Três pontos sobre…
… Atlético de Madrid 4 x 2 Real Madrid
(Imagem: Getty Images / UEFA)
● Mesmo em apenas uma partida, a Supercopa da Europa é um título continental. E foi isso que o Atlético de Madrid foi disputar. O Real não. Entrou achando que ainda era um torneio amistoso, daqueles caça-niqueis, que acontecem nos Estados Unidos durante a pré-temporada.
O Real ainda estava na cerimônia de abertura, enquanto Diego Costa abria o placar aos 49 segundos. Foi o gol mais rápido da história das finais europeias. O agora capitão Diego Godín fez um lançamento despretensioso. Diego Costa ganhou no alto de Sergio Ramos, passou fácil por Varane e, mesmo sem ângulo, encheu o pé. Keylor Navas se ajoelhou e mostrou o por quê Thibaut Courtois precisou ser contratado. A bola passou entre o goleiro costarriquenho e a trave.
Depois, o Atlético foi mais do mesmo, ao se fechar e esperar os contra-ataques que não vieram. O Real se criava pelo lado esquerdo, com Marcelo, Asensio e Isco. Até que em um lance isolado, aos 27′, Gareth Bale arrancou na ponta direita e cruzou. Karim Benzema apareceu nas costas de Savić, cabeceou bem e tirou do goleiro Oblak.
A virada merengue veio em um pênalti gratuito, aos 18′ do segundo tempo. Em uma cobrança de escanteio, Juanfran meteu a mão na bola. Sergio Ramos bateu bem e converteu a penalidade.
A vitória do Real seria questão de tempo. Mas a grande bobeada de Marcelo trouxe os colchoneros para o jogo. Aos 33′, a bola iria saindo pela lateral, mas Marcelo tentou trazê-la novamente para o jogo com um chapéu sobre Juanfran. O lateral espanhol ganhou a jogada e passou para Ángel Correa. Já dentro da área, o camisa 10 foi até a linha de fundo e tocou para trás. Navas estava (de novo) mal posicionado e Diego Costa completou para o gol. O Real perdeu ali.
Marcelo ainda teve chances de completar um belo contra-ataque no último lance do tempo regulamentar, mas passou vergonha ao errar o voleio e acertar a si próprio.
Na prorrogação, só um time jogou. O Atlético virou o jogo novamente em mais uma bobeira da defesa adversária aos 7′ do primeiro tempo complementar. Sergio Ramos, ao invés de chutar uma bola vadia para frente, tocou na fogueira para Varane dentro da área. O beque francês estava marcado e perdeu a bola para Thomas Partey, que cruzou da esquerda para Saúl encher o pé da entrada da área. Um golaço.
O Real ficou desnorteado e o Atleti matou o jogo. No último minuto antes do intervalo do tempo extra, Diego Costa roubou a bola no campo de ataque e Vitolo encontrou Correa livre, de frente para o gol. O argentino emendou bonito e fez o quarto gol.
O Real não jogou mais e o Atlético venceu o rival pela primeira vez em uma partida decisiva por torneios continentais.
(Imagem: Lukas Schulze / Getty Images / UEFA)
● Para o Real, seria um título a mais, que pouco valeria. Para o Atleti, foi uma prova de seu novo status. O time cresceu. Hoje, está mais pronto que o rival.
Contratações pontuais tornaram os colchoneros mais fortes. Thomas Lemar custou 70 milhões de euros. Rodri custou 20. Gélson Martins veio de graça. Nikola Kalinić, Santiago Arias e Adán custaram pouco nesse mercado maluco. E elevam muito o nível do elenco.
O Real Madrid, sem comando após a saída de Zidane, ainda está no início do trabalho de Julen Lopetegui (que nem deveria ter sido contratado, pois é muito ruim). O elenco é praticamente o mesmo, mas sentiu a falta de seu melhor jogador nos últimos anos. Cristiano Ronaldo nunca foi qualquer um. E fez muita falta ao Real hoje.
Raphaël Varane fez uma partida desastrosa. Casemiro e Marcelo atuaram muito abaixo do que podem. Mas faltou criação e poder de fogo. O clube precisa urgentemente de um bom volante para fazer sombra a Casemiro. E precisa de um centroavante de classe mundial. Quem? Romelu Lukaku, Harry Keane, Edinson Cavani, Robert Lewandowski, Sergio Agüero… Emergencialmente, até Falcao García e Mario Mandžukić servem.
Foi apenas a primeira partida, mas já começa preocupando seus torcedores. Para o Real, o Campeonato Espanhol será o mais difícil dos últimos tempos. Além das grandes contratações do Atlético, o Barcelona está ainda melhor com Arturo Vidal, Malcolm, Arthur e Clément Lenglet. Até o Valencia evoluiu com Michy Batshuayi e Kevin Gameiro. La Liga ainda tem os bons times de Sevilla, Real Bétis, Real Sociedad e outras eventuais surpresas.
Em nível continental, hoje o Real parece um pouco atrás de Barcelona, Juventus, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain e Manchester City. Talvez no mesmo nível de Liverpool, Tottenham, Roma e Manchester United. Mas com um centroavante “World Class”, tudo muda e passa a ter chances de conquistar a quarta Champions consecutiva.
Essa derrota “humilhante” para o rival “menor”, o Atlético, trouxe ao Real Madrid um choque de realidade. Agora não há mais Cristiano Ronaldo para tirar seus coelhos da cartola e “achar” os gols. É preciso que Florentino Pérez abra a carteira e fortaleça seu ataque. Caso contrário, seu time será coadjuvante esse ano.
Olá, obrigado pela vossa disponibilidade.
Gostei muito do seu post, vou acompanhar o seu blog/site.
Muito obrigado
Manuela Silva
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