● Mesmo atuando na quinta divisão argentina (Primera D), o Club Social y Deportivo Liniers tem sido destaque no mundo todo. Situado em San Justo, no município de La Matanza, na região metropolitana de Buenos Aires, o clube é conhecido pela inclusão social dos jovens de classe baixa da região, tendo cerca de 400 pessoas engajadas no projeto esportivo, desde a base até o profissional, incluindo futebol feminino. Mas é o seu estádio, Juan Antonio Arias, apelidado “La Topadora” chama a atenção. Fundado em 1987, é um conjunto complexo de assimetria única, como podemos ver nas imagens.
● O campo e suas linhas são completamente desproporcionais, possuindo áreas de tamanhos diferentes, com gols tortos em relação a linha de fundo, parecendo mais um trapézio do que um retângulo. As leis da física e da geometria são desafiadas por uma distorção sem precedentes no futebol profissional e desprovida de toda e qualquer simetria. Pois esses pequenos “detalhes” afetam o desenvolvimento das partidas. As dimensões não dimensionadas resultam em um número excessivo de gols olímpicos (feitos diretamente de cobrança de escanteio), pois os goleiros perdem completamente a noção de espaço e todo lance é um verdadeiro perigo de gol. É notável também a absurda dificuldade dos bandeirinhas para marcar impedimentos, pois não é possível traçar referências paralelas. Segundo o jornal portenho “La Nación”, há duas versões para a singularidade. A primeira de que foi para aproveitar as partes mais planas do terreno. Outra diz que o campo foi propositalmente torto para que o nascer e o por do sol não atrapalhasse os goleiros.
● Entretanto, o que é folclore há quase trinta anos, agora é objetivo de punição da AFA (Associação de Futebol da Argentina). Mesmo após três décadas de reclamações dos adversários, a entidade “descobriu” a irregularidade apenas agora, por causa de imagens do Google Earth e pediu ao Liniers para “consertar” as dimensões do gramado. Não que isso seja incorreto, pelo contrário. Absurdo é o tempo que levou a federação para fazer a solicitação, ainda mais a forma como foi feita: ao invés de um pedido formal, fizeram um simples telefonema à diretoria do clube pedindo para arrumar o gramado e jogar em outro estádio até que tudo se resolva. O clube vai gastar o referente a dois meses de orçamentos e, provavelmente, só jogará em seu estádio no ano que vem. Agora, o “estádio trapézio” terá seus traços apagados, se tornando apenas uma lenda de um passado folclórico.
Para comparação: Um campo de futebol “padrão FIFA” tem medidas de 105 m x 68 m, em um polígono retangular.
Três pontos sobre… … Cartões verde e branco no futebol
(Imagem: “www.rtp.pt”)
● Desde seu início, o futebol conviveu com regras e com alguns jogadores que as infringiam. As faltas e advertências verbais foram insuficientes e a simples exclusão de um infrator passou a ser utilizada. E assim foi por muitos anos, até um acontecimento na Copa de 1966, em que jogavam a dona da casa, Inglaterra e a Argentina. A partida foi apitada por um alemão, ou seja, três idiomas em campo e ninguém se entendia. Inconformado com a arbitragem, o capitão argentino Antonio Rattín começou a gesticular solicitando um intérprete para conversar com o árbitro, que não entendeu e o expulsou de campo. Inconformado, Rattín negou-se a deixar o campo e, quando saiu escoltado pela polícia, quebrou o mastro da bandeirinha inglesa de escanteio e se sentou no lugar reservado para a rainha (que não foi ao jogo). Isso só elevou a fúria de toda a torcida, gratuitamente.
● Mas como proceder para formalizar a advertência e a expulsão a um atleta, em uma linguagem universal? O inglês Kenneth “Ken” Aston foi convidado para ser o chefe da arbitragem na Copa de 70 e tinha essa pendência para resolver. Ao desembarcar na Cidade do México, em um táxi, percebeu com atenção quando o motorista reduziu a velocidade em um semáforo amarelo e parou o carro em um sinal vermelho. Pronto! Estava solucionado o problema com os cartões destas cores. Fora do futebol, é comum chamarmos a atenção de alguém dizendo: “Cartão vermelho pra você!”
● Recentemente tentaram sem sucesso (felizmente) a inclusão do cartão azul, que resultaria suspensão temporária do atleta infrator, em um nível intermediário de punição entre o amarelo e o vermelho. O árbitro português João Capela quer instituir o cartão branco, para bom comportamento (o tão falado flair play). Ele afirma que “é uma forma que o árbitro tem de valorizar aquilo que são os bons comportamentos e os valores positivos”. O dia 01/10/2016 foi histórico, pois na Série B italiana o árbitro Marco Mainardi mostrou o cartão verde ao meia Cristian Galano. Na goleada do Virtus Entella sobre o Vicenza por 4 a 1, em uma jogada em que o juiz marcou escanteio, o jogador da equipe derrotada admitiu que era apenas tiro de meta. Sua honestidade lhe valeu o primeiro cartão verde da história. Verde ou branco, tanto faz. É uma pena que o mundo tenha se tornado tão competitivo, que valores como respeito e honestidade são vistos como virtudes e não como obrigação.
