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… 18/06/1986 – Espanha 5 x 1 Dinamarca

Três pontos sobre…
… 18/06/1986 – Espanha 5 x 1 Dinamarca


(Imagem: FourFourTwo)

● A “Dinamáquina” era a favorita de todos os expectadores e uma das grandes favoritas ao título. E sua força de confirmava, a cada vitória no “grupo da morte”: 1 x 0 sobre a Escócia treinada pelo ainda jovem Alex Ferguson, 6 x 1 sobre o Uruguai de Enzo Francescoli e 2 x 0 na Alemanha Ocidental, vice-campeã da Copa anterior. Foi a dona da melhor campanha da primeira fase.

A Espanha chegou no Mundial invicta desde abril de 1985. Perdeu para o Brasil por 1 x 0 na estreia. Na segunda partida, venceu a Irlanda do Norte por 2 x 1. Bateu a Argélia por 3 x 0 na terceira rodada. Se classificou em segundo lugar do Grupo D.

Essas duas seleções haviam se enfrentado dois anos antes, na semifinal da Eurocopa de 1984. Na época, a Dinamarca já encantava. Mas a Espanha venceu nos pênaltis (5 x 4) após empate por 1 x 1. Mas agora havia um diferencial que não deixaria a partida ficar empatada: “El Buitre”.

Jogando em casa, a Espanha não fez uma boa Copa em 1982. Mas, quatro anos depois, renovou grande parte do elenco, chegando no México com um time mais jovem e forte. O técnico Miguel Muñoz, multicampeão com o Real Madrid nas décadas de 1960 e 1970, renovou grande parte do elenco que não fez uma boa Copa em 1982, mesmo jogando em casa. Mas com um time mais jovem e forte, foi vice-campeã da Eurocopa de 1984 e chegou bem mais cotada para o Mundial de 1986. No gol, começava a se firmar o jovem Andoni Zubizarreta. Os laterais Tomás e José Antonio Camacho não costumavam apioar, mas eram firmes na marcação. No miolo da zaga, Ricardo Gallego substituiu Antonio Maceda – lesionado e fora da competição. Seu parceiro era o violento Andoni Goikoetxea, o “Açougueiro de Bilbao”, famoso por quebrar Diego Maradona e Bernd Schuster. No meio, Victor era o marcador e Ramón Calderé o organizador. Julio Alberto fechada o lado esquerdo da segunda linha e o meia direita Míchel era o criador, além de chutar bem de longa distância. A dupla de ataque era formada pelo basco Julio Salinas, caindo mais pelo lado direito, e por Emilio Butragueño – “El Buitre” (“O Abutre”).

Butragueño tinha apenas 22 anos, mas já era adorado pela torcida do Real Madrid, liderando a famosa “Quinta del Buitre”, uma geração de jogadores formados na base merengue (Butragueño, Manolo Sanchís, Míchel, Martín Vázquez e Miguel Pardeza) que conquistou vários títulos na metade dos anos 1980. Ele se tornaria mundialmente conhecido a partir daquele 18 de junho de 1986.


Miguel Muñoz escalou a Espanha em uma formação 4-4-2, quase com duas linhas de quatro. No ataque, contava com o faro de gol de Julio Salinas e Butragueño. Na defesa, destaque para o jovem goleiro Zubizarreta e para o capitão Camacho.


Sepp Piontek escalou a Dinamarca no futurista sistema 3-5-2. Søren Busk e Ivan Nielsen eram os dois defensores centrais e Morten Olsen era o líbero. Jens Jørn Bertelsen fazia o balanço defensivo, voltando para jogar entre os zagueiros se necessário. Søren Lerby e Klaus Berggreen eram meias que marcavam e criavam. Os alas Henrik Andersen e Jesper Olsen eram meias de origem e tinham como maior característica a velocidade com a bola. Michael Laudrup e Elkjær era uma dupla de ataque de muita movimentação.
O bom ala Frank Arnesen foi uma ausência muito sentida contra a Espanha. Ele havia sido expulso na partida anterior, a vitória sobre a Alemanha Ocidental por 2 x 0, em um desentendimento com Lothar Matthäus.

● Logicamente, a Dinamarca entrou em campo como favorita. A Espanha começou a partida conseguindo impedir a criação das jogadas dinamarquesas. Com uma forte marcação individual, pressionava e não dava tempo para que os nórdicos carregassem a bola ou criassem espaços. Mas logo a pressão se afrouxaria e as trocas de passes da “Dinamáquina” começaram a aparecer.

Aos 33 minutos, Gallego derrubou Søren Lerby na grande área. Jesper Olsen cobrou de esquerda com categoria. A bola foi no canto direito, deslocando Zubizarreta, que caiu para o esquerdo.

A Dinamarca teve domínio absoluto do jogo nos minutos seguintes e a goleada parecia ser apenas questão de tempo. Mas esse domínio durou apenas dez minutos.

Pouco antes do intervalo, Lars Høgh bateu o tiro de meta curto para Jesper Olsen, que driblou Julio Salinas e fez um passe sem olhar para o meio da grande área, na tentativa de recuar para seu goleiro. Butragueño chegou antes e empatou o jogo. O empate foi um presente do céu para a Fúria.

Os dinamarqueses voltaram nervosos para o segundo tempo e não conseguiram criar. E a Espanha sabia jogar e foi construindo o placar.


