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… “Dream Team”, a seleção americana de basquete de 1992

Três pontos sobre…
… “Dream Team“, a seleção americana de basquete de 1992


(Imagem localizada no Google)

● Talvez tenha sido a única vez na história da humanidade em que tenham se juntado os melhores de qualquer coisa. Nunca se viu e nunca ninguém virá algo parecido, nem em esporte, música, empresa e nenhum lugar. Só as grandes estrelas, os melhores dentre os melhores. Mas era mesmo necessário? Prefiro enxergar não como uma “covardia” com os adversários, mas uma mostra única do potencial máximo de gênios máximos e consagrados. Tudo isso só aconteceu devido à controversa (e roubada) derrota dos americanos para os soviéticos na final dos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique. Até então, os EUA haviam vencido todas as partidas que disputaram em Olimpíadas. Eles queriam vingança, mas em 1976 os iugoslavos venceram os soviéticos nas semifinais. Em 1980 houve o boicote americano à Moscou. Em 1984 houve o boicote soviético à Los Angeles. Em 1988 os EUA perderam para a URSS na semifinal. Sem contar o vexame na final do Pan-Americano de Indianápolis, em que o Brasil reverteu uma grande vantagem americana, com Oscar e Guerrinha jogando ao máximo, e impuseram a primeira derrota americana em casa e a primeira vez na história em que sofreram mais de 100 pontos.

● A supremacia americana estava comprometida e algo precisava ser feito. E em 17/04/1989 a FIBA (Federação Internacional de Basquetebol) permitiu a entrada de jogadores profissionais em Jogos Olímpicos. Ou seja, estava liberada a convocação dos astros da NBA. Segundo o jornal O Globo, “o jornalista Jack McCallum, que cobria o dia a dia da NBA no começo da década de 1990, revela que em fevereiro de 1991, quando trabalhava para a revista ‘Sports Illustrated’, teve a ideia de montar o que seria o provável time dos EUA para Barcelona em uma matéria de capa. Depois de conseguir juntar Jordan, Magic, Barkley, Ewing e Malone — o quinteto que ele imaginava titular — para uma foto, durante o fim de semana do ‘All Star Game’ em Charlotte, McCallum abriu a reportagem fazendo referência ao ‘sonho’ de ver aquele time junto um ano depois. A repetição da palavra duas vezes foi o chamariz para que os editores da revista estampassem na capa a expressão ‘Dream Team’, ao lado do logo da ‘SI’. A expressão acabou se tornando a identidade do time.”

● E assim foi feito. Nos Pré-Olímpico foi um passeio, chegando a vencer Cuba por 136 x 57. A menor diferença de pontos foi 38 na vitória contra Porto Rico. Nos Jogos Olímpicos, continuou o massacre. Foram derrotados na primeira fase: Angola (116 x 48), Croácia, do craque Dražen Petrović (103 x 70), Alemanha (111 x 68), Brasil, do “Mão Santa” Oscar (127 x 83) e a Espanha (122 x 81). Venceram Porto Rico nas quartas de final (115 x 77), a Lituânia na semifinal (127 x 76) e voltaram a ganhar da Croácia na final, por 117 a 85.

Assim foi feita a montagem do “Dream Team”:

Um universitário teria vaga no “Dream Team“, mas a dúvida era entre Christian Laettner e o superpivô Shaquille O’Neal. A fama de decisivo de Laettner acabou o colocando na equipe (mas o futuro diria que “Shaq” é craque). A última vaga a ser preenchida foi de Drexler, pois havia dúvidas entre ele e o genial Isiah Thomas. Há rumores Thomas não foi convocado para o “Drem Team” por influência de Michael Jordan, mas a verdade é que, apesar do talento incontestável, Thomas e os “Bad Boys” do Detroit Pistons eram odiados pelo mundo todo pelo seu jogo sujo, que os levaram ao bicampeonato de 1989/90. Isiah Thomas faz parte do Hall da Fama desde 2000 e Shaquille O’Neal desde 2016.

“Eu desprezava a maneira como Isiah jogava. Eu não queria que ele fizesse parte do time e creio que Michael também não.” — Scottie Pippen, em documentário da NBA TV


Christian Laettner (Imagem: dukebasketballreport.com)