Três pontos sobre… … “Dream Team“, a seleção americana de basquete de 1992
(Imagem localizada no Google)
● Talvez tenha sido a única vez na história da humanidade em que tenham se juntado os melhores de qualquer coisa. Nunca se viu e nunca ninguém virá algo parecido, nem em esporte, música, empresa e nenhum lugar. Só as grandes estrelas, os melhores dentre os melhores. Mas era mesmo necessário? Prefiro enxergar não como uma “covardia” com os adversários, mas uma mostra única do potencial máximo de gênios máximos e consagrados. Tudo isso só aconteceu devido à controversa (e roubada) derrota dos americanos para os soviéticos na final dos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique. Até então, os EUA haviam vencido todas as partidas que disputaram em Olimpíadas. Eles queriam vingança, mas em 1976 os iugoslavos venceram os soviéticos nas semifinais. Em 1980 houve o boicote americano à Moscou. Em 1984 houve o boicote soviético à Los Angeles. Em 1988 os EUA perderam para a URSS na semifinal. Sem contar o vexame na final do Pan-Americano de Indianápolis, em que o Brasil reverteu uma grande vantagem americana, com Oscar e Guerrinha jogando ao máximo, e impuseram a primeira derrota americana em casa e a primeira vez na história em que sofreram mais de 100 pontos.
● A supremacia americana estava comprometida e algo precisava ser feito. E em 17/04/1989 a FIBA (Federação Internacional de Basquetebol) permitiu a entrada de jogadores profissionais em Jogos Olímpicos. Ou seja, estava liberada a convocação dos astros da NBA. Segundo o jornal O Globo, “o jornalista Jack McCallum, que cobria o dia a dia da NBA no começo da década de 1990, revela que em fevereiro de 1991, quando trabalhava para a revista ‘Sports Illustrated’, teve a ideia de montar o que seria o provável time dos EUA para Barcelona em uma matéria de capa. Depois de conseguir juntar Jordan, Magic, Barkley, Ewing e Malone — o quinteto que ele imaginava titular — para uma foto, durante o fim de semana do ‘All Star Game’ em Charlotte, McCallum abriu a reportagem fazendo referência ao ‘sonho’ de ver aquele time junto um ano depois. A repetição da palavra duas vezes foi o chamariz para que os editores da revista estampassem na capa a expressão ‘Dream Team’, ao lado do logo da ‘SI’. A expressão acabou se tornando a identidade do time.”
● E assim foi feito. Nos Pré-Olímpico foi um passeio, chegando a vencer Cuba por 136 x 57. A menor diferença de pontos foi 38 na vitória contra Porto Rico. Nos Jogos Olímpicos, continuou o massacre. Foram derrotados na primeira fase: Angola (116 x 48), Croácia, do craque Dražen Petrović (103 x 70), Alemanha (111 x 68), Brasil, do “Mão Santa” Oscar (127 x 83) e a Espanha (122 x 81). Venceram Porto Rico nas quartas de final (115 x 77), a Lituânia na semifinal (127 x 76) e voltaram a ganhar da Croácia na final, por 117 a 85.
Assim foi feita a montagem do “Dream Team”:
Um universitário teria vaga no “Dream Team“, mas a dúvida era entre Christian Laettner e o superpivô Shaquille O’Neal. A fama de decisivo de Laettner acabou o colocando na equipe (mas o futuro diria que “Shaq” é craque). A última vaga a ser preenchida foi de Drexler, pois havia dúvidas entre ele e o genial Isiah Thomas. Há rumores Thomas não foi convocado para o “Drem Team” por influência de Michael Jordan, mas a verdade é que, apesar do talento incontestável, Thomas e os “Bad Boys” do Detroit Pistons eram odiados pelo mundo todo pelo seu jogo sujo, que os levaram ao bicampeonato de 1989/90. Isiah Thomas faz parte do Hall da Fama desde 2000 e Shaquille O’Neal desde 2016.
“Eu desprezava a maneira como Isiah jogava. Eu não queria que ele fizesse parte do time e creio que Michael também não.” — Scottie Pippen, em documentário da NBA TV
Christian Laettner (Imagem: dukebasketballreport.com)
― 4. Christian Laettner (Duke University) – Ala-pivô era o único universitário na equipe. É considerado o melhor jogador da história dos torneios universitários (NCAA), atuando por quatro anos pela Duke University, onde era treinado por Mike Krzyzewski, então auxiliar técnico da seleção americana (e atual técnico desde 2006). Foi campeão da NCAA em 1991 e 1992. Desde sua saída, os “Duke Blue Devils” aposentaram a camisa nº 32. Ainda é detentor de alguns recordes da NCAA: maior número de pontos marcados (407), maior número de lances livres convertidos (142), maior número de lances livres tentados (167), maior número de jogos ganhos (21) e maior número de jogos disputados (23). O seu arremesso final que deu a vitória de Duke contra Kentucky em 1992 foi eleito em 2006 como o quinto momento mais memorável da história do esporte. Era craque no jogo de costas para a cesta, mas infelizmente suas atuações como profissional nunca atingiram o nível de quando era universitário. Não teve sucesso em sua carreira na NBA, mas jogou por 13 temporadas, sendo um verdadeiro “nômade” (no máximo três anos em uma equipe), passando por Minnesota Timberwolves, Atlanta Hawks, Detroit Pistons, Dallas Mavericks, Washington Wizards e Miami Heat, onde parou em 2005. Ainda jogou a temporada 2011/12 da ABA (American Basketball Association, uma liga secundária) pelo Jacksonville Giants, onde foi campeão. Está imortalizado no Hall da Fama do basquete universitário desde 2010.
David Robinson (Imagem: Martha Jane Stanton / NBAE / Getty Images)
― 5. David Robinson (San Antonio Spurs) – Pivô que jogou toda a carreira nos Spurs, campeão da NBA em 1998/99 e 2002/03, ingressando no Hall da Fama em 2009. Junto com Carmelo Anthony e LeBron James são os únicos a terem três medalhas olímpicas no basquete (ouro em 1992 e 1996 e prata em 1988). É o único jogador que já liderou a liga em pontos, rebotes e tocos e que ganhou o título de melhor calouro, melhor jogador e melhor jogador de defesa na NBA. É um dos quatro jogadores que conseguiu um quadruplo-duplo (dois dígitos em quatro estatísticas). Teve sua camisa nº 50 aposentada pelos Spurs.
Patrick Ewing (Imagem: blackpast.org)
– 6. Patrick Ewing (New York Knicks) – Pivô com muita força física, jogou 15 dos 17 anos como profissional nos Knicks, com 11 aparições no All Star Game. Eleito um dos 50 maiores jogadores da NBA em 1999. Ganhou ouro olímpico em 1984 e 1992. Entrou no Hall da Fama em 2008. O número 33 foi aposentado pelos Knicks em sua homenagem.
Larry Bird (Imagem: nba.com)
– 7. Larry Bird (Boston Celtics) – Ala genial, jogou toda a carreira nos Celtics (1979-1992), encerrando a carreira no mesmo ano de 1992. É certamente um dos cinco melhores da história do basquete. Venceu a NBA três vezes, em 1980/81, 1983/84 e 1985/86. Por terem seu auge na mesma época, tinha uma rivalidade muito grande com Magic Johnson, mas isso não atrapalhou o Dream Team. Aposentado, foi um técnico de relativo sucesso no Indiana Pacers e posteriormente se tornou dirigente do time. Sua camisa 33 não é mais usada pelos Celtics.
Scottie Pippen (Imagem: foxnews.com)
– 8. Scottie Pippen (Chicago Bulls) – Ala, é o maior jogador da história dos Bulls (Jordan não conta). Entre 1991 e 1998, só não foi campeão da NBA em 1994 e 1995. Se tornou o líder da equipe de Chicago na ausência de Jordan (1993-1995). Teve a camisa nº 33 aposentada pelo time e entrou para o Hall da Fama em 2010. Jogou uma temporada pelo Houston Rockets e cinco pelo Portland Trail Blazers, encerrando a carreira em 2004. Ganhou medalha de ouro olímpico em 1996, além de 1992.
Michael Jordan (Imagem: Nathaniel S. Butler / Getty Images / Globo Esporte)
– 9. Michael Jordan (Chicago Bulls) – Ala-armador é simplesmente o melhor jogador da história do basquete e um dos maiores ícones dos esportes. Suas enterradas pulando da linha do lance-livre sempre causou arrepios nos adversários. Não bastasse suas aulas de ataque, é o melhor jogador de defesa que o mundo já viu. Quase sempre saía vencedor nas jogadas de “um contra um”, independente se com ou sem a bola. Foi tricampeão da NBA (1991-1993). Cansado de ser celebridade, se aposentou em outubro de 1993. Ele deixou o mundo mais perplexo ainda quando assinou com o time de beisebol Chicago White Sox. Porém, foi só um sonho realizado. Retornou aos Bulls em 19/03/1995, vestindo a camisa 45, pois a 23 já tinha sido aposentada em sua homenagem. Quando entrou em plena forma, voltou a liderar sua equipe para um novo tricampeonato (1996-1998). Alegando novamente cansaço físico e mental, Jordan anunciou novamente a aposentadoria em 13/01/1999. Em 2001 se tornou coproprietário do Washington Wizards e ensaiou sua volta, que ocorreu em 25/09/2001. Jogou mais duas temporadas pela equipe, mas não conseguiu levá-la para os playoffs. Encerrou sua história na NBA definitivamente e sem volta em 16/04/2003. Mesmo sem ter jogado pela equipe, o Miami Heat também aposentou a camisa 23 em homenagem ao maior da história. Conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas em 1984 (como universitário) e 1992 (como profissional). Entrou no Hall da Fama em 2009. Atualmente é proprietário da equipe de NBACharlotte Hornets.
Clyde Drexler (Imagem: nba.com)
– 10. Clyde Drexler (Portland Trail Blazers) – Ala-armador que jogou quase toda a carreira pelo Portland Trail Blazers (onde ainda é o maior cestinha da história da franquia) e encerrou com três anos no Houston Rockets, onde foi campeão da NBA em 1995. Era um monstro nas enterradas e praticamente parava no ar. Entrou para o Hall da Fama em 2004.
Karl Malone (Imagem: John G. Mabanglovcg / AFP Photo / news.cgtn.com)
– 11. Karl Malone (Utah Jazz) – Ala-pivô é o segundo maior pontuador da história da NBA, com 36.928 pontos (média de 25 por jogo), atrás apenas de Kareem Abdul-Jabbar. Jogou por 18 anos no Utah Jazz e encerrou a carreira com um ano nos Los Angeles Lakers (2003/04). É considerado o maior jogador a nunca ter ganhado um título na NBA (foi vice três vezes). Além do título olímpico de 1992, também estava em 1996. Faz parte do Hall da Fama desde 2010.
