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… 04/06/2002 – Japão 2 x 2 Bélgica

Três pontos sobre…
… 04/06/2002 – Japão 2 x 2 Bélgica


Marc Wilmots e Kazuyuki Toda em disputa de bola (Imagem: FIFA.com)

● Era a primeira Copa do Mundo disputada na Ásia e a primeira a ser co-organizada. Quase todos já haviam estreado e no dia 04/06 foi a vez dos donos da casa. A Coreia do Sul jogou às 20h30 e venceu a Polônia por 2 x 0.

Um pouco antes, às 18h00, foi a vez dos japoneses entrarem na festa. A animação da torcida era enorme para enfrentar a experiente Bélgica, em confronto válido pelo Grupo H.

Era apenas a segunda Copa do Mundo que a seleção japonesa disputava. Em 1998, terminou em último lugar de seu grupo, com três derrotas (Argentina e Croácia, por 1 x 0, e Jamaica, por 3 x 1 – o primeiro e, até então, único gol feito pelos orientais no torneio, anotado pelo veterano atacante Masashi Nakayama).

O Japão era o atual campeão da Copa da Ásia. O técnico francês Philipp Troussier estava entusiasmado e vislumbrava uma vaga nas próxima fase. Grande ambição para um país sem história no futebol, mas que não queria ser o primeiro anfitrião da história a cair na primeira fase.


O Japão atuou no sistema 3-5-2. Kazuyuki Toda fechava mais no meio, dando liberdade para os avanços de Junichi Inamoto e Hidetoshi Nakata.


Robert Waseige escalou a Bélgica em um 4-4-2, com duas linhas de 4. O veterano Marc Wilmots era o destaque.

● Apesar do apoio maciço de quase todos os 55 mil presentes no Saitama Stadium, a seleção japonesa só conseguiu jogar bem no segundo tempo.

Antes disso, os torcedores viram um espetáculo sofrível, sem emoção, decepcionante para ambos os lados. Foram apenas quatro chances criadas, sendo uma cabeçada de Wilmots bem defendida pelo goleiro Narazaki e três finalizações para fora.

A maior decepção ficou por conta do craque japonês Hidetoshi Nakata, que não conseguiu criar nenhuma perigosa para sua equipe durante toda a partida.

Mas o jogo ferveu na etapa final.

Aos 12 minutos, Johan Walem ergue a bola para á área. A defesa japonesa tenta tirar por duas vezes, mas não consegue. A bola cai com Van Meir, que a joga de volta para a área. O capitão Marc Wilmots, no costado da zaga, acerta uma linda bicicleta e inaugura o marcador. Não era o início esperado para a Terra do Sol Nascente. E os japoneses, que tanto usam bicicletas no seu dia a dia, de repente viram uma dentro de campo. Mas dessa bike, eles não gostaram.


O capitão belga Marc Wilmots acerta uma linda bicicleta e abre o placar (Imagem: Pinterest)

O gol despertou os donos da casa que foram buscar a virada, comandados por Junichi Inamoto, meia do Arsenal, da Inglaterra.

Aos 14′, Shinji Ono faz lançamento longo. O volante Timmy Simons e o goleiro Geert De Vlieger ficam parados, indecisos, e Suzuki, de olhos bem abertos, surge entre os dois e toca para o gol.

Nove minutos depois, os belgas vacilam e oferecem o contra-ataque para os japoneses. Inamoto toma a bola no meio campo, tabela com Yanagisawa, recebe perto da área, passa por Van Meir, entra na área e bate na saída do goleiro.

A velocidade japonesa deixa os belgas atordoados. Mas justamente quando o Japão mandava na partida, a Bélgica empata.

Aos 30′, quando a defesa japonesa estava saindo para o fazer a linha de impedimento, Van Meir faz um lançamento para Van der Heyden, em posição legal. Já dentro da área, o belga dá um toque sutiu e encobre o goleiro Narazaki. Era a água no saquê dos japoneses.

Logo em seguida, o árbitro anula um gol de Inamoto, alegando falta no goleiro. Depois, não assinala um pênalti para a Bélgica. E as duas equipes tiveram que se contentar com o empate, que ficou de bom tamanho principalmente para os anfitriões, que somavam seu primeiro ponto em Copas do Mundo e já sonhavam com a inédita classificação.


Junichi Inamoto fez um belo gol e virou o jogo para o Japão (Imagem: Getty Images)

● Segundo o técnico Philipp Troussier, o Japão mereceu a vitória: “Eu creio que, no balanço final da partida, é justo dizer que foram dois pontos perdidos. Ao mesmo tempo, senti como se fosse um ponto ganho. É um ganho importante. O empate em 2 a 2 foi importante porque nos deu o primeiro ponto numa Copa e gerou uma onda de otimismo que nos carregou no segundo jogo”.

No jogo seguinte, diante da Rússia, o Japão obteve sua primeira vitória, por 1 x 0. E no terceiro jogo do grupo H, a inédita classificação para a próxima fase. Mas a Turquia foi a algoz nas oitavas de final, vendendo os anfitriões por 1 x 0. Muitos culparam a chuva, que teria prejudicado o toque de bola e a correria japonesa e beneficiado a maior força física dos turcos. O máximo que o Japão conseguiu foi uma bola na trave, em falta cobrada pelo brasileiro naturalizado japonês, Alex Santos.

O segundo lugar do grupo ficou com a Bélgica, que empatou os dois primeiros jogos, batendo o recorde de empates consecutivos em Mundiais, com cinco. Já vinha de três empates seguidos em 1998 (0 x 0 com a Holanda, 2 x 2 com o México e 1 x 1 com a Coreia do Sul). Em 2002, empatou com o Japão (2 x 2) e com a Tunísia (1 x 1). Na última rodada, enfim, venceu a Rússia por 3 x 2, quando os russos se classificariam com um empate. Nas oitavas de final, fez um jogo duríssimo contra o futuro campeão Brasil, mas perdeu por 2 x 0, em uma arbitragem muito controversa, que anulou um gol de Wilmots quando a partida ainda estava empatada sem gols, alegando falta do belga (que claramente não aconteceu).