(Imagem: Mais Futebol)

O “abutre” foi mortal ao demonstrar bom senso de posicionamento. Aos 11′, após cobrança de escanteio, o capitão Camacho desviou de cabeça e Butragueño testou para o fundo do gol.

Aos 23, Bertelsen fez pênalti em Butragueño. Goikoetxea bateu forte, com raiva, no canto esquerdo de Høgh.

No minuto 35′, Míchel abriu na direita para Eloy cruzar na medida para Butragueño finalizar no contrapé do goleiro.

Os dinamarqueses se entregaram e, a dois minutos do fim, Morten Olsen cometeu pênalti em Butragueño. O atacante merengue não havia feito nenhum gol até então. Depois de ter anotado a tripleta, já estava de olho na artilharia da Copa. E cobrou a penalidade no canto direito, deslocando o goleiro. “El Buitre” completou o “poker” (quatro gols em uma só partida), destruindo completamente os prognósticos favoráveis aos dinamarqueses.

Era o fim do sonho dos nórdicos. Butragueño havia emperrado as engrenagens da “Dinamáquina”.


(Imagem: Mais Futebol)

● Desnorteados, os nórdicos tentaram arranjar explicações para a goleada sofrida: “Butragueño só apareceu quando demos espaço a ele”, disse o meia Frank Arnesen. “El Buitre” foi tímido: “Nunca pensei em ser estrela. Aqui no México, há muitos jogadores melhores do que eu”.

A revista Placar da época já adiantava sobre o que poderia acontecer aos dinamarqueses: “Muito badalada, está cotada como uma das favoritas, mas pode decepcionar”.

Com certeza o problema dos nórdicos não foi falta de experiência, já que os atletas atuavam em grandes clubes europeus (apenas o goleiro Høgh jogava no país). Não foi a juventude, já que a média de idade era de 28 anos (a dos espanhóis era 26). Talvez o clima quente mexicano tenha prejudicado a velocidade e intensa troca de posições dos “vikings”. Talvez o que tenha impedido a Dinamarca de ir mais longe seja o sentimento de “missão cumprida” ao fazer mais do que já tinha feito em quase cem anos de futebol no país. Talvez tenha faltado ambição e tenha sobrado autoconfiança. Foi apenas o dia de “El Buitre”.

O pênalti convertido por Butragueño foi o 100º assinalado na história das Copas. Desses, 82 haviam sido aproveitados e 18 desperdiçados.

Ninguém marcava quatro gols em uma partida de Copa do Mundo desde Eusébio, na virada inesquecível de Portugal sobre a Coreia do Norte por 5 x 3, nas quartas de final em 1966. Curiosamente, Butragueño havia completado três anos um dia antes desse jogo.

Antes de Butragueño e Eusébio, apenas outros quatro jogadores marcaram quatro gols em um único jogo, em toda a história das Copas: o polonês Ernest Wilimowski (contra o Brasil, em 1938), o brasileiro Ademir de Menezes (contra a Suécia, em 1950), o húngaro Sándor Kocsis (contra a Alemanha Ocidental em 1954) e o francês Just Fontaine (contra a Alemanha Ocidental em 1958). Depois deles, apenas Oleg Salenko alcançou a marca, com cinco gols marcados sobre Camarões em 1994.

Após vencer os dinamarqueses, os espanhóis comemoraram em seu hotel até a madrugada. Certamente isso foi ainda mais doloroso para os dinamarqueses, que estavam hospedados bem no mesmo hotel. Mas o mundo dá voltas e a Espanha foi eliminada pela Bélgica nos pênaltis (5 x 4) após empate por 1 x 1 no tempo normal. Curiosamente, ambas as delegações também estavam no mesmo hotel e agora foi a vez dos espanhóis ouvirem até tarde a festa dos belgas.


(Imagem: Planet World Cup)

FICHA TÉCNICA:

 

ESPANHA 5 x 1 DINAMARCA

 

Data: 18/06/1986

Horário: 16h00 locais

Estádio: La Corregidora

Público: 38.500

Cidade: Querétaro (México)

Árbitro: Jan Keizer (Holanda)

 

ESPANHA (4-4-2):

DINAMARCA (3-5-2):

1  Andoni Zubizarreta (G)

22 Lars Høgh (G)

2  Tomás

3  Søren Busk

14 Ricardo Gallego

4  Morten Olsen (C)

8  Andoni Goikoetxea

5  Ivan Nielsen

3  José Antonio Camacho (C)

21 Henrik Andersen

5  Víctor Muñoz

9  Klaus Berggreen

18 Ramón María Calderé

12 Jens Jørn Bertelsen

21 Míchel

6  Søren Lerby

11 Julio Alberto

8  Jesper Olsen

19 Julio Salinas

11 Michael Laudrup

9  Emilio Butragueño

10 Preben Elkjær Larsen

 

Técnico: Miguel Muñoz

Técnico: Sepp Piontek

 

SUPLENTES:

 

 

13 Javier Urruticoechea (G)

1  Troels Rasmussen (G)

22 Juan Carlos Ablanedo (G)

16 Ole Qvist (G)

15 Chendo

2  John Sivebæk

6  Rafael Gordillo

17 Kent Nielsen

7  Juan Antonio Señor

7  Jan Mølby

4  Antonio Maceda

13 Per Frimann

17 Francisco

20 Jan Bartram

12 Quique Setién

15 Frank Arnesen

10 Francisco José Carrasco

14 Allan Simonsen

16 Hipólito Rincón

18 Flemming Christensen

20 Eloy

19 John Eriksen

 