John Stockton (Imagem: Matthew Stockman / Getty Images)
– 12. John Stockton (Utah Jazz) – Armador era o mais baixo da equipe (1,85 m) e o fiel escudeiro de Karl Malone no Utah Jazz, onde jogou toda sua carreira, de 1984 a 2003. Liderou a NBA em assistências por nove temporadas consecutivas e até hoje é o jogador que mais distribuiu assistências na história da liga, com 15.806. Também esteve no time campeão das Olimpíadas de 1996, além do Dream Team de 1992. Foi eternizado no Hall da Fama em 2009.
Chris Mullin (Imagem: nba.com)
– 13. Chris Mullin (Golden State Warriors) – Ala, jogou 16 anos pelo Golden State Warriors, mais três pelo Indiana Pacers e voltou para uma última temporada nos Warriors, encerrando a carreira em 2001. Também nunca venceu a NBA. Esteve nas respectivas equipes que conquistaram as medalhas de ouro olímpicas de 1984 e 1992. Faz parte do Hall da Fama desde 2011. A camisa nº 17 dos Warriors não é mais usada, em homenagem a ele.
Charles Barkley (Imagem: theathletic.co.uk)
– 14. Charles Barkley (Phoenix Suns) – Ala-pivô nunca ganhou um anel de campeão da NBA. Era notável a garra que tinha dentro de quadra, chegando até a ser violento e indisciplinado, pois queria vencer a qualquer custo. Foi ouro em Barcelona 1992 e Atlanta 1996. Entrou no Hall da Fama em 2006. Atuou no Philadelphia 76ers, Phoenix Suns e Houston Rockets.
Magic Johnson (Imagem: nba.com)
– 15. Magic Johnson (Los Angeles Lakers) – Armador, Earvin Johnson Jr. ganhou o apelido “Magic” (que o acompanha a vida toda) aos 15 anos, em seu segundo ano na Everett High School. Se tornou o terceiro atleta a ser campeão consecutivo da NCAA e da NBA. Atuou apenas pelos Los Angeles Lakers entre 1979 e 1991 e voltou em 1996 para encerrar a carreira, já como portador do vírus HIV e com 5 títulos da NBA. A camisa nº 32 foi aposentada pelos Lakers em sua homenagem. Sempre travava batalhas históricas com Larry Bird desde a época da NCAA, mas fora das quadras eram grandes amigos. Eles se espelhavam; o sucesso de um elevava o nível do outro, e vice-versa. É considerado o melhor armador da história da NBA. Conquistou o primeiro título na NBA logo em seu primeiro ano. Ainda é o jogador com a maior média de assistências por jogo da história da NBA, com 11,2. Era muito alto para a posição (2,06 m), possibilitando ser improvisado em qualquer posição, mas era armador devido sua grande habilidade na condução da bola. Entrou para o Hall da Fama em 2002.
Magic Johnson em ação (Imagem: nba.com)
“Eu praticava todos os dias. Eu ia até a loja driblando com a minha mão direita e voltava driblando com a minha mão esquerda. Aí, eu dormia com a bola.” — Johnson, sobre sua habilidade de condução.
“O quão grande Johnson foi enquanto jogador de basquete? Tão grande, talvez, que gerações futuras de fãs do esporte desejassem ter vindo ao mundo anos antes, apenas para que pudessem ver Magic jogar pessoalmente, ao invés de o assistirem somente através de vídeos de melhores momentos.” — Enciclopédia online da NBA.
Três pontos sobre… … Peirópolis, Campeão Amador 2016
● Foi realizado na manhã de ontem o segundo jogo da final do Campeonato Amador Módulo A 2016, promovido pela Liga Uberabense de Futebol. A equipe de Peirópolis havia vencido o Bonsucesso no domingo anterior pelo placar de 1 a 0, com gol de Abimael, aos 33 minutos da etapa inicial. Jogando novamente no Estádio Municipal Engenheiro João Guido, o querido Uberabão, as equipes fizeram um bom jogo, bastante equilibrado. O Bonsuça jogava pela vitória simples, pois havia feito a melhor campanha. O Peiró jogava pelo empate, já que tinha vencido o primeiro jogo da final. Porém, logo no primeiro minuto de jogo a torcida ficou aflita, pois o craque Marcelo Moreira se lesionou e teve que ser substituído por Chitão. Apesar da ligeira pressão inicial do time colorado, o primeiro tempo foi tenso e ruim de assistir, pois as duas equipes sentiam muito o forte calor e o time do Peiró jogava pelo regulamento e “cozinhava” a partida, parecendo apenas querer gastar o tempo.
● Em compensação o segundo tempo foi gostoso de assistir. O Bonsuça não tinha alternativa, a não ser atacar. Porém, logo aos 3 minutos do segundo tempo, o Peirópolis amplia a vantagem, abrindo o placar em um escanteio bem batido por Everton e desviado por Serginho, se antecipando ao bom goleiro Gustavo. Serginho, com esse gol, terminou o campeonato como artilheiro com 23 gols. Onze minutos depois, aos 14, o Bonsucesso empata também em cobrança de escanteio, com Felipão concluindo para as redes. Contudo, precisando de mais um gol, o colorado parte com tudo para o ataque, deixando sua defesa desguarnecida. Em um contra-ataque rápido do Peirópolis, Paraíba é derrubado na área adversária por Willian, que foi expulso. Pênalti bem convertido por Chitão (com um cabelo estilo Roberto Firmino/Wesley Safadão). Apesar das dificuldades, empurrado pela sua torcida e pela enorme qualidade de seus jogadores, mesmo com um homem a menos, o Bonsuça vai pra cima e apenas no último minuto consegue o empate, em belo chute de Cesinha, após rebote de um escanteio. Mas foi insuficiente para o Bonsucesso. O craque e sempre decisivo Juninho Ratinho foi muito bem marcado e não teve espaço em nenhum dos 90 minutos. O Bonsucesso foi mais incisivo em suas jogadas, mas taticamente o Peirópolis foi superior.
● Chama a atenção que apesar de ter sido um jogo bem jogado, três gols saíram de escanteio e um de pênalti. Está provado que bola parada decide campeonato. É fato que ambas são as equipes mais bem estruturadas, com bom poderio financeiro e patrocínio maior nos bastidores, com grandes jogadores amadores e profissionais e, merecidamente, foram finalistas do torneio. Bonsucesso já é presença frequente nas finais nos últimos 10 anos e, no total, já conquistou oito títulos. O Peirópolis começou sua história mais recentemente e, após ser vice ano passado, neste ano se agigantou como o mascote dinossauro e conquistou merecidamente o seu primeiro título de Campeão Amador Módulo A da Liga Uberabense de Futebol.
(Imagem: Irmãos De Boer, por “Mantosdofutebol.com.br”)
● O futebol imita a vida. Assim como é muito comum um indivíduo seguir a influência de pais e parentes na escolha de sua profissão, também acontece com os futebolistas. Já tivemos diversos casos de jogadores pais e filhos (Domingos e Ademir da Guia). Há também quem se espelhou no primo (Lionel Messi tinha admiração por Maxi Biancucchi). Há também quem se casou com a irmã do amigo e se tornou parente indireto (James Rodríguez e David Ospina são cunhados). Sérgio “Kun” Agüero já foi genro de Maradona, quando era casado com sua filha Gianina. Temos três gerações de boleiros com Dondinho, Pelé e Edinho. Há também famílias inteiras relacionadas ao jogo, como os dinamarqueses Finn Laudrup, Ebbe Skovdahl (cunhado), Michael Laudrup (o filho craque de Finn), Brian Laudrup (filho de Finn), Nicolai Laudrup (filho de Brian), Mads Laudrup e Andreas Laudrup (ambos filhos de Michael).
● Mas o que realmente impressiona é a quantidade de irmãos gêmeos no mundo da bola. A maioria das vezes dando os primeiros passos juntos e, em alguns casos, seguindo praticamente a carreira toda um ao lado do outro. No futebol profissional, localizamos 61 casos na história. Incrivelmente, grande parte deles joga na mesma posição do irmão, como os craques holandeses Willy Van de Kerkhof e René Van de Kerkhof, os volantes alemães Lars Bender e Sven Bender e os zagueiros russos Aleksei Berezutskiy e Vasili Berezutskiy.
(Imagem: Irmãos Bender, por “Batomefutebol.wordpress.com”)
● Segue abaixo a lista completa dos 62 casos de gêmeos futebolistas profissionais:
– Fábio e Rafael (Brasil, ambos ex-Manchester United);
– Túlio Maravilha e Télvio Furacão (Brasil, ambos ex-Botafogo);
– Diego e Diogo (Brasil, ambos ex-Inter/RS);
– Marlone e Marlon (Brasil, ex-Corinthians e ex-Gama, respectivamente);
– Cássio e Rafael (Brasil, ambos ex-Avaí);
– Alex e Anderson (Brasil, ambos ex-Botafogo);
– Gabriel Góes e Rafael Góes (ex-Flamengo de Guarulhos);
– Frank de Boer e Ronald de Boer (Holanda);
– Willy Van de Kerkhof e René Van de Kerkhof (Holanda);
– Jeroen Drost e Henrico Drost (Holanda);
– Dennis de Nooijer e Gérard de Nooijer (Holanda);
– Guillermo Barros Schelotto e Gustavo Barros Schelotto (Argentina);
– Ramiro Funes Mori e Rogelio Funes Mori (Argentina);
– Ángel Romero e Óscar Romero (Paraguai);
– Julio César Dely Valdés e Jorge Dely Valdés (Panamá);
– Kenny Cunningham e Kevin Cunningham (Costa Rica);
– Jervis Drummond e Gerald Drummond (Costa Rica);
– Lars Bender e Sven Bender (Alemanha);
– Erwin Kremers e Helmut Kremers (Alemanha);
– Andreas Schmidt e Oliver Schmidt (Alemanha);
– Andreas Zeyer e Michael Zeyer (Alemanha);
– Niklas Moisander e Henrik Moisander (Finlândia);
– Atik Ismail e Adil Ismail (Finlândia);
– Ebbe Sand e Peter Sand (Dinamarca);
– Thomas Ravelli e Andreas Ravelli (Suécia);
– Philipp Dagen e David Dagen (Suíça);
– Hamit Altintop e Halil Altintop (Turquia);
– Nikolai Savichev e Yuri Savichev (ex-União Soviética);
– Aleksei Berezutskiy e Vasili Berezutskiy (Rússia);
– Vladimir Beschastnykh e Mikhail Beschastnykh (Rússia);
– Dmitri Kombarov e Kirill Kombarov (Rússia);
– Aleksei Miranchuk e Anton Miranchuk (Rússia);
– Maksym Pashayev e Pavlo Pashayev (Ucrânia);
– Shota Averladze e Archil Averladze (Geórgia);
– Zoran Vujović e Zlatko Vujović (ex-Iugoslávia);
– Srđan Čebinac e Zvezdan Čebinac (ex-Iugoslávia)
– Edin Mujčin e Zemir Mujčin (Bósnia e Herzegovina)
– Michał Żewłakow e Marcin Żewłakow (Polônia);
