… 03/07/2010 – Alemanha 4 x 0 Argentina

Três pontos sobre…
… 03/07/2010 – Alemanha 4 x 0 Argentina


(Imagem: UOL)

● Alemanha e Argentina haviam se enfrentado nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006 e o jogo terminou em discussão e pancadaria, após a vitória germânica nos pênaltis. Na África do sul, se encontravam novamente nas quartas de final e vários personagens se repetiam, mas eram outros times em relação a quatro anos antes.

Em busca de encerrar a fila de 24 anos sem o título mundial, a Argentina juntou seus dois maiores nomes em todos os tempos: Lionel Messi em campo e Diego Armando Maradona como técnico. Treinando a seleção albiceleste desde outubro de 2008, Don Diego esperava transferir seu status de divindade a Messi, que ainda não havia feito uma grande competição com a camisa da seleção. Em 2009, Messi tinha sido eleito o melhor jogador do mundo pela primeira vez e estava chegando em seu auge técnico, treinado por Pep Guardiola no Barcelona.

Entre os 23 nomes convocados, alguns nomes de confiança de Maradona, como os veteraníssimos Juan Sebastián Verón (35 anos) e Martín Palermo (38). Mas outros homes históricos foram deixados de fora, como Javier Zanetti, Esteban Cambiasso e Juan Román Riquelme.

A defesa do goleiro Sergio Romero jogava em linha e era composta por Nicolás Otamendi, Martín Demichelis, Nicolás Burdisso e Gabriel Heinze, sem os avanços dos laterais. No meio, o capitão Javier Mascherano fazia a proteção, enquanto Maxi Rodríguez era o meia pela direita e Ángel Di María era seu espelho pela esquerda. Lionel Messi era o enganche, responsável pela criação das jogadas para a dupla de ataque, composta por Carlos Tevez e Gonzalo Higuaín. No banco, contava com ótimas opções do meio para frente, especialmente Kun Agüero (genro do treinador) e Diego Milito (em fase esplendorosa na Inter de Milão).

Na primeira fase, a Argentina enfrentou a Nigéria (como sempre) e venceu por 1 x 0. Na segunda partida, goleada sobre a Coreia do Sul por 4 x 1, com direito a um “hat trick” de Huguaín. No terceiro jogo, bateu a Grécia por 2 x 0. Nas oitavas de final, sofreu um pouco, mas venceu o México por 3 x 1.


(Imagem: BBC)

● O técnico Joachim Löw substituiu Jürgen Klinsmann em 2006 e levou a Alemanha ao vice-campeonato da Eurocopa dois anos depois, ganhando prestígio no país. Mas o comandante tinha vários desfalques de última hora para a disputa do Mundial. O zagueiro Heiko Westermann era cotado como titular, mas se machucou em um amistoso pouco antes de o técnico definir a lista dos 23 convocados.

Löw também não pôde contar com seus dois goleiros principais. Robert Enke seria o número 1, mas foi acometido de uma depressão e cometeu suicídio em novembro do ano anterior. René Adler quebrou as costelas às vésperas da convocação. Com isso, fram convocados Manuel Neuer (então no Schalke 04), Tim Wiese (que se tornaria fisiculturista e lutador de Wrestling tempos depois) e o veterano Hans-Jörg Butt, de 36 anos.

Mas a pior perda foi a do capitão Michael Ballack. Ele se contundiu dia 16 de maio, ao sofrer uma pancada no tornozelo desferida por Kevin-Prince Boateng. Prince é nascido na Alemanha, mas optou por representar a seleção de Gana (país de origem de seus pais). Na final da Copa da Inglaterra, ele atuava no Portsmouth e havia levado um tapa na cara de Ballack, do Chelsea, resolvendo revidar com a entrada dura. Curiosamente, essa lesão que afastou Ballack abriu espaço para a convocação de seu irmão Jérôme Boateng. Ao contrário de Prince, Jérôme optou por defender a seleção alemã e eles se tornariam os primeiros irmãos a se enfrentarem em uma Copa do Mundo, na terceira partida da primeira fase de 2010.

A defesa contava com o capitão Philipp Lahm e Jérôme Boateng nas laterais e o miolo de zaga tinha os lentos e experientes Per Mertesacker e Arne Friedrich. Com a perda de Ballack, o renovado meio campo contava com Sami Khedira e Bastian Schweinsteiger fazendo o balanço defensivo para a criação de Mesut Özil. Thomas Müller e Łukas Podolski eram os pontas e o inoxidável Miroslav Klose era o principal responsável pelos gols. No banco, destaques para o ainda jovem Toni Kroos, o meia Piotr Trochowski (que sempre entrava durante os jogos), além dos atacantes Mario Gómez e Cacau (nascido no Brasil).

Na fase de grupos, a Alemanha goleou a Austrália por 4 x 0 na estreia. Depois, perdeu para a Sérvia por 1 x 0 e venceu Gana pelo mesmo placar. Nas oitavas, a Alemanha se vingou de 1966 e goleou a Inglaterra por 4 x 1.


Joachim Löw armou a Alemanha no sistema 4-2-3-1.


Maradona escalou a Argentina no 4-3-1-2, com Messi fazendo o papel de “enganche”.

● As duas equipes haviam se enfrentado quatro meses antes em um amistoso, com vitória argentina por 1 x 0, com gol de Higuaín em passe de Di María. Felizmente a troca de provocações na véspera do jogo não se refletiu em campo.

A Alemanha queria decidir logo a sua sorte e armou uma “blitzkrieg” (“guerra relâmpago”). E conseguiu ser recompensada ao abrir o placar logo aos três minutos de partida. Schweinsteiger cobrou falta do bico esquerdo da área e Thomas Müller se antecipou a marcação de Otamendi para cabecear para o fundo das redes, contando com o mau posicionamento do goleiro argentino Romero.

A partir daí, o que se viu foi os sul-americanos tentarem ir à frente na base do talento individual, mas não conseguindo passar pela barreira defensiva alemã.

Aos 22′, Messi criou a jogada para Tevez, mas Neuer se antecipou para ficar com a bola.

Dois minutos depois, os germânicos deram o troco. Müller avançou pela direita e tocou para a marca do pênalti, mas Klose finalizou por cima.

Aos 32 min, Tevez puxou contragolpe e tocou para Di María, que invadiu a área e chutou fraco para a defesa de Neuer.

Com 55% de posse de bola, a Argentina até tentava criar, mas não conseguia finalizar com perigo. A Alemanha recuou demais e chegou a temer pelo empate.


(Imagem: Globo Esporte)

Aos três minutos do segundo tempo, Di María chutou da intermediária e a bola passou raspando à trave direita do arqueiro alemão.

Pecando muito nas finalizações, a Argentina tentava atacar desordenadamente e cedia espaços em sua defesa. Bastian Schweinsteiger era um monstro no meio de campo e a marcação sob pressão dos europeus encurtava os espaços e não deixava Messi se criar. O time argentino não tinha comando e a Alemanha explorava a fragilidade da marcação adversária. Mascherano sozinho não conseguia parar o rápido ataque teutônico, que foi mais eficiente nas chances que teve.

Na metade da etapa final, Sami Khedira avançou pela esquerda e tocou para Thomas Müller. Mesmo caído, ele conseguiu fazer o passe para Podolski cruzar rasteiro para o implacável Miroslav Klose ampliar o marcador.

Seis minutos depois, Schweinsteiger passou por Di María, Higuaín e Pastore e cruzou rasteiro para o zagueiro Friedrich fazer o terceiro gol alemão.

No último minuto do tempo normal, Schweinsteiger puxou contra-ataque e passou para Özil cruzar da esquerda para Klose bater de primeira no contrapé do goleiro Romero e marcar seu 14º gol na história das Copas – ficando a um tento de igualar Ronaldo Fenômeno.

Thomas Müller, melhor jogador alemão no Mundial, recebeu o segundo cartão amarelo na fase final da competição e estava suspenso para a semifinal contra a Espanha. A Alemanha até tentou segurar o irresistível “tiki-taka” espanhol, mas perdeu por 1 x 0, com um gol de cabeça de Carles Puyol. Na decisão do 3º lugar, venceu o renascido Uruguai por 3 x 2.


(Imagem: Goal)

FICHA TÉCNICA:

 

ALEMANHA 4 x 0 ARGENTINA

 

Data: 03/07/2010

Horário: 16h00 locais

Estádio: Green Point

Público: 64.100

Cidade: Cidade do Cabo (África do Sul)

Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)

 

ALEMANHA (4-2-3-1):

ARGENTINA (4-3-1-2):

1  Manuel Neuer (G)

22 Sergio Romero (G)

16 Philipp Lahm (C)

15 Nicolás Otamendi

17 Per Mertesacker

2  Martín Demichelis

3  Arne Friedrich

4  Nicolás Burdisso

20 Jérôme Boateng

6  Gabriel Heinze

6  Sami Khedira

14 Javier Mascherano (C)

7  Bastian Schweinsteiger

20 Maxi Rodríguez

13 Thomas Müller

7  Ángel Di María

8  Mesut Özil

10 Lionel Messi

10 Łukas Podolski

11 Carlos Tevez

11 Miroslav Klose

9  Gonzalo Higuaín

 

Técnico: Joachim Löw

Técnico: Diego Armando Maradona

 

SUPLENTES:

 

 

12 Tim Wiese (G)

21 Mariano Andújar (G)

22 Hans-Jörg Butt (G)

1  Diego Pozo (G)

5  Serdar Tasci

12 Ariel Garcé

4  Dennis Aogo

13 Walter Samuel

14 Holger Badstuber

3  Clemente Rodríguez

2  Marcell Jansen

5  Mario Bolatti

18 Toni Kroos

17 Jonás Gutiérrez

15 Piotr Trochowski

8  Juan Sebastián Verón

21 Marko Marin

23 Javier Pastore

19 Cacau

16 Sergio Agüero

9  Stefan Kießling

19 Diego Milito

23 Mario Gómez

18 Martín Palermo

 

GOLS:

3′ Thomas Müller (ALE)

68′ Miroslav Klose (ALE)

74′ Arne Friedrich (ALE)

89′ Miroslav Klose (ALE)

 

CARTÕES AMARELOS:

11′ Nicolás Otamendi (ARG)

35′ Thomas Müller (ALE)

80′ Javier Mascherano (ARG)

 

SUBSTITUIÇÕES:

70′ Nicolás Otamendi (ARG) ↓

Javier Pastore (ARG) ↑

 

72′ Jérôme Boateng (ALE) ↓

Marcell Jansen (ALE) ↑

 

75′ Ángel Di María (ARG) ↓

Sergio Agüero (ARG) ↑

 

77′ Sami Khedira (ALE) ↓

Toni Kroos (ALE) ↑

 

84′ Thomas Müller (ALE) ↓

Piotr Trochowski (ALE) ↑

Gols da partida:

Gols do jogo (em português) e reportagem da Rede Globo:

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