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… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa

Três pontos sobre…
… 25/06/2018 – O melhor do 12º dia da Copa


(Imagem: FIFA.com)

O choro iraniano pela eliminação precoce diante do empate com Portugal.
O sufoco espanhol com a correria dos marroquinos.
O show do Uruguai contra a Rússia.
O recorde de jogador mais velho de todas as Copas, quebrado pelo goleiro egípcio Essam El-Hadary (que ainda defendeu pênalti).


… Uruguai 3 x 0 Rússia


(Imagem: FIFA.com)

Desde o apito inicial, o Uruguai se impôs como um campeão mundial deve fazer. Mesmo atuando contra os donos da casa, não passou sufoco em momento algum e se classificou em primeiro lugar do Grupo A, com 100% de aproveitamento.

A esperança da torcida russa por um bom resultado se foi logo aos dez minutos, quando Betancur sofreu uma falta quase na linha da grande área. Luisito Suárez cobrou com muita força, no canto do goleiro. Podemos colocar um pouquinho da culpa em Akinfeev, já que um goleiro não deveria sofrer um gol de falta no canto que ele próprio está cobrindo, do outro lado da barreira. Como atenuantes, a proximidade da bola e a força do chute.

Logo na sequência, Akinfeev fez um lançamento quase de área a área. Dzyuba fez o pivô escorando de cabeça e Cheryshev chutou de direita (o pé ruim) da entrada da área, mas o goleiro Muslera defendeu e Godín chutou o rebote para longe.

O segundo gol foi aos 23′. Diego Laxalt pegou a sobra de um escanteio e chutou de esquerda. No meio do caminho a bola desviou em Cheryshev e tirou qualquer chance do goleiro Akinfeev.

Cinco minuto depois, Suárez deixou Bentancur na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro russo. Na sobra, Zobnin chegou antes de Cavani para aliviar o perigo.

Aos 36′, Igor Smolnikov foi expulso ao receber o segundo cartão amarelo, dessa vez por um duro carrinho por trás em Laxalt. Se o jogo já estáva fácil para os uruguaios, agora a vitória seria questão de tempo.

Aos 45 min do segundo tempo, Cristian “Cebolla” Rodríguez chutou forte de fora da área, mas Akinfeev estava atento para espalmar por cima.

Na cobrança desse escanteio, Godín subiu mais alto que os adversários e cabeceou firme no canto, mas o arqueiro foi buscar. Mas na sobra, Cavani foi mais esperto e completou para o gol.

Um placar de 3 a 0 com muita autoridade, que deixa o Uruguai com um leve favoritismo contra Portugal nas oitavas de final.

Em seu primeiro teste de respeito, a Rússia foi reprovada. Agora, enfrentará a Espanha, uma das favoritas à conquista do título. Os anfitriões terão que jogar mais do que hoje, se quiserem sonhar com as quartas de final.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Uruguai 3 x 0 Rússia
Data: 25/06/2018 — Horário: 18h00 locais
Estádio: Cosmos Arena (Arena Samara) — Cidade: Samara (Rússia)
Público: 41.970
Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)
Gols: 10′ Luis Suárez (URU); 23′ Denis Cheryshev (URU)(contra); 90′ Edinson Cavani (URU)
Cartões Amarelos: 9′ Yury Gazinsky (RUS); 27′ Igor Smolnikov (RUS); 59′ Rodrigo Bentancur (URU)
Cartão Vermelho: 36′ Igor Smolnikov (RUS)
Uruguai (4-4-2): 1.Fernando Muslera; 22.Martín Cáceres, 19.Sebastián Coates, 3.Diego Godín (C) e 17.Diego Laxalt; 8.Nahitan Nández (7.Cristian Rodríguez ↑73′), 15.Matías Vecino, 14.Lucas Torreira e 6.Rodrigo Bentancur (10.Giorgian De Arrascaeta ↑63′); 21.Edinson Cavani (18.Maxi Gómez ↑90+3′) e 9.Luis Suárez. Técnico: Óscar Tabárez
Rússia (4-2-3-1): 1.Igor Akinfeev (C); 23.Igor Smolnikov, 3.Ilya Kutepov, 4.Sergei Ignashevich e 13.Fyodor Kudryashov; 8.Yury Gazinsky (7.Daler Kuzyayev ↑INTERVALO) e 11.Roman Zobnin; 19.Aleksandr Samedov, 15.Aleksei Miranchuk (10.Fyodor Smolov ↑60′) e 6.Denis Cheryshev (2.Mário Fernandes ↑38′); 22.Artem Dzyuba. Técnico: Stanislav Cherchesov

 

… Arábia Saudita 2 x 1 Egito


(Imagem: UOL)

Essa partida ficou marcada na história das Copas. Aos 45 anos e 5 meses, o goleiro egípcio Essam El-Hadary se tornou o jogador mais velho a disputar um Mundial. E, como veremos, ele não se limitou a ser coadjuvante no jogo. Ele não entrou em campo apenas para bater o recorde. Ele, que estreou na seleção em 1996, ainda mantém um bom nível técnico, que o faz ser um dos melhores de seu país e, merecidamente, ser convocado. Inclusive, tinha sido titular em cinco dos oito jogos do Egito nas eliminatórias no ano passado.

Seu time começou vencendo. Aos 22 minutos de jogo, Abdalla Said fez um lindo lançamento para Mohamed Salah. O atacante do Liverpool dominou e tocou por cobertura sobre o goleiro saudita. Um lindo gol, no estilo Mo Salah que nos acostumamos a ver na temporada recém terminada.

A partida começava com “cheiro” de goleada egípcia, porque a jogada se repetiu logo no minuto seguinte. Salah recebeu passe ao se deslocar por trás da zaga e fez uma linda enfiada para o camisa 10. Sozinho, ele novamente tocou por cima do goleiro Yasser Al-Mosailem, mas a bola caprichosamente foi para fora. Um pecado!

Aos 39′, Yasser Al-Shahrani tentou cruzar na área e Ahmed Fathi tocou com a mão na bola. Pênalti para a Arábia Saudita. Fahad Al-Muwallad bateu forte no canto direito, mas a bola foi à meia altura, possibilitando a defesa de El Hadary. A bola ainda explodiu no travessão antes de ser tirada pela defesa.

Já nos acréscimos, uma nova penalidade para “Os Falcões Verdes”. Ali Gabr segurou Al-Muwallad na área. O VAR ratificou a marcação do árbitro colombiano Wilmar Roldán. Dessa vez a cobrança ficou a cargo de Salman Al-Faraj, que bateu rasteiro no canto esquerdo, deslocou o goleiro e empatou a partida.

No segundo tempo, aos 25 min, Al-Faraj fez um belo lançamento da intermediária e Al-Mogahwi cabeceou bem, à queima roupa, mas El Hadary fez um novo milagre.

Nos acréscimos, a Arábia Saudita tocava a bola esperando o apito final. E foi tocando a bola, trabalhando até a área, quando Abdullah Otayf tocou para Salem Al-Dawsari chutar cruzado, quase sem ângulo. A bola tocou no pé da trave e entrou. Era a virada saudita no último ato da partida!

O Egito era cotado para ser uma das surpresas do Mundial. Possui um técnico experiente (Héctor Cúper), um dos melhores jogadores do mundo atualmente (Mo Salah), além de bons coadjuvantes. Mas foi uma decepção. Cair na primeira fase era possível e até provável. Mas não da forma como foi, sem conseguir somar pontos nem contra a frágil rival de hoje.

