Três pontos sobre…
… 27/05/1934 – Suécia 3 x 2 Argentina
(Imagem: Bob Thomas / Popperfoto / Getty Images)
● Como já contamos anteriormente, após o sucesso da primeira Copa do Mundo, 32 nações se inscreveram em busca de uma das 16 vagas. Por isso, precisou-se disputar partidas qualificatórias.
A Suécia foi a vencedora do Grupo 1 das eliminatórias ao vencer a Estônia (6 x 2, em Estocolmo) e a Lituânia (2 x 0, em Kaunas).
A Argentina ficou com uma das duas vagas da América do Sul (juntamente com o Brasil), após a desistência do Chile.
Era a estreia dos suecos em Copas, enquanto a Argentina havia sido vice-campeã da primeira edição do Mundial, disputado quatro anos antes no Uruguai.
(Imagem: El Gráfico)
● A Argentina chegava bastante enfraquecida para a disputa do torneio, basicamente por dois motivos: a busca da Itália pelos oriundi mundo afora e o início do futebol profissional no país.
Liderada pelo ditador Benito Mussolini, a Itália queria mostrar a superioridade do fascismo e resolveu fortalecer sua seleção com os descendentes de italianos. O Brasil perdeu o ponta direita Filó (Anfilogino Guarisi). Mas os argentinos foram mais prejudicados, ao perderem talentos como o centromédio Luisito Monti, o atacante Attilio Demaría (ambos vice-campeões do mundo em 1930), o ponta direita Enrique Guaita e o ponta esquerda Raimundo Orsi.
Posteriormente, Guaita revelou que havia combinado com seus três companheiros no início da Copa que não entrariam em campo se tivessem de enfrentar a Argentina. Certamente enfrentariam a fúria do Duce, mas a fuga não foi necessária, graças à eliminação precoce dos portenhos.
Na época, o critério utilizado pela FIFA autorizava o jogador a representar outra seleção desde que estivesse morando em seu novo país há pelo menos três anos e não houvesse atuado pela antiga seleção nesse período. Mas Monti havia jogado pela Argentina em julho de 1931 e Guaita em 1933 – menos de três anos antes da Copa. A FIFA foi condescendente com a Itália, mas não fez o mesmo com o húngaro Iuliu Baratky, que só pôde jogar pela Romênia na Copa de 1938. Privilégios que eram conquistados graças à influência de Mussolini junto à entidade máxima do futebol.
Além desses importantes desfalques, os grandes clubes portenhos (River Plate, Boca Juniors e San Lorenzo) haviam aderido ao profissionalismo, formaram uma associação fora da tutela da FIFA e não cederam jogadores para a seleção. Com isso, nenhum atleta vice-campeão de 1930 pôde ir à Copa de 1934. Craques como Francisco Varallo, Carlos Peucelle e Manuel Ferreira não puderam exibir suas qualidades nos gramados do belpaese.
O mesmo aconteceu com o Brasil, já que a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) era uma entidade amadora e teve dificuldades de reunir uma seleção competitiva.
Nos anos 1930, todas as equipes atuavam no ofensivo sistema “clássico” ou “pirâmide”, o 2-3-5.
● Mesmo com um time formado por amadores, os hermanos exigiram bastante da Suécia, que já era adepta ao profissionalismo sem problemas e estava composta pelos seus principais jogadores.
Mas quem abriu o placar foi o zagueiro argentino Ernesto Belis, aos 16 minutos de partida.
O centroavante sueco Sven Jonasson empatou aos 33′.
No início da segunda etapa, aos 4 minutos, Alberto Galateo deu mais esperanças aos albicelestes e fez 2 a 1.
O empate veio aos 22′, quando Jonasson fez seu segundo gol.
Os argentinos chegaram a ficar na frente do placar por duas vezes, mas a Suécia teve calma e ratificou sua superioridade técnica conquistando a vitória a dez minutos do fim, com o ponteiro esquerdo Knut Kroon.
(Imagem: Pinterest)
● Os suecos seriam eliminados logo na sequência pela Alemanha, nas quartas de final.
No dia 31/05/1934, os alemães venceram por 2 x 1, com dois gols de Karl Hohmann (Dunker diminuiu para os nórdicos).
● FICHA TÉCNICA: |
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SUÉCIA 3 x 2 ARGENTINA |
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Data: 27/05/1934 Horário: 16h00 locais Estádio: Littoriale Público: 14.000 Cidade: Bologna (Itália) Árbitro: Eugen Braun (Áustria) |
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SUÉCIA (2-3-5): |
ARGENTINA (2-3-5): |
Anders Rydberg (G) |
Héctor Freschi (G) |
Nils Axelsson |
Juan Pedevilla |
Sven Andersson |
Ernesto Belis |
Rune Carlsson |
José Nehin |
Nils Rosén (C) |
Constantino Urbieta Sosa |
Ernst Andersson |
Arcadio López |
Gösta Dunker |
Francisco Rúa |
Ragnar Gustavsson |
Federico Wilde |
Sven Jonasson |
Alfredo Devincenzi (C) |
Tore Keller |
Alberto Galateo |
Knut Kroon |
Roberto Irañeta |
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Técnico: József Nagy |
Técnico: Felipe Pascucci |
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SUPLENTES: |
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Eivar Widlund (G) |
Ángel Grippa (G) |
Otto Andersson |
Ramón Astudillo |
Victor Carlund |
Enrique Chimento |
Helge Liljebjörn |
Ernesto Albarracín |
Einar Snitt |
Alfonso Lorenzo |
Harry Lundahl |
Luis Izzeta |
Carl-Erik Holmberg |
Francisco Pérez |
Gunnar Jansson |
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Georg Johansson |
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Gunnar Olsson |
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Arvid Thörn |
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GOLS: |
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4′ Ernesto Belis (ARG) |
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9′ Sven Jonasson (SUE) |
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48′ Alberto Galateo (ARG) |
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67′ Sven Jonasson (SUE) |
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79′ Knut Kroon (SUE) |
Veja alguns lances da partida:
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