Três pontos sobre…
… 10/07/1982 – Polônia 3 x 2 França
(Imagem: Bob Thomas / Getty Images)
● Na estreia, a França sofreu com problemas internos (como detalhamos aqui) e perdeu para a Inglaterra por 3 x 1. Na segunda partida, goleou o Kuwait do técnico Carlos Alberto Parreira por 4 x 1 – em jogo em que um xeique do país árabe invadiu o campo e obrigou o árbitro a anular um gol legítimo dos gauleses. Na sequência, a França empatou com a Tchecoslováquia por 1 x 1 e se classificou em segundo lugar no Grupo D. A segunda fase foi mais tranquila. Venceu a Áustria por 1 x 0 e a Irlanda do Norte por 4 x 1. Nas semifinais, um duelo histórico com a Alemanha Ocidental, empate por 1 x 1 no tempo normal, 2 x 2 na prorrogação e perdeu por 5 x 4 na decisão por pênaltis – em uma partida que foi claramente prejudicada pela arbitragem que nada marcou em um lance que o goleiro Toni Schumacher deu uma voadora dentro da área no peito de Battiston, que o deixou desmaiado.
A Polônia tinha uma ótima seleção, com jogadores como os veteranos de 1974 Władysław Żmuda, Grzegorz Lato, Andrzej Szarmach e os de 1978 Janusz Kupcewicz e Zbigniew Boniek. Na primeira fase, foi líder em um grupo muito equilibrado. Empatou sem gols os dois primeiros jogos, com Itália e Camarões, e goleou o Peru por 5 x 1 na terceira partida. Na segunda fase, venceu a Bélgica por 3 x 0 e empatou com a União Soviética por 0 x 0. Na semifinal, perdeu para a Itália por 2 x 0 – dois gols de Paolo Rossi.
As duas equipes jogaram no sistema 4-3-3, com aproximação dos homens de meio.
● Depois da frustrante derrota para a Alemanha Ocidental, os franceses estavam totalmente desmotivados para a decisão do 3º lugar. Michel Platini nem foi para o jogo e suas palavras davam o tom da partida: “Não me importo de terminar em terceiro”.
O técnico Michel Hidalgo escalou apenas quatro jogadores que haviam enfrentado os alemães: Manuel Amoros, Marius Trésor, Gérard Janvion e Jean Tigana.
Mas Les Bleus queriam terminar a Copa com dignidade e abriram o placar aos 13′. Pela esquerda, Bruno Bellone passou entre Lato e Boniek e tocou no meio para Tigana, que deixou mais atrás para René Girard. Ele dominou, avançou e bateu fraco e rasteiro, mas a bola foi no cantinho direito do goleiro e tocou na trave antes de entrar.
O técnico polonês Antoni Piechniczek deu uma chance a Andrzej Szarmach, o escalando como titular contra a França depois de deixá-lo o torneio inteiro no banco de reservas. E o experiente camisa 17 retribuiu a confiança de seu treinador, empatando a partida aos 40′. Boniek avançou pelo meio e deu um passe por elevação para Szarmach nas costas de Trésor. Ele surgiu atrás da defesa e, já dentro da área, deixou a bola quicar e chutou cruzado. Ela ainda bateu na trave antes de entrar. Um golaço, desde a construção até a definição da jogada. Zbigniew Boniek fez muita falta na semifinal diante da Itália, quando cumpriu suspensão.
(Imagem: Przegląd Sportowy / DPA / PAP)
No último minuto do primeiro tempo, Kupcewicz bateu escanteio. O goleiro francês Jean Castaneda saiu muito mal e não conseguiu cortar – ele calculou mal a saída do gol. Stefan Majewski apareceu atrás dele para mandar para o gol vazio. Era o segundo gol e a virada polaca. Um presente de Castaneda.
A Polônia aproveitou a empolgação logo no início do segundo tempo e fez o terceiro gol em apenas seis minutos. Logo depois da volta do intervalo, Janvion fez falta em Boniek no lado esquerdo do ataque, próximo à área. Mesmo sem muito ângulo, Kupcewicz bateu a falta direto para o gol. O goleiro tentou adivinhar, esperando o cruzamento, mas a bola foi no cantinho direito, no pé da trave, e Castaneda não conseguiu alcançar. Duas falhas clamorosas do goleiro Jean Castaneda.
A França ainda tentou reagir e diminuiu o placar aos 27′. Christian Lopez, que havia entrado no lugar de Janvion, iniciou a jogada. Philippe Mahut encontrou o incansável Tigana na meia direita. E ele fez um lançamento perfeito, encontrando Alain Couriol dentro da área, na segunda trave. Ele só dominou e tocou por baixo do goleiro Józef Młynarczyk.
Derrotada, a França não conseguiu igualar seu melhor desempenho em Copas do Mundo até então, quando ganhou o bronze em 1958. Mesmo com a derrota, os franceses receberam o maior prêmio em dinheiro entre todas as seleções do Mundial, pago por sua federação.
Por sua vez, a Polônia repetia o brilhante 3º lugar do Mundial de 1974.
(Imagem: Pinterest)
● FICHA TÉCNICA: |
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POLÔNIA 3 x 2 FRANÇA |
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Data: 10/07/1982 Horário: 20h00 locais Estádio: José Rico Pérez Público: 28.000 Cidade: Alicante (Espanha) Árbitro: António Garrido (Portugal) |
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POLÔNIA (4-3-3): |
FRANÇA (4-3-3): |
1 Józef Młynarczyk (G) |
21 Jean Castaneda (G) |
2 Marek Dziuba |
2 Manuel Amoros |
9 Władysław Żmuda |
7 Philippe Mahut |
5 Paweł Janas |
8 Marius Trésor (C) |
10 Stefan Majewski |
5 Gérard Janvion |
13 Andrzej Buncol |
14 Jean Tigana |
8 Waldemar Matysik |
11 René Girard |
3 Janusz Kupcewicz |
13 Jean-François Larios |
16 Grzegorz Lato |
16 Alain Couriol |
20 Zbigniew Boniek |
15 Bruno Bellone |
17 Andrzej Szarmach |
20 Gérard Soler |
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Técnico: Antoni Piechniczek |
Técnico: Michel Hidalgo |
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SUPLENTES: |
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22 Piotr Mowlik (G) |
22 Jean-Luc Ettori (G) |
21 Jacek Kazimierski (G) |
1 Dominique Baratelli (G) |
4 Tadeusz Dolny |
4 Maxime Bossis |
12 Roman Wójcicki |
3 Patrick Battiston |
6 Piotr Skrobowski |
6 Christian Lopez |
7 Jan Jałocha |
9 Bernard Genghini |
14 Andrzej Pałasz |
12 Alain Giresse |
15 Włodzimierz Ciołek |
10 Michel Platini |
18 Marek Kusto |
17 Bernard Lacombe |
19 Andrzej Iwan |
18 Dominique Rocheteau |
11 Włodzimierz Smolarek |
19 Didier Six |
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GOLS: |
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13′ René Girard (FRA) |
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40′ Andrzej Szarmach (POL) |
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44′ Stefan Majewski (POL) |
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46′ Janusz Kupcewicz (POL) |
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72′ Alain Couriol (FRA) |
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CARTÕES AMARELOS: |
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62′ Andrzej Buncol (POL) |
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71′ Roman Wójcicki (POL) |
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79′ Gérard Soler (FRA) |
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SUBSTITUIÇÕES: |
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INTERVALO Waldemar Matysik (POL) ↓ |
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Roman Wójcicki (POL) ↑ |
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65′ Gérard Janvion (FRA) ↓ |
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Christian Lopez (FRA) ↑ |
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82′ Jean Tigana (FRA) ↓ |
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Didier Six (FRA) ↑ |
Gols da partida: