 para a Argentina; 2 para os Estados Unidos; 3 para o Uruguai; 4 para a Iugoslávia. Jules Rimet, que presidia a cerimônia, convidou um jornalista presente para sortear a primeira bolinha, que foi a número 1, da Argentina.

A tensão era enorme. Sob intensa expectativa, outro jornalista tirou a bolinha número 2, dos Estados Unidos. Ufa! Todos respiraram aliviados.

Esse sorteio também definiu a ordem dos jogos: Argentina x Estados Unidos seria no sábado e Uruguai x Iugoslávia, no domingo. Em caso de empate, haveria uma prorrogação de 15 minutos, dividida em dois tempos de sete minutos e meio. Se o empate persistisse, haveria uma segunda prorrogação, nos mesmos moldes. Se mesmo assim não houvesse um vencedor, haveria um jogo extra. Se esse jogo também terminasse empatado, no tempo normal e nas prorrogações, o vencedor sairia por meio de sorteio.


Nos anos 1930, todas as equipes atuavam no ofensivo sistema “clássico” ou “pirâmide”, o 2-3-5.

● Eram 79.867 expectadores no estádio Centenário, em Montevidéu. Foi o maior público da Copa do Mundo de 1930.

O Uruguai era amplo favorito. Além de jogar em casa, tinha uma equipe experiente, que já havia conquistado as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928.

Mas a Iugoslávia começou jogando melhor. Com apenas quatro minutos jogados, Đorđe Vujadinović já havia aberto o placar para os europeus.

Aos 9 minutos, outro gol marcado pelos visitantes. Seria o 2 a 0, mas o gol foi anulado pelo árbitro brasileiro Gilberto de Almeida Rêgo.

A partir dali, os uruguaios tomaram as rédeas da partida, exploraram muito bem as jogadas pelas pontas e foram emplacando gols.

Pedro Cea marcou aos 18′. Peregrino Anselmo fez dois, um aos 20′ e outro aos 31′. Os iugoslavos reclamaram que Anselmo estava impedido ao anotar o terceiro gol da “celeste“.

No segundo tempo, Santos Iriarte marcou o quarto aos 16. Nova reclamação dos adversários, afirmando que a bola havia passado totalmente a linha de fundo antes do cruzamento que resultou no gol. O árbitro brasileiro se justificaria depois, dizendo que teve sua visão obstruída por um policial uruguaio, que estava postado sobre a linha.

Pedro Cea completou o seu “hat trick” com gols aos 22′ e aos 27′.

Com um placar maiúsculo de 6 a 1, o Uruguai estava na final da primeira Copa do Mundo e enfrentaria a arquirrival Argentina, no jogo mais aguardado da competição. No dia anterior, os “albicelestes” tinham goleado os Estados Unidos também por 6 a 1.


O ponta esquerda uruguaio Santos Iriarte disputa uma bola com o goleiro iugoslavo Milovan Jakšić. (Imagem: FIFA)

● A tabela original da Copa não previa a disputa do terceiro lugar, mas o Comitê Organizador sugeriu a ideia.

Porém, ainda irritados, os iugoslavos se recusaram a enfrentar os Estados Unidos, por protesto contra a atuação do árbitro brasileiro, que eles consideraram “excessivamente parcial”.

Assim, como não houve decisão do 3º lugar, a Iugoslávia dividiu essa colocação na classificação com os Estados Unidos. Na verdade, os dois países que caíram nas semifinais ficaram rigorosamente empatados em tudo, exceto que a Iugoslávia sofreu um gol a mais no geral.

Em muitas publicações esportivas, os americanos aparecem sozinhos em terceiro lugar, com base no critério não oficial de saldo de gols.

Algumas fontes, como um boletim da FIFA de 1984, afirmam que houve, sim, uma partida pelo 3º lugar, vencida por 3 x 1 pela Iugoslávia. Essa informação nunca foi oficialmente confirmada.


