Três pontos sobre…
… 11/07/1998 – Croácia 2 x 1 Holanda
(Imagem: Liverpool Echo)
● Normalmente a decisão do terceiro lugar é um jogo desanimado. Em 1998, a Croácia jogou pela honra. A Holanda só estava lá para cumprir tabela.
A Holanda era a cabeça de chave no Grupo E. Na primeira fase, empatou por 0 x 0 com a vizinha Bélgica, goleou a Coreia do Sul por 5 x 0 e empatou por 2 x 0 com o bom time do México. Nas oitavas de final, venceu a Iugoslávia por 2 x 1 com um gol de Edgar Davids no apagar das luzes. Nas quartas, contou com um gol fenomenal de Dennis Bergkamp no último lance da partida para eliminar a ótima seleção argentina pelo placar de 2 x 1. Na semifinal, jogou melhor que o Brasil, saiu atrás e buscou o empate no fim da partida. Na decisão dos pênaltis, Taffarel defendeu as cobranças de Ronald de Boer e Phillip Cocu, colocando o Brasil na decisão.
Na primeira fase, Croácia venceu a Jamaica por 3 x 1 e o Japão por 1 x 0. Já classificada, perdeu para a Argentina por 1 x 0, se classificando em segundo lugar do Grupo H. Nas oitavas, eliminou a Romênia com uma vitória por 1 x 0. Nas quartas, goleou a Alemanha por 3 x 0, demonstrando seu poderio ofensivo. Na semifinal, perdeu de virada para a França por 2 x 1.
Antes da semifinal contra a França, alguns jogadores croatas foram levados pela vaidade e mexeram no cabelo. Os alas Mario Stanić e Robert Jarni descoloriram o cabelo. O capitão Zvonimir Boban desenhou o número 10 em vermelho na parte de trás do cabelo. Tudo isso ajudou a desconcentrar o time.
O técnico Miroslav Blažević, que fora gereral da reserva do Exército Croata durante a guerra separatista nos anos 1990, afastou o craque Prosinečki dos jogos contra alemães e franceses. O artilheiro Šuker e o capitão Boban entraram em conflito com o treinador – o que pode ter atrapalhado internamente o bom time axadrezado. Prosinečki voltou a ser titular contra os holandeses.
A Croácia jogou no sistema 3-6-1, povoando o meio de campo.
A Holanda atuou no 4-4-2.
● Os croatas demonstravam o mesmo empenho das semifinais e saíram na frente logo aos 13 minutos. Robert Jarni avançou da esquerda para o meio e rolou para Robert Prosinečki no lado direito da grande área. Mesmo cercado por três adversários, ele dominou, girou e bateu cruzado. A bola passou entre as pernas de Arthur Numan e entrou à direita do goleiro Edwin van der Sar.
Mesmo desinteressada, a Holanda empatou apenas oito minutos depois em uma das raras investidas ofensivas. Boudewijn Zenden avançou desde seu campo, se livrou de Jarni e, ao “estilo Arjen Robben”, entrou em diagonal da direita para o meio e disparou da meia lua. A bola pegou efeito, fez uma cruva incrível e enganou o goleiro Dražen Ladić, que chegou a tocar na bola antes dela entrar. Uma falha do veterano goleiro croata.
Mas a Croácia passou à frente aos 35′. Aljoša Asanović conduziu a bola e deixou atrás para Zvonimir Boban. Da entrada da área, o camisa 10 rolou de primeira para Davor Šuker chutar rasteiro e cruzado, no cantinho esquerdo do goleiro.
No segundo tempo, bastou que a Croácia segurasse a vantagem e comemorar a terceira colocação – uma posição melhor que a Iugoslávia, com nove Copas no currículo.
(Imagem: Michel Lipchitz / AP Photo)
● “Vocês fizeram mais pelo país do que os diplomatas.” ― Franjo Tuđman, primeiro presidente da Croácia independente e presidente do país na ocasião, disse ao receber a delegação.
Robert Prosinečki entrou para a história como o primeiro jogador a marcar gols por duas seleções diferentes. Ele havia marcado em 1990 pela Iugoslávia na vitória por 4 x 1 sobre os Emirados Árabes Unidos. Em 1998, marcou pela Croácia na vitória por 3 x 1 sobre a Jamaica e voltou a marcar na decisão do 3º lugar, na vitória diante da Holanda por 2 x 1.
Com o gol anotado nessa partida, Davor Šuker chegou a seis gols marcados no torneio e se tornou artilheiro isolado da Copa do Mundo de 1998. Mas ele foi muito mais do que isso: Šuker seria eleito o segundo melhor jogador do Mundial (atrás de Ronaldo), o segundo melhor do mundo no prêmio Bola de Ouro da revista France Football (atrás de Zinedine Zidane) e o terceiro melhor do mundo pela FIFA (atrás de Zidane e Ronaldo).
(Imagem: Alamy)
● FICHA TÉCNICA: |
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CROÁCIA 2 X 1 HOLANDA |
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Data: 11/07/1998 Horário: 21h00 locais Estádio: Parc de Princes Público: 45.500 Cidade: Paris (França) Árbitro: Epifanio González (Paraguai) |
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CROÁCIA (3-6-1): |
HOLANDA (4-4-2): |
1 Dražen Ladić (G) |
1 Edwin van der Sar (G) |
14 Zvonimir Soldo |
5 Arthur Numan |
6 Slaven Bilić |
3 Jaap Stam |
4 Igor Štimac |
4 Frank de Boer (C) |
13 Mario Stanić |
11 Phillip Cocu |
17 Robert Jarni |
6 Wim Jonk |
21 Krunoslav Jurčić |
16 Edgar Davids |
7 Aljoša Asanović |
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8 Robert Prosinečki |
12 Boudewijn Zenden |
10 Zvonimir Boban (C) |
8 Dennis Bergkamp |
9 Davor Šuker |
9 Patrick Kluivert |
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Técnico: Miroslav Blažević |
Técnico: Guus Hiddink |
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12 Marjan Mrmić (G) |
18 Ed de Goey (G) |
22 Vladimir Vasilj (G) |
22 Ruud Hesp (G) |
20 Dario Šimić |
2 Michael Reiziger |
5 Goran Jurić |
13 André Ooijer |
15 Igor Tudor |
15 Winston Bogarde |
18 Zoran Mamić |
19 Giovanni van Bronckhorst |
3 Anthony Šerić |
20 Aron Winter |
11 Silvio Marić |
7 Ronald de Boer |
2 Petar Krpan |
14 Marc Overmars |
16 Ardian Kozniku |
17 Pierre van Hooijdonk |
19 Goran Vlaović |
21 Jimmy Floyd Hasselbaink |
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GOLS: |
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14′ Robert Prosinečki |
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22′ Boudewijn Zenden |
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36′ Davor Šuker |
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CARTÕES |
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34′ Krunoslav Jurčić (CRO) |
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52′ Igor Štimac (CRO) |
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69′ Aljoša Asanović (CRO) |
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74′ Mario Stanić (CRO) |
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89′ Wim Jonk (HOL) |
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89′ Edgar Davids (HOL) |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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INTERVALO Phillip Cocu (HOL) ↓ |
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Marc Overmars (HOL) ↑ |
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58′ Dennis Bergkamp (HOL) ↓ |
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Pierre van Hooijdonk (HOL) ↑ |
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79′ Robert Prosinečki (CRO) ↓ |
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Goran Vlaović (CRO) ↑ |
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86′ Zvonimir Boban (CRO) ↓ |
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Igor Tudor (CRO) ↑ |
Gols da partida: