Três pontos sobre…
… Atlético Mineiro, Campeão Brasileiro de 1971
(Imagem localizada no Google)
● Após alguns torneios nacionais como a Taça Brasil, a Taça de Prata e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, enfim a CBD (atual CBF) decidiu criar um Campeonato Brasileiro de verdade em 1971, pegando embalo com a conquista da Copa do Mundo do ano anterior. Surgiram então vários favoritos ao título, como o Fluminense campeão do Robertão de 1970, o Santos de Pelé, o Botafogo de Jairzinho, o São Paulo de Toninho Guerreiro e Gérson ou o Cruzeiro de Dirceu Lopes e Tostão.
Nessa época, o Clube Atlético Mineiro não aguentava mais ver o rival Cruzeiro vencer comemorar, pois era pentacampeão mineiro e tinha conquistado a Taça Brasil de 1966 goleando o poderoso Santos. Mas em 1970, o Galo do recém chegado técnico Telê Santana mostrou sua força e venceu o estadual, quebrando um jejum de seis anos sem títulos.
Já em 1971, com a mesma base campeã mineira no ano anterior, o time decepcionou com um 3º lugar no estadual. Todavia, no recém criado Brasileirão, o time foi engrenando e terminou a primeira fase em 2º lugar, com 7 vitórias, 9 empates e apenas 3 derrotas (o Grêmio foi o líder). Foram muitos empates, mas uma época em que a vitória valia dois pontos e o empate valia um, empatar era um bom negócio. Na segunda fase, os atleticanos venceram três vezes, empataram uma e perderam duas, sendo o líder de sua chave e se classificando para a fase final.
Seria um triangular de turno único, contra os fortes Botafogo e São Paulo. O Galo encarou no Mineirão o Tricolor, de Pablo Forlán, Terto e Gérson e venceu por 1 x 0, com um gol de Oldair aos 30 minutos do segundo tempo. Três dias depois, o mesmo SPFC goleou o Botafogo por 4 x 1, o que obrigou ao alvinegro carioca a vencer o mineiro por seis gols para ser campeão.
(Imagem: Super Esportes)
● A decisão era duríssima, pois jogariam no Maracanã e o craque Jairzinho estava em seu auge técnico, em uma tarde muito “endiabrada”, dando muito trabalho para a zaga adversária. O Fogão jogava melhor, mas o Galo demonstrou uma maturidade muito grande, suportando totalmente a pressão. O time seria campeão com um empate, mas aos 16 minutos do segundo tempo, o meia Humberto Ramos fez uma excelente jogada individual, passando por Mura, Carlos Roberto e Marco Aurélio, chegando dentro da área e cruzando para o centro. Coube a Dario marcar o gol do título, de cabeça, sua especialidade. O Botafogo nada mais conseguiu fazer e o Atlético controlou o resto da partida.
Foi um merecido campeão. Era a coroação definitiva do ídolo Dario, o grande Dadá Maravilha, que além de fazer o gol do título ainda foi o artilheiro do torneio com 15 gols. Foi a “gênese” do Mestre Telê Santana, que após o título desabafou: “Peguei um time talentoso, que há cinco anos não ganhava títulos e estava com o moral baixo. Fiz a equipe entrar em campo sempre confiante nos dois pontos, eu mandava o time atacar e se preocupar só em jogar futebol. Assim são maiores as chances de vencer”.
● FICHA TÉCNICA
Botafogo 0 x 1 Atlético-MG
BOTAFOGO (4-3-3)
Wendell; Mura, Djalma Dias, Queirós e Valtencir; Carlos Roberto, Marco Aurélio (Didinho) e Careca (Tuca); Zequinha, Nei Oliveira e Jairzinho. Técnico: Paraguaio.
ATLÉTICO-MG (4-3-3)
Renato; Humberto Monteiro, Grapete, Vantuir e Oldair; Vanderlei Paiva, Humberto Ramos e Lôla (Spencer); Ronaldo, Tião e Dadá Maravilha. Técnico: Telê Santana.
Data: 19/12/1971
Local: Estádio Maracanã
Público: 46.458
Árbitro: Armando Marques
Gol:
61′ Dadá Maravilha (ATL)
Além dos titulares no jogo final, compunham o elenco atleticano, dentre outros: o uruguaio Héctor Cincunegui, Spencer, Pedrinho, Guará, Beto, Salvador, Bibi, Zé Maria, Romeu, Ângelo e Normandes (que é dentista formado e mora na cidade de Uberaba).