Três pontos sobre…
… 12/07/2014 – Brasil 0 x 3 Holanda
(Imagem: Zimbio)
● A decisão do 3º e 4º lugar é uma partida em que ninguém quer disputar. Embora faça parte do calendário, você tem que perder para jogá-la. Mas, já que tem que ser jogada, é importante reerguer a cabeça e vencê-la. E foi isso que os holandeses fizeram muito bem em 2014.
A Holanda chegou bastante contestada para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Tinha caído na primeira fase da Eurocopa de 2012 e o técnico Louis van Gaal assumiu a Oranje logo depois. Na parte final da preparação para o Mundial, o treinador passou a testar uma variação do sistema 5-3-2, quase um 5-4-1. Uma heresia, se comparado ao tradicional e enraizado 4-3-3 holandês. Mas, na prática, além de fortalecer o sistema defensivo, o esquema passou a distribuir melhor os jogadores dentro de campo, de forma que ocupassem o máximo de espaços possíveis.
Na Copa, deu certo. Estreou enfiando uma goleada acachapante por 5 x 1 de virada na Espanha, que havia lhe tirado o título na final quatro anos antes. Depois, teve trabalho para bater a Austrália por 3 x 2, mas venceu o Chile por 2 x 0 e garantiu o primeiro lugar do Grupo B. Nas oitavas de final, vitória controversa sobre o México por 2 x 1, com um gol de pênalti (inexistente) nos últimos minutos. Nas quartas de final, parou no paredão da Costa Rica e venceu nos pênaltis. Nas semifinais, após novo empate sem gols, perdeu nas penalidades para a Argentina.
Agora queria sair do torneio em alta, enfrentando a Seleção Brasileira, de terra arrasada quatro dias antes pela goleada histórica sofrida diante da Alemanha, o famoso “7 a 1”.
O Brasil atuou no sistema 4-2-3-1. O técnico Luiz Felipe Scolari fez várias alterações em relação à equipe que perdeu para a Alemanha. Thiago Silva voltou de suspensão no lugar de Dante; Maxwell ocupou a lateral esquerda ao invés de Marcelo; Paulinho jogou no lugar de Fernandinho, no meio; Ramires e Willian ocuparam as pontas, que antes tinham Bernard e Hulk; no ataque, Fred foi sacado para a entrada de Jô.
Wesley Sneijder se lesionou no aquecimento e Van Gaal foi obrigado a escalar Jordy Clasie. O sistema tático continuou o mesmo, o 5-3-2, com liberdade total a Robben e Van Persie.
● A Holanda começou o jogo com mais ímpeto. Logo no primeiro minuto, Van Persie ganha de Thiago Silva em disputa pelo alto e toca para a ultrapassagem em velocidade de Arjen Robben. Thiago Silva segura o holandês e impede o gol. Equivocadamente, o árbitro Djamel Haimoudi marcou pênalti. A falta foi fora da área e passível de expulsão, mas ele aplicou apenas o cartão amarelo. O juiz argelino errou duas vezes no mesmo lance.
Robin van Persie cobrou forte, no ângulo esquerdo do goleiro Júlio César, que até foi na bola, mas não conseguiu pegar. Cobrança perfeita do capitão holandês para abrir o placar.
O segundo gol holandês saiu aos 17′. Robben avança e abre na ponta direita com De Guzmán, que cruza alta de primeira. David Luiz afasta mal, para o meio da área. Daley Blind domina de pé esquerdo e finaliza da pé direito no alto. Júlio César, desesperado, saltou tentando fechar o ângulo, enquanto tinham três defensores dentro do gol. Esse lance reflete o mesmo desespero de quatro dias antes, no vexame diante dos alemães. O detalhe é que no nomento do passe de Robben, De Guzmán estava ligeiramente impedido, mas a arbitragem viu o lance como legal. Era um lance morto, mas David Luiz deu o gol ao holandês.
Oscar avançou pelo meio, passou por dois marcadores e chutou fraco e rasteiro, para uma defesa tranquila do goleiro Jasper Cillessen.
Oscar cobra falta do lado direito, mas David Luiz cabeceia mal.
Robben encontra De Guzmán na entrada da área, mas ele chuta por cima, sem perigo.
Oscar cobra nova falta da direita, mas a bola passa por todo mundo e sai pela linha de fundo. Talvez a melhor oportunidade brasileira no jogo. Faltou um mísero toque na bola, que passou por Luiz Gustavo, Paulinho e David Luiz, sem que ninguém tocasse.
Van Persie chuta de fora da área. A bola quica e Júlio César a agarra.
(Imagem: The Telegraph)
● No segundo tempo, Robben chuta da esquerda, mas é travado por Thiago Silva. A bola sobe e quase é aproveitada por Wijnaldum antes de sair.
Oscar deixa com Ramires na entrada da área, que abre e bate cruzado para fora.
David Luiz bateu falta de longe, mas Cillessen defendeu em dois tempos.
Nos acréscimos, Robben abre na direita com Janmaat, que cruza rasteiro de primeira para a pequena área. Wijnaldum completa no cantinho esquerdo do goleiro Júlio César. Virou goleada! 3 a 0!
E ainda quase deu tempo de sair o quarto! Robben é lançado na esquerda, passa por David Luiz e cruza, mas Fernandinho evita o gol com o bico da chuteira, tirando as chances de Van Persie e Janmaat.
(Imagem: The New York Times)
● No apito final, vaias incessantes dos 68.034 presentes no Estádio Nacional Mané Garrincha. O sonho de disputar uma Copa do Mundo em casa, acabou sendo um grande pesadelo para a Seleção Brasileira.
O terceiro lugar na Copa era mais do que esperavam os holandeses no início do torneio. Mas aquele time tinha potencial para mais. Talvez tivesse feito uma partida melhor do que fez a Argentina na final contra os alemães. Arjen Robben estava “voando” durante a competição e mereceu ter sido eleito o “Bola de Ouro da Copa”, mas a honraria ficou (injustamente) com Lionel Messi.
A entrada em campo do goleiro Michel Vorm, nos acréscimos, entrou para a história. Essa Holanda é a primeira a ter utilizado todos os 23 jogadores em uma Copa do Mundo. Antes de 2002, eram 22 atletas na delegação. A França de 1978 e a Grécia de 1994 já haviam usado seus 22 convocados. Mas colocar 23 jogadores diferentes em campo em uma Copa do Mundo é um novo recorde.
(Imagem: Zimbio)
● FICHA TÉCNICA: |
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BRASIL 0 x 3 HOLANDA |
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Data: 12/07/2014 Horário: 17h00 locais Estádio: Nacional Mané Garrincha Público: 68.034 Cidade: Brasília (Brasil) Árbitro: Djamel Haimoudi (Argélia) |
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BRASIL (4-2-3-1): |
HOLANDA (5-3-2): |
12 Júlio César (G) |
1 Jasper Cillessen (G) |
23 Maicon |
15 Dirk Kuyt |
3 Thiago Silva (C) |
2 Ron Vlaar |
4 David Luiz |
3 Stefan de Vrij |
14 Maxwell |
4 Bruno Martins Indi |
17 Luiz Gustavo |
5 Daley Blind |
8 Paulinho |
16 Jordy Clasie |
16 Ramires |
8 Jonathan de Guzmán |
11 Oscar |
20 Georginio Wijnaldum |
19 Willian |
11 Arjen Robben |
21 Jô |
9 Robin van Persie (C) |
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Técnico: Luiz Felipe Scolari |
Técnico: Louis van Gaal |
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SUPLENTES: |
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1 Jefferson (G) |
23 Tim Krul (G) |
22 Victor (G) |
22 Michel Vorm (G) |
2 Daniel Alves |
12 Paul Verhaegh |
15 Henrique |
13 Joël Veltman |
13 Dante |
14 Terence Kongolo |
6 Marcelo |
7 Daryl Janmaat |
5 Fernandinho |
6 Nigel de Jong |
18 Hernanes |
18 Leroy Fer |
7 Hulk |
10 Wesley Sneijder |
20 Bernard |
17 Jeremain Lens |
10 Neymar Jr |
21 Memphis Depay |
9 Fred |
19 Klaas-Jan Huntelaar |
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GOLS: |
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3′ Robin van Persie (HOL) (pen) |
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17′ Daley Blind (HOL) |
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90+1′ Georginio Wijnaldum (HOL) |
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CARTÕES AMARELOS: |
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2′ Thiago Silva (BRA) |
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9′ Arjen Robben (HOL) |
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36′ Jonathan de Guzmán (HOL) |
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54′ Fernandinho (BRA) |
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68′ Oscar (BRA) |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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INTERVALO Luiz Gustavo (BRA) ↓ |
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Fernandinho (BRA) ↑ |
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57′ Paulinho (BRA) ↓ |
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Hernanes (BRA) ↑ |
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73′ Ramires (BRA) ↓ |
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Hulk (BRA) ↑ |
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70′ Daley Blind (HOL) ↓ |
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Daryl Janmaat (HOL) ↑ |
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90′ Jordy Clasie (HOL) ↓ |
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Joël Veltman (HOL) ↑ |
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90+3′ Jasper Cillessen (HOL) ↓ |
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Michel Vorm (HOL) ↑ |
Melhores momentos da partida: