… Liverpool 5 x 2 Roma

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… Liverpool 5 x 2 Roma


(Imagem: Reuters)

Mohamed Salah está brilhando. Na primeira partida das semifinais da UEFA Champions League, fez dois gols e deu duas assistências para a vitória do Liverpool sobre a Roma por 5 x 2.

Aliás, esse placar ficou barato para os romanos, salvos de um massacre maior por seu goleiro galã e pela má pontaria de Sadio Mané.

Roberto Firmino está jogando mais que o “menino” Jesus. Talvez mereça ser titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.

Salah, Mané e Roberto Firmino atualmente formam um trio tão letal quando os aclamados MSN e BBC em seu auge. Não me refiro à qualidade, mas sim à quantidade de gols.

No fim, a Roma ainda diminuiu o marcador, deixando um placar “acessível” para ser feito no jogo de volta. Um 3 a 0, como foi contra o Barcelona, classifica os italianos.

O difícil é o trio SMF não marcar gols…

… Arsenal sem Arsène

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… Arsenal sem Arsène


(Imagem: UOL)

E depois de quase 22 anos, Arsène Wenger deixará de ser técnico do Arsenal.

Wenger não é qualquer um:

● É o primeiro técnico estrangeiro a ser campeão inglês, na temporada 1997/98;

● Conquistou o campeonato 2003/04 invicto (segundo time a ser campeão inglês invicto e o primeiro desde 1888/89);

● Ficou a um “Beletti” de conquistar a UEFA Champions League 2005/06.

Mesmo ainda em atividade e sem títulos relevantes há mais de uma década, ele já possui seu lugar na história.

… Real Madrid 1 x 3 Juventus

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… Real Madrid 1 x 3 Juventus


(Imagem: Pierre-Philippe Marcou/AFP)

Faltavam 10 segundos para o fim da partida e a Juventus conseguia um resultado épico, que levaria o jogo para uma inesperada prorrogação. Eis que um erro de posicionamento e um lance estabanado do zagueiro Benatia colocou tudo a perder.

Eu entendo o desespero de Buffon. Provavelmente eu mesmo faria pior na situação. Mas não vi motivo para ele ser expulso naquele momento. Não houve agressão física ao árbitro. Nada do que ele tenha dito seria suficiente para uma expulsão. A Juventus já tinha sido punida demais com o pênalti.

E se o árbitro errou na expulsão, acertou no pênalti. Benatia atropelou Lucas Vásquez dentro da área. Ele estava em situação difícil para dominar e/ou concluir a gol, mas o zagueiro marroquino resolveu seu problema com o atropelamento.

Real Madrid sobrou na partida anterior. A Juventus mais que sobrou nessa partida. Seria clubismo eu afirmar que um time mereceria mais do que o outro.

Fica a história: o primeiro gol Mandžukić, com menos de dois minutos de bola rolando, é o gol mais rápido que já sofreu o Real Madrid em casa pela Champions. Se não houvesse o pênalti, seria a primeira vez que o Real perderia em casa por três gols de diferença pela competição.

E Cristiano Ronaldo chega a 15 gols marcados em 10 jogos, estando a dois do recorde em uma só temporada (que já é dele). Além disso, completa 11 partidas seguidas anotando gols pelo torneio. Outro recorde para um quebrador de recordes.

… Roma 3 x 0 Barcelona

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… Roma 3 x 0 Barcelona


(Imagem: Paolo Bruno / Getty Images)

Segundo Bruno Plapler, torcedor representante do Barcelona no ESPN FC, foi um “vexame histórico: melhor cair diante da Roma do que ser humilhado pelo Real Madrid”.

Como discordar?

O time possui a mesma base de anos anteriores, continua jogando um futebol na base do toque de bola, mas não é mais a mesma coisa.

Será apenas a mudança de técnico e de filosofia de jogo?

Provavelmente esse Barça superará a maior invencibilidade da história do Campeonato Espanhol e tem grandes chances de ser campeão invicto.

Mas, ainda assim o jogo não encanta e depende muito da genialidade de Messi pra resolver.

Pode ficar na história pelos números. Mas é um futebol medíocre perto do que esse grande time mostrou nos últimos dez anos.

Talvez tenhamos ficado mal acostumados…

… Campeões Estaduais 2018

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… Campeões Estaduais 2018

Do Paulistão ao Acriano, veja a lista completa de todos os campeões estaduais de 2018.


SP – Campeonato Paulista
Campeão: Corinthians (29º título)
Vice: Palmeiras (26º vice)
Final 1º Jogo: Corinthians 0 x 1 Palmeiras
Final 2º Jogo: Palmeiras 0 x 1 Corinthians (Nos pênaltis, vitória do Corinthians por 4 a 3)


SP – Campeonato Paulista Série A2
Campeão: Guarani (2º título)
Vice: Oeste (2º vice)
Final: Guarani 4 x 0 Oeste (Os dois clubes disputarão a Série A1 em 2019)


RJ – Campeonato Carioca
Campeão: Botafogo (21º título)
Vice: Vasco (25º vice)
Final 1º Jogo: Botafogo 2 x 3 Vasco
Final 2º Jogo: Vasco 0 x 1 Botafogo (Nos pênaltis, vitória do Botafogo por 4 a 3)


MG – Campeonato Mineiro
Campeão: Cruzeiro (37º título)
Vice: Atlético (38º vice)
Final 1º Jogo: Atlético 3 x 1 Cruzeiro
Final 2º Jogo: Cruzeiro 2 x 0 Atlético (Cruzeiro foi campeão por ter melhor campanha na primeira fase)


RS – Campeonato Gaúcho
Campeão: Grêmio (37º título)
Vice: Brasil de Pelotas (5º vice)
Final 1º Jogo: Grêmio 4 x 0 Brasil de Pelotas
Final 2º Jogo: Brasil de Pelotas 0 x 3 Grêmio


PR – Campeonato Paranaense
Campeão: Atlético (24º título)
Vice: Coritiba (22º vice)
Final 1º Jogo: Coritiba 1 x 0 Atlético
Final 2º Jogo: Atlético 2 x 0 Coritiba


BA – Campeonato Baiano
Campeão: Bahia (47º título)
Vice: Vitória (25º vice)
Final 1º Jogo: Bahia 2 x 1 Vitória
Final 2º Jogo: Vitória 0 x 1 Bahia


PE – Campeonato Perbambucano
Campeão: Náutico (22º título)
Vice: Central (2º vice)
Final 1º Jogo: Central 0 x 0 Náutico
Final 2º Jogo: Náutico 2 x 1 Central


GO – Campeonato Goiano
Campeão: Goiás (28º título)
Vice: Aparecidense (2º vice)
Final 1º Jogo: Aparecidense 0 x 0 Goiás
Final 2º Jogo: Goiás 3 x 1 Aparecidense


SC – Campeonato Catarinense
Campeão: Figueirense (18º título)
Vice: Chapecoense (6º vice)
Final: Chapecoense 0 x 2 Figueirense


CE – Campeonato Cearense
Campeão: Ceará (45º título)
Vice: Fortaleza (26º vice)
Final 1º Jogo: Ceará 2 x 1 Fortaleza
Final 2º Jogo: Fortaleza 1 x 2 Ceará


PA – Campeonato Paraense
Campeão: Remo (45º título)
Vice: Paysandu (39º vice)
Final 1º Jogo: Paysandu 1 x 2 Remo
Final 2º Jogo: Remo 1 x 0 Paysandu


RN – Campeonato Potiguar
Campeão: ABC (55º título)
Vice: América (41º vice)
O ABC venceu os dois turnos e se sagrou campeão sem a necessidade de uma final.