GOLS:

33′ Jesper Olsen (DIN) (pen)

43′ Emilio Butragueño (ESP)

56′ Emilio Butragueño (ESP)

68′ Andoni Goikoetxea (ESP) (pen)

80′ Emilio Butragueño (ESP)

88′ Emilio Butragueño (ESP) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

26′ Henrik Andersen (DIN)

27′ Andoni Goikoetxea (ESP)

32′ José Antonio Camacho (ESP)

60′ Míchel (ESP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Julio Salinas (ESP) ↓

Eloy (ESP) ↑

 

60′ Henrik Andersen (DIN) ↓

John Eriksen (DIN) ↑

 

71′ Jesper Olsen (DIN) ↓

Jan Mølby (DIN) ↑

 

83′ Míchel (ESP) ↓

Francisco (ESP) ↑

Gols da partida:

… 13/06/1986 – Dinamarca 2 x 0 Alemanha Ocidental

Três pontos sobre…
… 13/06/1986 – Dinamarca 2 x 0 Alemanha Ocidental


(Imagem: DPA / Corbis / Impromptuinc)

● A imprensa esportiva da época já avisava: a “Dinamite Dinamarca” poderia explodir na Copa do Mundo de 1986. Durante o torneio, acabaria se tornando a “Dinamáquina”: a máquina de toques envolventes, aproximação, jogo rápido e marcação sob pressão, capaz de massacrar até os mais tradicionais adversários.

Historicamente, o país era um grande exportador de “pé de obra” para os maiores centros do futebol europeu. Um dos incentivos para isso era o amadorismo que perdurou no país até 1985. Mas muita coisa mudou com o advento do profissionalismo e a contratação do técnico alemão Sepp Piontek na virada da década. O treinador precisou fazer um trabalho diferente para a época, garimpando jogadores de todos os cantos do continente, o que não era usual para a época. Eles se reuniam 48 horas antes dos jogos e mal tinham tempo para treinar. Mesmo assim, deu certo. O resultado foi imediato, com o 3º lugar na Eurocopa de 1984 e a classificação para o Mundial de 1986 – foi líder do Grupo 6 das eliminatórias europeias, apenas um ponto na frente da União Soviética.

O atacante Preben Elkjær Larsen, fumante inveterado, campeão italiano com o Verona na temporada 1984/85, foi o maior artilheiro das eliminatórias em todos os continentes, com oito gols. Michael Laudrup, já na Juventus, era considerado como uma das maiores revelações da Europa. Outro destaque era a animada, beberrona e pacífica torcida.

Era endeusada pela crítica internacional como uma das maiores forças do futebol europeu de então. Tinha um time muito entrosado. E o 3-5-2 era um sistema tático diferente, que confundia a marcação adversária (como detalhamos nesse outro texto).


Sepp Piontek escalou a Dinamarca no futurista sistema 3-5-2. John Sivebæk e Søren Busk eram os dois defensores centrais e Morten Olsen era o líbero. Jan Mølby fazia o balanço defensivo, voltando para jogar entre os zagueiros se necessário. Søren Lerby e Jesper Olsen eram meias que marcavam e criavam. Os alas Frank Arnesen e Henrik Andersen eram meias de origem e tinham como maior característica a velocidade com a bola. Michael Laudrup e Elkjær era uma dupla de ataque de muita movimentação.


O 3-5-2 já não era mais exclusividade da Dinamarca. Outras equipes utilizaram o mesmo sistema de forma mais discreta. A Alemanha jogava em um falso 4-4-2 em um misto de 3-5-2. O lateral esquerdo Matthias Herget fazia o papel de um terceiro zagueiro, a fim de liberar o outro lateral, Berthold, que apoiava um pouquinho mais pela direita, fazendo o contra-peso do meia esquerda Brehme. Matthäus era o “todo-campista” indo de área a área. Eder marcava para Rolff armar as jogadas para os atacantes Klaus Allofs e Rudi Völler.

● As duas seleções entraram em campo já classificadas. Na pior das hipóteses, os alemães se classificariam em terceiro no grupo – mas isso se o Uruguai tirasse uma diferença de seis gols de saldo contra a Escócia (a partida ocorreu simultaneamente a essa e terminou sem gols).

Apesar da postura mais defensiva, os comandados de Franz Beckenbauer começaram mais perigosos e Andreas Brehme mandou uma bola no travessão.

Mas, mesmo sem fazer força alguma, o time do técnico Sepp Piontek conseguiu traduzir sua superioridade em gols.

Aos 43 minutos do primeiro tempo, o líbero Morten Olsen arrancou e foi derrubado dentro da área por Wolfgang Rolff. O árbitro belga Alexis Ponnet assinalou o pênalti. Jesper Olsen cobrou de esquerda com enorme categoria. A bola foi no canto direito, deslocando o goleiro Harald Schumacher, que caiu para o esquerdo.

A partida foi resolvida aos 17′ da etapa complementar. Morten Olsen partiu com a bola dominada e tocou para Michael Laudrup, que lançou Frank Arnesen na direita, que cruzou rasteiro. Schumacher saiu de carrinho e não cortou. John Eriksen só tocou para dentro. Eriksen tinha entrado no intervalo no lugar de Preben Elkjær Larsen, que foi poupado do segundo tempo.