Terceiro gol de Pedro Cea na partida. (Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

URUGUAI 6 X 1 IUGOSLÁVIA

 

Data: 27/07/1930

Horário: 14h45 locais

Estádio: Centenário

Público: 79.867

Cidade: Montevidéu (Uruguai)

Árbitro: Gilberto de Almeida Rego (Brasil)

 

URUGUAI (2-3-5):

IUGOSLÁVIA (2-3-5):

Enrique Ballesteros (G)

Milovan Jakšić (G)

Ernesto Mascheroni

Milutin Ivković (C)

José Nasazzi (C)

Dragan Mihajlović

José Leandro Andrade

Milorad Arsenijević

Lorenzo Fernández

Ljubiša Stefanović

Álvaro Gestido

Momčilo Đokić

Pablo Dorado

Aleksandar Tirnanić

Héctor Scarone

Blagoje Marjanović

Peregrino Anselmo

Ivan Bek

Pedro Cea

Đorđe Vujadinović

Santos Iriarte

Branislav Sekulić

 

Técnico: Alberto Suppici

Técnico: Boško Simonović

 

SUPLENTES:

 

 

Miguel Capuccini (G)

Milan Stojanović (G)

Domingo Tejera

Dušan Marković

Emilio Recoba

Dragomir Tošić

Carlos Riolfo

Teofilo Spasojević

Ángel Melogno

Branislav Hrnjiček

Conduelo Píriz

Dragutin Najdanović

Zoilo Saldombide

 

Juan Carlos Calvo

 

Santos Urdinarán

 

Pedro Petrone

 

Héctor “Manco” Castro

 

 

GOLS:

4′ Đorđe Vujadinović (IUG)

18′ Pedro Cea (URU)

20′ Peregrino Anselmo (URU)

31′ Peregrino Anselmo (URU)

61′ Santos Iriarte (URU)

67′ Pedro Cea (URU)

72′ Pedro Cea (URU)

Imagens diversas da partida:

… 26/07/1966 – Inglaterra 2 x 1 Portugal

Três pontos sobre…
… 26/07/1966 – Inglaterra 2 x 1 Portugal


Cumprimentos iniciais entre os capitães Mário Coluna e Bobby Moore. (Imagem: Pinterest)

● A partida semifinal entre Inglaterra e Portugal estava, a princípio, marcado para acontecer no Goodison Park, em Liverpool. Mas o secretário geral da FIFA, Helmut Casser, informou que o jogo ocorreria no estádio de Wembley, em Londres, porque o comitê organizador “decidiu que a partida mais atraente se realizaria no lugar onde o maior número de expectadores poderia assistir”. Esse fato, evidentemente, provocou protestos, pois jogar em Wembley sempre foi uma vantagem natural para a seleção inglesa, por ser seu estádio principal. Eram 94.493 pessoas que queriam ver um futebol limpo, diferentemente da partida anterior.

Nenhuma das duas equipes tinha história em Mundiais. Era um teste do melhor ataque contra a melhor defesa da competição.

Na primeira fase, a Inglaterra foi líder do Grupo 1 com cinco pontos. Empatou sem gols com o Uruguai e venceu México e França, ambos por 2 a 0. Nas quartas de final, um embate duríssimo contra os argentinos e vitória por 1 a 0. Agora, já tinha alcançado o seu melhor desempenho na história das Copas do Mundo. Contra a estreante seleção de Portugal, tentava uma inédita vaga na final.

Por sua vez, Portugal ganhou todos os jogos do grupo 3. Venceu a Hungria por 3 a 1, a Bulgária por 3 a 0 e o Brasil por 3 a 1. [A Seleção Brasileira, então bicampeã do mundo, caiu na primeira fase, após vencer a Bulgária e perder para Hungria e Portugal.] Nas quartas de final, um épico: após 25 minutos de jogo, os portugueses perdiam para a surpreendente Coreia do Norte por 3 a 0. Mas com quatro gols de Eusébio e um de José Augusto, a seleção lusa virou o jogo para um emocionante 5 a 3.

Portugal tinha uma ótima equipe do meio para frente. Treinado pelo brasileiro Otto Glória, o time era baseado no campeoníssimo Benfica. Todos os jogadores da linha de frente vestiam a gloriosa camisa encarnada: José Augusto, Coluna, Eusébio, Torres e Simões. O “calcanhar de Aquiles” era o fraco sistema defensivo. Na semifinal contra os donos da casa, tinha dois sérios desfalques: os dois violentos zagueiros, Vicente e Morais.


O técnico Alf Ramsey até tentou utilizar o sistema 4-3-3, mas, com a lesão de Jimmy Greaves e as más partidas dos pontas na primeira fase, acabou optando pelo 4-4-2. Os grandes destaques eram os meias Martin Peters pela esquerda e o caçula Alan Ball na direita. Eles faziam um bom balanço defensivo e atacavam quando tinham a bola. Foi uma sacada genial de Ramsey, que antecipou uma tendência ao que se vê em muitas equipes em pleno século XXI.


Portugal atuava no 4-2-4. Liderado por Eusébio, o ataque tinha muita força e mobilidade. O capitão Coluna era mesmo a coluna vertebral do time, aparecendo em todos os espaços.

● O “English Team” dominou as ações no início. Teve a primeira chance com Bobby Charlton, já dando a primeira amostra do que viria depois. Banks chutou para frente, Hunt desviou e Hurst tocou para trás para Charlton. O carequinha, camisa 9, chutou da entrada da área, no meio do gol, para a defesa do péssimo goleiro português José Pereira.

A Inglaterra sabia que precisaria tomar cuidado com Eusébio, e o técnico Alf Ramsey escalou o “buldogue” Nobby Stiles grudado nele. O craque português levou perigo, quando cruzou fechado demais e a bola passou rente ao travessão.

O equilíbrio permanecia. Na metade do primeiro tempo, Ray Wilson tocou para Bobby Charlton, que lançou de primeira para o ótimo Alan Ball. Ele cruzou para a área e José Pereira espalmou para a marca do pênalti. O zagueirão Jack Charlton dividiu com Jaime Graça e a bola sobrou para Hurst na direita. Ele chutou bem, mas Zé Pereira fez a defesa.

Portugal, que tinha impressionado nos primeiros jogos, não está mostrando o mesmo futebol. As chances criadas foram raras.

Aos 25′, Eusébio finalmente conseguiu finalizar com perigo. José Pereira chutou para a frente e Eusébio ganhou de cabeça de Nobby Stiles. Simões ficou com a sobra e devolveu para Eusébio, que arriscou com muito perigo da entrada da área. Banks tocou na bola e a desviou para escanteio.

Aos 30 minutos do primeiro tempo, Coluna faz uma inversão errada e os “Three Lions” recuperam a posse de bola. Lançamento longo de Ray Wilson para Roger Hunt dentro da área. Ele deu um drible da vaca em Batista, mas o goleiro José Pereira saiu em seus pés e tirou a bola. Caprichosamente, ela caiu no ótimo pé direito de Bobby Charlton, que emendou de primeira, da entrada da área. Inglaterra 1 a 0. Delírio em Wembley.

Depois de virar um jogo em que perdia por 3 a 0 para a Coreia do Norte, Portugal não iria desistir. Logo depois do gol, Jaime Graça virou o jogo, o gigante Torres desviou de cabeça para Simões. O ponta esquerda cruza, a defesa rebate e a bola sobra para Eusébio emendar um lindo voleio. Banks buscou a bola no cantinho direito e salvou o gol certo.

No segundo tempo, a Inglaterra voltou pressionando. O “English Team” abandonou o futebol cauteloso das partidas anteriores e jogou com mais liberdade, dominando as ações.

Logo no início, Ball tocou de cabeça e Hurst tocou para Bobby Charlton. Ele chutou da intermediária e a bola carimbou o travessão português.


Bobby Charlton foi o craque inglês por quatro Copas do Mundo. (Imagem: Pinterest)

Mas o placar só se alteraria aos 35 minutos da etapa final. George Cohen lança para Hurst na direita em profundidade. Ele avançou até a linha de fundo, ganhou no corpo de José Carlos e rolou para trás, para um desmarcado Bobby Charlton, que disparou de primeira, no canto direito do goleiro português. O desentrosamento na defesa da seleção das “Quinas” e as falhas na marcação permitiram que o craque inglês jogasse totalmente livre. Foi a melhor partida da carreira de Bobby Charlton. No fim do ano de 1966, o “todo-campista” seria eleito Bola de Ouro da Europa, pela revista France Football.