AL – Campeonato Alagoano
Campeão: CSA (38º título)
Vice: CRB (27º vice)
Final 1º Jogo: CSA 0 x 1 CRB
Final 2º Jogo: CRB 0 x 2 CSA


PB – Campeonato Paraibano
Campeão: Botafogo (29º título)
Vice: Campinense (9º vice)
Final 1º Jogo: Campinense 1 x 0 Botafogo
Final 2º Jogo: Botafogo 2 x 0 Campinense


MA – Campeonato Maranhense
Campeão: Moto Club (26º título)
Vice: Imperatriz (5º vice)
Final 1º Jogo: Moto Club 3 x 0 Imperatriz
Final 2º Jogo: Imperatriz 2 x 1 Moto Club


AM – Campeonato Amazonense
Campeão: Manaus (2º título)
Vice: Fast (28º vice)
Final: Manaus 4 x 0 Fast


MS – Campeonato Sul-Mato-Grossense
Campeão: Operário (11º título)
Vice: Corumbaense (1º vice)
Final 1º Jogo: Corumbaense 1 x 0 Operário
Final 2º Jogo: Operário 1 x 0 Corumbaense (Operário foi campeão por ter melhor campanha na primeira fase)


MT – Campeonato Mato-Grossense
Campeão: Cuiabá (8º título)
Vice: Sinop (5º vice)
Final 1º Jogo: Sinop 0 x 2 Cuiabá
Final 2º Jogo: Cuiabá 3 x 1 Sinop


DF – Campeonato Brasiliense
Campeão: Sobradinho (3º título)
Vice: Brasiliense (4º vice)
Final 1º Jogo: Sobradinho 0 x 1 Brasiliense
Final 2º Jogo: Brasiliense 0 x 1 Sobradinho (Nos pênaltis, vitória do Sobradinho por 4 a 3)


ES – Campeonato Capixaba
Campeão: Serra (6º título)
Vice: Real Noroeste (1º vice)
Final 1º Jogo: Real Noroeste 0 x 1 Serra
Final 2º Jogo: Serra 3 x 4 Real Noroeste (Serra foi campeão por ter melhor campanha na primeira fase)


AC – Campeonato Acriano
Campeão: Rio Branco (47º título)
Vice: Galvez (2º vice)
Final 1º Jogo: Galvez 2 x 2 Rio Branco
Final 2º Jogo: Rio Branco 3 x 0 Galvez


SE – Campeonato Sergipano

Campeão: Sergipe (35º título)
Vice: Itabaiana (8º vice)
Final 1º Jogo: Itabaiana 1 x 1 Sergipe
Final 2º Jogo: Sergipe 0 x 0 Itabaiana (Sergipe foi campeão por ter melhor campanha na primeira fase)


PI – Campeonato Piauiense

Campeão: Altos (2º título)
Vice: River (14º vice)
Final 1º Jogo: River 0 x 0 Altos
Final 2º Jogo: Altos 4 x 2 River


RR – Campeonato Roraimense
Campeão:
São Raimundo (9º título)
Vice: Atlético Roraima (7º vice)
O São Raimundo venceu os dois turnos e se sagrou campeão sem a necessidade de uma final.


TO – Campeonato Tocantinense

Campeão: Palmas (6º título)
Vice: Gurupi (5º vice)
Final 1º Jogo: Gurupi 2 x 2 Palmas
Final 2º Jogo: Palmas 2 x 1 Gurupi


RO – Campeonato Rondoniense
Campeão:
 Real Ariquemes (2º título)
Vice:
Barcelona (2º vice)
Final 1º Jogo: Barcelona 1 x 1 Real Ariquemes
Final 2º Jogo: Real Ariquemes 1 x 0 Barcelona


AP – Campeonato Amapaense
Campeão:
Ypiranga (9º título)
Vice: Santos (2º vice)
Final 1º Jogo: Ypiranga 0 x 0 Santos
Final 2º Jogo: Santos 1 x 1 Ypiranga (Nos pênaltis, vitória do Ypiranga por 4 a 1)

… Clarence Seedorf: verdadeiro multicampeão

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… Clarence Seedorf: verdadeiro multicampeão


(Imagem: Pinterest)

● Clarence Seedorf é ídolo dos lados do Oceano Atlântico. Está na história como o único jogador a conquistar a UEFA Champions League por três equipes diferentes. Se não bastasse, foi um dos poucos craques do seu nível a aceitar jogar no futebol brasileiro, também se destacando pelo Botafogo, resgatando a auto-estima e a felicidade dos torcedores do Glorioso.

Era um verdadeiro líder e um jogador versátil, com excelentes atributos físicos e técnicos, que permitiram a ele atuar em qualquer posição do meio campo, tanto defensiva quanto ofensivamente. Já jogou como um volante central, na ala direita, como ponta direita e como meia atacante. Era o chamado “box-to-box“, ou seja, o “todo-campista”, que atuava entre as intermediárias. Era elegante, criativo, com bom drible, visão de jogo, excelente nas bolas paradas e chutes de média e longa distância. Está no seleto grupo de jogadores com mais de 1000 partidas oficiais disputadas, com 1016 (somente outros 22 jogadores chegaram a essa marca na história).

Clarence Clyde Seedorf nasceu dia 01/04/1976 em Paramaribo, capital do Suriname, um ano após a independência do país. Seu avô era filho de escravos, que apesar da alforria, carregou o sobrenome “Seedorf” de seu antigo senhor, um alemão. Quando Clarence tinha dois anos de idade, sua família se mudou para a Holanda, fixando raízes em Almere, na província de Flevoland. Ingressou no futebol aos seis anos, nas divisões de base dos times amadores VV AS ’80 e Real Almere, mas logo foi descoberto por olheiros do poderoso Ajax.

Iniciou sua carreira no Ajax, estreando em 29/11/1992, quando se tornou o jogador mais jovem da história a vertir a camisa do time profissional do clube, em uma partida contra o FC Groningen (16 anos e 242 dias). O garoto fortaleceu ainda mais esse time do Ajax, que fez história na Holanda e na Europa, com uma equipe base fantástica: Edwin van der Sar; Michael Reiziger, Danny Blind, Frank de Boer e Winston Bogarde (Frank Rijkaard); Ronald de Boer, Clarence Seedorf (Nwankwo Kanu), Finidi George e Edgar Davids; Jari Litmanen e Marc Overmars (Patrick Kluivert). Técnico: Louis van Gaal.

