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… Carlos Alberto Torres: o eterno Capitão

Três pontos sobre…
… Carlos Alberto Torres: o eterno Capitão


(Imagem localizada no Google)

“Não adianta o senhor me bater. Eu quero ser jogador de futebol.” – disse para o pai após apanhar por só querer saber de jogar bola

● Aos 18 anos já era titular do Fluminense, mas adiou a assinatura de seu primeiro contrato para poder jogar como amador e ganhar a medalha de ouro no Pan-Americano de 1963, em São Paulo. Se tornou profissional em 1964 no Fluminense e foi campeão carioca com apenas 19 anos. No ano seguinte, foi completar a constelação do Santos e, aos 22 anos de idade, o garoto se tornou capitão do time que tinha Pelé e os bicampeões mundiais de 1962/63. Nessa primeira passagem pelo alvinegro praiano, venceu o Campeonato Paulista em 1965, 1967, 1968 e 1969; o Torneio Rio-São Paulo de 1966 (dividido com outros três clubes); o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968 (o Brasileirão da época), a Recopa Sul-Americana de 1968 e a Recopa Mundial de 1968. Em 1971 teve uma rápida passagem pelo seu clube de coração, o Botafogo (3 meses e 22 jogos) e no mesmo ano voltou ao Santos, para ser novamente campeão paulista em 1973 (título dividido com a Portuguesa, por erro na contagem de pênaltis pelo árbitro Armando Marques na decisão). Em 1974 voltou ao Fluminense para ajudar a “Máquina Tricolor” a conquistar bicampeonato carioca de 1975/76. Após passagem relâmpago pelo Flamengo, foi para o New York Cosmos, jogar com Pelé e Franz Beckenbauer. Jogou por um ano no California Surf e voltou ao Cosmos, onde encerrou a carreira em 1982. Pelo Cosmos, venceu a liga NASL em 1977, 1978, 1980 e 1982 e o Trans-Atlantic Cup Championships em 1980.

● Estreou pela Seleção Brasileira principal em um amistoso no dia 30/05/1964, quando o Brasil venceu a Inglaterra no Maracanã por 5 a 1. A maior decepção de sua carreira foi a não convocação para a Copa de 1966, quando o universo ficou surpreso pela sua ausência na lista de jogadores. Na época, o técnico Vicente Feola fez uma completa bagunça, convocando 45 jogadores para treinamentos antes do torneio, dentre eles Carlos Alberto, mas também alguns campeões de 1958 e 1962 que não estavam em boa forma física e técnica. Mas era impossível que ele não fosse para a Copa de 1970. Não era só unanimidade no país, mas no mundo do futebol. Passou incólume pelas eliminatórias e chegou na Copa liderando um esquadrão de gênios. Após 1966, passou a ser titular da seleção e se tornou capitão em 1968 e só deixou de ser por um brevíssimo período de dois jogos no início do ano de 1970, em que o então técnico João Saldanha preferiu dar a braçadeira a Wilson Piazza. Mas logo voltou a capitanear a amarelinha.

Já na Copa, na segunda rodada da fase de grupos, enfrentavam-se os dois últimos campeões mundiais: Brasil x Inglaterra. No jogo, os ingleses estavam apelando para a violência para tentar intimidar os brasileiros. Após diversas pancadas de toda a equipe e duas entradas criminosas do atacante Francis Lee, sendo uma em Everaldo e outra em uma dividida com o goleiro Félix, Carlos Alberto mostrou a Lee que brasileiro também sabe dar pancada e os ingleses murcharam a partir desse momento e o futebol espetáculo pôde demonstrar toda sua classe, vencendo por 1 a 0.

Era dia 21/06/1970, com 107 mil pagantes no hoje mítico Estádio Azteca, na Cidade do México. A final da Copa entre Brasil e Itália era chamada de “O Jogo do Século”. Naquela partida, a ordem do técnico Zagallo foi para Jairzinho circular bastante em campo, afastando o lateral esquerdo italiano Giacinto Facchetti de sua posição, abrindo espaços para as subidas de Carlos Alberto. Aos 41 minutos do segundo tempo, Tostão rouba a bola, toca para Gérson, que passa para Clodoaldo, que se redime de falha no gol italiano e dribla quatro marcadores, tocando para a esquerda em Rivelino, que lança mais na ponta para Jairzinho. o Furacão passa por um italiano e enxerga Pelé solto na entrada da área. o Rei recebe, para e vê a aproximação de Carlos Alberto pelo corredor direito justamente aberto por Jair. Pelé olha para a esquerda e rola mansamente na direita, onde o Capita enche o pé, encerrando uma obra prima e decretando o placar final: Brasil 4 x 1 Itália. Com o terceiro título mundial, o Brasil se tornou dono definitivo da Taça Jules Rimet e coube ao Capitão Carlos Alberto levantá-la pela última vez. Era o capitão mais jovem da história das Copas. Para a Copa de 1974, não conseguiu se recuperar de uma lesão no joelho a tempo de ser convocado. No total, fez 53 jogos oficiais pela seleção (42 vitórias, 4 empates e 7 derrotas), marcando 8 gols.

● Carlos Alberto foi o maior lateral direito que o mundo já viu. Também jogou em alguns momentos como zagueiro. Era habilidoso, clássico e possuía uma força física invejável, além de uma personalidade forte e grande espírito de liderança. Ficou eternizado como “Capitão do Tri” (ou Capita, abreviação carinhosa dos colegas), ao levantar a Taça Jules Rimet. Jogou uma única Copa e ficou marcado como o maior capitão da história do futebol. Faz parte do Hall da Fama do “Soccer” americano desde 2003. Em março de 2004, foi nomeado por Pelé um dos 125 melhores jogadores vivos do mundo. Foi um dos escolhidos para a seleção dos melhores jogadores da Copa do Mundo de 1970. Em enquete com cronistas esportivos de todo o mundo, foi escolhido para a seleção sul-americana de todos os tempos e para a seleção mundial do século XX. Ao encerrar a carreira, tornou-se vereador no Rio de Janeiro entre 1989 e 1993, pelo PDT. Depois, se tornou técnico de raros sucessos, sendo campeão brasileiro com o Flamengo em 1983, campeão carioca pelo Fluminense em 1984 e campeão da Copa Conmebol pelo seu Botafogo em 1993 (único título internacional do clube). Ultimamente era comentarista do canal SporTV, sendo presença constante principalmente no programa “Troca de Passes” (inclusive no último domingo, dois dias antes de morrer). Ontem, 25/10/2016, no Rio de Janeiro, Carlos Alberto fazia palavras cruzadas quando sofreu um infarto fulminante e não resistiu, falecendo exatamente um mês depois de seu irmão gêmeo, Carlos Roberto.

Aos 72 anos, o Capita foi convocado para jogar na seleção do céu.

Bibliografia da série “Dia de Copa!”

BIBLIOGRAFIA DA SÉRIE “DIA DE COPA!”


DVDs

Coleção – Copa do Mundo FIFA – Dossiê: História das Copas 1930-2006 – Abril Coleções – Editora Abril – 15 DVDs

Placar – Kit Copas: A história dos Mundiais de 1930 a 2002 em 5 DVDs – Edição especial de colecionador – Editora Abril

LIVROS

O mundo das Copas

Ribas, Lycio Vellozo. O mundo das Copas. 1. ed. São Paulo: Academia do Livro, 2014.

Craques do futebol

Molino, Bernard. Craques do futebol. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

Caderno Técnico-Didático: Futebol

Santos, Ernesto dos. Caderno Técnico-Didático: Futebol. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1979.

Goleiros: Heróis e Anti-Heróis da camisa 1

Guilherme, Paulo. Goleiros: Heróis e Anti-Heróis da camisa 1. São Paulo: Alameda, 2006.

Rivellino

Noriega, Maurício. Rivellino. São Paulo: Contexto, 2015.

Didi: O Gênio da Folha-Seca

Ribeiro, Péris. Didi: O Gênio da Folha-Seca. 3. ed. Rio de Janeiro: Gryphus, 2014.

Bellini: o primeiro capitão campeão

Bellini, Giselda. Bellini: o primeiro capitão campeão. 1. ed. São Paulo: Prata Editora, 2015.

Béla Guttmann: uma lenda do futebol do século XX

Claussen, Detlev. Béla Guttmann: uma lenda do futebol do século XX. 1. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2014.

Guia politicamente incorreto do futebol

Rossi, Jones; Mendes Júnior, Leonardo. Guia politicamente incorreto do futebol. São Paulo: LeYa, 2014.

As melhores seleções estrangeiras de todos os tempos

Beting, Mauro. As melhores seleções estrangeiras de todos os tempos. São Paulo: Contexto, 2010.

As melhores seleções brasileiras de todos os tempos

Leite, Milton. As melhores seleções brasileiras de todos os tempos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

Os 55 maiores jogos das Copas do Mundo

Coelho, Paulo Vinícius. Os 55 maiores jogos das Copas do Mundo. São Paulo: Panda Books, 2010.

A pirâmide invertida: a história da tática no futebol

Wilson, Jonathan. A pirâmide invertida: a história da tática no futebol. 1. ed. Campinas: Editora Grande Área, 2016.

O Guia dos Curiosos: Copas

Duarte, Marcelo. O Guia dos Curiosos: Copas. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2014.

Dossiê 50: Um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro

Moraes Neto, Geneton. Dossiê 50: Um repórter em busca dos onze jogadores que entraram em campo para serem campeões do mundo em 1950, mas se tornaram personagens do maior drama da história do futebol brasileiro. Rio de Janeiro: Maquinária, 2013.

Sarriá 82: o que faltou ao futebol-arte?

Román, Gustavo do Amaral. Sarriá 82: o que faltou ao futebol-arte? Rio de Janeiro: Maquinária, 2012.

É tetra!: a conquista que ajudou a mudar o Brasil

Rocha, André; Costa, Michel. É tetra!: a conquista que ajudou a mudar o Brasil. Rio de Janeiro: Via Escrita, 2014.

Os números do jogo: por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado

Anderson, Chris; Sally, David. Os números do jogo: por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado. 1. ed. São Paulo: Paralela, 2013.

Tática mente

Coelho, Paulo Vinícius. Tática mente. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 2014.

Bíblia do torcedor

Pereira, Luís Miguel. Bíblia do torcedor. Niterói: Prime Books, 2014.

Futebol ao sol e à sombra

Galeano, Eduardo. Futebol ao sol e à sombra. 3. ed. Porto Alegre: L&PM, 2008.

Glória roubada: o outro lado das Copas

Martolio, Edgardo. Glória roubada: outro lado das Copas. São Paulo: Figurati, 2014.

Gol da Alemanha

Torres, Axel; Schön, André. Gol da Alemanha. Campinas: Editora Grande Área, 2016.

REVISTAS

Coleção Nossas Copas – Edição Limitada

Editora On Line

Ano 1 – Nº 1

2010

Placar Nas Copas: As reportagens originais da revista nos Mundiais

Editora Abril

Ed. 1217

Abril 2002

Revista Goltime: O Brasil de Todas as Copas

Editora Sampa

Ano 01 Nº 01

Heróis do Futebol: Os 50 Maiores Craques de Todos os Tempos

Editora Sampa

Edição 1

Placar: Guia da Copa 2014

Editora Abril

Edição 1390-A

Placar: Guia da Copa 2010

Editora Abril

Edição 1343-A

Placar: Guia da Copa 2002

Editora Abril

Edição 1220

Maio 2002

Placar: Guia da Copa 1990

Editora Abril

Edição 1042-A

08/06/1990

Placar: Guia da Copa 1986

Editora Abril

Edição 836

02/06/1986

Placar

Editora Abril

Edição 10

22/05/1970

Enciclopédia Época Brasil nas Copas

Editora Globo

Textos: Ivan Soter

2010

Placar – A Saga da Jules Rimet: A História das Copas de 1930 a 1970 – Por Max Gehringer

Editora Abril

Fascículo 1 – 1930 Uruguai

Placar – A Saga da Jules Rimet: A História das Copas de 1930 a 1970 – Por Max Gehringer

Editora Abril

Fascículo 3 – 1938 França

Placar – Viagem pelas Copas: 1950

Editora Abril

Número 1

19/07/1950

Placar – Viagem pelas Copas: 1958

Editora Abril

Número 2

01/07/1958

Placar – Viagem pelas Copas: 1962

Editora Abril

Número 3

27/06/1962

Placar – Viagem pelas Copas: 1970

Editora Abril

Número 4

24/06/1970

Placar – Viagem pelas Copas: 1994

Editora Abril

Número 5

Junho de 1994

Placar – Viagem pelas Copas: 2002

Editora Abril

Número 6

Julho de 2002

Mundiais de Futebol: Tudo sobre as Copas!

A&C Editores

Nº 1

2010

Super Interessante: O Guia Curioso das Copas

Editora Abril

2010

Brasil em Todas as Copas: História dos 18 Mundiais – Os detalhes dos cinco títulos – As campanhas de 1930 a 2006

Editora Alto Astral

2010

Relvado – O lado sujo da Copa: nem só de craques, gols e festa vive o maior torneio do mundo

Edição #1

Fevereiro de 2018

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Uruguai 1930, Itália 1934, França 1958, Brasil 1950

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Suíça 1954

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Suécia 1958

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Chile 1962

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Inglaterra 1966

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: México 1970

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Alemanha Ocidental 1974

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Argentina 1978

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Espanha 1982

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: México 1986

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Itália 1990

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Estados Unidos 1994

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: França 1998

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Coreia do Sul e Japão 2002

Editora Abril

Dossiê Placar – História das Copas 1930-2006: Alemanha 2006

Editora Abril

Placar – Pentacampeões: A história dos 5 títulos mundiais do Brasil

Editora Abril

SITES

FIFA

http://www.fifa.com/

Trivela

http://trivela.uol.com.br/

Imortais do Futebol

https://www.imortaisdofutebol.com/

Futebol Portenho

http://www.futebolportenho.com.br/

Wikipédia

https://pt.wikipedia.org/