Na Arábia Saudita, os méritos totais dessa vitória podem recair sobre o técnico argentino/espanhol Juan Antonio Pizzi. Foi ele quem introduziu no time a paciência e o toque de bola, que envolveu os egípcios hoje.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Arábia Saudita 2 x 1 Egito
Data: 25/06/2018 — Horário: 17h00 locais
Estádio: Arena Volgogrado — Cidade: Volgogrado (Rússia)
Público: 36.823
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Gols: 22′ Mohamed Salah (EGI); 45+6′ Salman Al-Faraj (ARA)(pen); 90+5′ Salem Al-Dawsari (ARA)
Cartões Amarelos: 45+5′ Ali Gabr (EGI); 86′ Ahmed Fathi (EGI)
Arábia Saudita (4-5-1): 21.Yasser Al-Mosailem; 6.Mohammed Al-Breik, 3.Osama Hawsawi (C), 23.Motaz Hawsawi e 13.Yasser Al-Shahrani; 14.Abdullah Otayf, 7.Salman Al-Faraj, 16.Housain Al-Mogahwi, 18.Salem Al-Dawsari e 9.Hattan Bahebri (20.Muhannad Assiri ↑65′); 19.Fahad Al-Muwallad (8.Yahya Al-Shehri ↑79′). Técnico: Juan Antonio Pizzi
Egito (4-2-3-1): 1.Essam El Hadary (C); 7.Ahmed Fathi (C), 2.Ali Gabr, 6.Ahmed Hegazy e 13.Mohamed Abdel Shafy; 8.Tarek Hamed e 17.Mohamed Elneny; 19.Abdalla Said (22.Amr Ward ↑45+7′), 21.Trezeguet (11.Kahraba ↑81′) e 10.Mohamed Salah; 9.Marwan Mohsen (14.Ramadan Sobhi ↑64′). Técnico: Héctor Cúper

 

… Espanha 2 x 2 Marrocos


(Imagem: FIFA.com)

Não sei se é só a mudança de treinadores ou se é mérito dos adversários. Mas a Espanha não vem confirmando seu favoritismo em campo. Fez um ótimo jogo e mereceu vencer Portugal. Depois, contou com a sorte contra o Irã e sofreu para empatar com Marrocos. Mesmo assim, terminou como líder do Grupo B.

Aos 14 minutos de jogo, a Espanha fazia sua troca de passes característica, quando Iniesta e Sergio Ramos “esqueceram da bola”. O centroavante marroquino Khalid Boutaïb ficou com ela, correu a metade do campo em alta velocidade e tocou de esquerda, no meio das pernas de De Gea.

Cinco minuto depois, Isco começa a jogada na intermediária ofensiva e Diego Costa abre com Iniesta na ponta esquerda. O ídolo espanhol avança e toca para trás. Dentro da pequena área, Isco domina e fuzila, sem chances para o goleiro Munir El Kajoui. Um gol no melhor estilo espanhol.

Aos 25′, em cobrança de lateral rápida, Boutaïb correu sozinho e ficou cara a cara gol o goleiro (de novo), mas adiantou demais e chutou em cima de De Gea.

Aos dez minutos do segundo tempo, Nordin Amrabat chutou forte quase do bico direito da área. A bola fez uma curva, tocou no travessão e quicou sobre a linha, mas não entrou no gol.

Aos 36′, após cobrança de escanteio, Youssef En-Nesyri subiu mais que todo mundo, ganhou de Sergio Ramos e testou forte para dentro do gol.

Aos 46 minutos da etapa final, Carvajal bateu cruzado e Iago Aspas mandou de letra para o gol. O bandeirinha levantou seu instrumento no mesmo instante e o árbitro uzbeque Ravshan Irmatov assinalou o impedimento. Mas o VAR entrou em ação e confirmou a legalidade do gol. No momento do passe, Aspas estava na mesma linha de Boussoufa, o penúltimo defensor.

A Espanha precisa jogar mais bola. E tem um potencial enorme para isso, talvez o maior da competição. Só que o que vale são os gols e as vitórias. Contra uma Rússia empurrada pela torcida, vai ter que provar que a primeira fase foi um ponto fora da curva e que essa curva é ascendente.