Só então a Inglaterra recuou e Portugal tentou uma reação. Aos 37′, Eusébio tocou para Simões, que cruzou. Torres ganhou no alto de Banks, mas o “Girafa” Jack Charlton meteu a mão na bola para evitar o gol. Eusébio cobrou o pênalti rasteiro no canto direito, enquanto Banks caiu para o lado esquerdo. 2 a 1, Inglaterra.

Esse gol quebrou a invencibilidade do goleiro Gordon Banks. Ele passou incólume nos quatro primeiros jogos da Copa e chegou a completar 442 minutos invicto, superando o recorde anterior, pertencente ao brasileiro Gylmar, em 1958. Banks transmitia tanta segurança para o time e para os torcedores que ganhou o apelido de “Banks of England“, em referência ao Banco da Inglaterra.

A pressão portuguesa faz a torcida prender a respiração em Wembley. Dois minutos depois do gol luso, o pequeno gigante Nobby Stiles salvou um gol certo nos pés de Simões. No último minuto, o capitão Coluna teve a chance de marcar, mas o grande Gordon Banks fez um milagre e evitou o gol de empate.

Finalmente a Inglaterra mostrou toda sua qualidade. A pátria mãe do futebol chegava na final de uma Copa do Mundo pela primeira (e única) vez.


Eusébio marca seu oitavo gol no Mundial e tira a invencibilidade de Gordon Banks. (Imagem: Pinterest)

● Na decisão (que falaremos em outra oportunidade), mesmo jogando melhor que a Alemanha Ocidental, só foi vencer por 4 a 2 na prorrogação, com um gol polêmico de Geoff Hurst. Enfim, a pátria mãe do futebol era coroada como campeã do mundo.

Não se pode dizer que o “English Team” de 1966 era maravilhoso. Mas venceu utilizando suas melhores armas, em um momento de transição entre a “era romântica” e o “futebol força”. Mas nunca se pode subestimar uma equipe com Gordon Banks (um dos melhores goleiros da história), Bobby Moore (um dos melhores, senão o melhor, zagueiro que o futebol já viu) e Bobby Charlton, o melhor e mais carismático de todos os ingleses, detentor de todos os recordes possíveis por décadas.


Eusébio chora a eliminação da ótima seleção de Portugal. (Imagem: Pinterest)

FICHA TÉCNICA:

 

INGLATERRA 2 x 1 PORTUGAL

 

Data: 26/07/1966

Horário: 19h30 locais

Estádio: Wembley

Público: 94.493

Cidade: Londres (Inglaterra)

Árbitro: Pierre Schwinte (França)

 

INGLATERRA (4-4-2):

PORTUGAL (4-2-4):

1  Gordon Banks (G)

3  José Pereira (G)

2  George Cohen

22 Alberto Festa

5  Jack Charlton

20 Alexandre Baptista

6  Bobby Moore (C)

21 José Carlos

3  Ray Wilson

9  Hilário

4  Nobby Stiles

16 Jaime Graça

9  Bobby Charlton

10 Mário Coluna (C)

7  Alan Ball

12 José Augusto

10 Geoff Hurst

13 Eusébio

21 Roger Hunt

18 José Torres

16 Martin Peters

11 António Simões

 

Técnico: Alf Ramsey

Técnico: Otto Glória

 

SUPLENTES:

 

 

12 Ron Springett (G)

1  Américo (G)

13 Peter Bonetti (G)

2  Joaquim Carvalho (G)

14 Jimmy Armfield

17 João Morais

18 Norman Hunter

4  Vicente

15 Gerry Byrne

5  Germano

17 Ron Flowers

14 Fernando Cruz

20 Ian Callaghan

19 Custódio Pinto

22 George Eastham

6  Fernando Peres

19 Terry Paine

7  Ernesto Figueiredo

11 John Connelly

8  João Lourenço

8  Jimmy Greaves

15 Manuel Duarte

 

GOLS:

30′ Bobby Charlton (ING)

80′ Bobby Charlton (ING)

82′ Eusébio (POR) (pen)

Gols da partida:

Compacto da partida, com os melhores momentos: