Três pontos sobre…
… Maradona: ídolo de três clubes
Quem é o melhor jogador de futebol nascido em outubro? Muitos e muitos craques nasceram no 10º mês do ano. Só pra citar alguns: Falcão, Careca, Didi e Lev Yashin. Além dos já homenageados nessa coluna (Zlatan Ibrahimovic, Zvonimir Boban, Pelé e Garrincha). Mas no dia 30/10/1960, na cidade argentina de Lanús, na região metropolitana de Buenos Aires, nasceu Diego Armando Maradona. Provavelmente o melhor jogador de todos os tempos (Pelé é “hors-concours“).
(Imagem: Pinterest)
● Conta a lenda que com apenas um aninho de idade, Maradona já chutava sua primeira bola. Aos nove anos iniciou nas divisões de base do Argentinos Junior, na geração conhecida como “Los Cebollitas”. Aos 10, apareceu nos jornais pela primeira vez: “um menino com porte e classe de craque”, dizia a manchete do diário “Clarín”. Sua estreia na primeira divisão foi em 20/10/1976, aos 15 anos, em uma derrota do Argentinos Juniors para o Talleres por 1 a 0. Sua primeira jogada foi uma “caneta” contra um adversário. Segundo Diego, “nesse dia, toquei o céu com as mãos”. Em 1978 foi o maior goleador do campeonato argentino. No ano seguinte, foi artilheiro dos campeonatos nacional e metropolitano, além de ter sido eleito o melhor jogador sul-americano. Em 1980 voltou a ser artilheiro dos dois campeonatos e novamente melhor da América do Sul, além de levar o Argentino Juniors ao vice-campeonato nacional (melhor resultado do clube na história até 1984).
Se transferiu para o clube de coração em 1981, o Boca Juniors, realizando um sonho. Seu contrato tinha uma cláusula que proibia que jogasse contra o Argentinos Juniors. Logo no primeiro ano, o Boca Juniors quebrou um tabu de cinco anos sem títulos, vencendo o metropolitano. Sua primeira passagem pelo Boca foi rápida e intensa, com muitos gols no Superclássico contra o River Plate.
● Em 04/09/1982, estreou no Barcelona, em uma derrota por 2 a 1 para o Valencia. O Barça estava num longo jejum na liga, pois após o título em 1960, venceu apenas em 1974. Diego não conseguiu quebrar esse tabu. No total, jogou 58 vezes pelo Barça e marcou 38 gols, conquistando a Copa do Rei, a Copa da Liga e a Supercopa da Espanha em 1983. Foi nesse tempo, na cidade catalã, que ele começou a usar drogas. Na final da Copa do Rei de 1984, protagonizou uma batalha campal com Miguel Ángel Sola, do Athletic Bilbao e foi suspenso por três meses na Liga Espanhola, o que provocou sua transferência para o Napoli, que era uma equipe tradicional, mas pequena, com apenas dois títulos da Copa da Itália.
Conseguiu um verdadeiro milagre ao conquistar o título da Série A da temporada 1986/87. O bi escapou na temporada seguinte, mas Diego foi artilheiro com 15 gols (seu parceiro Careca marcou 13). Maradona conseguiu dar ao Napoli também o inédito título da Copa da UEFA de 1989/89, na final contra o Stuttgart. Na temporada seguinte, conquista o segundo título italiano do clube. Em março de 1991 foi suspenso do futebol por 15 meses devido ao resultado positivo de seu exame antidoping, escancarando o vício nas drogas. Posteriormente, o então presidente do clube, Corrado Ferlaino, admitiu que por diversas vezes que Diego era sorteado para o antidoping, o exame era burlado com a urina de jogadores “limpos”.
● Após uma batalha judicial contra o clube, se transferiu para o Sevilla. Após desentender com o técnico Carlos Billardo, abandona o clube e volta para atuar no seu país natal, no Newell’s Old Boys, mas diversas lesões o atrapalham a ter uma sequência se jogos. Cada vez mais fora de forma e afundado nas drogas, em fevereiro de 1994 atira com uma espingarda de ar comprimido em jornalistas que fazem plantão na porta de sua casa. Incrivelmente, apareceu em excelente forma física na Copa de 1994, mas de novo antidoping deu positivo, dessa vez na segunda partida da Copa, contra a Nigéria. Novamente foi punido por 15 meses pela FIFA. Sem poder jogar, se tornou técnico do inexpressivo Textil Mandiyú, mas durou apenas poucas semanas, 12 jogos e apenas uma vitória. Assume como treinador do Racing, mas sai em março de 1995, com 11 partidas e 2 vitórias. Com o fim de sua punição, voltou ao seu amado Boca Juniors e descoloriu uma faixa dourada do lado superior direito de seu cabelo, simbolizando a faixa dourada do uniforme xeneize. O clube também contrata seu amigo Claudio Caniggia. O Boca estava em novo jejum desde 1992 e continuou. Memorável foi apenas uma goleada por 4 a 1 contra o River Plate, em que após o terceiro gol de Caniggia, ele e Maradona se beijam na boca na comemoração. Em 25/10/1997 joga sua última partida, um Superclássico e anuncia sua aposentadoria, após rumores de novo antidoping positivo.