Marrocos sai com a cabeça erguida. O técnico Hervé Renard tinha prometido que iria dificultar as coisas para a Fúria. Prometeu e cumpriu. E quase venceu a partida. Ameaçou mais e esteve mais perto da vitória do que os espanhóis. Talvez tenha merecido.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Espanha 2 x 2 Marrocos
Data: 25/06/2018 — Horário: 20h00 locais
Estádio: Arena Baltika (Kaliningrado Stadium) — Cidade: Kaliningrado (Rússia)
Público: 33.973
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Gols: 14′ Khalid Boutaïb (MAR); 19′ Isco (ESP); 81′ Youssef En-Nesyri (MAR); 90+1′ Iago Aspas (ESP)
Cartões Amarelos: 21′ Karim El Ahmadi (MAR); 29′ Nordin Amrabat (MAR); 31′ Manuel da Costa (MAR); 31′ Mbark Boussoufa (MAR); 88′ Munir El Kajoui (MAR); 90+3′ Achraf Hakimi (MAR)
Espanha (4-2-3-1): 1.David de Gea; 2.Dani Carvajal, 3.Gerard Piqué, 15.Sergio Ramos (C) e 18.Jordi Alba; 5.Sergio Busquets e 10.Thiago (20.Marco Asensio ↑74′); 21.David Silva (9.Rodrigo Moreno ↑84′), 22.Isco e 6.Andrés Iniesta; 19.Diego Costa (17.Iago Aspas ↑74′). Técnico: Fernando Hierro
Marrocos (4-1-4-1): 12.Munir El Kajoui; 17.Nabil Dirar, 4.Manuel da Costa, 6.Romain Saïss e 2.Achraf Hakimi; 8.Karim El Ahmadi; 14.Mbark Boussoufa, 16.Nordin Amrabat, 10.Younès Belhanda (11.Fayçal Fajr ↑63′) e 7.Hakim Ziyech (20.Aziz Bouhaddouz ↑85′); 13.Khalid Boutaïb (19.Youssef En-Nesyri ↑72′). Técnico: Hervé Renard

 

… Irã 1 x 1 Portugal


(Imagem: UOL)

Foi um sufoco, mas Portugal está classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2018. O Irã teve sua melhor atuação na competição e poderia ter vencido.

Portugal passou toda a etapa inicial trocando passes, tentando ultrapassar a barreira defensiva iraniana.

E só conseguiu no último minuto da etapa inicial. Ricardo Quaresma tabelou com Adrien Silva e chutou de trivela, uma jogada muito característica dele. A bola encobriu o goleiro Beiranvand e morreu no fundo das redes.

Aos cinco minutos do segundo tempo, Cristiano Ronaldo invade a área e é derrubado. O árbitro Enrique Cáceres esperou a confirmação do VAR para apitar o pênalti. CR7 bateu mal, à meia altura, facilitando para a defesa goleiro iraniano em dois tempos. Cristiano repetia Messi e também perdia um pênalti na Copa 2018.

Para piorar, aos 38′, Cristiano Ronaldo revidou uma provocação e poderia ter sido expulso, mas o juiz paraguaio “amarelou” e só mostrou mesmo o cartão amarelo ao craque.

Já nos acréscimos, em bola na área portuguesa, o árbitro á avisado pelo VAR que uma bola cabeceada por Azmoun tocou no braço aberto de Cédric dentro da área. O experiente Ansarifard bateu no ângulo esquerdo, sem chances de defesa para Rui Patrício.

Depois, o Irã ainda perdeu uma chance clara de virar o jogo e se classificar. Após lançamento longo, Azmoun desviou de cabeça, Ghoddos teve o chute desviado e a bola cobrou limpa para Mehdi Taremi. O camisa 17 finalizou de esquerda e a bola balançou as redes pelo lado de fora. Uma oportunidade claríssima, que não pode ser desperdiçada em uma Copa do Mundo.

Com o gol de empate da Espanha diante de Marrocos saindo quase simultaneamente ao gol do Irã contra Portugal, a classificação mudou. A Espanha ficou com o primeiro lugar do grupo, para enfrentar a Rússia. Com isso, Portugal vai enfrentar o Uruguai, em um duelo imprevisível.

Todos os méritos da boa competição do Irã devem ir para o técnico português Carlos Queiroz. Já são sete anos treinando os persas. Ele conseguiu estruturar um sistema defensivo muito consistente, um time participativo e até criativo, com muitas opções de ataque. É a melhor seleção da Ásia atualmente e, talvez, uma das melhores de todos os tempos no continente.

No fim, o choro. O choro de Taremi que errou o gol da classificação. O choro emblemático de vários jogadores e torcedores – em especial o da foto de capa dessa matéria. O choro de quem sabe que podia ir mais longe, impedido por detalhes.

Melhores momentos da partida:

● Ficha Técnica — Irã 1 x 1 Portugal
Data: 25/06/2018 — Horário: 21h00 locais
Estádio: Arena Mordovia — Cidade: Saransk (Rússia)
Público: 41.685
Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai)
Gols: 45′ Ricardo Quaresma (POR); 90+3′ Karim Ansarifard (IRA)(pen)
Cartões Amarelos: 33′ Raphaël Guerreiro (POR); 52′ Ehsan Haj Safi (IRA); 54′ Sardar Azmoun (IRA); 64′ Ricardo Quaresma (POR); 83′ Cristiano Ronaldo (POR); PÓS-JOGO Cédric (POR)
Irã (4-1-4-1): 1.Alireza Beiranvand; 23.Ramin Rezaeian, 19.Majid Hosseini, 8.Morteza Pouraliganji e 3.Ehsan Haj Safi (C) (5.Milad Mohammadi ↑56′); 6.Saeid Ezatolahi (10.Karim Ansarifard ↑76′); 17.Mehdi Taremi, 18.Alireza Jahanbakhsh (14.Saman Ghoddos ↑70′), 9.Omid Ebrahimi e 11.Vahid Amiri; 20.Sardar Técnico: Carlos Queiroz
Portugal (4-4-2): 1.Rui Patrício; 21.Cédric, 3.Pepe, 6.José Fonte e 5.Raphaël Guerreiro; 14.William Carvalho, 23.Adrien Silva, 10.João Mário (8.João Moutinho ↑84′) e 20.Ricardo Quaresma (11.Bernardo Silva ↑70′); 9.André Silva (17.Gonçalo Guedes ↑90+6′) e 7.Cristiano Ronaldo (C). Técnico: Fernando Santos

… Real Madrid 3 x 1 Liverpool

Três pontos sobre…
… Real Madrid 3 x 1 Liverpool


(Imagem: realmadrid.com)

O Liverpool começou jogando melhor, marcando pressão nos primeiro trinta minutos e trocando passes rápidos no campo de ataque. Foram alguns lances de perigo, mas nenhuma chance clara criada. Mohamed Salah era um dos que mais tentava. Mas esse não seria seu dia.

A história da partida mudou em um lance isolado aos 24 minutos do primeiro tempo. Sergio Ramos e Salah engancharam seus braços e o braço do egípcio ficou preso ao cair. A queda foi realmente muito feia e o atacante do Liverpool infelizmente não conseguiu continuar em campo, sendo substituído cinco minutos depois. No momento, pareceu um lance acidental, uma falta comum. Quem já jogou bola sabe: em um lance tão rápido, dificilmente o defensor teria tempo para pensar em causar uma queda que tirasse o rival de campo. São milésimos de segundos para pensar e agir ao mesmo tempo. Mas se tratando de Sergio Ramos e seu histórico nada limpo, fiquemos a vontade para julgar a ação do beque – subjetividade pura.


Zidane escalou inicialmente os mesmos atletas que venceram a Juventus na final do ano passado


Jürgen Klopp apostou na mesma escalação ofensiva que levou seu time à final

Logo depois foi a vez de Dani Carvajal se lesionar depois de uma queda. Outra grande perda para o espetáculo. Mas enquanto o Madrid repôs bem, com Nacho, o Liverpool trocou o intrépido Mo Salah por um Adam Lallana sem ritmo, que estava voltando aos poucos de lesão.

Devido à falta de peças ofensivas, Jürgen Klopp teve que desmontar seu 4-3-3 e o Liverpool passou a jogar no 4-4-2.

O Liverpool morreu e o Madrid passou a jogar. Benzema teve um gol justamente anulado aos 42′, após aproveitar uma defesa sensacional do goleiro Karius em cabeçada de Cristiano Ronaldo. Mas ambos estavam impedidos, tanto o português, quanto o francês.

No início do segundo tempo, Lallana errou um corte dentro da área e a bola sobrou para Isco, livre, mas ele chutou no travessão.

Karim Benzema e Loris Karius voltaram a ser protagonistas aos cinco minutos da etapa final. Toni Kroos fez um lançamento, mas Benzema não alcançou e a bola ficou com Karius. O goleiro foi sair rapidamente com as mãos e jogou a bola bem no instante em que Benzema esticou a perna. A bola bateu no pé do francês e tomou o rumo do gol. Um gol ridículo dava a vantagem no placar ao Real Madrid.

Mas a reação do Liverpool foi rápida. O time voltou a fazer a pressão alta e conseguiu o empate aos 10′. James Milner cobrou o escanteio, Dejan Lovren subiu bem de cabeça e desviou para o meio da pequena área. Sadio Mané foi mais rápido que Keylor Navas e esticou bem a perna para desviar do goleiro. Tudo igual em Kiev.


Com Nacho no lugar de Carvajal, os laterais passaram a não avançar tanto. Bale entrou para resolver a parada


Sem opções de ataque no banco, Klopp foi obrigado a mudar o sistema de jogo, perdendo força em suas ações ofensivas

O minuto 19 nos brindou com uma verdadeira obra prima. Marcelo cruzou de pé direito para a entrada da área e Gareth Bale, que tinha acabado de entrar, emenda de bicicleta para o gol. Um gol para ficar na história das finais da competição.

Os Reds quase empataram de novo, após uma troca de passes que Mané chutou de fora da área, mas a bola acertou na trave direita de Navas. Pura sorte. Sorte de (tri)campeão? Sim, conforme foi ratificado 14 minutos depois.

Aos 38′, Bale recebeu uma bola na direita, teve tempo de ajeitar e chutar da intermediária. Seria uma bola fácil para qualquer goleiro. Se ficasse parado, talvez a bola batesse em seu rosto e não fosse gol. Mas não era qualquer um. Era Loris Karius: um dos goleiros que mais comete falhas bisonhas. E cometeu mais uma. Ele estava pronto para socar a bola, mas resolveu de última hora segurá-la e abriu as mãos. Não fez nem uma coisa e nem outra: acabou empurrando a bola para o gol. Uma das piores partidas de um goleiro na história do futebol de alto nível.

O Liverpool perdeu o restante de sua pouca força que ainda restava. O Madrid ainda teve chances de sacramentar a goleada, mas não o fez. E conquistava, de novo, a Liga dos Campeões da Europa.

Cristiano Ronaldo pouco apareceu em campo. Deixou uma mensagem enigmática na entrevista após o jogo, dizendo que “foi muito bonito jogar no Real Madrid”. Benzema fez “só” o gol; se for embora, leva a gratidão dos madridistas, mas já vai tarde. Bale afirmou que precisa jogar mais e vai decidir seu futuro junto com seu empresário. Luka Modrić está ficando velho. Keylor Navas sempre está lá para salvar o time, mas às vezes falta confiança. Talvez esse seja o fim desse esquadrão como conhecemos.

Do outro lado, o Liverpool tem muita margem para melhorar. É um time promissor. A zaga não comprometeu. Milner está velho e lento. O capitão Jordan Henderson é um jogador de pura homogeneidade: não marca, não arma, não cruza, não chuta e não lidera. Roberto Firmino “dybalou” hoje. Se não fosse por Sadio Mané, o trio de ataque mais prolífico da história da Champions teria passado em branco. Karius não é goleiro para um time de alto nível. Karius nem é goleiro.

Mo Salah tem a torcida do universo para que se recupere e continue a brilhar na Copa do Mundo. Carvajal também.

Sergio Ramos é o eterno vilão. Há quatro anos, impediu o título do Atlético de Madrid aos 48 minutos do segundo tempo ao empatar o jogo. Hoje, “tirou” de campo o melhor jogador do mundo. Atualmente, é o cara mais odiado do mundo da bola. Mas tem o amor e o apoio da torcida do Real Madrid. Provavelmente, o torcedor madridista deve considerá-lo “meu malvado favorito”.


(Imagem: UOL)

Falando em malvado, quão malvado é esse Real Madrid?! Só nos últimos anos, tirou o título do coitadinho do Atlético, por duas vezes! Impediu Gianluigi Buffon de conquistar a Champions e se consagrar ainda mais! E agora tirou a chance de título do queridinho Mo Salah e desse lindo Liverpool! É o time a ser batido. É o mais odiado do mundo. Menos, claro, pelos que o ama – que são muitos.

Madrid Champions League. É uma dinastia. Assim como foi a dinastia do mesmo Real Madrid pentacampeão entre 1956 e 1960, o Ajax tricampeão (1971 a 1973) e o Bayern de Munique (1974 a 1976). Desde a fase moderna da UEFA Champions League, nenhum time tinha conseguido dois títulos consecutivos. Agora já são três. E contando…

Pra terminar: se CR7 fosse um clube, já seria o terceiro maior vencedor do torneio. Com cinco títulos, ele igualou Bayern, Liverpool e Barcelona.


(Imagem: UOL)

FICHA TÉCNICA:

 

REAL MADRID 3 x 1 LIVERPOOL

 

Data: 26/05/2018

Horário: 21h45 locais

Estádio: Olímpico

Público: 61.561

Cidade: Kiev (Ucrânia)

Árbitro: Milorad Mažić (Sérvia)

 

REAL MADRID (4-3-1-2):

LIVERPOOL (4-3-3):

1  Keylor Navas (G)

1  Loris Karius (G)

2  Daniel Carvajal

66 Trent Alexander-Arnold

5  Raphaël Varane

6  Dejan Lovren

4  Sergio Ramos (C)

4  Virgil van Dijk

12 Marcelo

26 Andrew Robertson

14 Casemiro

5  Georginio Wijnaldum

8  Toni Kroos

14 Jordan Henderson (C)

10 Luka Modrić

7  James Milner

22 Isco

11 Mohamed Salah

9  Karim Benzema

9  Roberto Firmino

7  Cristiano Ronaldo

19 Sadio Mané

 

Técnico: Zinédine Zidane

Técnico: Jürgen Klopp

 

SUPLENTES:

 

 

13 Kiko Casilla (G)

22 Simon Mignolet (G)

6  Nacho

17 Ragnar Klavan

15 Theo Hernández

2  Nathaniel Clyne

23 Mateo Kovačić

18 Alberto Moreno

17 Lucas Vázquez

23 Emre Can

20 Marco Asensio

20 Adam Lallana

11 Gareth Bale

29 Dominic Solanke

 

GOLS:

51′ Karim Benzema (MAD)

55′ Sadio Mané (LIV)

64′ Gareth Bale (MAD)

83′ Gareth Bale (MAD)

 

CARTÃO AMARELO: 82′ Sadio Mané (LIV)

 

SUBSTITUIÇÕES:

30′ Mohamed Salah (LIV) ↓

Adam Lallana (LIV) ↑

 

37′ Daniel Carvajal (MAD) ↓

Nacho (MAD) ↑

 

61′ Isco (MAD) ↓

Gareth Bale (MAD) ↑

 

83′ James Milner (LIV) ↓

Emre Can (LIV) ↑

 

89′ Karim Benzema (MAD) ↓

Marco Asensio (MAD) ↑