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… Dener: o “Rei do Drible”

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… Dener: o “Rei do Drible”


(Imagem: Jovem Pan)

Impossível prever até onde Dener poderia chegar se ele não tivesse morrido naquele acidente fatal que ocorreu nas proximidades da Lagoa Rodrigo de Freitas no dia 18/04/1994, quando havia acabado de completar 23 anos.

São-paulino doente, Dener foi revelado na prolífica base de Associação Portuguesa de Desportos e logo pegou fama, sendo a estrela principal do time campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1991 e do Paulistão Sub-20 de 1990.

Um empréstimo de três meses para o Grêmio foi o suficiente para que ele conquistasse seu primeiro título como profissional, o Gauchão de 1993.

Em 1994, novo empréstimo, dessa vez para o Vasco da Gama, onde conquistou a Taça Guanabara. Seria também campeão carioca, título que o clube conquistou após o falecimento de Dener.


(Imagem: Tassio Marcelo / Agência Estado)

No dia do fatídico acidente, ele havia se reunido com representantes do Stuttgart, da Alemanha – clube no qual jogava Dunga –, para falar sobre uma futura transferência.

Fez parte da malfadada Seleção Sub-23 que não conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de 1992.

Pela Seleção Brasileira principal, foram apenas dois amistosos em 1991 – ambos saindo do banco.

Quando morreu, Dener estava jogando em alto nível, em um momento de afirmação, se consolidando no Vasco.

Dificilmente seria convocado para a Seleção que conquistou a Copa do Mundo de 1994. Mas é inegável que seria uma enorme fonte de talento naquela batalhadora Seleção.

Independentemente disso, Dener tinha um talento único, que foi interrompido prematuramente. Onde chegaria? Impossível prever.

O que ficou para história são os belos lances proporcionados pelo menino do Canindé.

Hoje, dia 02 de abril, ele completaria 50 anos.


(Imagem: Agência Estado)

… O dia em que o Vasco usou logomarca do SBT para provocar a Globo

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… O dia em que o Vasco usou logomarca do SBT para provocar a Globo


(Imagem: UOL Esporte)

● Antônio Soares Calçada foi um dos presidentes mais vitoriosos da história do Clube de Regatas Vasco da Gama. Era o presidente no centenário do clube, quando venceu a sonhada Taça Libertadores da América de 1998. Somando todas suas gestões, o clube conquistou, no futebol: a citada Libertadores de 1998, a Copa Mercosul de 2000, 3 campeonatos brasileiros, 7 Campeonatos Cariocas; no basquete, o Vasco venceu por 2 vezes a Liga Sul-Americana e também 2 vezes o Campeonato Sul-Americano; no remo, foi campeão tricampeão estadual. Mas desde meados da década de 70, quem manda mesmo no clube é Eurico Miranda.

● Poucos se lembram, mas Eurico Miranda foi um dos principais articuladores na “virada de mesa” que resultou na Copa João Havelange. Devido a demandas jurídicas de clubes, que atrapalhavam a configuração do Campeonato Brasileiro de 2000, a CBF entregou sua organização para o Clube dos 13, que, dentre outras barbáries, catapultou o Fluminense campeão da Série C, direto pra Série A. O campeonato teve seu formato diferente do praticado nos últimos anos e foi dividido em módulos. Os 116 clubes ficaram distribuídos em quatro módulos: azul (25 equipes, equivalente à Série A), amarelo (36 times, equivalentes à Série B), verde (28 clubes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste) e branco (27 equipes do Sul e do Sudeste do Brasil). Para a fase final, se classificariam os 12 melhores do turno simples do módulo azul; o campeão, vice e o 3º colocado do módulo amarelo e o campeão dos módulos verde e branco. Após os playoffs, chegaram na final o Vasco e o São Caetano (vice-campeão do módulo amarelo).

● Após empate em 1 a 1 no primeiro encontro, ocorreu no dia 30/12/2000 o segundo jogo da final da Copa João Havelange. A partida deveria ser no Maracanã, mas por influência de Eurico, foi pra São Januário. Porém, a partida foi interrompida após a queda de um alambrado, que deixou 168 torcedores feridos. Galvão Bueno, transmitindo a final e as ocorrências pela TV Globo, a todo tempo se mostrava parcial, inclusive pedindo ao vivo para que o então governador do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, intervisse para que o jogo fosse suspenso (o que foi feito). A final foi mesmo interrompida pelo árbitro Oscar Roberto Godói e posteriormente remarcada. Com o jogo encerrado, mesmo com os feridos sendo atendidos dentro do campo, Eurico insistia que os jogadores pegassem a taça e comemorassem, já que o 0 x 0 lhes dariam o título. Mas como vingança contra a Globo, no novo jogo da final, em 18/01/2001, o Vasco entrou com a camiseta com a logomarca do SBT sem receber nada pela propaganda, mas também sem autorização da emissora (já que a Anatel proíbe anúncios de canais de TV em patrocínios esportivos). Calçada disse que era uma homenagem ao amigo Silvio Santos. Eurico justificou o uso da marca: “Tendo sido caluniado, quis o Vasco homenagear quem não o caluniou. Tendo sido vítima de uma odiosa campanha de perseguição, a partir da desinformação e até mesmo da edição de imagens, quis o Vasco homenagear quem dá à opinião pública a verdade dos fatos para que ela os julgue”. No fim, o Vasco venceu o valente São Caetano por 3 a 1, dessa vez no Maracanã, em um dos momentos mais bizarros da história recente, quando fez a Globo transmitir ao vivo por 90 minutos a logo do SBT.

(Imagem: One Football)

… Edmundo 4 x 1 Flamengo, em 1997

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… Edmundo 4 x 1 Flamengo, em 1997


(Imagem: Mantos do Futebol)

● Em 03/12/1997, uma quarta-feira, em jogo válido pela 5ª rodada do Grupo A da fase semifinal do Campeonato Brasileiro de 1997, Flamengo e Vasco se enfrentavam em um Maracanã lotado. Naquele ano, a fase semifinal foi disputada em dois grupos com quatro times. O líder Vasco tinha 10 pontos, enquanto o Flamengo tinha 7 e, se vencesse, iria a 10 e ambos ainda teriam uma partida por jogar. Ou seja, se o rubro-negro vencesse, ainda teria chances; se o cruzmaltino empatasse um dos dois jogos (o outro seria contra o Juventude), estaria matematicamente classificado.

Logo aos 16 minutos, Edmundo (o melhor jogador do campeonato disparado) passou pelo goleiro Clemer e abriu o placar. O Vasco ficaria com um a menos ainda na etapa inicial, aos 35, com a expulsão do volante Nelson “Patola”.

Mas o camisa 10 vascaíno estava infernal e ampliou aos 9 do segundo tempo, quando recebeu lançamento de Juninho e contou com a sorte quando a bola bateu em suas costas, tirando Júnior Baiano e Clemer da jogada.

Já no fim, aos 39, Júnior Baiano diminuiu cobrando pênalti para o Flamengo e deu esperanças à torcida.

Mas por pouco tempo. Aos 44, Edmundo recebeu a bola na área e colocou a defesa adversária para dançar: driblou logo dois em um único corte! Sensacional! E, de perna esquerda, fez seu “hat-trick”, batendo o recorde de artilharia em uma mesma edição do Brasileirão, com 29 gols marcados (superando Reinaldo, do Atlético-MG, que anotou 28 em 1977).

Como último prego no caixão do rival, ainda deu tempo para o lateral Maricá fechar a goleada nos acréscimos. Final: 4 x 1, Vasco.

● Foi um dos maiores shows individuais de um jogador na história recente do Brasileirão.

Foi uma verdadeira noite de gala, que nunca sairá da memória de todos os torcedores do Vasco da Gama e dos amantes do futebol em geral.

O Vasco jogou tanto contra o Flamengo, que nem precisou marcar gols na final. Com dois empates por 0 x 0 com o Palmeiras, por ter melhor campanha, o Vasco se tornou campeão brasileiro de 1997.

FICHA TÉCNICA

Flamengo 1 x 4 Vasco
FLAMENGO
Clemer; Leandro Silva, Júnior Baiano, Juan e Gilberto; Jamir, Bruno Quadros (Renato Gaúcho), Iranildo (Lê) e Athirson; Lúcio e Sávio. Técnico: Paulo Autuori.
VASCO
Carlos Germano; Filipe Alvim (Maricá), Alex Pinho, Mauro Galvão e César Prates; Nasa, Nelson, Juninho Pernambucano (Moisés) e Ramon; Edmundo e Evair (Fabrício Carvalho). Técnico: Antônio Lopes.
Data: 03/12/1997
Local: Estádio Maracanã
Público: 75.493
Árbitro: Paulo César de Oliveira
Gols:
16′ Edmundo (VAS)
54′ Edmundo (VAS)
84′ Júnior Baiano (FLA)
89′ Edmundo (VAS)
90’+ 1′ Maricá (VAS)
Cartão Vermelho: Nelson (VAS)