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… Garrincha e o restaurante francês

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… Garrincha e o restaurante francês

Durante uma excursão à Europa, a Seleção precisou fazer escala em Paris e os jogadores acabaram almoçando no próprio restaurante do aeroporto.

Veja aqui mais uma das histórias hilárias de Mané Garricha, que estaria completando 88 anos hoje.

… Quarentinha: o artilheiro que não sorria

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… Quarentinha: o artilheiro que não sorria


(Imagem localizada no Google)

● Quarentinha ainda hoje é maior artilheiro da história do Botafogo, com 313 gols em 447 jogos.

Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, nasceu em Belém, capital do Pará, em 15/09/1933. Era filho do ex-jogador do Paysandu, Luís Gonzaga Lebrêgo, que nasceu em Barbados, no Caribe, e veio para Belém ainda criança. “El Tigre” (outro apelido do pai) marcou 208 gols com a camisa do Papão da Curuzu e se tornou o terceiro maior artilheiro da história do clube. Seu apelido era “Quarenta”. Daí vem o apelido de nosso homenageado de hoje: o filho do Quarenta, é “Quarentinha”.

O filho começou no mesmo Paysandu e logo aos 16 anos era titular do time. Aos 20 foi para o Vitória, onde foi campeão baiano e artilheiro do torneio de 1953, com 31 gols, logo em seu primeiro ano no clube.

No ano seguinte, passou a fazer parte do grande e glorioso Botafogo, onde atuou de 1954 a 1964. O ataque com Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo marcou época no futebol brasileiro e, ao lado de outros craques como Garrincha, Nilton Santos, Paulo Valentim, Rildo, o goleiro Manga, dentre outros, é considerado o melhor time que vestiu a camisa do Glorioso. O esquadrão conquistou Campeonato Carioca em 1957, 1961 e 1962, o Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964, além outros títulos de torneios amistosos.

O chute potente da perna esquerda de Quarentinha só era comparado ao de Pepe, na época. Nas bolas paradas, o adversário que estava na barreira torcia para a bola passar direto por eles senão, era nocaute na certa. Ao todo, além de ser o maior goleador, também é o quarto jogador que mais disputou partidas com o manto alvinegro, com 447 jogos. Foi artilheiro do Campeonato Carioca por três anos seguidos: em 1958 com 19 gols; em 1959 com 25 gols e em 1960 com 25 gols.

Tem uma das melhores médias de gols da história da seleção brasileira, com 17 gols em 17 partidas (um gol por jogo), entre 1959 e 1963. As lesões nos meniscos o tirou da Copa do Mundo de 1962. Na convocação final, Quarentinha foi cortado e em seu lugar foi relacionado o centroavante Coutinho do Santos.

Passou por empréstimo pelo Bonsucesso-RJ em 1956, onde foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca, com 21 gols (um a menos do que o artilheiro Valdo, do Vasco). Após o Botafogo, voltou ao Vitória, onde foi bicampeão baiano em 1964 e 1965. Depois, fez uma peregrinação na Colômbia, atuando por Unión Magdalena (1965-1966), Deportivo Cali (1966), Junior Barranquilla (1967) e América de Cali (1967). Encerrou a carreira em 1968 pelo Clube Náutico Almirante Barroso, da cidade de Itajaí, no litoral do Estado de Santa Catarina.

● Em 2008 foi publicada a biografia do craque: “Quarentinha: o artilheiro que não sorria”, por Rafael Casé, pela editora Livros de Futebol.

O motivo do título era uma das maiores características do ponta de lança: os gols não eram motivos para comemoração, pois ele estava apenas cumprindo sua obrigação, já que estava sendo pago para isso. Seu jeito introvertido fizeram muita gente o rotular como indolente. A falta de comemoração irritava a torcida botafoguense, mas não importa… ela comemorava por ele. O importante era que os gols continuassem.

