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… Remo x Paysandu: maior clássico do mundo

Três ponto sobre…
… Remo x Paysandu

● O Re-Pa é o maior clássico do país. Pelo menos no número de partidas disputadas, provavelmente é o maior clássico do mundo. Até agora foram 739 partidas disputadas, com o seguinte retrospecto: 257 vitórias para o Remo com 940 gols marcados, contra 231 vitórias do Paysandu, que marcou 938 gols, além de 251 empates.

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(Imagem: Portal do Parazão)

O confronto entre os times da cidade de Belém-PA também é conhecido como “Clássico Rei da Amazônia”, pois é disputado pelas duas maiores forças do futebol de toda a Região Norte do Brasil. Ambos possuem as maiores e mais apaixonadas torcidas da região, demonstrando o fanatismo do torcedor paraense pelo futebol. No dia 04/05/2016, o clássico foi declarado patrimônio cultural imaterial do estado do Pará.

O Clube do Remo foi fundado em 05/02/1905, enquanto a data de fundação do Paysandu Sport Club é 02/02/1914. A primeira partida ocorreu em 14/06/1914 pelo Campeonato Paraense, quando um público de duas mil pessoas assistiram ao Remo vencer por 2 a 1 no Estádio da firma Ferreira & Comandita (atual Curuzu). Os gols foram de Rubilar (o primeiro da história do Re-Pa) e Bayma (contra), com Mateus marcando para os bicolores.

Já o confronto mais recente foi um empate por 1 a 1 no Estádio Mangueirão, pela 9ª rodada da primeira fase do Parazão, quando Bergson abriu o placar para o Paysandu e Eduardo Ramos empatou nos minutos finais da partida.


(Imagem: paysandu.com.br)

● A maior goleada pertence ao Papão, que goleou o Leão em pleno Estádio Baenão por 7 a 0 pelo 1º turno do campeonato estadual, em 22/07/1945. A maior vitória do Remo foi por 7 a 2, em 05/03/1939, quando Jango marcou 5 gols, sendo até hoje o maior artilheiro em uma única partida do clássico. (Em 16/01/1927, o time azulino venceu o bicolor por 7 a 0, mas em partida envolvendo os times reservas, o que não conta para as estatísticas).

O Remo se orgulha do maior período de invencibilidade, com 33 jogos entre 31/01/1993 a 07/05/1997, sendo 21 vitórias e 12 empates. Por sua vez, o Paysandu ficou 13 jogos sem perder para o rival (6v e 7e), de 29/01/1970 a 09/12/1970.

Os maiores artilheiros do Re-Pa são: Hélio (Paysandu) com 47 gols; Itaguary (Remo/Paysandu), com 30 gols; Quarenta (Paysandu) e Cacetão (Paysandu), com 28 gols; Bené (Paysandu), com 26 gols; e Quiba (Remo), com 24 gols.

O jogador que mais atuou foi Quarentinha, que disputou 135 clássicos pelo Papão entre 1955 e 1973.

O maior público foi em uma vitória do Remo por 1 x 0, no Mangueirão, em 11/07/1999, jogo que valeu o título estadual aos azulinos e o 38º título, tornando o clube o “Campeão Paraense do Século XX”.

Em número de títulos paraenses conquistados, com a conquista de 2016, o Papão abriu vantagem, com 46 conquistas contra 44 do rival.

Falando de títulos consecutivos, vantagem para o Remo, heptacampeão entre 1913 e 1919. O Paysandu foi pentacampeão de 1942 a 1947, como também foi o Remo, de 1993 a 1997.

O clássico geralmente decide o Paraense, e entre essas muitas finais o Remo saiu de campo campeão em 18 oportunidades: 1925, 1930, 1954, 1960, 1968, 1977, 1978, 1979, 1989, 1990, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1999, 2004 e 2014. O Paysandu faturou 16 decisões contra o adversário, em 1956, 1957, 1959, 1961, 1963, 1966, 1967, 1969, 1971, 1972, 1982, 1985, 1987, 1992, 1998 e 2001. A última vez que decidiram o torneio, o Leão se sagrou campeão, em 2014.


(Imagem: Globo Esporte)

● Entre tantas decisões, a mais emocionante foi a de 1967. Naquele ano, realizaram-se nada menos que seis partidas, durante quase um mês, entre 12 de novembro e 10 de dezembro, até que o Paysandu, enfim, ficasse com a taça. Tudo começou quando o Remo ganhou por 2 x 1, igualando o rival em pontos e forçando mais um jogo para decidir o segundo turno. Como houve empate (1 x 1), realizou-se uma partida extra, vencida pelo Remo por 1 x 0. Então, Paysandu, campeão do primeiro turno, e Remo, vencedor do segundo, partiram para a decisão do campeonato. Depois de dois empates em 0 x 0, o Paysandu finalmente ficou com o título, ao derrotar o rival por 2 x 0, gols de Alemão (contra) e Robilota.

Em 04/04/04 o Remo fez história, ao vencer o rival por 2 a 0 (gols de Gian e Rodrigo), se sagrando campeão estadual com 100% de aproveitamento, o único a conseguir esse feito na história do profissionalismo do futebol paraense (pós-1945).

(Imagem: Mantos do Futebol)

As cidades que tiveram sorte de sediar o Clássico Rei da Amazônia foram: Belém, com 724 jogos; Paramaribo (Suriname), com 3 partidas; Santarém, Macapá (AP) e São Luís (MA), 2 confrontos; e Cametá, Bragança, Soure, Barcarena e Castanhal, com um jogo.

O mais longe que o Re-Pa já chegou foi a decisão do 3º lugar do Módulo Amarelo da Copa João Havelange de 2000, que dava direito ao vencedor de disputar o Módulo Azul (Primeira Divisão). Na primeira partida, em 12/11/2000, o Remo venceu por 3 x 2. No jogo de volta, dia 19/11, não passaram de um empate em 1 a 1. O resultado beneficiou o Clube do Remo que integrou o Módulo Azul, mas foi eliminado logo nas oitavas de final para o Sport Recife, após duas derrotas (2 x 1 e 1 x 0).

Em relação a títulos de maior expressão, o Paysandu leva vantagem, pois venceu a Copa dos Campeões de 2002 (que propiciou até uma digna campanha na Copa Libertadores de 2003), o Campeonato Brasileiro da Série B de 1991 e 2001, a Copa Verde de 2016 e a Copa Norte de 2002. O Remo se sagrou vencedor do Campeonato Brasileiro da Série C em 2005, do Campeonato Norte-Nordeste de 1971 e do Torneio do Norte em 1968, 1969 e 1971.

… Fla-Flu

Três pontos sobre…
… Fla-Flu


(Imagem: feedbackmag.com.br)

● “O Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada.” Essa é a simples definição do dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues sobre o grande clássico entra Flamengo e Fluminense. Enquanto Nelson torcia para o Fluzão, seu irmão Mário Filho (que dá nome ao estádio Maracanã), também cronista esportivo, era torcedor do Mengão. Foi Mário que deu ao confronto seus dois nomes mais famosos: “Fla-Flu” e “O Clássico das Multidões”.

E dizem os antigos que a rivalidade realmente começou antes de tudo mesmo. O Fluminense foi fundado em 1902 como um clube de futebol. O Flamengo foi criado em 1895 para a prática do remo e passou a ter um time de futebol apenas em 1911. Mas desde sempre os filiados aos dois clubes duelavam pela atenção das moças no início do Século XX. O futebol do Fla surgiu de “desertores” do Flu. Tanto que no primeiro jogo entre eles, o Tricolor venceu por 3 x 2, mesmo desfalcado e enfrentando nove de seus ex-jogadores que foram fundar o futebol no Rubro-Negro.

● O clássico mais emblemático certamente foi o lendário “Fla-Flu da Lagoa”, que decidiu o bicampeonato Carioca de 1941 em favor do Fluminense. Eram tempos românticos. A partida terminou em 2 a 2, mas ficou marcada pela atitude dos jogadores do Flu, que a poucos minutos do fim de um jogo eletrizante, chutavam as bolas para a Lagoa Rodrigo de Freitas, que antes de ser aterrada, ficava ao lado do Estádio da Gávea.

O recorde mundial de público em partidas entre clubes ocorreu na final do Campeonato Carioca de 1963. Foram 194.603 expectadores no empate em 0 x 0 que deu o título ao Flamengo.

Outra final histórica foi a do Campeonato Carioca de 1995. Foi uma partida emocionante, cheia de alternativas e com um grande ícone para cada lado: Romário e Renato Gaúcho. Por fim, vitória tricolor por 3 a 2 com um mítico gol de barriga de Renato aos 42 minutos do segundo tempo, o Fluminense se tornou campeão e impediu o título flamenguista no ano do centenário do clube.

● Desde 2012, esse clássico é considerado patrimônio imaterial do Rio de Janeiro, sendo o único jogo de futebol a merecer tal honraria.

Independente da forma de qualquer uma das equipes, o charme do Fla-Flu é inigualável.


(Imagem: Jorge William – O Globo)