Mesmo jovem e diante de tantos destaques, Seedorf foi o motor e eleito craque do time, chamando a atenção de todo o mundo por sua pouca idade, compensada com muito potencial e maturidade em campo. Era uma pedra preciosa que começou a ser lapidada por Van Gaal.

Em 1995, com 19 anos recém completados, o adolescente-craque se transferiu para a Sampdoria, onde atuou por um ano. Mesmo não conquistando títulos, liderou a Samp e chamou a atenção do poderoso Real Madrid.


(Imagem: Goal)

Logo em seu primeiro ano na capital espanhola, Seedorf elevou o nível da equipe e ajudou o Real Madrid a ser campeão de La Liga. Na temporada seguinte, os Merengues venceram a Liga dos Campeões de 1997/98, após um jejum de 32 anos na competição. Seedorf sempre era destaque, mas seu momento mais estelar no time foi quando marcou um gol no rival Atlético de Madrid, com um chutaço a 45 metros de distância.

A temporada 1998/99 foi a que Seedorf ele brilhou em Madrid, até perdendo espaço no time titular. Incrivelmente, o treinador nessa temporada era seu compatriota, o holandês Guus Hiddink, técnico da seleção Laranja na Copa de 1998. Apesar da qualidade inegável, sua importância no clube era cada vez menor, até se transferir de volta à Itália, em janeiro de 2000, para a Internazionale, por um valor de 23 milhões de euros. Mesmo tendo atuado pouco na Liga dos Campeões de 1999/2000 e tendo se transferido no meio da temporada, Seedorf também está no hall dos campeões de 2000 pelo Madrid.

Jogou duas temporadas e meia na Inter sem conquistar troféus, mas deixou boas lembranças para a torcida Nerazzurri. Foi vice-campeão da Coppa Italia em 2000, perdendo a final para a fortíssima Lazio. Em 09/03/2002, em um empate por 2 a 0 com a Juventus em Turim, ele marcou dois golaços, ambos em lindos chutes de fora da área.


(Imagem: Daily Mail)

No início da temporada 2002/03, os rivais de Milão fizeram uma troca absurda e ridícula de jogadores: Seedorf foi para o Milan em troca do lateral esquerdo Francesco Coco (que nunca jogou em alto nível e logo encerrou a carreira para se tornar ator). No Rossonero, Seedorf formou uma parceria histórica no meio campo com Gennaro Gattuso, Andrea Pirlo e Kaká. Sob a orientação do genial Carlo Ancelotti, o craque holandês recuperou o protagonismo para sua equipe, conquistando a Coppa Italia e a UEFA Champions League em 2002/03. Assim, se tornou o primeiro jogador a ganhar a Liga dos Campeões por três clubes diferentes.

O Milan venceu a Serie A 2003/04 e chegou de novo na final da UCL 2004/05 contra o Liverpool, realizada em Istambul. Após um primeiro tempo vencido por 3 a 0, poucos esperavam um destino diferente para a taça. Mas um inferior e heróico Liverpool, com uma alma poucas vezes vista, empatou o jogo e venceu nos pênaltis. Restava ao Milan a “honra” de ser vice-campeão. O clube também terminou em segundo lugar na Serie A, perdendo o Scudetto para a Juventus (que posteriormente foi retirado pela justiça pelo Calciopoli).

Com o passar do tempo, a parceria entre Seedorf e Kaká foi se tornando mais impressionante e chegou ao auge na UEFA Champions League 2006/07, quando tiveram a revanche, vencendo o Liverpool na final em Atenas por 2 a 1. Era o quinto título de Seedorf no torneio, do qual ele foi eleito o melhor meia da competição.

O Milan ainda venceu o Mundial Interclubes da FIFA no fim de 2007, vencendo o Boca Juniors na final por 4 x 2. Seedorf foi eleito o Bola de Prata dessa competição.
Ainda venceria o Scudetto da temporada 2010/11.


(Imagem: UOL)

Após dez anos no Milan, Seedorf surpreendeu o mundo e assinou contrato com o Botafogo, do Rio de Janeiro. Estreou no Glorioso em 22/07/2012, pela 11ª rodada do Brasileirão, em derrota para o Grêmio por 1 a 0. O Botafogo terminou o campeonato no 7º lugar geral.

Já em 2013, o Botafogo foi campeão da Taça Guanabara e da Taça Rio e, por ter vencido os dois torneios, se sagrou campeão Carioca sem precisar disputar as finais. Seedorf foi eleito o melhor jogador da competição. No Campeonato Brasileiro, Seedorf voltou a se destacar e liderou o Fogão para um excelente 4º lugar e classificação para a Copa Libertadores da América de 2014.

Enquanto o craque se preparava para disputar a Libertadores, foi convidado para assumir como técnico co Milan para substituir Maximiliano Alegri. Assim, no dia 14/01/2014, Seedorf anunciou oficialmente sua aposentadoria dos gramados.

“Vou parar de jogar futebol depois de 22 anos. Foi uma noite difícil, mas estou satisfeito com o que fiz na minha carreira, no que fiz com o Botafogo. Objetivo de voltar a sonhar, a entrar na Libertadores após 17 anos. Minha felicidade de poder ter deixado também em campo resultados importantes. Carioca foi um começo. Não acabou mal. Conseguimos a vaga na Libertadores. Todos aqui merecem.”

Com Seedorf como técnico na segunda metade da temporada, o Milan terminou o Campeonato Italiano 2013/14 na oitava competição. Mesmo com uma equipe ruim, o Milan fez bons jogos, mas os resultados não agradaram e Seedorf foi substituído por Filippo Inzaghi a partir de 09/06/2014, após pouco mais de quatro meses após assumir. A direção milanista não respeitou a história do ídolo. Em 07/07/2016 foi nomeado treinador do Shenzhen F.C, da China, mas também não obteve sucesso, sendo demitido em 05/12/2016. Assumiu o comando do tradicional Deportivo La Coruña no dia 05/02/2018, com contrato até o fim da temporada, e vive uma situação delicada. O time atualmente é o penúltimo colocado no Campeonato Espanhol, a oito pontos de sair da zona do rebaixamento, faltando apenas nove rodadas.


(Imagem: Globo Esporte)

● Estreou pela seleção da Holanda em 14/12/1994, aos 18 anos, contra Luxemburgo, marcando um gol logo na estreia, na vitória por 5 a 0. Vestiu a camisa laranja entre 1994 e 2008, atuando em 87 partidas e anotando 11 gols. Seedorf sempre foi fundamental, ajudando a seleção a disputar várias competições como destaque: 4º lugar na Copa do Mundo de 1998, 3º lugar na Eurocopa de 2000 e 4º lugar na Euro 2004. Esteve ainda na Euro de 1996, quando houve um sério desentendimento entre os jogadores negros de origem surinamesa (“De kabel“) com os demais jogadores do elenco.

