… #ForçaChape

Três pontos sobre…
#ForçaChape


(Imagem localizada no Google)

● Difícil escrever algo nesse momento. Toda e qualquer morte, de quem quer que seja, já é uma lamentação. Quando há alguma tragédia, muitos lamentam e sofrem. Casos de grande proporção, mais ainda. Mas nos últimos 30 anos não houve nenhum acidente de tamanha repercussão quanto a queda do avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín. O Vôo 2933 de LaMia caiu a região colombiana de Antióquia. Entre jogadores, comissão técnica, dirigentes, profissionais da imprensa e da empresa de aviação, eram 77 pessoas a bordo e apenas 6 sobreviveram: Alan Ruschel (lateral), Neto (zagueiro), Jackson Follman (goleiro, que teve uma das pernas amputada), Rafael Henzel (jornalista da rádio Oeste Capital, de Chapecó), Ximena Suárez (comissária de bordo) e Erwin Tumiri (técnico da aeronave).

Luciano Buligon (prefeito de Chapecó), Plínio David de Nes Filho (presidente do Conselho Deliberativo da Chapecoense), Gelson Merisio (presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e o jornalista Ivan Carlos Agnoletto (da rádio Super Condá, de Chapecó), estavam com seus nomes na lista, mas não embarcaram. Matheus Saroli, filho do técnico Caio Júnior, esqueceu o passaporte em casa, que também o impediu de embarcar.

● Chapecó é uma cidade que abraçou sua equipe e a carregou desde sua fundação, em 1973. Era o time modelo do futebol brasileiro atualmente. Nos últimos dez anos, é uma arrancada espetacular, uma aula de gestão de futebol, conquistando os títulos do Campeonato Catarinense em 2007, 2011 e 2016. Em extrema evolução, o time estava na Série D em 2009, na Série C em 2012, na Série B em 2013 e a partir de 2014 passou a jogar a Série A do Campeonato Brasileiro. É das únicas equipes que nunca foi rebaixada na história do Brasileirão (junto com São Paulo, Flamengo, Santos, Cruzeiro e Inter, por enquanto). Vendeu caro sua eliminação nas quartas-de final da Copa Sul-Americana em 2015. Já em 2016, fez toda a América se apaixonar pelo clube, pela alta qualidade de seu futebol e pela entrega total em campo. Na final, enfrentaria o melhor time das Américas no momento: O Atlético Nacional, de Medellín. Esperávamos ansiosamente por esse jogo, mas uma das maiores fatalidades da história recente levou quase todos para o céu.

● Se foram grandes heróis que vestiam verde. Eram todos fundamentais. É uma grande injustiça citar nomes, mas impossível não falar no goleiro Danilo. Se os palmeirenses e atleticanos, respectivamente, apelidaram seus goleiros de São Marcos e São Victor, certamente para os torcedores da Chape o goleiro é São Danilo. Desde 2013 no clube, São Danilo fez seu maior milagre no último lance do jogo de volta das semifinais da Copa Sul-Americana, contra o San Lorenzo, em um chute a queima roupa dentro da área. Esse lance levou a Chape para essa final. Ele quase conseguiu outro milagre ao ser resgatado vivo, mas as lesões torácicas o levaram a óbito. Ananias, o heroi autor do gol mais importante da história do clube, no jogo fora de casa, na mesma semifinal… Cléber Santana era o capitão, fonte de experiência, a alma da Chape… Bruno Rangel é o maior artilheiro da história o clube, com 77 gols… O técnico Caio Junior, de tantos clubes, também pode ser considerado ídolo da equipe de Chapecó. Foi fundamental nessa aventura sul-americana.

Outras perdas doloridas foram a de todos os profissionais da imprensa. Morreram várias referências para mim, como Victorino Chermont, Deva Pascovicci, Paulo Julio Clement e, especialmente, Mario Sergio Pontes de Paiva. Este merece um espaço a parte. Comentarista de opinião, técnico ranzinza e jogador genial. Ídolo do Inter e craque campeão mundial com Grêmio.

Todas as perdas são lamentáveis. Estamos realmente chocados e muito tristes por escrever sobre isso quando estávamos preparando para narrar os feitos dentro de campo desse super time. Infelizmente a Chapecoense entrou para a história da maneira mais triste possível, mas sempre estará dentro dos corações dos amantes do futebol.

Um comentário em “… #ForçaChape

  1. Pingback: ... Mário Sérgio - Três Pontos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *