… Mané Garrincha: frases, citações, música e poesias

Três pontos sobre…
… Mané Garrincha: frases, citações, música e poesias


(Imagem: Botafogo)

Frases de Garrincha

“Tá legal, seu Feola… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos”
— após o técnico brasileiro na Copa de 1958, Vicente Feola, fazer a preleção detalhada de como seria cada lance da partida contra a URSS

“Mas por que todo mundo está chorando? Não ganhamos o jogo?”
— após a final da Copa de 1958

“Campeonatinho mixuruca. Não tem nem segundo turno!”
— novamente após a final da Copa de 1958

“Você viu, Didi? O São Cristóvão está de uniforme novo!”
— antes das quartas de final da Copa de 1962, reparando no uniforme da Inglaterra

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“É muito bom jogar por ali. A gente recebe um monte de bola.”
— após o mesmo jogo contra a Inglaterra, em que descobriu como é bom jogar no meio de campo

“Viu? Não é só você que sabe chutar assim.”
— brincou com Didi após marcar o terceiro gol contra a Inglaterra no mesmo jogo

“A bola veio para a esquerda e eu não chuto bem de esquerda, mas não dava pra trocar de pé. Então chutei de esquerda fazendo de conta que era de direita.”
— explicando como foi o gol contra o Chile, na semifinal da Copa de 1962

“O goleiro deles não queria abrir as pernas. Fiquei esperando.”
— falou depois de um gol em que ficou ameaçando chutar e não chutava

“O único crioulo neste país que levou vantagem com a Lei Áurea foi Pelé. Os outros continuam na mesma.”
— vendo a forma como todos sempre bajulavam Pelé, inclusive os racistas

“Fui como Cristo, na vida particular e também no futebol. Já sei que, quando os dirigentes tentam passar os jogadores para trás, eles chiam e dizem: ‘vocês pensam que eu sou um Garrincha?’ É isso aí, gente boa, virei um símbolo do que não se deve ser na vida.”
— concluindo de forma correta sobre si mesmo

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Frases sobre Garrincha

“Garrincha era um jogador incrível, um dos melhores que já existiu. Ele podia fazer coisas com a bola que nenhum outro jogador conseguiu.”
— Pelé

“Ele tinha um espírito infantil. Garrincha foi a resposta de futebol para Charlie Chaplin.”
— Djalma Santos, também bicampeão mundial em 1958 e 1962

“Ele me deu um baile. Pedi que o contratassem e o pusessem entre os titulares. Eu não queria enfrentá-lo de novo.”
— Nilton Santos, companheiro de Garrincha no Botafogo e na Seleção

“É um primitivo, um matuto, meio índio, meio selvagem, criado num submundo de miséria e ignorância, um lugar atrasado onde nem o trem parava”.
— João Saldanha, técnico do Botafogo em 1957

“Para Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio.”
— Armando Nogueira, jornalista e botafoguense

“Driblar e driblar com tanta graça e neutralidade – eis um mistério de Garrincha que só Deus pode explicar.”
— Armando Nogueira

“Eu digo: não há no Brasil, não há no mundo ninguém tão terno, ninguém tão passarinho como o Mané.”
— Nelson Rodrigues, dramaturgo e jornalista

“Um Garrincha transcende todos os padrões de julgamento. Estou certo de que o próprio Juízo Final há de sentir-se incompetente para opinar sobre o nosso Mané.”
— Nelson Rodrigues

“Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.”
— Carlos Drummond de Andrade, poeta

“Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho.”
— Carlos Drummond de Andrade

“Não há comparações possíveis. Pelé fazia coisas que um ser humano faz. Garrincha certamente veio de outro planeta… Jamais houve e certamente jamais haverá um outro Garrincha”
— Gabriel Hanot, jornalista francês e idealizador da Liga dos Campeões da Europa

“Manuel Francisco dos Santos. Ou simplesmente Mané Garrincha. Um diabólico e inesquecível gênio. Um inocente passarinho.”
— José Roberto Malia, jornalista

“Pelé e Maradona foram geniais, Puskas e Cruyff sensacionais, mas o maior de todos foi o ‘homem das pernas tortas’ – Garrincha. Nunca vi ninguém fazer com uma bola o que ele fazia”
— Alfredo Di Stéfano, numa reportagem, questionado quem seria melhor entre Pelé, Maradona, Puskas, Cruyff ou ele mesmo

“Vicente da seleção portuguesa, Trapattoni, da italiana, Delacha da esquadra argentina, foram capazes de marcar Pelé. Nunca vi nenhum jogador capaz de marcar Garrincha”
— Nestor Rossi, meia argentino da década de 1960

“Gol, gol, gol… Garrincha, Garrincha, Garrincha… O Anjo das Pernas Tortas!!!” Guardo no fundo do meu coração um beijo querido que recebi da querida Elza Soares com sabor de Mané!!!”
— Paulo Soares, locutor

“Eu fazia o lançamento e tinha vontade de rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão. Em fila, disciplinadamente.”
— Didi, sobre Garrincha na Copa de 1958

“Garrincha era mais perigoso do que Pelé. Para mim, ele era um fenômeno, capaz de pura magia. Era difícil saber qual o caminho ele estava indo, por causa de suas pernas e porque ele era bom com os dois pés, tanto driblando para dentro ou para fora.”
— Mel Hopkins, zagueiro do País de Gales, que enfrentou Garrincha em 1958

“Eles começaram marcando no mano a mano. Tsarev contra Garrincha. De repente, passaram a amontoar vários outros naquele lado esquerdo do campo. Era hilariante o desmanche que Mané fazia por ali.”
— Nílton Santos, sobre Garrincha na partida contra a URSS, pela Copa de 1958

“Garrincha é um verdadeiro assombro. Não pode ser produto de nenhuma escola de futebol. É um jogador como jamais vi igual.”
— Gavril Katchalin, técnico da URSS na Copa de 1958

“O Garrincha foi driblando um, driblando outro e consta inclusive que, na sua penetração fantástica, driblou até as barbas de Rasputin.”
— Nelson Rodrigues, sobre o jogo Brasil 2 x 0 URSS, em 1958

“Estávamos em pânico pensando no que Garrincha poderia fazer. Não existia marcador no mundo capaz de neutralizá-lo.”
— Nils Liedholm, meia da Suécia na Copa de 1958

“Em cinqüenta anos de futebol jamais apareceu um jogador como Garrincha.”
— Jornal inglês Daily Mirror

“Se ele é considerado meio burro, não posso fazer a menor idéia do que, para os brasileiros, é ser inteligente.”
— disse um cronista esportivo de Londres

“Garrincha foi a maior figura do jogo, a maior figura da Copa do Mundo e, vamos admitir a verdade última e exasperada: a maior figura do futebol brasileiro desde Pedro Álvares Cabral.”
— Nelson Rodrigues, depois da semifinal Brasil 4 x 2 Chile, da Copa de 1958

“De que planeta veio Garrincha?”
— Jornal El Mercurio, do Chile, na Copa de 1962


(Imagem localizada no Google)

Poesias e música

— O anjo das pernas tortas
(Vinícius de Moraes)
Rio de Janeiro, 1962

A Flávio Porto

“A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.

Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés – um pé-de-vento!

Num só transporte a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.

Garrincha, o anjo, escuta e atende: – Goooool!
É pura imagem: um G que chuta um o
Dentro da meta, um 1. É pura dança!”

 

— Poema para Garrincha
(Affonso Romano de Sant’Anna)

“Ave! Garrincha

Ave humana
lépida
discreta
pés de brisa
corpo dúbio
finta certa.

Garrincha é como a aragem
Garrincha é como o vento
Garrincha é como a brisa

Que ora avança
na cancha
com graça
e elegância
e rebate
o arremesso
e remata
no peito
e rechaça
a ameaça
da caça
que o caça
e enfim a embaraça
no drible-trapaça
que a prostra no chão
pés de brisa
corpo dúbio finta certa.

Garrincha é a ave
certa de seu voo
Garrincha é a seta
certa de seu alvo
Garrincha é o homem
certo de sua meta.

Tendo as pernas curvas
e uma candura esquiva
no teu silêncio puro
a tua alma asinha
sabe sofrer na neve
o frio da andorinha

Garrincha
ave incontida
e mal retida
nas gaiolas
do gramado.

Com endiabrados
dribles e disparos
com diabices raras
sobre a cancha

Avança
a dança
e pula
e aduba
e açula

a alma do infeliz
que o perseguiu:

parou
pisou
passou
voltou
driblou
chutou

– GOL DO BRASIL

pés de brisa
corpo dúbio
finta certa
Garrincha doravante
é ave nacional.”

Balada nº 7 – Mané Garrincha
(Alberto Luiz e Moacyr Franco)

“Sua ilusão entra em campo no estádio vazio
Uma torcida de sonhos aplaude talvez
O velho atleta recorda as jogadas felizes
Mata a saudade no peito driblando a emoção

Hoje outros craques repetem as suas jogadas
Ainda na rede balança seu último gol
Mas pela vida impedido parou
E para sempre o jogo acabou
Suas pernas cansadas correram pro nada
E o time do tempo ganhou

Cadê você, cadê você, você passou
O que era doce, o que não era se acabou
Cadê você, cadê você, você passou
No vídeo tape do sonho, a história gravou

Ergue os seus braços e corre outra vez no gramado
Vai tabelando o seu sonho e lembrando o passado
No campeonato da recordação faz distintivo do seu coração
Que as jornadas da vida, são bolas de sonho
Que o craque do tempo chutou

Cadê você, cadê você, você passou
O que era doce, o que não era se acabou
Cadê você, cadê você, você passou
No vídeo tape do sonho, a história gravou”

Originalmente a música “Balada nº 7” foi composta para o craque Ipojucã, ex-meia da Portuguesa e do Vasco, mas ficou mais conhecida como se fosse para o Mané. A tal ponto, que Moacyr Franco a cantou ao vivo no estádio Serra Dourada, em Goiânia, e Garrincha e Elza Soares entravam em campo para saudarem a torcida, em uma homenagem para o Mané.

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