Três pontos sobre…
… Igreja Maradoniana: o culto onde Maradona é deus
(Imagem: Globo Esporte)
● A Igreja Maradoniana foi fundada no dia 30/10/1998, na cidade argentina de Rosário.
Tudo começou em um encontro do jornalista Hernán Amez e seu amigo Héctor Campomar, quando um olhou para o outro e disse: “Feliz Natal”, em alusão ao aniversário de Maradona. Convidaram outro amigo, Alejandro Verón (compadre de Amez), e juntos resolveram fundar a Igreja Maradoniana.
A cronologia da associação começa com o nascimento de Diego Armando Maradona, em 30/10/1960. Para eles, desde então, o calendário passou a ser dividido em a.D. e d.D., ou seja, antes e depois de Diego. Sendo assim, no último dia 30 começou o ano 56.
Na casa de Amez, na Rua Garay, nº 197, há uma pequena capela com um altar ao seu ídolo, onde há uma bola “ensanguentada”, com uma coroa de espinhos. Apesar da capela, a entidade deve parte da popularidade à Internet e não conta com uma sede física, nem fixa. Os encontros são sempre em Buenos Aires, capital da Argentina, num local alugado pela organização – uma espécie de “culto”, onde, no final de cada cerimônia, cantam o nome de Tota em formato gregoriano, como se a mãe de Diego, dona Tota, fosse uma espécie de “mãe de deus”.
Maradona nunca participou do culto, até por questão de segurança – a sua presença poderia tornar impossível o controle dos seguidores. “Meu sonho é conseguir construir uma igreja física para nosso deus”, diz Hernán Amez. A associação não cobra dízimo e colabora com o Hospital Infantil de Rosário, com alguns valores arrecadados em doações.
● A data de nascimento de Diego Armando Maradona é considerada o Natal. A Páscoa é comemorada em 22 de junho, dia em que a Argentina venceu a Inglaterra na Copa de 1986, com dois gols do “Pibe de Oro” (um com a mão e outro driblando meio time adversário). A bíblia é o livro “Yo Soy El Diego De La Gente”, biografia escrita pelo jornalista Daniel Arcucci, secretário de redação do jornal argentino La Nación.
O ritual de batismo consiste em uma repetição teatral do famoso gol de mão contra os ingleses na Copa de 1986, em que o candidato deve correr em direção a alguém que faz as vezes de goleiro e desviar a bola para o gol com a mão esquerda (não pode ser a direita). O candidato também deve comungar pela primeira vez um pedaço de pizza napolitana com a água benta dos cardeais, colocar a mão na bíblia maradoniana e proferir os “Dez Mandamentos” da religião (leia mais abaixo).
Dentre as regras da igreja está que o nome do primogênito do fiel deverá ser Diego. Aqueles que fazem parte da religião que cultua a imagem de “El Diez” podem até mesmo casar sob as suas regras. Mas nem sempre ficam sabendo com antecedência que estão prestes a dizer “sim”. Algumas vezes, o matrimônio é realizado de surpresa. Os noivos devem prometer respeitar os Dez Mandamentos da Igreja Maradoniana e juram amor eterno ao futebol.
Embora com propósitos distintos, os fanáticos pelo ex-jogador possuem as suas versões para as orações “Pai Nosso” (“Diego Nuestro”), “Ave Maria” (“Dios te Salve”) e “Credo” (“Creo em Dios”); todas adaptações feitas sobre o futebol.
Os colegas de equipe de Diego na conquista da Copa de 1986 são considerado apóstolos, pois estavam presentes no milagre. O maior pecado do fiel é não amar o futebol. Eles consideram como o próprio diabo o brasileiro João Havelange, ex-presidente da FIFA e falecido recentemente.
Para Hernán Amez, “Pelé é o verdadeiro rei do futebol e merece esse título. E Maradona é o deus. Nosso deus.” “El Diez” está ligado a um momento emocional dos argentinos, a um período de felicidade, depois de tanto sofrimento com a ditadura e a Guerra das Malvinas. A missão da igreja é que siga vivo o espírito do deus do futebol e que todos possam recordar sua magia e arte. “O Maradona é um deus terrenal. Há um costume muito tradicional nas religiões de olhar para Deus somente para pedir. No nosso caso, apenas agradecemos”, disse. E completa: “Não há proibição alguma de que nossos seguidores tenham outra religião. Eu já fui católico. A maioria de nós, argentinos, somos batizados católicos, mas a verdade é que não a seguimos. Por exemplo: aqui em Rosário, aos domingos, a missa reúne cerca de 5 mil pessoas. Já uma partida de futebol reúne 30 mil. A partir daí sabemos em que as pessoas acreditam mais.”
● A religião tem o tetragrama sagrado “D10S”, que mistura a palavra em espanhol para Deus (Dios) com o “D” de Diego e o “10” de sua camisa. Hoje, conta com mais de 250 mil seguidores em cerca de 80 países, sendo na faixa de 15% de brasileiros, dentre eles famosos como Ronaldinho Gaúcho, Deco e Careca. Esse, seu grande amigo e parceiro da época do Napoli, disse certa vez: “Ele é mesmo um deus. É a maneira do povo retribuir tudo o que ele já fez pela Argentina, e mostrar sua admiração. Sou um desses admiradores também”.
Se Maradona é deus, os fundadores da religião prometeram “elevar” Lionel Messi a status de “Jesus Cristo”, caso ele conquistasse o título da Copa do Mundo de 2014, o que não aconteceu, após derrota para a Alemanha na prorrogação. Amez, de forma quase bíblica, disse: “Se Messi ganha a Copa do Mundo, estará sentado à direita de D10S Diego, no olimpo Maradoniano e será o Messias. Nós já lemos o Antigo Testamento, escrito pelo Diego, e agora estamos vendo o Messi escrever o Novo Testamento. Ele é o Messias e está escrevendo o Novo Testamento para a Igreja Maradoniana.”
Veja os 10 mandamentos da Igreja Maradoniana:
1. Amar o futebol acima de todas as coisas.
2. Declarar amor incondicional a Diego e ao futebol.
3. Espalhar os milagres de Diego em todo o universo.
4. Não proclamar Diego em nome de um só clube.
5. A bola não será manchada (sobre problemas extra campo).
6. Defender a camisa argentina e respeitar as pessoas.
7. Honrar os templos onde jogou e seus mantos sagrados.
8. Predicar os princípios da Igreja Maradoniana.
9. Levar Diego como segundo nome e colocar no filho.
10. Não ser cabeça de garrafa térmica e que a tartaruga não fuja (frases dele).
Oração “Creo en Dios”:
“Eu acredito em Diego
Futebolista Todo Poderoso,
Criador de magia e paixão.
Eu acredito em penugem, nosso D10s, nosso Senhor.
Que foi concebido por obra e graça de Tota e Don Diego.
Nascido em Villa Fiorito.
Ele sofreu sob o poder de Havelange.
Foi crucificado, morto e mal tratado.
Suspenso das quadras.
Cortaram-lhe as pernas.
Mas ele voltou e ressuscitou seu feitiço.
Estará dentro de nossos corações.
para sempre e na eternidade.
Eu acredito em espírito de futebol.
A Santa Igreja Maradoniana,
O golo para os ingleses,
A canhota mágica,
A eterna gambetta diablada,
E em um Diego eterno.
Diego.”
Quando vcs falam de igreja maradoniana, estão brincando né? Não acredito que vcs acreditam mesmo no que estão fazendo. Irracionais são somente animais, o ser humano criado por Deus são racionais. Todo ser humano são criaturas de Deus, chamado filhos somente os que crêem que Jesus Cristo morreu na cruz do calvário e ressuscitou ao terceiro dia, e isso ele fez sem ter pecado algum pra sacrifício, pra levar consigo todos nossos pecados. Aí sim somos herdeiro chamados de filho de Deus. Por isso está escrito aquele que crê que Jesus é filho Deus, serão chamados filhos de Deus
Eu aprovo os nove mandamentos com alteração do sexto.
Se a religião quer ser Universal e Dom Diego ser um deus de todo o futebol tem que ampliar para camisas 10 protetor de todas as seleções futebolística.
Olá Dinarte!
Sou de acordo.
D10S Diego é muito maior do que apenas uma camisa argentina.
Obrigado pelo comentário e continue conosco.
Olá Luiz Carlos!
Calma! Eu não sou adorador do “deus” Maradona. Sou cristão, graças a Deus!
Apenas fiz uma pesquisa a fundo e escrevi sobre uma seita. Em momento algum eu incentivo alguém a participar. Eu fui apenas o relator.
Alguns consideram “blasfêmia”. Outros consideram uma “chacota”. E poucos (malucos, em minha opinião) consideram “verdade”. Respeito a crença de cada um.
A minha, é de admiração pelo excepcional jogador que foi: único e um dos maiores, em minha opinião.
É apenas isso…
Obrigado pelo comentário e continue conosco.
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