– Lukáš Došek e Tomáš Došek (República Tcheca);
– José Callejón e Juanmi Callejón (Espanha);
– Javier Flaño e Miguel Flaño (Espanha);
– Emanuele Filippini e Antonio Filippini (Itália);
– Cristian Zenoni e Damiano Zenoni (Itália);
– José Sagredo e Jesús Sagredo (Bolívia);
– Adam Chambers e James Chambers (Inglaterra);
– David Holdsworth e Dean Holdsworth (Inglaterra);
– Arnar Gunnlaugsson e Bjarki Gunnlaugsson (Islândia);
– Flávio Paixão e Marco Paixão (Portugal);
– Aldo Simoncini e Davide Simoncini (San Marino);
– Hisato Sato e Yuto Sato (Japão);
– Kazuyuki Morisaki e Koji Morisaki (Japão);
– Marwin Angeles e Marvin Angeles (Filipinas);
– Zulham Zamrun e Zulvin Zamrun (Indonésia);
– Alon Brumer e Gadi Brumer (Israel);
– Gad Machnes e Oded Machnes (Israel);
– Elissa Meer Abdulrahman e Ibrahim Meer Abdulrahman (Emirados Árabes Unidos)
– Hossam Hassan e Ibrahum Hassan (Egito);
– Sanna Nyassi e Sainey Nyassi (Gâmbia);
– Alvin Tehau e Lorenzo Tehau (Tahiti)
– Adam Griffiths e Joel Griffiths (Austrália);
– Ashleigh Sykes e Nicole Begg (Austrália, raro caso profissional de irmãs gêmeas jogadoras);
– Karen Bender e Kelen Bender (irmãs gêmeas brasileiras, ambas ex-Botafogo, Kindermann e Iranduba);
– Chaiane e Natane (irmãs gêmeas brasileiras, ambas ex-São Paulo).
(Imagem: Irmãos Silva, Rafael e Fábio, por “BeSoccer.com”)
(Imagem: Túlio e Télvio, por “Julio Cesar Guimarães / Globo)
(Imagem: Kirill Kudryavtsev/AFP, do Portal Lance!)
● Em tradução do italiano, “libero” significa livre. Introduzida pela Federação Internacional de Voleibol em 1998, o jogador dessa posição deve utilizar uniforme diferente dos demais, não pode ser capitão da equipe, nem atacar, bloquear ou sacar, além de regras mais específicas para poder fazer levantamentos. Com a bola parada, desde que posicionado sempre no fundo da quadra, pode trocar de lugar com qualquer jogador sem notificação prévia dos árbitros e suas substituições são ilimitadas e não contam para o limite de alterações por set para cada equipe. É um jogador especializado funções defensivas, como recepção e passe de maior qualidade. Entre gigantes, a função permite que atletas mais baixos possam praticar o vôlei. O pioneiro na seleção brasileira foi Kid.
● Se a camisa 10 deve ser usada por craques, Sérgio Dutra Santos soube honrá-la como poucos. Corintiano doente, usa a 10 em homenagem ao craque Neto. Escadinha ganhou esse apelido na periferia paulista, pela semelhança física com o famoso traficante carioca dos anos 1980, fundador da Falange Vermelha, que deu origem ao Comando Vermelho. Tinha o sonho de ser igual aos campeões olímpicos de 1992. Em 2001, na primeira convocação, ficou em um quarto com o também craque Maurício Lima. Demorou 10 minutos para tocar a campainha do quarto, sem saber qual seria a reação de Maurício. Ganhou um abraço do ídolo. Quinze anos depois, se despede da seleção tendo sido duas vezes campeão mundial, uma vez campeão da Copa do Mundo, sete vezes vencedor da Liga Mundial e medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Com 40 anos, se tornou o brasileiro mais velho da história do vôlei olímpico. Serginho encerrou sua passagem pela seleção com o recorde de medalhas olímpicas em esportes coletivos no Brasil, com quatro medalhas olímpicas (ouro em 2004 e 2016; prata em 2008 e 2012), sendo escolhido o melhor jogador dos Jogos Rio 2016. O feito foi inédito para um líbero, tal qual a eleição como melhor jogador da Liga Mundial em 2009.
● Sérgio, Escada, Escadinha, Serginho, “o Presidente”, revolucionou a história da posição. Foi o primeiro dos líberos a defender passando e levantando, sendo fundamental para fluidez dos ataques. Foi protagonista, mesmo sendo o jogador restrito a impedir pontos adversários. Sua leitura do jogo e o instinto de adivinhar a jogada se transformaram em parâmetro para um líbero. Sempre jogou futebol de várzea, de onde se origina sua velocidade. A vida difícil o ensinou a conhecer o atalhos e que não existe bola perdida. Tem todos os adjetivos de um ídolo: personalidade, superação, dedicação, liderança e talento, servindo de exemplo e inspiração aos demais. Está definitivamente no panteão dos heróis do esporte brasileiro.