Bart Goor avançando entre Toda e Daisuke Ichikawa (Imagem: Getty Images)

FICHA TÉCNICA:

 

JAPÃO 2 x 2 BÉLGICA

 

Data: 04/06/2002

Horário: 18h00 locais

Estádio: Saitama Stadium

Público: 55.256

Cidade: Saitama (Japão)

Árbitro: William Mattus (Costa Rica)

 

JAPÃO (3-5-2):

BÉLGICA (4-4-2):

12 Seigo Narazaki (G)

1  Geert De Vlieger (G)

3  Naoki Matsuda

15 Jacky Peeters

4  Ryuzo Morioka (C)

16 Daniel Van Buyten

16 Kōji Nakata

4  Eric Van Meir

22 Daisuke Ichikawa

12 Peter Van der Heyden

21 Kazuyuki Toda

18 Yves Vanderhaeghe

7  Hidetoshi Nakata

6  Timmy Simons

5  Junichi Inamoto

10 Johan Walem

18 Shinji Ono

8  Bart Goor

11 Takayuki Suzuki

7  Marc Wilmots (C)

13 Atsushi Yanagisawa

11 Gert Verheyen

 

Técnico: Philippe Troussier

Técnico: Robert Waseige

 

SUPLENTES:

 

 

1  Yoshikatsu Kawaguchi (G)

13 Franky Vandendriessche (G)

23 Hitoshi Sogahata (G)

23 Frédéric Herpoel (G)

2  Yutaka Akita

2  Éric Deflandre

17 Tsuneyasu Miyamoto

3  Glen De Boeck

20 Tomokazu Myojin

5  Nico Van Kerckhoven

6  Toshihiro Hattori

14 Sven Vermant

19 Mitsuo Ogasawara

19 Bernd Thijs

15 Takashi Fukunishi

17 Gaëtan Englebert

14 Alex Santos

21 Danny Boffin

8  Hiroaki Morishima

20 Branko Strupar

9  Akinori Nishizawa

22 Mbo Mpenza

10 Masashi Nakayama

9  Wesley Sonck

 

GOLS:

57′ Marc Wilmots (BEL)

59′ Takayuki Suzuki (JAP)

67′ Junichi Inamoto (JAP)

75′ Peter Van der Heyden (BEL)

                                                             

CARTÕES AMARELOS:

21′ Peter Van der Heyden (BEL)

31′ Kazuyuki Toda (JAP)

54′ Junichi Inamoto (JAP)

62′ Gert Verheyen (BEL)

82′ Eric Van Meir (BEL)

 

SUBSTITUIÇÕES:

64′ Shinji Ono (JAP) ↓

Alex Santos (JAP) ↑

 

68′ Takayuki Suzuki (JAP) ↓

Hiroaki Morishima (JAP) ↑

 

68′ Johan Walem (BEL) ↓

Wesley Sonck (BEL) ↑

 

71′ Ryuzo Morioka (JAP) ↓

Tsuneyasu Miyamoto (JAP) ↑

 

83′ Gert Verheyen (BEL) ↓

Branko Strupar (BEL) ↑

Gols da partida e lances duvidosos:

… 11/06/2002 – Senegal 3 x 3 Uruguai

Três pontos sobre…
… 11/06/2002 – Senegal 3 x 3 Uruguai


Partida foi bastante disputada, do início ao fim (Imagem: Pinterest)

● Uruguai e Senegal travaram uma disputa direta pelo segundo lugar do grupo A. A Celeste precisaria vencer, enquanto o empate bastaria aos “Leões da Teranga” (“hospitalidade”, lema nacional, em wolof, idioma africano).

Enquanto a surpresa da Copa mantinha o mesmo time-base, os sul-americanos mudaram a estrutura tática, avançando a equipe, que partiu para cima desde o início. O grande problema era o contra-ataque do adversário, sua especialidade.


Senegal era quase um “futebol total”, em que os jogadores largavam suas posições em busca do contra-ataque. No papel, era um 4-5-1.


O Uruguai era um 4-4-2 quando se defendia e um 3-3-4 quando acatava, com o apoio de Darío Rodríguez pela esquerda e os avanços constantes de Varela e Recoba.

● Aos 20 minutos da primeira etapa, Paolo Montero atrasou mal, Diouf lhe roubou a bola e caiu na área antes de ser tocado pelo goleiro Carini. Pênalti inexistente, convertido por Fadiga, que bateu à meia altura do canto direito.

Precisando atacar, o Uruguai foi duramente castigado. Seis minutos depois, Henri Camara se impõe na velocidade pelo lado esquerdo, em um contra-ataque, e rola para Papa Bouba Diop, que chuta de primeira, da entrada da área e a bola vai no ângulo.

Veja mais:
… 31/05/2002 – França 0 x 1 Senegal
… 01/06/2002 – Dinamarca 2 x 1 Uruguai

Aos 38, Camara ergue a bola na área e Bouba Diop, de novo, surge nas costas da zaga e encobre o goleiro Carini. A bola ainda bate na trave, mas cai dentro do gol. Os uruguaios reclamaram de impedimento, mas o lance foi legal.

O segundo tempo parecia outra partida. Vencendo por 3 a 0, os africanos esbanjavam firulas, toques para o lado e jogadas de efeito. Enquanto isso, a Celeste foi muito mais efetiva, mais na base da raça do que na técnica. E raça nunca faltou aos Charruas.