Chegou ainda a jogar em alto nível as eliminatórias para a Copa de 2006, mas logo depois preferiu dar chances aos jogadores mais jovens na competição. Muitos comentaristas acreditam que a Holanda teria mais chances de conquistar sua primeira Copa do Mundo caso Seedorf tivesse jogado em 2006 e 2010 (lembrando que a Holanda perdeu essa final apenas na prorrogação para a Espanha).

Clarence Seedorf também já atuou pela seleção do Suriname em jogos não oficiais. Ele é um homem do mundo. Fala fluentemente português, francês, inglês, italiano, espanhol e o crioulo, além do próprio holandês.

É casado com a brasileira Luviana, que conheceu ainda no início da década de 1990, quando a morena era passista da Mocidade Independente de Padre Miguel e viajou para uma temporada de shows na Itália. Ela era de família humilde, moradora do Realengo que ganhava a vida com apresentações como sambista. Foi Luviana quem bateu o pé e convenceu Clarence a aceitar a proposta do Botafogo, seu time de coração, e rejeitar propostas milionárias da China, Inglaterra, Estados Unidos e Qatar.

Ele tem vários parentes que jogam futebol, mas nenhum como grande destaque, como os irmãos Chedric Seedorf e Jürgen Seedorf, o sobrinho Regilio Seedorf, além do primo Stefano Maarten Seedorf (que passou pelo Alecrim-RN em 2013).

Seedorf também já fez trabalhos para o marketing da empresa Araújo Abreu Engenharia, no Brasil. Participou também de vários trabalhos na imprensa desde quando ainda jogava, especialmente pela rede BBC. Está envolvido em muitos projetos de cunho social em seu país de nascimento, o Suriname. COnstruiu o próprio Estádio Clarence Seedorf no distrito de Para. Foi laureado com os títulos de Comando da alta Ordem da Estrela Amarela em 2007 pelo Suriname e com a comenda de Cavaleiro da Ordem de Orange-Nassau em abril de 2011, pela Holanda. Em 5 de junho de 2009, Seedorf anunciou numa conferência de imprensa após um encontro com Nelson Mandela, que ele se tornou Legacy Champion da Fundação Nelson Mandela.


(Imagem: Sky Sports)

Feitos e premiações de Clarence Seedorf:

Pela seleção da Holanda:
– 4º lugar na Copa do Mundo de 1998.
– 3º lugar na Eurocopa de 2000.
– 4º lugar na Eurocopa de 2004.

Pelo Ajax:
– Campeão da UEFA Champions League em 1994/95.
– Campeão da Copa Intercontinental em 1995.
– Bicampeão da Eredivisie (Campeonato Holandês) em 1993/94 e 1994/95.
– Campeão da KNVB Cup (Copa da Holanda) em 1992/93.
– Bicampeão da Johan Cruijff-schaal (Supercopa da Holanda) em 1993 e 1994.

Pelo Real Madrid:
– Campeão da UEFA Champions League em 1997/98 e 1999/2000.
– Campeão da Copa Intercontinental em 1998.
– Campeão de La Liga (Campeonato Espanhol) em 1996/97.
– Campeão da Supercopa da Espanha em 1997.

Pelo Milan:
– Campeão da UEFA Champions League em 2002/03 e 2006/07.
– Campeão do Mundial Interclubes da FIFA em 2007.
– Campeão da Supercopa da Europa em 2003 e 2007.
– Campeão da Serie A (Campeonato Italiano) em 2003/04 e 2010/11.
– Campeão da Coppa Italia em 2002/03.
– Campeão da Supercopa da Itália em 2004 e 2011.
– Campeão do Troféu Luigi Berlusconi em 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2011.

Pelo Botafogo:
– Campeão do Campeonato Carioca em 2013.
– Campeão da Taça Guanabara em 2013.
– Campeão da Taça Rio em 2013.

Distinções e premiações individuais:
– Melhor meia direita do Campeonato Holandês em 1992/93 e 1993/94.
– Bola de Ouro do Campeonato Holandês em 1992/93 e 1993/94.
– Eleito para a ESM Equipe do Ano do Campeonato Espanhol em 1996/97.
– Melhor meia direita do Campeonato Italiano em 2003/04.
– Bola de Ouro do Campeonato Italiano em 2003/04.
– Melhor meia da UEFA Champions League em 2002/03 e 2006/07.
– Melhor meia da Europa em 2007.
– Bola de Prata do Mundial Interclubes da FIFA em 2007.
– Eleito para a seleção anual da FIFPro em 2007.
– Eleito para a Bola de Prata da Revista Placar em 2013.
– Melhor meia direita do Campeonato Carioca em 2013.
– Bola de Ouro do Campeonato Carioca em 2013.
– Nomeado para a lista “FIFA 100” (feita por Pelé, onde constam os 125 melhores jogadores da história que até então estavam vivos em 2004).
– Membro do Hall da Fama do Milan.
– Eleito para a Equipe do Século do Real Madrid em 2008.
– Eleito para a Equipe dos sonhos do Campeonato Italiano pelo La Gazzetta dello Sport.
– Eleito para a Equipe dos Sonhos da UEFA Champions League.
– Eleito pela UEFA o 7º dentre os 20 melhores jogadores da Liga dos Campeões, no aniversário de 20 anos da modernização da competição.
– Comenda Ordem da Estrela Amarela do Suriname em 2007.
– Comenda Cavaleiro da Ordem de Orange-Nassau dos Países Baixos em 2011.
– Legacy Champion da Fundação Nelson Mandela em 05/06/2009.

… Luís Mesquita de Oliveira: ícone do futebol paulista nos anos 1930

Três pontos sobre…
… Luís Mesquita de Oliveira: ícone do futebol paulista nos anos 1930


Luisinho é um dos maiores ídolos do São Paulo até hoje (Imagem: Opinião Tricolor)

● Mais conhecido como Luisinho, Luís Mesquita de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro em 29/03/1911. Faleceu aos 72 anos em São Paulo, no dia 27/12/1983.

Quinto de um total de sete irmãos e uma irmã, era filho do Sr. Ernesto Luiz de Oliveira e da Dona Cecília Mesquita de Oliveira.

Seu irmão Carlos também foi jogador de futebol, mas por pouco tempo. Logo largou essa carreira para se tornar médico.

Já Luisinho, foi um dos melhores e mais valiosos atacantes do futebol brasileiro na década de 1930. Era considerado o mais completo ponta direita em sua época. Excelente driblador, cortava tanto para a linha de fundo quanto para o meio. Cruzava com excelência e seu chute era forte e preciso. Após os treinos, ele sempre ficava treinando fundamentos sozinho, para aperfeiçoar o que já era ótimo.

Apesar de ser carioca, Luís Mesquita sempre jogou no futebol paulista. Teve uma vitoriosa e longa carreira (de 1928 a 1946).

