Três pontos sobre…
… Palmeiras: Campeão Brasileiro 2016
(Imagem: iG Esporte)
● Um estádio de primeiríssimo mundo, que ontem bateu seu recorde de público, com 40.986 expectadores, que conseguiu vender e bem os seus “naming rights” para uma seguradora alemã. Um grande clube em uma belíssima casa, com conforto aos torcedores e sócio-torcedores, que chegaram a enormes 126.728 associados no “Avanti”. Um presidente que assumiu o clube na Série B e o entrega a seu sucessor como campeão brasileiro, além de injetar muitos milhões do próprio bolso nas finanças deste clube. Um presidente que conseguiu manter uma rara paz política e soube fechar um excepcional contrato de patrocínio máster com uma financeira. Uma diretoria que trabalhou muito bem, inclusive incorporando o melhor diretor executivo de futebol do país na atualidade, Alexandre Mattos. Este, com sua influência, montou um elenco deveras numeroso (39 jogadores), mas muitíssimo completo e cheio de opções para o treinador escalar o time.
● Após a queda na primeira fase da Copa Libertadores desse ano, o Palmeiras demitiu o técnico Marcelo Oliveira e fez a contratação certeira. Cuca sempre foi palmeirense (contrariando seu pai corintiano, que faleceu em 1997). Cuca prometeu ser campeão com o manto alviverde em duas ocasiões. A primeira foi no Campeonato Paulista de 1992, quando ostentava a camisa nº 8 do time pré-Parmalat. Fez um gol contra o Ituano e fez o sinal transversal no peito, significando uma faixa de campeão. O time perderia a final para um poderoso São Paulo.
A segunda vez foi como treinador, após o time ser eliminado nos pênaltis na semifinal do Paulistão desse ano. Prometeu que seria campeão brasileiro e o time começou o campeonato voando, com um futebol ofensivo e gostoso de assistir. Mas com diversas lesões de jogadores importantes (especialmente Fernando Prass e Moisés) e a convocação de Gabriel Jesus para a Seleção Olímpica, Cuca reestruturou o time, que passou a ser menos vulnerável e, por consequência, o futebol vistoso foi deixando de aparecer. Cuca, com todo seu conhecimento e suas superstições, cumpriu o que prometeu por duas vezes e foi fundamental no primeiro título palmeirense do Campeonato Brasileiro em pontos corridos.
● Mas o trunfo principal foi o vasto elenco. Fernando Prass se contundiu, entrou o desconhecido (e ótimo) Jailson. Vitor Hugo se destacou ainda mais quando passou a compor dupla de zaga com o bom colombiano Yerry Mina. Super Zé Roberto é um caso para ser estudado, pois continua sendo um dos grandes do futebol brasileiro aos 42 anos (e contando…). Arouca e Gabriel seriam titulares em qualquer time brasileiro, mas Tchê Tchê chegou para elevar o nível do time, acompanhado por um exuberante Moisés (para mim, o melhor jogador do campeonato). Da mesma forma, qualquer equipe gostaria de contar com atacantes como Rafael Marques, Lucas Barrios, Alecsandro e Erik, mas os jovens e leves Róger Guedes e o capitão Dudu eram os preferidos para formarem o trio de frente junto a um adolescente. A cereja do bolo era o menino Jesus. Gabriel Jesus tem aproximadamente 18 meses no time principal do Palmeiras e já conquistou dois títulos pelo clube, ganhou a medalha de ouro olímpica, é titular da Seleção Brasileira e irá jogar no Manchester City, de Pep Guardiola.
Difícil montar um elenco mais diversificado. Se mantiver a base e o técnico, o mesmo Palmeiras que acabou com o tabu nacional de 22 anos, pode também encerrar o jejum sul-americano que completará 18 anos em 2017.