Três pontos sobre… … Mais clubes brasileiros na Libertadores
(Imagem localizada no Google)
● Há algum tempo nos acostumamos a ver a Taça Libertadores da América como um clímax. Vencê-la é ser o time mais forte do continente e ter vaga para o Mundial Interclubes (raras exceções). Mas nem sempre foi assim. Dentre os clubes brasileiros, nas primeiras edições apenas o Santos de Pelé e cia. a venceu (1962 e 1963), porque ganhava tudo em disputa. O Brasil apenas voltou a ser campeão com o Flamengo de Zico em 1981, que (mesmo de forma controversa) também vencia tudo. O Brasil se deu ao luxo de não ter participantes na competição em 1966, 1969 e 1970, alegando excessiva violência no torneio. Se atualmente se brinca dizendo que “Libertadores é para machos”, naquela época era realmente desumana. Há histórias de jogadores argentinos que jogavam com pregos nas mãos, para espetar os rivais.
● Até a criação da Copa do Brasil, as duas vagas nacionais eram do campeão brasileiro e do vice. Depois de 1990, passaram a ser dos campeões das respectivas competições. Mas apenas duas vagas, ressaltando a dificuldade e o alto nível técnico da competição. Mas com a ampliação do número de equipes brasileiras (para, no mínimo, cinco), de 1999 para 2000, equipes fracas, que fizeram um torneio ruim, começaram a marcar presença. Ainda assim o país conseguiu vários títulos, inclusive sequentes.
● A tentativa de “europeização” da competição, como a Conmebol está planejando, com calendário o ano todo é louvável. Porém, a possibilidade de jogo único em campo previamente escolhido vai deixá-la muito mais sem graça. Mas, principalmente, o aumento do número de clubes participantes é claramente político e reduzirá bastante o nível técnico da competição. O Brasil terá sete representantes, podendo chegar a nove caso tiver um campeão na Libertadores e na Copa Sul-Americana do ano anterior. O país pode ter quase um terço dos participantes da fase de grupos. O Brasileirão é o único torneio do mundo em que 20% dos participantes são rebaixados e 30% se classificam para a maior competição continental.
Será que o Brasil possui nove clubes aptos a disputar a Libertadores?
Três pontos sobre… … O filme “Inferno”, baseado no último livro de Dan Brown (autor de “O Código da Vinci” e “Anjos e Demônios”)
● O escritor americano Dan Brown é um sucesso de vendas mundial. Desde o lançamento de seu primeiro livro em 1998, seus romances são excitantes e cada novo lançamento é esperado com muita ansiedade. O estilo polêmico, misturando misticismo, obras primas existentes e mistério policial comumente prende o leitor e o transporta para dentro da ficção. “Fortaleza Digital”, “Anjos e Demônios”, “Ponto de Impacto”, “O Código da Vinci” e “O Símbolo Perdido” já são clássicos entre os mais vendidos da história. “O Código da Vinci” e “Anjos e Demônios” foram adaptados pelo cinema, na tentativa de Hollywood de faturar em cima do sucesso dos livros. Agora, foi lançado ontem no Brasil, em primeiríssima mão, a adaptação para o cinema do livro “Inferno”, cujo filme tem o mesmo nome.
● O cientista Bertrand Zobrist (Ben Foster) criou uma praga biológica para conter a superpopulação mundial e se matou logo depois. Ninguém sabia da localização desse vírus que, segundo Zobrist, reduziria pela metade a população mundial. Antes de morrer, ele deixou pistas baseadas na obra “Inferno” de Dante Alighieri. Com a ajuda da Drª. Sienna Brooks (Felicity Jones), o professor Robert Langdon vai tentar decifrar esse mistério e salvar a humanidade. Em mais uma aula de atuação, Tom Hanks personifica o simbologista Robert Langdon. Dessa vez vai sofrer e ser perseguido do início ao fim.
● A grande essência dos livros se repete com menor frequência nos filmes. Dan Brown é conhecido pela criatividade, independência e a coragem em gerar grandes teorias conspiratórias envolvendo instituições sólidas e respeitadas mundialmente. Talvez falte um pouco dessa liberdade para o diretor Ron Howard e a equipe. Mesmo com histórias completamente distintas, é perceptível que a trilogia vem perdendo força desde o primeiro filme. Sempre se espera uma evolução na qualidade, na bilheteria e até no fascínio que esse tipo de história envolve. Mas este último item está em queda, apesar de prender o expectador nas cadeiras. Em “Inferno”, assim como o livro, as coisas no filme não são como parecem ser. Quase nada termina como começa. E o filme é diferente do livro. São duas histórias diferentes. Por isso vale a pena assistir.
● Quando em 2005 o “Messias” Giovanni levou do seu Pará para o Santos um jovem meia canhoto, muitos pensaram se tratar de apenas mais um apadrinhado. Ao ver aquele moleque alto correr meio desajeitado, o roupeiro do clube disse: “Iiiihh, lá vem mais um ganso”, que era como o funcionário chamava os pernas de pau. O talento do menino provou que ele não era um ganso. Era “O Ganso”. Paulo Henrique de Chagas Lima hoje completa 27 anos e já tem história. Dentre outros títulos, é campeão da Libertadores 2011, Copa do Brasil 2010 e tri paulista 2010/11/12, pelo Santos e venceu a Copa Sul-Americana pelo São Paulo em 2012.