Começou no futebol ainda adolescente, no Anglo-Brasileiro, onde ficou de 1928 a 1929.

Passou a temporada de 1929 a 1930 em um dos times gigantes da época, o multicampeão Clube Atlético Paulistano.

Jogou no São Paulo da Floresta durante quase toda a existência do clube, de 1930 a 1934. Luisinho ajudou o precursor do Tricolor a se firmar no meio dos times grandes. Além de conquistar o Campeonato Paulista de 1931, o time ainda foi vice-campeão em 1930, 1932, 1933 e 1934. Na época, já tinha status de jogador da Seleção Brasileira, inclusive disputando a Copa do Mundo de 1934.

Após a dissolução do São Paulo da Floresta, foi atuar no Clube Atlético Estudante de São Paulo (time criado por antigos membros de seu ex-clube), ficando de 1935 a 1936.

Com pompa de craque, chegou ao Palestra Itália (atual Palmeiras) em 1936 e ficou até 1940. É o 9º maior artilheiro da história do clube, com 123 gols marcados, em 163 partidas. Novamente foi convocado para a Copa do Mundo de 1938.

Se transferiu ao São Paulo em 1941 e ficou até se aposentar, em 1946. Venceu três campeonatos paulistas: 1943, 1945 e 1946. Nesses dois últimos, Luisinho era o capitão da equipe. É um dos maiores jogadores do São Paulo em todos os tempos e o 6º maior goleador da história do clube, com 173 gols.

Sagaz, antes dos jogos ele alertava os defensores adversários sobre o perigo representado pelo seu parceiro Leônidas da Silva. Com a preocupação causada pelo “Diamante Negro”, Luisinho fazia a festa e ocupava eventuais brechas na defesa adversária.

                          
Após defender o Palestra Itália, vestiu a camisa do São Paulo FC (Imagens: Palmeiras e São Paulo, respectivamente)

● De 1934 a 1944, Luisinho defendeu a camisa branca da Seleção Brasileira em 16 jogos (sendo 9 oficiais) e marcou 5 gols (sendo 4 oficiais).

Foi titular na única partida disputada na Copa de 1934, quando o Brasil perdeu para a Espanha em Gênova por 3 a 1.

Participou de dois jogos na Copa de 1938, contra a Tchecoslováquia (vitória por 2 a 1) e a Itália (derrota por 2 a 1 na semifinal). A Seleção terminou o Mundial em um excelente 3º lugar.

No Campeonato Sul-Americano (atual Copa América) de 1937, a Seleção foi vice-campeã, mas Luisinho se destacou, marcando quatro gols.

Em 1944 disputou sua última partida pela Seleção, em uma goleada por 4 a 0 sobre o Uruguai em jogo amistoso.

Advogado de profissão, Luisinho trabalhou durante muitos anos para o estado de São Paulo, após pendurar as chuteiras. Passava suas horas de folga no Clube Paulistano, onde gostava de recordar seus dias de glória no SPFC.

● Feitos e premiações de Luisinho Mesquita:

Pelo Paulistano:
– Campeão do Campeonato Paulista em 1929.

Pelo São Paulo da Floresta:
– Campeão do Campeonato Paulista em 1931.

Pelo Palestra Itália:
– Campeão do Campeonato Paulista em 1936, 1938 (Edição Extra) e 1940.

Pelo São Paulo:
– Campeão do Campeonato Paulista em 1943, 1945 e 1946.

Distinções e premiações individuais:
– Artilheiro do Campeonato Paulista em 1944 (22 gols).

● Luisinho, explicando alguns fatores sobre a Seleção Brasileira que disputou a Copa de 1934:

… Real Madrid 3 x 1 Paris Saint-Germain

Três pontos sobre…
… Real Madrid 3 x 1 Paris Saint-Germain


(Imagem: RealMadrid.com)

● Apesar da má fase, o Real Madrid começou teoricamente com o que tem de melhor, em um 4-4-2 com o meio campo em losango. Se não tem outro centroavante, vai de Karim Benzema mesmo. Como Carvajal estava suspenso, apostou na maior segurança defensiva de Nacho, ao invés do jovem Achraf Hakimi. Zidane preferiu apostar no sistema que deu a 12ª “Orelhuda” ao Madrid, ao invés de lançar Gareth Bale no lugar do (sempre) apagado Benzema. (Não é nada pessoal… Ele joga muito! Mas atualmente está jogando menos do que nada.)

Em relação ao PSG, não podemos afirmar que veio com sua melhor escalação. Para começar, Unai Emery resolveu mexer na defesa, trocando o capitão Thiago Silva pelo jovem Presnel Kimpembe. Na lateral esquerda, preferiu Yuri Berchiche a Layvin Kurzawa. Com Thiago Motta lesionado, o recém-chegado Lass Diarra ficou no banco e o meio campo ficou leve, com Verratti, Rabiot e Lo Celso (um meio leve e bom de passes, mas um tanto frouxo na marcação). No ataque, o trio de sempre. E nada de Ángel Di María, o jogador em melhor fase no time.

● O Madrid começou marcando pressão no campo de ataque, mas aguentou apenas poucos minutos. Criou chances, com Cristiano Ronaldo batendo cruzado para fora e Toni Kroos chutando da entrada da área, em boa defesa de Aréola.

Pouco depois, em um contra-ataque, Marcelo faz um lançamento sensacional da esquerda, encontrando CR7 vindo em velocidade pelo meio. O português adiantou demais e chutou a bola no rosto do goleiro francês, perdendo claríssima oportunidade.

Como quem não faz, leva, aos 33 minutos de jogo, Kylian Mbappé fez grande jogada pela direita e cruzou rasteiro. Cavani fez o corta-luz, Neymar não consegue o domínio, Nacho toca para trás e a bola sobra para Adrien Rabiot, sozinho, bater de pé direito e inaugurar o marcador.

No finalzinho da primeira etapa, Marcelo acha Benzema, que chuta de primeira da entrada da área, para boa defesa de Aréola. Na cobrança curta de escanteio, Toni Kroos invade a área pela esquerda e é derrubado infantilmente por Lo Celso. O alemão valorizou na queda, mas o pênalti foi indiscutível. Na cobrança, CR7 bate cruzado e forte, no canto direito do goleiro, que foi na bola, mas não conseguiu alcançar. Tudo igual no fim do primeiro tempo. O placar não era injusto, mas o PSG foi ligeiramente melhor nos primeiros 45 minutos.

No início do segundo tempo, Neymar puxa contra-ataque e toca para Mbappé chutar cruzado, forte e rasteiro, mas Keylor Navas defendeu. Depois, em uma cobrança de escanteio, Sérgio Ramos esticou o pé e tirou um gol certo de Kimpembe.

Poucos entenderam a alteração do péssimo Unai Emery, ao tirar Edinson Cavani e colocar Thomas Meunier na lateral direita, avançando Daniel Alves para o meio. Mesmo assim, o PSG esteve perto de matar o jogo, quando Berchiche chutou cruzado e a bola passou por Mbappé e Daniel.

Zidane já havia trocado o inúcuo Benzema por Gareth Bale, mas quando faltava dez minutos para o fim, o Madrid foi para o “tudo ou nada”. Tirou Casemiro e Isco, colocando Lucas Vázquez e Marco Asensio bem abertos pelas pontas. Seria uma espécie de 4-4-2, partindo para um 4-2-4. Poderia ter dado errado, principalmente por ter tirado Casemiro, o homem do balanço defensivo, mas deu tudo certo para o gigante espanhol.

Aos 38 minutos do segundo tempo, Luka Modrić encontra Asensio pela esquerda. Ele cruza para a pequena área e Aréola espalma para o meio, bem onde está Cristiano Ronaldo, que só estica o joelho e bota a bola nas redes. Era o seu 116º gol na história da Champions e o seu 101º com a camisa do Real Madrid. Era a virada.

O Real aproveitou um PSG ainda atordoado pela virada e aumentou a vantagem. Três minutos depois, Marcelo abre com Asensio e entra na área. O espanhol cruza rasteiro para o meio e o brasileiro emenda a bomba, ampliando o marcador.


(Imagem: RealMadrid.com)

Di María terminou o jogo sem ter entrado em campo. Um absurdo. Bom para os merengues, que venceram um jogo equilibradíssimo, de nível técnico altíssimo de ambos os lados.

Para o técnico Unai Emery, a culpa da derrota foi da arbitragem, que assinalou um pênalti (claro) a favor do Madrid e deixou de marcar um (duvidoso) a favor de seu time, quando uma bola a queima roupa acertou o braço de Sergio Ramos, que estava colado ao corpo. Se a penalidade fosse marcada, não seria nenhum absurdo – assim como não foi absurdo deixar o jogo seguir.

O placar mais justo seria um empate ou uma vitória por um gol para qualquer um dos lados. Agora o Madrid leva uma vantagem, mas ela nem é tão grande. Um 2 a 0 para o PSG, que seria um placar normal, dá a vantagem aos franceses. Mas eles terão que aproveitar mais as várias chances criadas. E Neymar precisa jogar mais. Um candidato a melhor jogador do mundo precisa ser mais decisivo em partidas desse porte. Potencial para isso ele tem.

Ah, mais um detalhe: faltam exatos quatro meses para começar a Copa do Mundo.

… Times favoritos da Vila do Chaves – “El Chavo del Ocho”

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… Times de futebol favoritos da Vila do Chaves – “El Chavo del Ocho”

Chaves (“El Chavo del Ocho”) é indiscutivelmente um dos programas mais assistidos da televisão mundial, indicado para qualquer idade. Com um humor puro, até ingênuo, o “menino do barril” vem conquistando gerações há quase cinco décadas.

E vez ou outra o futebol aparece por lá. Seja os meninos jogando bola na vila ou Seu Madruga (Don Ramón) assistindo partidas pela TV ou pelo rádio.

Durante vários outros episódios, os personagens aparecem fazendo referência a alguns times, que na versão brasileira foram “traduzidos” para outros para nossa melhor compreensão.

Mas… para qual time torcem os atores da série ou até mesmo os personagens?


(Imagens localizadas no Google)

● A figura principal e o próprio criador, Roberto Gomes Bolaños, intérprete de Chaves (“El Chavo del Ocho”, no original), era o mais ligado ao futebol. Na verdade, era fanático. A ponto de criar o filme “El Chanfle” em 1979, onde protagoniza um roupeiro do América do México. Em todas as vezes que dizia que “seria melhor ter ido ver o filme do Pelé”, o original se referia à película “El Chanfle”.

Já nas brincadeiras com Quico e os demais, Chaves sempre falava que queria ser Barbirotto, Ataliba, Luís Pereira, e outros. Na versão original, o nome era sempre o mesmo: Enrique Borja, atacante que jogou grande parte da sua carreira no América.

Na infância e juventude, Chespirito era torcedor do Chivas Guadalaraja, mas a melhor fase do América o fez mudar de time para o resto da vida.

O personagem Chaves torcida para o Monterrey, que foi “abrasileirado” como Corinthians.

● Já o seu parceiro de brincadeira, Quico, torcia para o América, assim como seu intérprete Carlos Villagrán (que em algumas fontes aparece como torcedor do Chivas). Já no Brasil, o ator foi visto com camisas de vários clubes, mas em 2010 se declarou sãopaulino. Já a partir de 2013, quando foi nomeado embaixador de Porto Alegre para a Copa de 2014, passou a se considerar gremista, apoiando o clube diversas vezes nas redes sociais.

● Chiquinha (La Chilindrina) era torcedora do Monterrey (no Brasil, Corinthians), assim como vários outros personagens. Na vida real, María Antonieta de las Nieves (que também era intérprete de Dona Neves, “biscavó” da Chiquinha) não é muito fã de esportes e não tem um time de coração.

● Seu pai, Seu Madruga (Don Ramón) foi visto na série torcendo pelo Monterrey (Corinthians) para agradar o Senhor Barriga. Mas era tão fanático pelo Necaxa e até tinha um pôster do clube em sua sala, na casa nº 72 na vila. Inclusive um dos bordões na versão original era: “Yo le voy al Necaxa”, que significava algo como discordar, ser diferente ou contrário aos outros, pois o clube não era muito popular na época. Ramón Valdés também torcia para o Necaxa, que se chamou Atlético Español durante um período (entre 1971 e 1982).

● Como já falado, Senhor Barriga (Zenón Barriga y Pesado) torcia para o Monterrey (Corinthians na versão brasileira). O ator Edgar Vivar (que também fazia o papel de Nhonho) torce para o Pumas, mas em algumas fontes afirmam que ele também torce para o Monterrey. Em algumas visitas ao Brasil, já afirmou várias vezes: “Sou Corinthians!”

● Professor Girafales (Jirafales, no original) preferia o beisebol e as touradas, esportes muito mais populares no México à época da gravação. Mas o ator Rubén Aguirre era fã do Pumas. Na série, me lembro de um episódio em que o “Mestre Linguiça” (Tá, tá, tá, tá, tá!) vibrava por um gol do Palmeiras.

● Dona Clotilde, a inesquecível “Bruxa do 71” não era muito adepta dos esportes. Mas a estrela Angelines Fernández, como toda boa espanhola, torcia para o Real Madrid, time de sua cidade natal.

● O personagem de Dona Florinda também não manifestou suas preferências futebolísticas na série. Mas Florinda Meza (que também fazia o papel da Pópis) era adepta do América, assim como seu marido Roberto.

● Seu cunhado, Horacio Gómez Bolaños (intérprete do Godinez), também torcia para o América.