― 4. Christian Laettner (Duke University) – Ala-pivô era o único universitário na equipe. É considerado o melhor jogador da história dos torneios universitários (NCAA), atuando por quatro anos pela Duke University, onde era treinado por Mike Krzyzewski, então auxiliar técnico da seleção americana (e atual técnico desde 2006). Foi campeão da NCAA em 1991 e 1992. Desde sua saída, os “Duke Blue Devils” aposentaram a camisa nº 32. Ainda é detentor de alguns recordes da NCAA: maior número de pontos marcados (407), maior número de lances livres convertidos (142), maior número de lances livres tentados (167), maior número de jogos ganhos (21) e maior número de jogos disputados (23). O seu arremesso final que deu a vitória de Duke contra Kentucky em 1992 foi eleito em 2006 como o quinto momento mais memorável da história do esporte. Era craque no jogo de costas para a cesta, mas infelizmente suas atuações como profissional nunca atingiram o nível de quando era universitário. Não teve sucesso em sua carreira na NBA, mas jogou por 13 temporadas, sendo um verdadeiro “nômade” (no máximo três anos em uma equipe), passando por Minnesota Timberwolves, Atlanta Hawks, Detroit Pistons, Dallas Mavericks, Washington Wizards e Miami Heat, onde parou em 2005. Ainda jogou a temporada 2011/12 da ABA (American Basketball Association, uma liga secundária) pelo Jacksonville Giants, onde foi campeão. Está imortalizado no Hall da Fama do basquete universitário desde 2010.


David Robinson (Imagem: Martha Jane Stanton / NBAE / Getty Images)

― 5. David Robinson (San Antonio Spurs) – Pivô que jogou toda a carreira nos Spurs, campeão da NBA em 1998/99 e 2002/03, ingressando no Hall da Fama em 2009. Junto com Carmelo Anthony e LeBron James são os únicos a terem três medalhas olímpicas no basquete (ouro em 1992 e 1996 e prata em 1988). É o único jogador que já liderou a liga em pontos, rebotes e tocos e que ganhou o título de melhor calouro, melhor jogador e melhor jogador de defesa na NBA. É um dos quatro jogadores que conseguiu um quadruplo-duplo (dois dígitos em quatro estatísticas). Teve sua camisa nº 50 aposentada pelos Spurs.


Patrick Ewing (Imagem: blackpast.org)

– 6. Patrick Ewing (New York Knicks) – Pivô com muita força física, jogou 15 dos 17 anos como profissional nos Knicks, com 11 aparições no All Star Game. Eleito um dos 50 maiores jogadores da NBA em 1999. Ganhou ouro olímpico em 1984 e 1992. Entrou no Hall da Fama em 2008. O número 33 foi aposentado pelos Knicks em sua homenagem.


Larry Bird (Imagem: nba.com)

– 7. Larry Bird (Boston Celtics) – Ala genial, jogou toda a carreira nos Celtics (1979-1992), encerrando a carreira no mesmo ano de 1992. É certamente um dos cinco melhores da história do basquete. Venceu a NBA três vezes, em 1980/81, 1983/84 e 1985/86. Por terem seu auge na mesma época, tinha uma rivalidade muito grande com Magic Johnson, mas isso não atrapalhou o Dream Team. Aposentado, foi um técnico de relativo sucesso no Indiana Pacers e posteriormente se tornou dirigente do time. Sua camisa 33 não é mais usada pelos Celtics.


Scottie Pippen (Imagem: foxnews.com)

– 8. Scottie Pippen (Chicago Bulls) – Ala, é o maior jogador da história dos Bulls (Jordan não conta). Entre 1991 e 1998, só não foi campeão da NBA em 1994 e 1995. Se tornou o líder da equipe de Chicago na ausência de Jordan (1993-1995). Teve a camisa nº 33 aposentada pelo time e entrou para o Hall da Fama em 2010. Jogou uma temporada pelo Houston Rockets e cinco pelo Portland Trail Blazers, encerrando a carreira em 2004. Ganhou medalha de ouro olímpico em 1996, além de 1992.


Michael Jordan (Imagem: Nathaniel S. Butler / Getty Images / Globo Esporte)

– 9. Michael Jordan (Chicago Bulls) – Ala-armador é simplesmente o melhor jogador da história do basquete e um dos maiores ícones dos esportes. Suas enterradas pulando da linha do lance-livre sempre causou arrepios nos adversários. Não bastasse suas aulas de ataque, é o melhor jogador de defesa que o mundo já viu. Quase sempre saía vencedor nas jogadas de “um contra um”, independente se com ou sem a bola. Foi tricampeão da NBA (1991-1993). Cansado de ser celebridade, se aposentou em outubro de 1993. Ele deixou o mundo mais perplexo ainda quando assinou com o time de beisebol Chicago White Sox. Porém, foi só um sonho realizado. Retornou aos Bulls em 19/03/1995, vestindo a camisa 45, pois a 23 já tinha sido aposentada em sua homenagem. Quando entrou em plena forma, voltou a liderar sua equipe para um novo tricampeonato (1996-1998). Alegando novamente cansaço físico e mental, Jordan anunciou novamente a aposentadoria em 13/01/1999. Em 2001 se tornou coproprietário do Washington Wizards e ensaiou sua volta, que ocorreu em 25/09/2001. Jogou mais duas temporadas pela equipe, mas não conseguiu levá-la para os playoffs. Encerrou sua história na NBA definitivamente e sem volta em 16/04/2003. Mesmo sem ter jogado pela equipe, o Miami Heat também aposentou a camisa 23 em homenagem ao maior da história. Conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas em 1984 (como universitário) e 1992 (como profissional). Entrou no Hall da Fama em 2009. Atualmente é proprietário da equipe de NBA Charlotte Hornets.