Logo no primeiro minuto, Darío Silva recebeu na área e chutou cruzado. O goleiro Sylva deu rebote e Richard Morales diminuiu o placar para 3 a 1.

Aos 24, Álvaro Recoba cobrou falta, a zaga afastou o perigo e Diego Forlán dominou no peito e chutou com efeito antes da bola cair, de fora da área, fazendo um lindo gol, encobrindo o goleiro. 3 a 2.

A dois minutos do fim do tempo regulamentar, Morales dominou a bola na esquerda, protegeu com o corpo, ganhou da zaga, entrou na área e é derrubado por Habib Beye. Outro pênalti “mandrake”. Recoba cobrou no canto direito e igualou o marcador. Empate heroico.

A virada que parecia impossível quase aconteceu no último lance do jogo, em uma bola que rebateu na defesa e sobrou para o grandalhão Richard Morales dentro da pequena área, já sem goleiro. Era um lance fácil, mas ele cabeceou para fora, jogando um balde de água fria nos ânimos de todos uruguaios.


Richard Morales marca o primeiro do Uruguai (Imagem: Pinterest)

● Assim, o Uruguai encerrou sua participação sem vencer nenhuma partida no torneio. Já havia perdido para a Dinamarca por 2 a 1 e empatado sem gols com a França.

Já o Senegal continuou fazendo bonito. Após vencerem os franceses na estreia (1 x 0) e empatarem com Dinamarca (1 x 1) e Uruguai (3 x 3), os senegaleses venceram a Suécia (que havia sido a primeira colocada no “grupo da morte”, inclusive eliminando a Argentina) por 2 a 1, na prorrogação. Já nas quartas de final, mesmo fazendo um jogo parelho com a Turquia, caiu no início da prorrogação, com um gol de Ilhan Mansiz.


Morales e Diouf discutem durante a partida (Imagem: Tenfield)

FICHA TÉCNICA:

 

SENEGAL 3 x 3 URUGUAI

 

Data: 11/06/2002

Horário: 15h30 locais

Estádio: Suwon World Cup Stadium

Público: 33.681

Cidade: Suwon (Coreia do Sul)

Árbitro: Jan Wegereef (Holanda)

 

SENEGAL (4-1-4-1):

URUGUAI (4-4-2):

1  Tony Sylva (G)

1 Fabián Carini (G)

17 Ferdinand Coly

3 Alejandro Lembo

13 Lamine Diatta

14 Gonzalo Sorondo

4  Pape Malick Diop

4  Paolo Montero (C)

2  Omar Daf

6  Darío Rodríguez

6  Aliou Cissé (C)

5  Pablo García

5  Alassane N’Dour

16 Marcelo Romero

19 Papa Bouba Diop

8  Gustavo Varela

10 Khalilou Fadiga

20 Álvaro Recoba

7  Henri Camara

9  Darío Silva

11 El Hadji Diouf

13 Sebastián “Loco” Abreu

 

Técnico: Bruno Metsu

Técnico: Víctor Púa

 

SUPLENTES:

 

 

16 Omar Diallo (G)

12 Gustavo Munúa (G)

22 Kalidou Cissokho (G)

23 Federico Elduayen (G)

21 Habib Beye

2  Gustavo Méndez

3  Pape Sarr

19 Joe Bizera

20 Sylvain N’Diaye

22 Gonzalo de los Santos

12 Amdy Faye

7  Gianni Guigou

15 Salif Diao

10 Fabián O’Neill

23 Makhtar N’Diaye

17 Mario Regueiro

14 Moussa N’Diaye

15 Nicolás Olivera

18 Pape Thiaw

21 Diego Forlán

8  Amara Traoré

11 Federico Magallanes

9  Souleymane Camara

18 Richard Morales

 

GOLS:

20′ Khalilou Fadiga (SEN) (pen)

26′ Papa Bouba Diop (SEN)

38′ Papa Bouba Diop (SEN)

46′ Richard Morales (URU)

69′ Diego Forlán (URU)

88′ Álvaro Recoba (URU) (pen)

 

CARTÕES AMARELOS:

2′ Henri Camara (SEN)

4′ Omar Daf (SEN)

8′ Marcelo Romero (URU)

19′ Fabián Carini (URU)

35′ Pablo García (URU)

39′ Ferdinand Coly (SEN)

40′ Darío Rodríguez (URU)

69′ Papa Bouba Diop (SEN)

82′ Paolo Montero (URU)

82′ El Hadji Diouf (SEN)

87′ Habib Beye (SEN)

87′ Khalilou Fadiga (SEN)

 

SUBSTITUIÇÕES:

32′ Gonzalo Sorondo (URU) ↓

Mario Regueiro (URU) ↑

 

INTERVALO Marcelo Romero (URU) ↓

Diego Forlán (URU) ↑

 

INTERVALO Sebastián “Loco” Abreu (URU) ↓

Richard Morales (URU) ↑

 

63′ Ferdinand Coly (SEN) ↓

Habib Beye (SEN) ↑

 

67′ Henri Camara (SEN) ↓

Moussa N’Diaye (SEN) ↑

 

76′ Alassane N’Dour (SEN) ↓

Amdy Faye (SEN) ↑ 

Gols da partida:

Gol perdido por Richard Morales:

… 09/06/2002 – Japão 1 x 0 Rússia

Três pontos sobre…
… 09/06/2002 – Japão 1 x 0 Rússia


Japones comemoram o gol de Inamoto (Imagem: Stu Forster/Getty Images)

● A rivalidade política entre Japão e Rússia é secular. Os dois países disputam a posse das Ilhas Sakhalinas, que ficam ao norte japonês e no leste russo. Na Segunda Guerra Mundial, eles também estiveram em lados opostos, com o Japão pertencendo ao “Eixo” (juntamente com Alemanha e Itália) e a União Soviética lutando pelos “Aliados” (ao lado de Estados Unidos e Reino Unido).

Veja mais:
… 04/06/2002 – Japão 2 x 2 Bélgica

A Rússia disputava sua segunda Copa do Mundo após a dissolução da União Soviética. Contava com bons nomes, com histórico no futebol espanhol, como o zagueiro Viktor Onopko e os meias Valeri Karpin e Aleksandr Mostovoi.

O Japão era o então campeão da Copa da Ásia e estava em sua segunda Copa. Perdeu os três jogos em 1998, mas agora jogava em casa e tinha obrigação de fazer um bom papel, treinado pelo francês Philippe Troussier.


Os japoneses foram escalados em um 3-5-2 com muita velocidade e intensidade.


Os russos foram armados no 4-1-4-1, com boa ocupação dos espaços.

● Para essa partida, a Rússia teve o retorno de Smertin, mas ainda não contava com Mostovoi (lesionado). Sem ele, a criatividade da equipe caía vertiginosamente.

O Japão, empurrado por 66 mil torcedores, se saiu melhor. O ponto ganho contra a Bélgica encheu os japoneses de confiança. Inamoto começou com tudo e logo aos cinco minutos avançou e chutou forte, mas a bola foi para fora.

O capitão Tsuneyasu Miyamoto (com sua máscara protetora preta) tira de cabeça duas bolas perigosas do ataque russo.

O veterano zagueiro russo Viktor Onopko (em seu 100º jogo pela seleção) usou toda sua experiência para cortar um ótimo lançamento de Inamoto para o atacante loirinho Suzuki.

A partida estava em um ritmo alucinante. Aos 16 minutos, o garoto Marat Izmailov chutou entre a trave e o goleiro Narazaki, que conseguiu fazer a defesa, fazendo a torcida gelar.

Apesar do ritmo, as duas defesas estavam muito seguras. Mas aos 27 minutos, Kōji Nakata passou por Solomatin e cruzou à meia altura. O goleiro Nigmatullin rebateu para o meio da área e Hidetoshi Nakata, livre na meia-lua, chutou forte por cima do gol.

Na sequência, Narazaki mergulhou nos pés de Pimenov e Yegor Titov não conseguiu pegar o rebote.

Aos 35, Titov passa por Kōji Nakata e entra na área, mas Toda tira de Solomatin e desvia para escanteio.

No fim do primeiro tempo, Toda fez pênalti claro em Semshov, ignorado pelo árbitro alemão Markus Merk.

Pouco antes do intervalo, o zagueiro Yuri Nikiforov teve a chance de finalizar, mas Narazaki fez a defesa.

Mas foram os co-anfitriões que abriram o placar aos 6 minutos do segundo tempo, com um belo gol. Hidetoshi Nakata arremata de fora da área, torto. Yanagisawa, no meio do caminho, dá um toque na bola e deixa Inamoto livre para dominar e chutar no alto do gol. Foi o segundo gol do meia do Arsenal na Copa. Já havia marcado no empate contra a Bélgica, por 2 a 2. Os russos pediram impedimento, mas o gol foi legal. Os nipônicos foram ao delírio.

Aos 12 minutos, Beschastnykh entra em campo no lugar de Smertin. Em seu primeiro toque na bola, ele dominou sozinho dentro da área, driblou o goleiro, mas chutou para fora. Era um gol feito.

As lacunas começaram a aparecer em ambas as defesas. Yanagisawa recebeu um lançamento de Hidetoshi Nakata e chutou para fora.

Aos 26, Hidetoshi Nakata (o melhor em campo) chutou de fora da área e a bola explodiu na trave.


Hidetoshi Nakata e Izmailov disputam a bola (Imagem: GES/Augenklick)

● Os japoneses, mais bem postados em campo, mereceram a vitória. O gol de Junichi Inamoto deu ao Japão a sua primeira vitória em Copas do Mundo. Foi comemorado não só no estádio, mas por todo o país, onde os torcedores se reuniam para assistir ao jogo nos telões.

O Japão foi líder do grupo H na primeira fase, empatando com a Bélgica (2 x 2), vencendo a Rússia (1 x 0) e a Tunísia (2 x 0). Caiu nas oitavas de final, em derrota para a forte Turquia por 1 a 0, com um gol de Ümit Davala. Muitos culparam a chuva, que teria prejudicado o toque de bola japonês e beneficiado a maior força física dos turcos.

A Rússia (como sempre, depois do fim da União Soviética) ficou na primeira fase. Mesmo vencendo a Tunísia (2 x 0) em jogo anterior ao dos japoneses, perdeu o confronto direto para a Bélgica por 3 x 2.

FICHA TÉCNICA:

 

JAPÃO 1 x 0 RÚSSIA

 

Data: 09/06/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: International Stadium Yokohama (atual Nissan Stadium)

Público: 66.108

Cidade: Yokohama (Japão)

Árbitro: Markus Merk (Alemanha)

 

JAPÃO (3-5-2):

RÚSSIA (4-1-4-1):

12 Seigo Narazaki (G)

1  Ruslan Nigmatullin (G)

3  Naoki Matsuda

5 Andrei Solomatin

17 Tsuneyasu Miyamoto (C)

3  Yuriy Nikiforov

16 Kōji Nakata

7  Viktor Onopko

20 Tomokazu Myojin

2  Yuri Kovtun

21 Kazuyuki Toda

8  Valeri Karpin

7 Hidetoshi Nakata

4  Alexey Smertin

5  Junichi Inamoto

9  Yegor Titov

18 Shinji Ono

20 Marat Izmailov

11 Takayuki Suzuki

6  Igor Semshov

13 Atsushi Yanagisawa

19 Ruslan Pimenov

 

Técnico: Philippe Troussier

Técnico: Oleg Romantsev

 

SUPLENTES:

 

 

1  Yoshikatsu Kawaguchi (G)

23 Aleksandr Filimonov (G)

23 Hitoshi Sogahata (G)

12 Stanislav Cherchesov (G)

2  Yutaka Akita

13 Vyacheslav Dayev

4  Ryuzo Morioka

14 Igor Chugainov

22 Daisuke Ichikawa

18 Dmitri Sennikov

6  Toshihiro Hattori

17 Sergei Semak

19 Mitsuo Ogasawara

21 Dmitri Khokhlov

15 Takashi Fukunishi

15 Dmitri Alenichev

14 Alex Santos

10 Aleksandr Mostovoi

8  Hiroaki Morishima

22 Dmitri Sychev

9  Akinori Nishizawa

11 Vladimir Beschastnykh

10 Masashi Nakayama

16 Aleksandr Kerzhakov

 

GOL: 51′ Junichi Inamoto (JAP)

 

CARTÕES AMARELOS:

13′ Ruslan Pimenov (RUS)

15′ Tsuneyasu Miyamoto (JAP)

38′ Andrei Solomatin (RUS)

42′ Kōji Nakata (JAP)

60′ Dmitri Khokhlov (RUS)

90+1′ Masashi Nakayama (JAP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Ruslan Pimenov (RUS) ↓

Dmitri Sychev (RUS) ↑

 

52′ Marat Izmailov (RUS) ↓

Dmitri Khokhlov (RUS) ↑

 

57′ Alexey Smertin (RUS) ↓

Vladimir Beschastnykh (RUS) ↑

 

72′ Takayuki Suzuki (JAP) ↓

Masashi Nakayama (JAP) ↑

 

75′ Shinji Ono (JAP) ↓

Toshihiro Hattori (JAP) ↑

 

85′ Junichi Inamoto (JAP) ↓

Takashi Fukunishi (JAP) ↑ 

Melhores momentos da partida:

… 04/06/2002 – Coreia do Sul 2 x 0 Polônia

Três pontos sobre…
… 04/06/2002 – Coreia do Sul 2 x 0 Polônia


Sul-coreanos comemoram gol em frente à barulhenta torcida (Imagem: NBC Sports)

● Nem parece que já se passaram 15 anos! Tudo que se via era uma multidão em vermelho. Tudo que se ouvia era um grito ensurdecedor: “Dae-han-min-guk” (Daehan Minguk significa República da Coreia no idioma local).

A Coreia do Sul era um dos dois países sede (juntamente com o Japão). Tinha sua tradição no continente, mas estava em sua sexta Copa do Mundo (a 5ª consecutiva) e nunca havia vencido um jogo na competição. Eram 14 partidas anteriores, com 4 empates e 10 derrotas, algumas humilhantes, como para a Hungria em 1954 (9 a 0).

Temia-se que os sul-coreanos fossem os primeiros anfitriões a não passar de fase na história das Copas (esse “feito” ficou com a África do Sul em 2010). Mas, liderado pelo excelente técnico holandês Guus Hiddink e pela torcida, o time não decepcionou.

A Coreia do Sul era organizada no 3-5-2, que se transformava em 5-3-2 quando se defendia e em um 3-4-3 quando atacava (com Park Ji-sung avançando pela direita).

Já a Polônia atuava em um 4-4-2 engessado, que dependia muito dos avanços dos meias laterais Jacek Krzynówek e Marek Koźmiński.

● Na estreia, o ritmo e o entusiasmo dos asiáticos eram demais para uma Polônia pouco criativa e lenta, que dependia bastante de Emmanuel Olisadebe, atacante nigeriano naturalizado (que nem era tão bom assim…).

Nos minutos iniciais, a Polônia começou a pressionar e perdeu duas chances, com Jacek Krzynówek e Marek Koźmiński.

Aos 9 minutos foi a vez dos locais desperdiçarem sua chance, com Seol Ki-hyeon, livre, desviando um escanteio nas mãos do goleiro Jerzy Dudek.

Depois, Choi Jin-cheul travou um chute perigosíssimo de Olisadebe, evitando o gol polaco.

Aos 19 minutos, quase o primeiro gol, quando Yoo Sang-chul chutou forte, de longe, e a bola passou perto da baliza.

Aos 26 minutos, enfim a multidão explodiu em êxtase. Lee Eul-yong rola a bola para a área e o veterano Hwang Sun-hong, sem marcação, coloca no canto direito, de primeira, marcando seu 50º gol pela seleção.

Se o gol empolgou a Coreia, liquidou de vez a Polônia, que parecia sem esperanças quando o primeiro tempo chegou ao fim.

No intervalo, o técnico Jerzy Engel mexeu no time. Mas na volta, os coreanos continuaram acesos. Park Ji-sung quase marcou depois de um escanteio. A pesada defesa polonesa sofria com a correria asiática.

Aos 8 minutos do segundo tempo, Tomasz Hajto perdeu a bola. Ahn Jung-hwan passa para Yoo Sang-chul, que bate de fora da área, de novo, mas dessa vez acerta. Dudek foi na bola com a mão mole e não evitou o gol.

Em um raro ataque promissor da Polônia, o capitão Hong Myung-bo fez uma leitura de jogo perfeita e cortou um cruzamento de Krzynówek, tirando uma oportunidade clara de Marcin Żewłakow, que fechava no segundo pau.

No fim, as tentativas da Polônia de tentar anotar o tento de honra eram apenas desespero. A equipe polaca ainda precisou de uma defesa de Dudek em uma finalização de Ahn Jung-hwan para evitar o terceiro gol.

Após o tempo regulamentar, o coreano Cha Du-ri conseguiu um recorde pitoresco: tomou um cartão amarelo vinte segundos depois de entrar no gramado, por uma falta cometida.


Hwang Sun-hong comemora o primeiro gol da partida (Imagem: Dailly Mail)

● Festa coreana. Os asiáticos foram mesmo ao delírio. Mostrando um futebol ofensivo, com muita velocidade, a Coreia do Sul aproveitou as inúmeras falhas de marcação do adversário e conquistou sua primeira vitória em uma Copa do Mundo.

Na sequência, a Polônia foi goleada por Portugal por 4 a 0 e venceu os Estados Unidos por 3 a 1. Não adiantou e caiu como lanterna do grupo.

A Coreia do Sul seguiu surpreendendo. Empatou com os Estados Unidos (1 x 1) e venceu Portugal por 1 a 0, eliminando os Tugas. Mas o melhor estaria por vir. Mesmo com arbitragens polêmicas e tendenciosas, venceu a Itália na prorrogação das oitavas de final por 2 x 1 e bateu a Espanha nos pênaltis (5 x 3) após um placar sem gols. Na semifinal, mesmo fazendo um bom jogo contra a Alemanha, perdeu com um gol de Michael Ballack. Na decisão do 3º lugar, perdeu para a forte Turquia por 3 x 2. Para os sul-coreanos, foi um resultado histórico, que dificilmente será repetido nos próximos anos.

FICHA TÉCNICA:

 

COREIA DO SUL 2 x 0 POLÔNIA

 

Data: 04/06/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: Busan Asiad Main Stadium

Público: 48.760

Cidade: Busan (Coreia do Sul)

Árbitro: Óscar Ruiz (Colômbia)

 

COREIA DO SUL (3-5-2):

POLÔNIA (4-4-2):

1  Lee Woon-jae (G)

1  Jerzy Dudek (G)

4  Choi Jin-cheul

6  Tomasz Hajto

20 Hong Myung-bo (C)

20 Jacek Bąk

7  Kim Tae-young

15 Tomasz Wałdoch (C)

22 Song Chong-gug

4  Michał Żewłakow

6  Yoo Sang-chul

21 Marek Koźmiński

5  Kim Nam-il

10 Radosław Kałużny

13 Lee Eul-yong

7  Piotr Świerczewski

21 Park Ji-sung

18 Jacek Krzynówek

18 Hwang Sun-hong

19 Maciej Żurawski

9  Seol Ki-hyeon

11 Emmanuel Olisadebe

 

Técnico: Guus Hiddink

Técnico: Jerzy Engel

 

SUPLENTES:

 

 

12 Kim Byung-ji (G)

12 Radosław Majdan (G)

23 Choi Eun-sung (G)

22 Adam Matysek (G)

15 Lee Min-sung

2  Tomasz Kłos

8  Choi Tae-uk

3  Jacek Zieliński

10 Lee Young-pyo

13 Arkadiusz Głowacki

3  Choi Sung-yong

16 Maciej Murawski

2  Hyun Young-min

5  Tomasz Rząsa

17 Yoon Jong-hwan

23 Paweł Sibik

14 Lee Chun-soo

17 Arkadiusz Bąk

16 Cha Du-ri

8  Cezary Kucharski

11 Choi Yong-soo

14 Marcin Żewłakow

19 Ahn Jung-hwan

9  Paweł Kryszałowicz

 

GOLS:

26′ Hwang Sun-hong (COR)

53′ Yoo Sang-chul (COR)

 

CARTÕES AMARELOS:

31′ Jacek Krzynówek (POL)

70′ Park Ji-sung (COR)

79′ Tomasz Hajto (POL)

84′ Piotr Świerczewski (POL)

90′ Cha Du-ri (COR)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Maciej Żurawski (POL) ↓

Paweł Kryszałowicz (POL) ↑

 

50′ Jacek Bąk (POL) ↓

Tomasz Kłos (POL) ↑

 

50′ Hwang Sun-hong (COR) ↓

Ahn Jung-hwan (COR) ↑

 

61′ Yoo Sang-chul (COR) ↓

Lee Chun-soo (COR) ↑

 

64′ Radosław Kałużny (POL) ↓

Marcin Żewłakow (POL) ↑

 

89′ Seol Ki-hyeon (COR) ↓

Cha Du-ri (COR) ↑

Melhores momentos da partida:

… 01/06/2002 – Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita

Três pontos sobre…
… 01/06/2002 – Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita


Miroslav Klose, comemorando um dos seus três gols (Imagem: Kicker)

● Treinada pelo ex-centroavante Rudi Völler, a Alemanha chegou desacreditada no Mundial. Primeiro pelos vários desfalques, especialmente Mehmet Scholl e Sebastian Deisler. Além do mais, era um período de entressafra, pois a geração anterior, vencedora da Copa do Mundo de 1990 e da Eurocopa de 1996 já estava aposentada (Matthäus, Möller, Häßler, Klinsmann, dentre outros). Depois, pelos resultados ruins dos últimos anos (queda nas quartas de final da Copa de 1998 e na primeira fase da Euro 2000), inclusive nas eliminatórias, quando foi goleada pela Inglaterra por 5 a 1 em casa e precisou disputar a repescagem.

A Alemanha jogou o primeiro tempo em um 3-5-2 e o segundo em um 4-4-2, com a entrada de Jeremies no lugar de Ramelow.

Arábia Saudita se apresentou em um 4-4-2, mas a verdade é que a desorganização imperou no time.

● Difícil falar que um jogo de Copa é uma baba, mas era impossível um adversário melhor na estreia do que a Arábia Saudita. A equipe era frágil tecnicamente e fraca no jogo aéreo (ponto forte dos alemães). Cada bola que os alemães erguiam na área saudita era um pesadelo. Enquanto a marcação não encaixava e a zaga batia cabeça, a Alemanha foi empilhando gols no goleiro Al-Deayea.

Apesar de o primeiro gol ter saído apenas aos 20 minutos, foi bem assim mesmo: “quatro, vira; mais quatro, acaba”.

Dos oito gols, cinco foram de cabeça, sendo três marcados pelo coadjuvante Miroslav Klose (que seria vice artilheiro da competição com 5 gols, empatado com Rivaldo). Ballack, Jancker, Linke, Bierhoff (com um carrinho de fora da área) e Schneider completaram o placar.

Foi o único gol do veterano Thomas Linke pela seleção, em 43 partidas. Nada como um jogo fácil para toda a equipe ganhar moral.

Leia mais:
… 05/06/2002 – Alemanha 1 x 1 Irlanda
… 30/06/2002 – Brasil 2 x 0 Alemanha

● Essa é a quarta maior goleada da história das Copas, sendo a maior da Alemanha.

A Arábia Saudita perderia os dois jogos seguintes, para Camarões (1 x 0) e Irlanda (3 x 0), terminando como a pior seleção da Copa.

A Alemanha empataria com a Irlanda (1 x 1) e venceria Camarões (2 x 0), se classificando em primeiro do grupo. Passaria ainda pelo Paraguai (1 x 0, nas oitavas de final) e Estados Unidos (1 x 0, nas quartas). Na semifinal, venceu a co-anfitriã (e surpresa) Coreia do Sul também por 1 a 0 e chegou à final contra o Brasil (que veremos no próximo dia 30/06).

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA 8 x 0 ARÁBIA SAUDITA

 

Data: 01/06/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: Sapporo Dome

Público: 32.218

Cidade: Sapporo (Japão)

Árbitro: Ubaldo Aquino (Paraguai)

 

ALEMANHA (3-5-2):

ARÁBIA SAUDITA (4-4-2):

1 Oliver Kahn (G)(C)

1 Mohammed Al-Deayea (G)

2 Thomas Linke

12 Ahmed Dukhi Al-Dosari

5  Carsten Ramelow

3  Redha Tukar

21 Christoph Metzelder

4  Abdullah Zubromawi

22 Torsten Frings

13 Hussein Sulimani

19 Bernd Schneider

8  Mohammed Noor

8  Dietmar Hamann

16 Khamis Al-Dosari

13 Michael Ballack

17 Abdullah Al-Waked

6  Christian Ziege

18 Nawaf Al-Temyat

9 Carsten Jancker

20 Al Hasan Al-Yami

11 Miroslav Klose

9  Sami Al-Jaber (C)

 

Técnico: Rudi Völler

Técnico: Nasser Al-Johar

 

SUPLENTES:

 

 

12 Jens Lehmann (G)

21 Mabrouk Zaid (G)

23 Hans-Jörg Butt (G)

22 Mohammed Babkr Al-Khojali (G)

3  Marko Rehmer

2 Mohammed Al-Jahani

4  Frank Baumann

6  Fouzi Al-Shehri

15 Sebastian Kehl

5  Mohsin Harthi

16 Jens Jeremies

23 Mansour Al-Thagafi

17 Marco Bode

19 Omar Al-Ghamdi

18 Jörg Böhme

14 Abdulaziz Khathran

10 Lars Ricken

7 Ibrahim Al-Shahrani

14 Gerald Asamoah

10 Mohammad Al-Shalhoub

7 Oliver Neuville

15 Abdullah Jumaan Al-Dosari

20 Oliver Bierhoff

11 Obeid Al-Dosari

 

GOLS:

20′ Miroslav Klose (ALE)

25′ Miroslav Klose (ALE)

40′ Michael Ballack (ALE)

45+1′ Carsten Jancker (ALE)

70′ Miroslav Klose (ALE)

73′ Thomas Linke (ALE)

84′ Oliver Bierhoff (ALE)

90+1′ Bernd Schneider (ALE)

 

CARTÕES AMARELOS:

43′ Christian Ziege (ALE)

83′ Dietmar Hamann (ALE)

90+1′ Mohammed Noor (ARA)

 

SUBSTITUIÇÕES:

INTERVALO Carsten Ramelow (ALE) ↓

Jens Jeremies (ALE) ↑

 

INTERVALO Khamis Al-Dosari (ARA) ↓

Ibrahim Al-Shahrani (ARA) ↑

 

INTERVALO Nawaf Al-Temyat (ARA) ↓

Abdulaziz Khathran (ARA) ↑

 

67′ Carsten Jancker (ALE) ↓

Oliver Bierhoff (ALE) ↑

 

76′ Miroslav Klose (ALE) ↓

Oliver Neuville (ALE) ↑

 

77′ Al Hasan Al-Yami (ARA) ↓

Abdullah Jumaan Al-Dosari (ARA) ↑

 Veja os gols do massacre:

… 31/05/2002 – França 0 x 1 Senegal

Três pontos sobre…
… 31/05/2002 – França 0 x 1 Senegal

Gol de Senegal (Imagem: FIFA)

● Foi a abertura da primeira Copa do Mundo sediada em dois países: Coreia do Sul e Japão.

A França era a então campeã mundial e a maior favorita ao título, junto com a Argentina. Os franceses estavam ainda mais fortes do que em 1998, com a evolução de alguns jogadores como Thierry Henry, David Trezeguet e Patrick Vieira. O astro principal ainda era Zinedine Zidane, recém campeão da UEFA Champions League pelo Real Madrid, inclusive fazendo um gol histórico na final. Porém, como uma peça pregada pelo destino, Zizou se contundiu em um amistoso contra a Coreia do Sul, a quatro dias da estreia na Copa.

Leia mais:
… 11/06/2002 – Senegal 3 x 3 Uruguai
… 11/06/2002 – Dinamarca 2 x 0 França

Enquanto todos admiravam os Bleus, poucos conheciam a equipe senegalesa, exceto pelo surpreendente vice-campeonato na Copa Africana das Nações no início do ano. Os franceses deveriam conhecer bem seus primeiros adversários, pois, dos 23 jogadores senegaleses, 21 atuavam na França (apenas os dois goleiros reservas jogavam em clubes africanos), dois jogadores nasceram na França (Habib Beye e Sylvain N’Diaye), além do próprio técnico, Bruno Metsu, também francês.

A França jogava em um 4-5-1 bem compacto, com liberdade total para os ponteiros.

Senegal era quase um “futebol total”, em que os jogadores largavam suas posições em busca do contra-ataque. No papel, era um 4-5-1.

● Mas o desnível da tradição entre os dois era absurdo, dando à França um favoritismo cego. Se os astros não goleassem os “ingênuos debutantes”, seria uma zebra enorme.

A França mostrou 90 minutos de um jogo pesado, com pouca criatividade, sentindo falta de Zidane. No início do jogo, Trezeguet finalizou na trave. Depois, Senegal começou a encantar o mundo, com habilidade, velocidade e passes rápidos.

Dessa forma, a zebra africana começou a passear. Aos 30 minutos do primeiro tempo, El Hadji Diouf fez fila entre os marcadores na ponta esquerda, junto à linha de fundo, e cruzou rasteiro. Papa Bouba Diop finaliza em cima do goleiro Barthez, mas aproveitou o rebote, mandando para o fundo da rede. E houve a comemoração que rodou o planeta, com uma dança típica dos africanos, junto à bandeirinha de escanteio.

A França tentou pressionou em busca do empate, criou inúmeras chances, mas o goleiro Sylva fechou o gol. Henry chegou a acertar a trave, mas não conseguiu marcar. Senegal continuava ameaçando em diversos contra-ataques. Em um deles, Fadiga acertou o travessão.

● Na sequência do Grupo A, a França empataria em 0 a 0 com o Uruguai e perderia para a Dinamarca por 2 a 0. Zidane jogou apenas o último jogo de sua seleção, mas não impediu a derrota para os dinamarqueses.

Assim, a França protagonizou o maior vexame de um campeão na Copa seguinte à da conquista do título. Foi a primeira e única vez que uma seleção que defendia o título foi eliminada sem marcar gols na competição.

El Hadji Diouf, o craque do time (Imagem: Footy Fair)

FICHA TÉCNICA:

 

FRANÇA 0 x 1 SENEGAL

 

Data: 31/05/2002

Horário: 20h30 locais

Estádio: Seoul World Cup Stadium (Sangam Stadium)

Público: 62.561

Cidade: Seul (Coreia do Sul)

Árbitro: Ali Bujsaim (Emirados Árabes Unidos)

 

FRANÇA (4-2-3-1):

SENEGAL (4-1-4-1):

16 Fabien Barthez (G)

1  Tony Sylva (G)

15 Lilian Thuram

17 Ferdinand Coly

18 Frank Leboeuf

13 Lamine Diatta

8 Marcel Desailly (C)

4  Pape Malick Diop

3  Bixente Lizarazu

2  Omar Daf

4  Patrick Vieira

6  Aliou Cissé (C)

17 Emmanuel Petit

14 Moussa N’Diaye

11 Sylvain Wiltord

15 Salif Diao

6  Youri Djorkaeff

19 Papa Bouba Diop

12 Thierry Henry

10 Khalilou Fadiga

20 David Trezeguet

11 El Hadji Diouf

 

Técnico: Roger Lemerre

Técnico: Bruno Metsu

 

SUPLENTES:

 

 

23 Grégory Coupet (G)

16 Omar Diallo (G)

1  Ulrich Ramé (G)

22 Kalidou Cissokho (G)

19 Willy Sagnol

21 Habib Beye

5  Philippe Christanval

5  Alassane N’Dour

13 Mikaël Silvestre

3  Pape Sarr

2  Vincent Candela

20 Sylvain N’Diaye

7  Claude Makélélé

12 Amdy Faye

14 Alain Boghossian

23 Makhtar N’Diaye

22 Johan Micoud

7  Henri Camara

10 Zinedine Zidane

18 Pape Thiaw

21 Christophe Dugarry

8  Amara Traoré

9  Djibril Cissé

9  Souleymane Camara

 

GOL: 30′ Papa Bouba Diop (SEN)

 

CARTÕES AMARELOS:

45+2′ Emmanuel Petit (FRA)

51′ Aliou Cissé (SEN)

 

SUBSTITUIÇÕES:

60′ Youri Djorkaeff (FRA) ↓

Christophe Dugarry (FRA) ↑

 

81′ Sylvain Wiltord (FRA) ↓

Djibril Cissé (FRA) ↑

Melhores momentos da partida:

 Duas curiosidades sobre Khalilou Fadiga:

1- Quatro dias antes do início da Copa, ele foi acusado de roubar um colar de ouro de uma joalheria em Daegu (Coreia do Sul), foi detido pela polícia e liberado logo em seguida, após reconhecer o erro e ter dito que “fez aquilo somente por curiosidade”. Ao final, foram retiradas as acusações contra o jogador e o dono da loja furtada chegou a enviar a ele um pingente e uma carta desejando boa sorte no Mundial.

2- No início da temporada 2003/04, foi contratado pela Internazionale, mas os exames cardíacos diagnosticaram uma anomalia, impedindo o senegalês de atuar pelo clube de Milão. Dispensado um ano depois, ele deu sequência à carreira, mesmo sofrendo uma parada cardíaca em 2004, enquanto atuava pelo Bolton Wanderers.


Khalilou Fadiga, líder técnico da equipe (Imagem: Daily Mail)