… 02/07/2018 – Bélgica 3 x 2 Japão

Três pontos sobre…
… 02/07/2018 – Bélgica 3 x 2 Japão


(Imagem: FIFA.com)

● A Bélgica é uma seleção tradicional em Copas do Mundo. Participou da primeira, em 1930, e de treze no total. Em 1986, chegou nas semifinais e terminou a competição em um honroso 4º lugar. Diziam ser aquela a melhor geração do país, com Jan Ceulemans, Jean-Marie Pfaff, Eric Gerets e Enzo Scifo. Até que nessa década atual, aparecessem e se consolidassem jogadores de videogame como Eden Hazard, Kevin De Bruyne, Dries Mertens, Romelu Lukaku, Vincent Kompany, Thibaut Courtois e muitos outros. Todos destaques em grandes times do mundo.

Assim, qualquer seleção que contasse com esses talentos seria favorita a conquista da Copa do Mundo. Certo? Mas a Bélgica nunca foi potência no futebol. Além do já citado 4º lugar na Copa de 1986, foi vice-campeã da Eurocopa de 1980 e 3º lugar na Euro 1972. O único título conquistado no futebol é a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1920, quando jogou em casa, em Antuérpia.

E essa mesma geração atual disputou a Copa de 2014. Foi bem na primeira fase, passou sufoco nas oitavas e caiu frente a um gigante sul-americano nas quartas de final. Daquela vez, foi a Argentina.

Agora, quatro anos depois, tudo se repete: show na primeira fase, sufoco nas oitavas e enfrentará um gigante sul-americano nas quartas: o Brasil é o adversário da vez, na próxima sexta-feira.


O técnico espanhol Roberto Martínez escalou a Bélgica no ofensivo 3-4-3


O Japão atuou no sistema 4-2-3-1, com muita velocidade pelas pontas

● Na primeira fase, a Bélgica não foi testada. Venceu fácil Panamá e Tunísia e jogou com o time reserva contra a Inglaterra.

A maioria esmagadora dos palpites apontavam que a Bélgica ganharia fácil. Faltou combinar com os japoneses.

Os Diables Rouges começaram melhor, impondo seu ritmo e até tiveram algumas chances. Mas não houve necessariamente uma pressão em busca do gol.

O susto começou logo no início do segundo tempo, aos três minutos, quando o Japão abriu o placar. Shibasaki viu Haraguchi disparar nas costas de Vertonghen e lançou. Haraguchi deu um drible de corpo no belga e chutou cruzado sem chances de defesa para Courtois.

Quatro minutos depois, a surpresa foi maior. Kagawa dominou na meia lua e deixou atrás para Takashi Inui dominar e bater forte de longe. Courtois até foi na bola, mas não alcançou. A “zebra” japonesa passeava pela Arena Rostov e abria 2 a 0 no placar.

Mas aos 25′, De Bruyne cobrou escanteio e, após um bate-rebate na área, a bola sobrou para Vertonghen quase na linha de fundo, sem qualquer ângulo. Ele tentou devolver a bola para o meio da área, mas ela pegou um efeito e tomou o rumo do gol. Foi uma bola surpreendente, mas defensável pelo goleiro Kawashima, que foi encoberto na jogada.

Quatro minutos depois, Hazard fez jogada pela esquerda e cruzou na cabeça do gigante Fellaini, que meteu a cabeleira na bola e empatou a partida.

Já nos acréscimos, aos 48′, Courtois subiu para agarrar um escanteio e saiu jogando rápido com De Bruyne. O camisa 7 acelerou o lance e abriu na direita para Meunier, que cruzou de primeira. Lukaku fez o corta-luz e Chadli completou para o gol. Era a virada dos Diables Rouges.

Toda a vantagem que o Japão custou a construir tinha ido embora com um gol e pura sorte e dois marcados por jogadores que entraram no segundo tempo.


(Imagem: FIFA.com)

● A seleção japonesa sai do Mundial de cabeça erguida. Embora tenha se classificado para as oitavas de final apenas por ter dois cartões amarelos a menos que Senegal, tenho certeza de que fez um papel melhor do que faria o país africano nessa fase. Porém, fica o amargo na boca. Esteve com dois gols à frente no marcador faltando 1/4 do jogo e, mesmo assim, deixou escapar a vaga nas quartas de final.