Segundo relatos de seus familiares, apesar de ter sido lesado sucessivamente em seus contratos assinados em branco (assim como acontecia também com outros jogadores, como Garrincha), teve um fim de vida digno, com dois imóveis e dinheiro para se manter. Faleceu de insuficiência cardíaca aos 62 anos, no Rio de Janeiro, em 11/02/1996.

(Imagem: CBF)

Feitos e premiações de Quarentinha:

Pela Seleção Brasileira:
– 17 gols em 17 jogos.

Pelo Botafogo:
– Campeão do Campeonato Carioca em 1957, 1961 e 1962.
– Campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964.
– Artilheiro do Campeonato Carioca em 1958 (19 gols), 1959 (25 gols) e 1960 (25 gols).
– Campeão do Torneio de Paris em 1963.
– Campeão do Quadrangular Internacional do Rio de Janeiro em 1954.
– Campeão do Torneio João Teixeira de Carvalho em 1958.
– Campeão do Pentagonal Interclubes do México em 1958 e 1962.
– Campeão do Torneio Internacional de Clubes da Colômbia em 1960.
– Campeão do Torneio Jubileu de Ouro da Bolívia em 1964.
– Campeão do Quadrangular Interclubes de Buenos Aires em 1964.
– Campeão do Torneio do Suriname em 1964.

Pelo Vitória:
– Campeão do Campeonato Baiano em 1953, 1964 e 1965.
– Artilheiro do Campeonato Baiano em 1953 (31 gols).

… Atlético Mineiro, Campeão Brasileiro de 1971

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… Atlético Mineiro, Campeão Brasileiro de 1971


(Imagem localizada no Google)

● Após alguns torneios nacionais como a Taça Brasil, a Taça de Prata e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, enfim a CBD (atual CBF) decidiu criar um Campeonato Brasileiro de verdade em 1971, pegando embalo com a conquista da Copa do Mundo do ano anterior. Surgiram então vários favoritos ao título, como o Fluminense campeão do Robertão de 1970, o Santos de Pelé, o Botafogo de Jairzinho, o São Paulo de Toninho Guerreiro e Gérson ou o Cruzeiro de Dirceu Lopes e Tostão.

Nessa época, o Clube Atlético Mineiro não aguentava mais ver o rival Cruzeiro vencer comemorar, pois era pentacampeão mineiro e tinha conquistado a Taça Brasil de 1966 goleando o poderoso Santos. Mas em 1970, o Galo do recém chegado técnico Telê Santana mostrou sua força e venceu o estadual, quebrando um jejum de seis anos sem títulos.

Já em 1971, com a mesma base campeã mineira no ano anterior, o time decepcionou com um 3º lugar no estadual. Todavia, no recém criado Brasileirão, o time foi engrenando e terminou a primeira fase em 2º lugar, com 7 vitórias, 9 empates e apenas 3 derrotas (o Grêmio foi o líder). Foram muitos empates, mas uma época em que a vitória valia dois pontos e o empate valia um, empatar era um bom negócio. Na segunda fase, os atleticanos venceram três vezes, empataram uma e perderam duas, sendo o líder de sua chave e se classificando para a fase final.

Seria um triangular de turno único, contra os fortes Botafogo e São Paulo. O Galo encarou no Mineirão o Tricolor, de Pablo Forlán, Terto e Gérson e venceu por 1 x 0, com um gol de Oldair aos 30 minutos do segundo tempo. Três dias depois, o mesmo SPFC goleou o Botafogo por 4 x 1, o que obrigou ao alvinegro carioca a vencer o mineiro por seis gols para ser campeão.