Curiosamente, essa foi a única partida do craque Allan Simonsen na história das Copas. Bola de Ouro da revista France Football como melhor jogador da Europa em 1977, o “pequeno gigante” já estava no fim de carreira, bastante prejudicado por problemas físicos. Ele entrou no lugar de Jesper Olsen na metade do segundo tempo.

Os dinamarqueses ficaram em primeiro lugar do Grupo E e enfrentaria a Espanha, segunda do Grupo D. Os alemães se deram bem por terem ficado em segundo, pois enfrentaram o Marrocos (líder do Grupo F) nas oitavas de final – teoricamente, um adversário mais fácil. O Uruguai foi terceiro da chave e pegou a Argentina (primeira do Grupo A). O resultado foi bom para todos.


Karlheinz Förster e Preben Elkjær Larsen disputam a jogada (Imagem: Team Group / Impromptuinc)

● Na primeira fase, a Alemanha Ocidental se classificou em segundo lugar no Grupo E, com três pontos: empatou com o Uruguai (1 x 1), venceu a Escócia (2 x 1) e perdeu para a Dinamarca (2 x 0). Nas oitavas, penou para passar pelo Marrocos (1 x 0). Nas quartas, passou sufoco, vencendo o México apenas nos pênaltis por 4 a 1, após um empate sem gols. Fez seu melhor jogo na semifinal, vencendo a favorita França por 2 a 0. Na decisão, buscou um improvável empate, mas sofreu o gol derradeiro de Jorge Burruchaga nos minutos finais, após mais uma jogada genial de Maradona. A Argentina venceu por 3 x 2 e conquistou seu segundo título, deixando a Alemanha com seu segundo vice-campeonato consecutivo.

Com um jeito ofensivo e alegre de jogar, a Dinamarca se tornou o segundo time favorito de todo o mundo. Era admirada por sua coragem e seu estilo como nenhuma outra seleção desde então. E os nórdicos terminaram a primeira fase como líderes do “grupo da morte”, com 100% de aproveitamento, três vitórias em três jogos. Venceram Escócia (1 x 0), Uruguai (6 x 1) e Alemanha Ocidental (2 x 0). Anotaram nove gols e sofreram apenas um, de pênalti. Enfrentaria a Espanha nas oitavas de final. E, como diria aquele velho ditado: “o futebol é uma caixinha de surpresas”. Haveria uma bastante amarga para os dinamarqueses. É o que veremos no próximo dia 18.


Rudi Völler tenta passar por Morten Olsen (Imagem: Norbert Schmidt / Impromptuinc)

FICHA TÉCNICA:

 

DINAMARCA 2 x 0 ALEMANHA OCIDENTAL

 

Data: 13/06/1986

Horário: 12h00 locais

Estádio: La Corregidora

Público: 36.000

Cidade: Querétaro (México)

Árbitro: Alexis Ponnet (Bélgica)

 

DINAMARCA (3-5-2):

ALEMANHA
OCIDENTAL (4-4-2):

22 Lars Høgh (G)

1  Harald Schumacher (G)(C)

2  John Sivebæk

14 Thomas Berthold

3  Søren Busk

4  Karlheinz Förster

4  Morten Olsen (C)

17 Ditmar Jakobs

21 Henrik Andersen

5  Matthias Herget

7  Jan Mølby

6  Norbert Eder

6  Søren Lerby

8  Lothar Matthäus

15 Frank Arnesen

3  Andreas Brehme

8  Jesper Olsen

21 Wolfgang Rolff

11 Michael Laudrup

19 Klaus Allofs

10 Preben Elkjær Larsen

9  Rudi Völler

 

Técnico: Sepp Piontek

Técnico: Franz Beckenbauer

 

SUPLENTES:

 

 

1  Troels Rasmussen (G)

12 Uli Stein (G)

16 Ole Qvist (G)

22 Eike Immel (G)

5  Ivan Nielsen

15 Klaus Augenthaler

17 Kent Nielsen

2  Hans-Peter Briegel

9  Klaus Berggreen

16 Olaf Thon

13 Per Frimann

13 Karl Allgöwer

20 Jan Bartram

10 Felix Magath

12 Jens Jørn Bertelsen

18 Uwe Rahn

14 Allan Simonsen

7  Pierre Littbarski

18 Flemming Christensen

20 Dieter Hoeneß

19 John Eriksen

11 Karl-Heinz Rummenigge

 

GOLS:

43′ Jesper Olsen (DIN) (pen)

62′ John Eriksen (DIN)

 

CARTÕES AMARELOS:

36′ Frank Arnesen (DIN)

48′ Norbert Eder (ALE)

51′ Ditmar Jakobs (ALE)

 

CARTÃO VERMELHO: 88′ Frank Arnesen (DIN)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Preben Elkjær Larsen (DIN) ↓

John Eriksen (DIN) ↑

 

INTERVALO Wolfgang Rolff (ALE) ↓

Pierre Littbarski (ALE) ↑

 

71′ Jesper Olsen (DIN) ↓

Allan Simonsen (DIN) ↑

 

71′ Karlheinz Förster (ALE) ↓

Karl-Heinz Rummenigge (ALE) ↑

Gols da partida:

Jogo completo:

… 04/06/1986 – Dinamarca 1 x 0 Escócia

Três pontos sobre…
… 04/06/1986 – Dinamarca 1 x 0 Escócia


(Imagem: David Cannon / All Sport / Getty Images)

● A Dinamarca foi uma das pioneiras na prática do futebol. Conquistou as medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de 1908 e 1912, o bronze em 1948 e novamente a prata em 1960. Em uma fase eliminatória altamente favorável (Malta, Albânia e Luxemburgo), alcançou a semifinal da Eurocopa de 1964. Mas o futebol local só começou a crescer de fato após a regulamentação do profissionalismo no país, a partir de 1978. O patrocínio da cervejaria Calsberg possibilitou a contratação do alemão Sepp Piontek como técnico da seleção nacional a partir de 1979.

A cultura do amadorismo levavam os atletas a serem naturalmente indisciplinados. Eram jogadores que gostavam e estar juntos e se divertirem. Era um conjunto de mulherengos, bêbados e fumantes inveterados. Destaque do time, Preben Elkjær Larsen chegava a consumir de 20 a 30 cigarros por dia, muitas vezes escondido do treinador no vestiário.

A primeira medida adotada pelo técnico foi o afastamento do goleiro titular, Birger Jensen. Foi quase um sacrifício simbólico, de forma a deixar claro que a partir de então, os atletas deveriam respeitar regras – e os dinamarqueses não costumavam respeitar nenhuma, por mais que elas nem fossem tão rígidas.


(Imagem: FourFourTwo)

● O principal motivo de sucesso dos dinamarqueses naquela década foi justamente a falta de expectativas. Como era a primeira boa seleção formada no país, não haviam críticos resmungando sobre as “glórias do passado”. Não existia pressão alguma. Havia mais uma certa incredulidade sobre até onde poderiam chegar. E é aí que começa a semelhança com a seleção holandesa da década de 1970.

De certa forma, foi a Dinamarca de 1986 quem chegou mais perto de emular o futebol total da Laranja Mecânica de 1974: linha de impedimento alta, marcação pressão, ocupação de espaço, movimentação constante, criatividade no passe e velocidade com a bola. E a Holanda tinha que ser mesmo a inspiração para o estilo de jogo dinamarquês: Frank Arnesen, Søren Lerby, Jesper Olsen e Jan Mølby jogaram no Ajax entre 1975 e 1982 e, consequentemente, sofreram a influência do “Carrossel” de Johan Cruijff e companhia (i)limitada.

Mas, à medida que amadurecia, a Dinamarca foi assumindo um caráter próprio. E a principal diferença entre os modelos de jogo estava no estilo. Enquanto a Holanda tinha o enfoque na trocação, com passes rápidos e constantes, a Dinamarca era um time que carregava muito bem a bola em velocidade, especialmente com Arnesen, Michael Laudrup, Elkjær e os dois Olsens (Jesper e Morten).

O 3-5-2 da “Dinamáquina” é derivado do “1-3-3-3” do “Futebol Total”. Mas foi a excepcional noção de posicionamento do experiente líbero e capitão Morten Olsen que permitiu o radicalismo tático. Para Piontek, seu time foi o primeiro na Europa a adotar o sistema 3-5-2. “O motivo foi que eu tinha ótimos jogadores de meio de campo. Eram sete ou oito. Mas eu não tinha muitos defensores bons. Naquela época, os adversários jogavam com dois ou apenas um homem no ataque, então por que eu deveria manter quatro atletas na defesa? E, se eles fossem ofensivos, acabariam tendo de correr oitenta metros para a frente e oitenta metros para trás, o que é bem cansativo. Onde se trabalha mais em uma partida de futebol? No meio de campo, que está envolvido no ataque e na defesa. Eu jogava com dois marcadores [Nielsen e Busk] muito fortes, bons pelo ar, e Morten [Olsen] era o terceiro, atrás. Às vezes, ele saía com a bola e, se fosse necessário, alguém do meio de campo recuava. Era um sistema muito bom, e a Alemanha foi campeã mundial usando esse sistema em 1990. Era econômico também. Sempre era possível mudar quem ia para o ataque. Um descansava enquanto o outro descia.”


(Imagem: FourFourTwo)

● Na Eurocopa de 1984, a Dinamarca estreou perdendo para os franceses, donos da casa, por 1 a 0. Em seguida, goleou de forma empolgante a Iugoslávia por 5 a 0 e venceu a Bélgica de virada por 3 a 2. Na semifinal, empatou com a Espanha por 1 a 1 e só perdeu nos pênaltis por 5 a 4.

Poucos acreditavam que o sucesso seria sustentável, especialmente sem Allan Simonsen. Mesmo em seu ocaso, ele era o nome mais famoso, eleito melhor jogador da Europa em 1977 e vencedor de duas Copas da UEFA pelo Borussia Mönchengladbach e de uma Recopa Europeia pelo Barcelona. Simonsen praticamente deixou de jogar em alto nível quando quebrou a perna na primeira partida da Euro 1984.

Mas o time conseguiu ficar ainda melhor. Com apenas 22 anos, o jovem Michael Laudrup já vestia a camisa da Juventus. Mas o principal destaque era Preben Elkjær Larsen, que havia liderado o surpreendente Verona campeão italiano da temporada 1984/85.

Tecnicamente brilhante, a consistência nunca foi o forte da Dinamarca, principalmente pela vulnerabilidade de sua maneira de jogar. Era um risco assumido. Era um time capaz de impor goleadas (5 a 1 na Noruega e 4 a 1 na Irlanda, pelas rodadas finais das eliminatórias para a Copa de 1986) e sofrer outras (6 a 0 para a Holanda e 4 a 0 para a Alemanha Oriental, ambas em amistosos). Na Copa, Piontek não estava disposto a mudar. “No México, devemos atacar, como sempre fizemos”, prometeu e cumpriu.


Sir Alex Ferguson, ao lado do seu auxiliar técnico Walter Smith)

● A Escócia ainda estava de luto pela perda do maior treinador da história do país até então. Jock Stein liderou o Celtic no mítico título da Taça dos Campeões Europeus (atual UEFA Champions League) de 1966/67 e ao vice-campeonato de 1969/70. Foi o primeiro time britânico a conquistar o torneio (antes de qualquer clube inglês). Já havia dirigido a seleção escocesa no Mundial de 1982, quando foi eliminado na primeira fase no critério de saldo de gols após perder para o Brasil (4 x 1), empatar com a União Soviética (2 x 2) e vencer a Nova Zelândia (5 x 2). Foi o mais próximo que a “Tartan Army” chegou de passar de fase em uma Copa do Mundo.

Em 10/09/1985, a seleção escocesa jogou contra o País de Gales na casa do adversário, valendo uma vaga na repescagem para a Copa do ano seguinte. Essa partida foi um verdadeiro “teste para cardíacos”. E o coração de Jock Stein foi reprovado nesse teste. Ele teve um infarto fulminante ainda dentro de campo e caiu morto após a partida, aos 62 anos de idade. Com melhor saldo de gols, o empate em 1 a 1 foi suficiente para a Escócia seguir à repescagem – onde eliminou a Austrália.

Depois da morte de Stein, a Escócia passou a ser treinada pelo então auxiliar técnico Alex Ferguson (que se tornaria um dos maiores gênios do banco que o futebol conheceu). Cinco meses e dois dias depois, Ferguson assumiria o comando do Manchester United, onde reinaria por 26 anos ininterruptos.

Mas aquele elenco escocês carecia de talento. Os principais destaques era o experiente trio de meio-campistas: Graeme Souness (líder e capitão), Gordon Strachan e Steve Nicol, além do atacante Steve Archibald (que atuava no Barcelona). O time sentiu muita falta de sua estrela e maior ídolo, Kenny Dalglish, que havia lesionado o joelho antes do torneio.


Sepp Piontek escalou a Dinamarca no futurista sistema 3-5-2. Søren Busk e Ivan Nielsen eram os dois defensores centrais e Morten Olsen era o líbero. Jens Jørn Bertelsen fazia o balanço defensivo, voltando para jogar entre os zagueiros se necessário. Søren Lerby e Klaus Berggreen eram meias que marcavam e criavam. Os alas Frank Arnesen e Jesper Olsen eram meias de origem e tinham como maior característica a velocidade com a bola. Michael Laudrup e Elkjær era uma dupla de ataque de muita movimentação.


A Escócia atuava no esquema tático 4-4-2 britânico clássico. Na ausência de Kenny Dalglish, Graeme Souness liderava o time.

● O sorteio foi cruel e colocou os vikings realmente à prova. O Grupo C era o “da morte”, com Alemanha Ocidental, Uruguai e Escócia. Os holofotes estavam na força dos alemães e na tradição dos uruguaios. Mas ninguém ousava duvidar do potencial dos vikings.

Sepp Piontek exigia seriedade e concentração dos seus atletas, com preleções táticas de três horas. Já no México, a preparação incluía treinos na altitude com o uso se máscaras de oxigênio, em sessões que chegavam a durar das oito horas da manhã às onze e meia da noite.

Na estreia, frente aos escoceses, a Dinamarca mostrou amplo domínio territorial durante todos os noventa minutos. Porém, faltou tranquilidade e sobrou preciosismo no momento de definir a maioria dos lances.

Michael Laudrup carregou pelo meio, passou por dois marcadores e chutou por cima.

A Escócia respondeu. Após cobrança de escanteio, Richard Gough cabeceou por cima.

Gordon Strachan percebeu a penetração de Gough pelo meio e deixou o lateral na cara do gol. Ele dribla o goleiro Troels Rasmussen, finaliza de esquerda por cima. A Dinamarca deixava brechas defensivas.

Laudrup lançou para Eljkjær na área. O camisa 10 tirou de Leighton, mas perdeu o ângulo na hora do chute, mandando a bola na rede pelo lado de fora.

Charlie Nicholas fez ótima jogada pela esquerda e rolou na meia-lua para Graeme Souness, que chutou rasteiro para fora.

Elkjær recebeu, dominou e finalizou por cima.

Laudrup deixou com Elkjær, que chutou de primeira, à esquerda de Leighton.

E uma partida fácil se tornou tensa.

O solitário gol da vitória dos nórdicos saiu apenas aos doze minutos do segundo tempo. Após uma bela troca de passes simples pelo meio do campo, Frank Arnesen deixou com Elkjær perto da área. Ele driblou um marcador, invadiu a área e finalizou antes da chegada do goleiro Jim Leighton, que saía para fechar o ângulo. A bola tocou na trave antes de tomar o caminho do gol.


(Imagem: Lance!)

● Na sequência, os escoceses perderam para a Alemanha Ocidental (2 a 1) e empataram sem gols com o Uruguai. Foram os últimos colocados do Grupo E, com apenas um ponto. Curiosamente, em oito Copas do Mundo disputadas, a Escócia nunca passou da primeira fase.