● Embora sempre cotado para a Seleção Brasileira, nunca disputou uma Copa do Mundo. Apesar do clamor popular, foi apenas um dos sete suplentes em 2010. Em má fase, disputou a Copa América de 2011 e as Olimpíadas de 2012. Esteve também na Copa América de 2016, mas sem receber chances. Nesta temporada recém iniciada (2016/17) foi em busca do sonho do sucesso na Europa, assinando com o Sevilla até junho de 2021. No começo, foi escalado de forma controversa pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, como um meia mais recuado ou como um ponta pela esquerda, longe da posição em que se destaca mais. Mas depois, foi perdendo espaço completamente. Após treinar por muito tempo separado de seus companheiros, esperando alguma proposta para sair do Sevilla, Ganso foi emprestado ao pequeno Amiens, da França, no início da temporada 2018/19.
● Besta ou bestial? Ioiô, que sobe e desce? Jogador elegante; camisa 10 à moda antiga; talento raro de um futebol técnico e maduro; o maestro de sua geração; capacidade única de “tirar coelhos da cartola”… Nos faz esperar 90 minutos por um lance ímpar, mas que nem sempre aparece. Expectativa frustrada. Às vezes é estático, sem dinamismo algum, dando a ligeira impressão que o time joga com um a menos. Qual o verdadeiro Ganso?
Três pontos sobre… … O ano em que a Rede Globo televisionou o Campeonato Italiano ao vivo
(Imagem: Quattro Tratti)
● Nos anos 80 as transmissões de futebol internacional na TV brasileira não eram frequentes. Passava vez ou outra um jogo importante ou alguma final. Mais especificamente, na temporada 1984/85 eram muitos os craques que militavam em times italianos, especialmente brasileiros e grandes estrelas internacionais, fora os ídolos locais que foram campeões mundiais de 1982. Vejam abaixo a verdadeira constelação do “Calccio”:
– Ascoli: Dirceu (BRA);
– Atalanta: Glenn Strömberg (SUE) e Roberto Donadoni (ITA);
– Avellino: Ramón Díaz (ARG);
– Como: Hansi Müller (ALE);
– Cremonese: Juary (BRA) e Władysław Żmuda (POL);
– Fiorentina: Sócrates (BRA), Daniel Passarella (ARG), Giovanni Galli (ITA), Claudio Gentile (ITA), Gabriele Oriali (ITA), Giancarlo Antognoni (ITA) e Daniele Massaro (ITA);
– Internazionale: Karl-Heinz Rummenigge (ALE), Liam Brady (IRL), Giuseppe Baresi (ITA), Alessandro Altobelli (ITA), Giuseppe Bergomi (ITA), Fulvio Collovati (ITA) e Walter Zenga (ITA);
– Juventus: Michel Platini (FRA) (artilheiro com 18 gols e campeã da Copa da Europa da mesma temporada), Zbigniew Boniek (POL), Gaetano Scirea (ITA), Antonio Cabrini (ITA), Paolo Rossi (ITA) e Marco Tardelli (ITA)
– Lazio: Michael Laudrup (DIN), Bruno Giordano (ITA) e Batista (BRA);
– Milan: Mark Hateley (ING), Ray Wilkins (ING), Pietro Paolo Virdis (ITA), Filippo Galli (ITA), Franco Baresi (ITA), Paolo Maldini (ITA), Mauro Tassotti (ITA) e Alberigo Evani (ITA);
– Napoli: Diego Armando Maradona (ARG), Daniel Bertoni (ARG) e Ciro Ferrara (ITA);
– Roma: Paulo Roberto Falcão (BRA), Toninho Cerezo (BRA), Carlo Ancelotti (ITA), Francesco Graziani (ITA), Giuseppe Giannini (ITA) e Bruno Conti (ITA);
– Sampdoria: Graeme Souness (ESC), Trevor Francis (ING), Roberto Mancini (ITA), Gianluca Vialli (ITA) e Pietro Vierchowod (ITA);
– Torino: Júnior (BRA), Walter Schachner (Áustria) e Aldo Serena (ITA);
– Udinese: Zico (BRA), Edinho (BRA) e Andrea Carnevale (ITA);
– Verona: Hans-Peter Briegel (ALE) e Preben Elkjær Larsen (DIN).
● Assim, a TV Globo investiu na transmissão do Campeonato Italiano da temporada, passando um jogo todo domingo de manhã (só não televisionou 02 rodadas, das 30). Nos domingos em que não haviam rodada, era transmitido um programa de poucos minutos, com um especial sobre a temporada, chamado “Panorama do Campeonato”. Mas a emissora não deu tanta sorte, pois Sócrates jogou muito mal e Zico e Falcão se transferiram no meio do campeonato (para Flamengo e São Paulo, respectivamente). Mas a Globo jogou a toalha definitivamente quando um pequenino Hellas Verona conquistou o título e nunca mais transmitiu temporada inteira de campeonato nacional estrangeiro.
● Hellas Verona FC foi fundado em 1903, passando a se destacar mais na Série A apenas na década de 1980. Na temporada em questão, perdeu apenas dois jogos e foi campeã com quatro pontos de vantagem sobre o vice, sendo liderada dentro de campo pelo “panzer” Hans-Peter Briegel (aniversariante de hoje) e pelo “matador” Preben Elkjær Larsen. Esse é considerado um dos maiores milagres da história recente do futebol europeu, comparado apenas com o título inglês do Leicester em 2015/16. O vice-campeão naquela temporada foi o Torino, de Júnior e o artilheiro foi Michel Platini, com 18 gols. Na mesma temporada 1984/85, a Juventus foi campeã europeia na final na denominada “Tragédia de Heysel”, mas esse é assunto para outro momento.