(Imagem: Super Esportes)

● A decisão era duríssima, pois jogariam no Maracanã e o craque Jairzinho estava em seu auge técnico, em uma tarde muito “endiabrada”, dando muito trabalho para a zaga adversária. O Fogão jogava melhor, mas o Galo demonstrou uma maturidade muito grande, suportando totalmente a pressão. O time seria campeão com um empate, mas aos 16 minutos do segundo tempo, o meia Humberto Ramos fez uma excelente jogada individual, passando por Mura, Carlos Roberto e Marco Aurélio, chegando dentro da área e cruzando para o centro. Coube a Dario marcar o gol do título, de cabeça, sua especialidade. O Botafogo nada mais conseguiu fazer e o Atlético controlou o resto da partida.

Foi um merecido campeão. Era a coroação definitiva do ídolo Dario, o grande Dadá Maravilha, que além de fazer o gol do título ainda foi o artilheiro do torneio com 15 gols. Foi a “gênese” do Mestre Telê Santana, que após o título desabafou: “Peguei um time talentoso, que há cinco anos não ganhava títulos e estava com o moral baixo. Fiz a equipe entrar em campo sempre confiante nos dois pontos, eu mandava o time atacar e se preocupar só em jogar futebol. Assim são maiores as chances de vencer”.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 0 x 1 Atlético-MG
BOTAFOGO (4-3-3)
Wendell; Mura, Djalma Dias, Queirós e Valtencir; Carlos Roberto, Marco Aurélio (Didinho) e Careca (Tuca); Zequinha, Nei Oliveira e Jairzinho. Técnico: Paraguaio.
ATLÉTICO-MG (4-3-3)
Renato; Humberto Monteiro, Grapete, Vantuir e Oldair; Vanderlei Paiva, Humberto Ramos e Lôla (Spencer); Ronaldo, Tião e Dadá Maravilha. Técnico: Telê Santana.
Data: 19/12/1971
Local: Estádio Maracanã
Público: 46.458
Árbitro: Armando Marques
Gol:
61′ Dadá Maravilha (ATL)

Além dos titulares no jogo final, compunham o elenco atleticano, dentre outros: o uruguaio Héctor Cincunegui, Spencer, Pedrinho, Guará, Beto, Salvador, Bibi, Zé Maria, Romeu, Ângelo e Normandes (que é dentista formado e mora na cidade de Uberaba).

… Heleno de Freitas: gênio e louco

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… Heleno de Freitas: gênio e louco


(Imagem localizada no Google)

● Heleno de Freitas nasceu em São João Nepomuceno (MG) em 12/02/1920. Advogado (formou-se pela Faculdade Nacional de Niterói em 1946), fã de jazz e literatura russa, boêmio e bon vivant, foi descoberto aos 15 anos por Neném Prancha, massagista do Botafogo, jogando na praia de Copacabana. Entre idas e vindas, Heleno começou no Botafogo em 1939, assinando seu primeiro contrato profissional em 02/04/1940. Dois anos depois, já era titular indiscutível e destaque por ser goleador, indisciplinado e polêmico. Era amado pela sua torcida e odiado pelas demais e pelos adversários em campo e vivia uma relação de amor e ódio com seus colegas de clube.

Galã e boa pinta, não suportava quando alguém o chamava pelo apelido que ganhou na metade dos anos 40: “Gilda”. O filme com esse mesmo nome foi produzido pela Columbia Pictures em 1946 e era estrelado pela atriz Rita Hayworth, que era uma personagem linda e com temperamento explosivo. Assim, quem quisesse irritar Heleno, era só gritar o apelido, mas ele logo respondia em gritos: “Gilda é a mãe!”

Suas estatísticas foram aumentando ano a ano, até atingir o ápice: 42 gols em 39 partidas pelo alvinegro, em 1946. Conforme seus números cresciam, sua soberba também, minando completamente o relacionamento com os companheiros. Assim, sem conquistar nenhum título e sem mais clima no clube, foi para o Boca Juniors (ARG) em 1948, na maior transferência envolvendo um clube brasileiro até então. Deixou o Glorioso com 204 gols em 233 jogos, uma média de 0,87. O único relato digno dessa passagem na Argentina é um possível envolvimento com Eva Perón, a Evita.

De volta ao Brasil, foi para o Vasco da Gama, conquistando o seu único Campeonato Carioca, em 1949. Mas, novamente após desentendimentos (dessa vez com o técnico cruzmaltino Flávio Costa), foi jogar no Junior de Barranquilla (COL), inspirando diversas crônicas de Gabriel García Márquez. De volta ao Brasil, jogou no Santos entre 1951 e 1952, indo jogar pelo América em 1953. Pelo Mecão, Heleno disputou apenas uma partida, sendo expulso com 25 minutos da etapa inicial, por ofensas a seus próprios companheiros de equipe. Heleno saiu sob vaias em seu único jogo no Maracanã e decidiu encerrar a carreira. Tempos depois, por indicação do técnico de basquete Kanela, tentou voltar a jogar pelo Flamengo, mas se desentendeu com os jogadores rubro-negros em um jogo treino, não foi aceito no clube e desistiu de vez.

● Continuando a vida desregrada, sua saúde mental foi completamente minada, com o vício em éter e lança-perfume, além de ter contraído sífilis. Certa vez, já ruim da cabeça, tentou se eletrocutar na rede elétrica de General Severiano, em um treinamento do Botafogo. Foi internado pela primeira vez em 1952, em uma clínica na Tijuca. A doença avançou e deixou o craque louco. A insanidade e o estado precário de sua saúde o levaram ao ser internado em definitivamente em 1953, com o apoio da família, em um um sanatório em Barbacena (MG), onde veio a óbito no dia 08/11/1959.

Sua vida foi retratada no livro “Nunca houve um homem como Heleno”, do jornalista e escritor Marcos Eduardo Neves. Em 2012 Rodrigo Santoro estrelou um filme chamado “Heleno”, que conta a fantástica e triste história do craque.

● Heleno não foi tão grande quanto poderia ter sido não só por sua forte personalidade. Em seu período pelo Botafogo, os gols de Heleno poderiam ter levado o clube a conquistar vários títulos cariocas, mas certamente era muito difícil concorrer com o Vasco e seu Expresso da Vitória, liderado por Ademir de Menezes.

Estreou pela seleção em 1944, mas seu auge coincidiu justamente com o período que as Copas do Mundo de 1942 e 1946 foram canceladas devido a 2ª Guerra Mundial. Se os torneios fossem realizados, certamente Heleno de Freitas seria um dos destaques do Brasil. Já em 1950 não foi convocado pelo técnico Flávio Costa, seu desafeto, também devido à passagem pelo futebol colombiano, que não era reconhecida pela FIFA e, portanto, não poderia ter jogadores selecionados para uma competição organizada por ela. Fez 18 partidas pela Seleção Brasileira marcando 19 gols, tendo sido artilheiro do Copa América de 1945, com 6 gols.

Títulos de Heleno de Freitas:

Pela Seleção Brasileira:
– Copa Roca em 1945.
– Copa Rio Branco em 1947.
– Artilheiro da Copa América em 1945 com 6 gols.

Pelo Botafogo:
– Torneio Inicio do Campeonato Carioca em 1947.
– Campeonato Carioca de Aspirantes em 1944 e 1945.
– Campeonato Carioca de Amadores em 1944, 1943 e 1944.
– Copa Burgos (em 16/02/1941, com a vitória de 7 x 4 contra o España-MEX).
– Taça Prefeito Dr. Durval Neves da Rocha (em 15/01/1942, com a vitória de 3 x 1 contra o Bahia).
– Artilheiro do Campeonato Carioca de 1942 com 28 gols.

Pelo Vasco da Gama:
– Campeonato Carioca em 1949.
– Campeonato Carioca de Aspirantes em 1949.

Pelo Santos:
– Taça Santos em 1952.
– Torneio FPF em 1952.
– Quadrangular de Belo Horizonte em 1951.