Foi uma enorme prova de maturidade da “ótima geração belga”, que se viu em uma grande adversidade e conseguiu superá-la com o que tem de melhor: o contra-ataque e a bola aérea.

Porém, se quiser passar pelo Brasil na próxima fase, deve ficar atenta a algumas questões:

— É inegável a qualidade no ataque de Yannick Ferreira Carrasco, mas ele não marca bem. Não é um ala esquerdo. Em seu setor, Willian pode “deitar e rolar”;
— Kompany está voltando de um longo tempo de inatividade por lesão e é lento. Não consegue fazer a cobertura com a velocidade necessária;
— De Bruyne e Hazard têm que aparecer mais. Ficaram apagados em grande parte no jogo de hoje.
— O técnico Roberto Martínez não tem uma segunda opção de sistema tático além do 3-4-3. Se o Brasil avançar bem Willian pela direita, Neymar pela esquerda e Gabriel Jesus (ou Roberto Firmino) pelo meio, pode causar estragos à defesa belga. Com isso, os alas teriam que recuar e o Brasil teria superioridade no meio campo.

Como diria Michael Jordan, “os playoffs separam os homens dos meninos”. Então, agora é a hora de a Bélgica provar que tem uma geração talentosa e vencedora ou apenas um bando de jogadores superestimados.


(Imagem: FIFA.com)

FICHA TÉCNICA:

 

BÉLGICA 3 x 2 JAPÃO

 

Data: 02/07/2018

Horário: 21h00 locais

Estádio: Arena Rostov

Público: 41.466

Cidade: Rostov-on-Don (Rússia)

Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)

 

BÉLGICA (3-4-3):

JAPÃO (4-2-3-1):

1  Thibaut Courtois (G)

1  Eiji Kawashima (G)

2  Toby Alderweireld

19 Hiroki Sakai

4  Vincent Kompany

22 Maya Yoshida

5  Jan Vertonghen

3  Gen Shoji

15 Thomas Meunier

5  Yuto Nagatomo

6  Axel Witsel

17 Makoto Hasebe (C)

7  Kevin De Bruyne

7  Gaku Shibasaki

11 Yannick Ferreira Carrasco

8  Genki Haraguchi

14 Dries Mertens

10 Shinji Kagawa

10 Eden Hazard (C)

14 Takashi Inui

9  Romelu Lukaku

15 Yuya Osako

 

Técnico: Roberto Martínez

Técnico: Akira Nishino

 

SUPLENTES:

 

 

12 Simon Mignolet (G)

12 Masaaki Higashiguchi (G)

13 Koen Casteels (G)

23 Kosuke Nakamura (G)

23 Leander Dendoncker

21 Gotoku Sakai

20 Dedryck Boyata

2  Naomichi Ueda

3  Thomas Vermaelen

6  Wataru Endo

17 Youri Tielemans

20 Tomoaki Makino

19 Mousa Dembélé

18 Ryota Oshima

8  Marouane Fellaini

16 Hotaru Yamaguchi

22 Nacer Chadli

11 Takashi Usami

16 Thorgan Hazard

4  Keisuke Honda

18 Adnan Januzaj

13 Yoshinori Muto

21 Michy Batshuayi

9  Shinji Okazaki

 

GOLS:

48′ Genki Haraguchi (JAP)

52′ Takashi Inui (JAP)

69′ Jan Vertonghen (BEL)

74′ Marouane Fellaini (BEL)

90+4′ Nacer Chadli (BEL)

 

CARTÃO AMARELO: 40′ Gaku Shibasaki (JAP)

 

SUBSTITUIÇÕES:

65′ Dries Mertens (BEL) ↓

Marouane Fellaini (BEL) ↑

 

65′ Yannick Ferreira Carrasco (BEL) ↓

Nacer Chadli (BEL) ↑

 

81′ Gaku Shibasaki (JAP) ↓

Hotaru Yamaguchi (JAP) ↑

 

81′ Genki Haraguchi (JAP) ↓

Keisuke Honda (JAP) ↑

Gols da partida:

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