Clyde Drexler (Imagem: nba.com)

– 10. Clyde Drexler (Portland Trail Blazers) – Ala-armador que jogou quase toda a carreira pelo Portland Trail Blazers (onde ainda é o maior cestinha da história da franquia) e encerrou com três anos no Houston Rockets, onde foi campeão da NBA em 1995. Era um monstro nas enterradas e praticamente parava no ar. Entrou para o Hall da Fama em 2004.


Karl Malone (Imagem: John G. Mabanglovcg / AFP Photo / news.cgtn.com)

– 11. Karl Malone (Utah Jazz) – Ala-pivô é o segundo maior pontuador da história da NBA, com 36.928 pontos (média de 25 por jogo), atrás apenas de Kareem Abdul-Jabbar. Jogou por 18 anos no Utah Jazz e encerrou a carreira com um ano nos Los Angeles Lakers (2003/04). É considerado o maior jogador a nunca ter ganhado um título na NBA (foi vice três vezes). Além do título olímpico de 1992, também estava em 1996. Faz parte do Hall da Fama desde 2010.


John Stockton (Imagem: Matthew Stockman / Getty Images)

– 12. John Stockton (Utah Jazz) – Armador era o mais baixo da equipe (1,85 m) e o fiel escudeiro de Karl Malone no Utah Jazz, onde jogou toda sua carreira, de 1984 a 2003. Liderou a NBA em assistências por nove temporadas consecutivas e até hoje é o jogador que mais distribuiu assistências na história da liga, com 15.806. Também esteve no time campeão das Olimpíadas de 1996, além do Dream Team de 1992. Foi eternizado no Hall da Fama em 2009.


Chris Mullin (Imagem: nba.com)

– 13. Chris Mullin (Golden State Warriors) – Ala, jogou 16 anos pelo Golden State Warriors, mais três pelo Indiana Pacers e voltou para uma última temporada nos Warriors, encerrando a carreira em 2001. Também nunca venceu a NBA. Esteve nas respectivas equipes que conquistaram as medalhas de ouro olímpicas de 1984 e 1992. Faz parte do Hall da Fama desde 2011. A camisa nº 17 dos Warriors não é mais usada, em homenagem a ele.


Charles Barkley (Imagem: theathletic.co.uk)

– 14. Charles Barkley (Phoenix Suns) – Ala-pivô nunca ganhou um anel de campeão da NBA. Era notável a garra que tinha dentro de quadra, chegando até a ser violento e indisciplinado, pois queria vencer a qualquer custo. Foi ouro em Barcelona 1992 e Atlanta 1996. Entrou no Hall da Fama em 2006. Atuou no Philadelphia 76ers, Phoenix Suns e Houston Rockets.

Magic Johnson (Imagem: nba.com)

– 15. Magic Johnson (Los Angeles Lakers) – Armador, Earvin Johnson Jr. ganhou o apelido “Magic” (que o acompanha a vida toda) aos 15 anos, em seu segundo ano na Everett High School. Se tornou o terceiro atleta a ser campeão consecutivo da NCAA e da NBA. Atuou apenas pelos Los Angeles Lakers entre 1979 e 1991 e voltou em 1996 para encerrar a carreira, já como portador do vírus HIV e com 5 títulos da NBA. A camisa nº 32 foi aposentada pelos Lakers em sua homenagem. Sempre travava batalhas históricas com Larry Bird desde a época da NCAA, mas fora das quadras eram grandes amigos. Eles se espelhavam; o sucesso de um elevava o nível do outro, e vice-versa. É considerado o melhor armador da história da NBA. Conquistou o primeiro título na NBA logo em seu primeiro ano. Ainda é o jogador com a maior média de assistências por jogo da história da NBA, com 11,2. Era muito alto para a posição (2,06 m), possibilitando ser improvisado em qualquer posição, mas era armador devido sua grande habilidade na condução da bola. Entrou para o Hall da Fama em 2002.


Magic Johnson em ação (Imagem: nba.com)

“Eu praticava todos os dias. Eu ia até a loja driblando com a minha mão direita e voltava driblando com a minha mão esquerda. Aí, eu dormia com a bola.” — Johnson, sobre sua habilidade de condução.

“O quão grande Johnson foi enquanto jogador de basquete? Tão grande, talvez, que gerações futuras de fãs do esporte desejassem ter vindo ao mundo anos antes, apenas para que pudessem ver Magic jogar pessoalmente, ao invés de o assistirem somente através de vídeos de melhores momentos.” — Enciclopédia online da NBA.