Com um jeito ofensivo e alegre de jogar, a Dinamarca se tornou o segundo time favorito de todo o mundo. Era admirada por sua coragem e seu estilo como nenhuma outra seleção desde então. E os nórdicos terminaram a primeira fase como líderes do “grupo da morte”, com 100% de aproveitamento, três vitórias em três jogos. Venceram ainda Uruguai (6 x 1) e Alemanha Ocidental (2 x 0). Anotaram nove gols e sofreram apenas um, de pênalti. Enfrentaria a Espanha nas oitavas de final no dia 18 de junho.


(Imagem: Seen Sport Images)

FICHA TÉCNICA:

 

DINAMARCA 1 x 0 ESCÓCIA

 

Data: 04/06/1986

Horário: 16h00 locais

Estádio: Neza 86

Público: 18.000

Cidade: Nezahualcóyotl (México)

Árbitro: Lajos Németh (Hungria)

 

DINAMARCA (3-5-2):

ESCÓCIA (4-4-2):

1  Troels Rasmussen (G)

1  Jim Leighton (G)

3  Søren Busk

2  Richard Gough

4  Morten Olsen (C)

5  Alex McLeish

5  Ivan Nielsen

6  Willie Miller

15 Frank Arnesen

3  Maurice Malpas

9  Klaus Berggreen

7  Gordon Strachan

12 Jens Jørn Bertelsen

8  Roy Aitken

6  Søren Lerby

4  Graeme Souness (C)

8  Jesper Olsen

13 Steve Nicol

11 Michael Laudrup

19 Charlie Nicholas

10 Preben Elkjær Larsen

20 Paul Sturrock

 

Técnico: Sepp Piontek

Técnico: “Sir” Alex Ferguson

 

SUPLENTES:

 

 

16 Ole Qvist (G)

12 Andy Goram (G)

22 Lars Høgh (G)

22 Alan Rough (G)

2  John Sivebæk

14 David Narey

17 Kent Nielsen

15 Arthur Albiston

7  Jan Mølby

10 Jim Bett

13 Per Frimann

11 Paul McStay

20 Jan Bartram

16 Frank McAvennie

21 Henrik Andersen

21 Davie Cooper

14 Allan Simonsen

9  Eamonn Bannon

18 Flemming Christensen

18 Graeme Sharp

19 John Eriksen

17 Steve Archibald

 

GOL: 57′ Preben Elkjær Larsen (DIN)

 

CARTÃO AMARELO: 84′ Klaus Berggreen (DIN)

 

SUBSTITUIÇÕES:

61′ Paul Sturrock (ESC) ↓

Frank McAvennie (ESC) ↑

 

74′ Gordon Strachan (ESC) ↓

Eamonn Bannon (ESC) ↑

 

74′ Frank Arnesen (DIN) ↓

John Sivebæk (DIN) ↑

 

80′ Jesper Olsen (DIN) ↓

Jan Mølby (DIN) ↑

(Imagem: FourFourTwo)

Melhores momentos da partida (Rede Globo):

Veja o gol da partida desde o início da jogada:

… 08/06/1986 – Dinamarca 6 x 1 Uruguai

Três pontos sobre…
… 08/06/1986 – Dinamarca 6 x 1 Uruguai


Elkjær, Laudrup e Andersen comemoram um dos gols (Imagem: Futebol Marketing)

● A Dinamarca já havia encantado o mundo dois anos antes durante a Eurocopa, quando chegou às semifinais e perdeu para a Espanha apenas nos pênaltis.

O técnico Sepp Piontek revolucionou, montando sua equipe no sistema 3-5-2. Era um tempo em que quase todos os times do mundo jogavam com quatro homens no meio e apenas dois atacantes. Se era necessário um zagueiro para marcar cada atacante e outro na sobra, então era desnecessária a escalação do quarto defensor. Assim, ele daria lugar a um jogador de meio. O futebol sempre foi decidido no jogo de meio de campo. Se uma equipe tem um homem a mais nessa área do gramado, a tendência é estar sempre em superioridade numérica, vencendo a maior parte dos duelos. É a teoria.

Veja mais:
… 04/06/1986 – Dinamarca 1 x 0 Escócia
… 13/06/1986 – Dinamarca 2 x 0 Alemanha Ocidental
… 18/06/1986 – Espanha 5 x 1 Dinamarca
… 04/06/1986 – Alemanha Ocidental 1 x 1 Uruguai

Mas o auge do estilo de jogo dos dinamarqueses foi no dia 8 de junho de 1986. Nunca se viu um jogo igual àquele. Justificou o apelido de “Dinamáquina”.

No papel, o time uruguaio não era tão fraco, pois contava com Darío Pereyra (do São Paulo, que não atuou nessa partida), Rubén Paz (do Inter, que também não jogou), Víctor Diogo (do Palmeiras) e, principalmente, Enzo Francescoli (do River Plate).

Mas, por outro lado, a Dinamarca não era só o sistema tático. Tinha seus craques, como o jovem Michael Laudrup, que aos 22 anos já vestia a camisa da Juventus. Havia também Preben Elkjær Larsen, que havia liderado o surpreendente Verona campeão italiano da temporada 1984/85. Elkjær era um fumante inveterado, que chegava a consumir de 20 a 30 cigarros por dia, muitas vezes escondido do treinador no vestiário.


A Dinamarca jogava em um inédito 3-5-2, com muita movimentação de todos seus jogadores, quase como um “futebol total”.


O Uruguai atuava no 4-4-2, com um jogador na sobra na defesa (como era mania na época).

● Aos 11 minutos de partida, Laudrup dribla dois uruguaios e serve Elkjær, que chuta na saída do goleiro Álvez.

Oito minutos depois, o volante uruguaio Miguel Bossio (que já tinha recebido cartão amarelo seis minutos antes) foi expulso de campo. O Uruguai ficou escancarado e virou presa fácil para tomar a goleada, que tinha apenas começado.

Aos 41, Elkjær cruza da direita e Lerby aproveita-se de indecisão da defesa e manda para dentro.

No último instante da etapa inicial, Francescoli cobra pênalti no canto esquerdo, deslocando o goleiro Rasmussen.

Aos 7 da etapa complementar, o gol mais bonito do jogo. Laudrup recebe na entrada da área, dribla dois uruguaios, passa pelo goleiro e marca.

Aos 22, Laudrup (sempre ele) entra na área, ganha duas divididas com os zagueiros, fica na cara do gol e tenta encobrir Álvez. Ele defende parcialmente e Elkjær (de novo) dá o último toque antes de a bola entrar.

Aos 35, os uruguaios vão para cima e estão todos no campo de ataque. Molby toma a bola e lança Elkjær, que parte sem marcação ainda em seu campo, invade a área, dribla o goleiro e toca para o gol.

A dois minutos do fim, Elkjær avança pela direita e cruza para Jesper Olsen, que bate por baixo do goleiro, concluindo o massacre na cidade de Nezahualcóyotl.


Laudrup dribla Diogo (Imagem: Peter Robinson/EMPICS Sport)

● Foi a maior goleada sofrida pelo Uruguai em Copas. A Celeste (que nesse dia jogou de branco) ainda passaria à segunda fase graças aos empates com Alemanha (que seria vice-campeã da Copa) e Escócia (treinada por Alex Ferguson). Mas cairia nas oitavas de final, em derrota por 1 a 0 para a futura campeã Argentina, no clássico sul-americano.

Assim, revolucionando e encantando, a Dinamarca terminou a primeira fase como líder do “grupo da morte”, com 100% de aproveitamento, três vitórias em três jogos, sobre Escócia (1 x 0), Uruguai (6 x 1) e Alemanha Ocidental (2 x 0); anotou nove gols e sofreu apenas um, de pênalti.

Nas oitavas de final, perdeu-se o encanto e a Dinamarca foi goleada pela Espanha por 5 a 1 (com quatro gols de Emilio Butragueño) e deu adeus à Copa.

FICHA TÉCNICA:

 

DINAMARCA 6 x 1 URUGUAI

 

Data: 08/06/1986

Horário: 16h00 locais

Estádio: Neza 86

Público: 26.500

Cidade: Nezahualcóyotl (México)

Árbitro: Antonio Márquez Ramírez (Mexico)

 

DINAMARCA (3-5-2):

URUGUAI (4-3-3):

1  Troels Rasmussen (G)

12 Fernando Álvez (G)

3  Søren Busk

4  Víctor Diogo

4 Morten Olsen (C)

2  Nelson Gutiérrez

5  Ivan Nielsen

3  Eduardo Mario Acevedo (C)

12 Jens Jørn Bertelsen

6  José Batista

15 Frank Arnesen

5  Miguel Bossio

6  Søren Lerby

16 Mario Saralegui

9  Klaus Berggreen

11 Sergio Santín

21 Henrik Andersen

10 Enzo Francescoli

11 Michael Laudrup

9  Jorge Orosmán da Silva

10 Preben Elkjær Larsen

7  Antonio Alzamendi

 

Técnico: Sepp Piontek

Técnico: Omar Borrás

 

SUPLENTES:

 

 

16 Ole Qvist (G)

1  Rodolfo Rodríguez (G)

22 Lars Høgh (G)

22 Celso Otero (G)

2  John Sivebæk

13 César Veja

17 Kent Nielsen

14 Darío Pereyra

7  Jan Mølby

15 Eliseo Rivero

13 Per Frimann

8  Jorge Barrios

20 Jan Bartram

17 José Zalazar

8  Jesper Olsen

18 Rubén Paz

14 Allan Simonsen

19 Venancio Ramos

18 Flemming Christensen

20 Carlos Aguilera

19 John Eriksen

21 Wilmar Cabrera

 

GOLS:

11′ Preben Elkjær Larsen (DIN)

41′ Søren Lerby (DIN)

45′ Enzo Francescoli (URU) (pen)

52′ Michael Laudrup (DIN)

67′ Preben Elkjær Larsen (DIN)

80′ Preben Elkjær Larsen (DIN)

88′ Jesper Olsen (DIN)

 

CARTÕES AMARELOS:

7′ Ivan Nielsen (DIN)

35′ Jorge Orosmán da Silva (URU)

13′ Miguel Bossio (URU)

 

CARTÃO VERMELHO: 19′ Miguel Bossio (URU)

 

SUBSTITUIÇÕES:

57′ Sergio Santín (URU) ↓

José Zalazar (URU) ↑

 

57′ Antonio Alzamendi (URU) ↓

Venancio Ramos (URU) ↑

 

57′ Jens Jørn Bertelsen (DIN) ↓

Jan Mølby (DIN) ↑

 

81′ Michael Laudrup (DIN) ↓

Jesper Olsen (DIN) ↑ 

Melhores momentos da partida: