Três pontos sobre…
… Palmeiras: Campeão Brasileiro 2018
(Imagem: Paulo Sérgio / Estadão Conteúdo / Gazeta do Povo)
● Merecidamente, o Palmeiras conquistou o Campeonato Brasileiro de 2018.
Um torneio que teve vários times se lançando como potenciais vencedores, outros que se provaram favoritos durante a disputa, mas que teve o melhor elenco como legítimo campeão.
O Flamengo (que também possui um elenco valioso) disparou na frente até a parada para a Copa do Mundo. Parecia ser o mais forte até enfrentar o aguerrido São Paulo, de Diego Aguirre, e perder em pleno Maracanã.
O próprio SPFC tomou o favoritismo para si e fazia uma bela campanha, mas não conseguiu se manter quando começou a perder jogadores por contusão, no início do segundo turno.
E o Internacional se tornou líder. Era um sonho, se comparado ao pesadelo de ter disputado a segunda divisão no ano passado. E o Colorado também não teve fôlego. Foi ultrapassado pelo Palmeiras.
RELEMBRE:
… Palmeiras: Campeão Brasileiro 2016
(Imagem: Nayra Halm / Fotoarena / Folhapress)
● Em diversos momentos, o técnico Luiz Felipe Scolari pôde se dar ao luxo de ter dois times-base diferentes, sendo um para o Brasileirão e outro para os torneios de mata-mata (Libertadores e Copa do Brasil). E o time foi relativamente bem em todos os campeonatos. Na Libertadores, fez a melhor campanha até chegar na semifinal, quando foi parado pelo Boca Juniors e a ressurreição de Darío Benedetto. Na Copa do Brasil, um copeiro e matador Cruzeiro foi o vilão. Mas na liga nacional, que costuma premiar a regularidade, o Palmeiras provou porque é o melhor time do país.
Três goleiros de alto nível: Weverton, Jailson e Fernando Prass.
Zagueiros experientes e seguros: Edu Dracena, Luan, Antônio Carlos e Gustavo Gómez.
Bons laterais com força ofensiva: Mayke, Marcos Rocha, Diogo Barbosa e Victor Luis.
Volantes cães-de-guarda: Felipe Melo e Thiago Santos, além do multifuncional Jean e do capitão Bruno Henrique, que evoluiu muito e se tornou um jogador completo (um dos destaques do time).
Meias talentosos: Lucas Lima, Gustavo Scarpa, Moisés, Alejandro Guerra e Hyoran.
Mas os grandes destaques individuais do time estão mesmo no ataque. Embora tenha encerrado o ano em baixa, Miguel Borja teve seus bons momentos e foi importante, terminando a temporada como artilheiro do time com 20 gols.
Willian Bigode foi fundamental atuando pelas pontas ou até mais centralizado. Fez de tudo no time e conquistou seu quarto Brasileirão (Corinthians em 2011, Cruzeiro em 2013 e 2014, além do Palmeiras em 2018).
Dudu mostrou mais uma vez que destoa do nível dos demais atletas do país. É o maior expoente dessa nova era de imponência do alviverde (como se diz no hino). Só permanece no clube porque o Palmeiras “não precisa fazer dinheiro” a qualquer custo, por ter uma patrocinadora “mão aberta”.
E há também Deyverson, esse personagem de dualidade tão grande, amado e odiado na mesma proporção – algumas vezes pelas mesmas pessoas. Ele desperta diversos sentimentos no torcedor. Ao mesmo tempo que pode ser decisivo e marcar o gol do título, pode também ser expulso por um motivo fútil e deixar o time com um jogador a menos em momentos importantes.
(Imagem: One Football)
● Ter dois jogadores de qualidade, mas com esse temperamento explosivo, como Deyverson e Felipe Melo, não é tão simples. Precisa de um líder fora de campo, um técnico experiente, bastante vivido e vencedor.
Naquele 26 de julho, o Palmeiras precisava de Felipão e Felipão precisava do Palmeiras. Seria sua terceira passagem pelo clube. Na primeira, conquistou vários títulos importantes, que o levou a dirigir a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002. Na segunda, conquistou a Copa do Brasil em 2012, mas teve também sua parcela de culpa no rebaixamento no Brasileirão do mesmo ano.
Ficou estigmatizado como ultrapassado após o humilhante fracasso do Brasil na Copa de 2014 (derrotas de 7 a 1 para a Alemanha e 3 a 0 para a Holanda). Só foi recuperar um pouco da moral no Guangzhou Evergrande, da China. Agora, em 2018, assumiu um Palmeiras irregular, mas de bons resultados e boas ideias deixadas pelo “legado” de Roger Machado, o treinador anterior.
Primeiro ajeitou a defesa, diminuindo substancialmente o número de gols sofridos (passou seus primeiros sete jogos sem sofrer gols). E, por mais que não tenha conseguido o título nos torneios eliminatórios, o time está invicto há 22 partidas no Brasileirão (recorde absoluto na era dos pontos corridos). O Palmeiras ainda não perdeu com Luiz Felipe Scolari no comando.
Polêmicas à parte, o Palmeiras conquista seu sexto título do Campeonato Brasileiro desde 1971 e seu 16º título de nível nacional.
Agora, a meta é encerrar o jejum de títulos sul-americanos que completará 20 anos em 2019.