Três pontos sobre…
… 04/06/2002 – Coreia do Sul 2 x 0 Polônia
Sul-coreanos comemoram gol em frente à barulhenta torcida (Imagem: NBC Sports)
● Nem parece que já se passaram 15 anos! Tudo que se via era uma multidão em vermelho. Tudo que se ouvia era um grito ensurdecedor: “Dae-han-min-guk” (Daehan Minguk significa República da Coreia no idioma local).
A Coreia do Sul era um dos dois países sede (juntamente com o Japão). Tinha sua tradição no continente, mas estava em sua sexta Copa do Mundo (a 5ª consecutiva) e nunca havia vencido um jogo na competição. Eram 14 partidas anteriores, com 4 empates e 10 derrotas, algumas humilhantes, como para a Hungria em 1954 (9 a 0).
Temia-se que os sul-coreanos fossem os primeiros anfitriões a não passar de fase na história das Copas (esse “feito” ficou com a África do Sul em 2010). Mas, liderado pelo excelente técnico holandês Guus Hiddink e pela torcida, o time não decepcionou.
A Coreia do Sul era organizada no 3-5-2, que se transformava em 5-3-2 quando se defendia e em um 3-4-3 quando atacava (com Park Ji-sung avançando pela direita).
Já a Polônia atuava em um 4-4-2 engessado, que dependia muito dos avanços dos meias laterais Jacek Krzynówek e Marek Koźmiński.
● Na estreia, o ritmo e o entusiasmo dos asiáticos eram demais para uma Polônia pouco criativa e lenta, que dependia bastante de Emmanuel Olisadebe, atacante nigeriano naturalizado (que nem era tão bom assim…).
Nos minutos iniciais, a Polônia começou a pressionar e perdeu duas chances, com Jacek Krzynówek e Marek Koźmiński.
Aos 9 minutos foi a vez dos locais desperdiçarem sua chance, com Seol Ki-hyeon, livre, desviando um escanteio nas mãos do goleiro Jerzy Dudek.
Depois, Choi Jin-cheul travou um chute perigosíssimo de Olisadebe, evitando o gol polaco.
Aos 19 minutos, quase o primeiro gol, quando Yoo Sang-chul chutou forte, de longe, e a bola passou perto da baliza.
Aos 26 minutos, enfim a multidão explodiu em êxtase. Lee Eul-yong rola a bola para a área e o veterano Hwang Sun-hong, sem marcação, coloca no canto direito, de primeira, marcando seu 50º gol pela seleção.
Se o gol empolgou a Coreia, liquidou de vez a Polônia, que parecia sem esperanças quando o primeiro tempo chegou ao fim.
No intervalo, o técnico Jerzy Engel mexeu no time. Mas na volta, os coreanos continuaram acesos. Park Ji-sung quase marcou depois de um escanteio. A pesada defesa polonesa sofria com a correria asiática.
Aos 8 minutos do segundo tempo, Tomasz Hajto perdeu a bola. Ahn Jung-hwan passa para Yoo Sang-chul, que bate de fora da área, de novo, mas dessa vez acerta. Dudek foi na bola com a mão mole e não evitou o gol.
Em um raro ataque promissor da Polônia, o capitão Hong Myung-bo fez uma leitura de jogo perfeita e cortou um cruzamento de Krzynówek, tirando uma oportunidade clara de Marcin Żewłakow, que fechava no segundo pau.
No fim, as tentativas da Polônia de tentar anotar o tento de honra eram apenas desespero. A equipe polaca ainda precisou de uma defesa de Dudek em uma finalização de Ahn Jung-hwan para evitar o terceiro gol.
Após o tempo regulamentar, o coreano Cha Du-ri conseguiu um recorde pitoresco: tomou um cartão amarelo vinte segundos depois de entrar no gramado, por uma falta cometida.
Hwang Sun-hong comemora o primeiro gol da partida (Imagem: Dailly Mail)
● Festa coreana. Os asiáticos foram mesmo ao delírio. Mostrando um futebol ofensivo, com muita velocidade, a Coreia do Sul aproveitou as inúmeras falhas de marcação do adversário e conquistou sua primeira vitória em uma Copa do Mundo.
Na sequência, a Polônia foi goleada por Portugal por 4 a 0 e venceu os Estados Unidos por 3 a 1. Não adiantou e caiu como lanterna do grupo.
A Coreia do Sul seguiu surpreendendo. Empatou com os Estados Unidos (1 x 1) e venceu Portugal por 1 a 0, eliminando os Tugas. Mas o melhor estaria por vir. Mesmo com arbitragens polêmicas e tendenciosas, venceu a Itália na prorrogação das oitavas de final por 2 x 1 e bateu a Espanha nos pênaltis (5 x 3) após um placar sem gols. Na semifinal, mesmo fazendo um bom jogo contra a Alemanha, perdeu com um gol de Michael Ballack. Na decisão do 3º lugar, perdeu para a forte Turquia por 3 x 2. Para os sul-coreanos, foi um resultado histórico, que dificilmente será repetido nos próximos anos.
● FICHA TÉCNICA: |
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COREIA DO SUL 2 x 0 POLÔNIA |
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Data: 04/06/2002 Horário: 20h30 locais Estádio: Busan Asiad Main Stadium Público: 48.760 Cidade: Busan (Coreia do Sul) Árbitro: Óscar Ruiz (Colômbia) |
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COREIA DO SUL (3-5-2): |
POLÔNIA (4-4-2): |
1 Lee Woon-jae (G) |
1 Jerzy Dudek (G) |
4 Choi Jin-cheul |
6 Tomasz Hajto |
20 Hong Myung-bo (C) |
20 Jacek Bąk |
7 Kim Tae-young |
15 Tomasz Wałdoch (C) |
22 Song Chong-gug |
4 Michał Żewłakow |
6 Yoo Sang-chul |
21 Marek Koźmiński |
5 Kim Nam-il |
10 Radosław Kałużny |
13 Lee Eul-yong |
7 Piotr Świerczewski |
21 Park Ji-sung |
18 Jacek Krzynówek |
18 Hwang Sun-hong |
19 Maciej Żurawski |
9 Seol Ki-hyeon |
11 Emmanuel Olisadebe |
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Técnico: Guus Hiddink |
Técnico: Jerzy Engel |
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SUPLENTES: |
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12 Kim Byung-ji (G) |
12 Radosław Majdan (G) |
23 Choi Eun-sung (G) |
22 Adam Matysek (G) |
15 Lee Min-sung |
2 Tomasz Kłos |
8 Choi Tae-uk |
3 Jacek Zieliński |
10 Lee Young-pyo |
13 Arkadiusz Głowacki |
3 Choi Sung-yong |
16 Maciej Murawski |
2 Hyun Young-min |
5 Tomasz Rząsa |
17 Yoon Jong-hwan |
23 Paweł Sibik |
14 Lee Chun-soo |
17 Arkadiusz Bąk |
16 Cha Du-ri |
8 Cezary Kucharski |
11 Choi Yong-soo |
14 Marcin Żewłakow |
19 Ahn Jung-hwan |
9 Paweł Kryszałowicz |
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GOLS: |
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26′ Hwang Sun-hong (COR) |
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53′ Yoo Sang-chul (COR) |
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CARTÕES AMARELOS: |
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31′ Jacek Krzynówek (POL) |
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70′ Park Ji-sung (COR) |
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79′ Tomasz Hajto (POL) |
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84′ Piotr Świerczewski (POL) |
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90′ Cha Du-ri (COR) |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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INTERVALO Maciej Żurawski (POL) ↓ |
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Paweł Kryszałowicz (POL) ↑ |
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50′ Jacek Bąk (POL) ↓ |
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Tomasz Kłos (POL) ↑ |
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50′ Hwang Sun-hong (COR) ↓ |
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Ahn Jung-hwan (COR) ↑ |
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61′ Yoo Sang-chul (COR) ↓ |
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Lee Chun-soo (COR) ↑ |
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64′ Radosław Kałużny (POL) ↓ |
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Marcin Żewłakow (POL) ↑ |
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89′ Seol Ki-hyeon (COR) ↓ |
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Cha Du-ri (COR) ↑ |
Melhores momentos da partida:
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