… Younis Mahmoud: maior ídolo do futebol do Iraque

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… Younis Mahmoud: maior ídolo do futebol do Iraque


(Imagem: FIFA)

● Younis Mahmoud Khalaf (em árabe: يونس محمو), nasceu em 03/02/1983, na cidade de Al-Dibs, na região de Kirkuk, no norte do Iraque. É um iraquiano de origem turcomena, muçulmano sunita e se casou três vezes. Seu pai é um ex-jogador de futebol e ex-guarda local.

Ex-atacante de bom porte físico (1,85 m), é um dos melhores (senão o melhor!) jogadores iraquianos e árabes em todos os tempos. Foi capitão de sua seleção por dez anos consecutivos, até se aposentar, em 2016.

Segundo algumas fontes, Mahmoud seria um “gato”, ou seja, um dos diversos jogadores do mundo que usaram uma identidade falsa, com uma data de nascimento divergente da realidade, para parecer mais jovem e se destacar dos demais. Segundo os “conspiradores”, Younis Mahmoud teria nascido em 18/02/1979, em Dibbs, Bey Hassan, na província de Kirkuk. O técnico iraquiano Akram Salman falou publicamente diversas vezes sobre a controversa idade de Mahmoud. Fontes afirmam que Younis serviu ao exército de seu país em 1997, ou seja, tinha que ter 18 anos nessa época. Assim, teria mesmo nascido em 1979.

Sua paixão inicial era o basquete, onde jogava na posição de ala-armador no Kahraba Al-Dibs. Mas o treinador de futebol da equipe, Muwafag Nouraddin, o convenceu a jogar futebol, devido às maiores cifras envolvidas nesse esporte.

Segundo filho mais velho dos 12 irmãos, Younis fugia da escola para ir trabalhar para ajudar em casa, sem o conhecimento de seus pais. Mas enquanto era normal que os pais batessem em seus filhos para que não se envolvessem demais com esportes, o pai de Younis o incentivou a se tornar profissional no futebol.

Em 1998, Mahmoud se transferiu para o Kirkuk, o maior time da região. Logo em seu primeiro ano, marcou 19 gols e foi artilheiro da segunda divisão, ajudando seu time a conquistar o título e o acesso à elite iraquiana. Depois de cair de divisão e subir novamente, foi observado pelos olheiros dos dois maiores clubes do Iraque: Al-Shorta e Al-Talaba, com o qual acabou assinando no início da Liga de 2001/02.

Conquistou seu primeiro troféu no clube ao vencer o Al-Zawraa por 2 a 1 na Copa do Desafio de Bagdá, fazendo o gol do título. Logo em seu primeiro ano no clube, o Al-Talaba venceu a Liga e a Copa do Iraque. Ao fim da temporada, foi emprestado rapidamente ao Al-Shorta para a disputa do Campeonato da Polícia Árabe de 2002, uma competição para clubes policiais no “Mundo Árabe” (ou seja, clubes chamados “Al-Shorta”). O seu clube conquistou o título.

De volta ao Al-Talaba, conquistou a Copa Al-Muthabara (atual Supercopa do Iraque). Em 2002/03, venceu novamente a Copa do Iraque.

Com o início da Guerra do Iraque, o futebol no país foi suspenso. E então Mahmoud foi emprestado ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos. Mas alguns meses depois foi dispensado do clube por ter discutido com o técnico e, então, retornou ao Al-Talaba.

Após a Copa da Ásia de 2004, ele se transferiu para o Al-Khor, da Liga das Estrelas do Qatar. Em uma partida contra o Al-Shamal, marcou seis gols na goleada por 8 a 0. Younis Mahmoud é até hoje o único jogador a marcar seis gols em uma única partida da Liga do Qatar.

Em 2006 foi atuar no Al-Gharafa, onde venceu vários títulos nacionais no Qatar. Depois de ter sido o artilheiro da Liga das Estrelas do Qatar em 2006/07, doou os US$ 100 mil de premiação para construir uma mesquita na sua cidade natal. Ao ganhar € 10 mil da Gazzetta dello Sport pelo prêmio Giacinto Facchetti, em 2007, doou todo o dinheiro para uma instituição de caridade iraquiana.

Ficou no Al-Gharafa até 2011, passando por um rápido empréstimo para o Al-Arabi em 2008. Entre 2011 e 2013 jogou no Al-Wakrah (Qatar). Em 2013 passou rapidamente pelo Al-Sadd (Qatar) e pelo Al-Ahli (Arábia Saudita). Voltou ao seu país em 2015 para jogar pelo Erbil. Finalmente, de volta ao Al-Talaba (seu time de coração), encerrou sua carreira ao fim da temporada 2015/16.


(Imagem: ESPN)

● Na seleção sub-20, participou de 8 partidas e marcou 4 gols. Na sub-23, fez 25 gols em 38 jogos. Pela seleção principal, disputou 148 partidas e anotou 57 gols. É o jogador que mais disputou partidas e o terceiro maior artilheiro da história da equipe nacional do Iraque.

Estreou em março de 2002, em um amistoso não oficial contra o Cagliari, que disputava a Serie B da Itália. O Iraque perdeu por 4 a 1, mas Mahmoud marcou o gol de honra. A estreia oficial foi em um amistoso contra a Síria em Bagdá, em 19/07/2002. Seu primeiro gol oficial foi aos 44 minutos do segundo tempo, empatando a partida final do Campeonato WAFF de 2002, da qual o Iraque foi campeão no gol de ouro.

Marcou o gol do título da final da Copa Emir Abdullah Al-Faisal, em 15/08/2003, na vitória sobre o Marrocos por 1 a 0. Em 08/10/2013, fez quatro gols na goleada sobre o Bahrein por 5 a 1, se tornando o jogador que mais fez gols em uma única partida pelo Iraque. Nas partidas seguintes, válidas pelas eliminatórias da Copa da Ásia de 2004, Mahmoud fez quatro gols sobre o Bahrein e três sobre a Malásia. Seu grande destaque no ano de 2003 o credenciou para ser eleito o melhor jogador jovem da Ásia no ano.

Liderou sua seleção na qualificação para os Jogos Olímpicos de 2004, no qual o Iraque chegou nas semifinais e terminou a competição em um honroso quarto lugar (melhor classificação de uma equipe da Ásia Ocidental na história das Olimpíadas). Destaque para a vitória por 4 a 2 na estreia, sobre Portugal de Cristiano Ronaldo, José Bosingwa, Raul Meireles e Luis Boa Morte.

Em 2005, fez o gol do título do Iraque na final dos Jogos da Ásia Ocidental. Na Copa LG de 2006, o Iraque foi vice-campeão. Ainda em 2006, o Iraque chegou na final dos Jogos Asiáticos, mas perdeu a final para o Qatar. Em 06/12/2006, Mahmoud fez história ao anotar incrivelmente dois gols no mesmo minuto em goleada sobre a Malásia por 4 a 0. Neste mesmo ano se tornou capitão da seleção.

Mas seu melhor ano foi mesmo em 2007. Marcou um gol no Campeonato WAFF e o Iraque foi vice-campeão. E atingiu o ápice de sua carreira ao liderar o Iraque na conquista de seu primeiro título da Copa da Ásia. Marcou o gol do título sobre a Arábia Saudita. Foi o artilheiro da competição, com 4 gols, além de ter sido eleito o melhor jogador da competição.

“Nós escrevemos nossos nomes nos livros de história quando conquistamos o título continental pela primeira vez. O mais significativo foi conseguirmos colocar um sorriso nos rostos do nosso povo.”


Mahmoud foi o capitão responsável por levantar a taça do maior título da história do futebol iraquiano (Imagem: UOL)

Depois do título da Copa da Ásia, Mahmoud recebeu propostas para se transferir para o Olympique Marseille e para o Lyon, mas ele recusou a ir jogar na Europa, permanecendo no Oriente Médio. Posteriormente ele confessou que seus medos eram de não aprender falar o idioma e não gostar da comida. No fim do ano, terminou em 2º lugar no prêmio de jogador asiático do ano e em 29º lugar na votação da Bola de Ouro de 2007, sendo o primeiro (e até hoje o único) jogador iraquiano da história a ser nomeado para esse prêmio. Era o único jogador que não atuava na Europa na época. Curiosamente, ficou à frente de jogadores mais famosos, como Samuel Eto’o, Robin van Persie e David Beckham.

Em 2009 venceu seu último título pela seleção, a Copa Internacional dos Emirados Árabes Unidos. Também participou da Copa das Confederações de 2009, jogando as três partidas de seu time.

No início de 2013 o Iraque foi vice-campeão da Copa das Nações do Golfo, perdendo a final para os Emirados Árabes Unidos.

Em 29/03/2016 fez sua última partida pela seleção, em vitória por 1 a 0 sobre o Vietnã.

Nos últimos anos de sua carreira, Mahmoud se tornou conhecido pelas frequentes cobranças de pênaltis com “cavadinhas”, no estilo “Panenka”. Em sete tentativas, errou apenas duas e converteu as outras cinco. A mais emblemática foi nas quartas de final da Copa da Ásia de 2015, contra o arquirrival Irã. Após empate por 3 a 3 no tempo normal, coube a ele cobrar o pênalti decisivo. Ele cobrou à “Panenka” e levou o Iraque às semifinais, quando perdeu para a Coreia do Sul. Teve que ter muita coragem, pois apenas três semanas antes ele tinha perdido um pênalti cobrado da mesma forma contra o mesmo Irã.

Embora Younis Mahmoud não tenha se realizado em nível europeu e mundial, seus feitos em seu próprio continente em suas quase duas décadas de carreira foram únicos e permanecerão para sempre nas memórias do povo árabe.

A grande frustração de Mahmoud foi não ter conseguido ajudar o Iraque a se classificar para uma Copa do Mundo. Em um país constantemente devastado pelas guerras, ele conseguiu dar alegrias a seu sofrido povo. Sob sua batuta, a seleção iraquiana conquistou o maior título de sua história. Com sua recente aposentadoria, o futebol de seu país desceu de nível e não tem boas perspectivas no curto prazo. Younis Mahmoud é insubstituível.

● Feitos e premiações de Younis Mahmoud:

Pela seleção do Iraque:
– Copa da Ásia (AFC Asian Cup) em 2007.
– Copa da Ásia Ocidental (West Asian Games) em 2005.
– Campeão do Campeonato das Federações do Oeste da Ásia (WAFF – West Asian Football Federation Championship) em 2002.
– Copa Internacional dos Emirados Árabes Unidos (UAE International Cup) em 2009.

Pela seleção olímpica do Iraque:
– 4º lugar nos Jogos Olímpicos de 2004.
– Campeão da Copa Emir Abdullah Al-Faisal em 2003.

Pelo Kirkuk:
– Campeão da Segunda Divisão do Iraque (Iraq Division One) em 1998/99.

Pelo Al-Talaba:
– Campeão do Campeonato Iraquiano (Iraqi Premier League) em 2001/02.
– Bicampeão da Copa do Iraque (Iraq FA Cup) em 2001/02 e 2002/03.
– Campeão da Supercopa do Iraque (Iraqi Super Cup) em 2002.
– Campeão da Copa de Bagdá (Baghdad Cup) em 2001.

Pelo Al-Shorta:
– Campeão do Campeonato de Polícias Árabes (Arab Police Championship) em 2002.

Pelo Al-Khor:
– Campeão da Qatar Crown Prince Cup em 2005.

Pelo Al-Gharafa:
– Tricampeão da Liga das Estrelas do Qatar (Qatar Stars League) em 2007/08, 2008/09 e 2009/10.
– Campeão da Copa do Emir do Qatar (Emir of Qatar Cup) em 2009.
– Bicampeão da Qatar Crown Prince Cup em 2010 e 2011.
– Campeão da Sheikh Jassim Cup em 2007.
– Campeão da Copa das Estrelas do Qatar (Qatari Stars Cup) em 2009.

Pelo Al-Arabi:
– Campeão da Sheikh Jassim Cup em 2008.

Pelo Al-Wakrah:
– Campeão da Copa das Estrelas do Qatar (Qatari Stars Cup) em 2011/12.

Pelo Al-Sadd:
– Campeão da Liga das Estrelas do Qatar (Qatar Stars League) em 2012/13.

Distinções e premiações individuais:
– Incluído na lista da Bola de Ouro em 2007 (29º lugar, com dois pontos).
– Melhor jogador da Copa da Ásia em 2007.
– Artilheiro da Copa da Ásia em 2007 (4 gols).
– Melhor jogador iraquiano do ano pela IFA em 2007.
– Melhor jogador árabe do ano pela Al-Hadath em 2007.
– Melhor jogador árabe do ano pela Al-Ahram em 2007.
– Melhor jogador árabe do ano pela Al-Watan em 2007.
– Jogador do ano pela Zaman em 2007.
– Prémio Giacinto Facchetti pela Gazzetta dello Sport em 2007.
– Jogador da temporada da Liga das Estrelas do Qatar em 2007/08.
– Jogador da temporada na província de Kirkuk em 1997/98.
– Incluído no Top-5 dos jogadores árabes da temporada pela UAFA (União das Federações Árabes de Futebol) em 2003/04.
– Artilheiro da Segunda Divisão do Iraque em 1998/99.
– Artilheiro do Campeonato de Bagdá em 2001.
– Artilheiro da Copa Emir Abdullah Al-Faisal em 2003.
– Artilheiro da Copa do Emir do Qatar em 2004, 2005 e 2006.
– Artilheiro dos Jogos da Ásia Ocidental em 2005 (3 gols).
– Artilheiro da Liga das Estrelas do Qatar em 2006/07 (19 gols), 2009/10 (21 gols) e 2010/11 (15 gols).
– Único jogador da história a marcar em quatro edições de Copa da Ásia diferentes e consecutivas, com um gol em 2004, 4 gols em 2007, um gol em 2011 e 2 gols em 2015.